25.09.2019 Views

Contato VIP - Setembro de 2019 - Carazinho

Edição da Revista Contato VIP do mês de Setembro de 2019, com a capa de circulação da cidade de Carazinho/RS

Edição da Revista Contato VIP do mês de Setembro de 2019, com a capa de circulação da cidade de Carazinho/RS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“O stand up<br />

é uma arte na<br />

qual investimos<br />

muita energia,<br />

tempo e amor!”<br />

- Marina<br />

Apresentação no aniversário <strong>de</strong> um ano da Lí<strong>de</strong>ra PF<br />

Fundo, participou do Riso <strong>de</strong> Verão, <strong>de</strong><br />

Márcio Meneghel, conheceu os rapazes<br />

que se apresentavam no Porão Bar e foi<br />

inserida no Da Comédia Clube, em que<br />

ficou até o mês <strong>de</strong> julho. Ela também<br />

teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrir o show<br />

do Afonso Padilha na região, fez uma<br />

participação no show do Nando Viana<br />

e recentemente abriu o show do Renato<br />

Albani. “Foram experiências enormes<br />

para mim! Fui crescendo e me conhecendo<br />

como humorista”, conta.<br />

Assim como Thai, Marina Belke também<br />

se apaixonou pelo stand up. Ela tem<br />

25 anos e está há 6 no Brasil, vinda da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Colônia, na Alemanha, como<br />

voluntária da Leão XIII. Marina trabalha<br />

há um tempo no Porão Bar, on<strong>de</strong> teve<br />

contato com as primeiras apresentações<br />

<strong>de</strong> stand up e com o grupo Da Comédia<br />

Clube. Thai já participava das apresentações<br />

e então elas começaram a conversar.<br />

“Comecei a gostar <strong>de</strong> me envolver nessa<br />

área. Eu escutava muitos shows e comecei<br />

a tentar escrever também. A Thai me<br />

ajudava bastante, eu gravava áudios e<br />

mandava pra ela! Comecei a escrever em<br />

abril <strong>de</strong>sse ano e encarei como um <strong>de</strong>safio<br />

para mim. Eu sou uma pessoa tímida,<br />

na escola e na faculda<strong>de</strong> não gosto <strong>de</strong> me<br />

apresentar. Eu pensei que não iria dar<br />

certo, que não era pra mim... Na minha<br />

primeira apresentação eu estava muito<br />

ansiosa, mas quando eu subi no palco a<br />

ansieda<strong>de</strong> sumiu e eu <strong>de</strong>sci do palco já<br />

querendo subir <strong>de</strong> novo (risos). Eu me<br />

surpreendi comigo mesma e a melhor<br />

coisa é isso, ver que você consegue<br />

alcançar os seus objetivos e fazer coisas<br />

diferentes”, compartilha. Os textos <strong>de</strong><br />

Marina se baseiam, principalmente, nas<br />

diferenças culturais entre o Brasil e a<br />

Alemanha – e o seu português impecável,<br />

com uma pitadinha <strong>de</strong> sotaque,<br />

<strong>de</strong>ixam a apresentação ainda melhor!<br />

As mulheres ainda são minoria no stand<br />

up e, assim como em outras áreas em<br />

que as mulheres são minoria, os motivos<br />

para isso são os mesmos: a insegurança,<br />

a falta <strong>de</strong> incentivo, a falta <strong>de</strong> apoio,<br />

os pré-julgamentos... Thai conta que<br />

quando começou a escrever seus textos<br />

cuidava muito o que iria falar, pois sentia<br />

que o julgamento do público po<strong>de</strong>ria<br />

ser mais duro por ela ser mulher. “O<br />

povo aceita mais o homem falando<br />

abertamente. Por ser mulher eu sinto<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do que eu vou falar eu<br />

tenho que corrigir a palavra que eu vou<br />

usar. No início eu pensava ‘não vou falar<br />

isso porque posso agredir alguém’, mas<br />

<strong>de</strong>pois fui percebendo que as coisas que<br />

eu queria falar faziam parte da minha<br />

realida<strong>de</strong>. Então, por que eu iria agredir<br />

alguém se é uma realida<strong>de</strong> que eu vivo?<br />

Os meus textos são baseados na minha<br />

vida, nas coisas que acontecem comigo...<br />

e fiquei pensando, por que eu estava me<br />

privando e <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> dizer algo se eu<br />

busco tanto os meus direitos?! Deus <strong>de</strong>u<br />

voz e boca para todo mundo falar então<br />

a gente tem que subir no palco e falar o<br />

que a gente pensa”, comenta.<br />

Marina também acredita que as meninas<br />

são mais tímidas para se arriscarem em<br />

uma arte como o stand up. “Devem ter<br />

muitas outras gurias com capacida<strong>de</strong><br />

para fazer e que não sabem por on<strong>de</strong><br />

começar ou com quem falar... Mas<br />

sempre que tivermos uma vonta<strong>de</strong> ou<br />

um interesse <strong>de</strong> experimentar, <strong>de</strong> fazer<br />

algo diferente, temos que ir atrás porque<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se as pessoas julgam que<br />

isso seja certo ou não nós sabemos melhor<br />

quem nós somos e o que queremos.<br />

Nós também estamos sempre disponíveis<br />

para conversar com quem quer se<br />

arriscar no stand up”, avisa Marina.<br />

Ver a vida<br />

<strong>de</strong> forma mais leve<br />

A Thai tem um texto que fala sobre<br />

o bullying que ela sofria na escola<br />

– que na época nem era chamado<br />

<strong>de</strong> bullying. “Eu era magra, <strong>de</strong>ntuça,<br />

tinha um cabelo comprido<br />

e era muito esquisita. Isso me<br />

machucava na infância porque eu<br />

gostava dos meninos e eles não<br />

gostavam <strong>de</strong> mim (risos), porque<br />

eu não era o padrão <strong>de</strong> beleza que<br />

eles procuravam. Eu levei isso pro<br />

palco, para que o pessoal enten<strong>de</strong>sse<br />

que você tem que ser feliz,<br />

uma hora a vida dá uma ajeitada. E<br />

esse é o stand up que eu levo pro<br />

palco: você tem que rir, se aceitar<br />

e não problematizar. Assim como<br />

eu dou risada dos meus problemas<br />

as pessoas também po<strong>de</strong>m<br />

transformar os problemas <strong>de</strong>las em<br />

risada”, <strong>de</strong>staca. Thai encontrou<br />

no stand up uma forma <strong>de</strong> levar<br />

conforto para as pessoas e <strong>de</strong><br />

transformar situações constrangedoras<br />

ou tristes em uma coisa boa.<br />

Isso fez com que ela criasse uma<br />

página no Facebook, que leva o<br />

nome <strong>de</strong> Projeto Sorriso, para que<br />

as pessoas enviem suas histórias.<br />

“Eu acredito que a comédia<br />

também salva vidas, porque você<br />

dá voz ao problema do outro e<br />

vai se resolvendo. Eu estou agora<br />

trabalhando em um texto sobre<br />

a morte do meu irmão, algo que<br />

me machucou bastante e que sei<br />

que machuca muitas pessoas. Eu<br />

quero transformar essa dor em um<br />

texto para que as pessoas percebam<br />

que você não precisa viver no<br />

sofrimento. As pessoas partem e<br />

nós temos que ficar e tocar nossas<br />

vidas”, diz.<br />

Com Marina não é diferente. Os<br />

amigos <strong>de</strong>la costumam dizer que<br />

ela é um imã para coisas estranhas.<br />

E sempre que ela compartilha o<br />

que acontece com ela, as pessoas<br />

dizem que ela precisa colocar as<br />

histórias em suas apresentações –<br />

e é isso que ela faz! “Usamos muitas<br />

coisas que acontecem na nossa<br />

vida como base para os textos,<br />

mas exageramos um pouco para<br />

criar uma história mais interessante”,<br />

brinca.<br />

contatovip.com.br | 55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!