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REVISTA AUTOMOTIVO - EDIÇÃO 143 - AGOSTO DE 2019

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ARTIGOMichel Levy<br />

Micromobilidade e<br />

carro voador<br />

Você<br />

embarcaria?<br />

Michel Levy<br />

É do conselho de Administração da Omnilink,<br />

empresa que oferece integração de soluções para<br />

segurança e prevenção de risco, gestão de frotas,<br />

monitoramento de veículos e telemetria.Perguntas<br />

relativas ao assunto podem ser encaminhadas ao<br />

e-mail: consultores@revistaautomotivo.com.br<br />

Um carro elétrico para três passageiros do<br />

tamanho de um SUV grande que pode ser<br />

dirigido nas ruas e voar de forma autônoma<br />

por cima dos congestionamentos. Isso<br />

mesmo. Um carro voador. Há 1 mês a<br />

startup NFT apresentou o protótipo do<br />

Aska e divulgou planos de iniciar testes<br />

de voo já no primeiro trimestre de 2020 e<br />

a comercialização a partir de 2025. Para voar, o usuário<br />

poderá dirigir o carro até uma área aberta, abrir as asas e<br />

decolar verticalmente para uma viagem de até 150 milhas<br />

sem piloto, sob o comando da Inteligência Artificial. O<br />

carro irá aterrissar em outra área aberta e o motorista<br />

assume novamente o volante até o destino final.<br />

A Deloitte estima que o mercado americano para aviões<br />

elétricos para decolagem e aterrisagem vertical (EVTOL) será de<br />

US$ 6,8 bilhões em 2035 e poderá chegar a US$ 17,7 bilhões<br />

em 2040 com a queda dos custos da tecnologia e uma maior<br />

aceitação dos usuários. Uber, Airbus e Boeing se apressam<br />

para garantir espaço no mercado de veículos voadores para<br />

táxi aéreo nas cidades, mas construir um carro voador confiável<br />

não vem sendo uma tarefa fácil e há ainda a necessidade de<br />

regulamentações que não comprometam a segurança do trafego<br />

aéreo. Um acidente ocasionado pela pressa de lançar o produto<br />

pode colocar em risco o sucesso dessa indústria. Mas, assim<br />

como já está acontecendo com os drones, em um futuro não<br />

muito distante deveremos ver carros voando por aí.<br />

Tem coragem? Se considerarmos a rápida adesão dos<br />

usuários a novos meios de transporte é provável que muita gente<br />

embarcaria no carro voador da NFT. Especialmente numa cidade<br />

como São Paulo onde a circulação de helicópteros faz parte da<br />

rotina. Com a saturação da frota de automóveis particulares que<br />

contribuem para poluição e geram altos custos públicos com<br />

acidentes nas grandes cidades, é crescente o desejo por veículos<br />

alternativos mais rápidos, econômicos e sustentáveis. Como<br />

consequência, estamos assistindo a um ‘boom’ em grandes<br />

cidades mundo afora de novos serviços de micromobilidade, um<br />

mercado que deverá movimentar entre US$ 200 bilhões e US$<br />

300 bilhões até 2030, de acordo com a CB Insights. Segundo<br />

a Frost & Sullivan, até 2020 devem surgir 150 novos veículos.<br />

O novo mercado já está atraindo o interesse até mesmo das<br />

grandes montadoras. No final do ano passado, a Ford divulgou<br />

a compra por US$ 100 milhões da Spin, empresa de aluguel de<br />

patinetes elétricos fundada em San Francisco há dois anos. A<br />

micromobilidade é definida como pequenos modos de transporte<br />

com peso inferior a 500Kg, propulsionados por humanos ou<br />

motores elétricos, com velocidade abaixo de 50 km/hora e que<br />

servem as chamadas “primeira e última milha”, realizando a<br />

interconexão com o transporte público de massa. O termo foi<br />

pronunciado pela primeira vez por Horace Dediu, em setembro<br />

de 2017, no Tech Festival, realizado em Copenhagen.<br />

O mercado em São Paulo, por exemplo, é muito<br />

promissor, já que 53% dos 40 milhões de deslocamentos<br />

na cidade podem ser realizados com patinetes e bicicletas,<br />

segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento<br />

(Cebrap). Já um estudo realizado pela consultoria norteamericana<br />

McKinsey revela que 60% dos deslocamentos<br />

em todo o mundo são realizados em distâncias menores do<br />

que oito quilômetros.<br />

Em São Paulo, 80% do espaço das ruas é destinado aos<br />

automóveis, o que acaba por gerar conflitos entre ciclistas e<br />

motoristas. O estudo do Cebrap avaliou possíveis impactos<br />

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