GAZETA DIARIO 883
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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 29 de maio de 2019<br />
Estadual<br />
15<br />
R$ 125 MILHÕES<br />
Polícia Civil desarticula organização<br />
criminosa que fraudava frota estadual<br />
Fraude atingia um contrato de manutenção de 17 mil veículos de 52 órgãos do estado<br />
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Polícia Civil desarticulou uma organização criminosa responsável por fraudar um<br />
contrato de manutenção de 17 mil veículos do estado<br />
ANPr<br />
Reportagem<br />
A Divisão de Combate<br />
à Corrupção, da Polícia<br />
Civil do Paraná, desarticulou<br />
nesta terça-feira (28)<br />
uma organização criminosa<br />
responsável por fraudar<br />
um contrato de manutenção<br />
de 17 mil veículos de<br />
52 órgãos do Estado. A<br />
operação Peça Chave cumpriu<br />
14 mandados de prisão<br />
temporária (com prazo<br />
de cinco dias), 29 de<br />
busca e apreensão, além de<br />
ter solicitado o bloqueio de<br />
R$ 125 milhões, montante<br />
que corresponde aos desvios<br />
já identificados. Todos<br />
os pedidos foram acatados<br />
pela 8ª Vara Criminal de<br />
Curitiba.<br />
A Polícia Civil suspeita<br />
que as atividades criminosas<br />
envolviam os<br />
proprietários da empresa<br />
e um grupo estruturado<br />
de dezenas de pessoas,<br />
em diversos setores, mas<br />
principalmente no orçamentário.<br />
As fraudes começaram<br />
em 2015, quando<br />
a JMK foi contratada<br />
pelo Governo após vencer<br />
um pregão presencial<br />
com a obrigação de promover<br />
serviços de manutenção<br />
preventiva e corretiva<br />
da frota de veículos<br />
do Estado.<br />
Segundo o delegado<br />
Alan Flore, chefe da Divisão<br />
de Combate à Corrupção<br />
e responsável pela<br />
investigação, as diligências<br />
envolveram os cinco<br />
núcleos estaduais na capital<br />
e no interior, além<br />
de trabalho meticuloso<br />
para identificar o modus<br />
operandi da empresa. "Temos<br />
agora um conjunto<br />
probatório formado. Verificamos<br />
milhares de ordens<br />
de serviço e levantamos<br />
todas as fraudes<br />
que estavam sendo perpetradas<br />
de forma permanente<br />
e institucionalizada",<br />
comentou.<br />
Crimes<br />
Segundo as investigações,<br />
a organização criminosa<br />
teria praticado os<br />
crimes de fraude à licitação,<br />
falsidade ideológica,<br />
falsificação de documento<br />
particular, inserção de<br />
dados falsos no sistema,<br />
fraude na execução do<br />
contrato e lavagem de dinheiro.<br />
A JMK atuava<br />
sobre a confecção de dois<br />
orçamentos falsos, adulteração<br />
fraudulenta, inserção<br />
de dados inexistentes<br />
no sistema de controle,<br />
direcionamento<br />
para oficinas da rede credenciada,<br />
instalação de<br />
peças alternativas e faturamento<br />
de peças genuínas,<br />
ocultação e dissimulação<br />
de patrimônio, além<br />
de cobrança por serviços<br />
não prestados.<br />
"Era público e notório<br />
dentro das instituições<br />
policiais e outros órgãos<br />
públicos a precaridade do<br />
serviço que era dispensado<br />
pela empresa. Então<br />
sabíamos que o sobrepreço<br />
era algo gritante, que<br />
precisava ser identificado.<br />
Com a investigação levada<br />
a fundo identificamos<br />
inúmeras práticas fraudulentas,<br />
evidenciando<br />
que o Estado vinha sofrendo<br />
um duro golpe no<br />
erário", destacou Alan<br />
Flore.<br />
O delegado Guilherme<br />
Luiz Dias, que trabalha<br />
na Divisão de Combate<br />
à Corrupção na capital,<br />
disse que a análise<br />
de todos os processos da<br />
empresa foi feita de maneira<br />
individual, o que<br />
possibilitou a identificação<br />
de um padrão. "Conseguimos<br />
constatar que<br />
dezenas de ordens foram<br />
fraudadas de alguma forma.<br />
Verificamos um padrão.<br />
E numa outra linha<br />
de investigação analisamos<br />
a perícia dos veículos<br />
que passaram por<br />
manutenção. Em todos<br />
foram encontradas peças<br />
que não foram lançadas<br />
pela JMK. Ou seja, peças<br />
de valor e qualidade muito<br />
inferiores, ao passo<br />
que a JMK cobrou do Estado<br />
peças originais e genuínas",<br />
afirmou.<br />
Modus<br />
A JMK atuava sobretudo<br />
na falsificação de orçamentos.<br />
O contrato<br />
com o Governo prevê uma<br />
única forma de limitar o<br />
superfaturamento: a<br />
existência de três orçamentos.<br />
Dessa maneira,<br />
havia um entendimento<br />
de competição entre oficinas<br />
e consequentemente<br />
o orçamento mais barato<br />
se sagraria vencedor.<br />
Solução<br />
O Governo do Estado<br />
prepara uma concorrência<br />
pública para escolha de<br />
uma nova empresa para<br />
prestar serviços de manutenção<br />
da frota oficial.