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GAZETA DIARIO 826

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04 Política<br />

QUADRO NEGRO<br />

Beto Richa é preso pela<br />

terceira vez em Curitiba<br />

Preventiva foi decretada por suposta obstrução de justiça; o ex-governador<br />

e assessores são acusados de desviar recursos da educação<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

Beto Richa foi preso novamente, acusado de<br />

obstruir a Justiça<br />

O ex-governador Beto<br />

Richa (PSDB) foi preso, na<br />

manhã dessa terça-feira<br />

(19), em seu apartamento<br />

no luxuoso bairro Bigorrilho,<br />

em Curitiba. É a terceira<br />

vez que Richa é preso<br />

desde agosto do ano passado.<br />

Ele foi levado à sede do<br />

Grupo de Atuação Especial<br />

de Combate ao Crime Organizado<br />

(GAECO), no Ahú,<br />

por volta das 10 horas.<br />

Richa foi preso em caráter<br />

preventivo por determinação<br />

judicial. Ele, o ex-secretário<br />

de Cerimonial e<br />

Relações Internacionais<br />

Ezequias Moreira e o empresário<br />

Jorge Atherino, também<br />

detidos ontem de manhã,<br />

são alvos da Operação<br />

Quadro Negro, que apura a<br />

suspeita de desvios de dinheiro<br />

público destinado à<br />

Secretaria de Estado da Educação.<br />

O promotor Leonir Batisti,<br />

do GAECO, informou<br />

que Richa foi detido por<br />

obstrução de justiça. Segundo<br />

o promotor, os motivos<br />

da prisão não estão englobados<br />

pelo salvo-conduto<br />

concedido pelo STF (Supremo<br />

Tribunal Federal).<br />

Na última sexta (15), o<br />

ministro Gilmar Mendes<br />

impediu novas prisões do<br />

ex-governador e de sua família<br />

em relação à outra investigação<br />

por desvio de<br />

verbas no Paraná.<br />

Em janeiro deste ano,<br />

Beto Richa chegou a ficar<br />

detido no Complexo Médico<br />

Penal do Paraná, localizado<br />

em Pinhais. É para lá<br />

que ele deverá ser conduzido<br />

por determinação do juiz<br />

da 9ª Vara Criminal de Curitiba<br />

Fernando Bardelli Fischer.<br />

O magistrado atendeu a<br />

um pedido do MP para<br />

prender Richa, Moreira e<br />

Atherino. Também foi autorizada<br />

a realização de novas<br />

buscas e apreensão de documentos<br />

e objetos que possam<br />

auxiliar nas investigações<br />

das denúncias. Os<br />

mandados foram cumpridos<br />

em cinco endereços ligados<br />

aos três investigados, nas<br />

cidades de Curitiba, Matinhos<br />

(PR) e em Porto Belo<br />

(SC).<br />

"Trata-se de uma organização<br />

criminosa, que contava<br />

com a participação de<br />

agentes públicos e privados,<br />

atuou na Secretaria da Educação<br />

estadual, praticando<br />

crimes de corrupção e de<br />

fraudes às licitações cujo<br />

objeto era a construção e reforma<br />

de escolas públicas<br />

estaduais", escreveram os<br />

promotores ao elaborar o<br />

pedido de prisão.<br />

"São fatos antigos"<br />

Em nota, a defesa de Richa<br />

informou que a nova<br />

prisão do ex-governador é<br />

infundada. "Tratam-se de<br />

fatos antigos sobre os quais<br />

todos os esclarecimentos necessários<br />

já foram feitos.<br />

Cumpre lembrar que as fraudes<br />

e desvios cometidos em<br />

obras de construção e reforma<br />

de colégios da rede pública<br />

de ensino foram descobertos<br />

e denunciados pela<br />

própria gestão do ex-governador<br />

Beto Richa."<br />

Foz do Iguaçu, quarta-feira, 20 de março de 2019<br />

Batisti: "Até o momento, o<br />

dinheiro não foi recuperado"<br />

Irregularidade<br />

prejudica 20 mil<br />

alunos no Paraná<br />

O suposto desvio de cerca de R$ 22<br />

milhões em recursos públicos que<br />

deveriam ser destinados à construção e<br />

reforma de escolas estaduais do Paraná<br />

entre os anos de 2012 e 2015 prejudicou,<br />

diretamente, cerca de 20 mil estudantes<br />

da rede pública.<br />

O cálculo é da auditoria do Ministério<br />

Público do Paraná (MP-PR) e foi anunciado<br />

pelo coordenador do Grupo de Atuação<br />

Especial de Combate ao Crime<br />

Organizado (GAECO), o procurador de<br />

Justiça Leonir Batisti, durante entrevista<br />

sobre a prisão do ex-governador do<br />

Paraná Beto Richa.<br />

"Até o momento, os R$ 22 milhões<br />

desviados não foram recuperados pelo<br />

estado", afirmou Batisti, acrescentando<br />

que o MP-PR tenta recuperar parte dos<br />

valores desviados e obter punição<br />

criminal aos responsáveis. "Segundo<br />

cálculos feitos pela auditoria do Ministério<br />

Público, a não execução das escolas<br />

prejudicou a, aproximadamente, 20 mil<br />

alunos que tiveram que se deslocar<br />

quilômetros para frequentarem outros<br />

estabelecimentos de ensino", comentou o<br />

procurador.<br />

O coordenador do GAECO ressaltou não<br />

ter dúvidas quanto à participação dos<br />

suspeitos e de que o ex-governador Beto<br />

Richa comandava a "organização<br />

criminosa" investigada por corrupção<br />

ativa e passiva, fraude à licitação,<br />

organização criminosa e obstrução de<br />

investigações. "No âmbito da Operação<br />

Quadro Negro não resta dúvidas.<br />

Inclusive porque está tudo expresso na<br />

denúncia apresentada à Justiça."

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