O PEDREIRO DA FINLÂNDIA “Todas as noites a donzela ouvia um uivo que a encantava e todas as noites estranhava. Até que houve um dia que ela, muito curiosa, decidiu ir procurar a origem do uivo. Estava cada vez mais próxima do som, até que avista uma sombra. Parecia um lobo, mas com a sua aproximação, a sombra desaparece. Desesperada corre em frente, numa direção ditada pelo coração. Mais à frente, encontrou um homem de costas. Ela começa baixinho a proferir palavras de conforto para não o assustar. Quando ele se virou, deparou-se com um lobisomem. Apavorada, foge sem rumo nem direção. Nunca mais se viu a donzela ou o lobisomem, mas em certas noites de lua cheia ouvem-se uivos e estranhas risadas nas florestas densas da região.” Após uma longa noite de descanso, eis que o pedreiro retoma o seu caminho. De repente, avista uma placa onde está escrito: “Polónia”. Seus pensamentos foram de agradecimento a Deus. Continuou caminho, desconhecendo o rumo do seu destino - Sosnowiec. Pouco depois, avista uma pequena loja, no meio do nada. Estava salvo. Faltavam 24km, não havia como aguentar, mas o senhor, proprietário daquele pequeno estabelecimento, oferecera-se para o levar na sua velha, mas resistente, furgoneta. Quando chegaram, o pedreiro, a quem já não restava uma só moeda, agradeceu àquele bondoso senhor a boleia, prometendo que, um dia, o visitaria e lhe pagaria pelo gesto. Decorridos alguns meses, tendo ganho algum dinheiro que lhe possibilitaria abrir um pequeno negócio no seu país, o pedreiro, saudoso da sua família e da terra natal, decide partir. Porém, o patrão, satisfeito com o seu trabalho, para evitar a sua partida, fez-lhe uma proposta. Com melhores condições de trabalho e uma remuneração superior, a família do pedreiro poderia juntar-se a si, no entanto, teria de deixar para trás a sua terra natal. A decisão era difícil, mas era a solução para muitos dos seus problemas.
O PEDREIRO DA FINLÂNDIA Mais tarde, com a família instalada, o pedreiro voltou à loja, a 24km, onde pretendia encontrar e recompensar o nobre senhor que o havia ajudado. Para espanto dele, o estabelecimento encontrava-se fechado e nem sinal do seu proprietário. Regressou a casa e só mais tarde, perante a sua insistência, é que pôde saber que aquele bom samaritano havia falecido. A partir de então, este bom senhor fez parte das orações diárias do pedreiro, como reconhecimento da sua boa ação.