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Revista digital hortifruti maio 2019

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RESISTÊNCIA<br />

tornando o tecido necrótico e seco. A<br />

doença também pode atacar toda a parte<br />

aérea do tomateiro.<br />

A mancha-de-estenfílio do tomateiro<br />

é causada pelos fungos Stemphylium<br />

solani e S. lycopersici, sendo o<br />

primeiro predominante nas lavouras.<br />

As lesões são observadas nas folhas, inicialmente<br />

com pequenas pintas encharcadas<br />

de cor marrom a preta que rapidamente<br />

evoluem para lesões necróticas<br />

de cor cinza escura e contornos circulares<br />

ou irregulares, ligeiramente deprimidas<br />

e circundadas por halo clorótico.<br />

Já a alternariose ou pinta-preta do<br />

tomateiro (causada por Alternaria solani)<br />

ataca toda a parte aérea da planta,<br />

sendo os sintomas mais visíveis nas<br />

folhas mais velhas, apresentando pintas<br />

pequenas, acastanhadas ou negras, rodeadas<br />

por halo amarelo.<br />

A alternariose também pode causar<br />

incidência de abortamentos florais e,<br />

por consequência, redução da produção.<br />

Dentre as principais viroses que atacam<br />

a cultura do tomateiro, destacam-se,<br />

principalmente, as causadas por vírus dos<br />

gêneros Tospovirus e Begomovirus (também<br />

conhecido como Geminivirus).<br />

Nos Tospovirus, incluem-se espécies<br />

causadoras da doença chamada<br />

“vira cabeça do tomateiro” como, por<br />

exemplo, a espécie Tomato spotted wilt<br />

virus (TSWV). Os sintomas causados<br />

pela doença incluem a redução do limbo<br />

foliar, curvamento e necrose do ápice,<br />

bronzeamento ou arroxeamento das<br />

folhas e manchas e anéis nos frutos.<br />

Outras manifestações viróticas no<br />

tomateiro também incluem mosaico,<br />

clorose, enrolamento foliar e rugosidade,<br />

o que, evidentemente, afeta a produção<br />

dos frutos.<br />

A pinta bacteriana do tomateiro<br />

(Pseudomonas syringae pv. tomato) é<br />

favorecida por temperaturas amenas e<br />

alta umidade, causando nas folhas lesões<br />

necróticas, circulares ou irregulares,<br />

de coloração pardo escura a preta<br />

no lado inferior dos folíolos, podendo<br />

apresentar um halo amarelado. As lesões<br />

podem evoluir para o secamento<br />

da folha.<br />

Na mancha bacteriana, causada pelo<br />

complexo Xanthomonas spp., ocorrem<br />

manchas encharcadas que evoluem para<br />

necrose, e pode ocasionar necrose total<br />

da folhagem, além de lesões nos frutos.<br />

O tomate italiano<br />

tem correspondido a<br />

mais de 20% do total<br />

destinado à mesa<br />

Genética contra doenças foliares<br />

O controle de doenças foliares no<br />

tomateiro pode ser um grande e oneroso<br />

desafio ao produtor, principalmente<br />

em épocas favoráveis à ocorrência dessas<br />

doenças. Relatos de perdas são frequentes<br />

nas principais regiões produtivas,<br />

caso não seja adotada uma medida<br />

eficaz de controle.<br />

No geral, o manejo é feito com o<br />

uso de produtos químicos para controle<br />

dos agentes ou dos vetores (para o caso<br />

das viroses) e com manejo cultural, o<br />

que nem sempre é satisfatório.<br />

Nesse contexto, o uso de cultivares<br />

resistentes para o manejo de doenças<br />

foliares representa a estratégia mais<br />

interessante a ser utilizada, por reduzir<br />

os custos com a aplicação de defensivos<br />

e, por consequência, a quan-<br />

Tendência<br />

<strong>maio</strong> <strong>2019</strong><br />

Foto Luize Hess<br />

O controle das doenças foliares com o uso de cultivares<br />

resistentes, aliado a práticas preventivas e de manejo<br />

integrado, deve ser incentivado em função dos benefícios<br />

proporcionados, uma vez que o valor gasto com defensivos<br />

representa uma alta porcentagem em relação do custo<br />

total de produção, perdendo apenas para o gasto com<br />

mão de obra.<br />

Segundo o CEPEA, a porcentagem gasta com defensivo<br />

em relação ao total gasto para produção de tomate de<br />

mesa, em três cidades produtoras de tomate, foi de 14%<br />

em Mogi-Guaçu (SP) na safra de inverno 2016; 10% em<br />

Caçador (SC), na safra de verão 2016/17, e 16% em Araguari<br />

(MG) na safra de inverno 2015.<br />

O valor gasto com este tipo de insumo é <strong>maio</strong>r do<br />

que o gasto com sementes, 3,5% (Mogi-Guaçu); 3,7%<br />

(Caçador) e 4,8% (Araguari), indicando uma área a ser<br />

explorada e fomentada.<br />

Lembrando que o uso de cultivares resistentes deve<br />

estar atrelado à obtenção de mudas de qualidade, rotação<br />

de culturas com outras espécies, controle de insetos vetores,<br />

como tripes e pulgões, que podem transmitir vírus,<br />

redução do molhamento foliar (priorizando irrigação por<br />

gotejamento), destruição dos restos culturais, manejo adequado<br />

da irrigação e adubação, entre outros.<br />

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