GAZETA DIARIO 826
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Fiat Toro com supervalorização do seu usado. Consulte condições. Ligue para Autofoz: (45)3520-1212.<br />
04 Política<br />
QUADRO NEGRO<br />
Beto Richa é preso pela<br />
terceira vez em Curitiba<br />
Preventiva foi decretada por suposta obstrução de justiça; o ex-governador<br />
e assessores são acusados de desviar recursos da educação<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
Beto Richa foi preso novamente, acusado de<br />
obstruir a Justiça<br />
O ex-governador Beto<br />
Richa (PSDB) foi preso, na<br />
manhã dessa terça-feira<br />
(19), em seu apartamento<br />
no luxuoso bairro Bigorrilho,<br />
em Curitiba. É a terceira<br />
vez que Richa é preso<br />
desde agosto do ano passado.<br />
Ele foi levado à sede do<br />
Grupo de Atuação Especial<br />
de Combate ao Crime Organizado<br />
(GAECO), no Ahú,<br />
por volta das 10 horas.<br />
Richa foi preso em caráter<br />
preventivo por determinação<br />
judicial. Ele, o ex-secretário<br />
de Cerimonial e<br />
Relações Internacionais<br />
Ezequias Moreira e o empresário<br />
Jorge Atherino, também<br />
detidos ontem de manhã,<br />
são alvos da Operação<br />
Quadro Negro, que apura a<br />
suspeita de desvios de dinheiro<br />
público destinado à<br />
Secretaria de Estado da Educação.<br />
O promotor Leonir Batisti,<br />
do GAECO, informou<br />
que Richa foi detido por<br />
obstrução de justiça. Segundo<br />
o promotor, os motivos<br />
da prisão não estão englobados<br />
pelo salvo-conduto<br />
concedido pelo STF (Supremo<br />
Tribunal Federal).<br />
Na última sexta (15), o<br />
ministro Gilmar Mendes<br />
impediu novas prisões do<br />
ex-governador e de sua família<br />
em relação à outra investigação<br />
por desvio de<br />
verbas no Paraná.<br />
Em janeiro deste ano,<br />
Beto Richa chegou a ficar<br />
detido no Complexo Médico<br />
Penal do Paraná, localizado<br />
em Pinhais. É para lá<br />
que ele deverá ser conduzido<br />
por determinação do juiz<br />
da 9ª Vara Criminal de Curitiba<br />
Fernando Bardelli Fischer.<br />
O magistrado atendeu a<br />
um pedido do MP para<br />
prender Richa, Moreira e<br />
Atherino. Também foi autorizada<br />
a realização de novas<br />
buscas e apreensão de documentos<br />
e objetos que possam<br />
auxiliar nas investigações<br />
das denúncias. Os<br />
mandados foram cumpridos<br />
em cinco endereços ligados<br />
aos três investigados, nas<br />
cidades de Curitiba, Matinhos<br />
(PR) e em Porto Belo<br />
(SC).<br />
"Trata-se de uma organização<br />
criminosa, que contava<br />
com a participação de<br />
agentes públicos e privados,<br />
atuou na Secretaria da Educação<br />
estadual, praticando<br />
crimes de corrupção e de<br />
fraudes às licitações cujo<br />
objeto era a construção e reforma<br />
de escolas públicas<br />
estaduais", escreveram os<br />
promotores ao elaborar o<br />
pedido de prisão.<br />
"São fatos antigos"<br />
Em nota, a defesa de Richa<br />
informou que a nova<br />
prisão do ex-governador é<br />
infundada. "Tratam-se de<br />
fatos antigos sobre os quais<br />
todos os esclarecimentos necessários<br />
já foram feitos.<br />
Cumpre lembrar que as fraudes<br />
e desvios cometidos em<br />
obras de construção e reforma<br />
de colégios da rede pública<br />
de ensino foram descobertos<br />
e denunciados pela<br />
própria gestão do ex-governador<br />
Beto Richa."<br />
Foz do Iguaçu, quarta-feira, 20 de março de 2019<br />
Batisti: "Até o momento, o<br />
dinheiro não foi recuperado"<br />
Irregularidade<br />
prejudica 20 mil<br />
alunos no Paraná<br />
O suposto desvio de cerca de R$ 22<br />
milhões em recursos públicos que<br />
deveriam ser destinados à construção e<br />
reforma de escolas estaduais do Paraná<br />
entre os anos de 2012 e 2015 prejudicou,<br />
diretamente, cerca de 20 mil estudantes<br />
da rede pública.<br />
O cálculo é da auditoria do Ministério<br />
Público do Paraná (MP-PR) e foi anunciado<br />
pelo coordenador do Grupo de Atuação<br />
Especial de Combate ao Crime<br />
Organizado (GAECO), o procurador de<br />
Justiça Leonir Batisti, durante entrevista<br />
sobre a prisão do ex-governador do<br />
Paraná Beto Richa.<br />
"Até o momento, os R$ 22 milhões<br />
desviados não foram recuperados pelo<br />
estado", afirmou Batisti, acrescentando<br />
que o MP-PR tenta recuperar parte dos<br />
valores desviados e obter punição<br />
criminal aos responsáveis. "Segundo<br />
cálculos feitos pela auditoria do Ministério<br />
Público, a não execução das escolas<br />
prejudicou a, aproximadamente, 20 mil<br />
alunos que tiveram que se deslocar<br />
quilômetros para frequentarem outros<br />
estabelecimentos de ensino", comentou o<br />
procurador.<br />
O coordenador do GAECO ressaltou não<br />
ter dúvidas quanto à participação dos<br />
suspeitos e de que o ex-governador Beto<br />
Richa comandava a "organização<br />
criminosa" investigada por corrupção<br />
ativa e passiva, fraude à licitação,<br />
organização criminosa e obstrução de<br />
investigações. "No âmbito da Operação<br />
Quadro Negro não resta dúvidas.<br />
Inclusive porque está tudo expresso na<br />
denúncia apresentada à Justiça."