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08 Política Foz do Iguaçu, edição conjugada, 18, 19, 20 e 21 de abril de 2019<br />
Fábio Campana<br />
Queda de braço<br />
O caminhoneiro Dedéco, que é do Paraná, é um homem<br />
simples, direto, que gosta de conversa clara. Foi dessa<br />
forma que ele deu um ultimato ao poderoso chefe da<br />
Casa Civil de Jair Bolsonaro: "se subir o óleo diesel,<br />
ministro, nós vamos parar e ponto final". Dedéco,<br />
Wanderley Alves, é líder dos caminhoneiros e não quis<br />
ser agressivo ou mal-educado. Apenas honesto.<br />
Aqui, no Paraná, o governador Ratinho Jr enfrenta<br />
situação idêntica no trato com os professores da rede de<br />
ensino estadual. A líder do movimento, dirigente da<br />
APP-Sindicato, porta voz dos mestres em luta, Marley<br />
Fernandes, já avisou. Não aceita mais um não. Os<br />
professores e todo o funcionalismo público querem<br />
aumento de, no mínimo, 4,5%. Ou vão à greve, com<br />
todas as suas consequências, inclusive manifestações no<br />
Centro Cívico, daquelas que viram batalha campal.<br />
Caminhoneiros de um lado, Petrobras e o mercado do<br />
outro, com quem ficará o governo? Professores,<br />
policiais, funcionários da saúde e todos os demais a<br />
pressionar Ratinho Jr, o que o governo do Paraná vai<br />
fazer para evitar mais uma batalha do Centro Cívico no<br />
dia 29 de abril?<br />
Ninguém sabe onde vai parar esta temporada dos ultimatos.<br />
Se a moda pega...<br />
Alan García, ex-presidente do Peru, cometeu suicídio<br />
nesta quarta-feira, 17, com um tiro na cabeça quando<br />
policiais chegaram em sua residência, na capital do país,<br />
para prendê-lo por conexões com uma investigação<br />
sobre suborno no caso relacionado à construtora<br />
brasileira Odebrecht. García chegou a ser levado a um<br />
hospital, onde sofreu três paradas cardíacas e passou<br />
por cirurgia, mas morreu após três horas no centro<br />
cirúrgico, segundo fontes médicas.<br />
Na Justiça Eleitoral<br />
Pois, pois, se respeitada a decisão do STF, de que os<br />
crimes comuns conexos ao de caixa 2 devem ser julgados<br />
no âmbito eleitoral, o processo do empresário Jorge<br />
Atherino deve sair da Justiça Criminal de primeira<br />
instância e passar para a Justiça Eleitoral. Afinal, Atherino<br />
cometeu ilícitos apenas relacionados ao caixa dois de<br />
campanhas eleitorais. Foi o pedido feito pela defesa do<br />
empresário ao juiz da 23.ª Vara Criminal de Curitiba.<br />
MPF contra<br />
Mas o Ministério Público não concorda. Um parecer<br />
assinado pelo chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan<br />
Dallagnol, argumenta que Atherino não deve ser<br />
atendido. Diz que o processo esteve sob a tutela da<br />
Justiça Eleitoral, mas esta decidiu que não lhe cabia<br />
julgá-lo. O juiz ainda vai apreciar os dois lados para<br />
decidir - se atenderá o pedido de Atherino ou se<br />
concordará com o parecer do Ministério Público Federal.<br />
Carbonell fora<br />
Como este blog adiantou em primeira mão, no dia 10 de<br />
abril, o general Luiz Felipe Carbonell entrega o quepe a<br />
Ratinho Jr, que há uma semana quebra a cabeça para<br />
encontrar o substituto ideal para o cargo. Não há nome<br />
definido, mas muita especulação na área e muitos<br />
lobbies para emplacar um dos mais de vinte candidatos.<br />
Carbonell vai para Itaipu, zona de conforto, onde já foi<br />
chefe da Assessoria de Informações.<br />
Rossoni na chincha<br />
O ex-deputado federal e ex-deputado estadual Valdir<br />
Rossoni (PSDB) virou réu neste mês em uma ação civil<br />
pública ligada à Operação Quadro Negro. A decisão, do<br />
último dia 9, é assinada pelo juiz Luís Mauro<br />
Lindenmeyer Eche, da 1ª Vara da Fazenda Pública de<br />
União da Vitória. O tucano, de acordo com o Ministério<br />
Público do Estado do Paraná (MP-PR), teria se<br />
beneficiado de dinheiro destinado a obras de escolas em<br />
Bituruna, seu reduto eleitoral. Ele nega. Rossoni<br />
responderá por improbidade administrativa junto com<br />
outras cinco pessoas, incluindo seu filho Rodrigo<br />
Rossoni, ex-prefeito de Bituruna<br />
Tucanos se esforçam<br />
Ainda sujeito a raios, chuvas e trovoadas, o PSDB de<br />
Curitiba elegeu nesta segunda-feira a nova Executiva<br />
Municipal, que será presidida por Edson Lau Filho.<br />
Durante a convenção, realizada na sede do partido, foi<br />
destacada a importância de ampliar o trabalho nas<br />
zonais e estimular a participação dos filiados para a<br />
construção de candidaturas para 2020.<br />
IMPROBIDADE<br />
Ex-vereador Zé Carlos é preso<br />
outra vez por ordem judicial<br />
Ele é acusado de se apropriar de parte do salário de<br />
um ex-assessor na legislatura de 2009 a 2012<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
O ex-vereador e ex-presidente<br />
da Câmara José<br />
Carlos Neves da Silva foi<br />
preso, na tarde de terçafeira<br />
(16), na sede do Sindicato<br />
dos Comerciários<br />
de Foz do Iguaçu. A prisão<br />
se deve à condenação<br />
por improbidade administrativa<br />
praticada durante<br />
a gestão 2009-2012.<br />
Na época, Zé Carlos<br />
foi condenado a três anos<br />
e 15 dias de prisão em regime<br />
aberto pelo juiz da<br />
2ª Vara Criminal. O promotor<br />
de defesa do patrimônio<br />
público, Marcos<br />
Cristiano de Andrade,<br />
afirmou que Zé Carlos<br />
"mantinha em seu gabinete<br />
um assessor fantasma,<br />
que recebia o dinheiro<br />
sem trabalhar e dividia<br />
com o vereador".<br />
Zé Carlos foi preso<br />
pela primeira vez, na mesma<br />
ação, durante a campanha<br />
municipal de 2016.<br />
O então vereador chegou<br />
a ficar pouco mais de um<br />
mês preso, enquanto<br />
mantinha a campanha<br />
pela reeleição. Ele não se<br />
reelegeu.<br />
De acordo com a ação,<br />
o vereador realizou contratação<br />
simulada do assessor,<br />
que teria recebido salário<br />
sem trabalhar, e ainda<br />
repassado mensalmente<br />
parte dos vencimentos a<br />
Zé Carlos. O desvio gira<br />
em torno de R$ 115 mil, em<br />
valores não atualizados.<br />
Zé Carlos voltou para a<br />
cadeia por decisão da<br />
Justiça<br />
Condenação mantida<br />
Quando foi condenado<br />
em primeira instância,<br />
ele recorreu ao Tribunal<br />
de Justiça, que manteve<br />
a decisão do juiz local. A<br />
Jair Santos disse que Zé<br />
Carlos ficava com parte de<br />
seu salário<br />
ação foi ajuizada ainda<br />
em 2015 pela 6ª Promotoria<br />
de Justiça de Foz do<br />
Iguaçu.<br />
O assessor em questão<br />
é Jair José Servo dos<br />
Santos, que permaneceu<br />
no cargo de fevereiro de<br />
2009 a outubro de 2010.<br />
Santos, que também foi<br />
vereador, apoiou Zé Carlos<br />
na eleição de 2007 e<br />
foi agraciado com o cargo.<br />
Mais tarde, os dois<br />
se desentenderam na<br />
hora da partilha, Santos<br />
foi demitido e denunciou<br />
Zé Carlos no Ministério<br />
Público.<br />
O estopim para o desentendimento<br />
foi um<br />
empréstimo feito por Santos<br />
em uma agência bancária<br />
da cidade. O pagamento<br />
das prestações deveria<br />
ser feito com o salário<br />
do assessor fantasma.<br />
Quando foi demitido,<br />
o banco passou a cobrar<br />
as prestações. Santos teria<br />
procurado Zé Carlos,<br />
mas este se negou a pagar.<br />
Tanto Jair Santos<br />
como Zé Carlos foram<br />
condenados às penas<br />
previstas na Lei de Improbidade:<br />
perda da função<br />
pública, suspensão<br />
dos direitos políticos<br />
por oito anos, ressarcimento<br />
integral do dano<br />
causado ao erário, pagamento<br />
de multa civil de<br />
R$ 100 mil e proibição<br />
de contratar com o poder<br />
público ou receber<br />
benefícios ou incentivos<br />
fiscais ou creditícios por<br />
dez anos.