Mais Sicom - Setembro/Outubro - Edição 190
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PESQUISA DE PREÇOS É UM INSTRUMENTO<br />
QUE LEVA CONSUMIDOR A VALORIZAR UMA<br />
LOJA OU, DE IMEDIATO, SUA CONCORRENTE<br />
Quem não fez, faz rotineiramente ou,<br />
certamente, poderá fazer pesquisa individual<br />
de preços antes de alguma compra,<br />
independentemente do tamanho dela ou<br />
da disponibilidade financeira? Essa é uma<br />
prática que tem sido expandida, conforme<br />
mostram os especialistas em levantamentos<br />
estatísticos e qualitativos. Porém,<br />
não é comum que as lojas valorizem esse<br />
processo de levantamento de custo de<br />
um produto ou serviço e, em muitas delas,<br />
o tratamento mude quando não é sentido<br />
o interesse da compra imediata.<br />
Para o empresário, ou empresária do<br />
comércio, e seus funcionários, é primordial<br />
o conhecimento das nuances que<br />
levam o consumidor a pesquisar preços.<br />
Isso porque elas indicam o que ele valoriza<br />
e espera das lojas.<br />
No boletim de avaliação do consumidor,<br />
emitido pela Federação do Comércio<br />
de Santa Catarina sobre o último Dia dos<br />
Pais, que caiu em 11 de agosto passado,<br />
são apresentados indicativos que exemplificam<br />
o posicionamento do consumidor.<br />
Essa pesquisa, que em Chapecó teve<br />
a parceria do <strong>Sicom</strong>, especifica que 53,2%<br />
dos consumidores não realizaram busca<br />
por informações dos produtos, enquanto<br />
46,8% realizaram algum tipo de pesquisa<br />
ou busca. Um dado significativo para<br />
quem faz a gestão de lojas, destacado<br />
pelo coordenador da Divisão de Pesquisa<br />
e Estatística do <strong>Sicom</strong>, Fábio Júnior Piccinini,<br />
está no fato de que o gasto médio<br />
na compra de produtos foi maior entre os<br />
consumidores que efetuaram pesquisa ou<br />
busca de preços – R$ 316,63 – ante R$<br />
188,32 daqueles que não buscaram informação.<br />
Pesquisa e atendimento<br />
Especificamente em relação a Chapecó,<br />
a pesquisa para levantar a estimativa<br />
de consumo para o Dia dos Pais mostrou<br />
que 73% dos consumidores chapecoenses<br />
indicaram a intenção de pesquisar os preços<br />
antes de comprar, enquanto 26% não<br />
demostraram esse desejo. Além disso,<br />
33% disseram que valorizariam o atendimento,<br />
31% o preço e 17% as promoções.<br />
Já no levantamento feito após a data comemorativa,<br />
42% dos empresários chapecoenses<br />
indicaram que foi alta a prática<br />
da pesquisa de preços, enquanto 35%<br />
consideraram que foi razoável.<br />
Questão de estilo<br />
A pesquisa Nielsen “Estilos de Vida<br />
2019”, de âmbito nacional, também indica<br />
aspectos do comportamento do consumidor.<br />
Entre os entrevistados, 48% indicaram<br />
que pesquisam promoções antes de ir às<br />
compras e 64% afirmaram que escolhem<br />
suas marcas de acordo com as ofertas de<br />
baixo preço. Além disso, 73% especificaram<br />
que buscam primeiro pelas promoções<br />
quando entram nas lojas e 57% que<br />
sempre mudam de uma loja por conta das<br />
promoções oferecidas em outras.<br />
Está cada vez mais difícil conseguir<br />
atendimento diferenciado, e quando<br />
isso acontece a tendência do cliente<br />
é focar na relação e não no preço.<br />
Quando faz parte da cultura da<br />
empresa priorizar o atendimento em<br />
detrimento da concretização da venda,<br />
essa atitude se converte em resultado,<br />
às vezes imediato, outras vezes em<br />
futuro breve.<br />
O atendimento cordial e prestativo<br />
deve ser rotina dentro das empresas.<br />
Num primeiro momento, podemos<br />
ter um cliente apenas interessado<br />
na informação do preço, que pode<br />
e com certeza será cativado por um<br />
Relação no atendimento<br />
atendimento diferenciado. O contato<br />
com o vendedor, o esclarecimento<br />
de dúvidas, informações novas que<br />
ainda não haviam sido percebidas ou<br />
questionadas pelo cliente, podem leválo<br />
a valorizar essa relação e repensar<br />
a decisão de compra baseado em<br />
pesquisa de preço.<br />
As pessoas necessitam de<br />
segurança e por isso têm forte<br />
inclinação a seguir o especialista,<br />
confiar em alguém que mostre domínio<br />
em determinado tema. Ao investir o<br />
dinheiro em algo, querem estar seguras<br />
de que aquilo valerá a pena. Por isso,<br />
quanto mais um vendedor tiver<br />
domínio sobre o produto ou serviço<br />
que está oferecendo, mais confiança<br />
irá passar ao cliente. Quanto mais<br />
segurança o cliente sentir, maiores as<br />
chances do negócio se concretizar.<br />
O cliente precisa sentir que foi<br />
percebido e que teve sua necessidade<br />
atendida, seja ela de compra ou<br />
apenas de informação. Quem faz<br />
o atendimento precisa pensar em<br />
maneiras de surpreender o cliente e,<br />
principalmente, entrar em sintonia<br />
com ele.<br />
Mara Dal Vesco, psicóloga,<br />
MD Recursos Humanos/Chapecó.<br />
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