Jornal do Servidor - Praia Grande | Ed. 11 | Abril 2019
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COLUNA “VOZ DO SERVIDOR”<br />
Marlene Alves <strong>do</strong>s Anjos<br />
COORDENADORA DA CASA DE ESTAR<br />
“S<br />
ou responsável por<br />
coordenar uma unidade<br />
de acolhimento que<br />
recebe mora<strong>do</strong>res em<br />
condição de rua e minha<br />
rotina foge <strong>do</strong> comum.<br />
Na Casa de Estar, histórias<br />
extremas são cotidianas.<br />
No dia a dia, meu trabalho<br />
é manter a organização<br />
e o bom andamento da<br />
unidade, tanto com funcionários<br />
como com os<br />
acolhi<strong>do</strong>s. Eu chego ce<strong>do</strong>,<br />
vejo se a noite foi tranquila,<br />
se as pessoas estão bem.<br />
Minha porta está sempre<br />
“Gostaria que as pessoas<br />
tivessem mais<br />
vontade de cuidar<br />
<strong>do</strong> semelhante. Da<br />
minha rotina como<br />
servi<strong>do</strong>ra pública eu<br />
tiro a seguinte lição:<br />
o amor supera tu<strong>do</strong>!”<br />
- Marlene Alves <strong>do</strong>s Anjos,<br />
coordena<strong>do</strong>ra da Casa de Estar<br />
aberta para qualquer<br />
um, converso com to<strong>do</strong>s,<br />
acolhi<strong>do</strong>s e funcionários.<br />
Meu trabalho mostra aos<br />
acolhi<strong>do</strong>s que eles são<br />
pessoas importantes e respeitadas,<br />
tento fazer com<br />
que acreditem que têm a<br />
capacidade de se tornarem<br />
melhores.<br />
Gostaria que as pessoas<br />
tivessem mais vontade<br />
de cuidar <strong>do</strong> semelhante.<br />
Sempre tive essa vontade,<br />
apesar de nunca imaginar<br />
que isso fosse virar uma<br />
profissão. Da minha rotina<br />
como servi<strong>do</strong>ra pública<br />
de <strong>Praia</strong> <strong>Grande</strong> eu tiro<br />
a seguinte lição: o amor<br />
supera tu<strong>do</strong>!<br />
Cuidar <strong>do</strong> próximo tem<br />
rendi<strong>do</strong> realizações pessoais<br />
e profissionais. Uma<br />
das descobertas é a realidade<br />
que muitas pessoas<br />
ignoram. Estou aqui há<br />
quatro anos e nesse perío<strong>do</strong><br />
várias situações me<br />
marcaram, principalmente<br />
a superação de muitos e<br />
a amizade de outros que<br />
deixaram a casa para uma<br />
vida melhor.<br />
O que mais me marca são<br />
os reencontros, quan<strong>do</strong> a<br />
gente consegue contato<br />
da família <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r que<br />
estava na rua e ele consegue<br />
ser reencaminha<strong>do</strong><br />
para o lar da sua família.<br />
Gostaria que o ser humano<br />
tivesse uma visão diferenciada<br />
das pessoas em<br />
situação de rua. Não de<br />
dó, mas de humanidade.<br />
Eles merecem ser olha<strong>do</strong>s<br />
como seres humanos<br />
capazes.<br />
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edição <strong>11</strong> | abril <strong>2019</strong><br />
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