O que é o Espiritismo - Allan Kardec
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ALLAN KARDEC
Dizem, ainda, que os médiuns só falam com clareza
daquilo que é conhecido. Como explicar o fato seguinte e cem
outros da mesma espécie? — Um dos meus amigos, muito
bom médium escrevente, perguntou a um Espírito se uma
pessoa que ele tinha perdido de vista, havia quinze anos, era
ainda deste mundo.
“Sim, ainda vive, foi-lhe respondido; mora em Paris,
rua tal, número tanto.”
Ele foi e encontrou a pessoa no lugar indicado.
Seria isso uma ilusão?
Seu pensamento poderia sugerir-lhe tal resposta, quando,
por causa da idade da pessoa por quem ele perguntava, havia toda
a probabilidade de ela não existir mais?
Se, em certos casos, vemos respostas combinarem
com o pensamento de quem pergunta, será racional
concluirmos que isso seja uma lei geral?
Nisso como em todas as coisas, são sempre perigosos
os juízos precipitados, porque eles podem ser desmentidos
pelos fatos que ainda se não observaram.
Não basta que os incrédulos vejam para que
se convençam
V. — O que os incrédulos desejam ver, pedem, e na
maioria das vezes não se lhes fornece, são os fatos positivos.
Se todos testemunhassem esses fatos, a dúvida não mais seria
permitida. Como é que tanta gente, apesar de sua vontade,
nada tem conseguido ver?
Apresentam-lhes como motivo, dizem eles, a sua falta
de fé; ao que respondem, e com razão: que não podem ter fé
antecipada e que se lhes deve dar os meios para poderem crer.
A. K. — É simples a razão. Eles querem que os fatos
obedeçam à sua ordem e a Espíritos não se pode dar ordens; é
preciso esperar pela boa-vontade deles.
Não basta dizer: Mostrai-me tal fato e eu crerei; é
necessário ter-se a vontade de perseverar, deixar que os fatos