Revista TOP Marchador #60

entrevista Antônio Galvão dos Santos Júnior
O segredo da for a está na vontadeç
(Giuseppe Mazzini)
Desde 2019 à frente do departamento de Eventos da ABCCMM, Juninho PBR, como é
conhecido por amigos criadores, afirma não ter medo de novos desafios, confia na atual
gestão e acredita no constante aprimoramento da raça.
Em uma conversa descontraída com a TOP MARCHADOR, ele fala sobre sua trajetória à
frente do departamento, medidas incrementadas no setor, novidades e as perspectivas
para o ano de 2020.
Qual foi o maior desafio ao assumir o
cargo de diretor de Eventos?
Assumir o cargo foi um desafio muito grande.
Primeiramente porque eu nunca tinha trabalhado
junto ao setor de Eventos, nem mesmo nos
núcleos em que participo. Foi uma experiência
nova para mim e o novo é sempre desafiador.
Além disso, estar à frente desse setor, na
ABCCMM, que tem realizado megaeventos, intensifica
ainda mais esse desafio, o que me causou
muita preocupação no início. Aos poucos, fui me
sentindo mais à vontade, com o apoio dos amigos
da chapa dirigida pelo Daniel e também pelo
empenho e a confiança que os funcionários me
passaram. Meu maior desafio foi realmente entender
como o processo caminha e saber quem são as
pessoas certas e gabaritadas para cada função. Para
isso, estudei e continuo estudando bastante para
conhecer as regras e os estatutos da Associação.
Afinal, para se fazer um bom trabalho é preciso
conhecer tudo sobre o assunto. O restante caminhou
naturalmente, pelo próprio suporte que a
ABCCMM oferece.
Mesmo não morando em Belo Horizonte,
você está sempre presente na ABCCMM.
Você considera importante essa presença?
Sobre a presença em Belo Horizonte, acho de
extrema importância. Quando fui convidado a
exercer o cargo, já havia firmado esse compromisso
comigo – seria um diretor presente. Fazer parte
de uma diretoria que rege a raça atualmente e que
leva meu nome, o qual prezo muito, é muito
importante. Na minha opinião é primordial essa
presença. Muitas decisões são e precisam ser
tomadas no dia a dia, por isso sempre que posso
eu vou a Belo Horizonte. Tento ir duas semanas no
mês, porque eu acho que a presença física, a conversa
olho a olho com as pessoas é bom e faz a
roda girar mais fácil.
CBM e Nacional, os dois maiores eventos
da raça. Como é a preparação desses
eventos?
Falar sobre Nacional e CBM, que são, sem dúvida,
os dois eventos mais importantes da raça hoje,
é muito fácil. Primeiro porque já estavam muito
bem esquematizados. O pessoal da Associação já
tem todo um cronograma a ser cumprido para
esses grandes eventos. Então, o que a gente procura
fazer, assim que termina um evento, é deixar
muito claro quais foram os pontos positivos e
negativos. A partir daí, logicamente, tentamos cortar
esses pontos negativos e transformá-los em
positivos na próxima edição. Quanto aos pontos
considerados muito bons, o desafio é tentar
melhorá-los ainda mais.
Ainda sobre esses eventos, a Nacional, por
exemplo, é considerada uma festa completa.
Como melhorar ainda mais algo considerado
ótimo? Conta pra gente as novidades
deste ano.
Nacional 2020, um pouquinho difícil falar... A
Nacional atingiu uma proporção tão elevada, se
tornou uma festa tão grande e bonita que a gente
fica olhando e vendo o que podemos melhorar.
Mas acredito que todo ano dá para aperfeiçoar
alguma coisa. Eu acho que a gente tem melhorado
muito a infraestrutura. Considero isso muito
importante. Banheiros melhores, uma área de circulação
de pessoas mais bem definida, um organograma
melhor onde o público possa circular
com maior tranquilidade e consiga ver os julgamentos
com a melhor comodidade possível, acho
pontos fundamentais. O bem-estar animal é outro
ponto de grande relevância para nós. Procuramos
melhorar a qualidade e a comodidade da estadia
dos animais ano a ano dentro do espaço restrito
que hoje se tornou o Parque da Gameleira. As definições
sobre a Nacional este ano só serão acertadas
na reunião de diretoria marcada para o mês de
abril. A Nacional terá mais três dias de duração em
2020. Neste tempo, nós observamos um grande
aumento no número de animais castrados nestes
últimos dois anos e também a crescente qualidade
dos animais em pista e, com isso, os juízes têm
precisado de um tempo maior para julgar cada
categoria. O tempo ficou muito apertado e, como
consequência, tivemos que terminar provas de
marcha tarde da noite muitas vezes, o que não é o
desejo da diretoria. Queremos que o cronograma
de julgamentos seja obedecido. O número de
campeonatos de progênie de castrados também
aumentou. Ano passado, por exemplo, se não me
engano, um concurso de progênie de mãe teve
vinte e poucos conjuntos inscritos. Então, para
que a gente tenha um cronograma com animais
em pista dentro do horário programado, para que
os próprios criadores possam se programar para
ver seu animal e chegar em Belo Horizonte sem
nenhuma falha e contratempo de horários, nós
decidimos aumentar em três dias a Nacional.
Acreditamos que é o tempo suficiente para fazermos
uma bela programação, o público poder aproveitar
todas as atrações noturnas que o evento
proporciona e também conhecer um pouco de
Belo Horizonte e aproveitar os atrativos que a
cidade oferece.
Desde o início deste ano, o coronavírus
assombra países do mundo todo. Muitos
eventos estão sendo cancelados, inclusive a
Olimpíada pode não acontecer. Qual a posição
da associação sobre esse assunto?
O coronavírus é algo importante e alarmante.
Vamos ficar de olho. Nós da Associação estamos
prestando muita atenção em como vai se desenvolver
o coronavirus no Brasil nos próximos
meses, para ver a proporção que ele atinge.
Logicamente, se ele atingir um estado crítico, por
si só, medidas maiores deverão ser tomadas. Mas
não vamos alardear antes e sim aguardar os próximos
meses para ver o que faremos.
Quais as perspectivas da Associação para
2020 e quais os novos projetos?
As perspectivas para 2020, já colocando 2021,
que é nosso último ano, são muito boas. A primeira
coisa é manter e melhorar a qualidade dos agentes
principais. Segundo, continuar apoiando os
núcleos dentro do que a gente tem feito nas copas
de marcha, exposições e nos eventos da raça em
geral. Temos como novidades a própria Exposição
do Criador, que aconteceu recentemente em
Varginha (MG), onde tivemos 270 animais inscritos.
Resgatamos essa exposição, que foi um sucesso,
e já marcamos sua segunda edição para o ano
que vem. A intenção era criar um evento relevante
no início do ano, já que em julho temos a Nacional
e no final do ano o CBM. Acho importante para o
calendário da Associação, já que são exposições
complementares e, por si só, vão trazer uma outra
magnitude para a raça. Além disso, temos realizado
pequenas ações internas em todas as áreas,
como a modernização na parte de computação,
melhorias no sistema e em toda a parte administrativa.
Também temos trabalhado muito com
atualizações no estatuto visando melhorias e alavancar
ainda mais o nosso cavalo.
28 ■ TOP Marchador