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GAZETA DIARIO 877

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PDS-Foz faz resgate histórico das<br />

Marias de Jesus à Maria da Penha<br />

Temática escolhida busca<br />

fazer do evento um momento<br />

de reflexão acerca da<br />

equidade de gênero<br />

Derliz Moreno/PDS-Foz<br />

Reportagem<br />

Albert Dezetter/Pixabay<br />

Fotografia<br />

JR<br />

Da mesma maneira como em março, o mês<br />

de maio agora também chama a atenção para<br />

as mulheres. Neste contexto, a Pastoral da Diversidade<br />

Sexual do Iguaçu (PDS-Foz), um serviço<br />

social da Paróquia Anglicana Santo Agostinho<br />

de Cantuária, promoverá um diálogo<br />

aberto sobre o tema Cristianismo e Feminismo:<br />

Das Marias de Jesus à Maria da Penha. Marcado<br />

para este sábado (25), o primeiro encontro do<br />

ano vai começar a partir das 20h, e terá como<br />

convidada a reverenda Selma Almeida Rosa,<br />

que é membro da Rede Municipal de Enfrentamento<br />

à Violência Doméstica e Sexual contra a<br />

Mulher, da Prefeitura de Londrina.<br />

O evento se propõe a ser um momento de<br />

reflexão acerca dos esforços empregados para<br />

a conquista da equidade de gêneros na sociedade.<br />

Finalizado o diálogo, haverá uma confraternização<br />

com a contribuição dos participantes,<br />

os quais podem levar um prato doce ou salgado,<br />

destinado à mesa solidária.<br />

Para abrir a ocasião, a reverenda Selma,<br />

que é mestre em Educação e graduada em Letras<br />

e em Teologia, vai proferir uma palestra<br />

relacionada à temática da vez como ponto de<br />

partida. As Marias que acompanharam Jesus<br />

Cristo, de acordo com o reverendo Elias Mayer<br />

Vergara, percorreram "um caminho de profunda<br />

libertação do machismo e do patriarcalismo<br />

de seu tempo, e, até chegar à recente história<br />

do movimento de libertação promovida por<br />

Maria da Penha, há muito a ser relatado. Bastante<br />

sofrimento e morte, mas também muitas<br />

vitórias e muitos avanços civilizatórios".<br />

Este mês, segundo Édina Mayer Vergara,<br />

professora visitante da Universidade Federal<br />

da Integração Latino-Americana (UNILA), carrega<br />

um forte apelo de ressignificação das mulheres<br />

na atual conjuntura. "Saímos do tempo<br />

em que maio era apenas lembrado pelas noivas<br />

para celebrar o casamento ou pelos filhos, que,<br />

somente no segundo domingo do mês, presenteavam suas<br />

mães com o firme propósito de recompensá-las por todo<br />

seu trabalho, carinho, cuidado e amor. Lembramos de<br />

sua luta histórica e de suas demandas contemporâneas.<br />

O mês ainda é cor de rosa, porém, cada vez mais, as demandas<br />

celebrativas, contestatórias e memoriais são<br />

multicolores," observa Édina.<br />

Jesus Cristo, conforme relembra o reverendo Elias,<br />

se insurge contra a igreja institucional que "marginalizava<br />

o sexo feminino desde a época de Eva, quando a<br />

mulher foi colocada à margem da história e culpabilizada<br />

pela origem do pecado. No processo da salvação,<br />

Jesus entra na história pelo ventre de uma mulher que<br />

ainda não era casada. Uma gravidez marginal. E assim<br />

segue o caminho dele, sempre contemplando várias<br />

mulheres que a cultura religiosa desprezava e criminalizava.<br />

Apóstolas, discípulas, companheiras até o escárnio<br />

da cruz e mulheres testemunhas da ressurreição<br />

de Cristo".<br />

Como ressalta a professora Édina, a igreja institucionalizada<br />

nas tradições católicas e protestantes<br />

não seguiram o ensinamento de Jesus a<br />

respeito da equidade de gênero, marginalizaram<br />

e culpabilizaram as mulheres, e afastaram-nas<br />

dos cargos de soberania. No entanto,<br />

"foi possível perceber, nas últimas décadas, diálogos<br />

de evangélicos e de algumas correntes<br />

do protestantismo histórico com o movimento<br />

feminista. Houve uma série de mudanças<br />

na conduta dessas instituições, que colocaram<br />

as mulheres em todos os espaços de serviço e<br />

de governança. Surgiram, então, pastoras, reverendas,<br />

bispas, doutoras em Teologia e mulheres<br />

no cargo de presidente nas igrejas".<br />

A Paróquia Anglicana Santo Agostinho de<br />

Cantuária está localizada na Rua Maurício<br />

Resende Rodrigues, nº 143, no bairro Jardim<br />

Polo Centro, próximo à RPCTV. Informações<br />

pelo telefone (45) 99820-8181 (reverendo Elias<br />

Mayer Vergara).

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