Jornal Volta Grande | Edição 1152 Região

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Volta Grande
7 de Fevereiro de 2019
P sicologia
Por Eliane Trevisol Tomazi
Psicóloga | CRP-12/04697
saude.abril.com.br
Se a vida é um Escola...
Se estivermos bem atentos, todos os dias temos
a oportunidade de aprender algo interessante.
Podem ser coisas simples e até bobas,
mas que em algum momento poderá nos ser
muito útil. Um novo chá para a insônia ou ansiedade,
uma receita nova, um modo novo de
usar aquela roupa meio sem graça. Já outras,
podem ser lições que provocam em nós refl e-
xões mais profundas sobre nosso comportamento,
modo de pensar, crenças, preconceitos.
Outro dia, por exemplo, me dei conta de
que ser sincera com determinadas pessoas
pode ser um pecado mortal. Tem pessoas que
só aceitam elogios e bajulação, o uso da sinceridade
pode ser algo extremamente ofensivo,
mesmo que dita com cuidado e educação.
Algumas vezes, há lições difíceis que se repetem
o que signifi ca que há algo a ser mudado,
transformado ou defi nitivamente eliminado do
nosso jeito de ser e viver, jeito este que não
está favorecendo em algum aspecto. Minha
profi ssão me dá a comprovação de que pouco
adianta fi car apontando o que o outro tem
que mudar para obter uma melhor qualidade
de vida, se a própria pessoa não se conscientizar
disso e promover essa mudança. Marilene
Kehdi psicóloga especialista em atendimento
clínico, fala que além dos fatores externos, há
também evidencias e comprovações, de que
o que permeia e existe no mundo interno de
cada um infl uencia diretamente no seu modo
de viver e na sua saúde. Nunca aconteceu
com você de se sentir magoado e após um
tempo sentir dores no corpo ou dor de cabeça?
De se sentir frustrado e sentir sua saúde fragilizada,
tendo crises de gastrite, pressão alta
e até arritmia? Isso é muito mais frequente do
que se imagina. Há, sem dúvida, a busca para
se viver de forma mais saudável, para tanto
é fundamental procurar alimentar dentro de si,
bons pensamentos e sentimentos, controlar a
ansiedade e excesso de expectativas. Investir
no aprimoramento pessoal e emocional. Viver
um dia após o outro mais confi ante. Resolver
e libertar-se de problemas que você carrega,
algumas vezes, por anos até. Ficar o mais longe
possível de pessoas rancorosas, invejosas
e destrutivas, que sugam a energia, vitalidade
e alegria. Tentar identifi car, o que tira nosso
humor e o que afeta nossa saúde física e mental,
e tentar restabelecer a ordem em alguns
aspectos da nossa vida. Transformar algumas
lições da vida em oportunidades de crescimento.
E já que a vida é uma escola, então vamos
fi car atentos e aproveitar as lições que ela nos
dá.
E-mail: nanitomazi@brturbo.com.br
O manual anticâncer
de dieta e exercício físico
Referências internacionais no combate à doença lançam documento com as
recomendações mais importantes para reduzir o risco de encarar um tumor
Há mais ou menos quatro
décadas — praticamente
“ontem” no
universo da ciência —, a
alimentação começou a
angariar atenção como
fator de influência no surgimento
de um câncer. Em
pouquíssimo tempo, apareceram
evidências robustas
de que nossos hábitos,
incluindo aí a prática
de exercícios físicos, são,
sim, determinantes nesse
sentido. Hoje, sabe-se que
30 a 50% de todos os tumores
podem ser evitados
com ajustes no estilo de
vida. É muita coisa.
Não à toa, o Fundo Mundial
para Pesquisa em Câncer
e o Instituto Americano
para Pesquisa em Câncer,
entidades de peso dedicadas
ao enfrentamento
da doença, criaram o Relatório
de Especialistas,
um compilado que reúne
comportamentos eficazes
contra tumores. A primeira
edição do documento é de
2007, a segunda veio dez
anos depois e a terceira
acaba de ser publicada —
as orientações estão nos
tópicos abaixo.
Para o farmacêutico e
bioquímico Thomas Ong,
do Centro de Pesquisa
em Alimentos, o FoRC, da
Universidade de São Paulo
(USP), muitas pessoas
ainda têm a impressão de
que o câncer é uma doença
essencialmente hereditária.
No entanto, isso
só é verdade em 10% dos
casos. “Em 90%, têm tudo
a ver com estilo de vida,
e como esses fatores
chamados de ambientais
interagem com o nosso
genoma”, esclarece o professor.
Na visão da oncologista
Maria Del Pilar Estevez
Diz, diretora do corpo clínico
do Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo
(Icesp), um dos grandes
desafios para a adesão a
uma rotina equilibrada é o
reconhecimento de que o
câncer pode bater à porta
em algum momento. “Há
uma tendência em não se
pensar nisso”, avalia.
Um segundo obstáculo é
que mudar hábitos não é
tão simples. Longe disso.
“Muitos deles vêm lá da infância”,
observa a médica.
Mesmo que o indivíduo
tope rever seu dia a dia,
a realidade à sua volta às
vezes dificulta o processo.
“Hoje a legislação trabalhista
não colabora para
que toda mãe amamente
o bebê até os 6 meses
de idade”, lembra a nutricionista
Luciana Grucci,
do Instituto Nacional de
Câncer (Inca), citando uma
das medidas para barrar o
câncer de mama nas mulheres
e seus filhos. Contar
com alimentação saudável
a preço justo, dados
nutricionais claros nos
rótulos e espaços urbanos
para a prática de exercícios
são outros desafios.
Ainda assim, vale a pena
fazer o que estiver a seu
alcance. “Para ter ideia,
de 15 a 20% dos cânceres
hoje são atribuídos à
obesidade”, exemplifica
o oncologista Gilberto de
Castro Junior, do Hospital
Sírio-Libanês, na capital
paulista.
No laboratório do professor
Ong, está cada vez
mais claro que renovar os
hábitos agora pode blindar
até as próximas gerações
contra a doença. “Seria
muito melhor se seus pais
tivessem pensado em
prevenção antes de você
nascer”, diz. Mas nunca é
tarde para começar. Vamos
lá?