O que é o Espiritismo - Allan Kardec
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BIOGRAFIA DE ALLAN KARDEC 33
“Sem dúvida, muito é para desejar que se multipliquem
os adeptos, mas o que mais vale ainda do que o número é a
qualidade. Pois bem, declaramo-lo bem alto: não vimos, em parte
alguma, reuniões espíritas mais edificantes do que as dos operários
lioneses, quanto à ordem, ao recolhimento e à atenção que prestam
às instruções dos seus guias espirituais; há homens, velhos,
senhoras, jovens, crianças mesmo, cuja atitude respeitosa contrasta
com a sua idade; jamais uma única criança perturbou por instantes
o silêncio das nossas reuniões, muitas vezes longas; pareciam
quase tão ávidas quanto seus pais, em recolher as nossas palavras.
“Mas, isto não é tudo: o número das metamorfoses
morais é, entre os operários, quase tão grande quanto o dos
adeptos: hábitos viciosos reformados, paixões acalmadas, ódios
apaziguados, lares tornados tranqüilos, em uma palavra, as mais
legítimas virtudes cristãs desenvolvidas, e isso pela confiança, de
agora em diante inabalável, que lhes dão as comunicações
espíritas, no futuro em que não acreditavam; é uma felicidade para
eles assistirem a essas instruções, de que saem reconfortados
contra a adversidade; muitos chegam a galgar mais de uma légua,
sob qualquer tempo, inverno ou verão, tudo arrostando para não
faltarem a uma sessão; é que neles não há a fé vulgar, mas a
baseada sobre uma convicção profunda, raciocinada e não, cega.”
Por ocasião dessa viagem, um banquete novamente
reuniu sob a presidência de Allan Kardec os membros da
grande família espírita lionesa. No dia 19 de setembro de 1860
os convivas eram apenas uns trinta; a 19 de setembro de 1861
o número era de cento e sessenta, “representando os diferentes
grupos, que se consideram todos como membros de uma
grande família, entre os quais não existe sombra de ciúme e de
rivalidade, o que — diz o Mestre —, temos, de passagem,
grande satisfação em registrar. A maioria dos assistentes era
composta de operários e toda gente notou a perfeita ordem que
não cessou de reinar um só instante. É que os verdadeiros
espíritas põem sua satisfação nas alegrias do coração e não nos
prazeres ruidosos”.