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MODULAÇÃO INTESTINAL<br />
MODULAÇÃO INTESTINAL<br />
62,<br />
Desde os primeiros dias de vida convivemos<br />
com disfunções intestinais, seja por aquele alimento<br />
novo introduzido à dieta ou por alguma intolerância<br />
ou alergia constatadas. Já na fase adulta<br />
encontrar alguém que nunca sofreu pelo menos<br />
uma vez na vida com problemas no intestino é<br />
quase que impossível. Tem gente que reclama<br />
que ele é preso, outros que é solto demais e ainda<br />
pessoas que dizem que o funcionamento depende<br />
do humor. A verdade é que, como médico coloproctologista,<br />
vejo a necessidade de compreender<br />
o aparelho digestivo de uma forma mais especializada,<br />
ou seja, à partir da modulação intestinal.<br />
A ideia é poder minimizar muitas dessas queixas<br />
que se refletem além do espelho e atingem também<br />
a saúde mental do paciente. Quando falo em<br />
modular não significa apenas mudar os hábitos,<br />
mas sim proporcionar um equilíbrio eficiente por<br />
meio de estratégias nutricionais e de suplementação<br />
para atingir um funcionamento regular do<br />
intestino. Mas, como seria isso?<br />
Para entender melhor vamos ao início. Tudo<br />
começa pela boca. Os alimentos que ingerimos<br />
vão definir como será todo o processo digestivo.<br />
Pode ser que leve mais tempo, seja rápido ou até<br />
mesmo bem imprevisível. A escolha do que comer<br />
vai influenciar diretamente no bom funcionamento<br />
da “máquina” corpo humano. Quando<br />
digo “máquina” estou me referindo a um conjunto<br />
de funções que cada órgão desempenha<br />
para gerar vida: esôfago, estômago, intestino<br />
delgado e por aí vai… E, ao focar no intestino,<br />
o combustível para movimentar toda essa estrutura<br />
que inclui a digestão, absorção e excreção,<br />
precisa ser específica para cada pessoa.<br />
Alimentos ricos em carboidratos, proteínas,<br />
vitaminas, gorduras… O que ingerir? Tudo depende<br />
da necessidade que vai além de se saciar,<br />
envolve também o metabolismo humano. E não<br />
é novidade que há um microbioma dentro do<br />
nosso intestino desempenhando um papel crucial<br />
para a nossa sobrevivência.<br />
O termo microbiota intestinal refere-se aos<br />
microrganismos, bactérias, vírus e fungos, que<br />
habitam todo o trato gastrointestinal, e tem como<br />
as funções manter a integridade da mucosa, estimular<br />
a imunidade inata e consequentemente<br />
controlar a sobrevivência de bactérias potencialmente<br />
patogênicas.<br />
Acredita-se que a microbiota contenha trilhões<br />
de microrganismos, com pelo menos 100<br />
espécies diferentes de bactérias conhecidas, acumulando<br />
trilhões de genes, até 150 vezes mais<br />
genes do que nos humanos.