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DO RIO GRANDE A
BARRAGEM DE FURNAS
PATROCÍNIO
DO RIO GRANDE A
BARRAGEM DE FURNAS
PATROCÍNIO
APOIO
Mar de Minas, Furnas impulsiona o desenvolvimento
Por Carlos Melles, presidente do Sebrae
Conhecido popularmente como o “Mar de Minas”, o lago da represa de Furnas mudou
para sempre a paisagem e o modo de vida do povo da região. Com 1,4 mil quilômetros
quadrados de área, o lago abastece uma das mais importantes hidrelétricas do país e
dinamiza diretamente a economia dos 36 municípios mineiros que o margeiam.
Criada para equacionar o problema de abastecimento de energia elétrica que ameaçava
o crescimento da indústria brasileira, a usina de Furnas já nasceu gigante. Referência
no setor elétrico brasileiro, a empresa é reconhecida também pelos inúmeros
projetos de desenvolvimento socioeconômico voltados a atender as comunidades da
região e à preservação dos recursos naturais e da biodiversidade.
Há mais de 10 anos o Sebrae participa dessas parcerias de forma permanente e intensa,
no sentido de contribuir com o fortalecimento e desenvolvimento de diferentes
cadeias produtivas que cresceram no entorno do lago, em especial as atividades relacionadas
ao turismo e ao agronegócio. Temos trabalhado para preparar os diversos
atores envolvidos, desde os gestores públicos, até as associações representativas dos
empreendedores. Fazemos isso por compreender que uma governança forte pode representar
o maior diferencial competitivo de uma região.
Hoje, as inúmeras parcerias construídas com o apoio do Sebrae transformaram os
municípios localizados ao redor do lago em verdadeiros polos de desenvolvimento sustentável.
Além do turismo, que já era forte e só tende a crescer com o fim da pandemia,
a região tornou-se a segunda maior produtora de tilápia no estado. E não podemos esquecer,
é claro, dos ganhos obtidos pelos produtores rurais a partir do reconhecimento
da Serra da Canastra, com seu microclima especial, responsável pela produção do mundialmente
conhecido Queijo Canastra que conquistou a categoria de Indicação Geográfica,
registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Além disso, o Sebrae vem
atuando para fortalecer o artesanato e a fruticultura (especialmente a banana) local.
Nesse momento, enfrentando todas as adversidades provocadas pela pandemia,
o Sebrae e os parceiros envolvidos, nas diferentes cadeias produtivas, não deixaram
de trabalhar. Ao contrário. Arregaçamos as mangas para que os empresários da região
estejam prontos para dar um novo salto de competitividade assim que a situação estiver
normalizada, com a imunização de toda a população. Atuamos no sentido de um
reposicionamento estratégico da indústria do turismo, com foco na qualidade, na conexão
digital e na biossegurança. Além disso, investimos no fortalecimento da gastronomia
local, com a ampliação da marca Canastra. Estamos iniciando o processo de
reconhecimento do Café Canastra, que vai beneficiar centenas de produtores e já estudamos
a viabilidade de registro do Presunto Canastra como um produto único, resultado
das condições especiais da região.
Acreditamos no poder do desenvolvimento sustentável e na força do trabalho conjunto
e coordenado, e os projetos realizados na região de Furnas são prova disso. Queremos
reproduzir esse modelo de sucesso em outros estados brasileiros e provar que
o nosso “mar” está para peixe e muito mais.
Minas' Sea, Furnas boosts the development
By Carlos Melles, president of Sebrae
Popularly known as the “Minas' Sea”, the lake at the Furnas reservoir forever
changed the landscape and the way of life of the people of the region. With an
area of 1,400 square kilometers, the lake supplies one of the most important hydroelectric
power plants in the country and directly boosts the economy of the 36
municipalities in Minas Gerais that border it.
Created to solve the problem of electricity supply that threatened the growth
of Brazilian industry, the Furnas power plant was already born as a giant. A reference
in the Brazilian electricity sector, the company is also recognized for its numerous
socioeconomic development projects aimed at serving the region's
communities and preserving natural resources and biodiversity.
For more than 10 years, Sebrae has participated in these partnerships permanently
and intensely, in order to contribute to the strengthening and development
of different production chains that have grown around the lake, especially activities
related to tourism and agribusiness. We have been working to prepare the various
actors involved, from public managers to associations representing
entrepreneurs. We do this because we understand that strong governance can represent
a region's greatest competitive edge.
Today, the countless partnerships built with the support of Sebrae have transformed
the cities located around the lake into true centers of sustainable development.
In addition to tourism, which was already strong and only tends to grow
with the end of the pandemic, the region has become the second largest producer
of tilapia in the state. And we cannot forget, of course, the gains obtained by rural
producers from the recognition of Serra da Canastra, with its special microclimate,
responsible for the production of the world-renowned Canastra Cheese, which won
the category of Geographical Indication, registered by the National Property Institute
Industrial. In addition, Sebrae has been working to strengthen local crafts
and fruit production (especially bananas).
At this moment, facing all the adversities caused by the pandemic, Sebrae
and the partners involved, in the different production chains, are had not stopped
working. Instead, we are rolled up our sleeves so that businessmen in the region
are ready to take a new leap in competitiveness as soon as the situation is back
to normal, with the immunization of the entire population. We worked towards
a strategic repositioning of the tourism industry, with a focus on quality, digital
connection and biosafety. In addition, we invested in strengthening local cuisine,
with the expansion of the Canastra brand. We are starting the process of recognizing
Canastra Coffee, which will benefit hundreds of producers, and we have already
studied the feasibility of registering Canastra Ham as a unique product, as
a result of the special conditions in the region.
We believe in the power of sustainable development and in the strength of
joint and coordinated work. The projects carried out in the Furnas region are a
proof of this. We want to reproduce this successful model in other Brazilian states
and prove that our “sea” is for fish and much more.
Índice Index
Nascida para brilhar / Born to shine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .05
Inovação e sucesso de mãos dadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .06
Innovation and success hand in hand
Passo firme na construção do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .08
A firm step in the construction of Brazil
Um ano antes Pelé, JK e outros atores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
One Year Earlier Pelé, JK and other actors
É desafio? Chama o Cotrim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Is it a challenge? Call Cotrim
O menino e o dique / The boy and the dike . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
Linha do Tempo - Como nasceu a gigante Furnas . . . . . . . . . . . . . .34
Timeline - The way the giant Furnas was born
FURNAS também tem mar / FURNAS also has sea . . . . . . . . . . . . .38
Visite a pioneira usina do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44
Visit the pioneer power plant of the system
A pioneira do sistema / The system pioneer . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46
Gerência de Centro Técnico de Ensaios e
Suporte à Manutenção (GES.O) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48
Management of the Technical Center for
Tests and maintenance Support (GES.O)
Nascentes de Furnas / Furnas’ Water Springs . . . . . . . . . . . . . . . . .54
Jardineiro fiel / Faithful Gardener . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56
Furnas - Luz é para todos brilharem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
Furnas - The light is for all to shine
Entenda uma usina / Understanding a power plant . . . . . . . . . . . . .70
Conheça mais a Eletrobras / Know more the Eletrobras . . . . . . . . .72
Passo certo da sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76
Walking with sustainable
A safra dos ventos / The harvest of the winds . . . . . . . . . . . . . . . . .80
Sol como fonte / Sun as a source . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84
Ligação total com o meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90
Total connection with the environment
2 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Atenta às mudanças climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100
A company concerned over with the climate changes
Energia que a mulher produz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104
Energy produced by the woman
Alinhada ao Pacto Global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .110
Aligned with the Global Compact
Trabalho com responsabilidade social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114
Working with social responsibility
Na trilha da cultura / On the trail of culture . . . . . . . . . . . . . . . . . .120
Segurança total das barragens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
Total dams safety
Transmissão e subestações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .130
Transmission and substations
Que bom trabalhar aqui / How good to work here . . . . . . . . . . . . .134
Atenta às denúncias / Attentive to complaints . . . . . . . . . . . . . . .138
DO RIO GRANDE A
BARRAGEM DE FURNAS
Linha do Tempo - História da Energia Elétrica no Brasil
até a inauguração da Usina de Furnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .142
Timeline - The History of Electric Power in Brazil
until the inauguration of Furnas Power Plant
Empreendedorismo em Furnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .146
Entrepreneurship in Furnas
Mulheres de fibra / Women of Fiber . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .150
O que é que a banana tem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .152
What does the banana have
Glória no paraíso / Glória no paraíso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .156
Cervejaria Scarpas / Scarpas brewery . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .158
Pousada do Rio Turvo / Rio Turvo Guest House . . . . . . . . . . . . . . .159
Pousada Mar de Minas / Mar de Minas Guest House . . . . . . . . . .160
Engenho da Serra Hotel & Ecoresort . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .162
Engenho da Serra Hotel & Ecoresort
Minas de Ouro / Gold Mines . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164
A Marinha do Brasil em terras mineiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170
The Brazilian Navy on Minas' lands
Marco e Revolução na Energia • FURNAS 3
4 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
Nascida para brilhar
Furnas, uma gigante do setor elétrico brasileiro, nasceu com
a missão de evitar o colapso energético que ameaçava o processo
de industrialização do Brasil, na década de 1950. Para
tanto, construiu uma das maiores hidrelétrica do mundo à época, a
Usina de Furnas (MG), que deu nome ao grupo. Criada em 28 de fevereiro
de 1957 pelo presidente da República Juscelino Kubistchek, ela despontou
como a primeira central geradora do país com capacidade
superior a mil megawatts (MW). A fundação da companhia assinalou
a entrada em cena do governo federal no mercado de energia elétrica
da região mais desenvolvida do país, a Sudeste, dominado em larga escala
por duas empresas de capital privado pertencentes a grupos estrangeiros.
A canadense Brazilian Traction, Light and Power (conhecida
como Light) e a norte-americana American & Foreign Power (Amforp).
Desde então, FURNAS tem desempenhado papel fundamental, ao
longo das últimas seis décadas, no desenvolvimento da sociedade brasileira.
Além de gerar e transmitir energia elétrica, um dos insumos básicos
para todos, Furnas se tornou um modelo de empresa no quesito
eficiência operacional, na sua política de sustentabilidade, na implantação
de programas sociais de vulto (entre outros, o pioneiro Luz para
Todos), no relacionamento com as comunidades no entorno de suas
unidades e no trato com o meio ambiente. Furnas, uma referência para
outras empresas do ramo de energia elétrica no Brasil, também é parceira
de primeira hora de projetos mundiais da Organização das Nações
Unidas (ONU), o que reforça uma de suas premissas, a preocupação
constante com o bem-estar da sociedade. Isso, ciente de que uma empresa
de seu porte não precisa ser somente respeitada, mas, antes de
tudo, admirada e querida. E naquela longínqua década de 1950, tudo
isso era apenas um sonho bom, uma luz bem distante.
Fotos: Arquivo FURNAS
Born to shine
Furnas, a giant in the Brazilian electric sector, was born
with the mission of preventing the energy collapse that
threatened Brazil's industrialization process in the
1950s. To that end, it built one of the largest hydroelectric power
plants in the world at the time, the Furnas Power Plant (MG), which
gave the name to the company. It was created on February 28,
1957 by President Juscelino Kubistchek, emerging as the first generating
plant in the country with a capacity exceeding 1,000
megawatts (MW). The founding of the company marked the federal
government's entry into the electricity market in the country's
most developed region, the Southeast, largely dominated by two
privately owned companies of foreign groups: the Canadian Brazilian
Traction, Light and Power (known as Light) and the American
& Foreign Power (Amforp), from USA.
Since then, FURNAS has played a key role over the past six
decades in the development of Brazilian society. In addition to generating
and transmitting electric power, one of the basic inputs for
society, Furnas has become a business model in terms of operational
efficiency, its sustainability policy, in the implementation of
major social programs (among others, the pioneer Light for All), in
the relationship with the communities around their units and in
dealing with the environment. Furnas, a reference for other companies
in the Brazilian electric sector, is also a first-time partner of
the United Nations (UN) world projects, what reinforces one of its
premises, the constant concern for the well-being of the society.
The company also is aware that it need not only be respected, but
first and foremost admired and loved. It is a worth to say that in
distant 1950s, all of this it was merely a lovely dream, a so much
distant light.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 5
Inovação e sucesso de mãos dadas
Como veremos nas páginas a seguir, a construção da Usina Hidrelétrica
de Furnas foi o primeiro passo de uma história de
63 anos. Tempo esse que consolidou a empresa FURNAS
como uma das mais importantes na geração de energia no Brasil. Na segunda
metade da década de 1950, com o parque industrial brasileiro em
contínuo crescimento e a falta de energia elétrica suficiente para manter
esse ritmo, a construção da Usina de Furnas se tornava premente, uma
solução “para ontem”. Porém, tratava-se de um monumental desafio:
erguer aquela que seria, até então, uma das maiores hidrelétricas do
mundo e que daria o nome à empresa. Se, por graça do destino, tivesse
parado por aí, já seria algo memorável, um fato que marcou época na indústria
da eletricidade no Brasil. Contudo, foi muito além.
Atualmente, Furnas conta com um parque gerador que soma mais
de 18 mil megawatts (MW), em 21 hidrelétricas e duas termelétricas
(sendo 12 mil MW em unidades operadas e mantidas pela própria empresa),
além de parques eólicos. As linhas de transmissão de Furnas se
espalham por aproximadamente 28 mil km no território nacional, garantindo
a interligação dos subsistemas do setor elétrico brasileiro. A
empresa também está presente em cerca de 80 subestações. Criada
em 1957, Furnas é uma empresa de economia mista, subsidiária da Eletrobras
e vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Opera e mantém
um sistema pelo qual passa 40% da energia que move o Brasil. Atualmente
está presente na geração, transmissão e comercialização de
energia elétrica, com instalações em regiões abrangidas pelo Distrito
Federal e pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná,
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia.
Em parceria com empresas estatais e privadas, Furnas participa de
empreendimentos de geração e transmissão de fundamental importância
para garantia do aumento da oferta de energia elétrica no Brasil.
À monumental construção de sua primeira hidrelétrica somou-se um
paradigma: inovar faz parte da história e da cultura de Furnas. Durante
esses mais de 60 anos, sempre que um grande empreendimento energético
demandou capacidade de investimento, planejamento e inovação
tecnológica, Furnas marcou presença para incrementar o fornecimento
e distribuição de energia elétrica. Na década de 1970, implantou circuitos
de extra-alta tensão em corrente alternada e corrente contínua a fim
de transmitir a energia gerada pela gigantesca Usina de Itaipu. A empresa
se destaca por sua atuação também na implantação das usinas
nucleares Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (em Angra dos Reis,
RJ), na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (RO) e nas grandes linhas
de transmissão de Belo Monte e do Madeira. Furnas tornou-se então
referência no setor elétrico brasileiro e uma das empresas que mais investe
em novas tecnologias, num crescimento contínuo e sustentável.
6 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
Innovation and success hand in hand
As we will see in the following pages, the construction of the
Furnas Hydroelectric Power Plant was the first step in a 63-
year history. This history consolidated FURNAS company as
one of the most important in power generation in Brazil. In the second
half of the 1950s, with the Brazilian industrial park continually growing
and the lack of sufficient electric power to maintain this pace, the construction
of Furnas Power Plant became an extreme urgent solution. It
was a monumental challenge: to build what it would be, until then, one
of the largest hydroelectric in the world and that would name the company.
If, by the grace of fate, it had stopped there, it would be something
memorable, a fact that marked the epoch in the electricity industry in
Brazil. However, it went much further.
Currently, Furnas has a generating park that has more than 18,000
megawatts (MW), in 21 hydroelectrics and two thermoelectrics (being
12,000 MW in units operated and maintained by the company itself),
and also wind farms. The Furnas' transmission lines are spread over approximately
28 thousand km in the national territory, ensuring the interconnection
of subsystems of the Brazilian electric sector. The company
is also present in about 80 substations. Created in 1957, Furnas is a mixed
economy company, a subsidiary of Eletrobras and linked to the Ministry
of Mines and Energy. It operates and maintains a system through which
40% of the energy that drives Brazil passes. It is currently present in the
generation, transmission and sale of electric power, with facilities in regions
covered by Distrito Federal and the states of São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará,
Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do
Norte, Ceará and Bahia.
In partnership with state and private companies, Furnas participates
in generation and transmission enterprises of fundamental importance
to guarantee the increase of electric power supply in Brazil. The monumental
construction of its first hydroelectric power plant adds up to a
paradigm: innovation is part of the history and culture of Furnas. During
these more than 60 years, whenever a large energy enterprise required
investment capacity, planning and technological innovation, Furnas was
present to increase the supply and distribution of electric power. In the
1970s, it implemented extra-high voltage alternating current and direct
current circuits in order to transmit the energy generated by the gigantic
Itaipu Power Plant. The company also stands out for its performance in
the implementation of nuclear power plants Almirante Álvaro Alberto
Nuclear Power Plant (in Angra dos Reis, RJ), the Santo Antônio Hydroelectric
Power Plant (RO) and the major transmission lines of Belo Monte
and Madeira. Furnas then became a reference in the Brazilian electric
sector and one of the companies that invests the most in new technologies,
in continuous and sustainable growth.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 7
8 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Arquivo FURNAS
Passo firme na
construção do Brasil
Crises podem ser inspiradoras. Mais do que isso, algumas trazem,
com o encerramento de seu ciclo, soluções duradouras
para várias gerações. Foi o caso, em meados de 1950, da carência
de energia elétrica no Brasil, momento em que o país punha em
marcha um processo de acelerada industrialização. A energia, notadamente
na Região Sudeste, seria insuficiente para os próximos anos,
com risco de colapso no sistema e o comprometimento dos planos de
desenvolvimento do Brasil e graves consequências sociais. Era o prenúncio
do caos. O crescimento da economia era muito mais rápido que
a capacidade de o país gerar energia nova.
Foi aí que o sertão começou a virar mar. Aquele que se tornaria em
poucos anos o mar doce de Minas, como hoje é conhecido o imenso lago
artificial da primeira usina de Furnas. Empresa que atualmente é uma
gigante brasileira com 21 usinas hidrelétricas, um sistema pelo qual
passa 40% da energia que move o país. Decreto assinado em 1957, pelo
então presidente da República Juscelino Kubitschek, o eterno JK, criava
a Central Elétrica de Furnas S/A. A ideia era a construção de uma usina
na Região Sul de Minas Gerais. Conhecido também como ‘presidente
bossa-nova’, por, entre outros atributos, ser inovador, JK propôs um projeto
gigantesco de geração de energia elétrica. Gastou muito suor para
levar adiante. Enfrentou uma enxurrada de críticas diante da magnitude
do que seria construído. Inclusive oposição do governo de Minas Gerais,
esse alegando que Furnas serviria mais aos interesses de São Paulo e
que Minas já tinha em construção a Usina de Três Marias, que acabaria
por ser inaugurada em 1961, entrando em operação no ano seguinte.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 9
O tempo – e nesse caso nem precisou de muito – acabou por mostrar
que JK acertou. De acordo com o Memorial da Democracia e Memorial
JK, o presidente criou a empresa estatal com a determinação de que
fossem iniciadas o mais rápido possível as obras da Usina de Furnas. A
hidrelétrica, a primeira da empresa, proveria o país com mais de 1.000
megawatts, um terço da capacidade energética brasileira instalada até
aquele momento, e atenderia aos três principais centros socioeconômicos
do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quando sua
construção foi iniciada, era a maior obra em andamento na América Latina.
Finalizada, exibiria uma barragem de 120 metros de altura e um
reservatório que se estenderia por 135 mil hectares. Para construí-la,
seria necessário desapropriar 8 mil propriedades rurais, o que obviamente
criou um problema com a população local.
O país caminhava para um colapso energético, porém o Plano de
Metas do governo federal previa uma industrialização acelerada. E
como uma coisa não combinava com outra, o governo precisava se antecipar
e suprir o gargalo – com obras mais baratas e de menor porte,
e outras grandes e já com projetos definidos, como a Usina de Três
Marias. O engenheiro das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig)
Francisco Noronha descobriu um cânion longo e profundo, no leito do
Rio Grande, e apresentou um estudo propondo o seu uso para produção
de energia. Noronha concluiu que, aproveitando os dois braços do
estreito, uma hidrelétrica ali construída teria condições de produzir
energia nova na quantidade que o país precisava e capacidade logística
para distribuí-la aos três polos industriais do país. A barragem
está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado
10 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
“Corredeiras das Furnas”, entre os municípios de São José da Barra e
São João Batista do Glória, em Minas Gerais. O local escolhido foi estratégico
por estar a 500 km do Rio de Janeiro, 400 km de São Paulo
e 300 km de Belo Horizonte.
Muita mão de obra especializada, equipamentos nacionais e importados
da Itália, Suécia, Estados Unidos, Suíça, Canadá e Japão, e a utilização
de cerca de 4 mil empregados permitiram que, cinco anos depois,
em setembro de 1963, entrasse em operação a primeira unidade geradora.
A sexta e última turbina, cumprindo o projeto original, começou a
produzir energia em 1965. Duas novas máquinas foram instaladas na
década de 1970, totalizando uma potência de 1.216 megawatts (MW).
Para ser ter uma ideia do quanto obras como essa impulsionaram o país,
devemos voltar no tempo. No início do governo JK, o país tinha 7 bilhões
de metros cúbicos de água represada. No fim de seu mandato, em janeiro
de 1961, o volume chegou a 82 bilhões. Nesse período, as indústrias
elétricas cresceram 380%.
Fábio Carvalho Alves, que atuou nas obras da primeira usina de Furnas
como empregado de uma empreiteira, há alguns anos lembrou
que na ocasião “tínhamos a sensação de participar de algo que iria
mudar o Brasil”. A afirmação reflete o sentimento de mais de 4 mil
homens que trabalharam na construção da então maior usina hidrelétrica
do país. E o reconhecimento do trabalho realizado por Furnas
nessas mais de seis décadas, sem nunca se intimidar diante dos desafios,
vem também do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior:
“A criação de Furnas foi fundamental para a expansão do setor
elétrico brasileiro.”
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 11
12 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Arquivo FURNAS
A firm step in the
construction of Brazil
Crises can be inspiring. More than that, some bring, with the end
of their cycle, lasting solutions for several generations. This was
the case, in the mid-1950s, of the lack of electricity in Brazil,
when the country started a process of accelerated industrialization. The energy,
especially in the Southeast Region, would be insufficient for the coming
years, with a risk of collapse in the system, which would endanger
Brazil's development plans and would have serious social consequences. It
was the foreshadowing of the chaos. The growth of the economy was much
faster than the capacity that the country had to generate new energy.
It was in this situation that the sertão, how it is called the Brazilian
backwoods, began to turn to sea.
The one that would become in a few years the sweet sea of Minas
Gerais, as today is known the huge artificial lake of the first power plant
of Furnas. Currently the company is a Brazilian giant with 21 hydroelectric
power stations, a system through which passes 40% of the energy that
moves the country. A decree signed in 1957, by the President Juscelino Kubitschek,
the eternal JK, created the Central Elétrica de Furnas S/A. The
idea was the construction of a power station in the Southern Region of
Minas Gerais. Also known as 'bossa nova president’ because of being innovative,
JK proposed a gigantic project of electricity generation. He
worked hard to carry on this project, facing many criticisms due to the
largeness of what would be built. He also had opposition from the government
of Minas Gerais which claimed that Furnas would be more useful
to São Paulo than Minas Gerais and that already had under
construction the Três Marias Power Station, inaugurated in 1961, and
that started operating in the following year.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 13
The time showed that JK was right. According to the Memorial JK, the
president created the state-owned company with the determination to
start as soon as possible the works of the Furnas Power Station. The hydroelectric
power plant, the first one of the company, would provide more
than 1,000 megawatts to the country, one-third of Brazilian installed capacity
up to that time, and would serve the three main socioeconomic
centers: São Paulo, Rio de Janeiro and Belo Horizonte. When its construction
began, it was the largest work in progress in Latin America. Completed,
it would exhibit a dam of 120 meters of height and a reservoir
that would extend for 135 thousand hectares. To build it, it was necessary
to expropriate 8,000 rural properties, which obviously created a considerable
problem with the local population.
With the Plan of Goals, an ambitious federal government program
of accelerated industrialization, the country was walking towards to
an energy collapse. In this situation the government needed to anticipate
and fill the bottleneck with cheaper and smaller works, and other
large and already with defined projects, such as the Três Marias Power
Plant. The engineer of the Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig)
Francisco Noronha discovered a long and deep canyon in the Rio
Grande bed, and presented a study proposing its use for the energy
production. Noronha concluded that, taking advantage of both
branches of the strait, a hydroelectric power plant built there would
be able to produce new energy in the amount that the country needed
and would have logistic capacity to distribute it to the three industrial
poles of the country. The dam is located in the middle course of Rio
Grande, in the section that is called "Corredeiras das Furnas", between
14 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
the municipalities of São José da Barra and São João Batista do Glória,
in Minas Gerais. The chosen location was strategic because it is 500
km from Rio de Janeiro, 400 km from São Paulo and 300 km from
Belo Horizonte.
Many skilled labor, with around 4,000 employees, national equipment
and equipment imported from Italy, Sweden, the United States, Switzerland,
Canada and Japan contributed to the first generating unit started
its operations, five years later, in September 1963. The sixth and last turbine,
fulfilling the original project, started to produce power in 1965. Two
new machines were installed in the 1970s, totaling a power of 1,216
megawatts (MW). To have an idea of how much works like this one
boosted the country, we must go back in time. At the beginning of the
JK’s government, the country had 7 billion cubic meters of dammed
water. At the end, in January of 1961, this volume reached 82 billion. During
this period, electric industries grew 380%.
Fábio Carvalho Alves, who participated in the work of the first Furnas
power station as an employee of a contractor, remembers that
at the occasion "we had the feeling of participating in something that
would change Brazil." This statement reflects the feeling of more
than 4,000 men who worked in the construction of the largest hydroelectric
power station of the country at that time. The acknowledgment
of Furnas' work, realized over more than six decades,
without ever being intimidated by the challenges, also comes from
the President of Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, who says "the creation
of Furnas was fundamental for the expansion of the Brazilian
electricity sector''.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 15
Júlio Oliveira
Um ano antes
Pelé, JK e outros atores
Em 1956, JK e Pelé deram um passo adiante. No dia 7 de setembro
daquele ano, o cidadão de Minas Gerais Edson Arantes
do Nascimento, da cidade de Três Corações, marcava seu
primeiro gol oficial como jogador de futebol, numa vitória do Santos,
seu time, contra o Corinthians da cidade de Santo André, num amistoso
no ABC paulista. Era a estreia do garoto de apenas 15 anos de idade,
um jovem que ainda não era chamado pelo apelido que depois ganharia
o mundo: Pelé. Naquele mesmo dia, outro mineiro, esse de Diamantina,
o presidente da República Juscelino Kubitschek (JK) participava das comemorações
e do desfile do Dia da Independência do Brasil, na capital
federal, a cidade do Rio de Janeiro. Era seu primeiro ano de governo e,
mesmo com poucos meses, já tinha aprovado a construção de Brasília,
a nova capital federal, obra que seria inaugurada em 21 de abril de 1960,
ainda inacabada. Onze anos após o término da Segunda Guerra Mundial,
1956 marcou a estreia de Pelé no futebol e a posse de JK na Presidência
da República, em 31 de janeiro.
Em seu gabinete, no Palácio do Catete, JK mantinha – ao lado de um
livro sobre seresta (sua paixão musical) e uma flâmula do América Futebol
Clube, de Belo Horizonte – um volumoso estudo com a etiqueta
“Projeto da Usina Hidrelétrica de Furnas”, que merecia sua especial
atenção, em meio aos informes sobre o começo das obras da construção
de Brasília, no Planalto Central. O estudo sobre a viabilidade de uma
obra como Furnas, a maior usina do país (que incluía toda a polêmica
sobre sua construção) não durou muito nas estantes do gabinete presidencial.
Em fevereiro de 1957, JK assinou o decreto da criação da Central
Elétrica de Furnas, primeiro nome da empresa, nomeando o engenheiro
John Reginald Cotrim como presidente da estatal. Mister Cotrim
era, por analogia, o veterano camisa 10 de um talentoso time de jovens
engenheiros do país.
JK entrou para a história do Brasil e Pelé, como se sabe, foi muito
além: virou o Atleta do Século (título conferido décadas depois). Político
e jogador se encontraram em grande estilo um ano depois, num momento
festivo e marcante para o esporte nacional. A solenidade que a
Presidência da República preparou para recepcionar a seleção brasileira
de futebol, que acabara de ganhar a primeira Copa do Mundo para o
Brasil, no campeonato da Suécia, em 1958. Nas fotos, entre o presidente
e atletas como Garrincha, Didi, Nilton Santos e Pelé, aparecia o símbolo
da conquista, a Taça Jules Rimet. Num frenesi poucas vezes sentido
pela população, rádios de todo o Brasil passaram a tocar A Taça do
Mundo é Nossa, música que despertava um amor cívico e dava asas a
um momento de afirmação.
A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa, dizia a
famosa marchinha em cada canto do país. Um escancarado contraponto
à expressão “complexo de vira-lata”, cunhada pelo escritor e dramaturgo
Nelson Rodrigues, em referência à surpreendente derrota do Brasil para
o Uruguai, na Copa do Mundo de 1950, na decisão da competição em
pleno Maracanã. No coração daquele brasileiro de 1958, no que tange
ao futebol, “complexo de vira-lata” era coisa nascida, vivida e enterrada
no passado recente. Mesmo que a conquista de um título de campeão
mundial de futebol seja algo importante para um país, ela por si só não
18 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Arquivo FURNAS
se sustentaria como, para usar uma expressão da época e ainda atual,
o “ópio do povo”. Afinal, a festa acaba e todo mundo tem que trabalhar
no dia seguinte. Não obstante, a inédita conquista da Copa do Mundo
de 1958 acabou por servir de tempero para um prato muito maior. O fato
é que no grande “teatro” nacional outros atores sem chuteiras se apresentavam
para a satisfação do público. Um desses principais intérpretes
era o otimismo que soprava um ar de recomeço ou mesmo de começo.
Depois das incertezas e grandes tensões do governo Getúlio Vargas,
que culminaram com o seu suicídio em 1954, o país vivia a normalidade
na arena política. O momento anterior não tinha deixado um cenário
total de terra arrasada, mas certamente não era nada confortável, pontuado
de incertezas. Passados tornados e furacões, era hora de acreditar,
pensar adiante, tocar grandes empreendimentos. Botar óleo na
máquina do progresso, num país que, já havia alguns anos, caminhava
rapidamente para deixar de ser essencialmente agrícola. Esse é um dos
pontos que reforçaram a necessidade de grandes obras nunca vistas no
Brasil, como a construção da gigante Usina de Furnas, para suprir a acelerada
demanda, atual e futura a curtíssimo prazo, de energia elétrica.
Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça
Na segunda metade da década de 1950, além da criação e projetos de
outras grandes siderúrgicas, chegavam ao país as primeiras fábricas de
automóveis e a indústria no geral apontava para um horizonte de crescimento
contínuo. O Plano de Metas lançado pelo governo JK seguia seu
slogan “50 anos em 5”. Metas que abrangiam seis grandes grupos: energia,
transportes, agricultura e pecuária, educação, indústria de base e a
construção de Brasília. Em alguns casos, era urgente uma modernização
ou criação de infraestruturas de energia, comunicação e transportes, para
atingir o desenvolvimento econômico. Fora das canchas e dos chãos de
fábrica, o Cinema Novo mostrava uma forma diferente e ousada de fazer
a sétima arte; na música, a bossa-nova surgia como estilo musical de
vanguarda e se tornaria mundial. Aliás, uma frase famosa, que representava
a máxima do Cinema Novo, espelhava esse panorama nacional. O
Brasil, na época, tinha “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.”
A ousadia desafiadora de construir uma das maiores hidrelétricas do
mundo, quebrando paradigmas (entre eles, arquétipos de governança),
é produto desse momento muito bacana da história do Brasil, apelidado
de anos dourados. Furnas foi então construída surfando embalada na
onda de crescimento. Em poucos anos, inaugurada a usina, a empresa
deixou o surfe e passou a ser a onda, característica que nunca mais se
desgrudou de Furnas.
Nas palavras de Jorge Eduardo Teles de Azevedo, engenheiro mecânico,
gerente de Furnas e historiador “por puro prazer” da energia elétrica
no Brasil, se você olhar em retrospectiva, a Usina era sim
concebível, como foi, mas um desafio colossal, se levarmos em conta o
momento e a tecnologia disponível. Depois da criação da Companhia
Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Furnas representava mais uma
grande investida do governo federal no ramo de energia, então dominado
por empresas estrangeiras. “Para resumir, a usina era quase impensável,
algo muito, muito grande para a época”, diz Teles.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 19
One Year Earlier
Pelé, JK and other actors
In 1956, JK and Pelé gave a step further. On September 7 of that
year, the Minas Gerais citizen Edson Arantes do Nascimento,
from the city of Três Corações, scored his first official goal as a
soccer player, in a victory of Santos against Corinthians of Santo André,
in a friendly at São Paulo's region of ABC. It was the debut of the boy of
only 15 years old, a young man who was not yet called by the nickname
that would later gain the world: Pelé. That same day, another person
from Minas Gerais, this one from Diamantina, the President of the Republic
Juscelino Kubitschek (JK) participated of the celebrations and parade
of the Independence Day of Brazil, in the federal capital of that time,
Rio de Janeiro. It was his first year in the position and, even with a few
months, had already approved the construction of Brasilia, the new federal
capital, which that would be inaugurated on April 21, 1960, still unfinished.
Eleven years after the end of Second World War, the year of 1956
marked Pelé's football debut and JK's inauguration as President on 31
January.
In his cabinet at Palácio do Catete, JK kept - next to a book about seresta
(his musical passion) and a pennant of América Futebol Clube, from
Belo Horizonte - a voluminous study with the title “Furnas Hydroelectric
Power Plant Project”, which deserved his special attention, amid the reports
about the beginning of the construction work of Brasília, in the
Planalto Central. The study of the viability of a construction such as Furnas,
the largest power plant in the country (which included all the controversy
about its construction) did not last long on the shelves of the
presidential cabinet. In February 1957, JK signed the decree creating Central
Elétrica de Furnas, the company's first name, appointing the engineer
John Reginald Cotrim as president of the state-owned company. Mister
Cotrim was, by analogy, the veteran ''shirt 10'' of a talented team of
young engineers in the country.
JK entered for the history of Brazil and Pelé, as we all know, went
much further: he became the Athlete of the Century (title conferred
decades later). The politician and the player met a year later, in a festive
and remarkable moment for the national sport, the solemnity that the
Presidency of the Republic has prepared to welcome the Brazilian soccer
team, which had just won the first World Cup for the country, in Sweden,
in 1958. In the photos, between the president and athletes such as Garrincha,
Didi, Nilton Santos and Pelé, appeared the symbol of the conquest,
the Jules Rimet Cup. In a frenzy rarely felt by the population,
radios from all over Brazil started to play "The World Cup is ours", a song
that aroused a civic love and gave wings to a moment of affirmation of
the country.
The world cup is ours, with Brazilian there is no one who can, said
the famous marchinha in every place of the country. It was an evident
counterpoint to the expression "mutt complex" coined by writer and
playwright Nelson Rodrigues, in a reference to the surprising defeat of
Brazil to Uruguay at the 1950 World Cup in Maracanã. In the heart of
that Brazilian from 1958, when it comes about soccer, the “mutt complex”
was born, lived and buried in the recent past. Even if winning a
20 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Arquivo FURNAS
world soccer title is important for a country, it in itself would not hold
as, to use an expression of the era and still current, the "opium of the
people." However, the unprecedented achievement of the 1958 World
Cup eventually served as a spice for a much larger dish. The fact is that
in the great national “theater” other actors without soccer shoes performed
to the public's satisfaction. One of these main interpreters was
the optimism, with the appearance of a new era. After the uncertainties
and great tensions of the Getúlio Vargas administration, which culminated
in his suicide in 1954, the country was living a peace in the political
arena. The previous moment had not left a full set of scorched earth,
but punctuated by mistrust. Finally arrived the time to believe, think
ahead, advance big business, putting oil in the progress machine in a
country that had been moving for a few years now to stop being essentially
agricultural. This is one of the points that reinforced the need for
major constructions never seen before in Brazil, such as the giant Furnas
Power Plant, to supply the current and future short-term demand for
electric power.
A camera in hand and an idea in mind
In the second half of the 1950s, in addition to the creation and projects
of other large steel mills, the first automobile factories arrived in the
country and the industry generally indicated to a horizon of continuous
growth. The JK government's Goal Plan followed its slogan “50 years in
5”. The targets covered six major groups: energy, transport, agriculture
and livestock, education, basic industry and the construction of Brasilia.
In some cases, a modernization or creation of energy, communication
and transport infrastructures was urgent to achieve the economic development.
Outside the factory, the movement of Cinema Novo showed a
different and bold way of making the seventh art. In music, Bossa Nova
emerged as the vanguard musical style and became worldwide. In fact,
a famous phrase that represented the maxim of Cinema Novo reflected
this national panorama. Brazil at that time had "a camera in hand and
an idea in mind."
The boldness to build one of the largest hydroelectric power plants in
the world, breaking paradigms, is a product of this so interesting moment
in the history of Brazil, nicknamed as "golden years". Furnas was
built surfing in the growth wave. In a few years, when the power plant
was inaugurated, the company became the wave, an outstanding feature
of Furnas.
In the words of Jorge Eduardo Teles de Azevedo, mechanical engineer,
Furnas manager and historian “for pure pleasure” of electric power in
Brazil, looking back, "the power plant was conceivable, as it was, but a
colossal challenge, considering that time and the available technology.
After the creation of the Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
(Chesf), Furnas represented another huge federal government investment
in the energy sector, then dominated by foreign companies. To
summarize, the power plant was almost unthinkable, something so
much big for the time".
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 21
É desafio? Chama o Cotrim
Uma trajetória vitoriosa como a de Furnas só é possível,
entre outros fatores, pelo esforço contínuo de milhares de
funcionários. Anônimos ou não, são eles que fizeram e
fazem a diferença, o novo, ousado e vitorioso. E isso vem das raízes da
Companhia, quando do projeto e da execução das obras da Usina de
Furnas, um momento épico da energia elétrica brasileira que pontuou
a história, pelo gigantismo e desafios nunca vistos. E, claramente, pelos
resultados. A eletricidade no Brasil, que começou no fim do século 19,
pode ser dividida entre antes e depois da Usina de Furnas, uma obra
quase impensável para aquele fim da década de 1950. A primeira e mais
emblemática das hidrelétricas da empresa mudou o pensamento sobre
produção e distribuição de energia no Brasil e deu a arrancada para que
Furnas evoluísse e pensasse sempre à frente, considerada hoje um modelo
para outras empresas do ramo. A Usina de Furnas foi fundamental
para a expansão do setor elétrico brasileiro como um todo.
Nas raízes da empresa certamente também estão funcionários que
acreditaram naquele projeto (quase inacreditável) da pioneira Usina de
Furnas, quando esse ainda era esboçado no papel. Não por acaso, John
Reginald Cotrim foi um deles e, claro como a luz do sol, não poderia ser
diferente. Era um dos pais da empreitada, um visionário que comandou
as obras de construção. Primeiro presidente de Furnas, cargo que ocupou
por 17 anos (1957 a 1974), esse inglês e brasileiro, nascido em 1915, na cidade
de Manchester e criado no Brasil, foi o que hoje se chama de “o
cara”. Formado na Faculdade de Engenharia pela Escola Politécnica do
Rio de Janeiro (então capital federal), Cotrim (falecido em 1996) foi uma
das mais importantes figuras da história do setor elétrico brasileiro,
sendo considerado – muito além de construir a pioneira usina – o idealizador
de todo o Sistema FURNAS. Antes, forjou sua capacidade de trabalho
em empresas de energia elétrica como a Amforp e Caeeb e ajudou
a criar a Cemig (hoje Companhia Energética de Minas Gerais), de onde
saiu para encarar como protagonista o projeto da Usina de Furnas. Participou
ainda da construção de Itaipu, inaugurada em maio de 1984 como
a maior usina hidrelétrica do mundo (hoje a segunda) no Rio Paraná,
fronteira do Brasil com o Paraguai. Itaipu perdeu o título em 2012, com
a inauguração da Usina de Três Gargantas, no Rio Yang Tsé, na China.
Mister John Cotrim, em seu livro A História de Furnas – Das Origens
à Fundação da Empresa, narra lutas e vicissitudes para emplacar o projeto
da usina, bem como casos pitorescos e traça o panorama político e
social que envolveu a empreitada. Num dos trechos, ela conta como
sabia que tinha o melhor em mãos, mesmo antes da aprovação da obra.
Nas suas palavras “o projeto de Furnas era, sem dúvida, de todos os
então conhecidos, o que tanto por sua potência como por sua localização
melhor atendia a essa demanda. Não havia, realmente, nada estudado
que lhe fosse comparável. Além disso, o fato de estar concluída,
em nível de projeto básico, toda aquela fase técnica preparatória que
antecede a definição de um projeto, inclusive seu orçamento de custos,
22 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
Castelo Branco cumprimenta John Cotrim
na inauguração da Usina de Furnas.
Maio, 1965
representava um importante ganho de tempo, já que permitia passarse
imediatamente à fase seguinte, a do equacionamento do empreendimento
em termos políticos, econômicos e executivos.”
Diante da descrença quase geral de que um projeto daqueles poderia
ser executado, Cotrim descreve também, de modo divertido, como levou
um grupo de investidores para conhecer o local onde poderia ser construída
a usina, sendo que todos, em determinado momento e sem outra
solução, tiveram que entrar no mato e subir um morro íngreme. “A visão
daquele grupo de cavalheiros ilustres, alguns dos quais já meio velhuscos,
vestidos com roupas de escritório e calçando sapatos socais, escalando
e bufando encosta acima pelo meio do mato cheio de carrapichos
e pedregulhos, foi uma cena inesquecível, digna da imaginação de um
cineasta.” Cotrim conta o final feliz daquela excursão, naquele momento
desastrada, já no alto do morro, diante do Rio Grande e dos paredões
de rocha. “Aí, todos se convenceram de vez. Um desses personagens,
de cujo nome e cargo não me recordo mais, num magnífico e solene
gesto de cortesia, avançou para mim e estendeu-me a mão num espetacular
shake hands (aperto de mãos) à vista de todo mundo, como se
eu fosse o criador daquele cenário.”
Além de seu faro e espírito empreendedores, como demonstram
estes trechos e o testemunho de muitos, Cotrim também entrou para
história da Empresa como um administrador que tinha grande admiração
de seus comandados. Uma mensagem da Associação de Aposentados
de Furnas (Após Furnas) dá uma dimensão disso. “O Dr. Cotrim
imprimiu uma face humana às relações de trabalho. Fez de Furnas uma
das melhores empresas para se trabalhar neste país, muito antes disso
virar moda no meio empresarial.”
O engenheiro João Camilo Penna, outro presidente de Furnas
(1985/1989) e ministro da Indústria e Comércio no governo do presidente
João Batista de Oliveira Figueiredo (1979/1985), prestou homenagem
a John Cotrim num texto feito para a cerimônia de comemoração
dos 55 anos de Furnas, em 2012. Ele conta que o engenheiro Cotrim foi
seu primeiro chefe na Cemig, de março de 1951 a fins de 1955, e lhe ensinou
por palavras e exemplos, traçou metas, cobrou resultados. “Conheci
de perto o Dr. Cotrim”, diz Camilo Penna, “e detectei uma faceta
dominante em sua pessoa: ele era organicamente um engenheiro excelente,
e que excelência! E era um mestre na formação de engenheiros.
Permaneceu em Furnas até 1974, quando foi convocado para diretor técnico
de Itaipu, na sua fase de projeto e construção até 1985. Aí realizou
destacado trabalho, incumbido da construção da maior hidrelétrica do
mundo, inclusive revelando faceta diplomática no trato com os paraguaios.
Pelos seus germinais trabalhos na Caeeb, na Comissão do Vale
São Francisco, na Cemig, em Furnas e em Itaipu, além de criativos estudos
sobre energia, o Dr. John Reginald Cotrim, creio, fica na história
em seu tempo e além dele como maior engenheiro hidrelétrico brasileiro.”
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 23
Is it a challenge? Call Cotrim
A
successful trajectory such as Furnas's is only possible,
among other factors, through the continuous efforts of
thousands of employees. They made and make the difference,
aiming the new, bold and victorious. This comes from the
roots of the company, since the designing and the executing works of
the Furnas Power Plant, an epic moment of the Brazilian electric power
that punctuated the history, for the gigantism and challenges never
seen before. And clearly by the its results. The electricity in Brazil,
which began in the late 19th century, can be divided between before
and after the Furnas Power Plant, a construction almost unthinkable
for that end of the 1950s. The first and most emblematic hydroelectric
of the company changed the thinking about production and distribution
of energy in Brazil and boosted Furnas to evolve and always think
ahead, now considered it is a model for other companies in the field.
The Furnas Power Plant was instrumental in expanding the Brazilian
electricity sector as a whole.
At the roots of the company are certainly also employees who believed
in that (almost unbelievable) project of the pioneer Furnas
Power Plant, when it was still sketched on paper, John Reginald Cotrim
was one of them. He was one of the fathers of the project, a visionary
who led the construction works.. The first president of Furnas, a position
he held for 17 years (1957-1974), this English and Brazilian man,
born in 1915 in Manchester and raised in Brazil, is what is today called
"the guy". This term because Cotrim (deceased in 1996) was one of the
most important figures in the history of the Brazilian electric sector,
being the creator of the entire Furnas System. He was graduate at Faculty
of Engineering from the Polytechnic School of Rio de Janeiro (then
federal capital). Previously, he used his abilities in electricity companies
such as Amforp and Caeeb and helped create Cemig (now the Minas
Gerais Energy Company), where he left to face as protagonist the project
of the Furnas Power Plant. He also participated in the construction
of Itaipu, inaugurated in May 1984 as the largest hydroelectric plant
in the world (today the second) on the Paraná River, Brazil's border
with Paraguay. Itaipu lost its title in 2012 with the inauguration of the
Three Gorges Power Plant on the Yangtze River in China.
Mister John Cotrim, in his book The History of Furnas - From Origins
to the Company Foundation, narrates the struggles to the success of
the project of the power plant, as well as picturesque cases and describes
the political and social situation that involved the endeavor. In
one passage she tells how he knew she had the best at hand, even before
the work was approved. In his words “the Furnas project was undoubtedly,
considering its power and its location, the best to met the
demand. In addition, the completed at the basic project level all the
preparatory technical phase prior to the definition of a project, includ-
24 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Arquivo FURNAS
John Cotrim presents the FURNAS
Hydroelectric Power Plant project
at a conference at the construction
site of the enterprise. January, 1959
ing its cost budget, represented a significant time saver, as it allowed
it to proceed immediately to the next phase of the project, the phase
of equation of the endeavor in political, economic and executive terms.”
Faced with the almost general disbelief that such a project could
be carried out, Cotrim also describes, in a funny way, how he took a
group of investors to know where the power plant could be built and
all of them had to enter the bush and to climb a steep hill.“The sight
of that group of illustrious gentlemen, some of whom were already
half-aged, dressed in office clothes and wearing social shoes, climbing
and huffing uphill through the woods full of ticks and boulders, was
an unforgettable scene.” Cotrim tells of the happy ending of that tour,
disastrous until that moment, high on the hill, in front of Grande River
and the rock walls. “Then everyone was convinced. One of these characters,
whose name and office I no longer remember, in a magnificent
and solemn gesture of courtesy, stepped toward me and held out my
hand in a spectacular shake hands in plain sight, as if I were the creator
of that scenario.”
In addition to his entrepreneurial spirit, such as demonstrated in
these passages and the testimony of many demonstrate, Cotrim also
entered the history of the company as an administrator who had great
admiration for his employees. A message from the Furnas' Retireds
Association (after Furnas) gives a dimension of this. “Dr. Cotrim
demonstrated a lot of humanity on labor relations. He made Furnas
one of the best companies to work for in this country, long before it
became fashionable in business.”
The engineer João Camilo Penna, another president of Furnas
(1985/1989) and minister of Industry and Commerce in the government
of President João Batista de Oliveira Figueiredo (1979/1985), paid
tribute to John Cotrim in a text made for the commemoration ceremony
of the 55 years of Furnas in 2012. He says that engineer Cotrim
was his first boss at Cemig, from March 1951 to the end of 1955, and
taught him by words and examples, set goals, demanded results.
Camilo Penna says that he knew Dr. Cotrim closely and also , “I detected
a dominant facet in his person: he was an excellent engineer
organically, and what an excellence! He was a master in engineering
training. He remained in Furnas until 1974, when he was summoned
as technical director of Itaipu, in his design and construction phase
until 1985. There he performed an outstanding work, in charge of the
construction of the largest hydroelectric in the world, including revealing
diplomatic facet in dealing with Paraguayans. For his productive
works at Caeeb, the San Francisco Valley Commission, Cemig, Furnas,
and Itaipu, as well as energy studies, Dr. John Reginald Cotrim, I believe,
is inside the history in his time and is the greatest Brazilian hydroelectric
engineer. ”
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 25
Júlio Oliveira
O menino e o dique
Muito conhecida no mundo, uma antiga lenda holandesa
conta que um menino, Peter (ou Hans Brinker, a depender
da versão), salvou seu país de uma inundação das águas
do Mar do Norte, ao colocar o dedo num buraco de um dique que começava
a se romper. Jamilton Pereira dos Santos, mineiro de Capitólio, tem
também um dique que marcou sua infância e que segue com ele. Diferentemente
do garoto holandês que convivia com o dique, o menino brasileiro
viu o seu ser construído. Conhecido como o Dique de Capitólio,
trata-se de uma das obras mais importantes para a construção da Usina
de Furnas, em Minas Gerais, a pioneira da Empresa. Foi construído em
parte da Fazenda Engenho da Serra, de Antônio Jonas, seu pai, que era
uma liderança regional e trabalhava com agricultura e pecuária em larga
escala para os padrões da época. Esse dique brasileiro, determinante
para a obra da usina, também impediu que a cidade de Capitólio fosse
tomada pelas águas da represa que se formou. Uma sorte que não
acompanhou outras propriedades e comunidades, que foram totalmente
alagadas, depois de um processo de desapropriação.
Foi quase no fim de sua infância, aos 11 anos, em 1958, que Jamilton
presenciou o começo da obra que iria, em poucos anos, modificar uma
imensa região em absolutamente todos os aspectos. A construção do
lago e da Usina Hidrelétrica de Furnas, um marco na geração e distribuição
de energia elétrica no Brasil, transformou a vida de milhares de pessoas
no Sul de Minas Gerais. A obra, gigantesca, marcou um ponto entre
o antes e o depois de algumas gerações que viram e, principalmente,
sentiram, o sertão virar mar. O Mar Doce de Minas Gerais. “Já a construção
do Dique, em qualquer que fosse o local, era fundamental para garantir
que o reservatório armazenasse a quantidade de água que
armazena hoje”, lembra Jamilton.
Hoje engenheiro agrônomo, professor universitário e PhD, aposentado
como pesquisador da Embrapa, e advogado (com ênfase em meio ambiente),
ele conta as lembranças do começo da obra do dique, próxima
de sua casa na fazenda da família. “Capitólio era uma pequena cidade,
entre três e quatro mil habitantes, com economia calcada na criação de
gado e agricultura – o que de certa forma se mantém atualmente, junto
com o turismo que veio no começo da década de 1990. Na época da construção,
era tudo muito simples, com a presença forte de vários elementos
culturais folclóricos, como a dança de quadrilha.” Ele lembra que a
ligação comercial mais intensa era com Ribeirão Preto, cidade polo no
interior do vizinho estado de São Paulo. “A capital de Minas Gerais, Belo
Horizonte, além de mais longe, era ligada a Capitólio por estrada de terra,
sendo que o caminho para Ribeirão Preto era quase todo asfaltado” contou.
Pois bem, foi esse cenário que centenas de funcionários da Construtora
Mendes Júnior – que tocou as obras, encontraram para encarar a
Arquivo pessoal - Jamilton
Jamilton Pereira dos Santos
28 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
tarefa de fazer o Dique de Capitólio e a usina.
Construído a partir de 1958, o dique tem a função de represar as águas
do Rio Grande, evitando que corram para o Rio São Francisco e, com isso,
fazer com que a Usina de Furnas funcione gerando energia elétrica. A
obra do dique, que consumiu quase dois anos, também levou à transposição
do Rio Piumhi, que teve seu leito desviado. Ele, que corria para
a Bacia do Paraná (Sul do Brasil), passou a correr para o Nordeste brasileiro,
dessa vez embalado pelas águas do Rio São Francisco, onde passou
a desaguar. O período de execução das obras de transposição das águas
do Rio Piumhi – que tem sua cabeceira localizada na Serra da Confusão,
divisa entre os municípios de Vargem Bonita e Piumhi – para o São Francisco,
foi o mesmo da construção da Hidrelétrica de Fumas, de 1959 a
1963. Estudos feitos por pesquisadores da Universidade Federal de São
Carlos mostram que, aproveitando a topografia da região de pantanal –
por onde corria o leito do Rio Piumhi, lagoas marginais e 22 afluentes –
, foi efetuado um sistema de drenagem, com a construção de 18 quilômetros
de canais, alterando o curso do Rio Piumhi, desviando as suas
águas e as do pântano para o córrego Água Limpa, que deságua no Ribeirão
Sujo, um dos afluentes da margem direita do Rio São Francisco.
Jamilton lembra que, antes das obras, Capitólio já tinha fama de terra
de moças bonitas e vivia um descompasso, comum às pequenas cidades
da época. Com a quase inevitável saída de rapazes em busca de emprego
e estudos em grandes centros, muitas das moças de então não alcançavam
o sonhado casamento. Com a chegada de centenas de funcionários para a
construção do dique, instalados a cerca de quatro quilômetros da cidade, a
balança parou de pender para somente um lado. Como é comum em obras
de grande envergadura, trabalhadores de várias partes do Brasil e estrangeiros
chegaram a Capitólio. “As festas e os encontros se multiplicaram e
resultaram em casamentos, alguns que duraram para sempre”, recorda.
E conta outro fato pitoresco, um choque de cultura: havia um funcionário
espanhol que gostava de cozinhar e de preparar salada de pepino
com leite, pepino com manga, manga com banana e outras coisas
que eram maluquices para nós. Os adultos diziam que tais misturas faziam
mal à saúde e nós, a criançada, achávamos que o tal espanhol iria
morrer de uma hora para outra, o que não aconteceu. No tocante ao turismo
atual, que leva milhares de pessoas ao Lago de Furnas e região,
Jamilton observa que ele despontou de forma mais profissional, a partir
do começo da década de 1990, com a chegada paulatina de grandes hotéis,
resorts, pousadas, hotéis-fazenda, agências e serviços de receptivo
com maior estrutura. Além do despertar das autoridades para a atividade
que atualmente ajuda a mover a economia local, no esteio de um
lago que banha 34 municípios de Minas Gerais. O dique também se
transformou numa atração turística por ser um divisor das águas das
bacias do Paraná e do Prata e da Bacia do Rio São Francisco. E a fazenda
Engenho da Serra, onde Jamilton cresceu, se transformou num complexo
turístico, um Ecoresort.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 29
The boy and the dike
Avery well-known old Dutch tale tells us that a boy, Peter (or
Hans Brinker, depending on the version), saved his country
from a flood by blocking a leak with his finger on a breaking
North Sea dike. Jamilton Pereira dos Santos, from Capitólio (MG), also
had a dike that marked his childhood and still impacts his life. Unlike the
Dutch boy that lived near the dike, the Brazilian boy saw his one be built.
Known as Capitólio’s Dike, it is one of the first and most important works
on the construction of Furnas Power Plant, in Minas Gerais. It was built
on Engenho da Serra farm, property of Antônio Jonas, Jamilton’s father,
who was a regional leader and worked in agriculture and livestock on a
large scale. This Brazilian dike, crucial for the operations of the plant, also
prevented the city of Capitólio from being taken by the waters of the
formed reservoir, what happened with other properties and communities
in the area, which were totally flooded after an expropriation process.
In 1958, almost at the end of his childhood, at age 11, Jamilton witnessed
the beginning of a project that would modify an immense region
in absolutely all aspects. The construction of the Furnas Reservoir and
Hydroelectric Power Plant, a milestone for the generation and distribution
of electric power in Brazil, transformed the lives of thousands of people
in the south of Minas Gerais state. This huge works marked the life of
generations that saw, and mainly felt the Brazilian backwoods turning
into sea, the freshwater sea of Minas Gerais. “The construction of the
dike, in whatever place was fundamental for ensuring the reservoir’s capacity
of storing the amount of water it has today”, recalls Jamilton.
Today an agronomist engineer, university professor and PhD, retired as
an Embrapa researcher, and lawyer (with emphasis on environmental issues),
Jamilton tells his memories about the beginning of the construction
of the dike, located near his house on the family’s farm. “Capitólio was a
small city, with approximately three to four thousand inhabitants, and
an economy based on agriculture and livestock, which in a certain way
still remains, alongside the tourism wave that started in the 1990s. During
the construction, everything was very simple, with a strong presence of
various folk cultural elements, such as ‘Quadrilha’ dance.” He points out
that the most intense commercial connections were with the city of
Ribeirão Preto, a regional hub in the neighbor state of São Paulo. “The
Minas Gerais’ state capital, Belo Horizonte, beyond being far more distant,
was connected with Capitólio by a dirt road, on the other hand the road
to Ribeirão Preto was already paved in almost all of the way”, he said. This
was the scenario found by the hundreds of Mendes Júnior Construction
Company employees, whom carried out the works at the Capitólio dike
and power plant site.
Arquivo pessoal - Jamilton
Jamilton Pereira dos Santos
30 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
With its construction starting in 1958, the dike holds the waters of
Grande River, preventing its flow towards São Francisco River, and making
the Furnas Power Plant generates electric power. The dike construction,
which took almost two years of work, also led to the transposition of the
Piumhi River, which had its riverbed diverted. It used to run towards the
Paraná Basin (Brazil’s south region), and now its flow runs to Brazil’s
northeast region, joining the waters of the São Francisco River. The execution
period of the works at the transposition of the Piumhi River onto
the São Francisco River was the same as the construction of the Furnas
Hydroelectric Plant, from 1959 to 1963. The Piumhi River has its headwaters
located in the Confusão Ridge, at the border between the municipalities
of Vargem Bonita and Piumhi. Studies led by researchers at the
Federal University of São Carlos found that, taking advantage of the topography
of the wetlands region – where were the riverbed of Piumhi River,
marginal ponds and 22 affluents – a drainage system was implemented
with a structure of 18 kilometers of canals, modifying the course of the
river by diverting its waters and the waters of wetlands to the Água Limpa
Stream, which flows into the Sujo River, one of the affluents at the right
margin of São Francisco.
Jamilton recalls that before the construction took place, Capitólio was
famous for being a land of beautiful ladies and most of them did not get
married, due to the fact of the young men that had to leave the region
searching for jobs or education at bigger cities. With the arrival of Hundreds
of men for the dike construction, which settled at about four kilometers
of the city, this scenario began to change. As it is common for large-scale
projects, workers from various parts of Brazil and foreigners came to
Capitólio. “The parties and meetings multiplied and resulted in marriages,
some of them lasting forever, changing the life of this women”, he said.
He tells another curious fact, a culture shock: there was a Spanish employee
that liked to cook dishes of cucumber with milk, cucumber with
mangoes, mangoes with bananas and other things that looked too crazy
for Brazilians. The adults used to say these mixtures were bad for our
health and the children thought that Spanish man would die at any moment,
which didn’t happen. As for the current tourism, which attracts
thousands of people to the Furnas Reservoir region, Jamilton notes that
it emerged more professionally around the beginning of the 1990s, with
the gradual arrival of large hotels, resorts, inns and tourist agencies with
a better structure.
Besides awakening the authorities for the activity that currently helps
to move the local economy, in the mainstay of a lake that bathes 34 municipalities
of Minas Gerais, the dike has become a tourist attraction because
it is a watershed for the basins of the Paraná River and Prata River
and the São Francisco River Basin. The Engenho da Serra farm, where
Jamilton was raised, also became a tourist complex, an Eco Resort.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 31
Júlio Oliveira
Linha do Tempo
Como nasceu a gigante Furnas
1954 1956 1958
Francisco Noronha e Anton Rydland, engenheiros
da Cemig (atual Companhia
Energética de Minas Gerais) “descobrem”
o lugar propício para o projeto de
construção de uma grande hidrelétrica:
duas muralhas laterais de mais de 100
metros de altura, no Rio Grande, na região
de Capitólio (MG). Eles fotografam
a região e levam a ideia para o diretor
técnico da Cemig John Reginald Cotrim.
Em janeiro, Juscelino Kubitschek (JK)
toma posse na Presidência da República.
Em maio, o presidente do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
(BNDE), engenheiro Lucas Lopes, define
as características básicas do projeto de
Furnas, justificando sua inclusão como
obra prioritária do Plano de Metas do governo
JK.
A empresa obtém os primeiros financiamentos
e inicia as obras de barragens e
túneis de desvio da usina. Começa a
construção de linhas de transmissão (LT)
e outras frentes de trabalho seguem em
plena atividade.
1955 1957 1959
A Cemig dá os primeiros passos para elaborar
um projeto de construção. John Cotrim,
de posse de laudos e estudos, se
mostra um entusiasta da construção da
Usina de Furnas e defende a ideia em
palestras e encontros com vários setores
da sociedade.
No dia 28 de fevereiro de 1957, o presidente
JK assina o documento de criação
da Central Elétrica de Furnas. A missão
da recém-nascida empresa é construir a
Hidrelétrica de Furnas para evitar o colapso
energético da Região Centro-Sul
do Brasil. Toma posse o primeiro presidente
de Furnas, o engenheiro John Reginald
Cotrim, egresso da Cemig, onde
era vice-presidente.
Dá impulso às suas obras civis e inicia
os trabalhos relativos à LT Furnas-São
Paulo. Seguem as obras de
desvio do Rio Grande, através de
dois túneis de derivação. No segundo
semestre, inicia a construção
da LT Furnas-Belo Horizonte, de
345 kV.
34 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
(*) Na década de 1970, mais duas turbinas foram
instaladas na Usina de Furnas, totalizando uma
potência de 1.216 megawatts (MW).
1960 1962 1964
Em março, o Rio Grande é desviado de
seu leito natural para a construção da
barragem de Furnas. Finalizavam-se os
serviços de escavação, tratamento e revestimento
dos túneis do Rio Grande. Finaliza
a LT Furnas-Belo Horizonte, a de
mais alta tensão do Hemisfério Sul.
As comportas dos túneis de desvio no
Rio Grande são fechadas. Finalizadas as
construções da casa de força e da barragem
da Usina de Furnas.
Terminam as linhas de transmissão Guarulhos-São
José dos Campos, Guarulhos-
Anhangüera e a construção do 2º circuito
do trecho Furnas-Poços de Caldas. São
instaladas mais três unidades geradoras
em Furnas.
1961 1963 1965
Início do enchimento do reservatório da
Usina Hidrelétrica de Furnas. As construções
da subestação Poços de Caldas e da
Linha de Transmissão Furnas-São Paulo
seguem em curso.
Entrada em operação de duas unidades
geradoras (turbinas) da Usina de Furnas.
O projeto original prevê a instalação de
um total de seis turbinas.
A sexta e última turbina*, cumprindo
o projeto original, começa a produzir
energia em 1965. No dia 12 de maio,
o presidente da República, marechal
Castelo Branco, inaugura a Usina de
Furnas e as obras da Usina de Estreito
são oficialmente iniciadas.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 35
Timeline
The way the giant Furnas was born
1954 1956 1958
Francisco Noronha and Anton Rydland,
engineers at Cemig find the right place
for the project to build a large hydroelectric
power plant: two side large walls
with more than 100 meters high in
Grande River, in the region of Capitólio
(MG). They photograph the region and
bring the idea to Cemig's technical director,
John Reginald Cotrim.
In January, Juscelino Kubitschek (JK)
takes office as President of the Republic.
In May, the president of the National
Bank for Economic Development
(BNDE), the engineer Lucas Lopes, defines
the basic characteristics of the Furnas'
project, justifying its inclusion as
one of the priority constructions of the
JK government's Goals Plan.
The company obtains the first financings
and starts the constructions of the
dams and diversion tunnels of the power
plant. The construction of transmission
lines (LT) begins and other work fronts
are still in full swing.
1955 1957 1959
Cemig takes the first steps to formulate
the construction project. John Cotrim
seeing reports and studies, turns into an
enthusiastic about the construction of
Furnas Power Plant and defends the
idea in lectures and meetings with many
sectors of society.
On February 28, 1957, President JK signs
the document of creation of Central Elétrica
de Furnas. The mission of the newborn
company is to build the Furnas
Hydroelectric Power Plant to prevent the
collapse of energy in the Center-South
region of Brazil. Furnas' first president,
the engineer John Reginald Cotrim, was
the Cemig’s vice president.
The company boost its civil constructions
and starts the works of
the Furnas-São Paulo Transmission
Line. It continues the diversion
constructions of Grande River,
through two diversion tunnels. In
the second semester, it starts the
construction of the 345 kV Furnas-
Belo Horizonte Transmission Line.
36 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
(*) In the 1970s, two more turbines are installed at
the Furnas Power Plant, totaling a power of 1,216
megawatts (MW).
1960 1962 1964
In March, the Grande River is diverted
from its natural bed to the construction
of the Furnas dam. The excavation,
treatment and coating services of the
Grande River tunnels are completed. Is
also completed the Furnas-Belo Horizonte
Transmission Line, with the highest
voltage in the Southern
Hemisphere.
The floodgates of the diversion tunnels
in Grande River are closed. The constructions
of the power house and the dam of
the Furnas power plant are completed.
The Guarulhos-São José dos Campos,
Guarulhos-Anhangüera transmission
lines and the construction of the 2nd circuit
of the Furnas-Poços de Caldas section
are completed. Three more turbines
are installed in Furnas.
1961 1963 1965
The filling of the reservoir of the Furnas
Hydroelectric Power Plant is started. The
constructions of the Poços de Caldas
substation and the Furnas-São Paulo
Transmission Line are ongoing.
Start-up of two turbines at Furnas
Power Plant. The original project foresees
the installation of a total of six turbines.
The sixth and last turbine*, fulfilling
the original project, starts producing
energy. On May 12, the President of
the Republic, Marshal Castelo
Branco, inaugurates the Furnas
Power Plant and the construction of
the Estreito Power Plant is officially
started.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 37
38 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
FURNAS também tem mar
Considerado, sem favores, o "Mar de Minas" ou em sua variação
o “Mar Doce de Minas”, o lago de Furnas é o maior de
Minas Gerais e figura como um dos maiores lagos artificiais
do mundo. Criado no começo da década de 1960, como parte da inovadora
Usina Hidrelétrica de Furnas, esse mundo de água cobre uma superfície
de incríveis 1.406,26 km², alimentado por rios e milhares de
nascentes. Em seu entorno, 34 municípios do estado dividem paisagens,
cânions, morros, cachoeiras, praias, pousadas, recantos rurais,
projetos de piscicultura e um arsenal de boas surpresas. Como forma
de ajudar no deslocamento de moradores e consequentemente turistas,
Furnas mantém, há quase 60 anos, balsas que cruzam as águas do lago
dia e noite e ligam dezenas de localidades. Para quem convive com o
lago, as balsas são de vital importância em suas vidas. Além do serviço
de transporte de automóveis e passageiros a pé, as balsas contribuem
para o escoamento da produção regional levando caminhões e máquinas,
impulsionam o comércio e transportam, entre milhares de outros,
alunos, professores e profissionais de saúde. As balsas são gratuitas
para pessoas a pé, sendo taxados apenas veículos.
O gigante Lago de Furnas é receita certa para relaxamento e êxtase
numa região hospitaleira, com boa infraestrutura, que se coloca como
uma das grandes pedidas turísticas de Minas Gerais. Trilhas ecológicas,
a profusão de animais silvestres, esportes e passeios náuticos, pesca e
a boa comida mineira completam o pacote de atrações, que vem ao lado
de boa oferta hoteleira, receptivos e serviços públicos destinados ao turismo.
Outra atividade econômica importante ligada diretamente ao
lago é a piscicultura, a criação de peixes, principalmente a tilápia, feita
em tanques-rede imersos no lago por pequenos (a maioria) e grandes
produtores, que emprega milhares de pessoas.
Parceira de Furnas, a Associação dos Municípios do Lago de Furnas
(ALAGO) é uma entidade nascida da consciência do potencial turístico
e econômico do Lago de Furnas, uma iniciativa direcionada para a sustentabilidade
econômica e a preservação ambiental dos municípios banhados
pelo lago. A ALAGO tem em seu radar o planejamento do
desenvolvimento regional e a coordenação de ações conjuntas de seus
associados: 39 municípios no entorno do Lago de Furnas, sendo que alguns
não são banhados por suas águas. O alvo é apresentar os encantos
turísticos, descobrir e criar trilhas e roteiros, orientar empreendimentos
e preservar os recursos naturais, sem os quais não haveria tanta beleza
a ser oferecida. A missão, que tem se revelado vitoriosa, é fazer do Lago
de Furnas um dos melhores circuitos turísticos do Brasil. No site
alago.org.br estão dicas de turismo, atrações e história de cada um dos
municípios.
O circuito abriga, por exemplo, a cidade de Capitólio, com o condomínio
Escarpas do Lago, que tem a maior base náutica de Minas Gerais.
Entre dezenas de outras, podem ser citadas São João Batista do Glória,
conhecida como a cidade das cachoeiras ou a pequena e atrativa Guapé,
com suas serras e cânions. Também Carmo do Rio Claro, onde a tecelagem
artesanal é internacionalmente conhecida por seus excelentes produtos.
Fazem parte da ALAGO as cidades de Aguanil, Alfenas,
Alpinópolis, Alterosa, Areado, Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho,
Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio,
Carmo do Rio Claro, Coqueiral, Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes,
Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea, Itapecerica, Juruaia, Lavras, Machado,
Monte Belo, Muzambinho, Nepomuceno, Paraguaçu, Perdões, Pimenta,
Ribeirão Vermelho, São João Batista do Glória, São José da Barra, Serrania,
Três Pontas e Varginha.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 39
40 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
FURNAS also has sea
Considered as the "Sea of Minas" or in its variation the "Sweet
Sea of Minas", the lake of Furnas is the largest in Minas Gerais
and figures as one of the largest artificial lakes in the world. Created
in the early 1960s, as part of the innovative Furnas Hydroelectric Power
Plant, this "world" of water covers an area of incredible 1,406.26 km², fed
by rivers and thousands of springs. In its surroundings, 34 cities in the state
share landscapes, canyons, hills, waterfalls, beaches, inns, rural nooks, fish
farming projects and an arsenal of great surprises. As a way of helping the
displacement of residents and, consequently, tourists, Furnas has maintained,
for almost 60 years, ferries that cross the waters of the lake day and
night and connect dozens of locations. For those living around the lake, ferries
are vitally important in their lives. In addition to the transportation service
for cars and passengers on foot, the ferries contribute to the outflow of
regional production by taking trucks and machines, boosting trade and
transporting, among thousands of others, students, teachers and health
professionals. The ferries are free for people on foot, only vehicles are taxed.
The giant Furnas Lake is a recipe for relaxation and ecstasy in a hospitable
region, with good infrastructure, which stands as one of the great
tourist attractions of Minas Gerais. The attractions include ecological
trails, the abundance of wild animals, sports and nautical tours, fishing
and delicious food from Minas' cooking, which comes along with good
hotel offer and public services for tourism. Another important economic
activity directly linked to the lake is fish farming, especially tilapia, made
in net-ponds immersed in the lake by small (the most) and large producers,
which employs thousands of people.
A Furnas’ partner, the Furnas Lake Municipalities Association (ALAGO)
is an entity born of awareness of the tourist and economic potential of Furnas
Lake, an initiative aimed at the economic sustainability and environmental
preservation of the municipalities bordering the lake. ALAGO seeks
the planning of regional development and the coordination of joint actions
of its associates: 39 municipalities around Furnas Lake, some of which are
not bathed by its waters. The aim is to present the tourist charms, discover
and create trails and itineraries, guide enterprises and preserve the natural
resources, without which there would not be so much beauty to offer. The
mission, which has been victorious, is to make Furnas Lake one of the best
tourist circuits in Brazil. On the site alago.org.br are found tips of tourism,
attractions and history of each of the municipalities.
The circuit includes, for example, the city of Capitólio, with the Escarpas
do Lago condominium, which has the largest freshwater nautical base in
Minas Gerais. Among dozens of others, we can mention São João Batista
do Glória, known as the city of waterfalls or the attractive and little Guapé,
with its mountains and canyons. Also Carmo do Rio Claro, where handicraft
weaving is internationally known for its excellent products. ALAGO is
composed by the cities of Aguanil, Alfenas, Alpinópolis, Alterosa, Areado,
Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho, Campo Belo, Campo do Meio, Campos
Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Coqueiral,
Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes, Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea,
Itapecerica, Juruaia, Lavras, Machado, Monte Belo, Muzambinho, Nepomuceno,
Paraguaçu, Perdões, Pimenta, Ribeirão Vermelho, São João
Batista do Glória, São José da Barra, Serrania, Três Pontas and Varginha.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 41
Júlio Oliveira
Júlio Oliveira
Visite a pioneira usina do sistema
AUsina de Furnas fica a 40 quilômetros de Capitólio (MG),
cidade que é um dos polos de entretenimento do grande
lago, com ampla oferta de passeios náuticos, trilhas, paisagens
fantásticas, cânions ou a simples contemplação – que certamente
é uma das extensões do lazer. A usina, por sua vez, é também
uma boa atração turística, onde concreto, equipamentos e o lago formam
um quadro curiosamente harmônico. Cidade e hidrelétrica são ligadas
pela rodovia MG-050, um percurso pontilhado de visões da
imensidão do lago, com a água em variados tons verdes e azuis. Na visita
à usina, quem for um pouco mais curioso será brindado com a descoberta
da Vila de Furnas (também chamada de bairro ou distrito),
distante três quilômetros, criada para abrigar funcionários e famílias
durante as obras de construção.
No caso da hidrelétrica, ela só pode ser visitada por fora, mas há muito
para se ver: barragem, turbinas, vertedouro, torres de transmissão, lago
e o Rio Grande entre outros. A parte interna, a operacional, somente é
franqueada para grupos de estudantes (crianças ou não) em excursões
agendadas e guiadas. Para melhor visão da parte externa da usina, a
empresa mantém quatro mirantes em pontos estratégicos, dois acima
da barragem e dois abaixo. Os locais, que podem ser acessados pelo público,
sem restrições ou pagamento de taxa, oferecem estacionamentos,
que ajudam a mobilidade do visitante e, claro, visuais que apontam a
grandeza de uma obra desse porte. Se pensarmos que sua construção
foi há 60 anos, com um aparato tecnológico infinitamente menor que o
atual, tudo ganha uma magnitude fora do normal e nos remete a uma
proeza épica. A usina é acessada pela parte de cima e, para descer para
os mirantes inferiores, os automóveis – somente veículos leves, passam
por uma via estreita na crista da barragem, com o Rio Grande ao fundo.
A vila, a pouco mais de três quilômetros da barragem, se mantém
de pé e com vida, em meio a ruas e avenidas largas e bem-cuidadas e
casas amplas com jardins, que foram vendidas para funcionários, exfuncionários
e particulares, depois da conclusão da obra. A notável
calma do ambiente contrasta com a origem da própria vila, erguida num
momento de obras em ritmo frenético. À beira do Rio Grande, o local
também abriga outros setores da usina, que prestam serviço para o Sistema
Furnas em todo o Brasil, como centro técnico e de treinamento,
estação de piscicultura, horto florestal e outros. O distrito de Furnas
pertence ao município de São José da Barra, localizado a seis quilômetros,
com uma população de 7,5 mil habitantes. A vila tem espaço cultural
(Cine Furnas) para diversas manifestações artísticas, igreja,
pequenos comércios, um clube de lazer bem-estruturado e a Casa de
Visitas, construída para abrigar convidados ilustres e dirigentes de Furnas.
Em fins de semana e feriados a população da vila cresce de forma
considerável, já que parte de seus habitantes moram em outras cidades
e usam o local mais como forma de lazer.
O comerciante e hoteleiro Hélio Teodoro de Oliveira, 67 anos, mantém
na vila o Hotel e Restaurante Chão Nativo desde 1991, ano em que ganhou
uma licitação para explorar o local, antigo meio de hospedagem da
empresa. Natural de Passos, cidade de porte médio da região, Hélio trabalhou
na roça até os 17 anos, no comércio e depois na Usina de Furnas,
que considera como “uma grande empresa que mudou sua vida”, oferecendo
oportunidades de progressão funcional. Zeloso com a natureza,
que considera essencial para a vida, seu Hélio cuida de vários pássaros
soltos, colocando frutas e outros alimentos para os bichos, que sempre
dão o ar de suas múltiplas graças. A tilápia fresca – pescada no vizinho
Rio Grande – com requeijão é o carro-chefe de sua cozinha. Ele conta que
a Vila de Furnas tem, entre população flutuante e fixa, cerca de 1,5 mil
habitantes e define: “Aqui é paz e tranquilidade que não tem igual.”
44 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
Visit the pioneer power plant of the system
The Furnas Power Plant is 40 kilometers from Capitolio (MG),
a city that is one of the great lake's entertainment poles, offering
a wide range of water rides, trails, fantastic landscapes,
canyons or the simple contemplation - which is certainly one
extension of leisure. The power plant is also a considerable tourist attraction,
where the concrete, the equipments and the lake form a curiously
harmonious picture. The city and the hydroelectric are connected
by the MG-050 highway, a route dotted with views of the lake's immensity,
with water in varying green and blue tones. During the visit to
the power plant, the more curious will be rewarded with the discovery
of Furnas Village (also called a neighborhood or district), three kilometers
away, created to house employees and families during the works.
The hydroelectric can only be visited from the outside, but there is
much to see: the dam, the turbines, the spillway, the transmission towers,
the lake and the Grande River, among others. In the internal part,
the operational one, the visit is only authorized for student groups (children
or not) on scheduled and guided tours. For a better view of the outside
of the power plant, the company maintains four observatories at
strategic points, two above the dam and two below it. The places, which
can be accessed by the public, without restrictions or fee, offer parking
lots that help the visitor mobility and, of course, visuals that point out
the grandeur of a work of this size. Considering that its construction was
60 years ago, with a technological apparatus infinitely smaller than
today, everything gains an unusual magnitude and brings us to an epic
prowess. The power plant is accessed from the top part and, to descend
to the lower observatories, the cars - only light vehicles, pass a narrow
lane at the crest of the dam, with the Grande River in the background.
The village, just over two miles from the dam, stays alive, with amid
wide, well-kept streets and avenues and large houses with beautiful gardens
that were sold to employees, former employees and private individuals,
then of the completion of the works. The notable calm of the
ambience contrasts with the origin of the village itself, erected in a moment
of works at a frenetic pace. On the edge of Grande River, the site
also houses other sectors of the power plant, which provide services to
the Furnas System throughout Brazil, such as the technical and training
center, the fish farming station, the forest garden and others. The Furnas
district belongs to the city of São José da Barra, located at six kilometers,
with a population of 7.5 thousand inhabitants. The village has a cultural
space (Cine Furnas) for various artistic events, church, small shops, a wellstructured
leisure club and the House of Visits, built to house distinguished
guests and leaders of Furnas. On weekends and holidays the
population of the village grows considerably, since part of its inhabitants
live in other cities and use the place more as a form of leisure.
The merchant and hotelier Hélio Teodoro de Oliveira, 67, has in the village
the Chão Nativo Hotel and Restaurant since 1991, when he won a
bid to explore the place, the company's former means of lodging. Native
of Passos, a medium-sized city in the region, Hélio worked in the countryside
until he was 17, in commerce and later at Furnas Power Plant,
which he considers to be “a big company that has changed his life”, offering
opportunities of functional progression. Careful with nature, which
he considers essential for life, Mr. Hélio takes care of several loose birds,
putting fruits and other food for the animals, which always give the air
of their multiple graces. The fresh tilapia - caught in neighboring Grande
River - with curd is the flagship of his kitchen. He says that Furnas Village
has, among floating and fixed population, about 1,500 inhabitants
and defines: “Here there is peace and tranquility that has no similar”.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 45
A pioneira do sistema
AUsina de Furnas, em Minas Gerais, produz 1.216 MW e é a
mais icônica das 21 hidrelétricas da empresa, por ter sido a
primeira construída e por carregar o nome do Sistema FUR-
NAS. A barragem está localizada no curso médio do rio Grande, no trecho
denominado Corredeiras das Furnas, entre os municípios de São José da
Barra e São João Batista do Glória, no Sul do Estado. A Usina de Furnas
faz parte do parque gerador da empresa, que conta com 21 usinas hidrelétricas,
sendo quatro próprias, seis sob administração especial, duas em
parceria com a iniciativa privada e nove em regime de participação em
Sociedades de Propósito Específico (SPEs). E também duas termelétricas
próprias. Estes empreendimentos somam mais de 18 mil MW de potência
instalada, dos quais Furnas detém cerca de 12 mil MW.
Na área da Usina de Furnas estão importantes áreas de serviço,
como a Estação de Hidrobiologia e Piscicultura (atualmente em fase de
reestruturação), que trabalha na criação de peixes para o repovoamento
planejado de reservatórios e na conservação da qualidade das águas represadas,
servindo a todas as usinas do Sistema Furnas.
Há também o Centro de Treinamento de Controle de Emergência.
Considerado de excelência, o centro ocupa uma área de 30.000 m², às
margens do rio Grande. Realiza treinamentos de combate a incêndio e
pânico e está capacitado para apoiar órgãos governamentais, como o
Corpo de Bombeiros, Batalhões Florestais e empresas do setor elétrico.
Este Centro ministra o curso Treinamento teórico e prático de vestimentas
especiais e máscaras autônomas de ar (16 horas). Também os cursos
Noções básicas de combate a incêndio e utilização de extintores (8
horas) e Formação de Brigadas de Incêndio (40 horas). Para entretenimento,
tem o Cine Furnas Cultural, que ocupa o antigo cinema da usina,
com capacidade para 320 pessoas e espetáculos gratuitos para as comunidades
do entorno da Usina de Furnas, com shows de música erudita
e popular, dança, além de teatro adulto e infantil. A barragem da
Usina Hidrelétrica de Furnas tem altura máxima de 127 metros, com um
volume total de 9.450.000 m³. O reservatório da usina tem a extensão
de 220 km, nível normal de operação de 768 m, área inundada de 1.440
km² e volume total de 22,95 bilhões de m³.
Há também o Centro Técnico de Ensaios e Medições, referência internacional
nesse segmento, como se vê a seguir.
46 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
evening_tao / Freepik
The system pioneer
The Furnas Power Plant, in Minas Gerais, produces 1,216 MW
and is the most famous of the company's 21 hydroelectric
power plants, as it was the first one built and have the name
of the FURNAS System. The dam is located in the middle course of the
Grande River, in the section called waterfalls of furnas, between the cities
of São José da Barra and São João Batista do Glória, in the south of the
state. The Furnas Power Plant is part of the company's generating park,
which has 21 hydroelectric power plants, four of the company's own, six
under special management, two in partnership with the private sector
and nine under participation in Special Purpose Entities (SPEs). And also
two thermal power plants. These projects total more than 18 thousand
MW of installed capacity, of which Furnas holds approximately 12 thousand
MW.
In the area of the Furnas Power Plant there are important service areas,
such as the Hydrobiology and Pisciculture Station (currently undergoing
restructuring), which works on the creation of fish for the planned restocking
of reservoirs and on the conservation of the quality of the dammed
waters, serving all the power plants in the Furnas System.
There is also the Emergency Control Training Center. Known by its excellence,
the center occupies an area of 30,000 m², on the banks of the
Grande River. It organizes fire and panic trainings and is able to support
government agencies, such as the Fire Department, Forest Battalions
and companies of the electricity sector. This Center teaches the course
Theoretical and practical training in special clothing and autonomous air
masks (16 hours). Also the courses: Basic notions of fire fighting and use
of extinguishers (8 hours) and Training of Fire Brigades (40 hours). For
entertainment, there is the Furnas Cultural Cine, which occupies the old
cinema of the power plant, with capacity for 320 people and free shows
for the communities of the around the Furnas Power Plant, with erudite
and popular music shows, dance, as well as adult and children’s theater.
The dam of the Furnas Hydroelectric Power Plant has a maximum
height of 127 meters, with a total volume of 9,450,000 m³. Its reservoir
has a length of 220 km, a normal operating level of 768 m, a flooded
area of 1,440 km² and a total volume of 22.95 billion m³.
It is worth to mention also the Technical Center for Tests and Measurements,
an international reference in this segment, as shown below.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 47
48 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Júlio Oliveira
Gerência de Centro Técnico de Ensaios
e Suporte à Manutenção (GES.O)
AGerência de Centro Técnico de Ensaios e Suporte à Manutenção
(GES.O), órgão vinculado à Superintendência de Planejamento
e Engenharia da Manutenção (EM.O) de Furnas,
tem como principal atribuição assegurar o suporte técnico à engenharia
da empresa voltada às pesquisas e manutenções sistêmicas, provendo,
de forma decisiva, maior operacionalidade aos ativos de geração e
transmissão. O papel relevante e estratégico que a gerência desempenha
no contexto empresarial torna a sua ação fato determinante para
os negócios da empresa no contexto de geração, transmissão e comercialização
de energia elétrica. Desse modo, agrega valor e confiabilidade
ao Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), assegurando altos padrões operacionais
e de segurança a seus ativos, com consequente aumento de disponibilidade
sistêmica.
Estruturada de forma moderna e singular, a GES.O é composta de
laboratórios e oficinas especiais que interagem de forma complementar
e coordenada, possibilitando prontidão e resposta ágil às demandas
apresentadas por Furnas. A sua ordenação conta com um acervo de
equipamentos e instrumentos de última geração tecnológica, o que permite
a prestação de serviços com qualidade diferenciada, frente aos
ofertados no mercado nacional e internacional, viabilizando o pronto
atendimento não somente das demandas internas como também de
outras empresas, nos mais diversos setores produtivos. Somando-se a
isso, o seu corpo técnico altamente capacitado nas mais diferentes
áreas do conhecimento científico, e com grande experiência adquirida
ao longo dos anos de trabalho no campo, é notoriamente aceito como
importante núcleo de desenvolvimento de novas tecnologias para o
setor. Dentre algumas áreas de atuação podemos citar: instrumentação
e monitoramento de equipamentos; ensaios mecânicos e dimensionais;
termografia; ensaios de alta tensão (400 kV – 50/60 Hz); ensaios eletroeletrônicos
e eletromecânicos; ensaios físico-químicos; desenvolvimento
de projetos especiais; fabricação e reparos de peças e
dispositivos eletromecânicos; ensaios não destrutivos (END); certificação
de pessoas; modernização de usinas e subestações; comissionamento
e descomissionamentos de equipamentos como: turbinas,
geradores, equipamentos de manobra e controle, dentre várias outras
funções decorrentes.
Destaca-se, ainda, pela instalação, operação e manutenção do Sistema
de Medição de Energia para Faturamento (SMF) de Furnas, onde
é computado em tempo real, em coordenação com a Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica (CCEE), o montante de geração líquida produzida
por toda a empresa.
Outra importante atuação da gerência está voltada à guarda e operação
da Unidade Móvel para Atendimento de Emergências em Linhas
de Transmissão (UMELT), que, em coordenação com outros órgãos da
empresa, realiza a atividade de suporte nas manutenções periódicas,
como também no pronto restabelecimento das linhas de transmissão
eventualmente colapsadas por fenômenos naturais.
Promove estudos e desenvolvimentos voltados a modernizações e
a adequações de equipamentos superados e fora de fornecimento,
atendendo prontamente às demandas internas e com isso permitindo
a redução de custos operacionais e indisponibilidade dos equipamentos
de geração e transmissão.
Na área metrológica, a gerência é responsável pelo uso e guarda
dos padrões de referência utilizados nas calibrações dos instrumentos
eletroeletrônicos da empresa, mantendo dessa forma a rastreabilidade
dos mesmos junto ao Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (INMETRO), instituição certificadora mais célere
do país. É acreditada também por este nas grandezas: eletricidade
e magnetismo, tempo, frequência, temperatura, umidade e em
ensaios de óleos isolantes, onde se destaca de forma notória e diferencial
por seu pioneirismo como entidade acreditada no país nas
grandezas “energia, tempo e freqüência”, conferido pelo “Certificado
de Acreditação de número 004 de 14/03/1985”. Integra ainda a Rede
Brasileira de Calibração (RBC) e a National Conference of Standards
Laboratories (EUA).
Ressalta-se também o desenvolvimento de produtos, vários com patentes
expedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) e alguns em processo de registro em órgãos internacionais.
Finalizando, podemos concluir que, além de propiciar maior confiabilidade
operacional ao Sistema Elétrico Nacional pelo aumento da disponibilidade
e segurança dos ativos de geração e transmissão de
Furnas, a GES.O conduz seus processos internos fundamentada em estratégias
e conceitos sustentáveis e de transparência organizacional,
sempre em conformidade com as melhores práticas do mercado.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 49
50 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Júlio Oliveira
Management of the Technical Center for Tests
and aintenance Support (GES.O)
T
he Management of the Technical Center for Tests and Maintenance
Support (GES.O), is a body linked to the Furnas'
Maintenance Engineering and Planning Superintendency
(EM.O), which has the main task of ensuring the technical support to
the engineering of the company focused on research and systemic
maintenances, providing greater operability to generation and transmission
assets. The relevant and strategic role that this management
plays in the business context makes its a determining factor for the
company's business in the context of generation, transmission and
commercialization of electric power. Thus, it adds value and reliability
to the Brazilian Electric System (SEB), ensuring high operational and
safety standards to its assets, with consequent increase of systemic
availability.
Structured in a modern and unique way, the GES.O is composed by
laboratories and special workshops that interact in a complementary
and coordinated manner, enabling promptness and quick response to
the demands presented by Furnas. Its has a collection of state-of-theart
technology equipment and instruments, which allows the provision
of services with differentiated quality, compared to those offered in the
national and international market, enabling the prompt attendance
not only of internal demands but also of other companies, in the most
diverse productive sectors. In addition to this, its highly qualified technical
staff in the most different areas of scientific knowledge and with
great experience gained over the years of work in the field, is wellknown
as an important nucleus for the development of new technologies
for the sector. Some areas of operation include: instrumentation
and equipment monitoring; mechanical and dimensional tests; thermography;
high voltage tests (400 kV - 50/60 Hz); electro-electronic
and electromechanical tests; physicochemical tests; development of
special projects; manufacture and repair of electromechanical parts
and devices; non-destructive testing; certification of people; modernization
of power plants and substations; commissioning and decommissioning
of equipment such as: turbines, generators, maneuvering
and control equipment, among many other resulting functions.
The GES.O stands out for the installation, operation and maintenance
of the Furnas Billing Energy Measurement System (SMF), which
is computed in real time, in coordination with the Electricity Trading
Chamber (CCEE), the amount of net generation produced by the company.
Another important activity of this management is focused on the
guarding and operation of the Mobile Unit for Emergency Assistance
in Transmission Lines (UMELT), which, in coordination with other company
bodies, performs the support activity on periodic maintenances,
as well as on quick restoration of transmission lines eventually collapsed
by natural phenomena.
The GES.O promotes studies and researches aimed at upgrading obsolete
equipment, promptly meeting internal demands and thereby reducing
operating costs and unavailability of generation and
transmission equipment.
In the metrological area, the GES.O is responsible for the use and
keeping of the reference standards used in the calibration of the company's
electro-electronic instruments, thus maintaining their traceability
with the National Institute of Metrology, Quality and Technology
(INMETRO), the fastest certifying institution in the country. It is also
certified by INMETRO in the requirements: electricity and magnetism,
time, frequency, temperature, humidity and in tests of insulating oils.
It stands out for its pioneering as an entity certified in the country in
the requirements energy, time and frequency, granted by the“ Accreditation
Certificate number 004 of 03/14/1985 ”. It is also part of the
Brazilian Calibration Network (RBC) and the National Conference of
Standards Laboratories (USA).
It is a worth to mention the development of products, several with
patents issued by the National Institute of Industrial Property (INPI)
and some in the process of registration with international bodies.
Lastly, we can conclude that, in addition to providing greater operational
reliability to the National Electric System by increasing the
availability and security of Furnas generation and transmission assets,
the GES.O conducts its internal processes based on sustainable strategies
and concepts and organizational transparency, always in accordance
with the best market practices.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 51
Júlio Oliveira
54 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Nascentes de Furnas
em 1993, a organização das nações unidas (onu) instituiu 22
de março como Dia mundial da Água para alertar a população
sobre a necessidade de preservação deste recurso fundamental
à vida. o crescimento desordenado das cidades, o desperdício,
o extermínio das nascentes, a poluição e a má utilização dos recursos
hídricos são fatores que ameaçam a qualidade e disponibilidade da água
para a população. os números gritam: estima-se que cerca de 1 bilhão
de pessoas na Terra não dispõe de 20 litros de água por dia a uma distância
inferior a um quilômetro. no Brasil, 30% da água tratada, um
bem precioso, é desperdiçada por problemas de infraestrutura.
a redução da água acumulada nos reservatórios das hidrelétricas
brasileiras não está relacionada apenas à escassez de chuva, como muitos
pensam. É resultado também da falta de conservação das nascentes
que abastecem as represas. Para enfrentar o problema, FuRnas
incrementa ações que representam boas práticas na preservação de
nascentes e mananciais, conservação de rios e disseminação de tecnologias
sustentáveis para captação de água, irrigação e saneamento.
uma dessas ações é a parceria entre FuRnas e a associação dos
municípios do Lago de Furnas (alago), na usina pioneira da empresa,
no sul de minas Gerais. FuRnas e a alago uniram-se para revitalizar
matas ciliares em torno de aproximadamente 400 nascentes que contribuem
para a formação do reservatório da usina de Furnas. o Projeto
nascentes de Furnas estabelece parcerias com o poder público e proprietários
rurais de 39 municípios para a execução de soluções compartilhadas,
convergindo num processo de melhoria da disponibilidade de
água e da qualidade de vida da população.
Cabe à empresa o fornecimento de mudas de espécies nativas, mão de
obra e insumos para o plantio e cercamento das áreas reflorestadas. Desde
o princípio de 2018, foram reflorestadas áreas de 150 nascentes nos municípios
de Campo Belo, Cristais, Guapé, elói mendes, Paraguaçu, Fama,
Carmo do Rio Claro, Capitólio, ilicínea, aguanil, Campos Gerais, Coqueiral,
nepomuceno, Poço Fundo e Perdões. a iniciativa abrange mais oito localidades:
Camacho, Candeias, Formiga, machado, muzambinho, Divisa nova,
Juruaia e Varginha. Tatiana Correa Ferreira stutz, da Gerência de estudos e
integração ambiental e Fundiária, falou sobre o nascentes de Furnas. “o
trabalho abrange 400 nascentes, contempla uma área total de plantio de
mudas de 50,4 hectares, considerando um raio de 20 metros no entorno
de cada nascente.” a iniciativa já recuperou totalmente 150 nascentes.
Furnas’ Water Springs
In 1993, the United Nations (UN) instituted March 22 as World
Water Day to alert people about the need to preserve this vital
resource for life. The disorderly growth of cities, waste, extermination
of water springs, pollution and misuse of water resources
are factors that threaten the quality and availability of water for the
population. The numbers shout: it is estimated that about 1 billion
people on Earth do not have 20 liters of water per day at a distance
of less than one kilometer. In Brazil, 30% of treated water, a precious
good, is wasted due to infrastructure problems.
The reduction of the water accumulated in the reservoirs of the Brazilian
hydroelectric power plants is not only related to the scarcity of rain,
as many people think. It is also a result of the lack of conservation of the
water springs that supply the dams. To face the problem, FURNAS increases
actions that represent good practices in the preservation of
springs and sources, conservation of rivers and dissemination of sustainable
technologies for water abstraction, irrigation and sanitation.
One of these actions is the partnership between Furnas and the
Association of Municipalities of Furnas Lake (Alago), in the company's
pioneer power plant in the south of Minas Gerais. FURNAS and Alago
have joined to revitalize riparian woods of around approximately 400
water springs that contribute to the formation of the Furnas Power
Plant reservoir. The Nascentes de Furnas (Furnas’ Water Springs) Project
establishes partnerships with public authorities and rural
landowners in 39 municipalities for the implementation of shared solutions,
converging in a process of improving the availability of water
and the quality of life of the population.
The company is responsible for the supply of seedlings of native
species, labor and inputs for planting and fencing of reforested areas.
Since the beginning of 2018, areas of 150 springs have been reforested
in the municipalities of Campo Belo, Cristais, Guapé, Elói Mendes,
Paraguaçu, Fama, Carmo do Rio Claro, Capitólio, Ilicínea, Aguanil,
Campos Gerais, Coqueiral, Nepomuceno, Poço Fundo and Perdões. The
initiative includes eight other locations: Camacho, Candeias, Formiga,
Machado, Muzambinho, Divisa Nova, Juruaia and Varginha. Tatiana
Correa Ferreira Stutz, member of the Management of Studies and Environmental
Integration and Landfill, spoke about Furnas’ Water
Springs Project, to her "the work covers 400 water springs, it contemplates
a total area of planting of seedlings of 50.4 hectares, considering
a radius of 20 meters around each spring." The project has
already fully recovered 150 water springs.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 55
56 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Jardineiro fiel
oProjeto nascentes de Furnas, que tem como meta recuperar
400 nascentes de água no entorno da usina de Furnas (mG),
conta com o empenho de vários funcionários da empresa.
um deles, antônio Lara, trabalha na usina há 15 anos, junto com outros
companheiros em um dos hortos florestais da empresa, em meio a 108
mil mudas de árvores, de 120 a 130 espécies nativas e frutíferas da mata
atlântica e do Cerrado. um autêntico tesouro verde, com astros como o
Jatobá, Bálsamo, Pororoca, Guatambu vermelho e também branco, Baru
e açaí. outras espécies, como Quaresmeira, Peroba do Cerrado, açoita-
Cavalo e Cedros rosa e branco também fazem parte do elenco. espécies
que vão povoar e revitalizar nascentes de água, garantindo a perenidade
e a pureza do líquido e impulsionando a roda-gigante da existência.
Com um entusiasmo natural por ser uma das peças fundamentais
do Projeto nascentes de Furnas e vários outros realizados pela empresa
no entorno de outras usinas no Brasil, antônio não titubeia para dar o
nome de uma muda, entre tantas plantas semelhantes aos olhos dos
leigos. e não são somente o olhar e a mente treinada. o trato com as
plantas também demonstra que antônio tem aquilo que se chama popularmente
de “dedo verde”, a pessoa que tem o dom de lidar com espécies
vegetais e cultivá-las, entendendo todo o seu ciclo.
“Quando a gente dá carinho para a natureza, ela sempre dá de volta”,
explica o jardineiro, acrescentando que além de carinho é preciso conscientização.
“o nosso trabalho é seguir tentando repor aquilo que o
homem destrói. as nascentes são o começo das águas”, resume. antônio
Lara tem razão. as nascentes de água são de vital importância para
o ciclo da vida, pois elas, vindas de reservatórios subterrâneos (aquíferos,
lençóis) abastecem os rios, depois de correrem por pequenos cursos
d’água, córregos e riachos. este é o primeiro longo caminho até a água,
na ponta, jorrar de nossas torneiras.
o Brasil tem 12% da reserva de água doce do mundo. Com tal abundância,
muitas vezes, há um senso quase comum, mas equivocado, de
que a água não corre o risco de acabar. Porém, o desmatamento de encostas,
das matas ciliares e o uso inadequado dos solos têm sufocado
muitas nascentes e contribuído para a diminuição dos volumes e da
qualidade da água. Por isso, em toda a cadeia de proteção à água, os
cuidados devem começar com a preservação das nascentes, dos lençóis
freáticos e aquíferos. em propriedades rurais, medidas de proteção ao
solo e vegetação, como evitar queimadas, manter o gado longe das nascentes
e cuidar das matas nativas, entre muitas outras, também ajudam
na conservação.
Faithful Gardener
The Furnas’ Water Springs project, which has as goal to recover
over 400 water wells on the surrounding of the Furnas Power
Plant (MG), relies on the effort of many company’s employees.
One of these employees, Antonio de Lara, has been working for 15 years
alongside other associates at one of the compannys forest gardens. Over
108 thousand tree seedlings of native fruit trees from about 120 to 130
species of the Atlantic Forest and the Cerrado are grown there, making place
for a real “green treasure”. Jatobá, Bálsamo, Pororoca, red Guatambu, white
Guatambu, Baru and Açaí are only some of the stars in this play, at which
other species as the Quaresmeira, Peroba do Cerrado, Açoita-Cavalo, pink
Cedros and white Cedros also feature. All these species shall grow and revitalize
water springs, insuring the perenniality and the purity of the water.
Naturally enthused for being part of the project and many others, Antonio
shows no doubts when differentiating one of the seedlings from
the others, even though their similarity makes it hard for anyone to tell
which is which. His way with the plants shows not only that his eyes and
mind have been trained to do so, but also that he has what is popularly
known as green fingers, that is the natural ability to cultivate and grow
plants and vegetables, knowing all their life cycle.
“When we give affection to nature, it always gives it back”, explains
the gardener adding that not only affection is needed in our time, but
also awareness. “Our job over here is to rebuild what man destroys. Water
springs are the beginning of the waters course” he says, and Antonio is
right. The water springs have fundamental value for the water cycle as
they provide the supply of water for rivers. This is the first big step in the
journey of water until it reaches our taps.
Brazil has 12% of the world’s freshwater reserves. Such abundance
sometimes misleads the common sense to the wrong perception that
there’s no threat to it. But water levels and its quality have been decreasing
due to the riparian forest deforestation and the improper use of the
soil. That is why the water protection chain must start with the protection
of water springs, water tables and aquifers. In rural properties care
measures can be taken by avoiding burning the forest areas, and keeping
the cattle away from water springs.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 57
Júlio Oliveira
60 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Arquivo FURNAS
FurNaS
Luz é para todos brilharem
FuRnas tem forte sintonia com um dos maiores programas
sociais do Brasil, o Luz para Todos (PLpT), criado em 2003
pelo governo federal. Coordenado pelo ministério das minas
e energia, é operacionalizado pela eletrobras em conjunto com suas
controladas, FuRnas entre elas. o Luz para Todos é o maior programa
de eletrificação rural em massa implantado no Brasil e já levou energia
elétrica a 3,3 milhões de domicílios, ou 16 milhões de brasileiros que
antes viviam à luz de velas e lamparinas. Tal resultado credencia o Programa
de inclusão elétrica como o mais ambicioso do mundo.
a chegada da energia é um valioso e amplo vetor de desenvolvimento
social e econômico para tais comunidades e propriedades, contribuindo
decisivamente para a redução da pobreza e aumento da renda
familiar. Toda a instalação elétrica, postes, fios, cabeamento, transformadores,
incluindo o padrão de entrada dos domicílios, é gratuita. em
alguns casos, os beneficiados recebem também lâmpadas e tomadas
instaladas. Do total de 16 milhões de beneficiados, quase três milhões
moram nos estados de minas Gerais, Rio de Janeiro, espírito santo, são
Paulo e Goiás, onde as obras do Luz são coordenadas por FuRnas. Para
cumprir seus objetivos, o Programa Luz para Todos investiu, desde
2003, cerca de R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14,5 bilhões oriundos do governo
federal.
o processo teve seu início marcado com a edição de um decreto em
2003, que instituiu o Programa nacional de universalização do acesso
e uso da energia elétrica, o Luz para Todos. o PLpT foi concebido como
instrumento de desenvolvimento e inclusão social, pois, de acordo com
o censo do instituto Brasileiro de Geografia e estatística (iBGe), no ano
2000 existiam dois milhões de domicílios rurais não atendidos pela
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 61
prestação dos serviços de energia elétrica. Portanto, aproximadamente
dez milhões de brasileiros viviam, no meio rural, sem acesso a esse serviço
público, e cerca de noventa por cento dessas famílias possuíam
renda mensal inferior a três salários mínimos.
Coordenadora-geral do PLpT de FuRnas, elizabeth Pacetta disse
que “o programa projetou a imagem de FuRnas como empresa Cidadã,
tanto institucional quanto social, como participante ativa das ‘ações
sociais integradas’, consideradas prioritárias pelo programa. a premissa
da universalização do acesso à energia elétrica somente será concretizada,
efetivamente, pelo alcance e atendimento a todas as comunidades
brasileiras, por mais longínquas e de difícil acesso que sejam. e que
é um imperativo de justiça social e um vetor de inclusão social e de desenvolvimento
assegurar o suprimento de energia elétrica a todos os
brasileiros.”
além disso, Pacetta destaca que FuRnas fomentou e apoiou o desenvolvimento
local, com vista à geração de trabalho e renda, e contribuiu
para a meta do milênio em eliminar a exclusão elétrica no país.
Também para a diminuição da pobreza e promoção do desenvolvimento
socioeconômico sustentado, ampliando o público beneficiado pelas
ações de inclusão social da sua área de influência.
Cabe às concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificação
rural, em parceria com os governos estaduais, a execução das
obras. o mapa da exclusão elétrica no país revela que as famílias sem
acesso à energia estão majoritariamente nas localidades de menor Índice
de Desenvolvimento Humano (iDH) e nas famílias de baixa renda.
a chegada da energia elétrica facilita a integração dos programas sociais
do governo federal, além do acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento
de água e saneamento.
Metas
a meta inicial de atender a 10 milhões de pessoas foi alcançada pelo
Programa Luz para Todos em maio de 2009. Porém, o Censo 2010, do
iBGe, apontou a existência de uma grande legião de pessoas ainda sem
energia elétrica em suas casas, principalmente nas regiões norte e nordeste
e nas áreas de extrema pobreza. Para atender a essas famílias, o
governo federal instituiu uma nova fase do programa.
estima-se que as obras do Luz para Todos tenham gerado cerca de
440 mil novos postos de trabalho. além disso, a economia também se
beneficia com a instalação da eletricidade no campo. Já em 2009, uma
pesquisa de impacto mostrava que 79,3% dos atendidos pelo Programa
adquiriram televisores, 73,3% passaram a ter geladeiras em
suas casas e 24,1% compraram bombas d’água, entre outros itens. a
mesma pesquisa mostrou que 91,2% dos entrevistados afirmaram que
a qualidade de vida melhorou. Já as condições de moradia e as atividades
escolares melhoraram para 88,1% e 43% dos entrevistados, respectivamente.
62 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Ações integradas do programa
além de garantir conforto, acesso à informação, segurança e melhores
condições de saúde às populações rurais, o Programa Luz para Todos representa
um vetor de desenvolvimento e geração de renda para seus beneficiados.
Junto com a luz elétrica, chegaram as ações integradas, um
conjunto de programas sociais e de inclusão produtiva para potencializar
os recursos da eletricidade. são exemplos de ações integradas os Telecentros
Comunitários, a aldeia da Cidadania, os Centros Comunitários de
Produção (CCPs), o projeto arca das Letras e as rádios comunitárias.
o PLpT implantou 302 Centros Comunitários de Produção (CCPs) na
região sudeste e no estado de Goiás, áreas de atuação de FuRnas. eles
incentivam o cooperativismo como forma de aumentar a qualidade dos
produtos e a renda das famílias beneficiadas. entre os projetos e equipamentos
viabilizados por CCPs estão viveiros de mudas e produção de
hortaliças, tanques para criação de peixes, ateliês de costura, tanques
de beneficiamento de leite, máquinas de arroz e secadores de café.
os 50 Telecentros Comunitários na região sudeste e no estado de
Goiás resultaram da parceria entre o Programa Luz para Todos e o projeto
eletrobras Furnas Digital, que doa equipamentos e instala salas de
informática nas localidades atendidas pelo PLpT. Cada Telecentro Comunitário
conta com 10 micros conectados à internet. eles permitem o
acesso do público às novas tecnologias da informação e comunicação,
inserindo as comunidades num novo mundo de oportunidades e interação
social. Para monitorar os telecentros, as comunidades designam
instrutores voluntários, que recebem treinamento sobre informática,
internet e montagem de micros.
a principal finalidade das rádios comunitárias, emissoras Fm de
baixa potência e cobertura restrita, é preservar as tradições e hábitos
sociais de cada região. as emissoras representam um canal de comunicação
dedicado aos interesses da comunidade, o que permite a divulgação
de eventos e manifestações culturais, artísticas e folclóricas. as
rádios são abertas a todos, sem discriminação de raça, credo, sexo, convicções
político-partidárias e condições sociais. Devem estimular a participação
dos membros da comunidade e difundir notícias de interesse
local, além da obrigatoriedade de transmissão da Voz do Brasil, do horário
eleitoral gratuito e de pronunciamentos oficiais, definidos por lei.
Promovida por FuRnas em parceria com agentes públicos e privados,
a aldeia da Cidadania leva serviços de saúde, identificação civil,
orientação jurídica e lazer às comunidades beneficiadas pelo Programa
Luz para Todos. Durante a aldeia da Cidadania, são realizadas consultas
médicas e odontológicas, distribuição de medicamentos, exames e palestras
sobre doenças sexualmente transmissíveis e alcoolismo. a população
tem acesso também à emissão de carteira de trabalho, RG e
CPF, além de consultas com advogados e profissionais da Defensoria
Pública e informações sobre procedimentos do instituto nacional de
seguro social (inss).
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 63
64 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Arquivo FURNAS
FurNaS
The light is for all to shine
F
U R N A S has a notable participation in one of the largest
social programs in Brazil, the Luz para Todos (Light for All),
launched in 2003 by the Federal Government. It is coordinated
by the Ministry of Mines and Energy and it is operationalized by
Eletrobras together with its subsidiaries, such as FURNAS. The Light
for All is the largest mass rural electrification program in Brazil and
has already brought electricity to 3.3 million households, or 16 million
Brazilians who used to live by candlelight and lamps. This result credits
the electric inclusion program as the most ambitious in the world.
The arrival of energy is a valuable and broad vector of social and economic
development for this communities and properties, contributing
decisively to reducing poverty and to increasing the family income. All
electrical installation, light poles, lines, cabling, transformers, including
the standard of entrance of households is free. In some cases, the beneficiaries
also receive lamps and sockets installed. Of the 16 million beneficiaries,
approximately 3 million live in the states of Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo and Goiás, where the works are coordinated
by FURNAS. In order to fulfill its objectives, the Light for All
Program invested since 2003 approximately R$ 20 billion, of which R$
14.5 billion was from the Federal Government.
The process began with a decree in 2003, which established the National
Program for Universalization of the Access and Use of Electric
Energy, the Light for All. The program was conceived as an instrument
of development and social inclusion, since, according to the census of
the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2000
there were 2 million rural households not served by the provision of
electric energy services. Therefore, approximately 10 million Brazilians
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 65
lived in rural areas without access to this public service, and about
90% of these families had a monthly income below three minimum
wages.
Coordinator of FURNAS' Light for All, Elizabeth Pacetta said that
"the program projected the image of FURNAS as a Citizen Company,
both institutional and social, as an active participant in the 'Integrated
Social Actions', considered a priority by the program. The premise of
the universalization of access to electric energy will only be effectively
achieved with the serving of all Brazilian communities, however distant
and difficult to access. Ensuring the supply of electric energy to
all Brazilians is an imperative of social justice and a vector of social
inclusion and development."
In addition, Pacetta points out that FURNAS has fostered and
supported local development, aiming to generate work and income,
and has contributed to the millennium goal of eliminating the electric
exclusion in the country. Also for the reduction of poverty and
the promotion of sustainable socioeconomic development, expanding
the public benefited by the social inclusion actions of its area of
influence.
The electric power concessionaires and rural electrification cooperatives,
in partnership with the state governments, are responsible to
carry out the works. The map of electric exclusion in the country reveals
that families without access to energy are mostly in the localities
with the lowest Human Development Index (HDI) and in low-income
families. The arrival of electricity facilitates the integration of Federal
Government social programs, as well as access to healthcare services,
education, water supply and sanitation.
Goals
The initial goal of attend 10 million people was reached by the Light
for All program in May 2009. However, the IBGE's (Brazilian Institute
of Geography and Statistics) Census of 2010 indicated the existence of
a large number of people still without electricity in their homes, mainly
in North and Northeast regions and in areas of extreme poverty. The
Federal Government instituted a new phase of the program to serve
these families.
It is estimated that the works of the Light for All program generated
around 440 thousand new jobs.
In addition, the economy also benefits from the installation of
electricity in the field. In 2009, an impact survey showed that
79.3% of those served by the program purchased televisions, 73.3%
purchased refrigerators and 24.1% purchased water pumps, among
other items. The same survey indicated that 91.2% of respondents
stated that quality of life improved. The housing conditions and
the school activities improved to 88.1% and 43% of respondents,
respectively.
66 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Integrated Actions of the Program
In addition to ensuring comfort, access to information, safety and better
health conditions for rural populations, the Light for All program represents
a vector of development and income generation for its beneficiaries. Along
with the electric light come Integrated Actions, a set of social programs and
of productive inclusion that helps families to potentialize the resources of
electricity. Examples of Integrated Actions include the Telecentros Comunitários
(Community Telecentres), the Aldeia da Cidadania (Village of the
Citizenship), the Community Centers of Production (CCPs), the Arca das Letras
project and the Rádios Comunitárias (Community Radios).
The Light For All program deployed 302 Community Centers of Production
(CCPs) in the Southeast region and in the State of Goiás, areas
of FURNAS' operation. They encourage the cooperativism as a way to
increase the quality of products and the income of beneficiary families.
There so many projects and equipment made feasible by the CCPs, such
as nurseries for seedlings and vegetable production, fish farming tanks,
sewing ateliers, milk processing tanks, rice machines and coffee dryers.
The 50 Community Telecentres operating in the Southeast Region and
Goiás State result from the partnership between the Light for All Program
and the Eletrobras Furnas Digital project, which donates equipment
and installs computer rooms in the localities served by the Federal Government
program. Each Community Telecentre has 10 computers connected
to the Internet. They allow public access to new information and
communication technologies, bringing the communities into a new world
of opportunities and social interaction. To monitor the Telecentres, the
communities designate volunteer instructors, who receive training in
computer science, the internet and the assembly of computers.
The main purpose of the community radios, radio stations FM of low
power and restricted coverage, is to preserve the traditions and social
habits of each region. The radio stations represent a communication channel
dedicated to the interests of the community, which allows the disclosure
of cultural, artistic and folk events and events. The radios stations are
open to all, without discrimination of race, creed, sex, political-partisan
convictions and social conditions. They should encourage the participation
of community members and disclose news of local interest, as well as the
obligation to broadcast Voz do Brasil (Voice of Brazil), the free air time to
political advertising and official pronouncements, as defined by law.
Promoted by FURNAS in partnership with public and private agents, the
Village of the Citizenship provides health services, civil identification, legal advice
and leisure to the communities benefiting from the Light for All program.
During the Village of Citizenship, are done medical and dental consultations,
medication distribution, examinations and lectures on sexually transmitted
diseases and alcoholism. The population also has access to the issuing of a
work permit, identity card and individual registration (CPF), in addition to consultations
with lawyers and professionals of the Public Defender's Office and
information on procedures of the National Social Security Institute (INSS).
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 67
Júlio Oliveira
Entenda uma usina
uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto
de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de
energia elétrica, através de aproveitamento do potencial
hidráulico existente em um rio. o potencial hidráulico é proporcionado
pela vazão hidráulica e pela concentração dos desníveis existentes ao
longo do curso de um rio. isto pode se dar de forma natural, quando o
desnível está concentrado numa cachoeira; através de uma barragem,
quando pequenos desníveis são concentrados na altura da barragem;
através de desvio do rio de seu leito natural, concentrando-se os pequenos
desníveis nesse desvio.
Basicamente, uma usina hidrelétrica tem a seguinte estrutura: barragem,
sistemas de captação e adução de água, casa de força e sistema
de restituição de água ao leito natural do rio. Cada parte se constitui
em um conjunto de obras e instalações projetadas harmoniosamente
para operar, com eficiência, em conjunto.
a água captada no lago formado pela barragem é conduzida até a
casa de força através de canais, túneis e/ou condutos metálicos. após
passar pela turbina hidráulica, na casa de força, a água é restituída ao
leito natural do rio, através do canal de fuga. Dessa forma, a potência
hidráulica é transformada em potência mecânica quando a água passa
pela turbina, fazendo com que esta gire, e, no gerador – que também
gira acoplado mecanicamente à turbina – a potência mecânica é transformada
em potência elétrica.
a energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras
dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem
sua tensão (voltagem) elevada para adequada condução, através de linhas
de transmissão, até os centros de consumo. Daí, por meio de
transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis
adequados para utilização pelos consumidores.
a maior vantagem das usinas hidrelétricas é a transformação limpa
do recurso energético natural. não há resíduos poluentes e há baixo
custo da geração de energia, já que o principal insumo energético, a
água do rio, está inserido à usina. além da geração de energia elétrica,
o aproveitamento hidrelétrico proporciona outros usos, como irrigação,
navegação e amortecimentos de cheias.
70 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
understanding
a power plant
Ahydroelectric power plant can be defined as a set of works
and equipment whose purpose is the generation of electricity
through the use of the hydraulic potential existing in a river.
The hydraulic potential is provided by the hydraulic outflow and by the
concentration of the existing unevenness along the course of a river. This
can happen naturally, when the unevenness is concentrated in a waterfall;
through a dam, when small unevenness are concentrated at the
height of the dam; through diversion of the river from its natural bed,
concentrating the small unevenness in this diversion.
Basically, a hydroelectric power plant has the following structure: dam,
water catchment and water adduction systems, power house and water
restitution system to the natural riverbed. Each part consists of a set of
works and facilities designed harmoniously to operate together efficiently.
The water captured in the lake formed by the dam is conducted to the
power house through channels, tunnels and/or metal conduits. After
passing through the hydraulic turbine, in the power house, the water is
returned to the natural riverbed through the escape channel. In this way,
the hydraulic power is transformed into mechanical power when the
water passes through the turbine, which in turn rotates a generator that
transforms the mechanical power into electrical power.
The energy thus generated is carried through cables or conductive bars
from the generator terminals to the transformer lift, where it has its voltage
raised for a suitable conduction to the centers of consumption
through transmission lines. After that, by means of step-down transformers,
the energy has its voltage placed to suitable levels for use by
consumers.
The greatest advantage of hydroelectric power plants is the clean
transformation of the natural energy resource. There is no polluting
waste and there is a low cost of energy generation, since the main energy
input, the river water, is inserted in the plant. In addition to the generation
of electricity, hydroelectric use provides other uses, such as irrigation,
navigation and flood damping.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 71
Conheça mais a Eletrobras
Furnas é uma empresa de economia mista, subsidiária da eletrobras.
Por sua vez, a eletrobras é, tão somente, a
maior companhia do setor elétrico brasileiro, com capacidade
geradora equivalente a cerca de 1/3 do total da capacidade instalada no
país, número que a coloca igualmente como a maior da américa Latina.
É uma empresa de capital aberto, que tem como acionista majoritário o
governo federal. Com algumas ramificações na américa do sul, a eletrobras
está presente em todas as regiões do Brasil e tem previsão de
investimentos na ordem de R$ 19,756 bilhões no período que começou
em 2018 e se estende a 2022. além de produzir, a empresa é também
líder em transmissão de energia elétrica, com aproximadamente metade
do total de linhas do país em sua rede básica, em alta e extra-alta
tensão. mais de 90% da capacidade instalada da eletrobras vem de fontes
com baixa emissão de gases de efeito estufa. a empresa se orgulha
de “adotar estratégias voltadas para governança e conformidade, excelência
operacional, disciplina financeira, atuação sustentável e valorização
das pessoas.”
instalada oficialmente em junho de 1962, a eletrobras era ideia antiga,
tendo sido proposta em 1954, pelo governo do presidente Getúlio
Vargas. na década de 1960 nasceu com a atribuição de promover estudos,
projetos de construção e operação de usinas geradoras, linhas de
transmissão e subestações destinadas ao suprimento de energia elétrica
e o consequente desenvolvimento do país. atualmente, a companhia
controla subsidiárias que atuam nas áreas de geração, transmissão
e distribuição de energia. além de principal acionista dessas empresas,
a eletrobras é dona, em nome do governo brasileiro, de metade do capital
da itaipu Binacional (a segunda maior usina hidrelétrica do mundo,
na fronteira do Brasil com o Paraguai). Controla ainda o Centro de Pesquisas
de energia elétrica (eletrobras Cepel, o maior do ramo no Hemisfério
sul) e a eletrobras Participações s/a (eletrobras eletropar).
Também fazem parte do sistema eletrobras as empresas: eletrobras
amazonas GT, eletrobras CGTee, eletrobras Chesf, eletrobras eletronorte,
eletrobras eletronuclear, eletrobras eletrosul e eletrobras Furnas.
72 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
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Know more the Eletrobras
Furnas is a mixed economy company, subsidiary of Eletrobras.
Eletrobras is the largest company in the Brazilian electricity
sector, with generating capacity equivalent to about 1/3 of the
total installed capacity in the country, a number that also makes it the
largest in Latin America. It is a publicly traded company, the majority
shareholder is the federal government. With some branches in South
America, Eletrobras is present in all regions of Brazil and has an investment
forecast of approximately R$ 19.756 billion during 2018 to 2022. In
addition to producing, the company is also a leader in power transmission,
with approximately half of the country's total lines on its basic high
and extra-high voltage network. It is important to mention than 90% of
Eletrobras' installed capacity comes from sources with low greenhouse
gas emissions. The company prides itself on “adopting strategies for governance
and compliance, operational excellence, financial discipline, sustainable
action and valuing people.”
Officially installed in June 1962, Eletrobras was an old idea, proposed
in 1954 by the government of President Getúlio Vargas. In the 1960s,
Eletrobras was born with the attribution of promoting studies, construction
and operation projects of generating plants, transmission
lines and substations for the supply of electric energy and the consequent
development of the country. Currently, the company controls
subsidiaries that operate in the areas of generation, transmission and
distribution of energy. In addition to being the main shareholder of
these companies, Eletrobras owns, on behalf of the Brazilian government,
half of the capital of Itaipu Binacional (the second largest hydroelectric
power plant in the world, on Brazil's border with Paraguay).
It also controls the Electric Energy Research Center (Eletrobras Cepel,
the largest in this area in the Southern Hemisphere) and Eletrobras Participações
S/A (Eletrobras Eletropar). Other companies that make up
the Eletrobras System are: Eletrobras Amazonas GT, Eletrobras CGTEE,
Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletronuclear,
Eletrobras Eletrosul and Eletrobras Furnas.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 73
Júlio Oliveira
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Passo certo da sustentabilidade
Gerar e transmitir energia em bases sustentáveis representa um
grande desafio para FuRnas. a empresa baseia sua gestão na
constante busca da viabilidade econômica, respeito ao meio
ambiente e inclusão social, tornando-se cada vez mais competitiva e sustentável,
renovando o seu compromisso com o desenvolvimento do Brasil.
mas o que é mesmo este desenvolvimento sustentável? Qual a origem
desse conceito que para FuRnas é uma missão prioritária, que
vem sendo cumprida com sucesso ao longo de sua história recente. a
ideia de sustentabilidade surgiu oficialmente na década de 1970, mais
precisamente 1972, em estocolmo, na suécia. a capital do país nórdico
sediava então a Primeira Conferência das nações unidas sobre o meio
ambiente e Desenvolvimento quando, a partir do conceito de ecodesenvolvimento,
veio a ideia do desenvolvimento sustentável.
o termo ‘desenvolvimento sustentável’ ganhou força com o tempo
e foi consagrado em 1987 pela Comissão mundial sobre o meio ambiente
e Desenvolvimento da onu, conhecida como Comissão Brundtland,
que produziu um relatório considerado básico para a definição
desta noção e dos princípios que lhe dão fundamento. Desenvolvimento
sustentável é definido assim: “atender às necessidades do presente
sem comprometer as possibilidades de as futuras gerações atenderem
às suas próprias necessidades”, como prega o Relatório Brundtland. ou
seja, crescer e empreender de forma planejada e responsável, de modo
a não prejudicar gerações futuras. É o desenvolvimento que não esgota
os recursos, tornando-os perenemente disponíveis. Vale lembrar que a
sustentabilidade deve ser presente tanto nas pequenas e grandes empresas
privadas, nas entidades públicas e na vida de cada pessoa.
Dessa forma, FuRnas trabalha para prestar contas e se responsabilizar
por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente;
potencializar os impactos positivos e minimizar os negativos
decorrentes de suas decisões e atividades; ser transparente em sua gestão;
comportar-se eticamente, baseando-se nos valores da honestidade,
da equidade e da integridade. Também respeitar, considerar e responder
às demandas e às preocupações de todas as partes interessadas;
respeitar as normas internacionais de comportamento; aderir ao
princípio de que o estado de direito é obrigatório, reconhecendo que nenhum
indivíduo, organização ou governo está acima da lei; respeitar os
direitos humanos e reconhecer tanto a sua importância quanto a sua
universalidade.
FuRnas adota a Política de sustentabilidade das empresas eletrobras,
aprovada em setembro de 2010, que estabelece diretrizes para
nortear as ações das empresas do grupo nos aspectos sociais, ambientais
e econômico-financeiros. a Política reafirma o foco nos interesses
da sociedade e nas melhores práticas de gestão empresarial, assume o
compromisso com o desenvolvimento sustentável e busca a excelência
em governança corporativa. Pretende, ainda, estabelecer critérios para
o investimento em pesquisa, desenvolvimento e utilização de novas
tecnologias social e ambientalmente responsáveis.
Quando completou 60 anos de história em 2017, FuRnas aprimorou
medidas que fortaleceram as bases da sustentabilidade de seus negócios.
essas medidas seguiram os Planos de negócios e Gestão quinquenais,
sendo o mais recente o do período 2018-2022, fundamentados nos
pilares Governança e Conformidade, Disciplina Financeira, excelência
operacional, Valorização das Pessoas e atuação sustentável. FuRnas
é comprometida com o desenvolvimento sustentável das comunidades
afetadas pelas suas operações. suas atividades de geração e transmissão
geram impactos socioeconômicos e ambientais positivos e negativos.
Para maximizar os impactos positivos, a empresa desenvolve
projetos nas áreas de educação, saúde e estímulo ao crescimento econômico.
Já os impactos negativos são eliminados ou mitigados nos projetos
de cada empreendimento e, depois, por meio de investimentos
constantes em programas realizados pela empresa de forma voluntária
e em atendimento às exigências dos órgãos ambientais.
76 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
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Walking with sustainable
G
enerating and transmitting energy on sustainable bases is
a considerable challenge for Furnas. The company bases its
management on the constant pursuit of economic viability,
respect for the environment and social inclusion, becoming increasingly
competitive and sustainable, renewing its commitment to the development
of Brazil. The sustainable development is a priority mission for
Furnas, which has been successfully accomplished throughout its recent
history. The idea of sustainability officially emerged in the 1970s, more
precisely 1972, in Stockholm, Sweden. The capital of the Nordic country
was then hosting the First United Nations Conference on Environment
and Development when, from the concept of eco-development, came
the idea of sustainable development.
The term 'sustainable development' gained notoriety over time and
was consecrated in 1987 by the UN World Commission on Environment
and Development (WCED), known as the Brundtland Commission, which
produced a report considered basic to the definition of this notion and
its principles. foundation. The Sustainable Development is defined as:
“Meeting the needs of the present without compromising the ability of
future generations to meet their own needs,” as the Brundtland Commission
states. That is, grow and undertake in a planned and responsible
manner, so as not to harm future generations. It is a development
that does not deplete the resources, making them perennially available.
It is worth to remember that sustainability must be present both in
small and large private companies, in public entities and in the life of
each person.
In this way, Furnas works to be accountable and responsible for its
impacts on the society, the economy and the environment; maximize
the positive impacts and minimize the negative ones resulting from
their decisions and activities; be transparent in its management; behave
ethically based on the values of honesty, equity and integrity. Works
also to respect, consider and respond to the demands and concerns of
all stakeholders; comply with international standards of behavior; adhere
to the principle that the rule of law is binding, recognizing that no
individual, organization or government is above the law; respect the
human rights and recognize their importance and their universality.
Furnas adopts the Eletrobras Companies Sustainability Policy, approved
in September 2010, which establishes guidelines to guide the actions of
the group companies in the social, environmental and economic-financial
aspects. The policy reaffirms the focus on societal interests and best business
management practices, commits itself to sustainable development
and strives for excellence in corporate governance. It also intends to establish
criteria for investment in research, development and use of new socially
and environmentally responsible technologies.
When it completed 60 years of history in 2017, Furnas improved
measures that strengthened the foundations of its business sustainability.
These measures followed the five-year Business and Management
Plans, the most recent is the one from 2018-2022, based on the
governance and compliance, financial discipline, operational excellence,
people appreciation and sustainable performance pillars. Furnas is committed
to the sustainable development of the communities affected by
its operations. Its generation and transmission activities generate positive
and negative socioeconomic and environmental impacts. To maximize
positive impacts, the company develops projects in the areas of
education, health and stimulating economic growth. On the other hand,
the negative impacts, are eliminated or mitigated in the projects of each
enterprise, and then through constant investments in programs undertaken
by the company on a voluntary basis and in compliance with the
requirements of environmental agencies.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 77
Júlio Oliveira
80 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Arquivo FURNAS
a safra dos ventos
FuRnas se destaca no crescimento de outra fonte de energia.
Dados da associação Brasileira de energia eólica (aBeeólica)
registram que o Brasil conta com 583 parques eólicos e mais
de 7 mil aerogeradores (conjunto mecânico de pás e torres) em 12 estados,
números finais de 2018. o estado do Rio Grande do norte lidera em potência
instalada (4 GW) e também em número de parques (150), seguido
de Bahia e Ceará. Com esses números, o ano de 2018 fechou apresentando
um grande avanço na geração de energia eólica no Brasil, apontando um
total de 14,7 gigawatts (GW) ou 9% da matriz energética brasileira.
a fonte hidráulica (usinas hidrelétricas) lidera a geração de energia
elétrica, com pouco mais de 60% da matriz brasileira. Já o parque eólico
instalado no país disponibilizou ao sistema elétrico brasileiro o equivalente
ao consumo médio mensal de mais de 70 milhões de pessoas.
neste cenário, FuRnas contribui para o desenvolvimento da matriz eólica
no Brasil. em parceria com empresas privadas, a Companhia construiu
e colocou em operação os parques eólicos Rei dos Ventos i e iii e
miassaba iii, no litoral do Rio Grande do norte. estes empreendimentos
somam 187 megawatts (mW). mas não para por aí. Por meio de sociedades
de propósito específico (sPes), a empresa conta com mais 43
parques eólicos em fase de planejamento ou construção que, somados
aos três em operação, totalizarão cerca de 1.200 mW de potência.
além disso, depois de um ano de construção, a empresa inaugurou,
em dezembro de 2018, o primeiro Túnel de Vento do país voltado para
estudos e pesquisas da geração de energia eólica. Com investimento
de R$ 5 milhões, o túnel tem 27 metros de comprimento e está instalado
em aparecida de Goiânia (Go). o equipamento é resultado do programa
de Pesquisa, Desenvolvimento e inovação (P&D+i) de FuRnas.
a iniciativa possibilita a capacitação de técnicos e o aprimoramento da
indústria nacional. o objetivo é estudar as estruturas necessárias para
a geração de energia eólica e submetê-las à ação do vento.
a captação da força dos ventos segue o mesmo mecanismo dos velhos
moinhos de vento que até hoje podem ser vistos em propriedades rurais
no Brasil. num moinho de vento, a energia das massas de ar é convertida
em energia mecânica, auxiliando agricultores com a moagem de grãos e
bombeamento de água Já um aerogerador (ou sistema de Geração eólica)
é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento e que converte
energia eólica em energia elétrica. Para gerar eletricidade, o vento movimenta
as pás e faz girar o rotor, que transmite a rotação ao gerador, que,
por sua vez, converte essa energia mecânica em energia elétrica.
Para a geração de eletricidade por meio da energia eólica, as primeiras
tentativas surgiram no final do século 19, mas, somente quase um
século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970), é
que houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento
e a aplicação de equipamentos em escala comercial. a
primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada
em 1976, na Dinamarca.
Considerando a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação
da energia eólica, como já dito, era de 9%, sendo a terceira fonte
mais representativa. a fonte hidráulica lidera a geração de energia elétrica,
perfazendo mais de 60% da matriz brasileira. Já a biomassa (matéria
orgânica, de origem vegetal ou animal, utilizada na produção de energia),
a segunda fonte, representava 9,1% da matriz no final de 2018.
Por ocasião da apresentação dos números de 2018, mostrando o expressivo
aumento dessa fonte de energia, a presidente executiva da aBeeólica,
elbia Gannoum, afirmou que a eólica passará a ser segunda fonte da matriz
elétrica brasileira em pouco tempo. “um feito realmente histórico para uma
fonte que se desenvolveu de maneira mais intensa há pouco menos de dez
anos. Quando começamos o ano de 2011, tínhamos menos de 1 GW. em
2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade instalada do Global
Wind energy Council. agora já estamos a caminho de completar 15 GW e
ocupamos a 8ª posição no ranking mundial. estes são alguns dos dados
que mostram a importância da indústria eólica, nossa capacidade de crescer,
fazer investimentos e trazer benefícios para o Brasil”, afirmou Gannoum,
o que sinaliza bons ventos para a iniciativa.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 81
82 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Arquivo FURNAS
The harvest of the winds
FURNAS also stands out in the growth of another energy
source. In the last year, data from the Brazilian Wind Energy
Association (ABEEólica in Portuguese abbreviation) show that
Brazil has 583 wind farms and more than 7,000 wind turbines (wind energy
converter) in 12 states. The State of Rio Grande do Norte leads in installed
capacity (4 GW) and also in number of parks (150), followed by
Bahia and Ceará. With these numbers, 2018 ended up with a great advance
in the generation of wind energy in Brazil, presenting a total of
14.7 gigawatts (GW) or 9% of the Brazilian energy matrix.
The hydroelectric source (hydroelectric power plants) leads the generation
of electricity, with little more than 60% of the Brazilian matrix. The
wind farms installed in the country provides to the Brazilian electricity
system the equivalent of the average monthly consumption of more than
70 million people. In this scenario, FURNAS contributes to the development
of the wind power matrix in Brazil. In partnership with private companies,
the Company built and started the operations of the wind farms
Rei dos Ventos I and III and Miassaba III, on the coast of Rio Grande do
Norte. These projects add up 187 megawatts (MW). But does not stop
there. Through special purpose companies (SPEs), the Company has 43
more wind farms in the planning or construction phase, which, together
with the three in operation, will add up about 1,200 MW of power.
Moreover, after a year of construction, in December 2018 the Company
inaugurated the first Wind Tunnel of the country focused on studies and
researches about wind power generation. With an investment of R$ 5
million, the tunnel is 27 meters long and is installed in Aparecida de Goiânia
(GO). The equipment is a result of FURNAS' Research, Development
and Innovation (R & D + i) program. The initiative enables the training
of technicians and the improvement of the national industry. The objective
is to study the necessary structures for the generation of wind power
and to submit them to the action of the wind.
The catchment of the strength of the winds follows the same mechanism
of the old windmills that until today can be seen in rural properties
in Brazil. In a windmill, the energy of the air masses is converted into mechanical
energy, assisting farmers with grain grinding and water pumping.
A wind generator (or Wind Generation System) is an electric
generator integrated to the windmill axis and that converts wind energy
into electricity. To generate electricity, the wind moves the blades and rotates
the rotor, that transmits the rotation to the generator, which, in
turn, converts that mechanical energy into electricity.
The first attempts to generate electricity through wind power were
done at the end of the 19th century. Although that, it was only almost a
century later with the international oil crisis (1970s), that there was
enough interest and investment to make feasible the development and
application of equipment on a commercial scale. The first commercial
wind turbine connected to the public power grid was installed in 1976 in
Denmark.
Analyzing the Brazilian electricity matrix in December 2018, the share
of wind energy was 9%, being the third most representative source. The
hydraulic source leads the generation of electricity, representing more
than 60% of the Brazilian matrix. The biomass (organic material of vegetable
or animal origin, used in energy production) is the second source,
representing 9.1% of the matrix.
In the presentation of the numbers of 2018, which showed the significant
increase in this energy source, the executive president of
ABEEólica, Elbia Gannoum, said that the wind energy will become the
second source of the Brazilian electricity matrix in a short time. In her
words “it is a truly historic achievement for a source that has developed
most intensely just under ten years ago. When we started in 2011, we had
less than 1 GW. In 2012, we were in 15th place in Installed Capacity Ranking
of the Global Wind Energy Council. Now we are on the way to completing
15 GW and we occupy the 8th position in the world ranking. These
are some of the data that show the importance of the wind industry, our
capacity to grow, make investments and bring benefits to Brazil.”With
these facts we can note the presence of excellent winds for the initiative.
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Sol como fonte
oinvestimento global em energias renováveis atingiu 288,9
bilhões de dólares em 2018, superando o apoio financeiro à
geração de energia a partir de combustíveis fósseis, segundo
relato da onu meio ambiente publicado em 2019. “as tendências
globais continuam indicando que investir em energia renovável é investir
em um futuro lucrativo. os investimentos em energias renováveis
em 2018 foram três vezes maiores do que o valor investido em novas
capacidades para gerar energia a partir de carvão e gás”, afirmou inger
andersen, diretora-executiva da onu meio ambiente. “embora isso
seja encorajador, precisamos intensificar significativamente o ritmo, se
quisermos atingir as metas internacionais de clima e desenvolvimento.”
Diante dessa realidade, Furnas desenvolve um projeto para entrar no
segmento de energia solar. ele começou em 2018 e os estudos apontam
que deverá entrar em operação comercial em 2021. Para ampliar a sustentabilidade
de sua matriz energética, o plano é implantar um parque
fotovoltaico que ocupará cerca de 200 hectares na área da usina Hidrelétrica
Luiz Carlos Barreto de Carvalho (mG/sP), no município de Pedregulho,
em são Paulo. “atualmente, essa usina solar está em fase de
licenciamento ambiental e contratação do projeto básico”, informa o gerente
de estudos e Projetos de Geração de Furnas, isaac Benchimol. Com
potência total estimada em 130 mW, o complexo será dividido em três
usinas: estreito i, estreito ii e estreito iii. a produção de energia estimada
é de 265.000 mWh/ano, equivalente ao consumo de cerca de 130 mil residências.
uma usina solar (ou parque solar) é um sistema fotovoltaico
de grande porte projetado para a produção e venda de energia elétrica.
a escolha da usina Hidrelétrica Luiz Carlos Barreto de Carvalho para
implantação do projeto se deve ao fato de a unidade estar numa região
propícia para o aproveitamento da fonte fotovoltaica. “a instalação das
placas fotovoltaicas no local reduz custos por meio do aproveitamento
de áreas disponíveis e do compartilhamento do sistema de transmissão
e subestação existentes. Portanto, não há a necessidade de construção
de extensas linhas e utiliza-se a infraestrutura local, como acessos, drenagem
e edificações”, explica Rodrigo Calixto, superintendente de empreendimentos
de Geração de Furnas. a energia fotovoltaica combina
baixo impacto ambiental, baixo custo de manutenção (os painéis têm
vida útil que pode chegar a 30 anos) e atenua a dependência de produção
de energia das usinas hidrelétricas. a produção da usina de energia
solar vem dos painéis fotovoltaicos que convertem a energia do sol em
energia elétrica a ser vendida para a rede.
em crescimento contínuo no mundo, a energia solar encontra em
países como China, estados unidos, espanha, alemanha, Japão e itália
seus mais fortes investidores. o maior parque solar do mundo foi inaugurado
no estado norte-americano da Califórnia, em junho de 2015. instalado
perto da comunidade de Rosamond, é um projeto de 579 mWp.
são dois parques juntos, que utilizam 1.700.000 painéis fotovoltaicos,
ocupando uma área no deserto de aproximadamente 13 km². as usinas
de energia solar se diferenciam dos sistemas fotovoltaicos instalados
em casas e indústrias (que são para consumo próprio), pois elas fornecem
energia em alta tensão para fins de distribuição. a maioria das usinas
no mundo é construída no solo e podem ter as placas fixas ou
móveis (que acompanham o movimento do sol). mas há casos de usinas
construídas sobre o teto de grandes edificações. em Belo Horizonte
(mG), está a maior usina solar construída no topo de um estádio de futebol
no Brasil, o mineirão, com mais de 6.000 painéis solares. apenas
10% da energia gerada é consumida no estádio e o restante é distribuído
para outras áreas da capital mineira.
em outro projeto, Furnas prevê a instalação de três usinas fotovoltaicas
de potência nominal de 1 mW (megawatt) cada, totalizando potência
de 3 mW, em área próxima à usina Hidrelétrica de anta,
localizada no rio Paraíba do sul, divisa entre os estados do Rio de Janeiro
e minas Gerais. Com o projeto, classificado como de autoconsumo Remoto
de Geração Distribuída, Furnas estima reduzir em cerca de 40%
os gastos anuais com energia elétrica do escritório Central da empresa,
no Rio de Janeiro. o cronograma prevê a implantação em nove meses e
a geração comercial no primeiro trimestre de 2020. a previsão é de que
o investimento de pouco mais de R$ 11 milhões se pague em cerca de
cinco anos.
o consórcio Kyo-Green, formado pelas empresas Kyoservice e solergy,
será responsável pela execução desde a fase de projeto básico até
o término da obra e início da operação comercial. a licitação obteve um
deságio de cerca de 20% em relação ao valor orçado inicialmente. segundo
o superintendente de empreendimentos de Geração de Furnas,
Rodrigo Calixto, o objetivo é ampliar o projeto de geração de energia
solar para atender a outras áreas da empresa. “Já temos um projeto
para uma segunda planta no interior do Rio de Janeiro. Depois, a ideia
é expandir a geração fotovoltaica para minas Gerais, são Paulo e demais
áreas onde atuamos. Queremos zerar a conta de luz nas unidades de
Furnas”. o executivo acrescenta que o investimento em plantas de geração
de energia fotovoltaica para autoconsumo é um passo para que
a empresa ganhe experiência na exploração dessa fonte.
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Sun as a source
The global investment in renewable energy reached U$288.9
billion in 2018, outpacing the financial support for fossil fuel
power generation, according to the UN Environment Report
published in 2019. “The global trends continue to indicate that investing
in renewable energy is to invest in a lucrative future. The investments in
renewable energy in 2018 were three times greater than the amount invested
in new capacity to generate energy from coal and gas’’, said Inger
Andersen, executive director of the UN Environment. She also emphasized
"While this result is encouraging, we need to significantly step up
the pace if we are to meet the international climate and development
goals."
Facing this reality, Furnas develops a project to enter the segment of
solar energy. It began in 2018 and studies indicate that it is expected to
enter in commercial operation in 2021. In order to increase the sustainability
of its energy matrix, the plan is to implement a photovoltaic park
with 200 hectares in the area of the Luiz Carlos Barreto de Carvalho Hydroelectric
Power Plant (MG/SP), in the municipality of Pedregulho, in São
Paulo."Currently, this solar power plant is in the stage of environmental
licensing and contracting of the basic project," says Furnas' Generation
Studies and Projects manager, Isaac Benchimol. With an estimated total
power of 130 MW, the complex will be divided into three power plants: Estreito
I, Estreito II and Estreito III. The estimated energy production is
265,000 MWh/year, equivalent to the consumption of about 130 thousand
residences. A solar power plant (or solar park) is a large photovoltaic
(PV) system designed for the production and sale of electricity.
Luiz Carlos Barreto de Carvalho Hydroelectric Power Plant was chosen
to implement the project due to the fact that the unit is in a region favorable
for the use of the photovoltaic source. "The installation of the
photovoltaic panels at the site reduces the costs through harnessing the
available areas and sharing the existing transmission and substation
system. Therefore, there is no need to build extensive lines. The local infrastructure
is used, such as access, drainage and buildings" explains Rodrigo
Calixto, Furnas' Generation Studies and Projects superintendent.
The photovoltaic energy combines low environmental impact, low maintenance
cost (the panels have a lifespan that can reach 30 years) and attenuates
the energy production dependence of hydroelectric power
plants. The production of the solar power plant comes from the photovoltaic
solar panels that convert the energy of the sun into electric energy
to be sold to the grid.
The solar energy is in continuous growth in the world, China, the
United States, Spain, Germany, Japan and Italy are the strongest investors.
The world's largest solar park in the world was opened in the US
state of California in June 2015, near the community of Rosamond, it is
a 579 MWp project. In this case, they are two parks together, which use
1,700,000 photovoltaic solar panels, occupying an area of approximately
13 km² in the desert. The solar power plants differ from photovoltaic systems
installed in homes and industries (which are for their own consumption)
because they supply high voltage power for distribution purposes.
The most of solar power plants in the world are built on the ground and
can have fixed or movable plates (which accompany the movement of
the sun). On the other hand, there are many solar power plants built on
the roof of large buildings. In Belo Horizonte (MG), is located is the largest
solar power plant built on top of a soccer stadium in Brazil, Mineirão,
with more than 6,000 solar panels, where only 10% of the energy generated
is consumed in the stadium and the rest is distributed to other areas
of the city.
In another project, Furnas foresees the installation of three photovoltaic
power plants with a nominal power of 1 MW (megawatt) each,
totaling 3 MW, in an area close to the Anta Hydroelectric Power Plant,
located on the Paraíba do Sul River, border between the states of Rio de
Janeiro and Minas Gerais. With the project, classified as Remote Self-
Consumption of Generated Distributed, Furnas estimates to reduce by
about 40% the annual energy expenses of the company's Central Office
in Rio de Janeiro. The schedule foresees the implementation in nine
months and commercial generation in the first quarter of 2020. The forecast
is that the investment of just over R$ 11 million will be paid in about
five years.
The Kyo-Green consortium, formed by Kyoservice and Solergy, will be
the responsible for the execution from the basic design phase to the completion
of the work and the beginning of the commercial operation. The
bidding obtained a negative goodwill of about 20% in relation to the initial
budgeted amount. According to the superintendent of Furnas Generation
Projects, Rodrigo Calixto, the objective is to expand the solar
power generation project to be used by other areas of the company. “We
already have a project for a second power plant in the interior of Rio de
Janeiro. Thereafter, the idea is to expand photovoltaic generation to
Minas Gerais, São Paulo and other areas where we operate. We want to
reduce to zero the electricity bill at the Furnas units ”. The executive adds
that investing in photovoltaic power plants for self-consumption is a step
for the company to gain experience in exploring this source.
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Júlio Oliveira
90 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Ligação total com o meio ambiente
Como empresa de geração e transmissão de energia elétrica,
insumo básico para o desenvolvimento econômico e social,
o compromisso de FuRnas é conduzir suas ações minimizando
ao máximo as interferências ao meio ambiente. em 2015, a Política
ambiental da empresa, que datava de 1998, passou por uma
revisão e está alinhada à Política ambiental das empresas eletrobras.
a atuação da empresa é, portanto, orientada por políticas ambientais
que buscam a integração harmônica de seus empreendimentos com o
meio ambiente. a companhia mantém foco na prevenção da poluição,
na minimização das interferências no meio ambiente e dos riscos à
saúde pública, com ações contínuas. Vale lembrar que cerca de 90% da
energia gerada por FuRnas é proveniente de usinas hidrelétricas abastecidas
por grandes reservatórios, distribuídas ao longo de várias bacias
hidrográficas, que se estendem por uma área de 5.560 km², com um
volume total de 127 km³.
em cada um desses reservatórios, a quantidade e a qualidade da
água são sistematicamente avaliadas por programas de monitoramento
hidrológico e limnológico (relativo ao estudo científico das extensões
de água doce), que fornecem dados fundamentais, como o nível
de armazenamento, vazão afluente e defluente, teores de nutrientes
e respectiva produtividade biológica, concentrações de poluentes e balneabilidade.
FuRnas monitora a qualidade da água e acompanha as
condições para o uso seguro, tanto para o abastecimento quanto para
a irrigação, pesca, navegação e lazer. em suas unidades operacionais a
empresa implanta também soluções para o reuso e o reaproveitamento
de água e para a captação de água da chuva.
as ações de FuRnas relacionadas ao meio ambiente seguem diretrizes
como incorporar as questões ambientais às etapas do planejamento,
projeto, implantação e operação de seus empreendimentos.
manter aberto o diálogo com empregados, comunidade e demais partes
interessadas e estabelecer um processo participativo, que leve em conta
a valorização do meio ambiente. Controlar e reduzir os impactos ambientais
decorrentes das atividades da empresa, em relação à conservação
do capital natural e à prevenção da poluição. Também aperfeiçoar
processos e incorporar novas tecnologias para a melhoria contínua do
desempenho ambiental, além de racionalizar o uso de recursos naturais
e o consumo de energia elétrica.
estabelecer princípios para promover o gerenciamento dos resíduos
associados às diversas atividades desenvolvidas pela companhia é outro
desafio. Dentro de um contexto onde os recursos naturais estão cada
vez mais escassos, FuRnas reconhece a sua responsabilidade na gestão
dos resíduos gerados nas atividades desenvolvidas na companhia.
Desta forma, a política enfatiza a necessidade do controle sistemático
dos resíduos desde a sua geração até a destinação final, considerando
o resíduo reutilizável ou reciclável como um bem socioeconômico, em
conformidade com a legislação vigente. a Política de Gestão de Resíduos
promove e viabiliza ações de gestão de resíduos de forma integrada
na companhia, estimulando a proteção do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável.
a empresa estabelece, implementa, avalia e monitora sistemas, planos,
programas, projetos e processos que contemplem a baixa geração
de resíduos, bem como atos normativos sobre o assunto na eletrobras
Furnas, em consonância com a Política ambiental e com as demais políticas
da companhia. este leque de ações preserva a imagem da eletrobras
Furnas como uma empresa social e ambientalmente
responsável no que se refere à questão da gestão de resíduos junto às
comunidades locais onde a companhia possua instalações, aos órgãos
ambientais e outras partes dessa corrente.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 91
BIODIVERSIDADE - FURNAS utiliza os recursos naturais consciente
da necessidade de conservação da biodiversidade, aliada à manutenção
da segurança do sistema de geração e transmissão de energia. a gestão
do uso e da ocupação das margens dos reservatórios é de extrema importância.
o barramento dos rios e o alagamento de suas margens
causa impactos para a flora e a fauna locais, pois modifica a paisagem,
o uso do solo e a característica do corpo d’água. FuRnas realiza diversas
ações mitigadoras de impactos ambientais decorrentes das obras
em usinas hidrelétricas, tais como: controle de processos erosivos, recomposição
da vegetação, resgate de fauna silvestre e monitoramento
da qualidade da água, da ictiofauna (conjunto de espécies de peixes que
existem em uma região) e da fauna silvestre terrestre. estudos ambientais
e programas de monitoramento ocorrem durante e após a
construção dos empreendimentos.
em linhas de transmissão são adotadas medidas preventivas desde
a definição do traçado, evitando interferências em áreas protegidas e
fragmentos de mata nativa mais significativos. além disso, a utilização
de torres mais altas (alteamento) e a adoção de técnicas especiais de
lançamento de cabos diminuem o desmatamento em áreas com alto
grau de biodiversidade. no total, 1.402 quilômetros de linhas de transmissão
usam técnicas de alteamento de torre, evitando o corte raso de
qualquer vegetação presente na faixa de servidão.
FAUNA – FURNAS, preocupada com a manutenção da biodiversidade
da ictiofauna da região de inserção dos seus empreendimentos de geração
hidrelétrica, investe em programas de monitoramento e de repovoamento
de seus reservatórios com peixes nativos. estuda a composição
da comunidade de peixes antes e após a construção das hidrelétricas,
acompanhando as alterações e analisando a biologia e ecologia de diversas
espécies de interesse ecológico e econômico. Dentre os estudos estão
a análise do ictioplâncton (ovos e larvas de peixes), a biotelemetria dos
peixes, análise genética de populações de peixes migradores e o monitoramento
pesqueiro, que é a caracterização socioeconômica dos pescadores
e da atividade de pesca nas regiões avaliadas.
esses estudos permitem auxiliar na proposição de medidas indicadas
para a manutenção da diversidade ictiofaunística e dos recursos pesqueiros
da área sob influência dos empreendimentos, com base em
dados científicos obtidos a médio e longo prazos, de forma criteriosa.
FuRnas mantém uma estação de Piscicultura na uHe Furnas (mG),
onde, numa área com 33.000 m² de espelho d’água, produz sete espécies
de peixes nativos da bacia do alto Paraná, em sua maioria, de peixes
da piracema.
FAUNA SILVESTRE - FURNAS, em seus empreendimentos hidrelétricos
ou em linhas de transmissão, em conformidade com a legislação
ambiental vigente no país, realiza estudos visando o aprimoramento
do conhecimento da fauna silvestre e atendimento a exigências ambientais.
esses estudos têm a finalidade de obter um conhecimento
mais específico da fauna onde o empreendimento está inserido, em estados
como minas Gerais, Rio de Janeiro, são Paulo, Paraná, Goiás, mato
92 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Fotos: Júlio Oliveira
Grosso e Rondônia, dentre outros. instituições de pesquisa, de renome
nacional e internacional, participam desses estudos. Pesquisadores
usam os dados coletados para a elaboração de suas teses de mestrado
e doutorado, aprimorando o conhecimento da fauna brasileira.
FuRnas adquiriu vasta experiência em operações de resgate da
fauna realizadas durante a formação dos reservatórios das usinas Hidrelétricas
de Corumbá e de serra da mesa, em Goiás, e no aproveitamento
múltiplo de manso, em mato Grosso, nos anos 1990 e 2000 e,
mais recentemente, nos aproveitamentos Hidrelétricos de simplício
(RJ/mG) e Batalha (Go/mG). a construção de hidrelétricas e linhas de
transmissão requer ações de manejo das populações animais, a fim de
minimizar o impacto das transformações da paisagem sob influência
desses empreendimentos. Tais ações também podem contribuir para
ampliação do conhecimento científico sobre diversas espécies.
nas etapas dos estudos de fauna é preciso, como diz o nome, estudar
o local do empreendimento em momentos diferentes e fazer um
inventário da fauna. Durante a implantação dos empreendimentos e
enchimento dos reservatórios é feito o manejo e resgate da fauna silvestre.
no início da fase de operação é realizado o monitoramento da
fauna, que fornece indícios de como os animais da região vêm reagindo.
Trabalhos já concluídos ofereceram uma ótima oportunidade para investigações
a respeito do efeito da fragmentação e da insularização dos
hábitats sobre as populações e comunidades faunísticas. Foi também
possível avaliar a capacidade de alguns animais trasladados de se adaptarem
e permanecerem na área de soltura.
FLORA - FURNAS é pioneira na conservação da cobertura vegetal
sob cabos condutores das linhas de transmissão construídas desde o
final da década de 90, reduzindo muito as intervenções na vegetação.
FuRnas recupera as áreas utilizadas durante a construção de suas unidades
operacionais, por meio de Programas de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRaD) e de Conservação da Flora e Recomposição da Vegetação,
o que minimiza bastante os impactos causados. Desde 2002,
a empresa realiza resgate de germoplasma vegetal, que designa a diversidade
genética das espécies vegetais. após a coleta das sementes,
são produzidas mudas de espécies arbóreas nos viveiros de mudas da
empresa. as mudas são plantadas por meio dos Programas de Conservação
da Flora e Recomposição da Vegetação.
nos viveiros de plantas de FuRnas foram produzidas 1,2 milhão de
mudas de espécies nativas da mata atlântica e do Cerrado nos viveiros
das usinas hidrelétricas de Furnas (mG), Luiz Carlos Barreto de Carvalho
(sP/mG), marimbondo (mG/sP), Funil (RJ) e itumbiara (mG/Go). as
mudas foram utilizadas nos plantios de, aproximadamente, 432 hectares
de Áreas de Preservação Permanente (aPPs) dos reservatórios
das usinas e em compensações ambientais nas áreas de influência de
linhas de transmissão e de subestações. antes de qualquer supressão
de vegetação, são realizados inventários florestais que identificam e
quantificam a flora a ser suprimida. Posteriormente, são realizados os
Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (PRaDs) por meio dos
quais a vegetação suprimida é recomposta em áreas equivalentes ou
maiores, de acordo com a legislação local do bioma.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 93
94 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Total connection with the environment
As a company of generation and transmission of electric energy,
a basic input for economic and social development, the
Furnas’ commitment is to conduct its actions minimizing to
the maximum the interferences to the environment. In 2015, the Company's
Environmental Policy, which dates back to 1998, was reviewed and
is aligned with the Environmental Policy of Eletrobras Companies. The
company's activities are therefore oriented by environmental policies that
aim the harmonious integration of its enterprises with the environment.
The company focuses on preventing pollution, minimizing the environmental
interference and public health risks, with continuous actions. It
is worth remembering that about 90% of the energy generated by Furnas
comes from hydroelectric power plants supplied by large reservoirs, distributed
along several hydrographic basins, extending over an area of
5,560 km², with a total volume of 127 km³.
In each of these reservoirs, the quantity and quality of the water are
systematically evaluated by hydrological and limnological monitoring
programs (relating to the scientific study of bodies of water). These programs
provide key data, such as storage level, effluent output and influent
output, nutrient content and respective biological productivity,
pollutant concentrations and bathing conditions. Furnas monitors water
quality and monitors the conditions for safe use, both for supply and for
irrigation, fishing, navigation and leisure. In its operational units, the
company also implements solutions for the reuse of water and for the
rainwater harvesting.
Furnas' actions related to the environment follow guidelines such as
incorporating environmental issues into the planning, project, implementation
and operation stages of its enterprises. The company maintains
a dialogue with its employees, the community and the other interested
parties and establishes a participatory process that takes into account
the valuation of the environment. It controls and reduces the environmental
impacts resulting from the its activities in relation to the conservation
of natural capital and the prevention of pollution. Also, Furnas
improves processes and incorporates new technologies for the continuous
improvement of its environmental performance, besides rationalizes the
use of natural resources and the consumption of electric energy.
Another challenge for the company is to establish principles to promote
the management of waste its activities generate. Within a context where
natural resources are increasingly scarce, Furnas recognizes its responsibility
about it. Thus, the policy emphasizes the need for systematic waste
control from the time of its generation through to the final destination,
considering the reusable or recyclable waste as a socioeconomic asset, in
accordance with current legislation. The Waste Management Policy promotes
and enables integrated waste management actions at the company,
stimulating environmental protection and sustainable development.
The company establishes, implements, evaluates and monitors systems,
plans, programs, projects and processes that reduce waste output,
as well as regulations about the subject at Eletrobras Furnas, in accordance
with the Environmental Policy and other company policies. This
cluster of actions preserves the image of Eletrobras Furnas as a socially
and environmentally responsible company in the waste management
area, interacting with local communities where the company has facilities,
as well as environmental bodies and other stakeholders.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 95
Biodiversity - FURNAS uses natural resources being aware of the
need to conserve biodiversity, combined with the maintenance of the
safety of the energy generation and transmission system. The management
of the use and occupation of the margins of the reservoirs is of extreme
importance. The damming and the flooding of its banks cause
impacts to the local flora and fauna, as it modifies the landscape, the
use of the soil and the characteristic of the body of water. FURNAS carries
out several actions to mitigate the environmental impacts arising
from works in hydroelectric power plants, such as: erosion control, vegetation
restoration, wild fauna rescue and monitoring water quality, the
ichthyofauna (a set of fish species that exist in a region) and the terrestrial
wild fauna. Environmental studies and monitoring programs occur
during and after the constructions.
In transmission lines, preventive measures are adopted since the
definition of the tracing, avoiding interferences in protected areas and
fragments of native forest more significant. In addition, the use of high
towers and the adoption of special cable launching techniques reduce
deforestation in areas with a high degree of biodiversity. In total, 1,402
kilometers of transmission lines use tower elevation techniques, avoiding
the shallow cutting of any vegetation present in the easement
range.
Fauna - FURNAS, concerned with the maintenance of the ichthyofauna
biodiversity of the region of insertion of its hydroelectric generation
enterprises, invests in programs to monitor and repopulate its reservoirs
with native fish. It studies the composition of the fish community
before and after the construction of the hydroelectric dams, following
the changes and analyzing the biology and ecology of several species of
ecological and economic interest. Among the studies are the analysis of
ichthyoplankton (fish eggs and larvae), fish biotelemetry, genetic analysis
of migratory fish populations and fisheries monitoring, which is the socioeconomic
characterization of fishermen and fishing activity in the
evaluated regions.
These studies assist in the proposal of indicated measures for the
maintenance of the ichthyofaunistic diversity and the fishing resources
of the area under the influence of the enterprises, based on scientific
data obtained in the medium and long term, in a solid way. FURNAS
maintains a fish farm at the Furnas Hydroelectric Power Plant (MG),
where, in an area of 33,000 m² of water, it produces seven species of fish
native from the Alto Paraná basin, the most of them are fish of
“piracema”, how it is called the fish reproduction period.
Wild fauna - FURNAS, in its hydroelectric projects or transmission
lines, in accordance with the environmental legislation in force in the
country, carries out studies aimed at improving knowledge of wild fauna
and meeting environmental requirements. These studies have the purpose
of obtaining a more specific knowledge of the fauna where the enterprise
is inserted, in states like Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,
96 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Fotos: Júlio Oliveira
Goiás, Mato Grosso and Rondônia, among others. Research institutions,
nationally and internationally renowned, participate in these studies. Researchers
use the data collected for the elaboration of their master's and
doctoral theses, improving the knowledge of the Brazilian fauna.
FURNAS acquired extensive experience in fauna rescue operations carried
out during the formation of the reservoirs of the Corumbá and Serra
da Mesa Hydroelectric Power Plants in Goiás, in the Manso Plant in Mato
Grosso in the years 1990 and 2000 and more recently in the Simplício
(RJ/ MG) and Batalha (GO/MG) Hydroelectric Power Plants. The construction
of hydroelectric power plants and transmission lines requires management
actions of the animal populations, in order to minimize the
impact of the transformations of the landscape under the influence of
these enterprises. Such actions may also contribute to the expansion of
scientific knowledge on several species.
In the stages of fauna studies it is necessary to study the site of the
enterprise at different times and to make an inventory of the fauna. During
the implantation of the enterprises and filling of the reservoirs the
management and rescue of the wild fauna is done. At the beginning of
the operation phase, the fauna is monitored, which provides indications
of how the animals in the region are reacting. Works already completed
provided an excellent opportunity for research into the effect of habitat
fragmentation and insularization on fauna populations and communities.
It was also possible to evaluate the ability of some transferred animals
in adapting and remaining in the release area.
Flora - FURNAS is a pioneer in the conservation of vegetation cover
under conductive cables of the transmission lines built since the end of
the 90s, reducing the interventions in the vegetation. FURNAS recovers
the areas used during the construction of its operational units, through
Recovery of Degraded Areas Programs (PRAD) and Conservation of Flora
and Vegetation Restoration Programs, which greatly minimizes the impacts
caused. Since 2002, the company has rescued plant germplasm,
which designates the genetic diversity of plant species. After the seed
collection, seedlings of tree species are produced in the company seedling
nurseries. The seedlings are planted through the Plant Conservation and
Vegetation Recomposition Programs.
In the plant nurseries of FURNAS, 1.2 million seedlings of native
species of the Atlantic Forest and the Cerrado were produced in the
nurseries of Furnas (MG), Luiz Carlos Barreto de Carvalho (SP /MG),
Marimbondo (MG/SP), Funil (RJ) and Itumbiara (MG / GO). The
seedlings were used in the plantations of approximately 432 hectares
of Permanent Preservation Areas (APPs) of the reservoirs of the plants
and in environmental compensations in the areas of influence of transmission
lines and substations. Before any vegetation suppression, are
carried out forest inventories that identify and quantify the flora to be
suppressed. Subsequently, the Degraded Area Recovery Programs
(PRADs) are implemented through which the suppressed vegetation is
recovered in equivalent or larger areas, according to the local legislation
of the biome.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 97
Júlio Oliveira
100 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
Atenta às
mudanças climáticas
As mudanças climáticas são uma realidade mundial. Por
isso FURNAS, sempre sintonizada com o meio ambiente,
coloca em prática uma série de ações de adaptação
às mudanças climáticas, alinhadas com as melhores práticas
de mercado. A empresa é membro fundador do programa brasileiro
Greenhouse Gas Protocol, criado em 2008. O GHG Protocol foi desenvolvido
pelo World Resources Institute (Instituto de Recursos
Mundias - WRI) para que as empresas efetuem a medição e a gestão
das emissões de gases de efeito estufa (GEE), por meio de metodologia
internacional. Em 2017, o inventário de FURNAS recebeu pelo
quinto ano consecutivo o Selo Ouro, que qualifica empresas com inventários
completos de emissão de GEE e verificados por organismos
acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro).
FURNAS aderiu também à Declaração de Compromisso da Eletrobras
sobre Mudanças Climáticas, alcançando metas como a redução
de 3% do consumo de energia elétrica em 2015 e de 1% em 2016. A
empresa aumentou em 6% o uso de combustíveis renováveis e adotou
o gás natural como combustível nas termelétricas Santa Cruz e
Campos em substituição ao óleo diesel. Aumentou, ainda, em 21%
a utilização de combustível renovável (etanol) na frota de veículos e
diminuiu em 5% o consumo de energia elétrica do Escritório Central,
sede da empresa no Rio de Janeiro.
Desde 2013, FURNAS participa do Sistema de Comércio de Emissões
da Plataforma Empresas Pelo Clima (EPC), iniciativa do Centro
de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas – Escola
de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP). O
Sistema estabelece um simulado de mercado de carbono para engajar
empresas brasileiras no debate relacionado às mudanças climáticas,
na gestão de emissões de GEE e na proposição de políticas
públicas. Em 2016, FURNAS participou ativamente das discussões
sobre adaptação às mudanças climáticas na EPC, proporcionando
a criação de uma força tarefa entre as empresas do Grupo Eletrobras
para tratar do tema. A companhia participa também da Câmara
Temática de Energia e Mudança Climática do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
(CEBDS), que busca possibilidades de avanços na área.
A company concerned over
with the climate changes
The climate change is a global reality. That is why FURNAS,
which is always in tune with the environment, practices a
series of adaptation measures to climate changes, in accordance
to the best market practices. The company is a founding
member of the Brazilian program Greenhouse Gas Protocol, created
in 2008. The program was developed by the World Resources Institute
so that companies can measure and manage their greenhouse gas
emissions according to an international methodology. In 2017, Furnas'
inventory received the Golden Seal for the fifth consecutive time. This
seal qualifies companies with a complete greenhouse gas emission
inventory verified by INMETRO - National Institute of Metrology,
Standardization and Industrial Quality.
FURNAS also has agreed to Eletrobras' commitment declaration
on climate change, achieving goals as a 3% reduction on the energy
consumption levels in 2015 and a 1% reduction in 2016. The company
increased in 6% its use of renewable fuels and adopted natural gas
as fuel in place of diesel at the Santa Cruz Thermoelectric Power Plant
and at the Campos Thermoelectric Power Plant. There was a 21%
boost in ethanol usage by company’s vehicles and it decreased the
energy consumption in its central office in Rio de Janeiro by 5%.
Since 2013, FURNAS has been part of the Emission Trade System
of the Business for the Climate (EPC) Platform, an initiative of the Sustainability
Study Center of the Getúlio Vargas Foundation Business
School of São Paulo (FGV-EAESP). The system proposes a simulated
carbon credits market as a way of engaging Brazilian companies to debate
climate change, as to their greenhouse gas emission and public
politics on the matter. In 2016, FURNAS was an active part on the discussion
about climate change adaptation, at the EPC, making way for
the creation of a task force among companies in the ELETROBRAS
group. The company participates in the Chamber of Energy and Climate
Change of the Brazilian Business Council for Sustainable Development
(CEBDS), which seeks innovation in the area.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 101
102 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS7
Júlio Oliveira
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 103
Energia que a mulher produz
No Brasil, Furnas é uma das 198 empresas que aderiram aos
Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres
e do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas
(ONU). Furnas declara seu apoio aos Princípios desde agosto de 2011. A
iniciativa estimula corporações a assumirem um compromisso público
pela igualdade de gêneros, uma pauta mundial. Números da ONU Mulheres
apontam que a desigualdade de gênero no mercado de trabalho
gera uma perda média de 15% nas economias dos países da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A ONU Mulheres tem sede em Nova York, nos Estados Unidos, e possui
escritórios regionais em países da África, Américas, Ásia e Europa.
No Brasil, o escritório opera em Brasília. A convite da ONU Mulheres, a
superintendente de Comunicação e Relações Institucionais de Furnas,
Ana Cláudia Fernandes Gesteira, representou o setor elétrico brasileiro
no Fórum Global das Empresas Signatárias dos Princípios de Empoderamento
das Mulheres (Weps), na sede da ONU (Nova York), em 2019.
Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as
atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento
das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da
qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento
sustentável. Ciente do papel das empresas para o crescimento
das economias e para o desenvolvimento humano, a ONU Mulheres e o
Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres.
Eles são um conjunto de considerações que ajudam a comunidade empresarial
a incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à
equidade de gênero e ao empoderamento de mulheres.
São sete os Princípios de Empoderamento das Mulheres:
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero,
no mais alto nível.
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho,
respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e
homens que trabalham na empresa.
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional
para as mulheres.
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de
empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e
marketing.
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à
comunidade e ao ativismo social.
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção
da igualdade de gênero.
A ONU Mulheres foi criada em 2010 para unir, fortalecer e ampliar os
esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.
104 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
Segue o legado de duas décadas do Fundo de Desenvolvimento das Nações
Unidas para a Mulher (UNIFEM) em defesa dos direitos humanos
das mulheres, especialmente pelo apoio a articulações e movimento de
mulheres e feministas, entre elas mulheres negras, indígenas, jovens,
trabalhadoras domésticas e trabalhadoras rurais. São seis áreas prioritárias
de atuação: liderança e participação política das mulheres; empoderamento
econômico; fim da violência contra mulheres e meninas;
paz e segurança e emergências humanitárias; governança e planejamento;
normas globais e regionais.
A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão da ONU sobre
a Situação das Mulheres (CSW), que se reúne, no mês de março, em
Nova York, há mais de 60 anos. Essa é uma das principais instâncias de
negociação e de monitoramento de compromissos internacionais sobre
direitos humanos das mulheres. Participam dos encontros anuais autoridades
dos mecanismos das mulheres, sociedade civil e especialistas,
e teve este ano a participação de Furnas.
“Mulheres do mundo inteiro enfrentam obstáculos para o acesso a
direitos econômicos, trabalho decente e proteção social. O empoderamento
econômico das mulheres é uma das estratégias capazes de remover
obstáculos e criar as condições para desenvolver toda a
potencialidade das mulheres”, afirma Ana Carolina Querino, representante
interina da ONU Mulheres no Brasil. Segundo ela, o desenvolvimento
profissional das mulheres significa incremento do PIB. Dados do
Banco Mundial divulgados pela ONU Mulheres apontam que uma maior
projeção profissional das mulheres causaria um impacto de 3,3% no
Produto Interno Bruto, ou cerca de R$ 382 bilhões a mais na economia
mundial. Um dos benefícios da ação, segundo Ana Carolina, é que as
grandes empresas têm o poder de influenciar as cadeias produtivas, espalhando
a mudança de cultura em todos os setores e classes sociais.
A iniciativa Princípios de Empoderamento das Mulheres conta com
instrumentos para que as próprias empresas façam um autodiagnóstico
em uma plataforma on-line. As informações que as empresas incluem
na ferramenta são confidenciais e usadas para estudos. O objetivo é
que as próprias empresas façam seu diagnóstico e avaliem suas práticas,
políticas e programas pela perspectiva de gênero, de forma que
possam estabelecer planos de mudança com foco na igualdade. Ainda
neste ano, a ONU Mulheres pretende divulgar um balanço das melhorias
que a ação gerou no ambiente organizacional das empresas, com relação
à equidade de gênero.
Pesquisa de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostra que as mulheres recebem, em média, menos que os homens,
mesmo em profissões e atividades em que são maioria, como
professoras de nível fundamental, secretárias e vendedoras de cosméticos.
No caso dos profissionais classificados no campo ciências e intelectuais,
a participação das mulheres é 63%, mas os rendimentos
equivaliam, em 2018, a 64,8% da remuneração dos homens.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 105
Energy produced by the woman
In Brazil, Furnas is one of 198 companies that have adhered to the
Women's Empowerment Principles of UN Women and the United
Nations Global Compact. Since August 2011, Furnas declared its
support for the Women's Empowerment Principles. The initiative encourages
corporations to make a public commitment to gender equality, a
global agenda. UN Women's numbers indicate that gender inequality in
the labor market generates an average loss of 15% in the economies of
the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD)
countries.
UN Women has its headquarters in New York, United States, and has
regional offices in countries in Africa, the Americas, Asia and Europe. In
Brazil, the office operates in Brasilia. At the invitation of UN Women, Ana
Cláudia Fernandes Gesteira, the Furnas' Communications and Institutional
Relations Superintendent, represented the Brazilian electric sector
at the Global Signatory Enterprises Forum of Women's Empowerment
Principles (Weps), at the UN headquarters in New York, in 2019.
Empowering women and promoting gender equity in all social and
economic activities are guarantees for the effective strengthening of
economies, boosting business, improving the quality of life for women,
men and children, and for sustainable development. Aware of the role of
business for the growth of economies and for human development, UN
Women and the Global Compact have created the Women's Empowerment
Principles. They are a set of considerations that help the business
community to incorporate into their business values and practices that
aim at gender equity and the empowerment of women.
There are seven Principles of Women Empowerment:
1. Establish high-level corporate leadership for gender equality.
2. Treat all women and men fairly at work – respect and support
human rights and nondiscrimination
3. Ensure the health, safety and well-being of all women and men
workers.
4. Promote education, training and professional development for
women.
5. Implement enterprise development, supply chain and marketing
practices that empower women.
6. Promote equality through community initiatives and advocacy.
7. Measure and publicly report on progress to achieve gender equality.
UN Women was created in 2010 to unite, strengthen and expand
global efforts to defend women's human rights. It follows the twodecade
legacy of the United Nations Development Fund for Women
106 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
(UNIFEM) in defense of women's human rights, especially by supporting
the articulations and movement of women and feminists, including black
women, indigenous women, young women, domestic workers and rural
workers. There are six priority areas for action: women's leadership and
political participation; economic empowerment; ending violence against
women and girls; peace and security and humanitarian emergencies; governance
and planning; global and regional standards.
UN Women acts as the secretariat of the UN Commission on the Status
of Women (CSW), which convenes in March in New York for more
than 60 years. This is one of the main forums for negotiating and monitoring
international commitments on women's human rights. Authorities
of the mechanisms of women, of the civil society and specialists
participate in the annual meetings. This year, this annual meeting was
attended by Furnas.
"Women all over the world face obstacles to access to economic rights,
decent work and social protection. The economic empowerment of
women is one of the strategies that can remove obstacles and create the
conditions to develop the full potential of women"says Ana Carolina
Querino, acting representative of UN Women in Brazil. According to her,
the professional development of women means an increase in GDP.
World Bank data released by the UN Women indicate that a greater professional
projection of women would cause an impact of 3.3% in the
Gross Domestic Product, or about R$ 382 billion more in the world economy.
One of the benefits of action, according to Ana Carolina, is that
large companies have the power to influence productive chains, spreading
the change of culture in all sectors and social classes.
The Women's Empowerment Principles initiative has tools for companies
to self-diagnose themselves on an online platform. The information
that companies include in the tool are confidential and used for
studies. The goal is for companies themselves to make a diagnosis and
evaluate their practices, policies and programs from a gender perspective,
so that they can establish equality-oriented change plans. Also this year,
UN Women intends to publish a balance of the improvements that the
action generated in the organizational environment of the companies,
with respect to gender equity.
A survey publicized in 2019 by the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE) shows that women receive, on average, less than
men, even in professions and activities in which they are majority, such
as primary school teachers, secretaries and cosmetics salesmen. In the
case of professionals classified in the areas of sciences and intellectuals,
the participation of women is 63%, but their income in 2018 corresponds
to 64.8% of men's remuneration.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 107
Júlio Oliveira
Alinhada ao Pacto Global
OPacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas
(ONU), nasceu para encorajar o alinhamento das políticas e
práticas empresariais com os valores e metas acordados
mundialmente, na busca de uma economia global mais sustentável e
inclusiva. O Pacto tem dez princípios que visam proporcionar condições
de acesso à educação, habitação, alimentação, transporte, emprego e
saúde. O Pacto Global (Global Compact), lançado oficialmente em 26 de
julho de 2000, em Nova York, nasceu de um apelo feito pelo então secretário-geral
das Nações Unidas e Prêmio Nobel da Paz, o ganense Kofi
Annan, no Fórum Econômico de 1999, para que o mundo empresarial se
unisse com o objetivo de “dar uma face humana à globalização”.
No mesmo ano do lançamento, em 2000, FURNAS, por intermédio
do Instituto Ethos, formalizou seu pedido de adesão ao Pacto Global,
que foi aceito em 19 de outubro de 2001, tendo permanecido como
membro ativo do Pacto, pelo envio de Relatórios, denominados “Communication
on Progress”, representados por seus Balanços Sociais.
As empresas participantes do Pacto Global são diversificadas e representam
diferentes setores da economia e regiões geográficas e buscam
gerenciar seu crescimento de uma maneira responsável, que contemple
os interesses e preocupações de suas partes interessadas, incluindo
funcionários, investidores, consumidores, organizações não governamentais,
associações empresariais e comunidades.
PRINCÍPIOS
Os dez princípios do Pacto Global são derivados
de Declarações Mundiais de:
Direitos Humanos
1. Respeitar e proteger os direitos humanos;
2. Impedir violações de direitos humanos.
Princípios de Direitos do Trabalho
3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho;
4. Abolir o trabalho forçado;
5. Abolir o trabalho infantil;
6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Princípios de Proteção Ambiental
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
8. Promover a responsabilidade ambiental;
9. Encorajar tecnologias que não agridam o meio ambiente.
Princípios contra a Corrupção
10. Combater a corrupção em todas as suas formas,
inclusive extorsão e propina.
Em 2005, a empresa se comprometeu, a partir do seu Balanço Social
de 2006, a alinhar de forma explícita os dez princípios do Pacto Global
às respectivas ações por ela empreendidas, sempre tendo em vista a
busca contínua de sua sustentabilidade empresarial. Assim, as ações
desenvolvidas por FURNAS buscam guardar coerência com as diretrizes
do pacto, que procuram fornecer uma estrutura global para a promoção
do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas
inovadoras e comprometidas com uma nova visão de mundo.
Paralelo a isso, FURNAS promove a incorporação do conceito de Responsabilidade
Social à sua cultura organizacional. O que significa conscientizar
e sensibilizar todos os empregados sobre a importância de
estarem atentos às demandas e expectativas dos públicos de interesse
da empresa. A integração de ferramentas de gestão da responsabilidade
social ao planejamento da empresa permite a otimização da aplicação
de recursos destinados ao investimento social.
110 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Aligned with the Global Compact
The Global Compact, a United Nations initiative, was born to
encourage businesses to align their policies and practices with
globally agreed targets and values in order to create a more
sustainable and inclusive global economy. The Compact has ten principles
that aim to provide conditions of access to education, housing, food,
transport, employment and health.
The Global Compact, officially launched on July 26, 2000 in New York,
was born of an appeal by the then Secretary-General of the United Nations
and Nobel Peace Prize Laureate, Kofi Annan, at the 1999 Economic
Forum, asking the businesses world to unite with the goal of "giving a
human face to globalization".
In the same year of its launch, in 2000, FURNAS, through the Ethos
Institute, submitted a request to adhere to the Global Compact. This request
was accepted on October 19, 2001, and the company remained an
active member of the Compact, sending in reports, referred to as "Communication
on Progress", represented by its Social Balance Sheets.
The companies participating in the Global Compact are diversified and
represent different sectors of the economy and geographic regions, they
seek to manage their growth responsibly, taking into account the interests
and concerns of their stakeholders, including employees, investors,
consumers, non-governmental organizations, business associations and
communities.
PRINCIPLES
Below are the 10 principles of the Global Compact,
all of which are derived from global statements on:
Human Rights
1. Respect and protect human rights;
2. Prevent human rights abuses.
Labour Principles
3. Uphold the freedom of work association;
4. Eliminate forced and compulsory labour;
5. Abolish child labour;
6. Eliminate the discrimination in the workplace.
Environmental Protection Principles
7. Support a precautionary approach to environmental challenges;
8. Promote the environmental responsibility;
9. Encourage the development and diffusion of
environmentally friendly technologies.
Anti-corruption principles
10. Work against corruption in all its forms, including
extortion and bribery.
In 2005, the company committed to start as of its 2006 Social Balance
Sheet, to explicitly aligning its activities with the ten principles of the
Global Compact, always in view of the continuous search for its business
sustainability. Thus, the actions developed by FURNAS seek to maintain
consistency with the guidelines of the compact, which provide a global
structure promoting sustainable growth and citizenship, through innovative
corporate leaderships and committed to a new vision of the world.
Parallel to this, FURNAS promotes the incorporation of the concept of
Social Responsibility as part of its organizational culture. This means
making all employees aware about the importance of being attentive to
the demands and expectations of the company stakeholders. Integrating
social responsibility management tools into company planning allows it
to optimize the application of resources destined to social investment.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 111
Júlio Oliveira
Trabalho com responsabilidade social
Aenergia que FURNAS produz move a economia do país, promove
a integração de diferentes localidades e modifica realidades.
Entretanto, mais do que transmitir eletricidade, ao
longo dos últimos anos a Empresa tem como propósito transmitir energia
comprometida com a realidade social, ajudando a promover e a iluminar
vidas. Como empresa socialmente responsável, FURNAS
desenvolve, nos estados brasileiros envolvidos em sua área de atuação,
diversas iniciativas com o objetivo de promover a valorização do trabalho
pessoal, a equidade de gênero e raça, o voluntariado e a cultura, por
meio de projetos e ações sociais nas comunidades localizadas no entorno
de seus empreendimentos.
O Programa Furnas Social apoia ações sociais capazes de promover
a melhoria da qualidade de vida dos moradores de comunidades menos
favorecidas, situadas nos municípios onde FURNAS possui suas instalações
(usinas, reservatórios e bacias hidrográficas correspondentes,
subestações, escritórios e linhas de transmissão), bem como locais onde
a empresa tenha concessão para implantação de novos empreendimentos.
Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento Territorial, criado
em 2005 para impulsionar o desenvolvimento social e econômico de comunidades
e bairros, que nasceu para qualificar, integrar e dinamizar
as relações entre grupos comunitários organizados com o poder público
local e a sociedade civil em geral.
O Programa Furnas de Voluntariado é uma iniciativa da responsabilidade
sociocultural da empresa, para incentivar, organizar, apoiar e reconhecer
o envolvimento de seus colaboradores em atividades voluntárias,
nas comunidades em que a empresa atua, em prol da sociedade. O programa
estimula o voluntariado entre seus colaboradores, desde 2002,
com a valorização do serviço voluntário em ações e/ou causas sociais,
de forma a permitir o uso consciente e cidadão de seus talentos e tempo
livre para promover o desenvolvimento social das regiões.
Em 2018, foi realizada a terceira edição da “Gincana Energia Voluntária”.
A gincana é uma saudável competição solidária com objetivo de
unir todos os colaboradores de FURNAS em ações voluntárias em prol
de suas comunidades. Participaram da Gincana 269 voluntários de FUR-
NAS, além de 420 amigos e parentes envolvidos pelos voluntários, que
realizaram 41 ações beneficiando mais de 5 mil pessoas. Os temas das
ações foram relacionados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS), da ONU.
As Hortas Comunitárias cultivadas nos empreendimentos de FUR-
NAS são mantidas por voluntários da empresa, com o objetivo de melhorar
os hábitos alimentares e nutricionais de instituições de
comunidades carentes, além de reforçar a alimentação de crianças, lactantes,
adultos e idosos desnutridos. As frutas, legumes e hortaliças
produzidas são distribuídos a instituições públicas e Organizações da
Sociedade Civil, localizadas nas proximidades da empresa. Os voluntários
de FURNAS colaboram tanto na manutenção das plantações,
quanto na colheita e distribuição dos alimentos cultivados. Atualmente,
as unidades da empresa que cultivam esses alimentos estão nas cidades
de São José da Barra (MG), Cachoeira Paulista (SP), Mogi das Cruzes
(SP), Brasília (DF) e Sapucaia (RJ). São produzidas por ano cerca de 55
toneladas de hortaliças, legumes e frutas, beneficiando 44 mil pessoas,
de 43 instituições.
114 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Júlio Oliveira
O projeto Núcleo de Integração Comunitária nasceu de uma parceria
estabelecida entre FURNAS e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas – IBASE, para promover o desenvolvimento territorial sustentável
das comunidades de baixa renda, vizinhas às instalações e empreendimentos
de FURNAS. O projeto aposta na participação ativa da população
local como componente essencial para sua organização e autonomia, na
formulação de soluções para os problemas locais, na implementação de
propostas para a solução dos mesmos, na distribuição de responsabilidades
entre os diversos atores e no acompanhamento da população junto
ao poder público e das soluções que interferem nas políticas públicas.
Sandra Jouan, do Ibase, coordenadora técnica dos Núcleos, explica
que a proposta é viabilizar ações para o desenvolvimento sustentável
de comunidades do entorno dos empreendimentos de FURNAS, como
a subestação de Angra dos Reis (RJ) e a Usina Hidrelétrica de Marechal
Mascarenhas de Moraes (MG). “A participação de atores sociais locais é
uma opção que qualifica a proposta e envolve diretamente as pessoas
do território em um processo que leva a reflexões, proposições e ações
de desenvolvimento local. Os agentes locais são os primeiros a entender
a proposta, a se comprometerem com ela e a divulgá-la, além de se tornarem
agentes de uma governança democrática no território”, define.
O Programa de Inclusão Social do Banco da Providência, realizado em
parceria com FURNAS, é outra ação que merece ser citada. Em 10 anos
de parceria, FURNAS investiu aproximadamente R$ 2 milhões no programa,
beneficiando mais de 3 mil profissionais com cursos em diversas
áreas. De acordo com a assistente social Cláudia Tenório, da Gerência de
Responsabilidade Sociocultural de Furnas, em 2017 a taxa de geração de
renda para as pessoas atendidas foi de 71%, o que significa “mais do que
a metade das pessoas que entraram sem perspectiva, sem uma empregabilidade,
passaram a ter ali um crescimento de sua renda familiar.”
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 115
Working with social responsibility
T
he energy that FURNAS produces moves the economy of
the country, promotes the integration of different localities
and modifies realities. However, more than transmitting
electricity over the last few years, the Company aims to transmit energy
committed to social reality, helping to promote and illuminate
lives. As a socially responsible company, FURNAS develops, in the
Brazilian states involved in its area of activity, several initiatives with
the objective of promoting the valuation of personal work, gender and
race equity, volunteering and culture, through projects and socials actions
in the communities located in the surroundings of their enterprises.
The Furnas Social Program supports social actions capable of promoting
the improvement of the quality of life of people who lives in
disadvantaged communities adjcacent to FURNAS’ facilities (plants,
reservoirs and their corresponding hydrographic basins, substations,
offices and transmission lines) as well as locations where the company
holds concessions to implement new enterprises. One example
is the Territorial Development Program, created in 2005 to foster the
social and economic development of communities and neighborhoods.
It was born to qualify, integrate and invigorate relations between
organized community groups with local government and civil
society in general.
The Furnas in Action Volunteer Program is an initiative of the social
e cultural responsibility of the company to encourage, organize, support
and recognize the participation of its employees in voluntary activities,
in the communities where the company operates, for the
benefit of society. Since 2002, it has been stimulating volunteering
among its employees by the appreciation of voluntary service in actions
and/or social causes, in order to allow the conscious and citizen
use of their talents and free time to promote the social development
of the regions.
In 2018, the third edition of "Gincana Energia Voluntária" was held.
The gymkhana is a healthy solidarity competition with the objective of
uniting all FURNAS employees in voluntary actions in favor of their communities.
269 FURNAS volunteers participated in the Gymkhana, as well
as 420 friends and relatives involved by the volunteers, who did 41 actions
benefiting more than 5 thousand people. The themes of the actions were
related to the The themes of the actions were related to the UN 17 Sustainable
Development Goals (ODS).
The Community Gardens cultivated in the FURNAS enterprises are
maintained by volunteers of the company, with the aim of improving the
eating habits of institutions in needy communities, as well as strengthening
the eating of malnourished children, infants, adults and elderly.
The fruits, legumen and vegetables produced are distributed to public institutions
and Civil Society Organizations, located in the proximity of the
company. FURNAS volunteers collaborate both in the maintenance of
the plantations and in the harvesting and distribution of the cultivated
foods. Currently, the company units that grow these foods are in the
cities of São José da Barra (MG), Cachoeira Paulista (SP), Mogi das Cruzes
(SP), Brasília (DF) and Sapucaia (RJ). About 55 tons of vegetables, legumen
and fruits are produced per year, benefiting 44,000 people from 43
institutions.
116 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Júlio Oliveira
The Community Integration Nucleus project was born out of a partnership
established between FURNAS and the Brazilian Institute of Social
and Economic Analysis (IBASE) to promote the sustainable territorial
development of low-income communities, which are close to FURNAS’
facilities and enterprises. The project focuses on the active participation
of the local population as an essential component for their organization
and autonomy, formulating solutions to local problems, implementing
proposals for solving them, distributing responsibilities among the various
actors and monitoring the population with the public power and the
solutions that interfere in public policies.
Sandra Jouan, from Ibase, technical coordinator of the Nuclei, explains
that the proposal is to make feasible actions for the sustainable development
of communities around the FURNAS' enterprises, such as the
Angra dos Reis (RJ) substation and the Marechal Mascarenhas de Moraes
Hydroelectric Power Plant (MG). She states that "the participation of
local social actors is an option that qualifies the proposal and directly involves
the people of the territory in a process that leads to reflections,
propositions and actions of local development. The local actors are the
first to understand the proposal, to commit to it and to disclose it, in addition
to becoming agents of a democratic governance in the territory."
The Social Inclusion Program of Banco da Providência, carried out in
partnership with FURNAS, is another action worthy of mention. In 10
years of partnership, FURNAS invested approximately R$ 2 million in the
program, benefiting more than 3 thousand professionals with courses in
several areas. According to case-worker Cláudia Tenório, from Furnas'
Sociocultural Responsibility Management, in 2017 the rate of income
generation for the people served was 71%, which means "more than half
of the people who entered without perspective, without an employability,
started to have an increase in their family income. "
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 117
Júlio Oliveira
Na trilha da cultura
Furnas está alinhada ao seu compromisso social de contribuir
para melhorar a condição humana, incentivar a produção artística,
a reflexão e o conhecimento sobre a cultura brasileira.
A empresa apoia, patrocina e promove múltiplas manifestações que
contribuem para construção da identidade cultural brasileira, valorização
da cultura popular e inclusão social, regionalização e interiorização
da cultura. Para Furnas, o reconhecimento e a valorização da cultura são
fundamentais para o desenvolvimento dos povos em um sentido
amplo: a cultura se junta aos temas sociais e ambientais para formar
pilares básicos e dar significado mais efetivo e abrangente a uma nova
noção de desenvolvimento e sustentabilidade. Furnas patrocina eventos
ligados direta ou indiretamente à atividade-fim da empresa (geração,
transmissão e comercialização de energia elétrica), bem como de
suas áreas de interesse estratégico (meio ambiente, qualidade, formação
profissional, responsabilidade social, entre outras), sob duas modalidades:
seleção pública e escolha direta.
Enquanto os projetos culturais de Teatro, Audiovisual (longa-metragem
de ficção) e Patrimônio Imaterial recebem patrocínio de Furnas somente
por meio de Seleção Pública (Edital), as demais áreas não
contempladas nesta lista podem solicitar o apoio da empresa por meio
da modalidade Escolha Direta. As solicitações de patrocínio cultural deverão
ser encaminhadas por meio da Gerência de Responsabilidade Sociocultural
da empresa. Inaugurado em 2003, o Espaço Furnas Cultural,
na sede da empresa, no Rio de Janeiro, é constituído pelo Espaço de
Convivência Herbert de Souza, ideal para eventos como lançamentos
de livros, rodas de leitura e performances, e também por duas galerias:
uma ocupando o hall inferior e outra, o superior - que acolhem exposições
de fotografia, escultura, pintura, instalação, intervenção e novas
tecnologias. As instalações contam com acesso para cadeirantes e auditório
com capacidade para 192 pessoas. A entrada é gratuita.
Em 2018, Furnas patrocinou 28 projetos incentivados pela Lei Rouanet
e Lei do Audiovisual (onde o Governo Federal abre mão de receber
parcela do imposto de renda devido por empresas que apoiam financeiramente
projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura),
apresentados no Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro-RJ) e no Cine
Furnas Cultural (São José da Barra-MG), que oferecem programação gratuita
à comunidade. O Espaço Furnas Cultural, com o investimento de
até R$ 1,5 milhão, selecionou 19 projetos nos segmentos de música, teatro
e artes visuais, para montagem de sua programação em 2019. Já o
Cine Furnas Cultural valoriza a cultura regional com espetáculos gratuitos
voltados para as comunidades do entorno da Usina de Furnas, em
São José da Barra (MG). Recebe atrações como shows de música erudita
e popular, dança, além de teatro adulto e infantil. O Cine Furnas Cultural
ocupa o antigo cinema da usina, com capacidade para 320 pessoas.
Lívia Bastos/Divulgação
O cantor e compositor Beto Guedes já se
apresentou no Cine Furnas Cultural,
em São José da Barra, na
Usina de Furnas (MG)
On the trail of culture
Furnas is aligned with its social commitment to contribute to
improving the human condition, encouraging the artistic production,
the reflection and the knowledge about Brazilian culture.
The company supports, sponsors and promotes multiple
manifestations that contribute to the construction of Brazilian cultural
identity, appreciation of popular culture and social inclusion, regionalization
and interiorization of culture. In Furnas' vision, recognition and
appreciation of culture are devisive to the development of peoples in a
broad sense: the culture, as well as social and environmental themes,
form basic pillars that give a more effective and comprehensive meaning
to a new notion of development and sustainability. Furnas sponsors
events directly or indirectly related to the company's end-activity (generation,
transmission and sale of electric energy), as well as its areas of
strategic interest (environment, quality, professional training, social responsibility,
among others), under two modalities: public selection and
direct selection.
The cultural projects of Theater, Audiovisual (feature films of fiction)
and Intangible Heritage are sponsored by Furnas only by means of Public
Selection (notice), the other areas may request the support of the company
through the modality of Direct Choice. Applications for cultural
sponsorship should be submitted to the company's Sociocultural Responsibility
Management.
Inaugurated in 2003, the Furnas Cultural Space, at the company's
headquarters in Rio de Janeiro, is made up of the Herbert de Souza Living
Space, ideal for events such as book launches, reading wheels and performances,
as well as two galleries: one occupying the lower hall and another,
the upper one. They host exhibitions of photography, sculpture,
painting, installation, intervention and new technologies. The facilities
have wheelchair access and an auditorium with a capacity of 192 people.
The admission is free.
In 2018, Furnas sponsored 28 projects with the support of the
Rouanet Law and Audiovisual Law (where the Federal Government gives
up receiving a portion of the income tax due by companies that financially
support cultural projects approved by the Ministry of Culture), presented
at Furnas Cultural Space (Rio de Janeiro-RJ) and at the Furnas
Cultural Cine (São José da Barra-MG), which offer free programming to
the community. The Furnas Cultural Space, with an investment of up to
R$ 1.5 million, selected 19 projects in the music, theater and visual arts
segments to set up its programming in 2019. The Furnas Cultural Cine
values the regional culture, with free spectacles oriented to the communities
of the around the Furnas Power Plant, in São José da Barra (MG).
It receives attractions such as erudite and popular music shows, dance,
as well as adult and children's theater. The Furnas Cultural Cine occupies
the old cinema of the power plant, with capacity for 320 people.
Júlio Oliveira
Júlio Oliveira
124 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
Segurança total das barragens
Com um vasto parque gerador, Furnas executa há mais de 40
anos seu protocolo de controle de Segurança de Barragens,
que inclui inspeções regulares e manutenções corretivas e
preventivas. As usinas hidrelétricas exercem um papel estratégico para
o desenvolvimento do país: produzem energia limpa e renovável, controlam
as cheias dos rios, abastecem populações e geram empregos.
Suas barragens, estruturas de grandes proporções, são constantemente
monitoradas e inspecionadas para total segurança das operações. Os
padrões estabelecidos pela Política Nacional de Segurança de Barragens
e a regulamentação estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) são fundamentais ao adequado controle e manutenção dessas
estruturas. As ações de Segurança de Barragens contemplam
inspeções periódicas pelo corpo técnico de Furnas, sendo complementadas
por avaliação do comportamento das estruturas. Tais procedimentos
são consolidados em Relatórios de Inspeção Técnica, além de
Relatórios de Estudos de Comportamento, com frequências compatíveis
às características de cada empreendimento. Os relatórios fazem parte
do acervo de cada usina e estão disponibilizados para o órgão regulador.
A engenharia de Segurança de Barragens é um processo dinâmico e
de contínuo aprimoramento, onde a união de esforços dos profissionais
das empresas e órgãos competentes é fundamental para a adoção dos
mais altos padrões de controle de qualidade e manutenção, aliando eficiência
e seguridade. A Gerência de Serviços e Suporte Tecnológico de
Furnas, localizada em Aparecida de Goiânia (GO), inclui um Centro Tecnológico
de Engenharia Civil reconhecido internacionalmente e que já
prestou serviços a mais de 30 obras em 19 países dos cinco continentes.
Ele se destaca nos estudos de construção de barragens. Lá, as pesquisas
definem e otimizam o uso de materiais, minimizando custos e proporcionando
melhor desempenho, segurança e durabilidade dos
empreendimentos. Somente no Brasil foram mais de 150 empreendimentos
hidrelétricos atendidos, com serviços que vão desde o estudo
da mecânica dos solos e das rochas até a tecnologia e os ensaios de durabilidade
do concreto, instrumentação e segurança de barragens, calibração
e verificação de instrumentos e estudos em modelos reduzidos.
O Plano de Segurança de Barragem (PSB) é um instrumento da Política
Nacional de Segurança de Barragens. Cada usina tem o seu plano,
pois cada barragem e entorno são diferentes, assim como são os impactos
de uma eventual ruptura. No Plano de Ação de Emergência
(PAE), parte integrante do PSB, são feitos os estudos de Dam Break,
isto é, o que acontece a partir do eventual rompimento de cada estrutura
de barramento. Os estudos têm o objetivo de definir as manchas
de inundação, assim como responsabilidades e procedimentos emergenciais
para identificação, prevenção, comunicação e notificação em
caso de emergências. Todos os Planos de Segurança de Barragens de
todas as usinas do Sistema Furnas foram entregues aos órgãos municipais
e estaduais dentro dos prazos previstos na lei. Essas informações
vão subsidiar as ações tomadas pelos órgãos municipais e estaduais legalmente
constituídos, como as Prefeituras, Polícias, Bombeiros e Defesa
Civil. São esses órgãos que vão criar um Plano de Contingência para
cada região e situação.
A integridade dos equipamentos de Furnas e a segurança das estruturas
de cada usina da empresa são garantidas por protocolos aplicados
na operação de modo contínuo, com o objetivo de detectar preventivamente
qualquer eventual anormalidade e sinalizar para que o operador
possa intervir imediatamente ou acionar o órgão de manutenção responsável.
As ações de Segurança de Barragens contemplam inspeções periódicas
das usinas pelo corpo técnico de Furnas, sendo complementadas
por avaliação do comportamento das estruturas por meio de análise de
registros da instrumentação. As barragens das usinas de Furnas são
construídas de acordo com as melhores práticas da engenharia internacional
do setor e são projetadas com base em uma vazão decorrente de
chuvas, verdadeiros dilúvios, que ocorrem a cada 10 mil anos, ou seja,
muito superior às ocorridas habitualmente. Caso seja registrado um aumento
muito significativo na vazão da água a ponto de representar risco
à barragem, é aberto o vertedouro, uma saída de água para reduzir o nível
do reservatório e preservar a barragem. A água que passa pelo vertedouro
não gera energia. Ela é devolvida ao leito do rio sem passar pelas turbinas.
O reservatório de uma usina hidrelétrica é feito para reter a água que
chega nele. Assim, é possível armazenar o excesso de água no reservatório
e controlar a vazão de saída dessa água, evitando que as áreas a jusante
da barragem, isto é, localizadas da barragem para baixo, recebam
todo esse volume de uma vez, prevenindo cheias e alagamentos.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 125
126 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
Total dams safety
W
ith a huge generator park, Furnas has been operating
for more than 40 years its control protocol of the Dam
Safety, which includes regular inspections and corrective
and preventive maintenances. The hydroelectric power plants have
a strategic role for the country's development: they produce clean and
renewable energy, control the floods of the rivers, supply the populations
and generate jobs. Its dams, structures of great proportions, are
constantly monitored and inspected for total safety of operations. The
standards established by the National Dams Safety Policy and the regulation
established by the National Electric Energy Agency (Aneel) are
essential to the proper control and maintenance of these structures.
The Dam Safety actions contemplate periodic inspections by Furnas'
technical staff, being complemented by an evaluation of the behavior
of the structures. These procedures are consolidated in Technical Inspection
Reports, as well as Reports of Behavioral Studies, with frequencies
compatible with the characteristics of each project. The
reports are part of the collection of each power plant and are available
to the regulatory agency.
The Dams Safety engineering is a dynamic and continuous improvement
process, in which the joint efforts of the professionals of the companies
and competent organizations is indispensable for the adoption
of the highest standards of quality control and maintenance, combining
efficiency and safety. The Furnas' Services and Technological Support
Management, located in Aparecida de Goiânia (GO), includes an internationally
recognized Civil Engineering Technology Center, which has already
served more than 30 works in 19 countries on five continents. It
excels in dam construction studies. There, the researches define and optimizes
the use of materials, minimizing costs and providing better performance,
safety and durability of the projects. Only in Brazil, more than
150 hydroelectric projects were carried out, with services ranging from
the study of soil and rock mechanics to the technology and tests of concrete
durability, instrumentation and dam safety, calibration and verification
of instruments and studies in reduced models.
The Dam Safety Plan (PSB) is an instrument of the National Policy on
Dam Safety. Each power plant has its plan, because each dam and its
surroundings are different, as are the impacts of a possible rupture. In
the Emergency Action Plan (SAP), an integral part of the PSB, studies
are made of dam rupture, that is, what happens after the eventual disruption
of each bus structure. The studies aim to define the flood spots
as well as responsibilities and emergency procedures for identification,
prevention, communication and notification in case of emergencies. All
the Dams Security Plans of all Furnas System power plants were delivered
to municipal and state organizations within the deadlines established
by law. These information will subsidize the actions taken by the municipal
and state legally constituted, such as Prefectures, Police, Fire and
Civil Defense. It is these public organizations that will create a Contingency
Plan for each region and situation.
The integrity of Furnas' equipment and the safety of the structures
of each power plant are guaranteed by protocols applied in the operation
in a continuous way, with the aim of preventively detecting any abnormality
and signal so that the operator can intervene immediately or trigger
the responsible maintenance public agency. The actions of Dam
Safety include periodic inspections of the plants by Furnas' technical
staff, being complemented by an evaluation of the behavior of the structures
by means of the instrumentation records analysis. The Furnas'
dams of the power plants are built according to the best practices of the
international engineering of the sector and are projected based on a
water outflow prepared to rainfall much higher than usual. If there is a
significant increase in the water flow to the point of dam risk, is opened
the spillway, a water outlet to reduce the level of the reservoir and to preserve
the dam. The water passing through the spillway does not generate
energy, it is returned to the river bed without going through the turbines.
The reservoir of a hydroelectric power plant is made to retain the water
that arrives. Thus, it is possible to store the excess water in the reservoir
and to control the outflow of this water, avoiding that the areas downstream
of the dam receive all this volume at once, preventing floods.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 127
Júlio Oliveira
Transmissão e subestações
Um conjunto de linhas de transmissão interligadas a subestações,
cortando várias regiões geográficas do Brasil, forma
o que se chama de Sistema de Transmissão. Deste sistema,
mais de 20 mil km fazem parte da rede básica de Furnas, configurada
em linhas com tensões de 138, 230, 345, 500, 750 e ± 600 kV, que passam
por oito estados e o Distrito Federal. O Sistema Furnas é supervisionado
de forma geral pelo Centro de Operação do Sistema, em
articulação com os centros de operação regionais. Informações das mais
remotas áreas regionais são transmitidas por meio de tecnologias de
comunicação que levam a estes centros de operação um panorama online
completo de todo o sistema, utilizando sistemas computacionais
de tempo real (SOL) e tecnologias de última geração videowall.
Os centros de operação regionais têm como principais encargos a
coordenação de manobras e a normalização do sistema elétrico após
eventuais perturbações. São eles: Centro Regional Minas, localizado na
Usina Hidrelétrica de Furnas, em cuja área de responsabilidade estão
incluídas as usinas do rio Grande; Centro Regional Rio, localizado na Subestação
de Jacarepaguá, em cuja área de responsabilidade encontramse
os troncos de alimentação dos estados do Rio de Janeiro e Espírito
Santo; Centro Regional São Paulo, localizado na Subestação de Campinas,
com responsabilidade sobre os troncos de alimentação da Grande
São Paulo e o Sistema de Transmissão proveniente da Usina Hidrelétrica
de Itaipu; Centro Regional Goiás, localizado na Usina de Itumbiara, em
cuja área de responsabilidade destacam-se os troncos de alimentação
aos estados de Goiás, Mato Grosso, parte do Tocantins e do Distrito Federal.
O Centro de Operação do Sistema e o Centro de Supervisão de Telecomunicações
localizam-se no Rio de Janeiro.
Sistema Itaipu – Entre os empreendimentos construídos e operados
por Furnas destaca-se o Sistema de Transmissão de Itaipu (usina na
fronteira do Brasil com o Paraguai) integrado por cinco linhas de transmissão
que cruzam 900 km desde o Estado do Paraná até São Paulo.
Este sistema possui três linhas em corrente alternada 750 kV e duas linhas
em corrente contínua ± 600 kV, necessárias para contornar o problema
de diferentes frequências utilizadas por Brasil e Paraguai. No
caso das subestações, o sistema de transmissão de Furnas abrange
atualmente 75 subestações, sendo 54 próprias (14 junto às suas usinas
hidrelétricas e termelétricas) e 21 sob o regime de parcerias.
130 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
evening_tao / Freepik
Transmission and substations
Aset of transmission lines interconnected with substations,
cutting across various geographic regions of Brazil, forms
what is called the Transmission System. Of this system,
more than 20 thousand km are part of the basic Furnas network, configured
on lines with voltages of 138, 230, 345, 500, 750 and ± 600 kV,
which pass through eight states and the Federal District. The Furnas System
is generally supervised by the System Operation Center, in articulation
with the regional operation centers. The Information from the most
remote regional areas are transmitted via communication technologies
that bring these operating centers a complete online overview of the entire
system, using real-time computer systems (SOL) and state-of-theart
video wall technologies.
The regional operation centers have as mainly functions the coordination
of maneuvers and the normalization the electrical system after
any disturbances. They are: Minas Regional Center, located at Furnas
Hydroelectric Power Plant, in whose area of responsibility are included
the Grande River power plants; Rio Regional Center, located in the
Jacarepaguá Substation, in whose area of responsibility are the feeding
trunks of the states of Rio de Janeiro and Espírito Santo; São Paulo Regional
Center, located in the Campinas Substation, with responsibility
for the São Paulo metropolitan area power trunks and the Transmission
System of the Itaipu Hydroelectric Power Plant; Goiás Regional Center,
located in the Itumbiara Power Plant, in whose area of responsibility
the feeding trunks to the states of Goiás, Mato Grosso, part of Tocantins
and the Federal District stand out. The System Operation Center
and the Telecommunications Supervision Center are located in Rio de
Janeiro.
Itaipu System - Among the projects built and operated by Furnas,
stands out the Itaipu Transmission System (power plant on the border
between Brazil and Paraguay) integrated by five transmission lines that
cross 900 km from the state of Paraná to São Paulo state. This system
has three 750 kV alternating current lines and two ± 600 kV direct current
lines, necessary to overcome the problem of different frequencies used
by Brazil and Paraguay. In the case of substations, Furnas' transmission
system currently comprises 75 substations, of which 54 are owned (14 by
their hydroelectric and thermoelectric power plants) and 21 under the
partnership regime.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 131
Júlio Oliveira
Júlio Oliveira
Que bom trabalhar aqui
Em 2018, Furnas ofereceu 130 mil horas de treinamento e 98%
do quadro de funcionários passou por avaliação de desempenho,
como forma de evolução contínua de sua carreira. E
esse é apenas um dos atrativos de uma carreira em Furnas. Além dos
benefícios e vantagens a que está obrigada por lei e força de Acordos
Coletivos de Trabalho, Furnas agrega, de forma espontânea, outros
bônus como parte da política de valorização e retenção de seus empregados.
A iniciativa tem como base as premissas da política de recursos
humanos da empresa, destacando-se plano de saúde e odontológico,
auxílio-alimentação ou refeição, auxílio-creche, auxílio-educacional, auxílio-óculos,
auxílio-funeral, cesta natalina, reembolso de medicamentos
de uso contínuo e seguro de vida, entre outros.
A empresa considera que sua força de trabalho é fator importante
de sucesso empresarial. Acredita que um dos pilares fundamentais de
sua existência é o quadro de pessoal, responsável pela história e futuro
da empresa. A política de gestão de pessoas atua como agente do fortalecimento
organizacional, contribuindo para a competitividade, rentabilidade
e sustentabilidade do negócio. Com o objetivo de aumentar
a satisfação e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, a gestão
de pessoas está direcionada a soluções que proporcionem condições
adequadas ao desenvolvimento, valorização e retenção de seu quadro
de pessoal. Furnas adota, desde 2010, o Plano de Carreira e Remuneração
(PCR) das Empresas Eletrobras, que utiliza como base o conceito
de competências como principal referência para gestão de pessoas.
O modelo de carreira utilizado visa alinhar políticas e práticas de gestão
de pessoas ao direcionamento estratégico empresarial, bem como
integrar os processos de gerenciamento de pessoas na busca da melhoria
do desempenho organizacional. O PCR está baseado na descrição
de cargos, separados por natureza e complexidade. Para as remunerações,
são considerados os cargos, as faixas de complexidade em que o
empregado se enquadra e os critérios para progressões concedidas de
acordo com o desempenho do empregado.
A empresa também concede a seus empregados efetivos a participação
nos lucros e resultados após o encerramento de cada exercício financeiro,
desde que as metas coletiva e individual sejam alcançadas.
As metas coletivas são indicadores financeiros (margem operacional líquida
e índice de custeio) e operacionais (disponibilidade operacional do
sistema de geração e transmissão). A meta individual consiste no fator
de contribuição individual, que corresponde à relação entre os dias (ou
horas) efetivamente trabalhados pelo empregado e o total de dias (ou
horas) exigidos. Além das metas, há ainda pré-requisitos fundamentais
para este pagamento, que estão relacionados à distribuição de dividendos
aos acionistas da Eletrobras e de Furnas. O montante a ser distribuído
aos empregados não pode ultrapassar o limite de quatro
remunerações.
A avaliação de desempenho por competências é aplicada em Furnas
desde 2005. A partir da implantação do Plano de Carreira e Remuneração
(PCR) unificado para o Sistema Eletrobras, a empresa adota o Sistema
de Gestão de Desempenho (SGD), o qual contempla, além da
avaliação de competências, a avaliação de metas. O processo vem evoluindo
e incorporou, desde 2015, a avaliação dos gerentes por suas respectivas
equipes. Os resultados da avaliação são utilizados como
subsídio para o desenvolvimento das potencialidades dos empregados
e servem de base para progressões salariais individuais, bem como para
a elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Há ainda a
Pesquisa de Clima Organizacional, uma importante ferramenta de gestão
de pessoas, pois revela a percepção dos empregados sobre a empresa.
Retrata os níveis de satisfação, motivação e relações de trabalho,
além de possibilitar a elaboração de plano de ação para minimizar problemas.
134 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
How good to work here
In 2018, Furnas offered 130,000 hours of training and 98% of its
staff underwent performance appraisal as a means of continuous
career development. And this is just one of the attractions of a
career in Furnas. In addition to the benefits and advantages that are required
by law and the Collective Bargaining Agreements, Furnas spontaneously
adds other bonuses as part of its employees' valuation and
retention policy. The initiative is based on the premises of the company's
human resources policy, including health and dental insurance, eating or
meal allowance, day care allowance, educational allowance, eyeglasses
allowance, funeral allowance, Christmas basket, reimbursement of medicines
for continuous use and life insurance, among others.
The company considers its workforce an important factor in business
success. It believes that one of the fundamental pillars of its existence is
the staff, responsible for the history and future of the company. The people
management policy acts as an agent of organizational strengthening,
contributing to the competitiveness, profitability and sustainability of
the company. In order to increase employee satisfaction and their quality
of life, the people management is directed to solutions that provide adequate
conditions for the development, appreciation and retention of its
staff. Since 2010, Furnas has adopted the Eletrobras Companies Career
and Remuneration Plan (PCR), which uses the concept of skills as the
main reference for the people management.
The career model used aims at aligning people management policies
and practices with corporate strategic direction, as well as integrating
people management processes in order to improve organizational performance.
The PCR is based on job descriptions, separated by nature and
complexity. The salary is determined based on the post, on the complexity
ranges in which the employee fits and on the criteria for progression
granted according to the employee's performance are considered.
The company also grants its permanent employees profit sharing
after the end of each financial year, provided that the collective and individual
goals are met. The collective goals are financial (net operating
margin and costing index) and operational (generation and transmission
system availability) indicators. The individual goal is the individual contribution
factor, which corresponds to the relationship between the days
(or hours) actually worked by the employee and the total days (or hours)
required. In addition to the goals, there are also fundamental prerequisites
for this payment, which are related to the distribution of dividends
to the shareholders of Eletrobras and Furnas. The amount to be distributed
to employees have the limit of four remunerations.
The performance assessment by competencies has been applied in
Furnas since 2005. Since the implementation of the unified Career and
Remuneration Plan (PCR) for the Eletrobras System, the company adopts
the Performance Management System (SGD), which includes, in addition
to the competency assessment, the goal assessment. The process has
been evolving and has incorporated, since 2015, the evaluation of managers
by their respective work teams. The results of the evaluation are
used as input for the development of employees' potentialities and serve
as a basis for the individual salary progressions as well as for the preparation
of the Individual Development Plan (IDP). There is also the Organizational
Climate Survey, an important people management tool, as it
reveals the perception of employees about the company. It also portrays
levels of satisfaction, motivation and work relationships, as well as enabling
the elaboration of an action plan to minimize problems.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 135
Júlio Oliveira
138 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Júlio Oliveira
Atenta às denúncias
Furnas disponibiliza a todos os seus públicos três canais para
denúncias de qualquer ação de empregados, terceirizados ou
dirigentes que violem o Código de Ética das Empresas Eletrobras
ou a legislação vigente no país. O primeiro é a Ouvidoria que,
em 2018, completou uma década de transparência e inovação. O órgão
é imparcial e independente, vinculado ao Conselho de Administração e
funciona como interlocutor do cidadão, propiciando o diálogo entre o
público e a empresa. A Ouvidoria também media conflitos extrajudiciais,
fornece dados para avaliação organizacional e assegura à sociedade o
direito de acesso à informação, atendendo às demandas do SIC (Serviço
de Informação ao Cidadão), em conformidade com a Lei de Acesso à Informação.
O segundo é a Comissão de Ética, órgão que orienta e aconselha os
empregados sobre ética profissional no relacionamento com as pessoas
e na gestão do patrimônio, além de identificar os atos e procedimentos
que desrespeitem os princípios da empresa e as leis, supervisionar os
certames realizados por Furnas e atender às demandas da presidência.
O terceiro, criado em 2017, é o Canal Denúncia unificado das Empresas
Eletrobras, disponível em português, inglês e espanhol, todos os dias,
24 horas por dia e que pode ser acessado por qualquer pessoa. O canal
oferece garantia de sigilo, anonimato e confidencialidade e é gerido por
uma empresa externa e independente, que classifica as denúncias e as
encaminha ao CSI (Comitê de Sistema de Integridade), que faz a gestão
centralizada de apuração e dos processos.
Attentive to complaints
Furnas makes available three channels to public to report
any action by employees, outsourced or managers that violate
the Eletrobras Companies Code of Ethics or the legislation
in force in the country. The first is the Eletrobras General
Ombudsman, which in 2018 completed a decade of transparency and
innovation. The organ is impartial and independent, linked to the
Board of Directors and acts as a interlocutor of citizen, providing dialogue
between the public and the company. The Eletrobras General
Ombudsman also mediates extrajudicial conflicts, provides data for
organizational evaluation and assures society the right of access to
information, meeting the demands of the SIC (Citizen Information
Service), in accordance with the Access to Information Act.
The second is the Ethics Committee, an organ that guides and advises
the employees on professional ethics in relationships with people
and in the management of the patrimony, in addition to identifying
acts and procedures that violate company principles and the law, overseeing
the events held by Furnas and meet the demands of the presidency.
The third, created in 2017, is the unified Whistleblowing
Channel of Eletrobras Companies, available in Portuguese, English
and Spanish, 24 hours a day and accessible to anyone. The channel
ensures secrecy, anonymity and confidentiality and is managed by an
external and independent company, which classifies the complaints
and forwards them to the CSI (Integrity System Committee), which
makes the centralized investigation and process management.
Marco e Revolução na Energia • FURNAS 139
Júlio Oliveira
Linha do Tempo
História da Energia Elétrica no Brasil
até a inauguração da Usina de Furnas
1879 1889 1903
O imperador D. Pedro II concede à
empresa do norte-americano Thomas
Edison, a Edison Electric Light Co., a
instalação de iluminação elétrica na
estação da Estrada de Ferro Pedro II.
Proclamação da República.
Aprovação, pelo Congresso Nacional,
do primeiro texto de lei disciplinando o
uso de energia elétrica no país.
1889 1899 1905
Início da operação da primeira
hidrelétrica do continente, a
Usina de Marmelos, em Juiz de Fora
(MG), idealizada pelo industrial
mineiro Bernardo Mascarenhas.
Criação da São Paulo Light, entrada do
capital estrangeiro no setor elétrico.
Criação da Rio Light,
do mesmo grupo financeiro da
São Paulo Light.
142 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fontes: Ministério de Minas e Energia (MME),
Centro de Ciências da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF)
1940 1957 1965
Regulamentação da situação das
usinas termelétricas do país,
mediante integração às disposições
do Código de Águas.
Criação da empresa FURNAS
Inauguração da Usina de Furnas
1952 1960
Fundação da Cemig, com o nome de
Centrais Elétricas de Minas Gerais.
Criação do Ministério das Minas e
Energia.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 143
Timeline
The History of Electric Power in Brazil
until the inauguration of Furnas Power Plant
1879 1889 1903
The Emperor Dom Pedro II grants the
Thomas Edison's company, the Edison
Electric Light Co., the electric lighting
installation at the Pedro II Railway
Station.
Proclamation of the Republic.
Approbation by National Congress of
the first text of law disciplining the use
of electric power in the country.
1889 1899 1905
Start of operation of the first
hydroelectric power plant on the
continent, the Marmelos Power Plant
in Juiz de Fora (MG), idealized by the
industrialist from Minas Gerais
Bernardo Mascarenhas.
Creation of São Paulo Light, what
means the entry of foreign capital in
the electric sector.
Creation of Rio Light,
from the same financial group of
São Paulo Light.
144 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Sources: Ministry of Mines and Energy (MME),
Science Center of the Federal University of
Juiz de Fora (UFJF)
1940 1957 1965
Regulation of the situation of the
country's thermoelectric power plants,
upon the integration to the Water
Code's provisions.
Creation of FURNAS company
Inauguration of Furnas Power Plant
1952 1960
Foundation of Cemig, named Power
stations of Minas Gerais.
Creation of the Ministry of Mines and
Energy.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 145
Empreendedorismo em Furnas
A importância da mão humana perante as belezas naturais do Mar de Minas
Para o filósofo Nicolau Maquiavel, “empreendedores são
aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre
obstáculos e oportunidades e são capazes de transformar
ambos em vantagem”.
A região de Furnas, por si só, já é um grande atrativo turístico. A
natureza exuberante do local atrai turistas de todos os cantos do
mundo. Além das paisagens naturais, o constante crescimento turístico
da região pode ser atribuído aos empreendedores locais que não
medem esforços para agregar e enriquecer ainda mais a localidade.
Tecnologias de última geração somadas a processos tradicionais passados
de geração em geração podem ser encontradas. Estabelecimentos
requintados em contraste com o fogão a lenha e produtos
artesanais. Locais luxuosos e pitorescos que resgatam histórias, culturas
e visam o futuro.
Para apoiar os empreendedores, o Sebrae incentiva a melhoria da
competitividade dos pequenos negócios da cadeia produtiva do turismo
que atuam na região do Lago de Furnas, tornando a atividade mais atrativa
e com maior valor agregado para os produtos e serviços destinados
aos turistas e moradores dos 34 municípios banhados pelo lago.
Inicialmente o processo do Sebrae identifica as potencialidades do
território para a partir de então, iniciar uma conversar com parceiros locais
(Associação, CDL, Sindicato) e mobilizar grupos de empresários para
discutir planos de trabalho e estratégias de desenvolvimento.
Existem duas formas de tratamento de demandas. A primeira é a
forma agrupada, de grupos específicos do território – no caso de Furnas,
organizado por grupos setoriais. A segunda é a demanda individual,
quando o empresário procura diretamente o Sebrae para atendimento
e orientação. O trabalho consiste em traçar um trajeto para cada empreendedor.
Em Furnas o serviço é realizado em torno das atividades que norteiam
a região como o cultivo do café, o turismo do queijo, artesanato, entre
outros. O Sebrae enxerga a oportunidade, mobiliza e constrói, juntamente
com o empresariado, as melhores estratégias de desenvolvimento.
Por meio de cursos de qualificação, o Sebrae qualifica e faz uma interlocução
com estabelecimentos já existentes com direcionamento
para a formalização e para o diferencial do produto ou serviço.
Com isso, vimos histórias como a utilização da banana em Delfinópolis
que uniu uma fruta da região ao talento de empreendedores locais
e resultou em riqueza e trabalho, como também os famosos queijos
da Canastra que hoje são reconhecidos mundialmente.
Unir a riqueza do local ao talento e determinação dos moradores resultam
em criatividade, qualidade e produtos e serviços que movimentam
e enriquecem a economia local.
Aconchegue-se
Uma das partes mais charmosa de Furnas é a rede hoteleira. Ficar
hospedado na região possibilita desfrutar de tudo que o local proporciona:
belezas naturais, cultura, artesanato, lazer, gastronomia
e um bom descanso. Com grande diversidade de hotéis e pousadas,
a Serra da Canastra oferece instalações aconchegantes e acolhedoras.
Tudo para melhorar a experiência de hóspedes amantes do ecoturismo
que optaram pela região em busca de refúgio ou diversão.
Tudo isso é possível com estabelecimentos que oferecem opções
para todos os gostos e bolsos.
“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta
a alma e a eleva acima da sua condição”, dizia o filósofo clássico
Aristóteles, que talvez, sem saber, tenha descrito a sensação
de vivenciar a simplicidade mineira.
146 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Acordar ao som dos pássaros, tendo como vista o Rio São Francisco,
montanhas e cachoeiras. Sentar-se à mesa e degustar um cafezinho
passado na hora, um bolo de fubá e um delicioso queijo
produzido na região são experiências jamais esquecidas.
São muitos os exemplos de hospedagens que
proporcionam uma vivência completa na região.
Conheça algumas delas abaixo:
Na Pousada do Rio Turvo, além da infraestrutura completa, os
hóspedes ainda têm o privilégio de ter contato com tucanos, garças,
micos, jacu e galinhas de angola – que visitam frequentemente o
lugar. Saídas de lancha e de veículos 4x4 de dentro da pousada possibilitam
ao visitante desfrutar de várias atrações com mais comodidade,
sem a necessidade de um automóvel.
Saiba mais: pousadadorioturvo.com.br
A Pousada Lagoa Azul possui 13 chalés distribuídos em 2 unidades.
Fogão a lenha e rede na varanda não poderia complementar
mais o cenário típico mineiro. Os saborosos pratos da culinária tradicional
e contemporânea apresentadas pelo Chef Clemente são um
diferencial para hóspedes de todos os cantos do país.
Saiba mais: lagoazul.tur.br
Imagine um lugar que reúna requinte e sofisticação e, ao mesmo
tempo, proporciona conforto e tranquilidade para toda a família. O
Balneário Lago Hotel está localizado a 12 km de capitólio e conta
com uma equipe de colaboradores para melhor atender os hóspedes.
Saiba mais: http://balneariodolagohotel.com.br/
Como o próprio nome diz, a pousada Mar de Minas oferece toda
a beleza exuberante do Lago de Furnas, considerado o mar mineiro.
Ótima opção para quem procura tranquilidade e lazer em perfeita
harmonia com a natureza. No local também é possível fazer passeios
de lancha, escuna e chalana.
O Engenho da Serra Hotel & EcoResort oferece várias opções
para entretenimento e lazer como: piscinas aquecidas, quadra poliesportiva,
quadra de Beach Tennis, campo de Futebol, salão de
jogos, trilhas para caminhada ecológica, passeio de lancha, passeios
à aavalo, passeios de jipe 4x4 e lagos para a pesca esportiva. Localizado
na antiga fazenda Engenho da Serra, o local une lazer e tranquilidade
para todos os tipos gostos.
Saiba mais: hotelengenhodaserra.com.br
Localizada em Capitólio a 2,5 km do centro da cidade, a pousada
Kanto da Ilha Suites & Spa permite fácil acesso aos principais pontos
turísticos da cidadeO local obteve 3 prêmios de Certificado de
Excelência durante 3 anos consecutivos pelo TripAdvisor. A charmosa
pousada é reconhecida pela qualidade no atendimento e em suas
acomodações.
Saiba mais https://www.kantodailhasuites.com.br/
Também vale a pena conhecer
Porto Escarpas Bar Flutuante
Na intenção de criar um ambiente único com boa gastronomia e
contato com a natureza, surgiu um restaurante flutuante no mar de
minas. Com vista privilegiada, clima agradável e excelente qualidade,
o local possui um cardápio diferenciado e é utilizado para eventos e
festas.
Conheça mais: http://portoescarpas.com.br/
Guerra Náutica
Nada como desfrutar dos atrativos de Furnas com segurança e
qualidade. A loja náutica tem o objetivo de facilitar a busca por produtos
e serviços náuticos. Além disso, trabalha com as marcas mais
reconhecidas do mercado de barcos, lanchas, quadriciclos, jet skis e
motores.
Conheça mais: Guerranautica.com.br
Clube Campestre Escarpas do Lago
O Clube campestre Escarpas do Lago (CCEL) é um espaço de lazer
que oferece qualidade no entretenimento para toda a família. Uma
referência nacional em balneário e ancoradouro para águas abrigadas,
um polo de desenvolvimento turístico e econômicovem sendo
construído por proprietários do balneário, associados, cidadãos de
Capitólio, funcionários e parceiros do Clube.
União de pessoas que não apenas acreditam no potencial de Escarpas,
como lutam para constantes melhorias e crescimento.
Conheça mais: escarpasdolago.org.br
Estaleiro Ventura
Com sede comercial em São Paulo, o estaleiro possui fábrica instalada
em Capitólio e produz embarcações de 18 a 45 pés.
Conta onta com uma equipe de profissionais em sintonia com o
que existe de mais moderno no mundo e produz barcos que se diferenciam
pela inovação, tecnologia, requinte e design inconfundíveis.
Conheça mais: ventura.com.br
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 147
Entrepreneurship in Furnas
The importance of the human hand in face of the natural beauty of the Minas Sea
For the philosopher Nicolau Maquiavel, "entrepreneurs are
those who understand that there is a small difference between
obstacles and opportunities and are able to transform
both into an advantage".
The Furnas' region, by itself, is already a major tourist attraction. The exuberant
nature of the place attracts tourists from all corners of the world. In addition
to the natural landscapes, the constant tourist growth in the region can
be attributed to local entrepreneurs, who go to great lengths to aggregate and
further enrich the locality. State-of-the-art technologies added to traditional
processes passed from generation to generation can be found. Exquisite establishments
in contrast to the wood stove and handmade products. Luxurious
and picturesque places that rescue stories, cultures and aim the future.
To support entrepreneurs, Brazilian Service of Support for Micro and
Small Enterprises (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas,
SEBRAE) encourages improving the competitiveness of small businesses
in the tourism production chain that operate in the Furnas Lake
region, making the activity more attractive and with greater added value
for products and services for tourists and residents of the 34 municipalities
bathed by the lake. Through qualification courses, SEBRAE disseminates
knowledge and make interlocutions with existing establishments with a
focus on formalizing and differentiating the product or service.
Stories like the utilization of bananas in Delfinópolis brought a fruit
from the region together with the talent of local entrepreneurs that resulted
in wealth and work. There are also the famous Canastra cheeses
that are now recognized worldwide.
Combining the wealth of the place with the talent and determination
of the residents results in creativity, quality and products and services
that move and enrich the local economy.
Snuggle up yourself
One of the most charming parts of Furnas is the hotel chain. Staying
in the region allows you to enjoy everything the place offers: natural
beauty, culture, crafts, leisure, gastronomy and a good rest. With a
considerable diversity of hotels and inns, Serra da Canastra offers warm
and welcoming places. Everything to improve the experience of ecotourism-loving
guests who have opted for the region in search of refuge
or fun. All this with establishments offering options for all tastes and
budgets.
"The music is heavenly, of a divine nature and of such beauty that
it enchants the soul and elevates it above its condition". The classical
philosopher Aristotle maybe have unknowingly described the feeling of
experiencing the simplicity of Minas Gerais.
Waking up to the sound of birds, with a view of the São Francisco
River, mountains and waterfalls. Sit at the table and enjoy a fresh coffee,
cornmeal cake and delicious cheese produced in the region. That is
one example of an unforgettable experience.
In addition to the complete infrastructure of Rio Turvo Inn, guests
also have the privilege of having contact with toucans, herons,
tamarins, guans and guinea fowls - who frequently visit the place. Motorboat
and 4x4 jeeps exits from inside the inn allow the visitor to enjoy
various attractions with more convenience, without the need for a car.
- pousadadorioturvo.com.br
Lagoa Azul Inn has 13 chalets distributed in two units. Wood stove
and hammock on the balcony complement the typical Minas' scene.
The tasty dishes of traditional and contemporary cuisine presented by
chef Clemente are a differential for guests from all corners of the country.
- lagoazul.tur.br
148 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Imagine a place that combines refinement and sophistication and,
at the same time, provides comfort and tranquility for the whole family.
Balneário Lago Hotel is located 12 km from Capitólio and has a team
of employees to better serve guests. - balneariodolagohotel.com.br
As its name says, the Mar de Minas Inn offers all the exuberant
beauty of Furnas Lake, considered the sea of Minas Gerais. Great option
for those looking for tranquility and leisure in perfect harmony with nature.
It is also possible to take boat, schooner and canoes on site.
Engenho da Serra Hotel & EcoResort offers several options for entertainment
and leisure, such as heated pools, multi-sports court,
beach tennis court, soccer field, games room, ecological walking trails,
motorboat rides, horseback rides, 4x4 jeeps and lakes for sport fishing.
Located in the old Engenho da Serra Farm, the place combines leisure
and tranquility for all types of tastes.- hotelengenhodaserra.com.br
Located in Capitólio, 2.5 km from the city center, the inn Kanto da
Ilha Suites & Spa allows easy access to the main tourist points of the
city.
The place has won three Certificate of Excellence awards for three
consecutive years by TripAdvisor. The charming inn is renowned for the
quality of service and accommodation. -
www.kantodailhasuites.com.br
Worth to know.
Porto Escarpas Floating Bar
From the intention of creating a unique environment, with good
gastronomy and contact with nature, a floating restaurant emerged in
Minas sea.
Privileged view, pleasant climate and excellent quality, the place has
a different menu and is used for events and parties. -
portoescarpas.com.br
Guerra Náutica Store
There is nothing like enjoying the attractions of Furnas with safety
and quality. The nautical store aims meet the demand for nautical
products and services. In addition, the store works with the most recognized
brands in the market for boats, motor boats, quads, jet skis
and engines. - guerranautica.com.br
Escarpas do Lago Country Club
A national reference in the balneary and anchorage for sheltered waters,
a pole of tourist and economic development, it has been built by
owners of the balneary, associates, Capitólio’s citizens, employees and
partners of the club.
Union of people who not only believe in the potential of Escarpas
region, but struggle for constant improvement and growth.
Escarpas do Lago Country Club (Clube Campestre Escarpas do Lago,
CCEL) is a leisure space that offers quality entertainment for the whole
family. - escarpasdolago.org.br
Ventura Shipyard
With commercial headquarters in São Paulo, the shipyard has a factory
installed in Capitólio and produces boats from 18 to 45 feet.
The shipyard has a team of professionals in tune with what is most
modern in the world and produces boats that are distinguished by innovation,
technology, refinement and unmistakable design. -
ventura.com.br
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 149
Fotos: Divulgação
Mulheres de fibra
Segundo o dicionário, arteiro ou arteira é aquela pessoa traquinas;
que é muito levada; que faz muitas travessuras. Astuta;
que age com esperteza, perspicácia, artimanha...
Mas, em Delfinópolis, cidade turística de belezas exuberantes e referência
na agricultura de Minas Gerais, com destaque para a banana,
esta palavra ganhou outro significado e carrega um grande legado.
Recentemente criada, com o apoio do Sebrae, Senar, Prefeitura de
Delfinópolis, Adelba e Emater, a Associação “Arteiras da Canastra”, presidida
por Silvia Barçanuta Cabral, produz artesanato a partir da fibra
do carro-chefe do agronegócio do município: a bananeira. Com isso,
além de abrir mais oportunidades para geração de emprego e renda,
transformam em obras de arte o que seria descartado.
Formada por mulheres que criam e desenvolvem seus produtos com
perspicácia, a partir de fibras naturais da bananeira, folhas e sementes
do cerrado, as Arteiras da Canastra se esforçam para oferecer o que há
de mais expressivo e significativo da cultura local em suas peças. E, com
isso, encontraram no trabalho associado e na autogestão uma possibilidade
de construir novas formas de produzir a vida coletivamente por
meio da solidariedade e esforços conjuntos.
A capacitação tem lugar de destaque no desenvolvimento das artesãs
e de seus produtos. Por meio do estímulo de parceiros como o Sebrae,
Senar, Sicoob Saromcredi, Adelba, Emater, Instituto Candeias e o
engajamento com outras parcerias, tais como pousadas, restaurantes,
agências de turismo de aventura e queijarias, as Arteiras da Canastra
foram traçando seu caminho.
De olho no futuro, não poderiam deixar de lado uma de suas principais
características: a astúcia. Que as fizeram observar e entender a
tendência mercadológica de sempre inovar seus produtos, visando à
sustentabilidade. Mas, sempre sem perder seu foco de ter o artesanato
como um gerador de renda e consumo consciente, com pretensão de
fomentar a economia criativa de maneira a criar sempre um produto
com um valor agregado, servindo como uma ferramenta para o desenvolvimento
econômico e social da região.
A capacitação das artesãs em novas técnicas de fabricação, design
de produto e precificação, as fizeram ampliar sua rede de conexão. Expandiram
sua participação em feiras de artesanato, grandes eventos e
visitas técnicas em outras associações, aprofundando ainda mais seus
conhecimentos para assegurar produtos de qualidade.
Mesmo durante o necessário isolamento social que a pandemia da
Covid-19 nos impôs, as Arteiras da Canastra não ficaram de mãos atadas.
Respeitando as orientações de saúde pública, atualizaram o Estatuto,
fizeram um balanço de estoque de peças e continuaram
produzindo, cada uma em sua casa. Revitalizaram o ponto de venda Casinha
de Pedra, para aguardar o retorno dos turistas e recebê-los de
forma mais acolhedora e com peças surpreendentes. Sem contar o suporte
emocional, econômico e social via WhatsApp.
O impacto da pandemia também atingiu as Arteiras, que tiveram queda
de 90% nas vendas durante o isolamento. Querendo retomar a renda, o
Sebrae capacitou as 37 mulheres que fazem parte da Associação para vender
seus produtos pela internet. Com a capacitação, elas receberam aulas
pela internet e aprenderam a criar página com fotos de seus produtos, como
conquistar cliente e fazer a venda. O Sebrae disponibilizou materiais sobre
as boas práticas para artesanato neste momento, palestras on-line, vídeos,
webinar e diversos cursos gratuitos diretamente no site.
150 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS
Fotos: Divulgação
Women of Fiber
According to the dictionary, "arteiro" or “arteira” means a mischievous
person. Also astute; who acts with cleverness, perspicacity,
trickery...
However, in Delfinópolis, a tourist city of exuberant landscapes and a
reference in agriculture in Minas Gerais, with an emphasis on bananas,
this word gained another meaning and carries a great legacy.
Recently created, with the support of Sebrae, Senar, Delfinópolis' City
Hall, Adelba and Emater, the Arteiras from Canastra Association, chaired
by Silvia Barçanuta Cabral, produces handicrafts from the fiber of the
city's agribusiness flagship: the banana tree. Thus, in addition to opening
up more opportunities for job and income generation, they transform
what would be discarded into works of art.
Formed by women who create and develop their products with
perspicacity, using natural banana fibers, leaves and seeds from the
cerrado, the Arteiras from Canastra strives to offer the most expressive
and significant of the local culture in their pieces. And with that,
they found in associated work and self-management a possibility to
build new ways of producing life collectively through solidarity and
joint efforts.
The training has a prominent place in the development of handicraftwomen
and their products. Through the encouragement of partners such
as Sebrae, Senar, Sicoob Saromcredi, Adelba, Emater, Instituto Candeias
and the engagement with other partnerships, such as inns, restaurants,
adventure tourism agencies and cheese shops, the Arteiras from Canastra
were tracing their path.
With an eye on the future, they could not abandon one of its main
characteristics: astuteness. This quality made them to observe and understand
the market trend of always innovating their products, aiming
at sustainability. But, always without losing its focus on having the
handcraft as a generator of income and of conscious consumption, with
the intention of fostering the creative economy in a way that always creates
a product with an added value, serving as a tool for the economic
and social development of region.
The training of handicraftwomen in new manufacturing techniques,
product design and pricing made them expand their connection network.
They expanded their participation in craft fairs, major events and technical
visits to other associations, further deepening their knowledge to
ensure products of high quality.
Even during the necessary social isolation imposed by the Covid-19
pandemic, the Arteiras from Canastra have not stopped. Respecting the
public health guidelines, they updated its Statute, made a stock balance
of parts and continued to produce, each one in her house. They revitalized
the “Casinha de Pedra”, its point of sale, to await the return of tourists
and receive them in a more welcoming way and with surprising pieces.
Not to mention the emotional, economic and social support that were
done via WhatsApp.
The impact of the pandemic also hit Arteiras from Canastra, which
had a 90% drop in sales during the isolation. Aiming to resume the income,
Sebrae trained the 37 women who are part of the Association to
sell their products over the internet. In the training, that was online, they
learned how to create a page with photos of their products, how to win
over customers and make sales. Sebrae provided materials on good practices
for handicrafts at this time, online lectures, videos, webinars and
several free courses directly on the site.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 151
O que é que a banana tem
Localizado no sudoeste do estado de minas Gerais, aos pés da
serra da Canastra, Delfinópolis conta com uma área total de
1.171 km² e cerca de 8 mil habitantes. além de várias histórias.
uma delas é a origem do nome. segundo consta, a cidade começou
quando, no século XiX, Violanta Luzia de são José doou 288 hectares
de terra para a construção da capela do Divino espírito santo. a partir
daí, começou a se formar o povoado espírito santo da Forquilha, que,
em 1919, em homenagem ao governador do estado, Delfim moreira da
Costa Ribeiro, recebeu o nome de Delfinópolis.
a outra história, mais saborosa e emocionante, que interfere na vida
de todos da região, fica no sabor da banana, que, além de ser versátil
na culinária, é fonte de riqueza e trabalho.
até o início da década de 1990, o cultivo predominante no município
de Delfinópolis era o do café. nessa ocasião, em 1992 e 1993, o grão atravessava
mais uma de suas crises e os preços estavam em níveis muito
baixos, em torno de 40 dólares a saca de café beneficiado. isso motivou
alguns cafeicultores a procurar a emater de Delfinópolis para encontrar
uma alternativa ao grão. a Cooperativa dos Cafeicultores de são sebastião
do Paraíso (Cooparaíso), município próximo, iniciou um programa
de incentivo à fruticultura, incluindo a banana, o figo e o pêssego, para
levar opções aos seus associados.
no final de 1993, nove produtores rurais, com o apoio do técnico da
emater e da prefeitura local, fornecendo o carreto das mudas para esse
primeiro plantio, iniciou-se o projeto da bananicultura em Delfinópolis
em uma área total de aproximadamente 20 hectares.
Como numa boa trama de sucesso, no início os produtores passaram
por diversos tipos de dificuldades, incluindo falta de crédito rural, comercialização
e domínio da tecnologia.
até então, não existia bananicultura no município e região. mas os
agricultores contavam com alguns ingredientes que só os vencedores
possuem: determinação e fé no que estavam fazendo. sem contar o
fator “universo”. Como diz Paulo Coelho, “quando se quer uma coisa, o
universo inteiro conspira a favor”. e nesse caso a mãe natureza foi generosa.
Contribuiu com algumas características como clima, solo, topografia,
disponibilidade de água para irrigação e proximidade de mercados
consumidores, o que tornou a virada da trama inadiável. o que antes era
drama tornou-se um enredo de força, superação e vitória.
De início tímido e modesto, transformou-se no principal componente
agrícola do município, alavancando também os culturas de soja, milho,
cana-de-açúcar e as pecuárias de leite e corte.
em 27 anos, os nove produtores iniciais saltaram para 150, e a área
cultivada, que no início era de 20 hectares, passou a ser de 3.740 ha,
sendo 3.600 ha em produção e 140 ha em formação.
Delfinópolis tornou-se o segundo maior produtor de banana do estado
e está entre os quinze maiores do Brasil. além de ter se tornado
referência nacional no setor e motivo de orgulho para os produtores.
as barreiras iniciais, que pareciam intransponíveis, foram transpostas
e tornaram a região e os técnicos da emater uma referência ao longo
desses anos. Tecnologias próprias foram geradas e outras adaptadas.
após muita experimentação, acompanhada de análises laboratoriais de
152 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
: Divulgação
solo e tecido foliar, chegou-se a um padrão de recomendações sobre
adubações adequadas às condições edafoclimáticas (relativas à influência
dos solos nos seres vivos, em particular nos organismos do reino vegetal,
incluindo o uso da terra pelo homem, a fim de estimular o
crescimento das plantas) e produtividade. Da mesma forma, estabeleceu-se
um programa de controle da principal enfermidade da bananeira,
a sigatoka amarela. Ferramentas, maquinários, instalações, processos
e espaçamentos foram desenvolvidos e/ou adaptados para as fases de
produção, colheita e pós-colheita.
Trabalhos de pesquisa foram publicados, entre eles: “sazonalidade
de produção da bananeira prata-anã no município de Delfinópolis entre
2004 a 2006”, no XX Congresso Brasileiro de Fruticultura, e “evolução
das características químicas de um solo cultivado por 16 anos com bananeira
prata-anã”, no XXi Congresso Brasileiro de Fruticultura.
estas e outras publicações foram feitas através de dados gerados
na área cultivada pelo técnico local da emater, onde existe um banco
de germoplasma com 20 variedades e estão sendo avaliados 14 novos
genótipos de banana do grupo Terra, recém-produzidos pela embrapa.
atualmente, a produtividade média está em torno de 23.300 kg por
hectare e a estimativa é de uma produção de 84.000 toneladas, no valor
de R$ 98 milhões. a principal variedade plantada é a prata-anã.
segundo estimativa da emater para 2020, a agricultura gerará R$
179.560.000,00 e a agropecuária R$ 211.500.000,00 para o município.
além de o setor hortifrutícola gerar empregos e atrair mão de obra
de diversas regiões do país, a chegada de migrantes tem provocado uma
expansão na construção civil.
em 2014 foi criada a associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis
e Região (adelba), da qual o técnico local da emater é sócio fundador
e um dos diretores. a associação passou a contar com o apoio do
sebrae. Desde 2017, é realizada anualmente a Feira da Banana, uma
ação conjunta da associação dos Bananicultores, emater e sebrae.
a Feira compreende exposição de máquinas, equipamentos e insumos,
palestras, mesas-redondas e dias de campo, e tem contado com
a participação de importantes órgãos ligados ao setor: embrapa, epamig,
iF, iaC, aPTa, ePaGRi e presença de bananicultores de diversas regiões
do Brasil.
a assessoria do sebrae foi fundamental para que em 2019, após terse
iniciado o processo em 2017 junto ao inPi, fosse obtida a marca coletiva
“Banana de Delfinópolis” e o lançamento fosse realizado durante
a 3ª Feira da Banana, em 5 de junho de 2019.
Recentemente, foi criada a associação “arteiras da Canastra”, com o
apoio do sebrae, senar, Prefeitura de Delfinópolis, adelba e emater,
cujas associadas produzem artesanato a partir da fibra da bananeira,
com isso abrindo mais oportunidades para geração de emprego e renda.
a atividade já se estende ao município vizinho de Cássia, onde 13
produtores cultivam uma área de 337 hectares.
Devido à existência de fatores adequados – solo, clima, topografia,
água para irrigação e mercados próximos –, a atividade tem muito como
crescer. Provavelmente, outras frutas serão cultivadas, e experiências
têm sido feitas com mamão, manga e abacaxi, entre outras.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 153
What does the banana have
Located in the southwest of the State of Minas Gerais, at the
foot of the Serra da Canastra, Delfinópolis has a total area of
1,171 km² and about 8 thousand inhabitants. In addition to
several stories.
One of that is the origin of the name. It is said that the city began
when, in the 19th century, Violanta Luzia de São José donated 288
hectares of land for the building of the chapel of Divino Espírito Santo.
From there, the Espírito Santo da Forquilha village began to form, which,
in 1919, in honor of the state governor, Delfim Moreira da Costa Ribeiro,
received the name Delfinópolis.
The other story, more tasty and exciting, that interferes in the life of
everyone in the region, is the flavor of the banana, which, besides being
versatile in cooking, is a source of wealth and work.
Until the early 1990s, coffee was the predominant crop in the municipality
of Delfinópolis. At that time, in 1992 and 1993, the grain was going
through yet another of its crises and prices were at very low levels, around
40 dollars a bag of processed coffee. This motivated some coffee growers
to look for Emater of Delfinópolis to find an alternative to the grain. The
Cooperative of Coffee Growers of São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso),
a nearby municipality, started a fruit culture incentive program, including
bananas, figs and peaches, to give more options to its members.
At the end of 1993, nine rural producers, with the technical support of
Emater and the local city hall, supplying the seedling portage for this
first planting, began the banana growing project in Delfinópolis in a total
area of approximately 20 hectares.
As it commonly happens in a good success story, at the beginning,
producers experienced several types of difficulties, including lack of rural
credit, commercialization and mastery of technology.
Until then, there was no banana growing in the municipality and region.
The farmers had some ingredients that only the winners have: determination
and faith in what they were doing. Not to mention the
“universe” factor. As Paulo Coelho, a famous Brazilian writer, says, “when
you want something, the entire universe conspires in favor”. And in that
case Mother Nature was generous. It contributed with some characteristics
such as climate, soil, topography, availability of water for irrigation
and proximity to consumer markets, which made the turn of the story
impossible to postpone. What used to be a drama has become a plot of
strength, overcoming and victory.
From a modest beginning, it became the main agricultural component
of the municipality, also leveraging the crops of soy, corn, sugar cane and
dairy and beef cattle.
In 27 years, the number of producers jumped from nine to 150, and
the cultivated area, which at the beginning was 20 hectares, has grown
to 3,740 hectares, being 3,600 hectares in production and 140 hectares
in formation.
Delfinópolis has become the second largest banana producer in the state
and is among the fifteen largest in Brazil. In addition to having become a
national reference in the sector and a source of pride for producers.
The initial barriers, which seemed insurmountable, were overcome and
made the region and Emater's technicians a reference throughout these
years. Own technologies were generated and others adapted. After much
experimentation, accompanied by laboratory analyzes of soil and leaf
154 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Divulgação
tissue, a standard of recommendations was reached on proper fertilization
for edaphoclimatic conditions (relating to the influence of soils on
living beings, particularly on organisms in the plant kingdom, including
the use of land by man in order to stimulate plant growth) and productivity.
Likewise, was established a program to control the main banana
disease, the yellow sigatoka. Tools, machinery, installations, processes
and spacing were developed and / or adapted for the production, harvest
and post-harvest phases.
Research papers were published, among them: “Seasonality of production
of the dwarf silver banana in the municipality of Delfinópolis between
2004 to 2006”, at the XX Brazilian Congress of Fruticulture, and
“Evolution of the chemical characteristics of a soil used for 16 years for
the dwarf silver banana production”, at the XXI Brazilian Congress of Fruticulture.
These and other publications were made using data generated in the
area cultivated by the local Emater's technician, where there is a
germplasm bank with 20 varieties and are being evaluated 14 new banana
genotypes of the Terra group, recently produced by Embrapa.
Currently, the average productivity is around 23,300 kg per hectare
and the estimate is for a production of 84,000 tons, in the amount of
R$ 98 million. The main variety planted is dwarf silver.
According to Emater's estimate for 2020, the agriculture will generate
R$ 179,560,000.00 and the agriculture and livestock will generate R$
211,500,000.00 for the municipality.
In addition to the horticulture industry generating jobs and attracting
labor from different regions of the country, the arrival of migrants has
caused an expansion in civil construction.
In 2014, was created the Association of Banana Producers of
Delfinópolis and Region (Adelba), of which Emater's local technician is a
founding partner and one of the directors. The Association started to
count on the support of Sebrae. Since 2017, the Delfinopólis Banana Fair
is held annually, a joint action of the Association of Banana Producers,
Emater and Sebrae.
The program of the fair includes an exhibition of machines, equipment
and supplies, lectures, round tables and field days, and has counted on
the participation of important organs related to the sector: Embrapa,
Epamig, IF, IAC, APTA, EPAGRI and the presence of banana producers
from different regions of Brazil.
The Sebrae's advice had essential role so that in 2019, after the process
started in 2017 in the INPI, was finally obtained the collective brand “Banana
de Delfinópolis” and its launch was carried out during the 3rd Banana
Fair, on June 5 2019.
Recently, was created the association Arteiras from Canastra, with
the support of Sebrae, Senar, Delfinópolis' City Hall, Adelba and Emater,
whose members produce handicrafts from banana fiber, thereby opening
up more opportunities for job and income generation.
The activity already extends to the neighboring municipality of Cássia,
where 13 producers cultivate an area of 337 hectares.
The activity has much to grow due to the existence of suitable factors
such as soil, climate, topography, water for irrigation and nearby markets.
Probably, other fruits will be grown, and experiments have been
done with papaya, mango and pineapple, among others.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 155
Júlio Oliveira
Glória no paraíso
Parafraseando Jorge Ben Jor, podemos definir com exatidão o
município de são João Batista do Glória: “abençoado por
Deus e bonito por natureza”! Típica cidade do interior de
minas Gerais, com cerca de 7 mil habitantes, localizada em uma região
montanhosa, às margens do Rio Grande e próxima à usina Hidrelétrica
de Furnas, faz parte do circuito turístico da serra da Canastra e está
entre os municípios que podem ser englobados na ampliação do Parque
nacional da serra da Canastra.
são João Batista do Glória possui também vales e serras de beleza
inigualável, como o Chapadão da Babilônia e o Vale da Babilônia, de
onde se pode contemplar a paisagem incrível de toda a região e também
da vizinha serra da Canastra.
a vegetação é típica de cerrado, com áreas de mata atlântica, o que
favorece o contato com uma rica variedade de plantas e flores, algumas
de espécies pouco conhecidas.
“Glória”, como é carinhosamente chamada, é um lugar privilegiado pela
natureza, com trilhas, cachoeiras, piscinas naturais, riachos e lagoas.
De acordo com o Conselho municipal de Turismo (Comtur), o município
tem pelo menos 130 cachoeiras para todos os gostos. algumas de
fácil acesso, ideais para quem vem a passeio com a família e crianças,
e outras perfeitas para quem gosta de mais emoção, com trilhas recheadas
de obstáculos, o que as torna de difícil acesso e indicadas para
os amantes dos esportes radicais.
o Paraíso Perdido é um dos principais atrativos do município. Tratase
de um complexo de cachoeiras com águas cristalinas, piscinas e pedras
que formam tobogãs naturais. o local possui infraestrutura com
banheiros, área de camping e um restaurante com comida típica mineira.
o local é bem sinalizado, com orientações para a segurança dos
visitantes, e o acesso é pela rodovia mG-050, próximo ao km 315 (placas
indicativas). Por esse mesmo caminho, o visitante tem acesso às cachoeiras
do Filó e da Cascata. a Cachoeira do Filó fica praticamente às
margens da rodovia, próxima ao km 300. Já a Cascata, e mesmo o Paraíso
Perdido, é preciso percorrer pequenos trechos de estrada de terra
para chegar até lá.
156 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Glória no paraíso
Paraphrasing the famous singer Jorge Ben Jor, we can accurately
define São João Batista do Glória city as “Blessed by
God and beautiful by nature”! São João Batista do Glória is a
typical city in the interior of Minas Gerais, with about 7 thousand inhabitants,
located in a mountainous region, on the banks of the Rio Grande
and close to the Furnas Hydroelectric Power Plant. It composes the Serra
da Canastra tourist circuit and is among the municipalities that can be
included in the expansion of the Serra da Canastra National Park.
São João Batista do Glória also has valleys and mountain ranges with
an unparalleled beauty, such as Chapadão da Babilônia and Babilônia
Valley, from where you can contemplate the incredible landscape of the
entire region and also of the neighboring Serra da Canastra.
The vegetation is typical of the cerrado, with areas of Atlantic Forest,
which favors the contact with a rich variety of plants and flowers, some
of them are little-known species.
“Glória”, as it is affectionately called, is a privileged place for nature,
with trails, waterfalls, natural pools, streams and lagoons.
According to the Municipal Tourism Council (Comtur), the municipality
has at least 130 waterfalls for all tastes. Some are easily accessible, ideal
for those who are out for a walk with family and children, and others perfect
for those who like more excitement, with trails filled with obstacles,
which makes them difficult to access and suitable for lovers of the extreme
sports.
Lost Paradise is one of the main attractions of the municipality. It
is a complex of waterfalls with crystal clear waters, pools and stones
that form natural toboggan runs. The place has infrastructure with
bathrooms, camping area and a restaurant with typical food from
Minas Gerais. The place is well signposted, with guidelines for the
safety of visitors, and access is via the MG-050 highway, close to km
315 (indicative plates). Along this same path, the visitor has access to
the waterfalls of Filó and Cascata. Filó Waterfall is practically on the
side of the highway, close to km 300. On the other hand, to arrive to
Cascata and Lost Paradise waterfalls, it is necessary to travel small
stretches of dirt road.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 157
Fotos: Divulgação
Cervejaria Scarpas
Capitólio sempre teve a vocação de grande potencial turístico
por sua localização privilegiada e pela visão empreendedora
que, desde o final da década de 70, com a construção do balneário
escarpas do Lago, iniciaram aqui um ousado e assertivo movimento
para tornar Capitólio referência como uma das mais belas
regiões turísticas de lazer e entretenimento náutico do país.
em meados dos anos 2015, dois irmãos enxergaram que a região precisava
de algo mais. Precisávamos de um espaço onde os frequentadores
de escarpas do Lago e quem visitasse Capitólio pudessem se
encontrar, se divertir, com um padrão de qualidade encontrado em outras
regiões do Brasil, como Florianópolis e angra dos Reis, por exemplo,
afirma Júnior, um dos idealizadores.
Foi aí que surgiu o Kanto da ilha, que, até aquele momento, era considerado
por muitos como um projeto extremamente arrojado e ousado
por sua localização e dificuldade de acesso terrestre mas perfeito para
quem está navegando nas águas do ‘mar de minas’.
o restaurante Kanto da ilha, localizado a 6 km da barragem do dique
mais próximo a escarpas do Lago, que na verdade é um grande complexo
de gastronomia e lazer, dividido em diversos ambientes, que vão
desde restaurante, bar, decks e lounges, e a famosa Cervejaria scarpas.
essa, por sua vez, compartilhando o mesmo espaço e estrutura, é a primeira
cervejaria artesanal do Lago de Furnas e foi criada aproveitando
o destaque e forte crescimento das cervejarias artesanais no país.
a indústria Cervejeira isla de Cuevas, fabricante das cervejas scarpas,
desenvolvidas pelo renomado mestre cervejeiro matthias Reinald, tornou-se
referência em qualidade e aprovação dos milhares de turistas
que visitam o local todo ano.
esse foi o cenário perfeito diante de uma carência e oportunidade,
visando o crescimento do turismo na região de Capitólio, para se estabelecerem
e unirem alguns pontos-chave para montar o lugar ideal para
esses frequentadores.
Scarpas brewery
Capitólio always had the vocation of great tourist potential due
to its privileged location and the entrepreneurial vision that,
since the end of the 70s, with the construction of the Escarpas
do Lago Condominium, started a bold and assertive movement to make
Capitólio city a reference as one of the most beautiful tourist regions for
leisure and nautical entertainment in the country.
In the mid-2015s, two brothers saw that the region needed something
more. “We needed a space where Escarpas do Lago frequenters and
those who visited Capitólio could meet, have fun, with a quality standard
found in other regions of Brazil, such as Florianópolis and Angra dos Reis,
for example”, says Júnior, one of the creators.
From this idea came the Kanto da Ilha restaurant, which, until that
moment, was considered by many as an extremely daring project due to
its location and difficulty of land access, but perfect for those who are
sailing in the waters of the 'sea of Minas'.
The Kanto da Ilha restaurant, located 6 km from the dam of the dike
closest to Escarpas do Lago Condominium, which is actually a large
gastronomy and leisure complex, divided into several environments,
ranging from restaurant, bar, decks and lounges, and the famous
Scarpas Brewery. This, in turn, sharing the same space and structure,
is the first artisanal brewery on the Lake of Furnas and was created
taking advantage of the prominence and strong growth of artisanal
breweries in the country.
The brewing industry Isla de Cuevas, maker of Scarpas beers, developed
by the renowned brewmaster Matthias Reinald, has become a reference
in quality and approval of the thousands of tourists who visit the
place every year.
This was the perfect scenario in the face of a lack and opportunity,
aiming at the growth of tourism in the region of Capitólio, to establish
themselves and unite some key points to create the ideal place for these
frequenters, generating jobs e income to the region.
158 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Pousada do Rio Turvo
Há 25 anos no mercado, a Pousada do Rio Turvo está localizada
às margens da Represa de Furnas, nos limites do Parque
nacional da serra da Canastra, com paisagens
exuberantes e uma infraestrutura completa, onde você e sua família
encontram descanso e lazer.
Quem se hospeda na Pousada do Rio Turvo tem o privilégio de estar
em contato com os animais que nos visitam diariamente: tucanos, garças,
miquinhos, jacus e galinhas-d’angola, além de estar próximo aos
principais atrativos turísticos da cidade de Capitólio, num raio de 10 km.
a pousada oferece piscina de água natural, piscina de água tratada,
piscina aquecida, ofurô e sauna. Temos playground, minicampo de futebol,
sala de jogos, quiosques para churrasco.
um dos diferenciais oferecidos é a saída de passeios de dentro da
pousada, lancha e 4x4. Dessa maneira, não é necessário o hóspede deslocar-se
com seu veículo para conhecer as principais atrações do lugar.
a equipe da Pousada do Rio Turvo, aguarda ansiosamente a chegada
dos seus hóspedes, fazendo com que a estadia seja uma experiência
única. É realizada uma orientação nos roteiros dos passeios, para que
os atrativos da região sejam aproveitados da melhor forma possível.
a Pousada do Rio Turvo está localizada na zona rural da cidade de
Capitólio, próxima a todos os atrativos naturais que você, turista, quer
conhecer: Canyons, Lagoa azul, Cascatinha, Vale dos Tucanos, Cachoeira
do Filó, Cachoeira da Capivara, Pedreira Água azul, Recanto Viking, Paraíso
Perdido, Trilha do sol.
Fotos: Divulgação
Rio Turvo Guest House
F
or 25 years on the market, Rio Turvo Guest House is located
on the banks of the Furnas Dam, on the edge of
the Serra da Canastra National Park, with lush landscapes
and a complete infrastructure, where you and your family
can rest and have fun.
Anyone staying at Rio Turvo Guest House has the privilege of
being in contact with the animals that visit us daily: toucans, herons,
tamarins, guans and guinea fowls, in addition to being close to the
main tourist attractions of the of Capitólio city, within a 10 km radius.
The guest house offers a natural water pool, treated water pool,
heated pool, hot tub and sauna. It also has a playground, mini football
field, games room and barbecue kiosks.
One of the differentials offered is the departure of tours from inside
the guest house, speedboat and 4x4. Thus, it is not necessary
for the guest to travel with his vehicle to discover the main attractions
of the place.
The Pousada do Rio Turvo Guest House’s staff eagerly awaits the
arrival of its guests, making the stay a unique experience. The guidance
is provided in the itineraries of the tours, so that the attractions
of the region are enjoyed in the best possible way.
Rio Turvo Guest House is located in the rural area of Capitólio city,
close to all the natural attractions that tourists want to know:
Canyons, Blue Lagoon, Cascatinha, Vale dos Tucanos, Filó Waterfall,
Capivara Waterfall, Blue Water Quarry, Viking Corner, Lost Paradise
and Sun Trail.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 159
Fotos: Divulgação
Pousada Mar de Minas
oterreno onde está localizada a pousada fica às margens do
Lago de Furnas, na região denominada Dique, distante 5
km do centro de Capitólio e de fácil acesso pela mG-050. a
propriedade foi adquirida no final da década de 90. o antigo proprietário
era um senhor que se aposentara como engenheiro de Furnas e, após o
seu falecimento, os filhos venderam a propriedade.
o terreno tinha benfeitorias como casa-sede, piscina, garagem para
barcos, jardins, etc., que passaram a ser utilizadas por nossa família
para o próprio lazer nos finais de semana.
a partir de 2008/2009, vislumbrando a crescente demanda por
meios de hospedagem em Capitólio, os seus sócios decidiram transformar
a propriedade em um empreendimento hoteleiro.
De início, foram feitas adaptações na estrutura da casa-sede para
transformá-la em um salão de atendimento de cozinha e recepção. a
área de jardim e piscina foi restaurada e ampliada, e foram construídos
os chalés. Primeiro foram 8 unidades e, posteriormente, ampliamos
para 12.
Todos os quatro filhos, tiveram a oportunidade de fazer faculdade em
universidades fora de Capitólio e, após a conclusão dos cursos, três deles
optaram por retornar à cidade e administrar o novo empreendimento.
no decorrer dos anos, novos investimentos foram feitos na pousada
para ampliar e melhorar a oferta de serviços. novo salão de restaurante,
salão de jogos, playground, nova recepção, investimento em passeios
de lancha e, recentemente, no ano de 2019, foram inauguradas novas
suítes. Hoje, no total, a equipe da Pousada atende com 32 unidades e
temos leitos para até 100 pessoas.
Hoje, a Pousada mar de minas continua sendo um empreendimento
familiar, em uma sociedade entre os quatro filhos, tendo uma equipe
de trabalho com 15 colaboradores.
a equipe da Pousada mar de minas preza pelo aprimoramento constante
da prestação de serviços, sempre investindo em reformas, ampliações
e modernização de sua infraestrutura. além de capacitação dos
gestores e colaboradores, sempre em parceria com a prefeitura de Capitólio,
com o sebrae-mG e com associações de classe do município.
a pousada tem uma forte presença no âmbito da internet, com divulgação
em redes sociais e sites parceiros de vendas. nos últimos anos,
permanecemos entre as três melhores opções de hospedagem de Capitólio
no ranking estabelecido pelo Tripadvisor. e em diversas outras
plataformas de avaliações temos uma nota média entre 9 em 10 na avaliação
do nível de satisfação dos clientes.
160 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Fotos: Divulgação
Mar de Minas Guest House
T
he ground where the guest house is located is on the shores
of Furnas Lake, in the region called Dique, 5 km away from
the Capitólio center and easily accessible by MG-050. The
property was acquired in the late 1990s. The former owner was a man
who retired as an engineer from Furnas and, after his death, his sons
sold the property.
The ground had improvements such as the headquarters, swimming
pool, garage for boats, gardens and others, which started to be used
by our family for their own leisure on the weekends.
From 2008/2009, looking at the growing demand for lodging facilities
in Capitólio, its partners decided to transform the property into a
hotel enterprise.
Initially, adaptations were made to the structure of the main house
to transform it into a kitchen and reception room. The area where is
garden and pool area was restored and expanded, and the chalets were
built. First there were 8 units and later we expanded to 12.
All of the four sons had the opportunity to study at universities outside
Capitólio and, after completing the courses, three of them chose
to return to the city and manage the new enterprise.
Over the years, new investments were made in the inn to expand
and improve the offer of services. New restaurant, games room, playground,
new reception, investment in motorboat tours and recently,
in 2019, new suites were inaugurated. Today, in total, the Mar de Minas
Guest House's staff serves 32 units and we have beds for up to 100
people.
Today, Mar de Minas Guest House is still a family enterprise, in a society
between four sons, with a work team of 15 employees.
The Mar de Minas Guest House’s staff values the constant improvement
of the provision of services, always investing in renovations, extensions
and modernization of its infrastructure. In addition to training
managers and employees, always in partnership with the Capitólio's
Cty Hall, Sebrae-MG and with class associations in the municipality.
The guest house has a strong presence on the internet, with dissemination
on social networks and partner sales sites. In recent years, we
have remained among the top three accommodation options in
Capitólio in the ranking established by TripAdvisor. And on several other
rating platforms, we have an average score of 9 out of 10 when assessing
the level of customer satisfaction.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 161
Fotos: Divulgação
Engenho da Serra Hotel & Ecoresort
aantiga Fazenda engenho da serra foi transformada em um
ambiente lúdico e agradável: o enGenHo Da seRRa Hotel
& ecoResort. está localizado ao lado do dique de Capitólio,
que é o divisor de águas norte-sul do Brasil. Do lado sul do dique, a água
corre pelo Rio Grande até formar o Lago de itaipu e desaguar no mar
pela Bacia do Prata, na argentina. Do lado norte, a água corre pelo Rio
são Francisco até chegar ao mar na divisa de sergipe com alagoas.
o convite é para que conheçam este ambiente ecológico, próximo a
pontos turísticos como o Lago de Furnas, escarpas do Lago, morro do
Chapéu e Parque nacional da serra da Canastra. o hotel oferece várias
opções para entretenimento e lazer, como: Piscinas aquecidas, Quadra
Poliesportiva, Quadra de Beach Tennis, Campo de Futebol, salão de
Jogos, Trilhas para Caminhada ecológica, Passeio de Lancha, Passeios
a Cavalo, Passeios de Jipe 4x4, Lagos para Pesca esportiva e muito mais.
É um lugar ideal para se hospedar com muita paz e sossego. navegue
pelo site www.engenhodaserra.com.br e conheça toda a beleza,
conforto e bem-estar que o aguardam por aqui.
além de todo o conforto e das diversas opções de lazer, o enGenHo
Da seRRa Hotel & ecoResort oferece uma séria de comodidades para
que sua estadia no hotel e sua visita a Capitólio se tornem realmente
especiais. Como, por exemplo, o engenho da serra oferece: Wi-Fi gratuito,
internet, TV a cabo, frigobar e ar condicionado nos apartamentos.
o hotel oferece também restaurante, estacionamento, um complexo
de piscinas com um parquinho aquático infantil, uma piscina grande em
dimensões semiolímpicas, uma piscina coberta e climatizada. um atrativo
especial que o hotel oferece é a pesca esportiva em suas lagoas, na
quais se pode pescar os seguintes peixes: dourado, matrinxã. piracanjuba,
pacu, tambaqui, tucunaré, traíra e tilápia. outras atrações são o
passeio de lancha pelo Lago de Furnas, visitas a cachoeiras em jipe 4x4
e passeios ecológicos a cavalo. além de tudo isso, o engenho da serra
ainda disponibiliza aos seus hóspedes um salão de jogos, um salão de
convivência, sauna a vapor, academia de ginástica, um campinho de futebol
society, quadra poliesportiva e uma quadra de areia para a prática
de vários esportes de praia.
162 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Fotos: Divulgação
Engenho da Serra Hotel & Ecoresort
T
he former Engenho da Serra Farm was transformed into a
playful and pleasant environment: the ENGENHO DA
SERRA Hotel & Eco Resort. It is located next to the dike of
Capitólio city, which is the water divider north-south of Brazil. On the
south side of the dike, the water flows through the Rio Grande until it
forms Itaipu Lake and flows into the sea through the La Plata Basin,
in Argentina. On the north side, the water flows through the São Francisco
River until it reaches the sea on the border between Sergipe and
Alagoas.
The invitation is for to know this ecological environment, close to
tourist attractions such as Furnas Lake, Escarpas do Lago, Morro do
Chapéu and Serra da Canastra National Park. The hotel offers several options
for entertainment and leisure, such as: heated pools, sports court,
beach tennis court, soccer field, games room, ecological walking trails,
motorboat rides, horse riding, 4x4 jeep tours, lakes for sport fishing and
much more.
It is an ideal place to stay with a lot of peace and quiet. Browse the
site www.engenhodaserra.com.br and discover all the beauty, comfort
and well-being that await you here.
In addition to all the comfort and the diverse leisure options, EN-
GENHO DA SERRA Hotel & Eco Resort offers a series of amenities so
that your stay at the hotel and your visit to Capitólio become really special.
As, for example, Engenho da Serra offers: free Wi-Fi, internet, cable
TV, minibar and air conditioning in the apartments. The hotel also offers
a restaurant, car park, a swimming pool complex with a children's water
park, a large pool in semi-Olympic dimensions and an indoor and heated
pool. A special attraction that the hotel offers is sport fishing in its lagoons,
where you can catch the following fish: mahi mahi, matrinxã,
piracanjuba, pacu, black pacu, peacock bass, wolf fish and tilapia. Other
attractions are the motorboat ride on Furnas Lake, visits to waterfalls in
a 4x4 jeep and ecological tours on horseback. In addition to all this, Engenho
da Serra also offers its guests a games room, a big lounge, a
steam room, a gym, a society soccer field, a sports court and a sand court
for beach sports.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 163
Minas de Ouro
Como um bom conterrâneo, Carlos Drummond de andrade já
sabia: “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.
Foi esse sentimento, somado ao trabalho dos produtores,
que originou uma das maiores riquezas da região: o ouro branco, o
Queijo da Canastra.
“está no dia a dia. meu nome? esperança!”
a união de vários fatores, como a qualidade da água, os minerais
presentes no solo, a pastagem natural que o gado come, a raça do animal,
o clima, a altitude e o relevo típico, propicia à serra da Canastra a
fabricação de produtos diferenciados dos queijos de outras regiões.
Para entender como o produto ganhou reconhecimento mundial, voltamos
aos anos 2000, com a criação da associação de Produtores do
Queijo da Canastra (aPRoCan), quando se iniciou um trabalho de melhoria
da marca, resgate cultural e aperfeiçoamento da produção.
em 2008 aconteceu a primeira conquista: o tombamento pelo instituto
do Patrimônio Histórico e artístico nacional (iPHan). os Queijos
da Canastra foram reconhecidos como patrimônio cultural e material
brasileiro.
um ano depois, em 2009, a aPRoCan entrou com um pedido de registro
de indicação geográfica da categoria “indicação de procedência”,
no instituto nacional da Propriedade industrial (inPi), que foi concedido
em 2012.
no ano de 2014, em parceria com o seBRae, foi feito todo o desenvolvimento
da identidade visual e o queijo começou a ter visibilidade no
mercado. esse feito destacou a marca e proporcionou ao consumidor
identificar e diferenciar o produto.
“o presente é tão grande, não nos afastemos. não nos afastemos
muito, vamos de mãos dadas”
o ano de 2015 foi um marco para a história do Queijo da Canastra.
os fabricantes da região, que começaram em pequenos laticínios em
suas propriedades, foram destaque no "mondial du Fromage et des Produits
Laitiers", na cidade de Tour, França. a região foi a primeira premiada
em um concurso mundial para queijo de leite cru.
Dois anos depois, no mesmo mundial, a serra da Canastra conquistou
três medalhas no concurso.
“e agora, José?”
o ano de 2018 foi desafiador. Produtores de outras regiões começaram
a se apropriar indevidamente da marca. Como consequência da
fama e do prestígio crescentes, a pirataria começou a assombrar os produtores,
que iniciaram uma luta contra a falsificação.
Para acabar com o problema, a aPRoCan buscou uma tecnologia
europeia, vinda da França, usada há mais de 100 anos para a resolução
da adversidade.
as etiquetas de caseína permitem a garantia ao consumidor final da
originalidade do queijo. a etiqueta, totalmente comestível, é inserida
no produto na hora da fabricação.
a Canastra é a primeira região a utilizar essa tecnologia e teve a importação
do produto com essa inserção iniciada em 2018. a previsão é
de que até 2021 quase um milhão de queijos serão etiquetados.
“nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o
desejo de vencer”
o ano de 2019 chegou para consagrar os fabricantes da Canastra.
164 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Júlio Oliveira
nesse ano, 952 produtos lácteos foram apresentados no mondial du
Fromage para 135 juízes especializados e 15 países participantes. os
queijos da Canastra conquistaram 24 das 50 medalhas mineiras: três
medalhas em Delfinópolis, uma em medeiros, uma em Bambuí e 17 em
são Roque de minas. entre elas, três na categoria super ouro, prêmio
máximo da competição.
“Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”
o mondial du Fromage et des Produits Laitiers - concurso mundial
dos queijos e laticínios, em tradução livre - é realizado de dois em dois
anos na cidade de Tour, na França. o evento internacional é considerado
a mais importante premiação do setor.
Para eleger os melhores produtos os jurados levam em consideração
a qualidade dos queijos, textura, sabor e aparência. as premiações são
divididas em quatro categorias: super ouro, ouro, Prata e Bronze. a colocação
é determinada pela qualidade de cada queijo, podendo ter diversos
medalhistas.
“mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”
o poeta Guimarães Rosa acreditava que “sorte é isto. merecer e ter”.
o merecimento foi coroado mundialmente para os mineiros da Canastra
que foram contemplados na categoria super ouro - maior condecoração
do mundial francês, motivo de orgulho para o estado e para os produtores
da região.
Canastra do Ivair, São Roque de Minas
“Problemas não são obstáculos, mas oportunidades ímpares de superação
e evolução”
ivair José de oliveira sempre sonhou em ser produtor de queijo e resgatar
as origens da família que fabricava o laticínio.
Começou há 19 anos, no sítio do pai. no ano de 2012 parou a fabricação
por problemas de saúde, mudou-se para a cidade e foi trabalhar
com a esposa, Lúcia, no ramo da confecção.
a história da família começou a mudar com a chegada do seBRae.
em busca de um melhor desempenho profissional, o casal participou
do empretec - metodologia que estimula o empreendedorismo e identifica
novas oportunidades de negócios.
mesmo com todos os desafios, a timidez e as limitações de saúde,
ivair concluiu o curso de capacitação.
um ano e meio após o empretec, ivair não apenas teve uma melhora
significativa na saúde como adquiriu coragem e segurança para voltar
para o sítio do pai e retomar o sonho de trabalhar com o queijo. associou-se
à aPRoCan e decidiu fazer produtos diferenciados.
o processo de fabricação do queijo é o mesmo da época do tataravô
do produtor. a tradição familiar foi mantida.
“Tão estranha sorte assim?”
inicialmente um problema, a produção deparou-se com algo inesperado
no ano de 2015: a presença de fungos que se alojaram na queijaria.
após diversas tentativas de eliminar os organismos invasores, ivair começou
a utilizá-los no processo, e foi aí que aconteceu a grande transformação.
“será que a sorte virá num realejo? Trazendo o pão da manhã, a faca
e o queijo”
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 165
Queijo do Ivair Rótulo Preto Reserva
Da casca rugosa e bonita de se ver do produto, surge o branco mofado,
natural e que faz bem à saúde. o conhecido queijo “mofado” do
ivair de Rótulo Preto é feito com leite cru, tirado no período da tarde, e
maturado, em média, por 25 dias. a grande diferença é que, tirado nesse
horário, o leite torna-se mais gorduroso e concentrado devido ao menor
tempo de intervalo entre uma ordenha e outra.
outro produto premiado da tradicional queijaria do produtor é o
Queijo Canastra de Rótulo Verde, que foi agraciado com a medalha de
Bronze do mundial. Diferentemente do Rótulo Preto, é feito com o leite
colhido no período da manhã e 35 dias de maturação.
Santuário do Mergulhão Curado. São Roque de Minas
“Vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da
esperança”
Foi às margens do Rio são Francisco que silmar de Castro buscou
inspiração para produzir os queijos.
Proprietária de uma pousada na região e amante do ecoturismo e da
preservação ambiental, a mineira de Piumhi sonhava em resgatar algumas
tradições de família ligadas a sua mãe e sua avó. a “Fazendinha
da Canastra”, nome do estabelecimento, já havia resgatado as quitandas
e a famosa comida mineira que fizeram parte de sua infância. mas,
para ela, faltava algo mais.
a produção dos queijos começou na Fazenda santuário do mergulhão,
onde mora com a família. inicialmente, apesar de não conhecer o
processo, sabia diferenciar um bom de um mau produto. silmar também
não tinha contato com o gado e com pastagens e sabia que a escolha
da raça e a alimentação do animal era de grande relevância para
a fabricação de um queijo de qualidade.
“Comece com o que tem”. a frase de cunho motivacional que ouviu
durante os diversos cursos que realizou no seBRae impulsionou a futura
produtora, já fascinada pelo trabalho realizado na região. assim,
silmar associou-se à aPRoCan e começou a colocar em prática todas
as técnicas aprendidas.
Perfeccionista, é conhecida por doar-se e dar seu melhor em tudo o
que faz, tinha como objetivo a fabricação de um produto diferenciado.
as primeiras experiências não foram satisfatórias. mesmo diante
das adversidades, manteve o processo tradicional, mas alterou alguns
detalhes e incluiu todo o conteúdo visto nos cursos. modificações sutis
e instintivas que fizeram a diferença no produto.
Para silmar, a sensação que sentiu com os prêmios conquistados na
Copa do mundo dos queijos só perdem para a emoção vivida no nascimento
de seus três filhos.
Curado Fazenda Santuário do Mergulhão
o vencedor da categoria super ouro no mundial é um Queijo Canastra
tradicional, úmido, de tonalidade amarelo suave, feito com leite cru
de boa qualidade e maturado por três a quatro meses.
a produtora ganhou também a Prata, no mesmo concurso, com um
Queijo Canastra maturado de quatro a cinco meses.
Queijo Vale do Gurita. Delfinópolis
“além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz
de nós aquilo que somos”
nascido na cidade de Ribeirão Preto, são Paulo, o arquiteto e empresário
arnaldo Ribeiro é proprietário da Fazenda Águas Claras, no
Vale da Gurita, desde o final da
década de 90. um eterno apaixonado pela região, conheceu o projeto
do Queijo Canastra na aPRoCan no ano de 2014 e ficou inspirado
a iniciar a trajetória no ramo. o queijo seria introduzido na fazenda e
em sua história.
a partir de então, começou a frequentar cursos de treinamento, profissionalização
e a investir no gado Caracu - o escolhido para a produção.
Para arnaldo, o segredo do sucesso é buscar sempre o aprendizado,
seguir o manual, manter o ritmo da produção, sempre ficar atento aos
detalhes e colocar amor no que se faz. Para o produtor, o queijo é como
um filho mais novo que precisa de cuidados, exige trabalho e dedicação,
mas que traz muitas alegrias.
Canastra Queijaria Vale da Gurita
Queijo Canastra escuro, de tom preto, pouco ácido, macio e levemente
picante.
o queijo vencedor da categoria super ouro no mundial francês é
feito pelo processo de fabricação tradicional, o mesmo usado há séculos
na região e com um carinho especial no manejo do gado.
acho que a poesia está contida nisso tudo
Para o saudoso Raul seixas, a vitória nunca está perdida; já para
Gandhi, nas grandes batalhas da vida, ela está no desejo de vencer; na
opinião de Fernando Pessoa, vence só quem nunca consegue. nietzsche
já conclui que o que existe de melhor em uma grande vitória é que
ela tira do vencedor o receio da derrota.
Parafraseando esses artistas, a vitória do ouro branco da Canastra,
patrimônio cultural e material brasileiro, orgulho das minas Gerais, vem
da vontade de fazer a diferença, de resgatar tradições, valores e memórias.
a vitória esta inserida em cada fazenda, em cada amanhecer.
a vitória vem estampada no rosto de cada produtor que, acima de qualquer
adversidade, nunca deixou de acreditar.
166 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Gold Mines
As a good fellow countryman, the poet Carlos Drummond de
Andrade already knew: “I have only two hands and the feeling
of the world”. It was this feeling, added to the work of
the producers, that originated one of the greatest riches of the region:
white gold, the Canastra Cheese.
“It is on day to day. My name? Hope!"
The combination of several factors, such as the quality of the water,
the minerals present in the soil, the natural pasture that the cattle eat,
the breed of the animal, the climate, the altitude and the typical relief,
allows Serra da Canastra to manufacture differentiated products from
cheeses from other regions.
To understand how the product gained worldwide recognition, we
went back to the 2000s, with the creation of the Producers of Canastra
Cheese Association (APROCAN), when work began to improve the brand,
cultural rescue and production improvement.
In 2008, the first achievement took place: the listing by the National
Historical and Artistic Heritage Institute (IPHAN). The Canastra Cheese
was recognized as a Brazilian cultural and material heritage.
A year later, in 2009, APROCAN filed a request for registration of geographical
indication of the category "indication of origin", at the National
Institute of Industrial Property (INPI), which was granted in 2012.
In 2014, in partnership with SEBRAE, was done all the visual identity
development and the cheese started to have visibility in the market. This
achievement highlighted the brand and enabled the consumer to identify
and differentiate the product.
“The present is so big, let's not move away. Let's not get move away
a lot, let's hand in hand”
The year 2015 was a milestone in the history of Canastra Cheese. The
producers in the region, who started in small dairy on their properties,
stood out in the "Mondial du Fromage et des Produits Laitiers" in the city
of Tour, in France. The region was the first winner in a world competition
for raw milk cheese.
Two years later, in the same competition, Serra da Canastra won three
medals.
"And now, Jose?"
2018 was a challenging year. The producers from other regions began
to misappropriate the brand unduly. As a consequence of the growing
fame and prestige, the piracy began to scare the producers, who started
to fight against falsification.
To end the problem, APROCAN sought a European technology, from
France, used for over 100 years to solve adversity.
The casein labels guarantee the end consumer the cheese's originality.
The label, totally edible, is inserted into the product at the time of manufacture.
Canastra is the first region to use this technology and had the product
imported with this insertion started in 2018. The forecast is that by 2021
almost one million cheeses will be labeled.
“In the great battles of life, the first step towards victory is the desire
to win”
The year 2019 has arrived to consecrate Canastra's producers. In this
year, 952 dairy products were presented at Mondial du Fromage for 135
specialized judges and 15 participating countries. The Canastra cheeses
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 167
won 24 of the 50 medals won by Minas Gerais: three medals in Delfinópolis,
one in Medeiros, one in Bambuí and 17 in São Roque de Minas. Among
them, three in the Super Gold category, the top prize of the competition.
“Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”
The Mondial du Fromage et des Produits Laitiers - worldwide cheese
and dairy competition, in free translation - is held every two years in the
city of Tour, in France. The international event is considered the most important
award in the sector.
In order to choose the best products, the judges take into account the
quality of the cheeses, texture, flavor and appearance. The awards are
divided into four categories: Super Gold, Gold, Silver, and Bronze. The
placement is determined by the quality of each cheese, and may have
several medalists.
"But the finished things, much more than beautiful, these will remain"
The poet Guimarães Rosa believed that “luck is this. Deserve and
achieve”. The merit was crowned worldwide for the Canastra producers
who were awarded the Super Gold category - the highest prize of the
French world competition, a huge reason for proud of the state and the
producers of the region.
Ivair’s Canastra Cheese, São Roque de Minas
“Problems are not obstacles, but unique opportunities for overcoming
and evolving”
Ivair José de Oliveira always dreamed of being a cheese producer and
rescuing the origins of the family that made this famous delicacy.
He started 19 years ago at his father's site. In 2012 he stopped manufacturing
due to health problems, moved to the city and worked with
his wife, Lucia, in the confection sector.
The family's history began to change with the arrival of SEBRAE. In
pursuit of better professional performance, the couple took part in Empretec
- a methodology that encourages entrepreneurship and identifies
new business opportunities.
Despite all the challenges, the shyness and the health limitations, Ivair
completed the training course.
A year and a half after Empretec, Ivair not only had a significant
health improvement, but gained courage and safety to return to the father's
site and regain the dream of working with cheese. He joined AP-
ROCAN and decided to make differentiated products.
The cheese-making process is the same as that of the producer's
great-great-grandfather. The family tradition was maintained.
"So weird luck?"
Initially a problem, the production faced something unexpected in
2015: the presence of fungi that lodged in the cheese factory. After several
attempts to eliminate the invading organisms, Ivair began using
them in the process, and it was there that happened the great transformation.
“Will luck come in a barrel organ? Bringing the morning bread, knife
and cheese ”
Ivair’s Cheese Reserve Black Label
From the rough and beautiful peel of the product, comes the moldy,
natural white that is good for health. The well-known “moldy” Ivair’s
cheese of Black Label is made with raw milk, taken in the afternoon, and
matured, on average, for 25 days. The big difference is that, taken at this
time, the milk becomes more greasy and concentrated due to the shorter
interval between the milkings.
Another award-winning product from the traditional cheese producer
is Canastra Cheese of Green Label, which was awarded the Bronze Medal
of the World Competition. Unlike the Black Label, it is made with milk
collected in the morning and has 35 days of maturation.
Santuário do Mergulhão Curado. Sao Roque de Minas
“Dreams on the wings of Disbelief has gone, dreams on the wings of
Hope has come back”
It was on the banks of the São Francisco River that Silmar de Castro
got inspired to produce the cheeses.
Owner of an inn in the region and a lover of ecotourism and environmental
preservation, the Piumhi's citizen dreamed of rescuing some family
traditions linked to her mother and grandmother. The “Fazendinha da
Canastra”, name of the establishment, had already rescued the greengrocers
and the famous Minas Gerais's food that were part of his childhood.
But for her, something else was missing.
The cheese production started at Santuário do Mergulhão Farm,
where she lives with his family. Initially, despite not knowing the process,
she knew how to differentiate a good from a bad product. Silmar also
had no contact with cattle and pastures and knew that the choice of
breed and the animal feed was of great relevance for the manufacture
of a quality cheese.
"Start with what you have". The motivational phrase she heard during
the various courses that took place at SEBRAE has boosted the future
producer, already fascinated by the work done in the region. Thus, Silmar
joined APROCAN and started putting all the techniques learned into
practice.
A perfectionist, she is known for giving her best in everything she does,
her goal was to manufacture a differentiated product.
168 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
The first experiences were not satisfactory. Even in the face of adversity,
she maintained the traditional process, but altered some details and
included all the content seen in the courses. Subtle and instinctive modifications
that made the difference in the product.
For Silmar, the feeling she felt with the awards won at the World Cup
for cheeses are second only to the emotion experienced in the birth of
her three children.
Cured - Santuário do Mergulhão Farm
The winner of the Super Gold category in the world competition is a
traditional Canastra cheese, moist, with a soft yellow hue, made with
good quality raw milk and matured for three to four months.
The producer also won Silver, in the same contest, with a Canastra
Cheese matured from four to five months.
Vale do Gurita Cheese. Delfinópolis
“In addition to the aptitudes and qualities inherited, it is tradition that
makes us what we are”
Born in the city of Ribeirão Preto, São Paulo, the architect and entrepreneur
Arnaldo Ribeiro has owned the Águas Claras Farm, in the Gurita
Valley, since the end of 90s. An eternal lover of the region, he got to know
the Canastra Cheese project at APROCAN in 2014 and was inspired to
start his career in the business. The cheese would be introduced to the
farm and in its story.
From then on, he started attending professionalization and training
courses and to invest in Caracu cattle - the one chosen for the production.
For Arnaldo, the secret of success is to always seek learning, follow
the manual, keep the pace of production, always stay aware of the details
and put love in what is done. For the producer, cheese is like a
younger son who needs care, requires work and dedication, but brings
many joys.
Vale da Gurita Canastra Cheese Factory
Dark Canastra cheese, black in tone, low in acidity, soft and slightly spicy.
The winning cheese of the Super Gold category in the French world
competition is made by the traditional manufacturing process, the same
used for centuries in the region and with a specialty care in the handling
of the cattle.
I think poetry is contained in all this
For the unforgettable singer Raul Seixas, the victory is never lost; already
to Gandhi, in the great battles of life, it is in the desire to win; in
Fernando Pessoa's opinion, only win those who never succeed. Nietzsche
already concludes that the best thing about a big victory is that it takes
away the fear of defeat from the winner.
To paraphrase these artists, the victory of Canastra's white gold,
Brazilian cultural and material heritage, pride of Minas Gerais, comes
from the desire to make a difference, to rescue traditions, values and
memories. The victory is inserted in each farm, in every dawn. The victory
is stamped on the face of every producer who, above any adversity, never
stopped believing, being better every day.
Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 169
A Marinha do Brasil em terras mineiras
a
h, minas Gerais, lugar de tantas belezas e que sempre
nos surpreende... no estado, cercado por montanhas,
bem ali, em sua capital, eis que surge uma marinha do
Brasil.
Desde 1926, a marinha do Brasil está presente em minas Gerais,
com a ativação da então Capitania Fluvial do são Francisco, hoje Delegacia
Fluvial de Pirapora, no norte do estado.
Com o crescimento da atividade náutica nos últimos anos no Lago
de Furnas e o aumento significativo no número de embarcações que
trafegam no local, a alta administração naval decidiu criar a Delegacia
Fluvial de Furnas para incrementar a segurança da navegação na
região sudoeste de minas Gerais.
a Delegacia Fluvial de Furnas possui 163 municípios em sua área
de jurisdição, englobando os lagos das represas de Furnas, Funil e
Peixoto, no curso do Rio Grande, bem como os demais rios da região
sudoeste de minas, contribuindo para a segurança de mais de 3 milhões
de pessoas.
no ano de 2018, na cidade de Belo Horizonte, foi ativada a sede da
Capitania Fluvial de minas Gerais (CFmG). Com mais de 100 anos de
serviços prestados ao estado, a marinha do Brasil ganhou um espaço
físico com o objetivo de contribuir para o aumento da eficiência dos
serviços já prestados à sociedade mineira.
minas Gerais possui hoje as principais bacias hidrográficas do país
com as bacias do são Francisco, do Leste e do Paraná, que desembocam
no oceano atlântico. Com essa relevância nacional, uma sede no
estado para tratar mais de perto as comunidades náuticas de Belo
Horizonte e demais regiões tornou-se uma necessidade.
o grande interesse nas águas e na expressão do estado na parte
política, no meio ambiente, visão estratégica, sustentabilidade e turismo
concedeu a minas Gerais, considerado a caixa d’água do país,
uma Capitania de Primeira Classe.
Para entender a relevância dessa conquista, uma Capitania de Primeira
Classe é dirigida por um capitão de mar e guerra – maior posto
operativo da marinha, comparado aos postos de coronel do exército
ou da aeronáutica. alguns estados marítimos não possuem uma Capitania
de Primeira Classe.
“Protegendo nossas riquezas, cuidando da nossa gente”
a marinha tem como principal objetivo contribuir para a segurança
da navegação, a salvaguarda da vida humana e a prevenção à polui-
GRADUAÇÕES
As graduações de praças da Marinha são: marinheiro-recruta, soldado-recruta (apenas fuzileiros navais), aprendiz de marinheiro ou grumete,
marinheiro, soldado (apenas fuzileiros navais), cabo, terceiro-sargento, segundo-sargento, primeiro-sargento e suboficial.
As graduações de praças-especiais da Marinha são: aluno do Colégio Naval, aspirante (da Escola Naval) e guarda-marinha.
Os postos da Marinha são: segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão-tenente, capitão de corveta, capitão de fragata, capitão de mar
e guerra, contra-almirante, vice-almirante e almirante de esquadra.
170 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
ção hídrica em suas águas interiores.
Além das atividades inerentes à Segurança do Tráfego Aquaviário
(STA), ao Ensino Profissional Marítimo (EPM) e à prevenção da poluição
hídrica, a CFMG também executa, quando solicitada, atividades
atinentes ao Serviço Militar e apoia o pessoal militar da Marinha e
seus dependentes quanto a pagamento, saúde e assistência social.
Periodicamente, aplica provas para a habilitação de amadores e
oferece cursos do Ensino Profissional Marítimo para a formação e capacitação
de aquaviários, além de atender o público para a regularização
de questões relativas à documentação de embarcações,
escolas náuticas e marinas.
Além disso, implementa e fiscaliza o cumprimento de leis e regulamentos
nas águas interiores, conforme o artigo 17 da Lei Complementar
n° 97/1999.
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o
desejo de vencer”
Disseminar a mentalidade náutica na população é hoje o principal
desafio no estado. A Marinha do Brasil acredita que Minas Gerais tem
um grande potencial no viés econômico, turístico e na pesca que
ainda precisa ser explorado.
VISÃO DE FUTURO:
"A Marinha do Brasil será uma força moderna,
aprestada e motivada, com alto grau de independência
tecnológica, de dimensão compatível com a estatura
político-estratégica do Brasil no cenário internacional,
capaz de contribuir para a defesa da Pátria e salvaguarda
dos interesses nacionais, no mar e em águas interiores,
em sintonia com os anseios da sociedade".
MISSÃO:
"Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para
a Defesa da Pátria; para a garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; para o
cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em lei; e
para o apoio à Política Externa”.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 171
The Brazilian Navy on Minas' lands
A
h, Minas Gerais, a place of so many beauties and that
always surprises us ... In the state, surrounded by mountains,
right there, in its capital, comes up the Brazilian
Navy.
Since 1926, the Brazilian Navy is present in Minas Gerais, with the
activation of the then São Francisco River Captaincy, today the Pirapora
River Police Station, in the north of the state.
With the growth of nautical activity in recent years on Lake Furnas
and the significant increase in the number of vessels traveling
on the site, the Naval High Administration decided to create the Furnas
River Police Station to increase navigation security in the Southwest
region of Minas Gerais.
The Furnas River Police Department has 163 municipalities in its
area of jurisdiction, encompassing the lakes of the Furnas, Funil and
Peixoto dams, in the course of Grande River, as well as the other
rivers in the Southwest region of Minas, contributing to the safety
of more than 3 million people.
In 2018, in the city of Belo Horizonte, the headquarters of the Fluvial
Captaincy of Minas Gerais (CFMG) was activated. With more
than 100 years of services rendered to the state, the Brazilian Navy
has gained a physical space with the objective of contributing to increase
the efficiency of services already provided to society from
Minas.
Today, Minas Gerais has the main hydrographic basins in the
country, with the São Francisco, Leste and Paraná basins, which flow
into the Atlantic Ocean. With this national relevance, a headquarters
in the state to deal more closely with the nautical communities of
Belo Horizonte and other regions has become a necessity.
The great interest in the waters and in the expression of the state
in the political part, in the environment, strategic vision, sustainability
and tourism gave to Minas Gerais, considered the water tank
of the country, a First-Class Captaincy.
To understand the relevance of this achievement, a First-Class
Captaincy is headed by a Captain of sea and war - the largest operating
post in the Navy, compared to Colonel posts in the army or in
air force. Some maritime states do not have a First-Class Captaincy.
“Protecting our wealth, taking care of our people”
The Navy's main objective is to contribute to the safety of navigation,
the safeguarding of human life and the prevention of water
GRADUATIONS
The graduations of Navy soldiers are: sailor-recruit, soldier-recruit (only marines), apprentice sailor or cabin boy, sailor, soldier (only marines),
corporal, third sergeant, second sergeant, first sergeant and petty officer.
The graduations of Navy special soldiers are: student of Colégio Naval, aspirant (of Escola Naval) and marine guard.
The Navy posts are: second lieutenant, first lieutenant, captain lieutenant, corvette captain, frigate captain, sea and war captain, rear
admiral, vice admiral and squadron admiral.
172 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas
Fernanda de Oliveira Simões de Carvalho
pollution in its inland waters.
In addition to the activities inherent to Water Traffic Safety (STA),
to Maritime Professional Education (EPM) and to the prevention of
water pollution, CFMG also performs, when requested, activities related
to the Military Service and supports the Navy military personnel
and their dependents payment, health and social assistance.
Periodically, Navy applies tests for the qualification of amateurs
and offers courses in Maritime Professional Education for the training
and qualification of who operate vessels, in addition to serving
the public for the settlement of issues related to the documentation
of vessels, nautical schools and marinas.
Moreover, it implements and supervises compliance with laws and
regulations in inland waters, in accordance with Article 17 of Complementary
Law No. 97/1999.
“In the great battles of life, the first step towards victory is the
desire to win”
Disseminate the nautical mentality in the population is today the
main challenge in the state. The Brazilian Navy believes that Minas
Gerais has great potential in terms of economic, tourism and fishing
that still needs to be explored.
FUTURE VISION:
"The Brazilian Navy will be a modern force,
prepared and motivated, with a high degree of
technological independence, of a size compatible with
Brazil's political-strategic stature on the international
stage, capable of contributing to the defense of the
Homeland and safeguarding national interests,
at sea and inland waters, in tune with the
wishes of society ".
MISSION:
"Prepare and employ Naval Power in order to contribute to
the Defense of the Homeland; to guarantee constitutional powers
and, on the initiative of any of these, of the law and the
order; for the fulfillment of subsidiary duties provided for by law;
and for support for Foreign Policy ”.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 173
DO RIO GRANDE A
BARRAGEM DE FURNAS
FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Alane Nicolini
Alessander Nicolini
ASSESSORIA DE PROJETO
Lúcio Nicolini
TEXTOS, COPYDESK E REDAÇÃO FINAL
Alfredo Duares
Patrícia righi
Janaína Alves
REVISÃO
Lairton Liberato
TRADUÇÃO
Alan Nicolini
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO
Daniel Pinheiro
FOTOS
Júlio Oliveira
Fotos: Arquivo FURNAS
EDIÇÃO
Plantel
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(31) 3243-6613
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BARRAGEM DE FURNAS
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