RCIA - ED. 155 - JUNHO 2018
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O baterista arremata. “Fizemos<br />
apresentações memoráveis, como<br />
no avant premiere do filme Santo Antônio<br />
e a Vaca, além de um inesquecível<br />
show ao lado do renomado Zimbo<br />
Trio, no Teatro Municipal”, recorda.<br />
Pouco tempo depois, em virtude<br />
do crescimento da Jovem Guarda no<br />
Brasil, uma nova diretriz artística foi<br />
pensada por Sabaúna. Para tal, foram<br />
recrutados Celso Aparecido dos Santos<br />
(guitarra base), Getúlio (guitarra<br />
solo) e Bila (baixo), que substituiu<br />
Edmur, quando este se mudou com<br />
seu pai para outra cidade. Agora o<br />
trio viraria um grupo, sendo chamado<br />
apenas por Os Intocáveis.<br />
”Fui convidado por Sabaúna e<br />
aceitei logo de cara, pois conhecia o<br />
grupo e suas músicas. Pedi que chamassem<br />
um guitarrista solista e assim<br />
o Getúlio, um grande instrumentista,<br />
entrou para a turma”, lembra<br />
Celso, hoje com 72 anos.<br />
Sabaúna, Fiico, Edmur, Getúlio e<br />
Celso, recrutaram os outros músicos<br />
através das Domingueiras Alegres ou<br />
Brincadeiras Dançantes, eventos que<br />
aconteciam pelos clubes da cidade.<br />
“O pessoal se reunia nesses eventos<br />
e íamos conhecendo quem realmente<br />
tocava bem ou não. Fomos selecionando<br />
os melhores, pois éramos<br />
exigentes”, pontua Celso.<br />
Show no Clube 22 de Agosto: Getúlio, Percy, Tony Pent, Celso e Bila<br />
Com ensaios na casa de Sabaúna,<br />
o repertório básico do grupo reunia<br />
samba, MPB, jovem guarda e até música<br />
internacional. As apresentações<br />
eram constantes, normalmente de<br />
quarta a domingo. Clubes como 22<br />
de Agosto, 27 de Outubro e Araraquarense<br />
eram os principais palcos.<br />
Quermesses também estavam na<br />
pauta. Inclusive, foi num evento na<br />
Igreja Nossa Senhora das Graças (importante<br />
e disputada festa da época)<br />
a pitoresca estreia do baixista Bila,<br />
que substituiu Edmur.<br />
“O Bila estava muito nervoso. Então<br />
sugeri que ele tomasse um pouco<br />
de uísque, que o Vilcides tinha trazido.<br />
Ele foi lá e tomou, só que, na<br />
verdade, aquilo era um líquido para<br />
limpar o instrumento dele. Brincadeiras<br />
à parte, ele gostou de tocar e<br />
perdeu o medo”, ri Celso.<br />
Outra pessoa muito importante<br />
na trajetória do grupo foi Benedito<br />
Selante, que virou empresário do<br />
grupo na sua formação completa,<br />
viabilizando roteiros e logísticas para<br />
que os meninos se apresentassem<br />
em outras cidades da região. O pai de<br />
Sabaúna, senhor Chrispim Servino,<br />
também fez parte da produção do grupo,<br />
acompanhando shows e ensaios<br />
sempre que possível. Os Intocáveis<br />
tinham roupas impecavelmente confeccionadas<br />
por Sérgio Milanez, ótimo<br />
e concorrido alfaiate local da época.<br />
Assim, com essa nova formação, o<br />
grupo abriu as portas para outros músicos<br />
e possibilidades sonoras, com<br />
bateria (Sabaúna), guitarra base (Celso),<br />
guitarra base 1/8 acima (Percy),<br />
guitarra solo (Getúlio), teclado (Fiico),<br />
baixo (Bila), trompetes (Giba e Carlinhos),<br />
trombone de vara e saxofone<br />
(Vilcides e Waltinho) e voz com Tony<br />
Pent, transformando-se assim, em<br />
um dos primeiros grupos de baile de<br />
Araraquara, segundo Celso.<br />
Diferentemente dos outros grupos da<br />
época, Os Intocáveis se diferenciavam por<br />
usar metais no palco, como trompetes,<br />
trombone de vara e saxofones<br />
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