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CIDADE HOJE 25 JULHO 2019 CONCELHO PAG 05<br />
PONTO DE ORDEM<br />
IRRITAÇÕES<br />
Jorge Paulo Oliveira<br />
(Deputado do PSD na AR)<br />
REPETIÇÃO. Dois dias de<br />
intenso calor foram suficientes.<br />
O Estado parece estar<br />
novamente a falhar no combate<br />
aos incêndios, na assistência<br />
às populações, no<br />
apoio aos bombeiros. As lições<br />
dos fogos de 2017 não<br />
foram aprendidas, desabafam<br />
os bombeiros envolvidos<br />
no combate às chamas. Voltamos<br />
a assistir à propaganda<br />
dos números, à falta de<br />
meios no local, à fuga de responsabilidades…<br />
Só o Presidente<br />
da República, desta<br />
vez, não foi aos postos de comando<br />
das operações e os<br />
balanços ficam para mais<br />
tarde.<br />
PROGRAMAS. Não devia<br />
ser assim, mas é. Os programas<br />
eleitorais não ajudam<br />
muito a conquistar votos, porque<br />
são muito pouco valorizados<br />
pelos eleitores e, convenhamos,<br />
nem sempre são<br />
lá muito bem tratados pelos<br />
partidos políticos. Apresentar<br />
o impacto financeiro de cada<br />
uma das medidas prometidas<br />
seria um bom começo. Não<br />
é possível discutir seriamente<br />
os programas eleitorais sem<br />
se explicarem os números,<br />
sem se demonstrarem que<br />
as promessas são orçamentalmente<br />
suportáveis, sem se<br />
dizer quanto custam e de onde<br />
vem o dinheiro para as<br />
materializarmos. Andou bem<br />
o PSD ao dar a conhecer<br />
atempadamente o seu programa<br />
económico e as medidas<br />
de política fiscal que quer<br />
ver implementadas num futuro<br />
programa de governo.<br />
IRRITAÇÃO. António Costa<br />
desvalorizou as críticas do relatório<br />
do Tribunal de Contas<br />
sobre os défices de transparência<br />
e imprecisão na<br />
utilização do “Fundo Revita”<br />
após os incêndios em Pedrógão.<br />
Dentro da anormalidade<br />
é normal que o tenha feito.<br />
Os governos socialistas contestam<br />
sempre as auditorias,<br />
relatórios ou avaliações críticas<br />
à sua ação governativa.<br />
Irritam-se e não conseguem<br />
disfarçar essa sua irritação,<br />
chama-se essa entidade Tribunal<br />
de Contas, Conselho<br />
de Finanças Públicas, Banco<br />
de Portugal ou qualquer<br />
outra.<br />
FILOSOFIA. É verdade que<br />
o PS defende nas palavras<br />
as entidades administrativas<br />
especializadas e independentes<br />
dos interesses dos regulados,<br />
dos grupos de poderosos,<br />
dos interesses político-partidários<br />
ou da maioria<br />
e do governo conjunturais,<br />
mas na prática, na governação<br />
do Estado, o PS convive<br />
mal com essa independência<br />
e convive bem com os privilégios<br />
que alimenta, com a gestão<br />
da proximidade ao poder<br />
que cultiva e com a fragilização<br />
das instituições independentes<br />
que prossegue.<br />
É esta a sua filosofia.<br />
FAMALICÃO<br />
ACOLHE PRIMEIRO<br />
FESTIVAL<br />
INTERNACIONAL<br />
DE FOLCLORE<br />
ALZIRA OLIVEIRA<br />
De 2 a 4 de agosto, Famalicão<br />
vai acolher a primeira<br />
edição do Famafolk<br />
– Festival Internacional de<br />
Folclore de Famalicão. A<br />
organização pertence ao<br />
Grupo Etnográfico Rusga de<br />
Joane, com apoio do município<br />
de Famalicão, Junta<br />
de Freguesia de Joane,<br />
União das Freguesias de<br />
Arnoso Santa Maria, Santa<br />
Eulália e Sezures, com o<br />
Círculo de Cultura Famalicense<br />
(Cidade Hoje).<br />
Estão convidados sete nacionais<br />
e quatro estrangeiros,<br />
o que faz um total<br />
de 500 artistas.<br />
Os grupos além fronteiras<br />
vêm da Grécia, Itália, Sérvia<br />
e Espanha. Há um do<br />
Brasil, (Rio de Janeiro),<br />
mas não é considerado estrangeiro<br />
porque é composto<br />
por elementos lusodescendentes<br />
e representa<br />
o folclore do Alto Minho<br />
(Portugal).<br />
Os grupos portugueses<br />
são: Grupo Folclórico de<br />
Nine, Rancho Etnográfico<br />
de Ribeirão, Grupo Folclórico<br />
das Terras da Feira<br />
(Santa Maria da Feira),<br />
Grupo Folclórico e Recreativo<br />
de Tabuadelo (Guimarães)<br />
e o Grupo Etnográfico<br />
Renascer de Areosa<br />
(Viana do Castelo).<br />
O festival vai desenrolar-se<br />
em Arnoso Santa Maria,<br />
Parque da Ribeira em Joane<br />
e Paços do Concelho (edifício<br />
da Câmara Municipal).<br />
A cerimónia de abertura, no<br />
dia 2, é às 15h30, na Câmara<br />
Municipal de Famalicão;<br />
pelas 21h30, no Largo<br />
da Igreja de Arnoso Santa<br />
Maria, começam as<br />
atuações dos grupos da<br />
Grécia, Itália, Sérvia, Espanha<br />
(Tenerife), a Rusga<br />
de Joane e o Grupo Folclórico<br />
de Nine.<br />
No sábado, dia 3, às 21h30,<br />
no Parque da Ribeira, em<br />
Joane, sobem ao palco o<br />
Grupo Etnográfico Rusga de<br />
Joane, os grupos da Grécia<br />
e Itália, o Grupo Folclórico<br />
das Terras da Feira, seguindo-se<br />
os grupos da Sérvia<br />
e Espanha e ainda o Grupo<br />
Etnográfico “Renascer” de<br />
Areosa (Viana do Castelo).<br />
Domingo, dia 4, às 21h30,<br />
junto à Câmara, o festival<br />
abre com o Rancho Etnográfico<br />
de Ribeirão, seguindo-se<br />
todos os grupos<br />
convidados e a terminar o<br />
Grupo Etnográfico Rusga de<br />
Joane.<br />
A organização escolheu<br />
estes grupos estrangeiros<br />
mediante a colaboração do<br />
Comité Internacional de<br />
Organização dos Festivais<br />
de Folclore, entidade internacional<br />
reconhecida pela<br />
Unesco, ao qual o Grupo<br />
Etnográfico Rusga de Joane<br />
está associado.<br />
O intercâmbio cultural é um<br />
dos objetivos deste festival,<br />
mas registe-se também a<br />
troca de experiências no<br />
âmbito do folclore e a internacionalização<br />
dos grupos<br />
famalicenses e do próprio<br />
concelho de Famalicão.<br />
«Queremos promover, evidenciar,<br />
partilhar e dar<br />
oportunidade aos famalicenses<br />
de terem contato<br />
com outras culturas», revelou<br />
Ricardo Carneiro,<br />
diretor artístico da Rusga de<br />
Joane.<br />
Ricardo Carneiro evidencia<br />
que um festival, com estas<br />
caraterísticas, nunca se<br />
realizou em Famalicão, mas<br />
já acontece noutros concelhos.<br />
«Esta foi uma oportunidade<br />
para trazermos o<br />
festival para Famalicão»,<br />
acrescenta. Admite que é<br />
uma experiência para repetir,<br />
com caráter anual, e<br />
com intenção de acrescentar<br />
mais grupos.<br />
O diretor artístico da Rusga<br />
de Joane argumenta que<br />
esta é a primeira edição, o<br />
que obriga a um investimento<br />
avultado, nomeadamente<br />
nas condições logísticas<br />
para receber quase<br />
500 convidados que vão<br />
estar em Famalicão durante<br />
oito dias. Até ao momento<br />
já gastaram 14 mil euros.<br />
Segundo o vereador da Cultura,<br />
Leonel Rocha, o município<br />
associa-se a este<br />
evento porque «queremos<br />
capacitar os nossos grupos<br />
folclóricos, proporcionandolhes<br />
experiências de intercâmbio<br />
e conhecimento de<br />
outras realidades; queremos<br />
que o folclore não se<br />
confine apenas à apresentação<br />
de espectáculos<br />
de dança e de etnografia e<br />
possa ter outras dimensões<br />
como por exemplo as oficinas<br />
que vão acontecer».<br />
No dia 2, na Praça D. Maria<br />
II, vai ter lugar um workshop<br />
sobre danças do mundo.<br />
O autarca realça ainda o<br />
facto deste festival possibilitar<br />
a internacionalização<br />
da cultura famalicense,<br />
à semelhança do<br />
que é feito ao nível da economia,<br />
por exemplo. E,<br />
ainda, a descentralização<br />
dos espetáculos por outras<br />
freguesias (nomeadamente<br />
Arnoso e Joane), dentro do<br />
programa municipal “Há<br />
Cultura”, que pretende dinamizar<br />
culturalmente o<br />
concelho. Na próxima edição<br />
do Famafolk, outras<br />
freguesias podem receber<br />
este festival.