03.10.2019 Views

O Cinema e Seus Outros - Manifestações Expandidas do Audiovisual

Preview das primeiras páginas do livro. Conheça mais sobre o projeto em: http://avxlab.org Descrição: Composto por textos inéditos ou raros de pesquisadores, artistas e intelectuais, este livro constrói uma perspectiva sobre o audiovisual que se expande por outros meios, processos artísticos, tecnológicos, fluxos informacionais e circuitos de produção. Um olhar amplo sobre um universo muitas vezes incompreensível aos paradigmas industriais do cinema e da televisão mas que, a partir do olhar destes autores, ganha distinção justamente pela instabilidade e complexidade que caracterizam essa produção artística, de forma desafiadora, inquietante e em incessante movimento. _ Organizadores: Lucas Bambozzi e Demétrio Portugal _ Projeto gráfico e diagramação: Laura Daviña _ Coordenação editorial: Gabriela Longman _ Coautores: Andrés Denegri, Christine Mello, Claudio Bueno, Demétrio Portugal, Eduzal, Fernando Velázquez, Gabriel Menotti, Giselle Beiguelman, Henrique Roscoe, Letícia Ramos, Lucas Bambozzi, Lucia Koch, Mario Ramiro, Mirella Brandi, Patrícia Moran, Raimo Benedetti, Roberta Carvalho, Roberto Cruz, Rodrigo Gontijo, Tanya Toft Ag _ Editora: Equador em coedição com o AVXLab _ Gráfica: Ipsis _ Correalização: AVXLab / Spcine / Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo


Preview das primeiras páginas do livro.
Conheça mais sobre o projeto em: http://avxlab.org

Descrição:
Composto por textos inéditos ou raros de pesquisadores, artistas e intelectuais, este livro constrói uma perspectiva sobre o audiovisual que se expande por outros meios, processos artísticos, tecnológicos, fluxos informacionais e circuitos de produção. Um olhar amplo sobre um universo muitas vezes incompreensível aos paradigmas industriais do cinema e da televisão mas que, a partir do olhar destes autores, ganha distinção justamente pela instabilidade e complexidade que caracterizam essa produção artística, de forma desafiadora, inquietante e em incessante movimento.

_ Organizadores: Lucas Bambozzi e Demétrio Portugal
_ Projeto gráfico e diagramação: Laura Daviña
_ Coordenação editorial: Gabriela Longman
_ Coautores: Andrés Denegri, Christine Mello, Claudio Bueno, Demétrio Portugal, Eduzal, Fernando Velázquez, Gabriel Menotti, Giselle Beiguelman, Henrique Roscoe, Letícia Ramos, Lucas Bambozzi, Lucia Koch, Mario Ramiro, Mirella Brandi, Patrícia Moran, Raimo Benedetti, Roberta Carvalho, Roberto Cruz, Rodrigo Gontijo, Tanya Toft Ag
_ Editora: Equador em coedição com o AVXLab
_ Gráfica: Ipsis
_ Correalização: AVXLab / Spcine / Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo


SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Mario<br />

Ramiro<br />

estático cinemático<br />

Um <strong>do</strong>s artefatos humanos mais antigos que chegaram até nossos<br />

dias é uma estatueta esculpida em pedra, com pouco mais de 10 cm<br />

de altura e cerca de 30 mil anos de idade, representan<strong>do</strong> uma figura<br />

feminina de contornos avantaja<strong>do</strong>s e sem face [fig. 1]. Essa pequena<br />

escultura conseguiu atravessar uma camada temporal pouco comum<br />

para outros objetos, provavelmente feitos de materiais menos duráveis<br />

que a pedra. O significa<strong>do</strong> da Vênus de Willen<strong>do</strong>rf não foi<br />

ainda totalmente desvenda<strong>do</strong>, restan<strong>do</strong> muitas especulações sobre<br />

suas origens e funções. Mas, apesar de sua faceta obscura, a viagem<br />

da Vênus pelo tempo é revela<strong>do</strong>ra de uma prática escultórica em<br />

perío<strong>do</strong>s longínquos da história humana. Milênios mais tarde, a<br />

escultura seria concebida programaticamente para resistir ao tempo e<br />

à degradação da carne, carregan<strong>do</strong> para além da morte as lembranças<br />

daqueles personagens representa<strong>do</strong>s em bustos, stelas, arquiteturas<br />

e monumentos. Juntamente com tais figuras de representação,<br />

viajavam também pela história as narrativas contadas e cantadas<br />

que se mantinham vivas para além da época em que foram criadas.<br />

Dessa forma, objetos aparentemente inertes tornavam-se um<br />

ponto de convergência dinâmico entre representação, história,<br />

mito, cultura e narrativa. O deslocamento ao longo <strong>do</strong> tempo<br />

poderia ser visto, assim, como uma das dimensões constitutivas <strong>do</strong><br />

objeto ou da imagem. Essa curiosa qualidade cinética <strong>do</strong> objeto de<br />

arte já havia si<strong>do</strong> apontada pelo professor Vilém Flusser em seu<br />

texto para o catálogo da exposição “Metrópolis”, de 1991. Nele, o<br />

filósofo argumentava que, se nos dias de hoje temos a impressão<br />

o cinema e seus outros<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!