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Separata Sector Financeiro 2019

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quadro regulatório, ambiente de negócios e boa<br />

governação, que são fundamentais para o bom<br />

desempenho do sector privado local e para atrair<br />

investimento directo estrangeiro.<br />

Temos consciência que os PALOP possuem<br />

fortes laços históricos, culturais e de língua,<br />

apesar da distância que os separa e da ausência<br />

de fronteiras físicas comuns. Em termos<br />

económicos, os países são muito diferentes,<br />

mas todos têm o mesmo desafio: o desenvolvimento<br />

sustentável e inclusivo do sector privado.<br />

Por isso, criámos no final de 2018, em parceria<br />

com Portugal, o Compacto Lusófono para o<br />

financiamento do desenvolvimento nos PALOP,<br />

nomeadamente de investimentos estruturantes.<br />

Por exemplo, o nosso Conselho aprovou no<br />

segundo semestre de <strong>2019</strong> uma transacção<br />

importante de 30 milhões de dólares para o<br />

Banco BCI, que por sua vez deve usar os fundos<br />

para financiar pequenas e médias empresas<br />

nos sectores da indústria e da agricultura.<br />

A nossa expectativa é que a alavanca dos<br />

instrumentos do BAD e de Portugal possa<br />

acelerar o crescimento do sector privado<br />

nos PALOP. Para este ano de <strong>2019</strong>, Portugal<br />

disponibiliza 400 milhões de euros<br />

em garantias para financiamento do BAD<br />

em projectos do sector privado e PPP nos<br />

PALOP que envolvam empresas portuguesas,<br />

o que pode alavancar em até sete<br />

vezes o valor financiado pelo BAD. Estamos<br />

também a trabalhar juntos para identificar<br />

ferramentas adicionais de financiamento,<br />

de mitigação de riscos e de assistência<br />

técnica de modo a serem utilizadas no<br />

âmbito do Compacto Lusófono.<br />

No que diz respeito a Moçambique, tenho plena<br />

confiança que o país vai ser directamente<br />

beneficiado pelo Compacto. Adicionalmente,<br />

para além dos projectos de investimento, estamos<br />

a analisar como apoiar o desenvolvimento<br />

de projectos, um desafio fundamental para os<br />

promotores nacionais, cujos projectos muitas<br />

vezes não são “bancáveis”.<br />

Ainda em termos do apoio ao sector privado,<br />

qual tem sido o tipo de actuação do BAD<br />

em Moçambique, nomeadamente em<br />

conjugação com as entidades do país?<br />

Como vice-presidente do BAD e como moçambicano,<br />

sei que os próximos dez anos serão<br />

decisivos para o futuro do país a longo prazo.<br />

Com a exploração das grandes reservas de<br />

gás natural abre-se uma janela para Moçambique.<br />

É nossa responsabilidade colectiva<br />

assegurar que o grande fluxo de dinheiro que<br />

deve vir dos nossos recursos naturais seja<br />

aproveitado da melhor forma possível, tanto<br />

para esta geração de moçambicanos, como<br />

também para os jovens e mesmo para os que<br />

nascerem nos próximos dez ou vinte anos.<br />

Nós todos conhecemos muitos casos – em<br />

África e no mundo – de países que desperdiçaram<br />

esta oportunidade, onde o petróleo ou<br />

os minérios causaram instabilidade política<br />

e económica, deixando também no meio<br />

ambiente um legado terrível. E não podemos<br />

permitir que isso aconteça em Moçambique.<br />

Tendo isso em conta, em 2018, o Conselho de<br />

Administração do Banco aprovou a nova estratégia<br />

do BAD em Moçambique, que vai de 2018<br />

a 2022. Esta estratégia foi desenvolvida com<br />

a participação do Governo moçambicano, do<br />

sector privado e da sociedade civil. Ela está alinhada<br />

com o plano nacional de desenvolvimento<br />

a longo prazo do país, a chamada Estratégia<br />

Nacional de Desenvolvimento 2015-2035.<br />

O nosso foco é direccionado para dois principais<br />

objectivos claros: o primeiro é o desenvolvimento<br />

da infraestrutura do país, permitindo<br />

um crescimento transformativo e<br />

inclusivo e a criação de emprego, mas em<br />

particular ligando os produtores agrícolas aos<br />

mercados e apoiando os investimentos no<br />

Estamos<br />

também a<br />

trabalhar juntos<br />

para identificar<br />

ferramentas<br />

adicionais de<br />

financiamento, de<br />

mitigação de riscos<br />

e de assistência<br />

técnica de modo<br />

a serem utilizadas<br />

no âmbito do<br />

Compacto Lusófono.<br />

<strong>Separata</strong> <strong>Sector</strong> <strong>Financeiro</strong> | 9

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