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DO RIO GRANDE A

BARRAGEM DE FURNAS

PATROCÍNIO



DO RIO GRANDE A

BARRAGEM DE FURNAS


PATROCÍNIO

APOIO


Mar de Minas, Furnas impulsiona o desenvolvimento

Por Carlos Melles, presidente do Sebrae

Conhecido popularmente como o “Mar de Minas”, o lago da represa de Furnas mudou

para sempre a paisagem e o modo de vida do povo da região. Com 1,4 mil quilômetros

quadrados de área, o lago abastece uma das mais importantes hidrelétricas do país e

dinamiza diretamente a economia dos 36 municípios mineiros que o margeiam.

Criada para equacionar o problema de abastecimento de energia elétrica que ameaçava

o crescimento da indústria brasileira, a usina de Furnas já nasceu gigante. Referência

no setor elétrico brasileiro, a empresa é reconhecida também pelos inúmeros

projetos de desenvolvimento socioeconômico voltados a atender as comunidades da

região e à preservação dos recursos naturais e da biodiversidade.

Há mais de 10 anos o Sebrae participa dessas parcerias de forma permanente e intensa,

no sentido de contribuir com o fortalecimento e desenvolvimento de diferentes

cadeias produtivas que cresceram no entorno do lago, em especial as atividades relacionadas

ao turismo e ao agronegócio. Temos trabalhado para preparar os diversos

atores envolvidos, desde os gestores públicos, até as associações representativas dos

empreendedores. Fazemos isso por compreender que uma governança forte pode representar

o maior diferencial competitivo de uma região.

Hoje, as inúmeras parcerias construídas com o apoio do Sebrae transformaram os

municípios localizados ao redor do lago em verdadeiros polos de desenvolvimento sustentável.

Além do turismo, que já era forte e só tende a crescer com o fim da pandemia,

a região tornou-se a segunda maior produtora de tilápia no estado. E não podemos esquecer,

é claro, dos ganhos obtidos pelos produtores rurais a partir do reconhecimento

da Serra da Canastra, com seu microclima especial, responsável pela produção do mundialmente

conhecido Queijo Canastra que conquistou a categoria de Indicação Geográfica,

registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Além disso, o Sebrae vem

atuando para fortalecer o artesanato e a fruticultura (especialmente a banana) local.

Nesse momento, enfrentando todas as adversidades provocadas pela pandemia,

o Sebrae e os parceiros envolvidos, nas diferentes cadeias produtivas, não deixaram

de trabalhar. Ao contrário. Arregaçamos as mangas para que os empresários da região

estejam prontos para dar um novo salto de competitividade assim que a situação estiver

normalizada, com a imunização de toda a população. Atuamos no sentido de um

reposicionamento estratégico da indústria do turismo, com foco na qualidade, na conexão

digital e na biossegurança. Além disso, investimos no fortalecimento da gastronomia

local, com a ampliação da marca Canastra. Estamos iniciando o processo de

reconhecimento do Café Canastra, que vai beneficiar centenas de produtores e já estudamos

a viabilidade de registro do Presunto Canastra como um produto único, resultado

das condições especiais da região.

Acreditamos no poder do desenvolvimento sustentável e na força do trabalho conjunto

e coordenado, e os projetos realizados na região de Furnas são prova disso. Queremos

reproduzir esse modelo de sucesso em outros estados brasileiros e provar que

o nosso “mar” está para peixe e muito mais.

Minas' Sea, Furnas boosts the development

By Carlos Melles, president of Sebrae

Popularly known as the “Minas' Sea”, the lake at the Furnas reservoir forever

changed the landscape and the way of life of the people of the region. With an

area of 1,400 square kilometers, the lake supplies one of the most important hydroelectric

power plants in the country and directly boosts the economy of the 36

municipalities in Minas Gerais that border it.

Created to solve the problem of electricity supply that threatened the growth

of Brazilian industry, the Furnas power plant was already born as a giant. A reference

in the Brazilian electricity sector, the company is also recognized for its numerous

socioeconomic development projects aimed at serving the region's

communities and preserving natural resources and biodiversity.

For more than 10 years, Sebrae has participated in these partnerships permanently

and intensely, in order to contribute to the strengthening and development

of different production chains that have grown around the lake, especially activities

related to tourism and agribusiness. We have been working to prepare the various

actors involved, from public managers to associations representing

entrepreneurs. We do this because we understand that strong governance can represent

a region's greatest competitive edge.

Today, the countless partnerships built with the support of Sebrae have transformed

the cities located around the lake into true centers of sustainable development.

In addition to tourism, which was already strong and only tends to grow

with the end of the pandemic, the region has become the second largest producer

of tilapia in the state. And we cannot forget, of course, the gains obtained by rural

producers from the recognition of Serra da Canastra, with its special microclimate,

responsible for the production of the world-renowned Canastra Cheese, which won

the category of Geographical Indication, registered by the National Property Institute

Industrial. In addition, Sebrae has been working to strengthen local crafts

and fruit production (especially bananas).

At this moment, facing all the adversities caused by the pandemic, Sebrae

and the partners involved, in the different production chains, are had not stopped

working. Instead, we are rolled up our sleeves so that businessmen in the region

are ready to take a new leap in competitiveness as soon as the situation is back

to normal, with the immunization of the entire population. We worked towards

a strategic repositioning of the tourism industry, with a focus on quality, digital

connection and biosafety. In addition, we invested in strengthening local cuisine,

with the expansion of the Canastra brand. We are starting the process of recognizing

Canastra Coffee, which will benefit hundreds of producers, and we have already

studied the feasibility of registering Canastra Ham as a unique product, as

a result of the special conditions in the region.

We believe in the power of sustainable development and in the strength of

joint and coordinated work. The projects carried out in the Furnas region are a

proof of this. We want to reproduce this successful model in other Brazilian states

and prove that our “sea” is for fish and much more.


Índice Index

Nascida para brilhar / Born to shine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .05

Inovação e sucesso de mãos dadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .06

Innovation and success hand in hand

Passo firme na construção do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .08

A firm step in the construction of Brazil

Um ano antes Pelé, JK e outros atores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18

One Year Earlier Pelé, JK and other actors

É desafio? Chama o Cotrim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

Is it a challenge? Call Cotrim

O menino e o dique / The boy and the dike . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

Linha do Tempo - Como nasceu a gigante Furnas . . . . . . . . . . . . . .34

Timeline - The way the giant Furnas was born

FURNAS também tem mar / FURNAS also has sea . . . . . . . . . . . . .38

Visite a pioneira usina do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44

Visit the pioneer power plant of the system

A pioneira do sistema / The system pioneer . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

Gerência de Centro Técnico de Ensaios e

Suporte à Manutenção (GES.O) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48

Management of the Technical Center for

Tests and maintenance Support (GES.O)

Nascentes de Furnas / Furnas’ Water Springs . . . . . . . . . . . . . . . . .54

Jardineiro fiel / Faithful Gardener . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56

Furnas - Luz é para todos brilharem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60

Furnas - The light is for all to shine

Entenda uma usina / Understanding a power plant . . . . . . . . . . . . .70

Conheça mais a Eletrobras / Know more the Eletrobras . . . . . . . . .72

Passo certo da sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

Walking with sustainable

A safra dos ventos / The harvest of the winds . . . . . . . . . . . . . . . . .80

Sol como fonte / Sun as a source . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84

Ligação total com o meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90

Total connection with the environment

2 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Atenta às mudanças climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100

A company concerned over with the climate changes

Energia que a mulher produz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104

Energy produced by the woman

Alinhada ao Pacto Global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .110

Aligned with the Global Compact

Trabalho com responsabilidade social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114

Working with social responsibility

Na trilha da cultura / On the trail of culture . . . . . . . . . . . . . . . . . .120

Segurança total das barragens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124

Total dams safety

Transmissão e subestações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .130

Transmission and substations

Que bom trabalhar aqui / How good to work here . . . . . . . . . . . . .134

Atenta às denúncias / Attentive to complaints . . . . . . . . . . . . . . .138

DO RIO GRANDE A

BARRAGEM DE FURNAS

Linha do Tempo - História da Energia Elétrica no Brasil

até a inauguração da Usina de Furnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .142

Timeline - The History of Electric Power in Brazil

until the inauguration of Furnas Power Plant

Empreendedorismo em Furnas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .146

Entrepreneurship in Furnas

Mulheres de fibra / Women of Fiber . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .150

O que é que a banana tem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .152

What does the banana have

Glória no paraíso / Glória no paraíso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .156

Cervejaria Scarpas / Scarpas brewery . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .158

Pousada do Rio Turvo / Rio Turvo Guest House . . . . . . . . . . . . . . .159

Pousada Mar de Minas / Mar de Minas Guest House . . . . . . . . . .160

Engenho da Serra Hotel & Ecoresort . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .162

Engenho da Serra Hotel & Ecoresort

Minas de Ouro / Gold Mines . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164

A Marinha do Brasil em terras mineiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170

The Brazilian Navy on Minas' lands

Marco e Revolução na Energia • FURNAS 3


4 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Arquivo FURNAS


Nascida para brilhar

Furnas, uma gigante do setor elétrico brasileiro, nasceu com

a missão de evitar o colapso energético que ameaçava o processo

de industrialização do Brasil, na década de 1950. Para

tanto, construiu uma das maiores hidrelétrica do mundo à época, a

Usina de Furnas (MG), que deu nome ao grupo. Criada em 28 de fevereiro

de 1957 pelo presidente da República Juscelino Kubistchek, ela despontou

como a primeira central geradora do país com capacidade

superior a mil megawatts (MW). A fundação da companhia assinalou

a entrada em cena do governo federal no mercado de energia elétrica

da região mais desenvolvida do país, a Sudeste, dominado em larga escala

por duas empresas de capital privado pertencentes a grupos estrangeiros.

A canadense Brazilian Traction, Light and Power (conhecida

como Light) e a norte-americana American & Foreign Power (Amforp).

Desde então, FURNAS tem desempenhado papel fundamental, ao

longo das últimas seis décadas, no desenvolvimento da sociedade brasileira.

Além de gerar e transmitir energia elétrica, um dos insumos básicos

para todos, Furnas se tornou um modelo de empresa no quesito

eficiência operacional, na sua política de sustentabilidade, na implantação

de programas sociais de vulto (entre outros, o pioneiro Luz para

Todos), no relacionamento com as comunidades no entorno de suas

unidades e no trato com o meio ambiente. Furnas, uma referência para

outras empresas do ramo de energia elétrica no Brasil, também é parceira

de primeira hora de projetos mundiais da Organização das Nações

Unidas (ONU), o que reforça uma de suas premissas, a preocupação

constante com o bem-estar da sociedade. Isso, ciente de que uma empresa

de seu porte não precisa ser somente respeitada, mas, antes de

tudo, admirada e querida. E naquela longínqua década de 1950, tudo

isso era apenas um sonho bom, uma luz bem distante.

Fotos: Arquivo FURNAS

Born to shine

Furnas, a giant in the Brazilian electric sector, was born

with the mission of preventing the energy collapse that

threatened Brazil's industrialization process in the

1950s. To that end, it built one of the largest hydroelectric power

plants in the world at the time, the Furnas Power Plant (MG), which

gave the name to the company. It was created on February 28,

1957 by President Juscelino Kubistchek, emerging as the first generating

plant in the country with a capacity exceeding 1,000

megawatts (MW). The founding of the company marked the federal

government's entry into the electricity market in the country's

most developed region, the Southeast, largely dominated by two

privately owned companies of foreign groups: the Canadian Brazilian

Traction, Light and Power (known as Light) and the American

& Foreign Power (Amforp), from USA.

Since then, FURNAS has played a key role over the past six

decades in the development of Brazilian society. In addition to generating

and transmitting electric power, one of the basic inputs for

society, Furnas has become a business model in terms of operational

efficiency, its sustainability policy, in the implementation of

major social programs (among others, the pioneer Light for All), in

the relationship with the communities around their units and in

dealing with the environment. Furnas, a reference for other companies

in the Brazilian electric sector, is also a first-time partner of

the United Nations (UN) world projects, what reinforces one of its

premises, the constant concern for the well-being of the society.

The company also is aware that it need not only be respected, but

first and foremost admired and loved. It is a worth to say that in

distant 1950s, all of this it was merely a lovely dream, a so much

distant light.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 5


Inovação e sucesso de mãos dadas

Como veremos nas páginas a seguir, a construção da Usina Hidrelétrica

de Furnas foi o primeiro passo de uma história de

63 anos. Tempo esse que consolidou a empresa FURNAS

como uma das mais importantes na geração de energia no Brasil. Na segunda

metade da década de 1950, com o parque industrial brasileiro em

contínuo crescimento e a falta de energia elétrica suficiente para manter

esse ritmo, a construção da Usina de Furnas se tornava premente, uma

solução “para ontem”. Porém, tratava-se de um monumental desafio:

erguer aquela que seria, até então, uma das maiores hidrelétricas do

mundo e que daria o nome à empresa. Se, por graça do destino, tivesse

parado por aí, já seria algo memorável, um fato que marcou época na indústria

da eletricidade no Brasil. Contudo, foi muito além.

Atualmente, Furnas conta com um parque gerador que soma mais

de 18 mil megawatts (MW), em 21 hidrelétricas e duas termelétricas

(sendo 12 mil MW em unidades operadas e mantidas pela própria empresa),

além de parques eólicos. As linhas de transmissão de Furnas se

espalham por aproximadamente 28 mil km no território nacional, garantindo

a interligação dos subsistemas do setor elétrico brasileiro. A

empresa também está presente em cerca de 80 subestações. Criada

em 1957, Furnas é uma empresa de economia mista, subsidiária da Eletrobras

e vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Opera e mantém

um sistema pelo qual passa 40% da energia que move o Brasil. Atualmente

está presente na geração, transmissão e comercialização de

energia elétrica, com instalações em regiões abrangidas pelo Distrito

Federal e pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná,

Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia, Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia.

Em parceria com empresas estatais e privadas, Furnas participa de

empreendimentos de geração e transmissão de fundamental importância

para garantia do aumento da oferta de energia elétrica no Brasil.

À monumental construção de sua primeira hidrelétrica somou-se um

paradigma: inovar faz parte da história e da cultura de Furnas. Durante

esses mais de 60 anos, sempre que um grande empreendimento energético

demandou capacidade de investimento, planejamento e inovação

tecnológica, Furnas marcou presença para incrementar o fornecimento

e distribuição de energia elétrica. Na década de 1970, implantou circuitos

de extra-alta tensão em corrente alternada e corrente contínua a fim

de transmitir a energia gerada pela gigantesca Usina de Itaipu. A empresa

se destaca por sua atuação também na implantação das usinas

nucleares Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (em Angra dos Reis,

RJ), na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (RO) e nas grandes linhas

de transmissão de Belo Monte e do Madeira. Furnas tornou-se então

referência no setor elétrico brasileiro e uma das empresas que mais investe

em novas tecnologias, num crescimento contínuo e sustentável.

6 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Arquivo FURNAS

Innovation and success hand in hand

As we will see in the following pages, the construction of the

Furnas Hydroelectric Power Plant was the first step in a 63-

year history. This history consolidated FURNAS company as

one of the most important in power generation in Brazil. In the second

half of the 1950s, with the Brazilian industrial park continually growing

and the lack of sufficient electric power to maintain this pace, the construction

of Furnas Power Plant became an extreme urgent solution. It

was a monumental challenge: to build what it would be, until then, one

of the largest hydroelectric in the world and that would name the company.

If, by the grace of fate, it had stopped there, it would be something

memorable, a fact that marked the epoch in the electricity industry in

Brazil. However, it went much further.

Currently, Furnas has a generating park that has more than 18,000

megawatts (MW), in 21 hydroelectrics and two thermoelectrics (being

12,000 MW in units operated and maintained by the company itself),

and also wind farms. The Furnas' transmission lines are spread over approximately

28 thousand km in the national territory, ensuring the interconnection

of subsystems of the Brazilian electric sector. The company

is also present in about 80 substations. Created in 1957, Furnas is a mixed

economy company, a subsidiary of Eletrobras and linked to the Ministry

of Mines and Energy. It operates and maintains a system through which

40% of the energy that drives Brazil passes. It is currently present in the

generation, transmission and sale of electric power, with facilities in regions

covered by Distrito Federal and the states of São Paulo, Minas

Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pará,

Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do

Norte, Ceará and Bahia.

In partnership with state and private companies, Furnas participates

in generation and transmission enterprises of fundamental importance

to guarantee the increase of electric power supply in Brazil. The monumental

construction of its first hydroelectric power plant adds up to a

paradigm: innovation is part of the history and culture of Furnas. During

these more than 60 years, whenever a large energy enterprise required

investment capacity, planning and technological innovation, Furnas was

present to increase the supply and distribution of electric power. In the

1970s, it implemented extra-high voltage alternating current and direct

current circuits in order to transmit the energy generated by the gigantic

Itaipu Power Plant. The company also stands out for its performance in

the implementation of nuclear power plants Almirante Álvaro Alberto

Nuclear Power Plant (in Angra dos Reis, RJ), the Santo Antônio Hydroelectric

Power Plant (RO) and the major transmission lines of Belo Monte

and Madeira. Furnas then became a reference in the Brazilian electric

sector and one of the companies that invests the most in new technologies,

in continuous and sustainable growth.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 7


8 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Arquivo FURNAS

Passo firme na

construção do Brasil

Crises podem ser inspiradoras. Mais do que isso, algumas trazem,

com o encerramento de seu ciclo, soluções duradouras

para várias gerações. Foi o caso, em meados de 1950, da carência

de energia elétrica no Brasil, momento em que o país punha em

marcha um processo de acelerada industrialização. A energia, notadamente

na Região Sudeste, seria insuficiente para os próximos anos,

com risco de colapso no sistema e o comprometimento dos planos de

desenvolvimento do Brasil e graves consequências sociais. Era o prenúncio

do caos. O crescimento da economia era muito mais rápido que

a capacidade de o país gerar energia nova.

Foi aí que o sertão começou a virar mar. Aquele que se tornaria em

poucos anos o mar doce de Minas, como hoje é conhecido o imenso lago

artificial da primeira usina de Furnas. Empresa que atualmente é uma

gigante brasileira com 21 usinas hidrelétricas, um sistema pelo qual

passa 40% da energia que move o país. Decreto assinado em 1957, pelo

então presidente da República Juscelino Kubitschek, o eterno JK, criava

a Central Elétrica de Furnas S/A. A ideia era a construção de uma usina

na Região Sul de Minas Gerais. Conhecido também como ‘presidente

bossa-nova’, por, entre outros atributos, ser inovador, JK propôs um projeto

gigantesco de geração de energia elétrica. Gastou muito suor para

levar adiante. Enfrentou uma enxurrada de críticas diante da magnitude

do que seria construído. Inclusive oposição do governo de Minas Gerais,

esse alegando que Furnas serviria mais aos interesses de São Paulo e

que Minas já tinha em construção a Usina de Três Marias, que acabaria

por ser inaugurada em 1961, entrando em operação no ano seguinte.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 9


O tempo – e nesse caso nem precisou de muito – acabou por mostrar

que JK acertou. De acordo com o Memorial da Democracia e Memorial

JK, o presidente criou a empresa estatal com a determinação de que

fossem iniciadas o mais rápido possível as obras da Usina de Furnas. A

hidrelétrica, a primeira da empresa, proveria o país com mais de 1.000

megawatts, um terço da capacidade energética brasileira instalada até

aquele momento, e atenderia aos três principais centros socioeconômicos

do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quando sua

construção foi iniciada, era a maior obra em andamento na América Latina.

Finalizada, exibiria uma barragem de 120 metros de altura e um

reservatório que se estenderia por 135 mil hectares. Para construí-la,

seria necessário desapropriar 8 mil propriedades rurais, o que obviamente

criou um problema com a população local.

O país caminhava para um colapso energético, porém o Plano de

Metas do governo federal previa uma industrialização acelerada. E

como uma coisa não combinava com outra, o governo precisava se antecipar

e suprir o gargalo – com obras mais baratas e de menor porte,

e outras grandes e já com projetos definidos, como a Usina de Três

Marias. O engenheiro das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig)

Francisco Noronha descobriu um cânion longo e profundo, no leito do

Rio Grande, e apresentou um estudo propondo o seu uso para produção

de energia. Noronha concluiu que, aproveitando os dois braços do

estreito, uma hidrelétrica ali construída teria condições de produzir

energia nova na quantidade que o país precisava e capacidade logística

para distribuí-la aos três polos industriais do país. A barragem

está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado

10 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Arquivo FURNAS

“Corredeiras das Furnas”, entre os municípios de São José da Barra e

São João Batista do Glória, em Minas Gerais. O local escolhido foi estratégico

por estar a 500 km do Rio de Janeiro, 400 km de São Paulo

e 300 km de Belo Horizonte.

Muita mão de obra especializada, equipamentos nacionais e importados

da Itália, Suécia, Estados Unidos, Suíça, Canadá e Japão, e a utilização

de cerca de 4 mil empregados permitiram que, cinco anos depois,

em setembro de 1963, entrasse em operação a primeira unidade geradora.

A sexta e última turbina, cumprindo o projeto original, começou a

produzir energia em 1965. Duas novas máquinas foram instaladas na

década de 1970, totalizando uma potência de 1.216 megawatts (MW).

Para ser ter uma ideia do quanto obras como essa impulsionaram o país,

devemos voltar no tempo. No início do governo JK, o país tinha 7 bilhões

de metros cúbicos de água represada. No fim de seu mandato, em janeiro

de 1961, o volume chegou a 82 bilhões. Nesse período, as indústrias

elétricas cresceram 380%.

Fábio Carvalho Alves, que atuou nas obras da primeira usina de Furnas

como empregado de uma empreiteira, há alguns anos lembrou

que na ocasião “tínhamos a sensação de participar de algo que iria

mudar o Brasil”. A afirmação reflete o sentimento de mais de 4 mil

homens que trabalharam na construção da então maior usina hidrelétrica

do país. E o reconhecimento do trabalho realizado por Furnas

nessas mais de seis décadas, sem nunca se intimidar diante dos desafios,

vem também do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior:

“A criação de Furnas foi fundamental para a expansão do setor

elétrico brasileiro.”

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 11


12 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Arquivo FURNAS

A firm step in the

construction of Brazil

Crises can be inspiring. More than that, some bring, with the end

of their cycle, lasting solutions for several generations. This was

the case, in the mid-1950s, of the lack of electricity in Brazil,

when the country started a process of accelerated industrialization. The energy,

especially in the Southeast Region, would be insufficient for the coming

years, with a risk of collapse in the system, which would endanger

Brazil's development plans and would have serious social consequences. It

was the foreshadowing of the chaos. The growth of the economy was much

faster than the capacity that the country had to generate new energy.

It was in this situation that the sertão, how it is called the Brazilian

backwoods, began to turn to sea.

The one that would become in a few years the sweet sea of Minas

Gerais, as today is known the huge artificial lake of the first power plant

of Furnas. Currently the company is a Brazilian giant with 21 hydroelectric

power stations, a system through which passes 40% of the energy that

moves the country. A decree signed in 1957, by the President Juscelino Kubitschek,

the eternal JK, created the Central Elétrica de Furnas S/A. The

idea was the construction of a power station in the Southern Region of

Minas Gerais. Also known as 'bossa nova president’ because of being innovative,

JK proposed a gigantic project of electricity generation. He

worked hard to carry on this project, facing many criticisms due to the

largeness of what would be built. He also had opposition from the government

of Minas Gerais which claimed that Furnas would be more useful

to São Paulo than Minas Gerais and that already had under

construction the Três Marias Power Station, inaugurated in 1961, and

that started operating in the following year.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 13


The time showed that JK was right. According to the Memorial JK, the

president created the state-owned company with the determination to

start as soon as possible the works of the Furnas Power Station. The hydroelectric

power plant, the first one of the company, would provide more

than 1,000 megawatts to the country, one-third of Brazilian installed capacity

up to that time, and would serve the three main socioeconomic

centers: São Paulo, Rio de Janeiro and Belo Horizonte. When its construction

began, it was the largest work in progress in Latin America. Completed,

it would exhibit a dam of 120 meters of height and a reservoir

that would extend for 135 thousand hectares. To build it, it was necessary

to expropriate 8,000 rural properties, which obviously created a considerable

problem with the local population.

With the Plan of Goals, an ambitious federal government program

of accelerated industrialization, the country was walking towards to

an energy collapse. In this situation the government needed to anticipate

and fill the bottleneck with cheaper and smaller works, and other

large and already with defined projects, such as the Três Marias Power

Plant. The engineer of the Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig)

Francisco Noronha discovered a long and deep canyon in the Rio

Grande bed, and presented a study proposing its use for the energy

production. Noronha concluded that, taking advantage of both

branches of the strait, a hydroelectric power plant built there would

be able to produce new energy in the amount that the country needed

and would have logistic capacity to distribute it to the three industrial

poles of the country. The dam is located in the middle course of Rio

Grande, in the section that is called "Corredeiras das Furnas", between

14 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Arquivo FURNAS

the municipalities of São José da Barra and São João Batista do Glória,

in Minas Gerais. The chosen location was strategic because it is 500

km from Rio de Janeiro, 400 km from São Paulo and 300 km from

Belo Horizonte.

Many skilled labor, with around 4,000 employees, national equipment

and equipment imported from Italy, Sweden, the United States, Switzerland,

Canada and Japan contributed to the first generating unit started

its operations, five years later, in September 1963. The sixth and last turbine,

fulfilling the original project, started to produce power in 1965. Two

new machines were installed in the 1970s, totaling a power of 1,216

megawatts (MW). To have an idea of how much works like this one

boosted the country, we must go back in time. At the beginning of the

JK’s government, the country had 7 billion cubic meters of dammed

water. At the end, in January of 1961, this volume reached 82 billion. During

this period, electric industries grew 380%.

Fábio Carvalho Alves, who participated in the work of the first Furnas

power station as an employee of a contractor, remembers that

at the occasion "we had the feeling of participating in something that

would change Brazil." This statement reflects the feeling of more

than 4,000 men who worked in the construction of the largest hydroelectric

power station of the country at that time. The acknowledgment

of Furnas' work, realized over more than six decades,

without ever being intimidated by the challenges, also comes from

the President of Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, who says "the creation

of Furnas was fundamental for the expansion of the Brazilian

electricity sector''.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 15



Júlio Oliveira


Um ano antes

Pelé, JK e outros atores

Em 1956, JK e Pelé deram um passo adiante. No dia 7 de setembro

daquele ano, o cidadão de Minas Gerais Edson Arantes

do Nascimento, da cidade de Três Corações, marcava seu

primeiro gol oficial como jogador de futebol, numa vitória do Santos,

seu time, contra o Corinthians da cidade de Santo André, num amistoso

no ABC paulista. Era a estreia do garoto de apenas 15 anos de idade,

um jovem que ainda não era chamado pelo apelido que depois ganharia

o mundo: Pelé. Naquele mesmo dia, outro mineiro, esse de Diamantina,

o presidente da República Juscelino Kubitschek (JK) participava das comemorações

e do desfile do Dia da Independência do Brasil, na capital

federal, a cidade do Rio de Janeiro. Era seu primeiro ano de governo e,

mesmo com poucos meses, já tinha aprovado a construção de Brasília,

a nova capital federal, obra que seria inaugurada em 21 de abril de 1960,

ainda inacabada. Onze anos após o término da Segunda Guerra Mundial,

1956 marcou a estreia de Pelé no futebol e a posse de JK na Presidência

da República, em 31 de janeiro.

Em seu gabinete, no Palácio do Catete, JK mantinha – ao lado de um

livro sobre seresta (sua paixão musical) e uma flâmula do América Futebol

Clube, de Belo Horizonte – um volumoso estudo com a etiqueta

“Projeto da Usina Hidrelétrica de Furnas”, que merecia sua especial

atenção, em meio aos informes sobre o começo das obras da construção

de Brasília, no Planalto Central. O estudo sobre a viabilidade de uma

obra como Furnas, a maior usina do país (que incluía toda a polêmica

sobre sua construção) não durou muito nas estantes do gabinete presidencial.

Em fevereiro de 1957, JK assinou o decreto da criação da Central

Elétrica de Furnas, primeiro nome da empresa, nomeando o engenheiro

John Reginald Cotrim como presidente da estatal. Mister Cotrim

era, por analogia, o veterano camisa 10 de um talentoso time de jovens

engenheiros do país.

JK entrou para a história do Brasil e Pelé, como se sabe, foi muito

além: virou o Atleta do Século (título conferido décadas depois). Político

e jogador se encontraram em grande estilo um ano depois, num momento

festivo e marcante para o esporte nacional. A solenidade que a

Presidência da República preparou para recepcionar a seleção brasileira

de futebol, que acabara de ganhar a primeira Copa do Mundo para o

Brasil, no campeonato da Suécia, em 1958. Nas fotos, entre o presidente

e atletas como Garrincha, Didi, Nilton Santos e Pelé, aparecia o símbolo

da conquista, a Taça Jules Rimet. Num frenesi poucas vezes sentido

pela população, rádios de todo o Brasil passaram a tocar A Taça do

Mundo é Nossa, música que despertava um amor cívico e dava asas a

um momento de afirmação.

A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa, dizia a

famosa marchinha em cada canto do país. Um escancarado contraponto

à expressão “complexo de vira-lata”, cunhada pelo escritor e dramaturgo

Nelson Rodrigues, em referência à surpreendente derrota do Brasil para

o Uruguai, na Copa do Mundo de 1950, na decisão da competição em

pleno Maracanã. No coração daquele brasileiro de 1958, no que tange

ao futebol, “complexo de vira-lata” era coisa nascida, vivida e enterrada

no passado recente. Mesmo que a conquista de um título de campeão

mundial de futebol seja algo importante para um país, ela por si só não

18 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Arquivo FURNAS

se sustentaria como, para usar uma expressão da época e ainda atual,

o “ópio do povo”. Afinal, a festa acaba e todo mundo tem que trabalhar

no dia seguinte. Não obstante, a inédita conquista da Copa do Mundo

de 1958 acabou por servir de tempero para um prato muito maior. O fato

é que no grande “teatro” nacional outros atores sem chuteiras se apresentavam

para a satisfação do público. Um desses principais intérpretes

era o otimismo que soprava um ar de recomeço ou mesmo de começo.

Depois das incertezas e grandes tensões do governo Getúlio Vargas,

que culminaram com o seu suicídio em 1954, o país vivia a normalidade

na arena política. O momento anterior não tinha deixado um cenário

total de terra arrasada, mas certamente não era nada confortável, pontuado

de incertezas. Passados tornados e furacões, era hora de acreditar,

pensar adiante, tocar grandes empreendimentos. Botar óleo na

máquina do progresso, num país que, já havia alguns anos, caminhava

rapidamente para deixar de ser essencialmente agrícola. Esse é um dos

pontos que reforçaram a necessidade de grandes obras nunca vistas no

Brasil, como a construção da gigante Usina de Furnas, para suprir a acelerada

demanda, atual e futura a curtíssimo prazo, de energia elétrica.

Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça

Na segunda metade da década de 1950, além da criação e projetos de

outras grandes siderúrgicas, chegavam ao país as primeiras fábricas de

automóveis e a indústria no geral apontava para um horizonte de crescimento

contínuo. O Plano de Metas lançado pelo governo JK seguia seu

slogan “50 anos em 5”. Metas que abrangiam seis grandes grupos: energia,

transportes, agricultura e pecuária, educação, indústria de base e a

construção de Brasília. Em alguns casos, era urgente uma modernização

ou criação de infraestruturas de energia, comunicação e transportes, para

atingir o desenvolvimento econômico. Fora das canchas e dos chãos de

fábrica, o Cinema Novo mostrava uma forma diferente e ousada de fazer

a sétima arte; na música, a bossa-nova surgia como estilo musical de

vanguarda e se tornaria mundial. Aliás, uma frase famosa, que representava

a máxima do Cinema Novo, espelhava esse panorama nacional. O

Brasil, na época, tinha “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.”

A ousadia desafiadora de construir uma das maiores hidrelétricas do

mundo, quebrando paradigmas (entre eles, arquétipos de governança),

é produto desse momento muito bacana da história do Brasil, apelidado

de anos dourados. Furnas foi então construída surfando embalada na

onda de crescimento. Em poucos anos, inaugurada a usina, a empresa

deixou o surfe e passou a ser a onda, característica que nunca mais se

desgrudou de Furnas.

Nas palavras de Jorge Eduardo Teles de Azevedo, engenheiro mecânico,

gerente de Furnas e historiador “por puro prazer” da energia elétrica

no Brasil, se você olhar em retrospectiva, a Usina era sim

concebível, como foi, mas um desafio colossal, se levarmos em conta o

momento e a tecnologia disponível. Depois da criação da Companhia

Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Furnas representava mais uma

grande investida do governo federal no ramo de energia, então dominado

por empresas estrangeiras. “Para resumir, a usina era quase impensável,

algo muito, muito grande para a época”, diz Teles.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 19


One Year Earlier

Pelé, JK and other actors

In 1956, JK and Pelé gave a step further. On September 7 of that

year, the Minas Gerais citizen Edson Arantes do Nascimento,

from the city of Três Corações, scored his first official goal as a

soccer player, in a victory of Santos against Corinthians of Santo André,

in a friendly at São Paulo's region of ABC. It was the debut of the boy of

only 15 years old, a young man who was not yet called by the nickname

that would later gain the world: Pelé. That same day, another person

from Minas Gerais, this one from Diamantina, the President of the Republic

Juscelino Kubitschek (JK) participated of the celebrations and parade

of the Independence Day of Brazil, in the federal capital of that time,

Rio de Janeiro. It was his first year in the position and, even with a few

months, had already approved the construction of Brasilia, the new federal

capital, which that would be inaugurated on April 21, 1960, still unfinished.

Eleven years after the end of Second World War, the year of 1956

marked Pelé's football debut and JK's inauguration as President on 31

January.

In his cabinet at Palácio do Catete, JK kept - next to a book about seresta

(his musical passion) and a pennant of América Futebol Clube, from

Belo Horizonte - a voluminous study with the title “Furnas Hydroelectric

Power Plant Project”, which deserved his special attention, amid the reports

about the beginning of the construction work of Brasília, in the

Planalto Central. The study of the viability of a construction such as Furnas,

the largest power plant in the country (which included all the controversy

about its construction) did not last long on the shelves of the

presidential cabinet. In February 1957, JK signed the decree creating Central

Elétrica de Furnas, the company's first name, appointing the engineer

John Reginald Cotrim as president of the state-owned company. Mister

Cotrim was, by analogy, the veteran ''shirt 10'' of a talented team of

young engineers in the country.

JK entered for the history of Brazil and Pelé, as we all know, went

much further: he became the Athlete of the Century (title conferred

decades later). The politician and the player met a year later, in a festive

and remarkable moment for the national sport, the solemnity that the

Presidency of the Republic has prepared to welcome the Brazilian soccer

team, which had just won the first World Cup for the country, in Sweden,

in 1958. In the photos, between the president and athletes such as Garrincha,

Didi, Nilton Santos and Pelé, appeared the symbol of the conquest,

the Jules Rimet Cup. In a frenzy rarely felt by the population,

radios from all over Brazil started to play "The World Cup is ours", a song

that aroused a civic love and gave wings to a moment of affirmation of

the country.

The world cup is ours, with Brazilian there is no one who can, said

the famous marchinha in every place of the country. It was an evident

counterpoint to the expression "mutt complex" coined by writer and

playwright Nelson Rodrigues, in a reference to the surprising defeat of

Brazil to Uruguay at the 1950 World Cup in Maracanã. In the heart of

that Brazilian from 1958, when it comes about soccer, the “mutt complex”

was born, lived and buried in the recent past. Even if winning a

20 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Arquivo FURNAS

world soccer title is important for a country, it in itself would not hold

as, to use an expression of the era and still current, the "opium of the

people." However, the unprecedented achievement of the 1958 World

Cup eventually served as a spice for a much larger dish. The fact is that

in the great national “theater” other actors without soccer shoes performed

to the public's satisfaction. One of these main interpreters was

the optimism, with the appearance of a new era. After the uncertainties

and great tensions of the Getúlio Vargas administration, which culminated

in his suicide in 1954, the country was living a peace in the political

arena. The previous moment had not left a full set of scorched earth,

but punctuated by mistrust. Finally arrived the time to believe, think

ahead, advance big business, putting oil in the progress machine in a

country that had been moving for a few years now to stop being essentially

agricultural. This is one of the points that reinforced the need for

major constructions never seen before in Brazil, such as the giant Furnas

Power Plant, to supply the current and future short-term demand for

electric power.

A camera in hand and an idea in mind

In the second half of the 1950s, in addition to the creation and projects

of other large steel mills, the first automobile factories arrived in the

country and the industry generally indicated to a horizon of continuous

growth. The JK government's Goal Plan followed its slogan “50 years in

5”. The targets covered six major groups: energy, transport, agriculture

and livestock, education, basic industry and the construction of Brasilia.

In some cases, a modernization or creation of energy, communication

and transport infrastructures was urgent to achieve the economic development.

Outside the factory, the movement of Cinema Novo showed a

different and bold way of making the seventh art. In music, Bossa Nova

emerged as the vanguard musical style and became worldwide. In fact,

a famous phrase that represented the maxim of Cinema Novo reflected

this national panorama. Brazil at that time had "a camera in hand and

an idea in mind."

The boldness to build one of the largest hydroelectric power plants in

the world, breaking paradigms, is a product of this so interesting moment

in the history of Brazil, nicknamed as "golden years". Furnas was

built surfing in the growth wave. In a few years, when the power plant

was inaugurated, the company became the wave, an outstanding feature

of Furnas.

In the words of Jorge Eduardo Teles de Azevedo, mechanical engineer,

Furnas manager and historian “for pure pleasure” of electric power in

Brazil, looking back, "the power plant was conceivable, as it was, but a

colossal challenge, considering that time and the available technology.

After the creation of the Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

(Chesf), Furnas represented another huge federal government investment

in the energy sector, then dominated by foreign companies. To

summarize, the power plant was almost unthinkable, something so

much big for the time".

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 21


É desafio? Chama o Cotrim

Uma trajetória vitoriosa como a de Furnas só é possível,

entre outros fatores, pelo esforço contínuo de milhares de

funcionários. Anônimos ou não, são eles que fizeram e

fazem a diferença, o novo, ousado e vitorioso. E isso vem das raízes da

Companhia, quando do projeto e da execução das obras da Usina de

Furnas, um momento épico da energia elétrica brasileira que pontuou

a história, pelo gigantismo e desafios nunca vistos. E, claramente, pelos

resultados. A eletricidade no Brasil, que começou no fim do século 19,

pode ser dividida entre antes e depois da Usina de Furnas, uma obra

quase impensável para aquele fim da década de 1950. A primeira e mais

emblemática das hidrelétricas da empresa mudou o pensamento sobre

produção e distribuição de energia no Brasil e deu a arrancada para que

Furnas evoluísse e pensasse sempre à frente, considerada hoje um modelo

para outras empresas do ramo. A Usina de Furnas foi fundamental

para a expansão do setor elétrico brasileiro como um todo.

Nas raízes da empresa certamente também estão funcionários que

acreditaram naquele projeto (quase inacreditável) da pioneira Usina de

Furnas, quando esse ainda era esboçado no papel. Não por acaso, John

Reginald Cotrim foi um deles e, claro como a luz do sol, não poderia ser

diferente. Era um dos pais da empreitada, um visionário que comandou

as obras de construção. Primeiro presidente de Furnas, cargo que ocupou

por 17 anos (1957 a 1974), esse inglês e brasileiro, nascido em 1915, na cidade

de Manchester e criado no Brasil, foi o que hoje se chama de “o

cara”. Formado na Faculdade de Engenharia pela Escola Politécnica do

Rio de Janeiro (então capital federal), Cotrim (falecido em 1996) foi uma

das mais importantes figuras da história do setor elétrico brasileiro,

sendo considerado – muito além de construir a pioneira usina – o idealizador

de todo o Sistema FURNAS. Antes, forjou sua capacidade de trabalho

em empresas de energia elétrica como a Amforp e Caeeb e ajudou

a criar a Cemig (hoje Companhia Energética de Minas Gerais), de onde

saiu para encarar como protagonista o projeto da Usina de Furnas. Participou

ainda da construção de Itaipu, inaugurada em maio de 1984 como

a maior usina hidrelétrica do mundo (hoje a segunda) no Rio Paraná,

fronteira do Brasil com o Paraguai. Itaipu perdeu o título em 2012, com

a inauguração da Usina de Três Gargantas, no Rio Yang Tsé, na China.

Mister John Cotrim, em seu livro A História de Furnas – Das Origens

à Fundação da Empresa, narra lutas e vicissitudes para emplacar o projeto

da usina, bem como casos pitorescos e traça o panorama político e

social que envolveu a empreitada. Num dos trechos, ela conta como

sabia que tinha o melhor em mãos, mesmo antes da aprovação da obra.

Nas suas palavras “o projeto de Furnas era, sem dúvida, de todos os

então conhecidos, o que tanto por sua potência como por sua localização

melhor atendia a essa demanda. Não havia, realmente, nada estudado

que lhe fosse comparável. Além disso, o fato de estar concluída,

em nível de projeto básico, toda aquela fase técnica preparatória que

antecede a definição de um projeto, inclusive seu orçamento de custos,

22 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Arquivo FURNAS

Castelo Branco cumprimenta John Cotrim

na inauguração da Usina de Furnas.

Maio, 1965

representava um importante ganho de tempo, já que permitia passarse

imediatamente à fase seguinte, a do equacionamento do empreendimento

em termos políticos, econômicos e executivos.”

Diante da descrença quase geral de que um projeto daqueles poderia

ser executado, Cotrim descreve também, de modo divertido, como levou

um grupo de investidores para conhecer o local onde poderia ser construída

a usina, sendo que todos, em determinado momento e sem outra

solução, tiveram que entrar no mato e subir um morro íngreme. “A visão

daquele grupo de cavalheiros ilustres, alguns dos quais já meio velhuscos,

vestidos com roupas de escritório e calçando sapatos socais, escalando

e bufando encosta acima pelo meio do mato cheio de carrapichos

e pedregulhos, foi uma cena inesquecível, digna da imaginação de um

cineasta.” Cotrim conta o final feliz daquela excursão, naquele momento

desastrada, já no alto do morro, diante do Rio Grande e dos paredões

de rocha. “Aí, todos se convenceram de vez. Um desses personagens,

de cujo nome e cargo não me recordo mais, num magnífico e solene

gesto de cortesia, avançou para mim e estendeu-me a mão num espetacular

shake hands (aperto de mãos) à vista de todo mundo, como se

eu fosse o criador daquele cenário.”

Além de seu faro e espírito empreendedores, como demonstram

estes trechos e o testemunho de muitos, Cotrim também entrou para

história da Empresa como um administrador que tinha grande admiração

de seus comandados. Uma mensagem da Associação de Aposentados

de Furnas (Após Furnas) dá uma dimensão disso. “O Dr. Cotrim

imprimiu uma face humana às relações de trabalho. Fez de Furnas uma

das melhores empresas para se trabalhar neste país, muito antes disso

virar moda no meio empresarial.”

O engenheiro João Camilo Penna, outro presidente de Furnas

(1985/1989) e ministro da Indústria e Comércio no governo do presidente

João Batista de Oliveira Figueiredo (1979/1985), prestou homenagem

a John Cotrim num texto feito para a cerimônia de comemoração

dos 55 anos de Furnas, em 2012. Ele conta que o engenheiro Cotrim foi

seu primeiro chefe na Cemig, de março de 1951 a fins de 1955, e lhe ensinou

por palavras e exemplos, traçou metas, cobrou resultados. “Conheci

de perto o Dr. Cotrim”, diz Camilo Penna, “e detectei uma faceta

dominante em sua pessoa: ele era organicamente um engenheiro excelente,

e que excelência! E era um mestre na formação de engenheiros.

Permaneceu em Furnas até 1974, quando foi convocado para diretor técnico

de Itaipu, na sua fase de projeto e construção até 1985. Aí realizou

destacado trabalho, incumbido da construção da maior hidrelétrica do

mundo, inclusive revelando faceta diplomática no trato com os paraguaios.

Pelos seus germinais trabalhos na Caeeb, na Comissão do Vale

São Francisco, na Cemig, em Furnas e em Itaipu, além de criativos estudos

sobre energia, o Dr. John Reginald Cotrim, creio, fica na história

em seu tempo e além dele como maior engenheiro hidrelétrico brasileiro.”

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 23


Is it a challenge? Call Cotrim

A

successful trajectory such as Furnas's is only possible,

among other factors, through the continuous efforts of

thousands of employees. They made and make the difference,

aiming the new, bold and victorious. This comes from the

roots of the company, since the designing and the executing works of

the Furnas Power Plant, an epic moment of the Brazilian electric power

that punctuated the history, for the gigantism and challenges never

seen before. And clearly by the its results. The electricity in Brazil,

which began in the late 19th century, can be divided between before

and after the Furnas Power Plant, a construction almost unthinkable

for that end of the 1950s. The first and most emblematic hydroelectric

of the company changed the thinking about production and distribution

of energy in Brazil and boosted Furnas to evolve and always think

ahead, now considered it is a model for other companies in the field.

The Furnas Power Plant was instrumental in expanding the Brazilian

electricity sector as a whole.

At the roots of the company are certainly also employees who believed

in that (almost unbelievable) project of the pioneer Furnas

Power Plant, when it was still sketched on paper, John Reginald Cotrim

was one of them. He was one of the fathers of the project, a visionary

who led the construction works.. The first president of Furnas, a position

he held for 17 years (1957-1974), this English and Brazilian man,

born in 1915 in Manchester and raised in Brazil, is what is today called

"the guy". This term because Cotrim (deceased in 1996) was one of the

most important figures in the history of the Brazilian electric sector,

being the creator of the entire Furnas System. He was graduate at Faculty

of Engineering from the Polytechnic School of Rio de Janeiro (then

federal capital). Previously, he used his abilities in electricity companies

such as Amforp and Caeeb and helped create Cemig (now the Minas

Gerais Energy Company), where he left to face as protagonist the project

of the Furnas Power Plant. He also participated in the construction

of Itaipu, inaugurated in May 1984 as the largest hydroelectric plant

in the world (today the second) on the Paraná River, Brazil's border

with Paraguay. Itaipu lost its title in 2012 with the inauguration of the

Three Gorges Power Plant on the Yangtze River in China.

Mister John Cotrim, in his book The History of Furnas - From Origins

to the Company Foundation, narrates the struggles to the success of

the project of the power plant, as well as picturesque cases and describes

the political and social situation that involved the endeavor. In

one passage she tells how he knew she had the best at hand, even before

the work was approved. In his words “the Furnas project was undoubtedly,

considering its power and its location, the best to met the

demand. In addition, the completed at the basic project level all the

preparatory technical phase prior to the definition of a project, includ-

24 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Arquivo FURNAS

John Cotrim presents the FURNAS

Hydroelectric Power Plant project

at a conference at the construction

site of the enterprise. January, 1959

ing its cost budget, represented a significant time saver, as it allowed

it to proceed immediately to the next phase of the project, the phase

of equation of the endeavor in political, economic and executive terms.”

Faced with the almost general disbelief that such a project could

be carried out, Cotrim also describes, in a funny way, how he took a

group of investors to know where the power plant could be built and

all of them had to enter the bush and to climb a steep hill.“The sight

of that group of illustrious gentlemen, some of whom were already

half-aged, dressed in office clothes and wearing social shoes, climbing

and huffing uphill through the woods full of ticks and boulders, was

an unforgettable scene.” Cotrim tells of the happy ending of that tour,

disastrous until that moment, high on the hill, in front of Grande River

and the rock walls. “Then everyone was convinced. One of these characters,

whose name and office I no longer remember, in a magnificent

and solemn gesture of courtesy, stepped toward me and held out my

hand in a spectacular shake hands in plain sight, as if I were the creator

of that scenario.”

In addition to his entrepreneurial spirit, such as demonstrated in

these passages and the testimony of many demonstrate, Cotrim also

entered the history of the company as an administrator who had great

admiration for his employees. A message from the Furnas' Retireds

Association (after Furnas) gives a dimension of this. “Dr. Cotrim

demonstrated a lot of humanity on labor relations. He made Furnas

one of the best companies to work for in this country, long before it

became fashionable in business.”

The engineer João Camilo Penna, another president of Furnas

(1985/1989) and minister of Industry and Commerce in the government

of President João Batista de Oliveira Figueiredo (1979/1985), paid

tribute to John Cotrim in a text made for the commemoration ceremony

of the 55 years of Furnas in 2012. He says that engineer Cotrim

was his first boss at Cemig, from March 1951 to the end of 1955, and

taught him by words and examples, set goals, demanded results.

Camilo Penna says that he knew Dr. Cotrim closely and also , “I detected

a dominant facet in his person: he was an excellent engineer

organically, and what an excellence! He was a master in engineering

training. He remained in Furnas until 1974, when he was summoned

as technical director of Itaipu, in his design and construction phase

until 1985. There he performed an outstanding work, in charge of the

construction of the largest hydroelectric in the world, including revealing

diplomatic facet in dealing with Paraguayans. For his productive

works at Caeeb, the San Francisco Valley Commission, Cemig, Furnas,

and Itaipu, as well as energy studies, Dr. John Reginald Cotrim, I believe,

is inside the history in his time and is the greatest Brazilian hydroelectric

engineer. ”

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 25



Júlio Oliveira


O menino e o dique

Muito conhecida no mundo, uma antiga lenda holandesa

conta que um menino, Peter (ou Hans Brinker, a depender

da versão), salvou seu país de uma inundação das águas

do Mar do Norte, ao colocar o dedo num buraco de um dique que começava

a se romper. Jamilton Pereira dos Santos, mineiro de Capitólio, tem

também um dique que marcou sua infância e que segue com ele. Diferentemente

do garoto holandês que convivia com o dique, o menino brasileiro

viu o seu ser construído. Conhecido como o Dique de Capitólio,

trata-se de uma das obras mais importantes para a construção da Usina

de Furnas, em Minas Gerais, a pioneira da Empresa. Foi construído em

parte da Fazenda Engenho da Serra, de Antônio Jonas, seu pai, que era

uma liderança regional e trabalhava com agricultura e pecuária em larga

escala para os padrões da época. Esse dique brasileiro, determinante

para a obra da usina, também impediu que a cidade de Capitólio fosse

tomada pelas águas da represa que se formou. Uma sorte que não

acompanhou outras propriedades e comunidades, que foram totalmente

alagadas, depois de um processo de desapropriação.

Foi quase no fim de sua infância, aos 11 anos, em 1958, que Jamilton

presenciou o começo da obra que iria, em poucos anos, modificar uma

imensa região em absolutamente todos os aspectos. A construção do

lago e da Usina Hidrelétrica de Furnas, um marco na geração e distribuição

de energia elétrica no Brasil, transformou a vida de milhares de pessoas

no Sul de Minas Gerais. A obra, gigantesca, marcou um ponto entre

o antes e o depois de algumas gerações que viram e, principalmente,

sentiram, o sertão virar mar. O Mar Doce de Minas Gerais. “Já a construção

do Dique, em qualquer que fosse o local, era fundamental para garantir

que o reservatório armazenasse a quantidade de água que

armazena hoje”, lembra Jamilton.

Hoje engenheiro agrônomo, professor universitário e PhD, aposentado

como pesquisador da Embrapa, e advogado (com ênfase em meio ambiente),

ele conta as lembranças do começo da obra do dique, próxima

de sua casa na fazenda da família. “Capitólio era uma pequena cidade,

entre três e quatro mil habitantes, com economia calcada na criação de

gado e agricultura – o que de certa forma se mantém atualmente, junto

com o turismo que veio no começo da década de 1990. Na época da construção,

era tudo muito simples, com a presença forte de vários elementos

culturais folclóricos, como a dança de quadrilha.” Ele lembra que a

ligação comercial mais intensa era com Ribeirão Preto, cidade polo no

interior do vizinho estado de São Paulo. “A capital de Minas Gerais, Belo

Horizonte, além de mais longe, era ligada a Capitólio por estrada de terra,

sendo que o caminho para Ribeirão Preto era quase todo asfaltado” contou.

Pois bem, foi esse cenário que centenas de funcionários da Construtora

Mendes Júnior – que tocou as obras, encontraram para encarar a

Arquivo pessoal - Jamilton

Jamilton Pereira dos Santos

28 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

tarefa de fazer o Dique de Capitólio e a usina.

Construído a partir de 1958, o dique tem a função de represar as águas

do Rio Grande, evitando que corram para o Rio São Francisco e, com isso,

fazer com que a Usina de Furnas funcione gerando energia elétrica. A

obra do dique, que consumiu quase dois anos, também levou à transposição

do Rio Piumhi, que teve seu leito desviado. Ele, que corria para

a Bacia do Paraná (Sul do Brasil), passou a correr para o Nordeste brasileiro,

dessa vez embalado pelas águas do Rio São Francisco, onde passou

a desaguar. O período de execução das obras de transposição das águas

do Rio Piumhi – que tem sua cabeceira localizada na Serra da Confusão,

divisa entre os municípios de Vargem Bonita e Piumhi – para o São Francisco,

foi o mesmo da construção da Hidrelétrica de Fumas, de 1959 a

1963. Estudos feitos por pesquisadores da Universidade Federal de São

Carlos mostram que, aproveitando a topografia da região de pantanal –

por onde corria o leito do Rio Piumhi, lagoas marginais e 22 afluentes –

, foi efetuado um sistema de drenagem, com a construção de 18 quilômetros

de canais, alterando o curso do Rio Piumhi, desviando as suas

águas e as do pântano para o córrego Água Limpa, que deságua no Ribeirão

Sujo, um dos afluentes da margem direita do Rio São Francisco.

Jamilton lembra que, antes das obras, Capitólio já tinha fama de terra

de moças bonitas e vivia um descompasso, comum às pequenas cidades

da época. Com a quase inevitável saída de rapazes em busca de emprego

e estudos em grandes centros, muitas das moças de então não alcançavam

o sonhado casamento. Com a chegada de centenas de funcionários para a

construção do dique, instalados a cerca de quatro quilômetros da cidade, a

balança parou de pender para somente um lado. Como é comum em obras

de grande envergadura, trabalhadores de várias partes do Brasil e estrangeiros

chegaram a Capitólio. “As festas e os encontros se multiplicaram e

resultaram em casamentos, alguns que duraram para sempre”, recorda.

E conta outro fato pitoresco, um choque de cultura: havia um funcionário

espanhol que gostava de cozinhar e de preparar salada de pepino

com leite, pepino com manga, manga com banana e outras coisas

que eram maluquices para nós. Os adultos diziam que tais misturas faziam

mal à saúde e nós, a criançada, achávamos que o tal espanhol iria

morrer de uma hora para outra, o que não aconteceu. No tocante ao turismo

atual, que leva milhares de pessoas ao Lago de Furnas e região,

Jamilton observa que ele despontou de forma mais profissional, a partir

do começo da década de 1990, com a chegada paulatina de grandes hotéis,

resorts, pousadas, hotéis-fazenda, agências e serviços de receptivo

com maior estrutura. Além do despertar das autoridades para a atividade

que atualmente ajuda a mover a economia local, no esteio de um

lago que banha 34 municípios de Minas Gerais. O dique também se

transformou numa atração turística por ser um divisor das águas das

bacias do Paraná e do Prata e da Bacia do Rio São Francisco. E a fazenda

Engenho da Serra, onde Jamilton cresceu, se transformou num complexo

turístico, um Ecoresort.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 29


The boy and the dike

Avery well-known old Dutch tale tells us that a boy, Peter (or

Hans Brinker, depending on the version), saved his country

from a flood by blocking a leak with his finger on a breaking

North Sea dike. Jamilton Pereira dos Santos, from Capitólio (MG), also

had a dike that marked his childhood and still impacts his life. Unlike the

Dutch boy that lived near the dike, the Brazilian boy saw his one be built.

Known as Capitólio’s Dike, it is one of the first and most important works

on the construction of Furnas Power Plant, in Minas Gerais. It was built

on Engenho da Serra farm, property of Antônio Jonas, Jamilton’s father,

who was a regional leader and worked in agriculture and livestock on a

large scale. This Brazilian dike, crucial for the operations of the plant, also

prevented the city of Capitólio from being taken by the waters of the

formed reservoir, what happened with other properties and communities

in the area, which were totally flooded after an expropriation process.

In 1958, almost at the end of his childhood, at age 11, Jamilton witnessed

the beginning of a project that would modify an immense region

in absolutely all aspects. The construction of the Furnas Reservoir and

Hydroelectric Power Plant, a milestone for the generation and distribution

of electric power in Brazil, transformed the lives of thousands of people

in the south of Minas Gerais state. This huge works marked the life of

generations that saw, and mainly felt the Brazilian backwoods turning

into sea, the freshwater sea of Minas Gerais. “The construction of the

dike, in whatever place was fundamental for ensuring the reservoir’s capacity

of storing the amount of water it has today”, recalls Jamilton.

Today an agronomist engineer, university professor and PhD, retired as

an Embrapa researcher, and lawyer (with emphasis on environmental issues),

Jamilton tells his memories about the beginning of the construction

of the dike, located near his house on the family’s farm. “Capitólio was a

small city, with approximately three to four thousand inhabitants, and

an economy based on agriculture and livestock, which in a certain way

still remains, alongside the tourism wave that started in the 1990s. During

the construction, everything was very simple, with a strong presence of

various folk cultural elements, such as ‘Quadrilha’ dance.” He points out

that the most intense commercial connections were with the city of

Ribeirão Preto, a regional hub in the neighbor state of São Paulo. “The

Minas Gerais’ state capital, Belo Horizonte, beyond being far more distant,

was connected with Capitólio by a dirt road, on the other hand the road

to Ribeirão Preto was already paved in almost all of the way”, he said. This

was the scenario found by the hundreds of Mendes Júnior Construction

Company employees, whom carried out the works at the Capitólio dike

and power plant site.

Arquivo pessoal - Jamilton

Jamilton Pereira dos Santos

30 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

With its construction starting in 1958, the dike holds the waters of

Grande River, preventing its flow towards São Francisco River, and making

the Furnas Power Plant generates electric power. The dike construction,

which took almost two years of work, also led to the transposition of the

Piumhi River, which had its riverbed diverted. It used to run towards the

Paraná Basin (Brazil’s south region), and now its flow runs to Brazil’s

northeast region, joining the waters of the São Francisco River. The execution

period of the works at the transposition of the Piumhi River onto

the São Francisco River was the same as the construction of the Furnas

Hydroelectric Plant, from 1959 to 1963. The Piumhi River has its headwaters

located in the Confusão Ridge, at the border between the municipalities

of Vargem Bonita and Piumhi. Studies led by researchers at the

Federal University of São Carlos found that, taking advantage of the topography

of the wetlands region – where were the riverbed of Piumhi River,

marginal ponds and 22 affluents – a drainage system was implemented

with a structure of 18 kilometers of canals, modifying the course of the

river by diverting its waters and the waters of wetlands to the Água Limpa

Stream, which flows into the Sujo River, one of the affluents at the right

margin of São Francisco.

Jamilton recalls that before the construction took place, Capitólio was

famous for being a land of beautiful ladies and most of them did not get

married, due to the fact of the young men that had to leave the region

searching for jobs or education at bigger cities. With the arrival of Hundreds

of men for the dike construction, which settled at about four kilometers

of the city, this scenario began to change. As it is common for large-scale

projects, workers from various parts of Brazil and foreigners came to

Capitólio. “The parties and meetings multiplied and resulted in marriages,

some of them lasting forever, changing the life of this women”, he said.

He tells another curious fact, a culture shock: there was a Spanish employee

that liked to cook dishes of cucumber with milk, cucumber with

mangoes, mangoes with bananas and other things that looked too crazy

for Brazilians. The adults used to say these mixtures were bad for our

health and the children thought that Spanish man would die at any moment,

which didn’t happen. As for the current tourism, which attracts

thousands of people to the Furnas Reservoir region, Jamilton notes that

it emerged more professionally around the beginning of the 1990s, with

the gradual arrival of large hotels, resorts, inns and tourist agencies with

a better structure.

Besides awakening the authorities for the activity that currently helps

to move the local economy, in the mainstay of a lake that bathes 34 municipalities

of Minas Gerais, the dike has become a tourist attraction because

it is a watershed for the basins of the Paraná River and Prata River

and the São Francisco River Basin. The Engenho da Serra farm, where

Jamilton was raised, also became a tourist complex, an Eco Resort.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 31



Júlio Oliveira


Linha do Tempo

Como nasceu a gigante Furnas

1954 1956 1958

Francisco Noronha e Anton Rydland, engenheiros

da Cemig (atual Companhia

Energética de Minas Gerais) “descobrem”

o lugar propício para o projeto de

construção de uma grande hidrelétrica:

duas muralhas laterais de mais de 100

metros de altura, no Rio Grande, na região

de Capitólio (MG). Eles fotografam

a região e levam a ideia para o diretor

técnico da Cemig John Reginald Cotrim.

Em janeiro, Juscelino Kubitschek (JK)

toma posse na Presidência da República.

Em maio, o presidente do Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico

(BNDE), engenheiro Lucas Lopes, define

as características básicas do projeto de

Furnas, justificando sua inclusão como

obra prioritária do Plano de Metas do governo

JK.

A empresa obtém os primeiros financiamentos

e inicia as obras de barragens e

túneis de desvio da usina. Começa a

construção de linhas de transmissão (LT)

e outras frentes de trabalho seguem em

plena atividade.

1955 1957 1959

A Cemig dá os primeiros passos para elaborar

um projeto de construção. John Cotrim,

de posse de laudos e estudos, se

mostra um entusiasta da construção da

Usina de Furnas e defende a ideia em

palestras e encontros com vários setores

da sociedade.

No dia 28 de fevereiro de 1957, o presidente

JK assina o documento de criação

da Central Elétrica de Furnas. A missão

da recém-nascida empresa é construir a

Hidrelétrica de Furnas para evitar o colapso

energético da Região Centro-Sul

do Brasil. Toma posse o primeiro presidente

de Furnas, o engenheiro John Reginald

Cotrim, egresso da Cemig, onde

era vice-presidente.

Dá impulso às suas obras civis e inicia

os trabalhos relativos à LT Furnas-São

Paulo. Seguem as obras de

desvio do Rio Grande, através de

dois túneis de derivação. No segundo

semestre, inicia a construção

da LT Furnas-Belo Horizonte, de

345 kV.

34 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


(*) Na década de 1970, mais duas turbinas foram

instaladas na Usina de Furnas, totalizando uma

potência de 1.216 megawatts (MW).

1960 1962 1964

Em março, o Rio Grande é desviado de

seu leito natural para a construção da

barragem de Furnas. Finalizavam-se os

serviços de escavação, tratamento e revestimento

dos túneis do Rio Grande. Finaliza

a LT Furnas-Belo Horizonte, a de

mais alta tensão do Hemisfério Sul.

As comportas dos túneis de desvio no

Rio Grande são fechadas. Finalizadas as

construções da casa de força e da barragem

da Usina de Furnas.

Terminam as linhas de transmissão Guarulhos-São

José dos Campos, Guarulhos-

Anhangüera e a construção do 2º circuito

do trecho Furnas-Poços de Caldas. São

instaladas mais três unidades geradoras

em Furnas.

1961 1963 1965

Início do enchimento do reservatório da

Usina Hidrelétrica de Furnas. As construções

da subestação Poços de Caldas e da

Linha de Transmissão Furnas-São Paulo

seguem em curso.

Entrada em operação de duas unidades

geradoras (turbinas) da Usina de Furnas.

O projeto original prevê a instalação de

um total de seis turbinas.

A sexta e última turbina*, cumprindo

o projeto original, começa a produzir

energia em 1965. No dia 12 de maio,

o presidente da República, marechal

Castelo Branco, inaugura a Usina de

Furnas e as obras da Usina de Estreito

são oficialmente iniciadas.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 35


Timeline

The way the giant Furnas was born

1954 1956 1958

Francisco Noronha and Anton Rydland,

engineers at Cemig find the right place

for the project to build a large hydroelectric

power plant: two side large walls

with more than 100 meters high in

Grande River, in the region of Capitólio

(MG). They photograph the region and

bring the idea to Cemig's technical director,

John Reginald Cotrim.

In January, Juscelino Kubitschek (JK)

takes office as President of the Republic.

In May, the president of the National

Bank for Economic Development

(BNDE), the engineer Lucas Lopes, defines

the basic characteristics of the Furnas'

project, justifying its inclusion as

one of the priority constructions of the

JK government's Goals Plan.

The company obtains the first financings

and starts the constructions of the

dams and diversion tunnels of the power

plant. The construction of transmission

lines (LT) begins and other work fronts

are still in full swing.

1955 1957 1959

Cemig takes the first steps to formulate

the construction project. John Cotrim

seeing reports and studies, turns into an

enthusiastic about the construction of

Furnas Power Plant and defends the

idea in lectures and meetings with many

sectors of society.

On February 28, 1957, President JK signs

the document of creation of Central Elétrica

de Furnas. The mission of the newborn

company is to build the Furnas

Hydroelectric Power Plant to prevent the

collapse of energy in the Center-South

region of Brazil. Furnas' first president,

the engineer John Reginald Cotrim, was

the Cemig’s vice president.

The company boost its civil constructions

and starts the works of

the Furnas-São Paulo Transmission

Line. It continues the diversion

constructions of Grande River,

through two diversion tunnels. In

the second semester, it starts the

construction of the 345 kV Furnas-

Belo Horizonte Transmission Line.

36 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


(*) In the 1970s, two more turbines are installed at

the Furnas Power Plant, totaling a power of 1,216

megawatts (MW).

1960 1962 1964

In March, the Grande River is diverted

from its natural bed to the construction

of the Furnas dam. The excavation,

treatment and coating services of the

Grande River tunnels are completed. Is

also completed the Furnas-Belo Horizonte

Transmission Line, with the highest

voltage in the Southern

Hemisphere.

The floodgates of the diversion tunnels

in Grande River are closed. The constructions

of the power house and the dam of

the Furnas power plant are completed.

The Guarulhos-São José dos Campos,

Guarulhos-Anhangüera transmission

lines and the construction of the 2nd circuit

of the Furnas-Poços de Caldas section

are completed. Three more turbines

are installed in Furnas.

1961 1963 1965

The filling of the reservoir of the Furnas

Hydroelectric Power Plant is started. The

constructions of the Poços de Caldas

substation and the Furnas-São Paulo

Transmission Line are ongoing.

Start-up of two turbines at Furnas

Power Plant. The original project foresees

the installation of a total of six turbines.

The sixth and last turbine*, fulfilling

the original project, starts producing

energy. On May 12, the President of

the Republic, Marshal Castelo

Branco, inaugurates the Furnas

Power Plant and the construction of

the Estreito Power Plant is officially

started.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 37


38 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

FURNAS também tem mar

Considerado, sem favores, o "Mar de Minas" ou em sua variação

o “Mar Doce de Minas”, o lago de Furnas é o maior de

Minas Gerais e figura como um dos maiores lagos artificiais

do mundo. Criado no começo da década de 1960, como parte da inovadora

Usina Hidrelétrica de Furnas, esse mundo de água cobre uma superfície

de incríveis 1.406,26 km², alimentado por rios e milhares de

nascentes. Em seu entorno, 34 municípios do estado dividem paisagens,

cânions, morros, cachoeiras, praias, pousadas, recantos rurais,

projetos de piscicultura e um arsenal de boas surpresas. Como forma

de ajudar no deslocamento de moradores e consequentemente turistas,

Furnas mantém, há quase 60 anos, balsas que cruzam as águas do lago

dia e noite e ligam dezenas de localidades. Para quem convive com o

lago, as balsas são de vital importância em suas vidas. Além do serviço

de transporte de automóveis e passageiros a pé, as balsas contribuem

para o escoamento da produção regional levando caminhões e máquinas,

impulsionam o comércio e transportam, entre milhares de outros,

alunos, professores e profissionais de saúde. As balsas são gratuitas

para pessoas a pé, sendo taxados apenas veículos.

O gigante Lago de Furnas é receita certa para relaxamento e êxtase

numa região hospitaleira, com boa infraestrutura, que se coloca como

uma das grandes pedidas turísticas de Minas Gerais. Trilhas ecológicas,

a profusão de animais silvestres, esportes e passeios náuticos, pesca e

a boa comida mineira completam o pacote de atrações, que vem ao lado

de boa oferta hoteleira, receptivos e serviços públicos destinados ao turismo.

Outra atividade econômica importante ligada diretamente ao

lago é a piscicultura, a criação de peixes, principalmente a tilápia, feita

em tanques-rede imersos no lago por pequenos (a maioria) e grandes

produtores, que emprega milhares de pessoas.

Parceira de Furnas, a Associação dos Municípios do Lago de Furnas

(ALAGO) é uma entidade nascida da consciência do potencial turístico

e econômico do Lago de Furnas, uma iniciativa direcionada para a sustentabilidade

econômica e a preservação ambiental dos municípios banhados

pelo lago. A ALAGO tem em seu radar o planejamento do

desenvolvimento regional e a coordenação de ações conjuntas de seus

associados: 39 municípios no entorno do Lago de Furnas, sendo que alguns

não são banhados por suas águas. O alvo é apresentar os encantos

turísticos, descobrir e criar trilhas e roteiros, orientar empreendimentos

e preservar os recursos naturais, sem os quais não haveria tanta beleza

a ser oferecida. A missão, que tem se revelado vitoriosa, é fazer do Lago

de Furnas um dos melhores circuitos turísticos do Brasil. No site

alago.org.br estão dicas de turismo, atrações e história de cada um dos

municípios.

O circuito abriga, por exemplo, a cidade de Capitólio, com o condomínio

Escarpas do Lago, que tem a maior base náutica de Minas Gerais.

Entre dezenas de outras, podem ser citadas São João Batista do Glória,

conhecida como a cidade das cachoeiras ou a pequena e atrativa Guapé,

com suas serras e cânions. Também Carmo do Rio Claro, onde a tecelagem

artesanal é internacionalmente conhecida por seus excelentes produtos.

Fazem parte da ALAGO as cidades de Aguanil, Alfenas,

Alpinópolis, Alterosa, Areado, Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho,

Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio,

Carmo do Rio Claro, Coqueiral, Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes,

Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea, Itapecerica, Juruaia, Lavras, Machado,

Monte Belo, Muzambinho, Nepomuceno, Paraguaçu, Perdões, Pimenta,

Ribeirão Vermelho, São João Batista do Glória, São José da Barra, Serrania,

Três Pontas e Varginha.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 39


40 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

FURNAS also has sea

Considered as the "Sea of Minas" or in its variation the "Sweet

Sea of Minas", the lake of Furnas is the largest in Minas Gerais

and figures as one of the largest artificial lakes in the world. Created

in the early 1960s, as part of the innovative Furnas Hydroelectric Power

Plant, this "world" of water covers an area of incredible 1,406.26 km², fed

by rivers and thousands of springs. In its surroundings, 34 cities in the state

share landscapes, canyons, hills, waterfalls, beaches, inns, rural nooks, fish

farming projects and an arsenal of great surprises. As a way of helping the

displacement of residents and, consequently, tourists, Furnas has maintained,

for almost 60 years, ferries that cross the waters of the lake day and

night and connect dozens of locations. For those living around the lake, ferries

are vitally important in their lives. In addition to the transportation service

for cars and passengers on foot, the ferries contribute to the outflow of

regional production by taking trucks and machines, boosting trade and

transporting, among thousands of others, students, teachers and health

professionals. The ferries are free for people on foot, only vehicles are taxed.

The giant Furnas Lake is a recipe for relaxation and ecstasy in a hospitable

region, with good infrastructure, which stands as one of the great

tourist attractions of Minas Gerais. The attractions include ecological

trails, the abundance of wild animals, sports and nautical tours, fishing

and delicious food from Minas' cooking, which comes along with good

hotel offer and public services for tourism. Another important economic

activity directly linked to the lake is fish farming, especially tilapia, made

in net-ponds immersed in the lake by small (the most) and large producers,

which employs thousands of people.

A Furnas’ partner, the Furnas Lake Municipalities Association (ALAGO)

is an entity born of awareness of the tourist and economic potential of Furnas

Lake, an initiative aimed at the economic sustainability and environmental

preservation of the municipalities bordering the lake. ALAGO seeks

the planning of regional development and the coordination of joint actions

of its associates: 39 municipalities around Furnas Lake, some of which are

not bathed by its waters. The aim is to present the tourist charms, discover

and create trails and itineraries, guide enterprises and preserve the natural

resources, without which there would not be so much beauty to offer. The

mission, which has been victorious, is to make Furnas Lake one of the best

tourist circuits in Brazil. On the site alago.org.br are found tips of tourism,

attractions and history of each of the municipalities.

The circuit includes, for example, the city of Capitólio, with the Escarpas

do Lago condominium, which has the largest freshwater nautical base in

Minas Gerais. Among dozens of others, we can mention São João Batista

do Glória, known as the city of waterfalls or the attractive and little Guapé,

with its mountains and canyons. Also Carmo do Rio Claro, where handicraft

weaving is internationally known for its excellent products. ALAGO is

composed by the cities of Aguanil, Alfenas, Alpinópolis, Alterosa, Areado,

Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho, Campo Belo, Campo do Meio, Campos

Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Coqueiral,

Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes, Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea,

Itapecerica, Juruaia, Lavras, Machado, Monte Belo, Muzambinho, Nepomuceno,

Paraguaçu, Perdões, Pimenta, Ribeirão Vermelho, São João

Batista do Glória, São José da Barra, Serrania, Três Pontas and Varginha.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 41



Júlio Oliveira


Júlio Oliveira

Visite a pioneira usina do sistema

AUsina de Furnas fica a 40 quilômetros de Capitólio (MG),

cidade que é um dos polos de entretenimento do grande

lago, com ampla oferta de passeios náuticos, trilhas, paisagens

fantásticas, cânions ou a simples contemplação – que certamente

é uma das extensões do lazer. A usina, por sua vez, é também

uma boa atração turística, onde concreto, equipamentos e o lago formam

um quadro curiosamente harmônico. Cidade e hidrelétrica são ligadas

pela rodovia MG-050, um percurso pontilhado de visões da

imensidão do lago, com a água em variados tons verdes e azuis. Na visita

à usina, quem for um pouco mais curioso será brindado com a descoberta

da Vila de Furnas (também chamada de bairro ou distrito),

distante três quilômetros, criada para abrigar funcionários e famílias

durante as obras de construção.

No caso da hidrelétrica, ela só pode ser visitada por fora, mas há muito

para se ver: barragem, turbinas, vertedouro, torres de transmissão, lago

e o Rio Grande entre outros. A parte interna, a operacional, somente é

franqueada para grupos de estudantes (crianças ou não) em excursões

agendadas e guiadas. Para melhor visão da parte externa da usina, a

empresa mantém quatro mirantes em pontos estratégicos, dois acima

da barragem e dois abaixo. Os locais, que podem ser acessados pelo público,

sem restrições ou pagamento de taxa, oferecem estacionamentos,

que ajudam a mobilidade do visitante e, claro, visuais que apontam a

grandeza de uma obra desse porte. Se pensarmos que sua construção

foi há 60 anos, com um aparato tecnológico infinitamente menor que o

atual, tudo ganha uma magnitude fora do normal e nos remete a uma

proeza épica. A usina é acessada pela parte de cima e, para descer para

os mirantes inferiores, os automóveis – somente veículos leves, passam

por uma via estreita na crista da barragem, com o Rio Grande ao fundo.

A vila, a pouco mais de três quilômetros da barragem, se mantém

de pé e com vida, em meio a ruas e avenidas largas e bem-cuidadas e

casas amplas com jardins, que foram vendidas para funcionários, exfuncionários

e particulares, depois da conclusão da obra. A notável

calma do ambiente contrasta com a origem da própria vila, erguida num

momento de obras em ritmo frenético. À beira do Rio Grande, o local

também abriga outros setores da usina, que prestam serviço para o Sistema

Furnas em todo o Brasil, como centro técnico e de treinamento,

estação de piscicultura, horto florestal e outros. O distrito de Furnas

pertence ao município de São José da Barra, localizado a seis quilômetros,

com uma população de 7,5 mil habitantes. A vila tem espaço cultural

(Cine Furnas) para diversas manifestações artísticas, igreja,

pequenos comércios, um clube de lazer bem-estruturado e a Casa de

Visitas, construída para abrigar convidados ilustres e dirigentes de Furnas.

Em fins de semana e feriados a população da vila cresce de forma

considerável, já que parte de seus habitantes moram em outras cidades

e usam o local mais como forma de lazer.

O comerciante e hoteleiro Hélio Teodoro de Oliveira, 67 anos, mantém

na vila o Hotel e Restaurante Chão Nativo desde 1991, ano em que ganhou

uma licitação para explorar o local, antigo meio de hospedagem da

empresa. Natural de Passos, cidade de porte médio da região, Hélio trabalhou

na roça até os 17 anos, no comércio e depois na Usina de Furnas,

que considera como “uma grande empresa que mudou sua vida”, oferecendo

oportunidades de progressão funcional. Zeloso com a natureza,

que considera essencial para a vida, seu Hélio cuida de vários pássaros

soltos, colocando frutas e outros alimentos para os bichos, que sempre

dão o ar de suas múltiplas graças. A tilápia fresca – pescada no vizinho

Rio Grande – com requeijão é o carro-chefe de sua cozinha. Ele conta que

a Vila de Furnas tem, entre população flutuante e fixa, cerca de 1,5 mil

habitantes e define: “Aqui é paz e tranquilidade que não tem igual.”

44 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

Visit the pioneer power plant of the system

The Furnas Power Plant is 40 kilometers from Capitolio (MG),

a city that is one of the great lake's entertainment poles, offering

a wide range of water rides, trails, fantastic landscapes,

canyons or the simple contemplation - which is certainly one

extension of leisure. The power plant is also a considerable tourist attraction,

where the concrete, the equipments and the lake form a curiously

harmonious picture. The city and the hydroelectric are connected

by the MG-050 highway, a route dotted with views of the lake's immensity,

with water in varying green and blue tones. During the visit to

the power plant, the more curious will be rewarded with the discovery

of Furnas Village (also called a neighborhood or district), three kilometers

away, created to house employees and families during the works.

The hydroelectric can only be visited from the outside, but there is

much to see: the dam, the turbines, the spillway, the transmission towers,

the lake and the Grande River, among others. In the internal part,

the operational one, the visit is only authorized for student groups (children

or not) on scheduled and guided tours. For a better view of the outside

of the power plant, the company maintains four observatories at

strategic points, two above the dam and two below it. The places, which

can be accessed by the public, without restrictions or fee, offer parking

lots that help the visitor mobility and, of course, visuals that point out

the grandeur of a work of this size. Considering that its construction was

60 years ago, with a technological apparatus infinitely smaller than

today, everything gains an unusual magnitude and brings us to an epic

prowess. The power plant is accessed from the top part and, to descend

to the lower observatories, the cars - only light vehicles, pass a narrow

lane at the crest of the dam, with the Grande River in the background.

The village, just over two miles from the dam, stays alive, with amid

wide, well-kept streets and avenues and large houses with beautiful gardens

that were sold to employees, former employees and private individuals,

then of the completion of the works. The notable calm of the

ambience contrasts with the origin of the village itself, erected in a moment

of works at a frenetic pace. On the edge of Grande River, the site

also houses other sectors of the power plant, which provide services to

the Furnas System throughout Brazil, such as the technical and training

center, the fish farming station, the forest garden and others. The Furnas

district belongs to the city of São José da Barra, located at six kilometers,

with a population of 7.5 thousand inhabitants. The village has a cultural

space (Cine Furnas) for various artistic events, church, small shops, a wellstructured

leisure club and the House of Visits, built to house distinguished

guests and leaders of Furnas. On weekends and holidays the

population of the village grows considerably, since part of its inhabitants

live in other cities and use the place more as a form of leisure.

The merchant and hotelier Hélio Teodoro de Oliveira, 67, has in the village

the Chão Nativo Hotel and Restaurant since 1991, when he won a

bid to explore the place, the company's former means of lodging. Native

of Passos, a medium-sized city in the region, Hélio worked in the countryside

until he was 17, in commerce and later at Furnas Power Plant,

which he considers to be “a big company that has changed his life”, offering

opportunities of functional progression. Careful with nature, which

he considers essential for life, Mr. Hélio takes care of several loose birds,

putting fruits and other food for the animals, which always give the air

of their multiple graces. The fresh tilapia - caught in neighboring Grande

River - with curd is the flagship of his kitchen. He says that Furnas Village

has, among floating and fixed population, about 1,500 inhabitants

and defines: “Here there is peace and tranquility that has no similar”.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 45


A pioneira do sistema

AUsina de Furnas, em Minas Gerais, produz 1.216 MW e é a

mais icônica das 21 hidrelétricas da empresa, por ter sido a

primeira construída e por carregar o nome do Sistema FUR-

NAS. A barragem está localizada no curso médio do rio Grande, no trecho

denominado Corredeiras das Furnas, entre os municípios de São José da

Barra e São João Batista do Glória, no Sul do Estado. A Usina de Furnas

faz parte do parque gerador da empresa, que conta com 21 usinas hidrelétricas,

sendo quatro próprias, seis sob administração especial, duas em

parceria com a iniciativa privada e nove em regime de participação em

Sociedades de Propósito Específico (SPEs). E também duas termelétricas

próprias. Estes empreendimentos somam mais de 18 mil MW de potência

instalada, dos quais Furnas detém cerca de 12 mil MW.

Na área da Usina de Furnas estão importantes áreas de serviço,

como a Estação de Hidrobiologia e Piscicultura (atualmente em fase de

reestruturação), que trabalha na criação de peixes para o repovoamento

planejado de reservatórios e na conservação da qualidade das águas represadas,

servindo a todas as usinas do Sistema Furnas.

Há também o Centro de Treinamento de Controle de Emergência.

Considerado de excelência, o centro ocupa uma área de 30.000 m², às

margens do rio Grande. Realiza treinamentos de combate a incêndio e

pânico e está capacitado para apoiar órgãos governamentais, como o

Corpo de Bombeiros, Batalhões Florestais e empresas do setor elétrico.

Este Centro ministra o curso Treinamento teórico e prático de vestimentas

especiais e máscaras autônomas de ar (16 horas). Também os cursos

Noções básicas de combate a incêndio e utilização de extintores (8

horas) e Formação de Brigadas de Incêndio (40 horas). Para entretenimento,

tem o Cine Furnas Cultural, que ocupa o antigo cinema da usina,

com capacidade para 320 pessoas e espetáculos gratuitos para as comunidades

do entorno da Usina de Furnas, com shows de música erudita

e popular, dança, além de teatro adulto e infantil. A barragem da

Usina Hidrelétrica de Furnas tem altura máxima de 127 metros, com um

volume total de 9.450.000 m³. O reservatório da usina tem a extensão

de 220 km, nível normal de operação de 768 m, área inundada de 1.440

km² e volume total de 22,95 bilhões de m³.

Há também o Centro Técnico de Ensaios e Medições, referência internacional

nesse segmento, como se vê a seguir.

46 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


evening_tao / Freepik

The system pioneer

The Furnas Power Plant, in Minas Gerais, produces 1,216 MW

and is the most famous of the company's 21 hydroelectric

power plants, as it was the first one built and have the name

of the FURNAS System. The dam is located in the middle course of the

Grande River, in the section called waterfalls of furnas, between the cities

of São José da Barra and São João Batista do Glória, in the south of the

state. The Furnas Power Plant is part of the company's generating park,

which has 21 hydroelectric power plants, four of the company's own, six

under special management, two in partnership with the private sector

and nine under participation in Special Purpose Entities (SPEs). And also

two thermal power plants. These projects total more than 18 thousand

MW of installed capacity, of which Furnas holds approximately 12 thousand

MW.

In the area of the Furnas Power Plant there are important service areas,

such as the Hydrobiology and Pisciculture Station (currently undergoing

restructuring), which works on the creation of fish for the planned restocking

of reservoirs and on the conservation of the quality of the dammed

waters, serving all the power plants in the Furnas System.

There is also the Emergency Control Training Center. Known by its excellence,

the center occupies an area of 30,000 m², on the banks of the

Grande River. It organizes fire and panic trainings and is able to support

government agencies, such as the Fire Department, Forest Battalions

and companies of the electricity sector. This Center teaches the course

Theoretical and practical training in special clothing and autonomous air

masks (16 hours). Also the courses: Basic notions of fire fighting and use

of extinguishers (8 hours) and Training of Fire Brigades (40 hours). For

entertainment, there is the Furnas Cultural Cine, which occupies the old

cinema of the power plant, with capacity for 320 people and free shows

for the communities of the around the Furnas Power Plant, with erudite

and popular music shows, dance, as well as adult and children’s theater.

The dam of the Furnas Hydroelectric Power Plant has a maximum

height of 127 meters, with a total volume of 9,450,000 m³. Its reservoir

has a length of 220 km, a normal operating level of 768 m, a flooded

area of 1,440 km² and a total volume of 22.95 billion m³.

It is worth to mention also the Technical Center for Tests and Measurements,

an international reference in this segment, as shown below.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 47


48 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Fotos: Júlio Oliveira


Gerência de Centro Técnico de Ensaios

e Suporte à Manutenção (GES.O)

AGerência de Centro Técnico de Ensaios e Suporte à Manutenção

(GES.O), órgão vinculado à Superintendência de Planejamento

e Engenharia da Manutenção (EM.O) de Furnas,

tem como principal atribuição assegurar o suporte técnico à engenharia

da empresa voltada às pesquisas e manutenções sistêmicas, provendo,

de forma decisiva, maior operacionalidade aos ativos de geração e

transmissão. O papel relevante e estratégico que a gerência desempenha

no contexto empresarial torna a sua ação fato determinante para

os negócios da empresa no contexto de geração, transmissão e comercialização

de energia elétrica. Desse modo, agrega valor e confiabilidade

ao Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), assegurando altos padrões operacionais

e de segurança a seus ativos, com consequente aumento de disponibilidade

sistêmica.

Estruturada de forma moderna e singular, a GES.O é composta de

laboratórios e oficinas especiais que interagem de forma complementar

e coordenada, possibilitando prontidão e resposta ágil às demandas

apresentadas por Furnas. A sua ordenação conta com um acervo de

equipamentos e instrumentos de última geração tecnológica, o que permite

a prestação de serviços com qualidade diferenciada, frente aos

ofertados no mercado nacional e internacional, viabilizando o pronto

atendimento não somente das demandas internas como também de

outras empresas, nos mais diversos setores produtivos. Somando-se a

isso, o seu corpo técnico altamente capacitado nas mais diferentes

áreas do conhecimento científico, e com grande experiência adquirida

ao longo dos anos de trabalho no campo, é notoriamente aceito como

importante núcleo de desenvolvimento de novas tecnologias para o

setor. Dentre algumas áreas de atuação podemos citar: instrumentação

e monitoramento de equipamentos; ensaios mecânicos e dimensionais;

termografia; ensaios de alta tensão (400 kV – 50/60 Hz); ensaios eletroeletrônicos

e eletromecânicos; ensaios físico-químicos; desenvolvimento

de projetos especiais; fabricação e reparos de peças e

dispositivos eletromecânicos; ensaios não destrutivos (END); certificação

de pessoas; modernização de usinas e subestações; comissionamento

e descomissionamentos de equipamentos como: turbinas,

geradores, equipamentos de manobra e controle, dentre várias outras

funções decorrentes.

Destaca-se, ainda, pela instalação, operação e manutenção do Sistema

de Medição de Energia para Faturamento (SMF) de Furnas, onde

é computado em tempo real, em coordenação com a Câmara de Comercialização

de Energia Elétrica (CCEE), o montante de geração líquida produzida

por toda a empresa.

Outra importante atuação da gerência está voltada à guarda e operação

da Unidade Móvel para Atendimento de Emergências em Linhas

de Transmissão (UMELT), que, em coordenação com outros órgãos da

empresa, realiza a atividade de suporte nas manutenções periódicas,

como também no pronto restabelecimento das linhas de transmissão

eventualmente colapsadas por fenômenos naturais.

Promove estudos e desenvolvimentos voltados a modernizações e

a adequações de equipamentos superados e fora de fornecimento,

atendendo prontamente às demandas internas e com isso permitindo

a redução de custos operacionais e indisponibilidade dos equipamentos

de geração e transmissão.

Na área metrológica, a gerência é responsável pelo uso e guarda

dos padrões de referência utilizados nas calibrações dos instrumentos

eletroeletrônicos da empresa, mantendo dessa forma a rastreabilidade

dos mesmos junto ao Instituto Nacional de Metrologia,

Qualidade e Tecnologia (INMETRO), instituição certificadora mais célere

do país. É acreditada também por este nas grandezas: eletricidade

e magnetismo, tempo, frequência, temperatura, umidade e em

ensaios de óleos isolantes, onde se destaca de forma notória e diferencial

por seu pioneirismo como entidade acreditada no país nas

grandezas “energia, tempo e freqüência”, conferido pelo “Certificado

de Acreditação de número 004 de 14/03/1985”. Integra ainda a Rede

Brasileira de Calibração (RBC) e a National Conference of Standards

Laboratories (EUA).

Ressalta-se também o desenvolvimento de produtos, vários com patentes

expedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial

(INPI) e alguns em processo de registro em órgãos internacionais.

Finalizando, podemos concluir que, além de propiciar maior confiabilidade

operacional ao Sistema Elétrico Nacional pelo aumento da disponibilidade

e segurança dos ativos de geração e transmissão de

Furnas, a GES.O conduz seus processos internos fundamentada em estratégias

e conceitos sustentáveis e de transparência organizacional,

sempre em conformidade com as melhores práticas do mercado.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 49


50 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Fotos: Júlio Oliveira


Management of the Technical Center for Tests

and aintenance Support (GES.O)

T

he Management of the Technical Center for Tests and Maintenance

Support (GES.O), is a body linked to the Furnas'

Maintenance Engineering and Planning Superintendency

(EM.O), which has the main task of ensuring the technical support to

the engineering of the company focused on research and systemic

maintenances, providing greater operability to generation and transmission

assets. The relevant and strategic role that this management

plays in the business context makes its a determining factor for the

company's business in the context of generation, transmission and

commercialization of electric power. Thus, it adds value and reliability

to the Brazilian Electric System (SEB), ensuring high operational and

safety standards to its assets, with consequent increase of systemic

availability.

Structured in a modern and unique way, the GES.O is composed by

laboratories and special workshops that interact in a complementary

and coordinated manner, enabling promptness and quick response to

the demands presented by Furnas. Its has a collection of state-of-theart

technology equipment and instruments, which allows the provision

of services with differentiated quality, compared to those offered in the

national and international market, enabling the prompt attendance

not only of internal demands but also of other companies, in the most

diverse productive sectors. In addition to this, its highly qualified technical

staff in the most different areas of scientific knowledge and with

great experience gained over the years of work in the field, is wellknown

as an important nucleus for the development of new technologies

for the sector. Some areas of operation include: instrumentation

and equipment monitoring; mechanical and dimensional tests; thermography;

high voltage tests (400 kV - 50/60 Hz); electro-electronic

and electromechanical tests; physicochemical tests; development of

special projects; manufacture and repair of electromechanical parts

and devices; non-destructive testing; certification of people; modernization

of power plants and substations; commissioning and decommissioning

of equipment such as: turbines, generators, maneuvering

and control equipment, among many other resulting functions.

The GES.O stands out for the installation, operation and maintenance

of the Furnas Billing Energy Measurement System (SMF), which

is computed in real time, in coordination with the Electricity Trading

Chamber (CCEE), the amount of net generation produced by the company.

Another important activity of this management is focused on the

guarding and operation of the Mobile Unit for Emergency Assistance

in Transmission Lines (UMELT), which, in coordination with other company

bodies, performs the support activity on periodic maintenances,

as well as on quick restoration of transmission lines eventually collapsed

by natural phenomena.

The GES.O promotes studies and researches aimed at upgrading obsolete

equipment, promptly meeting internal demands and thereby reducing

operating costs and unavailability of generation and

transmission equipment.

In the metrological area, the GES.O is responsible for the use and

keeping of the reference standards used in the calibration of the company's

electro-electronic instruments, thus maintaining their traceability

with the National Institute of Metrology, Quality and Technology

(INMETRO), the fastest certifying institution in the country. It is also

certified by INMETRO in the requirements: electricity and magnetism,

time, frequency, temperature, humidity and in tests of insulating oils.

It stands out for its pioneering as an entity certified in the country in

the requirements energy, time and frequency, granted by the“ Accreditation

Certificate number 004 of 03/14/1985 ”. It is also part of the

Brazilian Calibration Network (RBC) and the National Conference of

Standards Laboratories (USA).

It is a worth to mention the development of products, several with

patents issued by the National Institute of Industrial Property (INPI)

and some in the process of registration with international bodies.

Lastly, we can conclude that, in addition to providing greater operational

reliability to the National Electric System by increasing the

availability and security of Furnas generation and transmission assets,

the GES.O conducts its internal processes based on sustainable strategies

and concepts and organizational transparency, always in accordance

with the best market practices.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 51



Júlio Oliveira


54 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Júlio Oliveira


Nascentes de Furnas

em 1993, a organização das nações unidas (onu) instituiu 22

de março como Dia mundial da Água para alertar a população

sobre a necessidade de preservação deste recurso fundamental

à vida. o crescimento desordenado das cidades, o desperdício,

o extermínio das nascentes, a poluição e a má utilização dos recursos

hídricos são fatores que ameaçam a qualidade e disponibilidade da água

para a população. os números gritam: estima-se que cerca de 1 bilhão

de pessoas na Terra não dispõe de 20 litros de água por dia a uma distância

inferior a um quilômetro. no Brasil, 30% da água tratada, um

bem precioso, é desperdiçada por problemas de infraestrutura.

a redução da água acumulada nos reservatórios das hidrelétricas

brasileiras não está relacionada apenas à escassez de chuva, como muitos

pensam. É resultado também da falta de conservação das nascentes

que abastecem as represas. Para enfrentar o problema, FuRnas

incrementa ações que representam boas práticas na preservação de

nascentes e mananciais, conservação de rios e disseminação de tecnologias

sustentáveis para captação de água, irrigação e saneamento.

uma dessas ações é a parceria entre FuRnas e a associação dos

municípios do Lago de Furnas (alago), na usina pioneira da empresa,

no sul de minas Gerais. FuRnas e a alago uniram-se para revitalizar

matas ciliares em torno de aproximadamente 400 nascentes que contribuem

para a formação do reservatório da usina de Furnas. o Projeto

nascentes de Furnas estabelece parcerias com o poder público e proprietários

rurais de 39 municípios para a execução de soluções compartilhadas,

convergindo num processo de melhoria da disponibilidade de

água e da qualidade de vida da população.

Cabe à empresa o fornecimento de mudas de espécies nativas, mão de

obra e insumos para o plantio e cercamento das áreas reflorestadas. Desde

o princípio de 2018, foram reflorestadas áreas de 150 nascentes nos municípios

de Campo Belo, Cristais, Guapé, elói mendes, Paraguaçu, Fama,

Carmo do Rio Claro, Capitólio, ilicínea, aguanil, Campos Gerais, Coqueiral,

nepomuceno, Poço Fundo e Perdões. a iniciativa abrange mais oito localidades:

Camacho, Candeias, Formiga, machado, muzambinho, Divisa nova,

Juruaia e Varginha. Tatiana Correa Ferreira stutz, da Gerência de estudos e

integração ambiental e Fundiária, falou sobre o nascentes de Furnas. “o

trabalho abrange 400 nascentes, contempla uma área total de plantio de

mudas de 50,4 hectares, considerando um raio de 20 metros no entorno

de cada nascente.” a iniciativa já recuperou totalmente 150 nascentes.

Furnas’ Water Springs

In 1993, the United Nations (UN) instituted March 22 as World

Water Day to alert people about the need to preserve this vital

resource for life. The disorderly growth of cities, waste, extermination

of water springs, pollution and misuse of water resources

are factors that threaten the quality and availability of water for the

population. The numbers shout: it is estimated that about 1 billion

people on Earth do not have 20 liters of water per day at a distance

of less than one kilometer. In Brazil, 30% of treated water, a precious

good, is wasted due to infrastructure problems.

The reduction of the water accumulated in the reservoirs of the Brazilian

hydroelectric power plants is not only related to the scarcity of rain,

as many people think. It is also a result of the lack of conservation of the

water springs that supply the dams. To face the problem, FURNAS increases

actions that represent good practices in the preservation of

springs and sources, conservation of rivers and dissemination of sustainable

technologies for water abstraction, irrigation and sanitation.

One of these actions is the partnership between Furnas and the

Association of Municipalities of Furnas Lake (Alago), in the company's

pioneer power plant in the south of Minas Gerais. FURNAS and Alago

have joined to revitalize riparian woods of around approximately 400

water springs that contribute to the formation of the Furnas Power

Plant reservoir. The Nascentes de Furnas (Furnas’ Water Springs) Project

establishes partnerships with public authorities and rural

landowners in 39 municipalities for the implementation of shared solutions,

converging in a process of improving the availability of water

and the quality of life of the population.

The company is responsible for the supply of seedlings of native

species, labor and inputs for planting and fencing of reforested areas.

Since the beginning of 2018, areas of 150 springs have been reforested

in the municipalities of Campo Belo, Cristais, Guapé, Elói Mendes,

Paraguaçu, Fama, Carmo do Rio Claro, Capitólio, Ilicínea, Aguanil,

Campos Gerais, Coqueiral, Nepomuceno, Poço Fundo and Perdões. The

initiative includes eight other locations: Camacho, Candeias, Formiga,

Machado, Muzambinho, Divisa Nova, Juruaia and Varginha. Tatiana

Correa Ferreira Stutz, member of the Management of Studies and Environmental

Integration and Landfill, spoke about Furnas’ Water

Springs Project, to her "the work covers 400 water springs, it contemplates

a total area of planting of seedlings of 50.4 hectares, considering

a radius of 20 meters around each spring." The project has

already fully recovered 150 water springs.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 55


56 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Júlio Oliveira


Jardineiro fiel

oProjeto nascentes de Furnas, que tem como meta recuperar

400 nascentes de água no entorno da usina de Furnas (mG),

conta com o empenho de vários funcionários da empresa.

um deles, antônio Lara, trabalha na usina há 15 anos, junto com outros

companheiros em um dos hortos florestais da empresa, em meio a 108

mil mudas de árvores, de 120 a 130 espécies nativas e frutíferas da mata

atlântica e do Cerrado. um autêntico tesouro verde, com astros como o

Jatobá, Bálsamo, Pororoca, Guatambu vermelho e também branco, Baru

e açaí. outras espécies, como Quaresmeira, Peroba do Cerrado, açoita-

Cavalo e Cedros rosa e branco também fazem parte do elenco. espécies

que vão povoar e revitalizar nascentes de água, garantindo a perenidade

e a pureza do líquido e impulsionando a roda-gigante da existência.

Com um entusiasmo natural por ser uma das peças fundamentais

do Projeto nascentes de Furnas e vários outros realizados pela empresa

no entorno de outras usinas no Brasil, antônio não titubeia para dar o

nome de uma muda, entre tantas plantas semelhantes aos olhos dos

leigos. e não são somente o olhar e a mente treinada. o trato com as

plantas também demonstra que antônio tem aquilo que se chama popularmente

de “dedo verde”, a pessoa que tem o dom de lidar com espécies

vegetais e cultivá-las, entendendo todo o seu ciclo.

“Quando a gente dá carinho para a natureza, ela sempre dá de volta”,

explica o jardineiro, acrescentando que além de carinho é preciso conscientização.

“o nosso trabalho é seguir tentando repor aquilo que o

homem destrói. as nascentes são o começo das águas”, resume. antônio

Lara tem razão. as nascentes de água são de vital importância para

o ciclo da vida, pois elas, vindas de reservatórios subterrâneos (aquíferos,

lençóis) abastecem os rios, depois de correrem por pequenos cursos

d’água, córregos e riachos. este é o primeiro longo caminho até a água,

na ponta, jorrar de nossas torneiras.

o Brasil tem 12% da reserva de água doce do mundo. Com tal abundância,

muitas vezes, há um senso quase comum, mas equivocado, de

que a água não corre o risco de acabar. Porém, o desmatamento de encostas,

das matas ciliares e o uso inadequado dos solos têm sufocado

muitas nascentes e contribuído para a diminuição dos volumes e da

qualidade da água. Por isso, em toda a cadeia de proteção à água, os

cuidados devem começar com a preservação das nascentes, dos lençóis

freáticos e aquíferos. em propriedades rurais, medidas de proteção ao

solo e vegetação, como evitar queimadas, manter o gado longe das nascentes

e cuidar das matas nativas, entre muitas outras, também ajudam

na conservação.

Faithful Gardener

The Furnas’ Water Springs project, which has as goal to recover

over 400 water wells on the surrounding of the Furnas Power

Plant (MG), relies on the effort of many company’s employees.

One of these employees, Antonio de Lara, has been working for 15 years

alongside other associates at one of the compannys forest gardens. Over

108 thousand tree seedlings of native fruit trees from about 120 to 130

species of the Atlantic Forest and the Cerrado are grown there, making place

for a real “green treasure”. Jatobá, Bálsamo, Pororoca, red Guatambu, white

Guatambu, Baru and Açaí are only some of the stars in this play, at which

other species as the Quaresmeira, Peroba do Cerrado, Açoita-Cavalo, pink

Cedros and white Cedros also feature. All these species shall grow and revitalize

water springs, insuring the perenniality and the purity of the water.

Naturally enthused for being part of the project and many others, Antonio

shows no doubts when differentiating one of the seedlings from

the others, even though their similarity makes it hard for anyone to tell

which is which. His way with the plants shows not only that his eyes and

mind have been trained to do so, but also that he has what is popularly

known as green fingers, that is the natural ability to cultivate and grow

plants and vegetables, knowing all their life cycle.

“When we give affection to nature, it always gives it back”, explains

the gardener adding that not only affection is needed in our time, but

also awareness. “Our job over here is to rebuild what man destroys. Water

springs are the beginning of the waters course” he says, and Antonio is

right. The water springs have fundamental value for the water cycle as

they provide the supply of water for rivers. This is the first big step in the

journey of water until it reaches our taps.

Brazil has 12% of the world’s freshwater reserves. Such abundance

sometimes misleads the common sense to the wrong perception that

there’s no threat to it. But water levels and its quality have been decreasing

due to the riparian forest deforestation and the improper use of the

soil. That is why the water protection chain must start with the protection

of water springs, water tables and aquifers. In rural properties care

measures can be taken by avoiding burning the forest areas, and keeping

the cattle away from water springs.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 57



Júlio Oliveira


60 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Arquivo FURNAS

FurNaS

Luz é para todos brilharem

FuRnas tem forte sintonia com um dos maiores programas

sociais do Brasil, o Luz para Todos (PLpT), criado em 2003

pelo governo federal. Coordenado pelo ministério das minas

e energia, é operacionalizado pela eletrobras em conjunto com suas

controladas, FuRnas entre elas. o Luz para Todos é o maior programa

de eletrificação rural em massa implantado no Brasil e já levou energia

elétrica a 3,3 milhões de domicílios, ou 16 milhões de brasileiros que

antes viviam à luz de velas e lamparinas. Tal resultado credencia o Programa

de inclusão elétrica como o mais ambicioso do mundo.

a chegada da energia é um valioso e amplo vetor de desenvolvimento

social e econômico para tais comunidades e propriedades, contribuindo

decisivamente para a redução da pobreza e aumento da renda

familiar. Toda a instalação elétrica, postes, fios, cabeamento, transformadores,

incluindo o padrão de entrada dos domicílios, é gratuita. em

alguns casos, os beneficiados recebem também lâmpadas e tomadas

instaladas. Do total de 16 milhões de beneficiados, quase três milhões

moram nos estados de minas Gerais, Rio de Janeiro, espírito santo, são

Paulo e Goiás, onde as obras do Luz são coordenadas por FuRnas. Para

cumprir seus objetivos, o Programa Luz para Todos investiu, desde

2003, cerca de R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14,5 bilhões oriundos do governo

federal.

o processo teve seu início marcado com a edição de um decreto em

2003, que instituiu o Programa nacional de universalização do acesso

e uso da energia elétrica, o Luz para Todos. o PLpT foi concebido como

instrumento de desenvolvimento e inclusão social, pois, de acordo com

o censo do instituto Brasileiro de Geografia e estatística (iBGe), no ano

2000 existiam dois milhões de domicílios rurais não atendidos pela

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 61


prestação dos serviços de energia elétrica. Portanto, aproximadamente

dez milhões de brasileiros viviam, no meio rural, sem acesso a esse serviço

público, e cerca de noventa por cento dessas famílias possuíam

renda mensal inferior a três salários mínimos.

Coordenadora-geral do PLpT de FuRnas, elizabeth Pacetta disse

que “o programa projetou a imagem de FuRnas como empresa Cidadã,

tanto institucional quanto social, como participante ativa das ‘ações

sociais integradas’, consideradas prioritárias pelo programa. a premissa

da universalização do acesso à energia elétrica somente será concretizada,

efetivamente, pelo alcance e atendimento a todas as comunidades

brasileiras, por mais longínquas e de difícil acesso que sejam. e que

é um imperativo de justiça social e um vetor de inclusão social e de desenvolvimento

assegurar o suprimento de energia elétrica a todos os

brasileiros.”

além disso, Pacetta destaca que FuRnas fomentou e apoiou o desenvolvimento

local, com vista à geração de trabalho e renda, e contribuiu

para a meta do milênio em eliminar a exclusão elétrica no país.

Também para a diminuição da pobreza e promoção do desenvolvimento

socioeconômico sustentado, ampliando o público beneficiado pelas

ações de inclusão social da sua área de influência.

Cabe às concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificação

rural, em parceria com os governos estaduais, a execução das

obras. o mapa da exclusão elétrica no país revela que as famílias sem

acesso à energia estão majoritariamente nas localidades de menor Índice

de Desenvolvimento Humano (iDH) e nas famílias de baixa renda.

a chegada da energia elétrica facilita a integração dos programas sociais

do governo federal, além do acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento

de água e saneamento.

Metas

a meta inicial de atender a 10 milhões de pessoas foi alcançada pelo

Programa Luz para Todos em maio de 2009. Porém, o Censo 2010, do

iBGe, apontou a existência de uma grande legião de pessoas ainda sem

energia elétrica em suas casas, principalmente nas regiões norte e nordeste

e nas áreas de extrema pobreza. Para atender a essas famílias, o

governo federal instituiu uma nova fase do programa.

estima-se que as obras do Luz para Todos tenham gerado cerca de

440 mil novos postos de trabalho. além disso, a economia também se

beneficia com a instalação da eletricidade no campo. Já em 2009, uma

pesquisa de impacto mostrava que 79,3% dos atendidos pelo Programa

adquiriram televisores, 73,3% passaram a ter geladeiras em

suas casas e 24,1% compraram bombas d’água, entre outros itens. a

mesma pesquisa mostrou que 91,2% dos entrevistados afirmaram que

a qualidade de vida melhorou. Já as condições de moradia e as atividades

escolares melhoraram para 88,1% e 43% dos entrevistados, respectivamente.

62 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Júlio Oliveira

Ações integradas do programa

além de garantir conforto, acesso à informação, segurança e melhores

condições de saúde às populações rurais, o Programa Luz para Todos representa

um vetor de desenvolvimento e geração de renda para seus beneficiados.

Junto com a luz elétrica, chegaram as ações integradas, um

conjunto de programas sociais e de inclusão produtiva para potencializar

os recursos da eletricidade. são exemplos de ações integradas os Telecentros

Comunitários, a aldeia da Cidadania, os Centros Comunitários de

Produção (CCPs), o projeto arca das Letras e as rádios comunitárias.

o PLpT implantou 302 Centros Comunitários de Produção (CCPs) na

região sudeste e no estado de Goiás, áreas de atuação de FuRnas. eles

incentivam o cooperativismo como forma de aumentar a qualidade dos

produtos e a renda das famílias beneficiadas. entre os projetos e equipamentos

viabilizados por CCPs estão viveiros de mudas e produção de

hortaliças, tanques para criação de peixes, ateliês de costura, tanques

de beneficiamento de leite, máquinas de arroz e secadores de café.

os 50 Telecentros Comunitários na região sudeste e no estado de

Goiás resultaram da parceria entre o Programa Luz para Todos e o projeto

eletrobras Furnas Digital, que doa equipamentos e instala salas de

informática nas localidades atendidas pelo PLpT. Cada Telecentro Comunitário

conta com 10 micros conectados à internet. eles permitem o

acesso do público às novas tecnologias da informação e comunicação,

inserindo as comunidades num novo mundo de oportunidades e interação

social. Para monitorar os telecentros, as comunidades designam

instrutores voluntários, que recebem treinamento sobre informática,

internet e montagem de micros.

a principal finalidade das rádios comunitárias, emissoras Fm de

baixa potência e cobertura restrita, é preservar as tradições e hábitos

sociais de cada região. as emissoras representam um canal de comunicação

dedicado aos interesses da comunidade, o que permite a divulgação

de eventos e manifestações culturais, artísticas e folclóricas. as

rádios são abertas a todos, sem discriminação de raça, credo, sexo, convicções

político-partidárias e condições sociais. Devem estimular a participação

dos membros da comunidade e difundir notícias de interesse

local, além da obrigatoriedade de transmissão da Voz do Brasil, do horário

eleitoral gratuito e de pronunciamentos oficiais, definidos por lei.

Promovida por FuRnas em parceria com agentes públicos e privados,

a aldeia da Cidadania leva serviços de saúde, identificação civil,

orientação jurídica e lazer às comunidades beneficiadas pelo Programa

Luz para Todos. Durante a aldeia da Cidadania, são realizadas consultas

médicas e odontológicas, distribuição de medicamentos, exames e palestras

sobre doenças sexualmente transmissíveis e alcoolismo. a população

tem acesso também à emissão de carteira de trabalho, RG e

CPF, além de consultas com advogados e profissionais da Defensoria

Pública e informações sobre procedimentos do instituto nacional de

seguro social (inss).

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 63


64 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Arquivo FURNAS

FurNaS

The light is for all to shine

F

U R N A S has a notable participation in one of the largest

social programs in Brazil, the Luz para Todos (Light for All),

launched in 2003 by the Federal Government. It is coordinated

by the Ministry of Mines and Energy and it is operationalized by

Eletrobras together with its subsidiaries, such as FURNAS. The Light

for All is the largest mass rural electrification program in Brazil and

has already brought electricity to 3.3 million households, or 16 million

Brazilians who used to live by candlelight and lamps. This result credits

the electric inclusion program as the most ambitious in the world.

The arrival of energy is a valuable and broad vector of social and economic

development for this communities and properties, contributing

decisively to reducing poverty and to increasing the family income. All

electrical installation, light poles, lines, cabling, transformers, including

the standard of entrance of households is free. In some cases, the beneficiaries

also receive lamps and sockets installed. Of the 16 million beneficiaries,

approximately 3 million live in the states of Minas Gerais, Rio

de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo and Goiás, where the works are coordinated

by FURNAS. In order to fulfill its objectives, the Light for All

Program invested since 2003 approximately R$ 20 billion, of which R$

14.5 billion was from the Federal Government.

The process began with a decree in 2003, which established the National

Program for Universalization of the Access and Use of Electric

Energy, the Light for All. The program was conceived as an instrument

of development and social inclusion, since, according to the census of

the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 2000

there were 2 million rural households not served by the provision of

electric energy services. Therefore, approximately 10 million Brazilians

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 65


lived in rural areas without access to this public service, and about

90% of these families had a monthly income below three minimum

wages.

Coordinator of FURNAS' Light for All, Elizabeth Pacetta said that

"the program projected the image of FURNAS as a Citizen Company,

both institutional and social, as an active participant in the 'Integrated

Social Actions', considered a priority by the program. The premise of

the universalization of access to electric energy will only be effectively

achieved with the serving of all Brazilian communities, however distant

and difficult to access. Ensuring the supply of electric energy to

all Brazilians is an imperative of social justice and a vector of social

inclusion and development."

In addition, Pacetta points out that FURNAS has fostered and

supported local development, aiming to generate work and income,

and has contributed to the millennium goal of eliminating the electric

exclusion in the country. Also for the reduction of poverty and

the promotion of sustainable socioeconomic development, expanding

the public benefited by the social inclusion actions of its area of

influence.

The electric power concessionaires and rural electrification cooperatives,

in partnership with the state governments, are responsible to

carry out the works. The map of electric exclusion in the country reveals

that families without access to energy are mostly in the localities

with the lowest Human Development Index (HDI) and in low-income

families. The arrival of electricity facilitates the integration of Federal

Government social programs, as well as access to healthcare services,

education, water supply and sanitation.

Goals

The initial goal of attend 10 million people was reached by the Light

for All program in May 2009. However, the IBGE's (Brazilian Institute

of Geography and Statistics) Census of 2010 indicated the existence of

a large number of people still without electricity in their homes, mainly

in North and Northeast regions and in areas of extreme poverty. The

Federal Government instituted a new phase of the program to serve

these families.

It is estimated that the works of the Light for All program generated

around 440 thousand new jobs.

In addition, the economy also benefits from the installation of

electricity in the field. In 2009, an impact survey showed that

79.3% of those served by the program purchased televisions, 73.3%

purchased refrigerators and 24.1% purchased water pumps, among

other items. The same survey indicated that 91.2% of respondents

stated that quality of life improved. The housing conditions and

the school activities improved to 88.1% and 43% of respondents,

respectively.

66 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Júlio Oliveira

Integrated Actions of the Program

In addition to ensuring comfort, access to information, safety and better

health conditions for rural populations, the Light for All program represents

a vector of development and income generation for its beneficiaries. Along

with the electric light come Integrated Actions, a set of social programs and

of productive inclusion that helps families to potentialize the resources of

electricity. Examples of Integrated Actions include the Telecentros Comunitários

(Community Telecentres), the Aldeia da Cidadania (Village of the

Citizenship), the Community Centers of Production (CCPs), the Arca das Letras

project and the Rádios Comunitárias (Community Radios).

The Light For All program deployed 302 Community Centers of Production

(CCPs) in the Southeast region and in the State of Goiás, areas

of FURNAS' operation. They encourage the cooperativism as a way to

increase the quality of products and the income of beneficiary families.

There so many projects and equipment made feasible by the CCPs, such

as nurseries for seedlings and vegetable production, fish farming tanks,

sewing ateliers, milk processing tanks, rice machines and coffee dryers.

The 50 Community Telecentres operating in the Southeast Region and

Goiás State result from the partnership between the Light for All Program

and the Eletrobras Furnas Digital project, which donates equipment

and installs computer rooms in the localities served by the Federal Government

program. Each Community Telecentre has 10 computers connected

to the Internet. They allow public access to new information and

communication technologies, bringing the communities into a new world

of opportunities and social interaction. To monitor the Telecentres, the

communities designate volunteer instructors, who receive training in

computer science, the internet and the assembly of computers.

The main purpose of the community radios, radio stations FM of low

power and restricted coverage, is to preserve the traditions and social

habits of each region. The radio stations represent a communication channel

dedicated to the interests of the community, which allows the disclosure

of cultural, artistic and folk events and events. The radios stations are

open to all, without discrimination of race, creed, sex, political-partisan

convictions and social conditions. They should encourage the participation

of community members and disclose news of local interest, as well as the

obligation to broadcast Voz do Brasil (Voice of Brazil), the free air time to

political advertising and official pronouncements, as defined by law.

Promoted by FURNAS in partnership with public and private agents, the

Village of the Citizenship provides health services, civil identification, legal advice

and leisure to the communities benefiting from the Light for All program.

During the Village of Citizenship, are done medical and dental consultations,

medication distribution, examinations and lectures on sexually transmitted

diseases and alcoholism. The population also has access to the issuing of a

work permit, identity card and individual registration (CPF), in addition to consultations

with lawyers and professionals of the Public Defender's Office and

information on procedures of the National Social Security Institute (INSS).

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 67



Júlio Oliveira


Entenda uma usina

uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto

de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de

energia elétrica, através de aproveitamento do potencial

hidráulico existente em um rio. o potencial hidráulico é proporcionado

pela vazão hidráulica e pela concentração dos desníveis existentes ao

longo do curso de um rio. isto pode se dar de forma natural, quando o

desnível está concentrado numa cachoeira; através de uma barragem,

quando pequenos desníveis são concentrados na altura da barragem;

através de desvio do rio de seu leito natural, concentrando-se os pequenos

desníveis nesse desvio.

Basicamente, uma usina hidrelétrica tem a seguinte estrutura: barragem,

sistemas de captação e adução de água, casa de força e sistema

de restituição de água ao leito natural do rio. Cada parte se constitui

em um conjunto de obras e instalações projetadas harmoniosamente

para operar, com eficiência, em conjunto.

a água captada no lago formado pela barragem é conduzida até a

casa de força através de canais, túneis e/ou condutos metálicos. após

passar pela turbina hidráulica, na casa de força, a água é restituída ao

leito natural do rio, através do canal de fuga. Dessa forma, a potência

hidráulica é transformada em potência mecânica quando a água passa

pela turbina, fazendo com que esta gire, e, no gerador – que também

gira acoplado mecanicamente à turbina – a potência mecânica é transformada

em potência elétrica.

a energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras

dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem

sua tensão (voltagem) elevada para adequada condução, através de linhas

de transmissão, até os centros de consumo. Daí, por meio de

transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis

adequados para utilização pelos consumidores.

a maior vantagem das usinas hidrelétricas é a transformação limpa

do recurso energético natural. não há resíduos poluentes e há baixo

custo da geração de energia, já que o principal insumo energético, a

água do rio, está inserido à usina. além da geração de energia elétrica,

o aproveitamento hidrelétrico proporciona outros usos, como irrigação,

navegação e amortecimentos de cheias.

70 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Júlio Oliveira

understanding

a power plant

Ahydroelectric power plant can be defined as a set of works

and equipment whose purpose is the generation of electricity

through the use of the hydraulic potential existing in a river.

The hydraulic potential is provided by the hydraulic outflow and by the

concentration of the existing unevenness along the course of a river. This

can happen naturally, when the unevenness is concentrated in a waterfall;

through a dam, when small unevenness are concentrated at the

height of the dam; through diversion of the river from its natural bed,

concentrating the small unevenness in this diversion.

Basically, a hydroelectric power plant has the following structure: dam,

water catchment and water adduction systems, power house and water

restitution system to the natural riverbed. Each part consists of a set of

works and facilities designed harmoniously to operate together efficiently.

The water captured in the lake formed by the dam is conducted to the

power house through channels, tunnels and/or metal conduits. After

passing through the hydraulic turbine, in the power house, the water is

returned to the natural riverbed through the escape channel. In this way,

the hydraulic power is transformed into mechanical power when the

water passes through the turbine, which in turn rotates a generator that

transforms the mechanical power into electrical power.

The energy thus generated is carried through cables or conductive bars

from the generator terminals to the transformer lift, where it has its voltage

raised for a suitable conduction to the centers of consumption

through transmission lines. After that, by means of step-down transformers,

the energy has its voltage placed to suitable levels for use by

consumers.

The greatest advantage of hydroelectric power plants is the clean

transformation of the natural energy resource. There is no polluting

waste and there is a low cost of energy generation, since the main energy

input, the river water, is inserted in the plant. In addition to the generation

of electricity, hydroelectric use provides other uses, such as irrigation,

navigation and flood damping.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 71


Conheça mais a Eletrobras

Furnas é uma empresa de economia mista, subsidiária da eletrobras.

Por sua vez, a eletrobras é, tão somente, a

maior companhia do setor elétrico brasileiro, com capacidade

geradora equivalente a cerca de 1/3 do total da capacidade instalada no

país, número que a coloca igualmente como a maior da américa Latina.

É uma empresa de capital aberto, que tem como acionista majoritário o

governo federal. Com algumas ramificações na américa do sul, a eletrobras

está presente em todas as regiões do Brasil e tem previsão de

investimentos na ordem de R$ 19,756 bilhões no período que começou

em 2018 e se estende a 2022. além de produzir, a empresa é também

líder em transmissão de energia elétrica, com aproximadamente metade

do total de linhas do país em sua rede básica, em alta e extra-alta

tensão. mais de 90% da capacidade instalada da eletrobras vem de fontes

com baixa emissão de gases de efeito estufa. a empresa se orgulha

de “adotar estratégias voltadas para governança e conformidade, excelência

operacional, disciplina financeira, atuação sustentável e valorização

das pessoas.”

instalada oficialmente em junho de 1962, a eletrobras era ideia antiga,

tendo sido proposta em 1954, pelo governo do presidente Getúlio

Vargas. na década de 1960 nasceu com a atribuição de promover estudos,

projetos de construção e operação de usinas geradoras, linhas de

transmissão e subestações destinadas ao suprimento de energia elétrica

e o consequente desenvolvimento do país. atualmente, a companhia

controla subsidiárias que atuam nas áreas de geração, transmissão

e distribuição de energia. além de principal acionista dessas empresas,

a eletrobras é dona, em nome do governo brasileiro, de metade do capital

da itaipu Binacional (a segunda maior usina hidrelétrica do mundo,

na fronteira do Brasil com o Paraguai). Controla ainda o Centro de Pesquisas

de energia elétrica (eletrobras Cepel, o maior do ramo no Hemisfério

sul) e a eletrobras Participações s/a (eletrobras eletropar).

Também fazem parte do sistema eletrobras as empresas: eletrobras

amazonas GT, eletrobras CGTee, eletrobras Chesf, eletrobras eletronorte,

eletrobras eletronuclear, eletrobras eletrosul e eletrobras Furnas.

72 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


evening_tao / Freepik

Know more the Eletrobras

Furnas is a mixed economy company, subsidiary of Eletrobras.

Eletrobras is the largest company in the Brazilian electricity

sector, with generating capacity equivalent to about 1/3 of the

total installed capacity in the country, a number that also makes it the

largest in Latin America. It is a publicly traded company, the majority

shareholder is the federal government. With some branches in South

America, Eletrobras is present in all regions of Brazil and has an investment

forecast of approximately R$ 19.756 billion during 2018 to 2022. In

addition to producing, the company is also a leader in power transmission,

with approximately half of the country's total lines on its basic high

and extra-high voltage network. It is important to mention than 90% of

Eletrobras' installed capacity comes from sources with low greenhouse

gas emissions. The company prides itself on “adopting strategies for governance

and compliance, operational excellence, financial discipline, sustainable

action and valuing people.”

Officially installed in June 1962, Eletrobras was an old idea, proposed

in 1954 by the government of President Getúlio Vargas. In the 1960s,

Eletrobras was born with the attribution of promoting studies, construction

and operation projects of generating plants, transmission

lines and substations for the supply of electric energy and the consequent

development of the country. Currently, the company controls

subsidiaries that operate in the areas of generation, transmission and

distribution of energy. In addition to being the main shareholder of

these companies, Eletrobras owns, on behalf of the Brazilian government,

half of the capital of Itaipu Binacional (the second largest hydroelectric

power plant in the world, on Brazil's border with Paraguay).

It also controls the Electric Energy Research Center (Eletrobras Cepel,

the largest in this area in the Southern Hemisphere) and Eletrobras Participações

S/A (Eletrobras Eletropar). Other companies that make up

the Eletrobras System are: Eletrobras Amazonas GT, Eletrobras CGTEE,

Eletrobras Chesf, Eletrobras Eletronorte, Eletrobras Eletronuclear,

Eletrobras Eletrosul and Eletrobras Furnas.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 73



Júlio Oliveira


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Passo certo da sustentabilidade

Gerar e transmitir energia em bases sustentáveis representa um

grande desafio para FuRnas. a empresa baseia sua gestão na

constante busca da viabilidade econômica, respeito ao meio

ambiente e inclusão social, tornando-se cada vez mais competitiva e sustentável,

renovando o seu compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

mas o que é mesmo este desenvolvimento sustentável? Qual a origem

desse conceito que para FuRnas é uma missão prioritária, que

vem sendo cumprida com sucesso ao longo de sua história recente. a

ideia de sustentabilidade surgiu oficialmente na década de 1970, mais

precisamente 1972, em estocolmo, na suécia. a capital do país nórdico

sediava então a Primeira Conferência das nações unidas sobre o meio

ambiente e Desenvolvimento quando, a partir do conceito de ecodesenvolvimento,

veio a ideia do desenvolvimento sustentável.

o termo ‘desenvolvimento sustentável’ ganhou força com o tempo

e foi consagrado em 1987 pela Comissão mundial sobre o meio ambiente

e Desenvolvimento da onu, conhecida como Comissão Brundtland,

que produziu um relatório considerado básico para a definição

desta noção e dos princípios que lhe dão fundamento. Desenvolvimento

sustentável é definido assim: “atender às necessidades do presente

sem comprometer as possibilidades de as futuras gerações atenderem

às suas próprias necessidades”, como prega o Relatório Brundtland. ou

seja, crescer e empreender de forma planejada e responsável, de modo

a não prejudicar gerações futuras. É o desenvolvimento que não esgota

os recursos, tornando-os perenemente disponíveis. Vale lembrar que a

sustentabilidade deve ser presente tanto nas pequenas e grandes empresas

privadas, nas entidades públicas e na vida de cada pessoa.

Dessa forma, FuRnas trabalha para prestar contas e se responsabilizar

por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente;

potencializar os impactos positivos e minimizar os negativos

decorrentes de suas decisões e atividades; ser transparente em sua gestão;

comportar-se eticamente, baseando-se nos valores da honestidade,

da equidade e da integridade. Também respeitar, considerar e responder

às demandas e às preocupações de todas as partes interessadas;

respeitar as normas internacionais de comportamento; aderir ao

princípio de que o estado de direito é obrigatório, reconhecendo que nenhum

indivíduo, organização ou governo está acima da lei; respeitar os

direitos humanos e reconhecer tanto a sua importância quanto a sua

universalidade.

FuRnas adota a Política de sustentabilidade das empresas eletrobras,

aprovada em setembro de 2010, que estabelece diretrizes para

nortear as ações das empresas do grupo nos aspectos sociais, ambientais

e econômico-financeiros. a Política reafirma o foco nos interesses

da sociedade e nas melhores práticas de gestão empresarial, assume o

compromisso com o desenvolvimento sustentável e busca a excelência

em governança corporativa. Pretende, ainda, estabelecer critérios para

o investimento em pesquisa, desenvolvimento e utilização de novas

tecnologias social e ambientalmente responsáveis.

Quando completou 60 anos de história em 2017, FuRnas aprimorou

medidas que fortaleceram as bases da sustentabilidade de seus negócios.

essas medidas seguiram os Planos de negócios e Gestão quinquenais,

sendo o mais recente o do período 2018-2022, fundamentados nos

pilares Governança e Conformidade, Disciplina Financeira, excelência

operacional, Valorização das Pessoas e atuação sustentável. FuRnas

é comprometida com o desenvolvimento sustentável das comunidades

afetadas pelas suas operações. suas atividades de geração e transmissão

geram impactos socioeconômicos e ambientais positivos e negativos.

Para maximizar os impactos positivos, a empresa desenvolve

projetos nas áreas de educação, saúde e estímulo ao crescimento econômico.

Já os impactos negativos são eliminados ou mitigados nos projetos

de cada empreendimento e, depois, por meio de investimentos

constantes em programas realizados pela empresa de forma voluntária

e em atendimento às exigências dos órgãos ambientais.

76 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


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Walking with sustainable

G

enerating and transmitting energy on sustainable bases is

a considerable challenge for Furnas. The company bases its

management on the constant pursuit of economic viability,

respect for the environment and social inclusion, becoming increasingly

competitive and sustainable, renewing its commitment to the development

of Brazil. The sustainable development is a priority mission for

Furnas, which has been successfully accomplished throughout its recent

history. The idea of sustainability officially emerged in the 1970s, more

precisely 1972, in Stockholm, Sweden. The capital of the Nordic country

was then hosting the First United Nations Conference on Environment

and Development when, from the concept of eco-development, came

the idea of sustainable development.

The term 'sustainable development' gained notoriety over time and

was consecrated in 1987 by the UN World Commission on Environment

and Development (WCED), known as the Brundtland Commission, which

produced a report considered basic to the definition of this notion and

its principles. foundation. The Sustainable Development is defined as:

“Meeting the needs of the present without compromising the ability of

future generations to meet their own needs,” as the Brundtland Commission

states. That is, grow and undertake in a planned and responsible

manner, so as not to harm future generations. It is a development

that does not deplete the resources, making them perennially available.

It is worth to remember that sustainability must be present both in

small and large private companies, in public entities and in the life of

each person.

In this way, Furnas works to be accountable and responsible for its

impacts on the society, the economy and the environment; maximize

the positive impacts and minimize the negative ones resulting from

their decisions and activities; be transparent in its management; behave

ethically based on the values of honesty, equity and integrity. Works

also to respect, consider and respond to the demands and concerns of

all stakeholders; comply with international standards of behavior; adhere

to the principle that the rule of law is binding, recognizing that no

individual, organization or government is above the law; respect the

human rights and recognize their importance and their universality.

Furnas adopts the Eletrobras Companies Sustainability Policy, approved

in September 2010, which establishes guidelines to guide the actions of

the group companies in the social, environmental and economic-financial

aspects. The policy reaffirms the focus on societal interests and best business

management practices, commits itself to sustainable development

and strives for excellence in corporate governance. It also intends to establish

criteria for investment in research, development and use of new socially

and environmentally responsible technologies.

When it completed 60 years of history in 2017, Furnas improved

measures that strengthened the foundations of its business sustainability.

These measures followed the five-year Business and Management

Plans, the most recent is the one from 2018-2022, based on the

governance and compliance, financial discipline, operational excellence,

people appreciation and sustainable performance pillars. Furnas is committed

to the sustainable development of the communities affected by

its operations. Its generation and transmission activities generate positive

and negative socioeconomic and environmental impacts. To maximize

positive impacts, the company develops projects in the areas of

education, health and stimulating economic growth. On the other hand,

the negative impacts, are eliminated or mitigated in the projects of each

enterprise, and then through constant investments in programs undertaken

by the company on a voluntary basis and in compliance with the

requirements of environmental agencies.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 77



Júlio Oliveira


80 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Arquivo FURNAS


a safra dos ventos

FuRnas se destaca no crescimento de outra fonte de energia.

Dados da associação Brasileira de energia eólica (aBeeólica)

registram que o Brasil conta com 583 parques eólicos e mais

de 7 mil aerogeradores (conjunto mecânico de pás e torres) em 12 estados,

números finais de 2018. o estado do Rio Grande do norte lidera em potência

instalada (4 GW) e também em número de parques (150), seguido

de Bahia e Ceará. Com esses números, o ano de 2018 fechou apresentando

um grande avanço na geração de energia eólica no Brasil, apontando um

total de 14,7 gigawatts (GW) ou 9% da matriz energética brasileira.

a fonte hidráulica (usinas hidrelétricas) lidera a geração de energia

elétrica, com pouco mais de 60% da matriz brasileira. Já o parque eólico

instalado no país disponibilizou ao sistema elétrico brasileiro o equivalente

ao consumo médio mensal de mais de 70 milhões de pessoas.

neste cenário, FuRnas contribui para o desenvolvimento da matriz eólica

no Brasil. em parceria com empresas privadas, a Companhia construiu

e colocou em operação os parques eólicos Rei dos Ventos i e iii e

miassaba iii, no litoral do Rio Grande do norte. estes empreendimentos

somam 187 megawatts (mW). mas não para por aí. Por meio de sociedades

de propósito específico (sPes), a empresa conta com mais 43

parques eólicos em fase de planejamento ou construção que, somados

aos três em operação, totalizarão cerca de 1.200 mW de potência.

além disso, depois de um ano de construção, a empresa inaugurou,

em dezembro de 2018, o primeiro Túnel de Vento do país voltado para

estudos e pesquisas da geração de energia eólica. Com investimento

de R$ 5 milhões, o túnel tem 27 metros de comprimento e está instalado

em aparecida de Goiânia (Go). o equipamento é resultado do programa

de Pesquisa, Desenvolvimento e inovação (P&D+i) de FuRnas.

a iniciativa possibilita a capacitação de técnicos e o aprimoramento da

indústria nacional. o objetivo é estudar as estruturas necessárias para

a geração de energia eólica e submetê-las à ação do vento.

a captação da força dos ventos segue o mesmo mecanismo dos velhos

moinhos de vento que até hoje podem ser vistos em propriedades rurais

no Brasil. num moinho de vento, a energia das massas de ar é convertida

em energia mecânica, auxiliando agricultores com a moagem de grãos e

bombeamento de água Já um aerogerador (ou sistema de Geração eólica)

é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento e que converte

energia eólica em energia elétrica. Para gerar eletricidade, o vento movimenta

as pás e faz girar o rotor, que transmite a rotação ao gerador, que,

por sua vez, converte essa energia mecânica em energia elétrica.

Para a geração de eletricidade por meio da energia eólica, as primeiras

tentativas surgiram no final do século 19, mas, somente quase um

século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970), é

que houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento

e a aplicação de equipamentos em escala comercial. a

primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada

em 1976, na Dinamarca.

Considerando a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação

da energia eólica, como já dito, era de 9%, sendo a terceira fonte

mais representativa. a fonte hidráulica lidera a geração de energia elétrica,

perfazendo mais de 60% da matriz brasileira. Já a biomassa (matéria

orgânica, de origem vegetal ou animal, utilizada na produção de energia),

a segunda fonte, representava 9,1% da matriz no final de 2018.

Por ocasião da apresentação dos números de 2018, mostrando o expressivo

aumento dessa fonte de energia, a presidente executiva da aBeeólica,

elbia Gannoum, afirmou que a eólica passará a ser segunda fonte da matriz

elétrica brasileira em pouco tempo. “um feito realmente histórico para uma

fonte que se desenvolveu de maneira mais intensa há pouco menos de dez

anos. Quando começamos o ano de 2011, tínhamos menos de 1 GW. em

2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade instalada do Global

Wind energy Council. agora já estamos a caminho de completar 15 GW e

ocupamos a 8ª posição no ranking mundial. estes são alguns dos dados

que mostram a importância da indústria eólica, nossa capacidade de crescer,

fazer investimentos e trazer benefícios para o Brasil”, afirmou Gannoum,

o que sinaliza bons ventos para a iniciativa.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 81


82 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Arquivo FURNAS


The harvest of the winds

FURNAS also stands out in the growth of another energy

source. In the last year, data from the Brazilian Wind Energy

Association (ABEEólica in Portuguese abbreviation) show that

Brazil has 583 wind farms and more than 7,000 wind turbines (wind energy

converter) in 12 states. The State of Rio Grande do Norte leads in installed

capacity (4 GW) and also in number of parks (150), followed by

Bahia and Ceará. With these numbers, 2018 ended up with a great advance

in the generation of wind energy in Brazil, presenting a total of

14.7 gigawatts (GW) or 9% of the Brazilian energy matrix.

The hydroelectric source (hydroelectric power plants) leads the generation

of electricity, with little more than 60% of the Brazilian matrix. The

wind farms installed in the country provides to the Brazilian electricity

system the equivalent of the average monthly consumption of more than

70 million people. In this scenario, FURNAS contributes to the development

of the wind power matrix in Brazil. In partnership with private companies,

the Company built and started the operations of the wind farms

Rei dos Ventos I and III and Miassaba III, on the coast of Rio Grande do

Norte. These projects add up 187 megawatts (MW). But does not stop

there. Through special purpose companies (SPEs), the Company has 43

more wind farms in the planning or construction phase, which, together

with the three in operation, will add up about 1,200 MW of power.

Moreover, after a year of construction, in December 2018 the Company

inaugurated the first Wind Tunnel of the country focused on studies and

researches about wind power generation. With an investment of R$ 5

million, the tunnel is 27 meters long and is installed in Aparecida de Goiânia

(GO). The equipment is a result of FURNAS' Research, Development

and Innovation (R & D + i) program. The initiative enables the training

of technicians and the improvement of the national industry. The objective

is to study the necessary structures for the generation of wind power

and to submit them to the action of the wind.

The catchment of the strength of the winds follows the same mechanism

of the old windmills that until today can be seen in rural properties

in Brazil. In a windmill, the energy of the air masses is converted into mechanical

energy, assisting farmers with grain grinding and water pumping.

A wind generator (or Wind Generation System) is an electric

generator integrated to the windmill axis and that converts wind energy

into electricity. To generate electricity, the wind moves the blades and rotates

the rotor, that transmits the rotation to the generator, which, in

turn, converts that mechanical energy into electricity.

The first attempts to generate electricity through wind power were

done at the end of the 19th century. Although that, it was only almost a

century later with the international oil crisis (1970s), that there was

enough interest and investment to make feasible the development and

application of equipment on a commercial scale. The first commercial

wind turbine connected to the public power grid was installed in 1976 in

Denmark.

Analyzing the Brazilian electricity matrix in December 2018, the share

of wind energy was 9%, being the third most representative source. The

hydraulic source leads the generation of electricity, representing more

than 60% of the Brazilian matrix. The biomass (organic material of vegetable

or animal origin, used in energy production) is the second source,

representing 9.1% of the matrix.

In the presentation of the numbers of 2018, which showed the significant

increase in this energy source, the executive president of

ABEEólica, Elbia Gannoum, said that the wind energy will become the

second source of the Brazilian electricity matrix in a short time. In her

words “it is a truly historic achievement for a source that has developed

most intensely just under ten years ago. When we started in 2011, we had

less than 1 GW. In 2012, we were in 15th place in Installed Capacity Ranking

of the Global Wind Energy Council. Now we are on the way to completing

15 GW and we occupy the 8th position in the world ranking. These

are some of the data that show the importance of the wind industry, our

capacity to grow, make investments and bring benefits to Brazil.”With

these facts we can note the presence of excellent winds for the initiative.

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84 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

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Sol como fonte

oinvestimento global em energias renováveis atingiu 288,9

bilhões de dólares em 2018, superando o apoio financeiro à

geração de energia a partir de combustíveis fósseis, segundo

relato da onu meio ambiente publicado em 2019. “as tendências

globais continuam indicando que investir em energia renovável é investir

em um futuro lucrativo. os investimentos em energias renováveis

em 2018 foram três vezes maiores do que o valor investido em novas

capacidades para gerar energia a partir de carvão e gás”, afirmou inger

andersen, diretora-executiva da onu meio ambiente. “embora isso

seja encorajador, precisamos intensificar significativamente o ritmo, se

quisermos atingir as metas internacionais de clima e desenvolvimento.”

Diante dessa realidade, Furnas desenvolve um projeto para entrar no

segmento de energia solar. ele começou em 2018 e os estudos apontam

que deverá entrar em operação comercial em 2021. Para ampliar a sustentabilidade

de sua matriz energética, o plano é implantar um parque

fotovoltaico que ocupará cerca de 200 hectares na área da usina Hidrelétrica

Luiz Carlos Barreto de Carvalho (mG/sP), no município de Pedregulho,

em são Paulo. “atualmente, essa usina solar está em fase de

licenciamento ambiental e contratação do projeto básico”, informa o gerente

de estudos e Projetos de Geração de Furnas, isaac Benchimol. Com

potência total estimada em 130 mW, o complexo será dividido em três

usinas: estreito i, estreito ii e estreito iii. a produção de energia estimada

é de 265.000 mWh/ano, equivalente ao consumo de cerca de 130 mil residências.

uma usina solar (ou parque solar) é um sistema fotovoltaico

de grande porte projetado para a produção e venda de energia elétrica.

a escolha da usina Hidrelétrica Luiz Carlos Barreto de Carvalho para

implantação do projeto se deve ao fato de a unidade estar numa região

propícia para o aproveitamento da fonte fotovoltaica. “a instalação das

placas fotovoltaicas no local reduz custos por meio do aproveitamento

de áreas disponíveis e do compartilhamento do sistema de transmissão

e subestação existentes. Portanto, não há a necessidade de construção

de extensas linhas e utiliza-se a infraestrutura local, como acessos, drenagem

e edificações”, explica Rodrigo Calixto, superintendente de empreendimentos

de Geração de Furnas. a energia fotovoltaica combina

baixo impacto ambiental, baixo custo de manutenção (os painéis têm

vida útil que pode chegar a 30 anos) e atenua a dependência de produção

de energia das usinas hidrelétricas. a produção da usina de energia

solar vem dos painéis fotovoltaicos que convertem a energia do sol em

energia elétrica a ser vendida para a rede.

em crescimento contínuo no mundo, a energia solar encontra em

países como China, estados unidos, espanha, alemanha, Japão e itália

seus mais fortes investidores. o maior parque solar do mundo foi inaugurado

no estado norte-americano da Califórnia, em junho de 2015. instalado

perto da comunidade de Rosamond, é um projeto de 579 mWp.

são dois parques juntos, que utilizam 1.700.000 painéis fotovoltaicos,

ocupando uma área no deserto de aproximadamente 13 km². as usinas

de energia solar se diferenciam dos sistemas fotovoltaicos instalados

em casas e indústrias (que são para consumo próprio), pois elas fornecem

energia em alta tensão para fins de distribuição. a maioria das usinas

no mundo é construída no solo e podem ter as placas fixas ou

móveis (que acompanham o movimento do sol). mas há casos de usinas

construídas sobre o teto de grandes edificações. em Belo Horizonte

(mG), está a maior usina solar construída no topo de um estádio de futebol

no Brasil, o mineirão, com mais de 6.000 painéis solares. apenas

10% da energia gerada é consumida no estádio e o restante é distribuído

para outras áreas da capital mineira.

em outro projeto, Furnas prevê a instalação de três usinas fotovoltaicas

de potência nominal de 1 mW (megawatt) cada, totalizando potência

de 3 mW, em área próxima à usina Hidrelétrica de anta,

localizada no rio Paraíba do sul, divisa entre os estados do Rio de Janeiro

e minas Gerais. Com o projeto, classificado como de autoconsumo Remoto

de Geração Distribuída, Furnas estima reduzir em cerca de 40%

os gastos anuais com energia elétrica do escritório Central da empresa,

no Rio de Janeiro. o cronograma prevê a implantação em nove meses e

a geração comercial no primeiro trimestre de 2020. a previsão é de que

o investimento de pouco mais de R$ 11 milhões se pague em cerca de

cinco anos.

o consórcio Kyo-Green, formado pelas empresas Kyoservice e solergy,

será responsável pela execução desde a fase de projeto básico até

o término da obra e início da operação comercial. a licitação obteve um

deságio de cerca de 20% em relação ao valor orçado inicialmente. segundo

o superintendente de empreendimentos de Geração de Furnas,

Rodrigo Calixto, o objetivo é ampliar o projeto de geração de energia

solar para atender a outras áreas da empresa. “Já temos um projeto

para uma segunda planta no interior do Rio de Janeiro. Depois, a ideia

é expandir a geração fotovoltaica para minas Gerais, são Paulo e demais

áreas onde atuamos. Queremos zerar a conta de luz nas unidades de

Furnas”. o executivo acrescenta que o investimento em plantas de geração

de energia fotovoltaica para autoconsumo é um passo para que

a empresa ganhe experiência na exploração dessa fonte.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 85


86 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

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Sun as a source

The global investment in renewable energy reached U$288.9

billion in 2018, outpacing the financial support for fossil fuel

power generation, according to the UN Environment Report

published in 2019. “The global trends continue to indicate that investing

in renewable energy is to invest in a lucrative future. The investments in

renewable energy in 2018 were three times greater than the amount invested

in new capacity to generate energy from coal and gas’’, said Inger

Andersen, executive director of the UN Environment. She also emphasized

"While this result is encouraging, we need to significantly step up

the pace if we are to meet the international climate and development

goals."

Facing this reality, Furnas develops a project to enter the segment of

solar energy. It began in 2018 and studies indicate that it is expected to

enter in commercial operation in 2021. In order to increase the sustainability

of its energy matrix, the plan is to implement a photovoltaic park

with 200 hectares in the area of the Luiz Carlos Barreto de Carvalho Hydroelectric

Power Plant (MG/SP), in the municipality of Pedregulho, in São

Paulo."Currently, this solar power plant is in the stage of environmental

licensing and contracting of the basic project," says Furnas' Generation

Studies and Projects manager, Isaac Benchimol. With an estimated total

power of 130 MW, the complex will be divided into three power plants: Estreito

I, Estreito II and Estreito III. The estimated energy production is

265,000 MWh/year, equivalent to the consumption of about 130 thousand

residences. A solar power plant (or solar park) is a large photovoltaic

(PV) system designed for the production and sale of electricity.

Luiz Carlos Barreto de Carvalho Hydroelectric Power Plant was chosen

to implement the project due to the fact that the unit is in a region favorable

for the use of the photovoltaic source. "The installation of the

photovoltaic panels at the site reduces the costs through harnessing the

available areas and sharing the existing transmission and substation

system. Therefore, there is no need to build extensive lines. The local infrastructure

is used, such as access, drainage and buildings" explains Rodrigo

Calixto, Furnas' Generation Studies and Projects superintendent.

The photovoltaic energy combines low environmental impact, low maintenance

cost (the panels have a lifespan that can reach 30 years) and attenuates

the energy production dependence of hydroelectric power

plants. The production of the solar power plant comes from the photovoltaic

solar panels that convert the energy of the sun into electric energy

to be sold to the grid.

The solar energy is in continuous growth in the world, China, the

United States, Spain, Germany, Japan and Italy are the strongest investors.

The world's largest solar park in the world was opened in the US

state of California in June 2015, near the community of Rosamond, it is

a 579 MWp project. In this case, they are two parks together, which use

1,700,000 photovoltaic solar panels, occupying an area of approximately

13 km² in the desert. The solar power plants differ from photovoltaic systems

installed in homes and industries (which are for their own consumption)

because they supply high voltage power for distribution purposes.

The most of solar power plants in the world are built on the ground and

can have fixed or movable plates (which accompany the movement of

the sun). On the other hand, there are many solar power plants built on

the roof of large buildings. In Belo Horizonte (MG), is located is the largest

solar power plant built on top of a soccer stadium in Brazil, Mineirão,

with more than 6,000 solar panels, where only 10% of the energy generated

is consumed in the stadium and the rest is distributed to other areas

of the city.

In another project, Furnas foresees the installation of three photovoltaic

power plants with a nominal power of 1 MW (megawatt) each,

totaling 3 MW, in an area close to the Anta Hydroelectric Power Plant,

located on the Paraíba do Sul River, border between the states of Rio de

Janeiro and Minas Gerais. With the project, classified as Remote Self-

Consumption of Generated Distributed, Furnas estimates to reduce by

about 40% the annual energy expenses of the company's Central Office

in Rio de Janeiro. The schedule foresees the implementation in nine

months and commercial generation in the first quarter of 2020. The forecast

is that the investment of just over R$ 11 million will be paid in about

five years.

The Kyo-Green consortium, formed by Kyoservice and Solergy, will be

the responsible for the execution from the basic design phase to the completion

of the work and the beginning of the commercial operation. The

bidding obtained a negative goodwill of about 20% in relation to the initial

budgeted amount. According to the superintendent of Furnas Generation

Projects, Rodrigo Calixto, the objective is to expand the solar

power generation project to be used by other areas of the company. “We

already have a project for a second power plant in the interior of Rio de

Janeiro. Thereafter, the idea is to expand photovoltaic generation to

Minas Gerais, São Paulo and other areas where we operate. We want to

reduce to zero the electricity bill at the Furnas units ”. The executive adds

that investing in photovoltaic power plants for self-consumption is a step

for the company to gain experience in exploring this source.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 87



Júlio Oliveira


90 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Júlio Oliveira


Ligação total com o meio ambiente

Como empresa de geração e transmissão de energia elétrica,

insumo básico para o desenvolvimento econômico e social,

o compromisso de FuRnas é conduzir suas ações minimizando

ao máximo as interferências ao meio ambiente. em 2015, a Política

ambiental da empresa, que datava de 1998, passou por uma

revisão e está alinhada à Política ambiental das empresas eletrobras.

a atuação da empresa é, portanto, orientada por políticas ambientais

que buscam a integração harmônica de seus empreendimentos com o

meio ambiente. a companhia mantém foco na prevenção da poluição,

na minimização das interferências no meio ambiente e dos riscos à

saúde pública, com ações contínuas. Vale lembrar que cerca de 90% da

energia gerada por FuRnas é proveniente de usinas hidrelétricas abastecidas

por grandes reservatórios, distribuídas ao longo de várias bacias

hidrográficas, que se estendem por uma área de 5.560 km², com um

volume total de 127 km³.

em cada um desses reservatórios, a quantidade e a qualidade da

água são sistematicamente avaliadas por programas de monitoramento

hidrológico e limnológico (relativo ao estudo científico das extensões

de água doce), que fornecem dados fundamentais, como o nível

de armazenamento, vazão afluente e defluente, teores de nutrientes

e respectiva produtividade biológica, concentrações de poluentes e balneabilidade.

FuRnas monitora a qualidade da água e acompanha as

condições para o uso seguro, tanto para o abastecimento quanto para

a irrigação, pesca, navegação e lazer. em suas unidades operacionais a

empresa implanta também soluções para o reuso e o reaproveitamento

de água e para a captação de água da chuva.

as ações de FuRnas relacionadas ao meio ambiente seguem diretrizes

como incorporar as questões ambientais às etapas do planejamento,

projeto, implantação e operação de seus empreendimentos.

manter aberto o diálogo com empregados, comunidade e demais partes

interessadas e estabelecer um processo participativo, que leve em conta

a valorização do meio ambiente. Controlar e reduzir os impactos ambientais

decorrentes das atividades da empresa, em relação à conservação

do capital natural e à prevenção da poluição. Também aperfeiçoar

processos e incorporar novas tecnologias para a melhoria contínua do

desempenho ambiental, além de racionalizar o uso de recursos naturais

e o consumo de energia elétrica.

estabelecer princípios para promover o gerenciamento dos resíduos

associados às diversas atividades desenvolvidas pela companhia é outro

desafio. Dentro de um contexto onde os recursos naturais estão cada

vez mais escassos, FuRnas reconhece a sua responsabilidade na gestão

dos resíduos gerados nas atividades desenvolvidas na companhia.

Desta forma, a política enfatiza a necessidade do controle sistemático

dos resíduos desde a sua geração até a destinação final, considerando

o resíduo reutilizável ou reciclável como um bem socioeconômico, em

conformidade com a legislação vigente. a Política de Gestão de Resíduos

promove e viabiliza ações de gestão de resíduos de forma integrada

na companhia, estimulando a proteção do meio ambiente e o

desenvolvimento sustentável.

a empresa estabelece, implementa, avalia e monitora sistemas, planos,

programas, projetos e processos que contemplem a baixa geração

de resíduos, bem como atos normativos sobre o assunto na eletrobras

Furnas, em consonância com a Política ambiental e com as demais políticas

da companhia. este leque de ações preserva a imagem da eletrobras

Furnas como uma empresa social e ambientalmente

responsável no que se refere à questão da gestão de resíduos junto às

comunidades locais onde a companhia possua instalações, aos órgãos

ambientais e outras partes dessa corrente.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 91


BIODIVERSIDADE - FURNAS utiliza os recursos naturais consciente

da necessidade de conservação da biodiversidade, aliada à manutenção

da segurança do sistema de geração e transmissão de energia. a gestão

do uso e da ocupação das margens dos reservatórios é de extrema importância.

o barramento dos rios e o alagamento de suas margens

causa impactos para a flora e a fauna locais, pois modifica a paisagem,

o uso do solo e a característica do corpo d’água. FuRnas realiza diversas

ações mitigadoras de impactos ambientais decorrentes das obras

em usinas hidrelétricas, tais como: controle de processos erosivos, recomposição

da vegetação, resgate de fauna silvestre e monitoramento

da qualidade da água, da ictiofauna (conjunto de espécies de peixes que

existem em uma região) e da fauna silvestre terrestre. estudos ambientais

e programas de monitoramento ocorrem durante e após a

construção dos empreendimentos.

em linhas de transmissão são adotadas medidas preventivas desde

a definição do traçado, evitando interferências em áreas protegidas e

fragmentos de mata nativa mais significativos. além disso, a utilização

de torres mais altas (alteamento) e a adoção de técnicas especiais de

lançamento de cabos diminuem o desmatamento em áreas com alto

grau de biodiversidade. no total, 1.402 quilômetros de linhas de transmissão

usam técnicas de alteamento de torre, evitando o corte raso de

qualquer vegetação presente na faixa de servidão.

FAUNA – FURNAS, preocupada com a manutenção da biodiversidade

da ictiofauna da região de inserção dos seus empreendimentos de geração

hidrelétrica, investe em programas de monitoramento e de repovoamento

de seus reservatórios com peixes nativos. estuda a composição

da comunidade de peixes antes e após a construção das hidrelétricas,

acompanhando as alterações e analisando a biologia e ecologia de diversas

espécies de interesse ecológico e econômico. Dentre os estudos estão

a análise do ictioplâncton (ovos e larvas de peixes), a biotelemetria dos

peixes, análise genética de populações de peixes migradores e o monitoramento

pesqueiro, que é a caracterização socioeconômica dos pescadores

e da atividade de pesca nas regiões avaliadas.

esses estudos permitem auxiliar na proposição de medidas indicadas

para a manutenção da diversidade ictiofaunística e dos recursos pesqueiros

da área sob influência dos empreendimentos, com base em

dados científicos obtidos a médio e longo prazos, de forma criteriosa.

FuRnas mantém uma estação de Piscicultura na uHe Furnas (mG),

onde, numa área com 33.000 m² de espelho d’água, produz sete espécies

de peixes nativos da bacia do alto Paraná, em sua maioria, de peixes

da piracema.

FAUNA SILVESTRE - FURNAS, em seus empreendimentos hidrelétricos

ou em linhas de transmissão, em conformidade com a legislação

ambiental vigente no país, realiza estudos visando o aprimoramento

do conhecimento da fauna silvestre e atendimento a exigências ambientais.

esses estudos têm a finalidade de obter um conhecimento

mais específico da fauna onde o empreendimento está inserido, em estados

como minas Gerais, Rio de Janeiro, são Paulo, Paraná, Goiás, mato

92 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Fotos: Júlio Oliveira

Grosso e Rondônia, dentre outros. instituições de pesquisa, de renome

nacional e internacional, participam desses estudos. Pesquisadores

usam os dados coletados para a elaboração de suas teses de mestrado

e doutorado, aprimorando o conhecimento da fauna brasileira.

FuRnas adquiriu vasta experiência em operações de resgate da

fauna realizadas durante a formação dos reservatórios das usinas Hidrelétricas

de Corumbá e de serra da mesa, em Goiás, e no aproveitamento

múltiplo de manso, em mato Grosso, nos anos 1990 e 2000 e,

mais recentemente, nos aproveitamentos Hidrelétricos de simplício

(RJ/mG) e Batalha (Go/mG). a construção de hidrelétricas e linhas de

transmissão requer ações de manejo das populações animais, a fim de

minimizar o impacto das transformações da paisagem sob influência

desses empreendimentos. Tais ações também podem contribuir para

ampliação do conhecimento científico sobre diversas espécies.

nas etapas dos estudos de fauna é preciso, como diz o nome, estudar

o local do empreendimento em momentos diferentes e fazer um

inventário da fauna. Durante a implantação dos empreendimentos e

enchimento dos reservatórios é feito o manejo e resgate da fauna silvestre.

no início da fase de operação é realizado o monitoramento da

fauna, que fornece indícios de como os animais da região vêm reagindo.

Trabalhos já concluídos ofereceram uma ótima oportunidade para investigações

a respeito do efeito da fragmentação e da insularização dos

hábitats sobre as populações e comunidades faunísticas. Foi também

possível avaliar a capacidade de alguns animais trasladados de se adaptarem

e permanecerem na área de soltura.

FLORA - FURNAS é pioneira na conservação da cobertura vegetal

sob cabos condutores das linhas de transmissão construídas desde o

final da década de 90, reduzindo muito as intervenções na vegetação.

FuRnas recupera as áreas utilizadas durante a construção de suas unidades

operacionais, por meio de Programas de Recuperação de Áreas

Degradadas (PRaD) e de Conservação da Flora e Recomposição da Vegetação,

o que minimiza bastante os impactos causados. Desde 2002,

a empresa realiza resgate de germoplasma vegetal, que designa a diversidade

genética das espécies vegetais. após a coleta das sementes,

são produzidas mudas de espécies arbóreas nos viveiros de mudas da

empresa. as mudas são plantadas por meio dos Programas de Conservação

da Flora e Recomposição da Vegetação.

nos viveiros de plantas de FuRnas foram produzidas 1,2 milhão de

mudas de espécies nativas da mata atlântica e do Cerrado nos viveiros

das usinas hidrelétricas de Furnas (mG), Luiz Carlos Barreto de Carvalho

(sP/mG), marimbondo (mG/sP), Funil (RJ) e itumbiara (mG/Go). as

mudas foram utilizadas nos plantios de, aproximadamente, 432 hectares

de Áreas de Preservação Permanente (aPPs) dos reservatórios

das usinas e em compensações ambientais nas áreas de influência de

linhas de transmissão e de subestações. antes de qualquer supressão

de vegetação, são realizados inventários florestais que identificam e

quantificam a flora a ser suprimida. Posteriormente, são realizados os

Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (PRaDs) por meio dos

quais a vegetação suprimida é recomposta em áreas equivalentes ou

maiores, de acordo com a legislação local do bioma.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 93


94 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Júlio Oliveira


Total connection with the environment

As a company of generation and transmission of electric energy,

a basic input for economic and social development, the

Furnas’ commitment is to conduct its actions minimizing to

the maximum the interferences to the environment. In 2015, the Company's

Environmental Policy, which dates back to 1998, was reviewed and

is aligned with the Environmental Policy of Eletrobras Companies. The

company's activities are therefore oriented by environmental policies that

aim the harmonious integration of its enterprises with the environment.

The company focuses on preventing pollution, minimizing the environmental

interference and public health risks, with continuous actions. It

is worth remembering that about 90% of the energy generated by Furnas

comes from hydroelectric power plants supplied by large reservoirs, distributed

along several hydrographic basins, extending over an area of

5,560 km², with a total volume of 127 km³.

In each of these reservoirs, the quantity and quality of the water are

systematically evaluated by hydrological and limnological monitoring

programs (relating to the scientific study of bodies of water). These programs

provide key data, such as storage level, effluent output and influent

output, nutrient content and respective biological productivity,

pollutant concentrations and bathing conditions. Furnas monitors water

quality and monitors the conditions for safe use, both for supply and for

irrigation, fishing, navigation and leisure. In its operational units, the

company also implements solutions for the reuse of water and for the

rainwater harvesting.

Furnas' actions related to the environment follow guidelines such as

incorporating environmental issues into the planning, project, implementation

and operation stages of its enterprises. The company maintains

a dialogue with its employees, the community and the other interested

parties and establishes a participatory process that takes into account

the valuation of the environment. It controls and reduces the environmental

impacts resulting from the its activities in relation to the conservation

of natural capital and the prevention of pollution. Also, Furnas

improves processes and incorporates new technologies for the continuous

improvement of its environmental performance, besides rationalizes the

use of natural resources and the consumption of electric energy.

Another challenge for the company is to establish principles to promote

the management of waste its activities generate. Within a context where

natural resources are increasingly scarce, Furnas recognizes its responsibility

about it. Thus, the policy emphasizes the need for systematic waste

control from the time of its generation through to the final destination,

considering the reusable or recyclable waste as a socioeconomic asset, in

accordance with current legislation. The Waste Management Policy promotes

and enables integrated waste management actions at the company,

stimulating environmental protection and sustainable development.

The company establishes, implements, evaluates and monitors systems,

plans, programs, projects and processes that reduce waste output,

as well as regulations about the subject at Eletrobras Furnas, in accordance

with the Environmental Policy and other company policies. This

cluster of actions preserves the image of Eletrobras Furnas as a socially

and environmentally responsible company in the waste management

area, interacting with local communities where the company has facilities,

as well as environmental bodies and other stakeholders.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 95


Biodiversity - FURNAS uses natural resources being aware of the

need to conserve biodiversity, combined with the maintenance of the

safety of the energy generation and transmission system. The management

of the use and occupation of the margins of the reservoirs is of extreme

importance. The damming and the flooding of its banks cause

impacts to the local flora and fauna, as it modifies the landscape, the

use of the soil and the characteristic of the body of water. FURNAS carries

out several actions to mitigate the environmental impacts arising

from works in hydroelectric power plants, such as: erosion control, vegetation

restoration, wild fauna rescue and monitoring water quality, the

ichthyofauna (a set of fish species that exist in a region) and the terrestrial

wild fauna. Environmental studies and monitoring programs occur

during and after the constructions.

In transmission lines, preventive measures are adopted since the

definition of the tracing, avoiding interferences in protected areas and

fragments of native forest more significant. In addition, the use of high

towers and the adoption of special cable launching techniques reduce

deforestation in areas with a high degree of biodiversity. In total, 1,402

kilometers of transmission lines use tower elevation techniques, avoiding

the shallow cutting of any vegetation present in the easement

range.

Fauna - FURNAS, concerned with the maintenance of the ichthyofauna

biodiversity of the region of insertion of its hydroelectric generation

enterprises, invests in programs to monitor and repopulate its reservoirs

with native fish. It studies the composition of the fish community

before and after the construction of the hydroelectric dams, following

the changes and analyzing the biology and ecology of several species of

ecological and economic interest. Among the studies are the analysis of

ichthyoplankton (fish eggs and larvae), fish biotelemetry, genetic analysis

of migratory fish populations and fisheries monitoring, which is the socioeconomic

characterization of fishermen and fishing activity in the

evaluated regions.

These studies assist in the proposal of indicated measures for the

maintenance of the ichthyofaunistic diversity and the fishing resources

of the area under the influence of the enterprises, based on scientific

data obtained in the medium and long term, in a solid way. FURNAS

maintains a fish farm at the Furnas Hydroelectric Power Plant (MG),

where, in an area of 33,000 m² of water, it produces seven species of fish

native from the Alto Paraná basin, the most of them are fish of

“piracema”, how it is called the fish reproduction period.

Wild fauna - FURNAS, in its hydroelectric projects or transmission

lines, in accordance with the environmental legislation in force in the

country, carries out studies aimed at improving knowledge of wild fauna

and meeting environmental requirements. These studies have the purpose

of obtaining a more specific knowledge of the fauna where the enterprise

is inserted, in states like Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,

96 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Fotos: Júlio Oliveira

Goiás, Mato Grosso and Rondônia, among others. Research institutions,

nationally and internationally renowned, participate in these studies. Researchers

use the data collected for the elaboration of their master's and

doctoral theses, improving the knowledge of the Brazilian fauna.

FURNAS acquired extensive experience in fauna rescue operations carried

out during the formation of the reservoirs of the Corumbá and Serra

da Mesa Hydroelectric Power Plants in Goiás, in the Manso Plant in Mato

Grosso in the years 1990 and 2000 and more recently in the Simplício

(RJ/ MG) and Batalha (GO/MG) Hydroelectric Power Plants. The construction

of hydroelectric power plants and transmission lines requires management

actions of the animal populations, in order to minimize the

impact of the transformations of the landscape under the influence of

these enterprises. Such actions may also contribute to the expansion of

scientific knowledge on several species.

In the stages of fauna studies it is necessary to study the site of the

enterprise at different times and to make an inventory of the fauna. During

the implantation of the enterprises and filling of the reservoirs the

management and rescue of the wild fauna is done. At the beginning of

the operation phase, the fauna is monitored, which provides indications

of how the animals in the region are reacting. Works already completed

provided an excellent opportunity for research into the effect of habitat

fragmentation and insularization on fauna populations and communities.

It was also possible to evaluate the ability of some transferred animals

in adapting and remaining in the release area.

Flora - FURNAS is a pioneer in the conservation of vegetation cover

under conductive cables of the transmission lines built since the end of

the 90s, reducing the interventions in the vegetation. FURNAS recovers

the areas used during the construction of its operational units, through

Recovery of Degraded Areas Programs (PRAD) and Conservation of Flora

and Vegetation Restoration Programs, which greatly minimizes the impacts

caused. Since 2002, the company has rescued plant germplasm,

which designates the genetic diversity of plant species. After the seed

collection, seedlings of tree species are produced in the company seedling

nurseries. The seedlings are planted through the Plant Conservation and

Vegetation Recomposition Programs.

In the plant nurseries of FURNAS, 1.2 million seedlings of native

species of the Atlantic Forest and the Cerrado were produced in the

nurseries of Furnas (MG), Luiz Carlos Barreto de Carvalho (SP /MG),

Marimbondo (MG/SP), Funil (RJ) and Itumbiara (MG / GO). The

seedlings were used in the plantations of approximately 432 hectares

of Permanent Preservation Areas (APPs) of the reservoirs of the plants

and in environmental compensations in the areas of influence of transmission

lines and substations. Before any vegetation suppression, are

carried out forest inventories that identify and quantify the flora to be

suppressed. Subsequently, the Degraded Area Recovery Programs

(PRADs) are implemented through which the suppressed vegetation is

recovered in equivalent or larger areas, according to the local legislation

of the biome.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 97



Júlio Oliveira


100 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas

Júlio Oliveira


Atenta às

mudanças climáticas

As mudanças climáticas são uma realidade mundial. Por

isso FURNAS, sempre sintonizada com o meio ambiente,

coloca em prática uma série de ações de adaptação

às mudanças climáticas, alinhadas com as melhores práticas

de mercado. A empresa é membro fundador do programa brasileiro

Greenhouse Gas Protocol, criado em 2008. O GHG Protocol foi desenvolvido

pelo World Resources Institute (Instituto de Recursos

Mundias - WRI) para que as empresas efetuem a medição e a gestão

das emissões de gases de efeito estufa (GEE), por meio de metodologia

internacional. Em 2017, o inventário de FURNAS recebeu pelo

quinto ano consecutivo o Selo Ouro, que qualifica empresas com inventários

completos de emissão de GEE e verificados por organismos

acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

(Inmetro).

FURNAS aderiu também à Declaração de Compromisso da Eletrobras

sobre Mudanças Climáticas, alcançando metas como a redução

de 3% do consumo de energia elétrica em 2015 e de 1% em 2016. A

empresa aumentou em 6% o uso de combustíveis renováveis e adotou

o gás natural como combustível nas termelétricas Santa Cruz e

Campos em substituição ao óleo diesel. Aumentou, ainda, em 21%

a utilização de combustível renovável (etanol) na frota de veículos e

diminuiu em 5% o consumo de energia elétrica do Escritório Central,

sede da empresa no Rio de Janeiro.

Desde 2013, FURNAS participa do Sistema de Comércio de Emissões

da Plataforma Empresas Pelo Clima (EPC), iniciativa do Centro

de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas – Escola

de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP). O

Sistema estabelece um simulado de mercado de carbono para engajar

empresas brasileiras no debate relacionado às mudanças climáticas,

na gestão de emissões de GEE e na proposição de políticas

públicas. Em 2016, FURNAS participou ativamente das discussões

sobre adaptação às mudanças climáticas na EPC, proporcionando

a criação de uma força tarefa entre as empresas do Grupo Eletrobras

para tratar do tema. A companhia participa também da Câmara

Temática de Energia e Mudança Climática do Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

(CEBDS), que busca possibilidades de avanços na área.

A company concerned over

with the climate changes

The climate change is a global reality. That is why FURNAS,

which is always in tune with the environment, practices a

series of adaptation measures to climate changes, in accordance

to the best market practices. The company is a founding

member of the Brazilian program Greenhouse Gas Protocol, created

in 2008. The program was developed by the World Resources Institute

so that companies can measure and manage their greenhouse gas

emissions according to an international methodology. In 2017, Furnas'

inventory received the Golden Seal for the fifth consecutive time. This

seal qualifies companies with a complete greenhouse gas emission

inventory verified by INMETRO - National Institute of Metrology,

Standardization and Industrial Quality.

FURNAS also has agreed to Eletrobras' commitment declaration

on climate change, achieving goals as a 3% reduction on the energy

consumption levels in 2015 and a 1% reduction in 2016. The company

increased in 6% its use of renewable fuels and adopted natural gas

as fuel in place of diesel at the Santa Cruz Thermoelectric Power Plant

and at the Campos Thermoelectric Power Plant. There was a 21%

boost in ethanol usage by company’s vehicles and it decreased the

energy consumption in its central office in Rio de Janeiro by 5%.

Since 2013, FURNAS has been part of the Emission Trade System

of the Business for the Climate (EPC) Platform, an initiative of the Sustainability

Study Center of the Getúlio Vargas Foundation Business

School of São Paulo (FGV-EAESP). The system proposes a simulated

carbon credits market as a way of engaging Brazilian companies to debate

climate change, as to their greenhouse gas emission and public

politics on the matter. In 2016, FURNAS was an active part on the discussion

about climate change adaptation, at the EPC, making way for

the creation of a task force among companies in the ELETROBRAS

group. The company participates in the Chamber of Energy and Climate

Change of the Brazilian Business Council for Sustainable Development

(CEBDS), which seeks innovation in the area.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 101


102 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS7


Júlio Oliveira

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 103


Energia que a mulher produz

No Brasil, Furnas é uma das 198 empresas que aderiram aos

Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres

e do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas

(ONU). Furnas declara seu apoio aos Princípios desde agosto de 2011. A

iniciativa estimula corporações a assumirem um compromisso público

pela igualdade de gêneros, uma pauta mundial. Números da ONU Mulheres

apontam que a desigualdade de gênero no mercado de trabalho

gera uma perda média de 15% nas economias dos países da Organização

para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A ONU Mulheres tem sede em Nova York, nos Estados Unidos, e possui

escritórios regionais em países da África, Américas, Ásia e Europa.

No Brasil, o escritório opera em Brasília. A convite da ONU Mulheres, a

superintendente de Comunicação e Relações Institucionais de Furnas,

Ana Cláudia Fernandes Gesteira, representou o setor elétrico brasileiro

no Fórum Global das Empresas Signatárias dos Princípios de Empoderamento

das Mulheres (Weps), na sede da ONU (Nova York), em 2019.

Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as

atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento

das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria da

qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento

sustentável. Ciente do papel das empresas para o crescimento

das economias e para o desenvolvimento humano, a ONU Mulheres e o

Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres.

Eles são um conjunto de considerações que ajudam a comunidade empresarial

a incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à

equidade de gênero e ao empoderamento de mulheres.

São sete os Princípios de Empoderamento das Mulheres:

1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero,

no mais alto nível.

2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho,

respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.

3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e

homens que trabalham na empresa.

4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional

para as mulheres.

5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de

empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e

marketing.

6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à

comunidade e ao ativismo social.

7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção

da igualdade de gênero.

A ONU Mulheres foi criada em 2010 para unir, fortalecer e ampliar os

esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.

104 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

Segue o legado de duas décadas do Fundo de Desenvolvimento das Nações

Unidas para a Mulher (UNIFEM) em defesa dos direitos humanos

das mulheres, especialmente pelo apoio a articulações e movimento de

mulheres e feministas, entre elas mulheres negras, indígenas, jovens,

trabalhadoras domésticas e trabalhadoras rurais. São seis áreas prioritárias

de atuação: liderança e participação política das mulheres; empoderamento

econômico; fim da violência contra mulheres e meninas;

paz e segurança e emergências humanitárias; governança e planejamento;

normas globais e regionais.

A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão da ONU sobre

a Situação das Mulheres (CSW), que se reúne, no mês de março, em

Nova York, há mais de 60 anos. Essa é uma das principais instâncias de

negociação e de monitoramento de compromissos internacionais sobre

direitos humanos das mulheres. Participam dos encontros anuais autoridades

dos mecanismos das mulheres, sociedade civil e especialistas,

e teve este ano a participação de Furnas.

“Mulheres do mundo inteiro enfrentam obstáculos para o acesso a

direitos econômicos, trabalho decente e proteção social. O empoderamento

econômico das mulheres é uma das estratégias capazes de remover

obstáculos e criar as condições para desenvolver toda a

potencialidade das mulheres”, afirma Ana Carolina Querino, representante

interina da ONU Mulheres no Brasil. Segundo ela, o desenvolvimento

profissional das mulheres significa incremento do PIB. Dados do

Banco Mundial divulgados pela ONU Mulheres apontam que uma maior

projeção profissional das mulheres causaria um impacto de 3,3% no

Produto Interno Bruto, ou cerca de R$ 382 bilhões a mais na economia

mundial. Um dos benefícios da ação, segundo Ana Carolina, é que as

grandes empresas têm o poder de influenciar as cadeias produtivas, espalhando

a mudança de cultura em todos os setores e classes sociais.

A iniciativa Princípios de Empoderamento das Mulheres conta com

instrumentos para que as próprias empresas façam um autodiagnóstico

em uma plataforma on-line. As informações que as empresas incluem

na ferramenta são confidenciais e usadas para estudos. O objetivo é

que as próprias empresas façam seu diagnóstico e avaliem suas práticas,

políticas e programas pela perspectiva de gênero, de forma que

possam estabelecer planos de mudança com foco na igualdade. Ainda

neste ano, a ONU Mulheres pretende divulgar um balanço das melhorias

que a ação gerou no ambiente organizacional das empresas, com relação

à equidade de gênero.

Pesquisa de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) mostra que as mulheres recebem, em média, menos que os homens,

mesmo em profissões e atividades em que são maioria, como

professoras de nível fundamental, secretárias e vendedoras de cosméticos.

No caso dos profissionais classificados no campo ciências e intelectuais,

a participação das mulheres é 63%, mas os rendimentos

equivaliam, em 2018, a 64,8% da remuneração dos homens.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 105


Energy produced by the woman

In Brazil, Furnas is one of 198 companies that have adhered to the

Women's Empowerment Principles of UN Women and the United

Nations Global Compact. Since August 2011, Furnas declared its

support for the Women's Empowerment Principles. The initiative encourages

corporations to make a public commitment to gender equality, a

global agenda. UN Women's numbers indicate that gender inequality in

the labor market generates an average loss of 15% in the economies of

the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD)

countries.

UN Women has its headquarters in New York, United States, and has

regional offices in countries in Africa, the Americas, Asia and Europe. In

Brazil, the office operates in Brasilia. At the invitation of UN Women, Ana

Cláudia Fernandes Gesteira, the Furnas' Communications and Institutional

Relations Superintendent, represented the Brazilian electric sector

at the Global Signatory Enterprises Forum of Women's Empowerment

Principles (Weps), at the UN headquarters in New York, in 2019.

Empowering women and promoting gender equity in all social and

economic activities are guarantees for the effective strengthening of

economies, boosting business, improving the quality of life for women,

men and children, and for sustainable development. Aware of the role of

business for the growth of economies and for human development, UN

Women and the Global Compact have created the Women's Empowerment

Principles. They are a set of considerations that help the business

community to incorporate into their business values and practices that

aim at gender equity and the empowerment of women.

There are seven Principles of Women Empowerment:

1. Establish high-level corporate leadership for gender equality.

2. Treat all women and men fairly at work – respect and support

human rights and nondiscrimination

3. Ensure the health, safety and well-being of all women and men

workers.

4. Promote education, training and professional development for

women.

5. Implement enterprise development, supply chain and marketing

practices that empower women.

6. Promote equality through community initiatives and advocacy.

7. Measure and publicly report on progress to achieve gender equality.

UN Women was created in 2010 to unite, strengthen and expand

global efforts to defend women's human rights. It follows the twodecade

legacy of the United Nations Development Fund for Women

106 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

(UNIFEM) in defense of women's human rights, especially by supporting

the articulations and movement of women and feminists, including black

women, indigenous women, young women, domestic workers and rural

workers. There are six priority areas for action: women's leadership and

political participation; economic empowerment; ending violence against

women and girls; peace and security and humanitarian emergencies; governance

and planning; global and regional standards.

UN Women acts as the secretariat of the UN Commission on the Status

of Women (CSW), which convenes in March in New York for more

than 60 years. This is one of the main forums for negotiating and monitoring

international commitments on women's human rights. Authorities

of the mechanisms of women, of the civil society and specialists

participate in the annual meetings. This year, this annual meeting was

attended by Furnas.

"Women all over the world face obstacles to access to economic rights,

decent work and social protection. The economic empowerment of

women is one of the strategies that can remove obstacles and create the

conditions to develop the full potential of women"says Ana Carolina

Querino, acting representative of UN Women in Brazil. According to her,

the professional development of women means an increase in GDP.

World Bank data released by the UN Women indicate that a greater professional

projection of women would cause an impact of 3.3% in the

Gross Domestic Product, or about R$ 382 billion more in the world economy.

One of the benefits of action, according to Ana Carolina, is that

large companies have the power to influence productive chains, spreading

the change of culture in all sectors and social classes.

The Women's Empowerment Principles initiative has tools for companies

to self-diagnose themselves on an online platform. The information

that companies include in the tool are confidential and used for

studies. The goal is for companies themselves to make a diagnosis and

evaluate their practices, policies and programs from a gender perspective,

so that they can establish equality-oriented change plans. Also this year,

UN Women intends to publish a balance of the improvements that the

action generated in the organizational environment of the companies,

with respect to gender equity.

A survey publicized in 2019 by the Brazilian Institute of Geography

and Statistics (IBGE) shows that women receive, on average, less than

men, even in professions and activities in which they are majority, such

as primary school teachers, secretaries and cosmetics salesmen. In the

case of professionals classified in the areas of sciences and intellectuals,

the participation of women is 63%, but their income in 2018 corresponds

to 64.8% of men's remuneration.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 107



Júlio Oliveira


Alinhada ao Pacto Global

OPacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas

(ONU), nasceu para encorajar o alinhamento das políticas e

práticas empresariais com os valores e metas acordados

mundialmente, na busca de uma economia global mais sustentável e

inclusiva. O Pacto tem dez princípios que visam proporcionar condições

de acesso à educação, habitação, alimentação, transporte, emprego e

saúde. O Pacto Global (Global Compact), lançado oficialmente em 26 de

julho de 2000, em Nova York, nasceu de um apelo feito pelo então secretário-geral

das Nações Unidas e Prêmio Nobel da Paz, o ganense Kofi

Annan, no Fórum Econômico de 1999, para que o mundo empresarial se

unisse com o objetivo de “dar uma face humana à globalização”.

No mesmo ano do lançamento, em 2000, FURNAS, por intermédio

do Instituto Ethos, formalizou seu pedido de adesão ao Pacto Global,

que foi aceito em 19 de outubro de 2001, tendo permanecido como

membro ativo do Pacto, pelo envio de Relatórios, denominados “Communication

on Progress”, representados por seus Balanços Sociais.

As empresas participantes do Pacto Global são diversificadas e representam

diferentes setores da economia e regiões geográficas e buscam

gerenciar seu crescimento de uma maneira responsável, que contemple

os interesses e preocupações de suas partes interessadas, incluindo

funcionários, investidores, consumidores, organizações não governamentais,

associações empresariais e comunidades.

PRINCÍPIOS

Os dez princípios do Pacto Global são derivados

de Declarações Mundiais de:

Direitos Humanos

1. Respeitar e proteger os direitos humanos;

2. Impedir violações de direitos humanos.

Princípios de Direitos do Trabalho

3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho;

4. Abolir o trabalho forçado;

5. Abolir o trabalho infantil;

6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.

Princípios de Proteção Ambiental

7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;

8. Promover a responsabilidade ambiental;

9. Encorajar tecnologias que não agridam o meio ambiente.

Princípios contra a Corrupção

10. Combater a corrupção em todas as suas formas,

inclusive extorsão e propina.

Em 2005, a empresa se comprometeu, a partir do seu Balanço Social

de 2006, a alinhar de forma explícita os dez princípios do Pacto Global

às respectivas ações por ela empreendidas, sempre tendo em vista a

busca contínua de sua sustentabilidade empresarial. Assim, as ações

desenvolvidas por FURNAS buscam guardar coerência com as diretrizes

do pacto, que procuram fornecer uma estrutura global para a promoção

do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas

inovadoras e comprometidas com uma nova visão de mundo.

Paralelo a isso, FURNAS promove a incorporação do conceito de Responsabilidade

Social à sua cultura organizacional. O que significa conscientizar

e sensibilizar todos os empregados sobre a importância de

estarem atentos às demandas e expectativas dos públicos de interesse

da empresa. A integração de ferramentas de gestão da responsabilidade

social ao planejamento da empresa permite a otimização da aplicação

de recursos destinados ao investimento social.

110 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Aligned with the Global Compact

The Global Compact, a United Nations initiative, was born to

encourage businesses to align their policies and practices with

globally agreed targets and values in order to create a more

sustainable and inclusive global economy. The Compact has ten principles

that aim to provide conditions of access to education, housing, food,

transport, employment and health.

The Global Compact, officially launched on July 26, 2000 in New York,

was born of an appeal by the then Secretary-General of the United Nations

and Nobel Peace Prize Laureate, Kofi Annan, at the 1999 Economic

Forum, asking the businesses world to unite with the goal of "giving a

human face to globalization".

In the same year of its launch, in 2000, FURNAS, through the Ethos

Institute, submitted a request to adhere to the Global Compact. This request

was accepted on October 19, 2001, and the company remained an

active member of the Compact, sending in reports, referred to as "Communication

on Progress", represented by its Social Balance Sheets.

The companies participating in the Global Compact are diversified and

represent different sectors of the economy and geographic regions, they

seek to manage their growth responsibly, taking into account the interests

and concerns of their stakeholders, including employees, investors,

consumers, non-governmental organizations, business associations and

communities.

PRINCIPLES

Below are the 10 principles of the Global Compact,

all of which are derived from global statements on:

Human Rights

1. Respect and protect human rights;

2. Prevent human rights abuses.

Labour Principles

3. Uphold the freedom of work association;

4. Eliminate forced and compulsory labour;

5. Abolish child labour;

6. Eliminate the discrimination in the workplace.

Environmental Protection Principles

7. Support a precautionary approach to environmental challenges;

8. Promote the environmental responsibility;

9. Encourage the development and diffusion of

environmentally friendly technologies.

Anti-corruption principles

10. Work against corruption in all its forms, including

extortion and bribery.

In 2005, the company committed to start as of its 2006 Social Balance

Sheet, to explicitly aligning its activities with the ten principles of the

Global Compact, always in view of the continuous search for its business

sustainability. Thus, the actions developed by FURNAS seek to maintain

consistency with the guidelines of the compact, which provide a global

structure promoting sustainable growth and citizenship, through innovative

corporate leaderships and committed to a new vision of the world.

Parallel to this, FURNAS promotes the incorporation of the concept of

Social Responsibility as part of its organizational culture. This means

making all employees aware about the importance of being attentive to

the demands and expectations of the company stakeholders. Integrating

social responsibility management tools into company planning allows it

to optimize the application of resources destined to social investment.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 111



Júlio Oliveira


Trabalho com responsabilidade social

Aenergia que FURNAS produz move a economia do país, promove

a integração de diferentes localidades e modifica realidades.

Entretanto, mais do que transmitir eletricidade, ao

longo dos últimos anos a Empresa tem como propósito transmitir energia

comprometida com a realidade social, ajudando a promover e a iluminar

vidas. Como empresa socialmente responsável, FURNAS

desenvolve, nos estados brasileiros envolvidos em sua área de atuação,

diversas iniciativas com o objetivo de promover a valorização do trabalho

pessoal, a equidade de gênero e raça, o voluntariado e a cultura, por

meio de projetos e ações sociais nas comunidades localizadas no entorno

de seus empreendimentos.

O Programa Furnas Social apoia ações sociais capazes de promover

a melhoria da qualidade de vida dos moradores de comunidades menos

favorecidas, situadas nos municípios onde FURNAS possui suas instalações

(usinas, reservatórios e bacias hidrográficas correspondentes,

subestações, escritórios e linhas de transmissão), bem como locais onde

a empresa tenha concessão para implantação de novos empreendimentos.

Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento Territorial, criado

em 2005 para impulsionar o desenvolvimento social e econômico de comunidades

e bairros, que nasceu para qualificar, integrar e dinamizar

as relações entre grupos comunitários organizados com o poder público

local e a sociedade civil em geral.

O Programa Furnas de Voluntariado é uma iniciativa da responsabilidade

sociocultural da empresa, para incentivar, organizar, apoiar e reconhecer

o envolvimento de seus colaboradores em atividades voluntárias,

nas comunidades em que a empresa atua, em prol da sociedade. O programa

estimula o voluntariado entre seus colaboradores, desde 2002,

com a valorização do serviço voluntário em ações e/ou causas sociais,

de forma a permitir o uso consciente e cidadão de seus talentos e tempo

livre para promover o desenvolvimento social das regiões.

Em 2018, foi realizada a terceira edição da “Gincana Energia Voluntária”.

A gincana é uma saudável competição solidária com objetivo de

unir todos os colaboradores de FURNAS em ações voluntárias em prol

de suas comunidades. Participaram da Gincana 269 voluntários de FUR-

NAS, além de 420 amigos e parentes envolvidos pelos voluntários, que

realizaram 41 ações beneficiando mais de 5 mil pessoas. Os temas das

ações foram relacionados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

(ODS), da ONU.

As Hortas Comunitárias cultivadas nos empreendimentos de FUR-

NAS são mantidas por voluntários da empresa, com o objetivo de melhorar

os hábitos alimentares e nutricionais de instituições de

comunidades carentes, além de reforçar a alimentação de crianças, lactantes,

adultos e idosos desnutridos. As frutas, legumes e hortaliças

produzidas são distribuídos a instituições públicas e Organizações da

Sociedade Civil, localizadas nas proximidades da empresa. Os voluntários

de FURNAS colaboram tanto na manutenção das plantações,

quanto na colheita e distribuição dos alimentos cultivados. Atualmente,

as unidades da empresa que cultivam esses alimentos estão nas cidades

de São José da Barra (MG), Cachoeira Paulista (SP), Mogi das Cruzes

(SP), Brasília (DF) e Sapucaia (RJ). São produzidas por ano cerca de 55

toneladas de hortaliças, legumes e frutas, beneficiando 44 mil pessoas,

de 43 instituições.

114 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Júlio Oliveira

O projeto Núcleo de Integração Comunitária nasceu de uma parceria

estabelecida entre FURNAS e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e

Econômicas – IBASE, para promover o desenvolvimento territorial sustentável

das comunidades de baixa renda, vizinhas às instalações e empreendimentos

de FURNAS. O projeto aposta na participação ativa da população

local como componente essencial para sua organização e autonomia, na

formulação de soluções para os problemas locais, na implementação de

propostas para a solução dos mesmos, na distribuição de responsabilidades

entre os diversos atores e no acompanhamento da população junto

ao poder público e das soluções que interferem nas políticas públicas.

Sandra Jouan, do Ibase, coordenadora técnica dos Núcleos, explica

que a proposta é viabilizar ações para o desenvolvimento sustentável

de comunidades do entorno dos empreendimentos de FURNAS, como

a subestação de Angra dos Reis (RJ) e a Usina Hidrelétrica de Marechal

Mascarenhas de Moraes (MG). “A participação de atores sociais locais é

uma opção que qualifica a proposta e envolve diretamente as pessoas

do território em um processo que leva a reflexões, proposições e ações

de desenvolvimento local. Os agentes locais são os primeiros a entender

a proposta, a se comprometerem com ela e a divulgá-la, além de se tornarem

agentes de uma governança democrática no território”, define.

O Programa de Inclusão Social do Banco da Providência, realizado em

parceria com FURNAS, é outra ação que merece ser citada. Em 10 anos

de parceria, FURNAS investiu aproximadamente R$ 2 milhões no programa,

beneficiando mais de 3 mil profissionais com cursos em diversas

áreas. De acordo com a assistente social Cláudia Tenório, da Gerência de

Responsabilidade Sociocultural de Furnas, em 2017 a taxa de geração de

renda para as pessoas atendidas foi de 71%, o que significa “mais do que

a metade das pessoas que entraram sem perspectiva, sem uma empregabilidade,

passaram a ter ali um crescimento de sua renda familiar.”

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 115


Working with social responsibility

T

he energy that FURNAS produces moves the economy of

the country, promotes the integration of different localities

and modifies realities. However, more than transmitting

electricity over the last few years, the Company aims to transmit energy

committed to social reality, helping to promote and illuminate

lives. As a socially responsible company, FURNAS develops, in the

Brazilian states involved in its area of activity, several initiatives with

the objective of promoting the valuation of personal work, gender and

race equity, volunteering and culture, through projects and socials actions

in the communities located in the surroundings of their enterprises.

The Furnas Social Program supports social actions capable of promoting

the improvement of the quality of life of people who lives in

disadvantaged communities adjcacent to FURNAS’ facilities (plants,

reservoirs and their corresponding hydrographic basins, substations,

offices and transmission lines) as well as locations where the company

holds concessions to implement new enterprises. One example

is the Territorial Development Program, created in 2005 to foster the

social and economic development of communities and neighborhoods.

It was born to qualify, integrate and invigorate relations between

organized community groups with local government and civil

society in general.

The Furnas in Action Volunteer Program is an initiative of the social

e cultural responsibility of the company to encourage, organize, support

and recognize the participation of its employees in voluntary activities,

in the communities where the company operates, for the

benefit of society. Since 2002, it has been stimulating volunteering

among its employees by the appreciation of voluntary service in actions

and/or social causes, in order to allow the conscious and citizen

use of their talents and free time to promote the social development

of the regions.

In 2018, the third edition of "Gincana Energia Voluntária" was held.

The gymkhana is a healthy solidarity competition with the objective of

uniting all FURNAS employees in voluntary actions in favor of their communities.

269 FURNAS volunteers participated in the Gymkhana, as well

as 420 friends and relatives involved by the volunteers, who did 41 actions

benefiting more than 5 thousand people. The themes of the actions were

related to the The themes of the actions were related to the UN 17 Sustainable

Development Goals (ODS).

The Community Gardens cultivated in the FURNAS enterprises are

maintained by volunteers of the company, with the aim of improving the

eating habits of institutions in needy communities, as well as strengthening

the eating of malnourished children, infants, adults and elderly.

The fruits, legumen and vegetables produced are distributed to public institutions

and Civil Society Organizations, located in the proximity of the

company. FURNAS volunteers collaborate both in the maintenance of

the plantations and in the harvesting and distribution of the cultivated

foods. Currently, the company units that grow these foods are in the

cities of São José da Barra (MG), Cachoeira Paulista (SP), Mogi das Cruzes

(SP), Brasília (DF) and Sapucaia (RJ). About 55 tons of vegetables, legumen

and fruits are produced per year, benefiting 44,000 people from 43

institutions.

116 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Júlio Oliveira

The Community Integration Nucleus project was born out of a partnership

established between FURNAS and the Brazilian Institute of Social

and Economic Analysis (IBASE) to promote the sustainable territorial

development of low-income communities, which are close to FURNAS’

facilities and enterprises. The project focuses on the active participation

of the local population as an essential component for their organization

and autonomy, formulating solutions to local problems, implementing

proposals for solving them, distributing responsibilities among the various

actors and monitoring the population with the public power and the

solutions that interfere in public policies.

Sandra Jouan, from Ibase, technical coordinator of the Nuclei, explains

that the proposal is to make feasible actions for the sustainable development

of communities around the FURNAS' enterprises, such as the

Angra dos Reis (RJ) substation and the Marechal Mascarenhas de Moraes

Hydroelectric Power Plant (MG). She states that "the participation of

local social actors is an option that qualifies the proposal and directly involves

the people of the territory in a process that leads to reflections,

propositions and actions of local development. The local actors are the

first to understand the proposal, to commit to it and to disclose it, in addition

to becoming agents of a democratic governance in the territory."

The Social Inclusion Program of Banco da Providência, carried out in

partnership with FURNAS, is another action worthy of mention. In 10

years of partnership, FURNAS invested approximately R$ 2 million in the

program, benefiting more than 3 thousand professionals with courses in

several areas. According to case-worker Cláudia Tenório, from Furnas'

Sociocultural Responsibility Management, in 2017 the rate of income

generation for the people served was 71%, which means "more than half

of the people who entered without perspective, without an employability,

started to have an increase in their family income. "

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 117



Júlio Oliveira


Na trilha da cultura

Furnas está alinhada ao seu compromisso social de contribuir

para melhorar a condição humana, incentivar a produção artística,

a reflexão e o conhecimento sobre a cultura brasileira.

A empresa apoia, patrocina e promove múltiplas manifestações que

contribuem para construção da identidade cultural brasileira, valorização

da cultura popular e inclusão social, regionalização e interiorização

da cultura. Para Furnas, o reconhecimento e a valorização da cultura são

fundamentais para o desenvolvimento dos povos em um sentido

amplo: a cultura se junta aos temas sociais e ambientais para formar

pilares básicos e dar significado mais efetivo e abrangente a uma nova

noção de desenvolvimento e sustentabilidade. Furnas patrocina eventos

ligados direta ou indiretamente à atividade-fim da empresa (geração,

transmissão e comercialização de energia elétrica), bem como de

suas áreas de interesse estratégico (meio ambiente, qualidade, formação

profissional, responsabilidade social, entre outras), sob duas modalidades:

seleção pública e escolha direta.

Enquanto os projetos culturais de Teatro, Audiovisual (longa-metragem

de ficção) e Patrimônio Imaterial recebem patrocínio de Furnas somente

por meio de Seleção Pública (Edital), as demais áreas não

contempladas nesta lista podem solicitar o apoio da empresa por meio

da modalidade Escolha Direta. As solicitações de patrocínio cultural deverão

ser encaminhadas por meio da Gerência de Responsabilidade Sociocultural

da empresa. Inaugurado em 2003, o Espaço Furnas Cultural,

na sede da empresa, no Rio de Janeiro, é constituído pelo Espaço de

Convivência Herbert de Souza, ideal para eventos como lançamentos

de livros, rodas de leitura e performances, e também por duas galerias:

uma ocupando o hall inferior e outra, o superior - que acolhem exposições

de fotografia, escultura, pintura, instalação, intervenção e novas

tecnologias. As instalações contam com acesso para cadeirantes e auditório

com capacidade para 192 pessoas. A entrada é gratuita.

Em 2018, Furnas patrocinou 28 projetos incentivados pela Lei Rouanet

e Lei do Audiovisual (onde o Governo Federal abre mão de receber

parcela do imposto de renda devido por empresas que apoiam financeiramente

projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura),

apresentados no Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro-RJ) e no Cine

Furnas Cultural (São José da Barra-MG), que oferecem programação gratuita

à comunidade. O Espaço Furnas Cultural, com o investimento de

até R$ 1,5 milhão, selecionou 19 projetos nos segmentos de música, teatro

e artes visuais, para montagem de sua programação em 2019. Já o

Cine Furnas Cultural valoriza a cultura regional com espetáculos gratuitos

voltados para as comunidades do entorno da Usina de Furnas, em

São José da Barra (MG). Recebe atrações como shows de música erudita

e popular, dança, além de teatro adulto e infantil. O Cine Furnas Cultural

ocupa o antigo cinema da usina, com capacidade para 320 pessoas.

Lívia Bastos/Divulgação

O cantor e compositor Beto Guedes já se

apresentou no Cine Furnas Cultural,

em São José da Barra, na

Usina de Furnas (MG)


On the trail of culture

Furnas is aligned with its social commitment to contribute to

improving the human condition, encouraging the artistic production,

the reflection and the knowledge about Brazilian culture.

The company supports, sponsors and promotes multiple

manifestations that contribute to the construction of Brazilian cultural

identity, appreciation of popular culture and social inclusion, regionalization

and interiorization of culture. In Furnas' vision, recognition and

appreciation of culture are devisive to the development of peoples in a

broad sense: the culture, as well as social and environmental themes,

form basic pillars that give a more effective and comprehensive meaning

to a new notion of development and sustainability. Furnas sponsors

events directly or indirectly related to the company's end-activity (generation,

transmission and sale of electric energy), as well as its areas of

strategic interest (environment, quality, professional training, social responsibility,

among others), under two modalities: public selection and

direct selection.

The cultural projects of Theater, Audiovisual (feature films of fiction)

and Intangible Heritage are sponsored by Furnas only by means of Public

Selection (notice), the other areas may request the support of the company

through the modality of Direct Choice. Applications for cultural

sponsorship should be submitted to the company's Sociocultural Responsibility

Management.

Inaugurated in 2003, the Furnas Cultural Space, at the company's

headquarters in Rio de Janeiro, is made up of the Herbert de Souza Living

Space, ideal for events such as book launches, reading wheels and performances,

as well as two galleries: one occupying the lower hall and another,

the upper one. They host exhibitions of photography, sculpture,

painting, installation, intervention and new technologies. The facilities

have wheelchair access and an auditorium with a capacity of 192 people.

The admission is free.

In 2018, Furnas sponsored 28 projects with the support of the

Rouanet Law and Audiovisual Law (where the Federal Government gives

up receiving a portion of the income tax due by companies that financially

support cultural projects approved by the Ministry of Culture), presented

at Furnas Cultural Space (Rio de Janeiro-RJ) and at the Furnas

Cultural Cine (São José da Barra-MG), which offer free programming to

the community. The Furnas Cultural Space, with an investment of up to

R$ 1.5 million, selected 19 projects in the music, theater and visual arts

segments to set up its programming in 2019. The Furnas Cultural Cine

values the regional culture, with free spectacles oriented to the communities

of the around the Furnas Power Plant, in São José da Barra (MG).

It receives attractions such as erudite and popular music shows, dance,

as well as adult and children's theater. The Furnas Cultural Cine occupies

the old cinema of the power plant, with capacity for 320 people.

Júlio Oliveira



Júlio Oliveira


124 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Júlio Oliveira


Segurança total das barragens

Com um vasto parque gerador, Furnas executa há mais de 40

anos seu protocolo de controle de Segurança de Barragens,

que inclui inspeções regulares e manutenções corretivas e

preventivas. As usinas hidrelétricas exercem um papel estratégico para

o desenvolvimento do país: produzem energia limpa e renovável, controlam

as cheias dos rios, abastecem populações e geram empregos.

Suas barragens, estruturas de grandes proporções, são constantemente

monitoradas e inspecionadas para total segurança das operações. Os

padrões estabelecidos pela Política Nacional de Segurança de Barragens

e a regulamentação estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) são fundamentais ao adequado controle e manutenção dessas

estruturas. As ações de Segurança de Barragens contemplam

inspeções periódicas pelo corpo técnico de Furnas, sendo complementadas

por avaliação do comportamento das estruturas. Tais procedimentos

são consolidados em Relatórios de Inspeção Técnica, além de

Relatórios de Estudos de Comportamento, com frequências compatíveis

às características de cada empreendimento. Os relatórios fazem parte

do acervo de cada usina e estão disponibilizados para o órgão regulador.

A engenharia de Segurança de Barragens é um processo dinâmico e

de contínuo aprimoramento, onde a união de esforços dos profissionais

das empresas e órgãos competentes é fundamental para a adoção dos

mais altos padrões de controle de qualidade e manutenção, aliando eficiência

e seguridade. A Gerência de Serviços e Suporte Tecnológico de

Furnas, localizada em Aparecida de Goiânia (GO), inclui um Centro Tecnológico

de Engenharia Civil reconhecido internacionalmente e que já

prestou serviços a mais de 30 obras em 19 países dos cinco continentes.

Ele se destaca nos estudos de construção de barragens. Lá, as pesquisas

definem e otimizam o uso de materiais, minimizando custos e proporcionando

melhor desempenho, segurança e durabilidade dos

empreendimentos. Somente no Brasil foram mais de 150 empreendimentos

hidrelétricos atendidos, com serviços que vão desde o estudo

da mecânica dos solos e das rochas até a tecnologia e os ensaios de durabilidade

do concreto, instrumentação e segurança de barragens, calibração

e verificação de instrumentos e estudos em modelos reduzidos.

O Plano de Segurança de Barragem (PSB) é um instrumento da Política

Nacional de Segurança de Barragens. Cada usina tem o seu plano,

pois cada barragem e entorno são diferentes, assim como são os impactos

de uma eventual ruptura. No Plano de Ação de Emergência

(PAE), parte integrante do PSB, são feitos os estudos de Dam Break,

isto é, o que acontece a partir do eventual rompimento de cada estrutura

de barramento. Os estudos têm o objetivo de definir as manchas

de inundação, assim como responsabilidades e procedimentos emergenciais

para identificação, prevenção, comunicação e notificação em

caso de emergências. Todos os Planos de Segurança de Barragens de

todas as usinas do Sistema Furnas foram entregues aos órgãos municipais

e estaduais dentro dos prazos previstos na lei. Essas informações

vão subsidiar as ações tomadas pelos órgãos municipais e estaduais legalmente

constituídos, como as Prefeituras, Polícias, Bombeiros e Defesa

Civil. São esses órgãos que vão criar um Plano de Contingência para

cada região e situação.

A integridade dos equipamentos de Furnas e a segurança das estruturas

de cada usina da empresa são garantidas por protocolos aplicados

na operação de modo contínuo, com o objetivo de detectar preventivamente

qualquer eventual anormalidade e sinalizar para que o operador

possa intervir imediatamente ou acionar o órgão de manutenção responsável.

As ações de Segurança de Barragens contemplam inspeções periódicas

das usinas pelo corpo técnico de Furnas, sendo complementadas

por avaliação do comportamento das estruturas por meio de análise de

registros da instrumentação. As barragens das usinas de Furnas são

construídas de acordo com as melhores práticas da engenharia internacional

do setor e são projetadas com base em uma vazão decorrente de

chuvas, verdadeiros dilúvios, que ocorrem a cada 10 mil anos, ou seja,

muito superior às ocorridas habitualmente. Caso seja registrado um aumento

muito significativo na vazão da água a ponto de representar risco

à barragem, é aberto o vertedouro, uma saída de água para reduzir o nível

do reservatório e preservar a barragem. A água que passa pelo vertedouro

não gera energia. Ela é devolvida ao leito do rio sem passar pelas turbinas.

O reservatório de uma usina hidrelétrica é feito para reter a água que

chega nele. Assim, é possível armazenar o excesso de água no reservatório

e controlar a vazão de saída dessa água, evitando que as áreas a jusante

da barragem, isto é, localizadas da barragem para baixo, recebam

todo esse volume de uma vez, prevenindo cheias e alagamentos.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 125


126 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Júlio Oliveira


Total dams safety

W

ith a huge generator park, Furnas has been operating

for more than 40 years its control protocol of the Dam

Safety, which includes regular inspections and corrective

and preventive maintenances. The hydroelectric power plants have

a strategic role for the country's development: they produce clean and

renewable energy, control the floods of the rivers, supply the populations

and generate jobs. Its dams, structures of great proportions, are

constantly monitored and inspected for total safety of operations. The

standards established by the National Dams Safety Policy and the regulation

established by the National Electric Energy Agency (Aneel) are

essential to the proper control and maintenance of these structures.

The Dam Safety actions contemplate periodic inspections by Furnas'

technical staff, being complemented by an evaluation of the behavior

of the structures. These procedures are consolidated in Technical Inspection

Reports, as well as Reports of Behavioral Studies, with frequencies

compatible with the characteristics of each project. The

reports are part of the collection of each power plant and are available

to the regulatory agency.

The Dams Safety engineering is a dynamic and continuous improvement

process, in which the joint efforts of the professionals of the companies

and competent organizations is indispensable for the adoption

of the highest standards of quality control and maintenance, combining

efficiency and safety. The Furnas' Services and Technological Support

Management, located in Aparecida de Goiânia (GO), includes an internationally

recognized Civil Engineering Technology Center, which has already

served more than 30 works in 19 countries on five continents. It

excels in dam construction studies. There, the researches define and optimizes

the use of materials, minimizing costs and providing better performance,

safety and durability of the projects. Only in Brazil, more than

150 hydroelectric projects were carried out, with services ranging from

the study of soil and rock mechanics to the technology and tests of concrete

durability, instrumentation and dam safety, calibration and verification

of instruments and studies in reduced models.

The Dam Safety Plan (PSB) is an instrument of the National Policy on

Dam Safety. Each power plant has its plan, because each dam and its

surroundings are different, as are the impacts of a possible rupture. In

the Emergency Action Plan (SAP), an integral part of the PSB, studies

are made of dam rupture, that is, what happens after the eventual disruption

of each bus structure. The studies aim to define the flood spots

as well as responsibilities and emergency procedures for identification,

prevention, communication and notification in case of emergencies. All

the Dams Security Plans of all Furnas System power plants were delivered

to municipal and state organizations within the deadlines established

by law. These information will subsidize the actions taken by the municipal

and state legally constituted, such as Prefectures, Police, Fire and

Civil Defense. It is these public organizations that will create a Contingency

Plan for each region and situation.

The integrity of Furnas' equipment and the safety of the structures

of each power plant are guaranteed by protocols applied in the operation

in a continuous way, with the aim of preventively detecting any abnormality

and signal so that the operator can intervene immediately or trigger

the responsible maintenance public agency. The actions of Dam

Safety include periodic inspections of the plants by Furnas' technical

staff, being complemented by an evaluation of the behavior of the structures

by means of the instrumentation records analysis. The Furnas'

dams of the power plants are built according to the best practices of the

international engineering of the sector and are projected based on a

water outflow prepared to rainfall much higher than usual. If there is a

significant increase in the water flow to the point of dam risk, is opened

the spillway, a water outlet to reduce the level of the reservoir and to preserve

the dam. The water passing through the spillway does not generate

energy, it is returned to the river bed without going through the turbines.

The reservoir of a hydroelectric power plant is made to retain the water

that arrives. Thus, it is possible to store the excess water in the reservoir

and to control the outflow of this water, avoiding that the areas downstream

of the dam receive all this volume at once, preventing floods.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 127



Júlio Oliveira


Transmissão e subestações

Um conjunto de linhas de transmissão interligadas a subestações,

cortando várias regiões geográficas do Brasil, forma

o que se chama de Sistema de Transmissão. Deste sistema,

mais de 20 mil km fazem parte da rede básica de Furnas, configurada

em linhas com tensões de 138, 230, 345, 500, 750 e ± 600 kV, que passam

por oito estados e o Distrito Federal. O Sistema Furnas é supervisionado

de forma geral pelo Centro de Operação do Sistema, em

articulação com os centros de operação regionais. Informações das mais

remotas áreas regionais são transmitidas por meio de tecnologias de

comunicação que levam a estes centros de operação um panorama online

completo de todo o sistema, utilizando sistemas computacionais

de tempo real (SOL) e tecnologias de última geração videowall.

Os centros de operação regionais têm como principais encargos a

coordenação de manobras e a normalização do sistema elétrico após

eventuais perturbações. São eles: Centro Regional Minas, localizado na

Usina Hidrelétrica de Furnas, em cuja área de responsabilidade estão

incluídas as usinas do rio Grande; Centro Regional Rio, localizado na Subestação

de Jacarepaguá, em cuja área de responsabilidade encontramse

os troncos de alimentação dos estados do Rio de Janeiro e Espírito

Santo; Centro Regional São Paulo, localizado na Subestação de Campinas,

com responsabilidade sobre os troncos de alimentação da Grande

São Paulo e o Sistema de Transmissão proveniente da Usina Hidrelétrica

de Itaipu; Centro Regional Goiás, localizado na Usina de Itumbiara, em

cuja área de responsabilidade destacam-se os troncos de alimentação

aos estados de Goiás, Mato Grosso, parte do Tocantins e do Distrito Federal.

O Centro de Operação do Sistema e o Centro de Supervisão de Telecomunicações

localizam-se no Rio de Janeiro.

Sistema Itaipu – Entre os empreendimentos construídos e operados

por Furnas destaca-se o Sistema de Transmissão de Itaipu (usina na

fronteira do Brasil com o Paraguai) integrado por cinco linhas de transmissão

que cruzam 900 km desde o Estado do Paraná até São Paulo.

Este sistema possui três linhas em corrente alternada 750 kV e duas linhas

em corrente contínua ± 600 kV, necessárias para contornar o problema

de diferentes frequências utilizadas por Brasil e Paraguai. No

caso das subestações, o sistema de transmissão de Furnas abrange

atualmente 75 subestações, sendo 54 próprias (14 junto às suas usinas

hidrelétricas e termelétricas) e 21 sob o regime de parcerias.

130 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


evening_tao / Freepik

Transmission and substations

Aset of transmission lines interconnected with substations,

cutting across various geographic regions of Brazil, forms

what is called the Transmission System. Of this system,

more than 20 thousand km are part of the basic Furnas network, configured

on lines with voltages of 138, 230, 345, 500, 750 and ± 600 kV,

which pass through eight states and the Federal District. The Furnas System

is generally supervised by the System Operation Center, in articulation

with the regional operation centers. The Information from the most

remote regional areas are transmitted via communication technologies

that bring these operating centers a complete online overview of the entire

system, using real-time computer systems (SOL) and state-of-theart

video wall technologies.

The regional operation centers have as mainly functions the coordination

of maneuvers and the normalization the electrical system after

any disturbances. They are: Minas Regional Center, located at Furnas

Hydroelectric Power Plant, in whose area of responsibility are included

the Grande River power plants; Rio Regional Center, located in the

Jacarepaguá Substation, in whose area of responsibility are the feeding

trunks of the states of Rio de Janeiro and Espírito Santo; São Paulo Regional

Center, located in the Campinas Substation, with responsibility

for the São Paulo metropolitan area power trunks and the Transmission

System of the Itaipu Hydroelectric Power Plant; Goiás Regional Center,

located in the Itumbiara Power Plant, in whose area of responsibility

the feeding trunks to the states of Goiás, Mato Grosso, part of Tocantins

and the Federal District stand out. The System Operation Center

and the Telecommunications Supervision Center are located in Rio de

Janeiro.

Itaipu System - Among the projects built and operated by Furnas,

stands out the Itaipu Transmission System (power plant on the border

between Brazil and Paraguay) integrated by five transmission lines that

cross 900 km from the state of Paraná to São Paulo state. This system

has three 750 kV alternating current lines and two ± 600 kV direct current

lines, necessary to overcome the problem of different frequencies used

by Brazil and Paraguay. In the case of substations, Furnas' transmission

system currently comprises 75 substations, of which 54 are owned (14 by

their hydroelectric and thermoelectric power plants) and 21 under the

partnership regime.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 131



Júlio Oliveira


Júlio Oliveira

Que bom trabalhar aqui

Em 2018, Furnas ofereceu 130 mil horas de treinamento e 98%

do quadro de funcionários passou por avaliação de desempenho,

como forma de evolução contínua de sua carreira. E

esse é apenas um dos atrativos de uma carreira em Furnas. Além dos

benefícios e vantagens a que está obrigada por lei e força de Acordos

Coletivos de Trabalho, Furnas agrega, de forma espontânea, outros

bônus como parte da política de valorização e retenção de seus empregados.

A iniciativa tem como base as premissas da política de recursos

humanos da empresa, destacando-se plano de saúde e odontológico,

auxílio-alimentação ou refeição, auxílio-creche, auxílio-educacional, auxílio-óculos,

auxílio-funeral, cesta natalina, reembolso de medicamentos

de uso contínuo e seguro de vida, entre outros.

A empresa considera que sua força de trabalho é fator importante

de sucesso empresarial. Acredita que um dos pilares fundamentais de

sua existência é o quadro de pessoal, responsável pela história e futuro

da empresa. A política de gestão de pessoas atua como agente do fortalecimento

organizacional, contribuindo para a competitividade, rentabilidade

e sustentabilidade do negócio. Com o objetivo de aumentar

a satisfação e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, a gestão

de pessoas está direcionada a soluções que proporcionem condições

adequadas ao desenvolvimento, valorização e retenção de seu quadro

de pessoal. Furnas adota, desde 2010, o Plano de Carreira e Remuneração

(PCR) das Empresas Eletrobras, que utiliza como base o conceito

de competências como principal referência para gestão de pessoas.

O modelo de carreira utilizado visa alinhar políticas e práticas de gestão

de pessoas ao direcionamento estratégico empresarial, bem como

integrar os processos de gerenciamento de pessoas na busca da melhoria

do desempenho organizacional. O PCR está baseado na descrição

de cargos, separados por natureza e complexidade. Para as remunerações,

são considerados os cargos, as faixas de complexidade em que o

empregado se enquadra e os critérios para progressões concedidas de

acordo com o desempenho do empregado.

A empresa também concede a seus empregados efetivos a participação

nos lucros e resultados após o encerramento de cada exercício financeiro,

desde que as metas coletiva e individual sejam alcançadas.

As metas coletivas são indicadores financeiros (margem operacional líquida

e índice de custeio) e operacionais (disponibilidade operacional do

sistema de geração e transmissão). A meta individual consiste no fator

de contribuição individual, que corresponde à relação entre os dias (ou

horas) efetivamente trabalhados pelo empregado e o total de dias (ou

horas) exigidos. Além das metas, há ainda pré-requisitos fundamentais

para este pagamento, que estão relacionados à distribuição de dividendos

aos acionistas da Eletrobras e de Furnas. O montante a ser distribuído

aos empregados não pode ultrapassar o limite de quatro

remunerações.

A avaliação de desempenho por competências é aplicada em Furnas

desde 2005. A partir da implantação do Plano de Carreira e Remuneração

(PCR) unificado para o Sistema Eletrobras, a empresa adota o Sistema

de Gestão de Desempenho (SGD), o qual contempla, além da

avaliação de competências, a avaliação de metas. O processo vem evoluindo

e incorporou, desde 2015, a avaliação dos gerentes por suas respectivas

equipes. Os resultados da avaliação são utilizados como

subsídio para o desenvolvimento das potencialidades dos empregados

e servem de base para progressões salariais individuais, bem como para

a elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Há ainda a

Pesquisa de Clima Organizacional, uma importante ferramenta de gestão

de pessoas, pois revela a percepção dos empregados sobre a empresa.

Retrata os níveis de satisfação, motivação e relações de trabalho,

além de possibilitar a elaboração de plano de ação para minimizar problemas.

134 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Júlio Oliveira

How good to work here

In 2018, Furnas offered 130,000 hours of training and 98% of its

staff underwent performance appraisal as a means of continuous

career development. And this is just one of the attractions of a

career in Furnas. In addition to the benefits and advantages that are required

by law and the Collective Bargaining Agreements, Furnas spontaneously

adds other bonuses as part of its employees' valuation and

retention policy. The initiative is based on the premises of the company's

human resources policy, including health and dental insurance, eating or

meal allowance, day care allowance, educational allowance, eyeglasses

allowance, funeral allowance, Christmas basket, reimbursement of medicines

for continuous use and life insurance, among others.

The company considers its workforce an important factor in business

success. It believes that one of the fundamental pillars of its existence is

the staff, responsible for the history and future of the company. The people

management policy acts as an agent of organizational strengthening,

contributing to the competitiveness, profitability and sustainability of

the company. In order to increase employee satisfaction and their quality

of life, the people management is directed to solutions that provide adequate

conditions for the development, appreciation and retention of its

staff. Since 2010, Furnas has adopted the Eletrobras Companies Career

and Remuneration Plan (PCR), which uses the concept of skills as the

main reference for the people management.

The career model used aims at aligning people management policies

and practices with corporate strategic direction, as well as integrating

people management processes in order to improve organizational performance.

The PCR is based on job descriptions, separated by nature and

complexity. The salary is determined based on the post, on the complexity

ranges in which the employee fits and on the criteria for progression

granted according to the employee's performance are considered.

The company also grants its permanent employees profit sharing

after the end of each financial year, provided that the collective and individual

goals are met. The collective goals are financial (net operating

margin and costing index) and operational (generation and transmission

system availability) indicators. The individual goal is the individual contribution

factor, which corresponds to the relationship between the days

(or hours) actually worked by the employee and the total days (or hours)

required. In addition to the goals, there are also fundamental prerequisites

for this payment, which are related to the distribution of dividends

to the shareholders of Eletrobras and Furnas. The amount to be distributed

to employees have the limit of four remunerations.

The performance assessment by competencies has been applied in

Furnas since 2005. Since the implementation of the unified Career and

Remuneration Plan (PCR) for the Eletrobras System, the company adopts

the Performance Management System (SGD), which includes, in addition

to the competency assessment, the goal assessment. The process has

been evolving and has incorporated, since 2015, the evaluation of managers

by their respective work teams. The results of the evaluation are

used as input for the development of employees' potentialities and serve

as a basis for the individual salary progressions as well as for the preparation

of the Individual Development Plan (IDP). There is also the Organizational

Climate Survey, an important people management tool, as it

reveals the perception of employees about the company. It also portrays

levels of satisfaction, motivation and work relationships, as well as enabling

the elaboration of an action plan to minimize problems.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 135



Júlio Oliveira


138 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS

Júlio Oliveira


Atenta às denúncias

Furnas disponibiliza a todos os seus públicos três canais para

denúncias de qualquer ação de empregados, terceirizados ou

dirigentes que violem o Código de Ética das Empresas Eletrobras

ou a legislação vigente no país. O primeiro é a Ouvidoria que,

em 2018, completou uma década de transparência e inovação. O órgão

é imparcial e independente, vinculado ao Conselho de Administração e

funciona como interlocutor do cidadão, propiciando o diálogo entre o

público e a empresa. A Ouvidoria também media conflitos extrajudiciais,

fornece dados para avaliação organizacional e assegura à sociedade o

direito de acesso à informação, atendendo às demandas do SIC (Serviço

de Informação ao Cidadão), em conformidade com a Lei de Acesso à Informação.

O segundo é a Comissão de Ética, órgão que orienta e aconselha os

empregados sobre ética profissional no relacionamento com as pessoas

e na gestão do patrimônio, além de identificar os atos e procedimentos

que desrespeitem os princípios da empresa e as leis, supervisionar os

certames realizados por Furnas e atender às demandas da presidência.

O terceiro, criado em 2017, é o Canal Denúncia unificado das Empresas

Eletrobras, disponível em português, inglês e espanhol, todos os dias,

24 horas por dia e que pode ser acessado por qualquer pessoa. O canal

oferece garantia de sigilo, anonimato e confidencialidade e é gerido por

uma empresa externa e independente, que classifica as denúncias e as

encaminha ao CSI (Comitê de Sistema de Integridade), que faz a gestão

centralizada de apuração e dos processos.

Attentive to complaints

Furnas makes available three channels to public to report

any action by employees, outsourced or managers that violate

the Eletrobras Companies Code of Ethics or the legislation

in force in the country. The first is the Eletrobras General

Ombudsman, which in 2018 completed a decade of transparency and

innovation. The organ is impartial and independent, linked to the

Board of Directors and acts as a interlocutor of citizen, providing dialogue

between the public and the company. The Eletrobras General

Ombudsman also mediates extrajudicial conflicts, provides data for

organizational evaluation and assures society the right of access to

information, meeting the demands of the SIC (Citizen Information

Service), in accordance with the Access to Information Act.

The second is the Ethics Committee, an organ that guides and advises

the employees on professional ethics in relationships with people

and in the management of the patrimony, in addition to identifying

acts and procedures that violate company principles and the law, overseeing

the events held by Furnas and meet the demands of the presidency.

The third, created in 2017, is the unified Whistleblowing

Channel of Eletrobras Companies, available in Portuguese, English

and Spanish, 24 hours a day and accessible to anyone. The channel

ensures secrecy, anonymity and confidentiality and is managed by an

external and independent company, which classifies the complaints

and forwards them to the CSI (Integrity System Committee), which

makes the centralized investigation and process management.

Marco e Revolução na Energia • FURNAS 139



Júlio Oliveira


Linha do Tempo

História da Energia Elétrica no Brasil

até a inauguração da Usina de Furnas

1879 1889 1903

O imperador D. Pedro II concede à

empresa do norte-americano Thomas

Edison, a Edison Electric Light Co., a

instalação de iluminação elétrica na

estação da Estrada de Ferro Pedro II.

Proclamação da República.

Aprovação, pelo Congresso Nacional,

do primeiro texto de lei disciplinando o

uso de energia elétrica no país.

1889 1899 1905

Início da operação da primeira

hidrelétrica do continente, a

Usina de Marmelos, em Juiz de Fora

(MG), idealizada pelo industrial

mineiro Bernardo Mascarenhas.

Criação da São Paulo Light, entrada do

capital estrangeiro no setor elétrico.

Criação da Rio Light,

do mesmo grupo financeiro da

São Paulo Light.

142 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fontes: Ministério de Minas e Energia (MME),

Centro de Ciências da Universidade Federal de

Juiz de Fora (UFJF)

1940 1957 1965

Regulamentação da situação das

usinas termelétricas do país,

mediante integração às disposições

do Código de Águas.

Criação da empresa FURNAS

Inauguração da Usina de Furnas

1952 1960

Fundação da Cemig, com o nome de

Centrais Elétricas de Minas Gerais.

Criação do Ministério das Minas e

Energia.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 143


Timeline

The History of Electric Power in Brazil

until the inauguration of Furnas Power Plant

1879 1889 1903

The Emperor Dom Pedro II grants the

Thomas Edison's company, the Edison

Electric Light Co., the electric lighting

installation at the Pedro II Railway

Station.

Proclamation of the Republic.

Approbation by National Congress of

the first text of law disciplining the use

of electric power in the country.

1889 1899 1905

Start of operation of the first

hydroelectric power plant on the

continent, the Marmelos Power Plant

in Juiz de Fora (MG), idealized by the

industrialist from Minas Gerais

Bernardo Mascarenhas.

Creation of São Paulo Light, what

means the entry of foreign capital in

the electric sector.

Creation of Rio Light,

from the same financial group of

São Paulo Light.

144 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Sources: Ministry of Mines and Energy (MME),

Science Center of the Federal University of

Juiz de Fora (UFJF)

1940 1957 1965

Regulation of the situation of the

country's thermoelectric power plants,

upon the integration to the Water

Code's provisions.

Creation of FURNAS company

Inauguration of Furnas Power Plant

1952 1960

Foundation of Cemig, named Power

stations of Minas Gerais.

Creation of the Ministry of Mines and

Energy.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 145


Empreendedorismo em Furnas

A importância da mão humana perante as belezas naturais do Mar de Minas

Para o filósofo Nicolau Maquiavel, “empreendedores são

aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre

obstáculos e oportunidades e são capazes de transformar

ambos em vantagem”.

A região de Furnas, por si só, já é um grande atrativo turístico. A

natureza exuberante do local atrai turistas de todos os cantos do

mundo. Além das paisagens naturais, o constante crescimento turístico

da região pode ser atribuído aos empreendedores locais que não

medem esforços para agregar e enriquecer ainda mais a localidade.

Tecnologias de última geração somadas a processos tradicionais passados

de geração em geração podem ser encontradas. Estabelecimentos

requintados em contraste com o fogão a lenha e produtos

artesanais. Locais luxuosos e pitorescos que resgatam histórias, culturas

e visam o futuro.

Para apoiar os empreendedores, o Sebrae incentiva a melhoria da

competitividade dos pequenos negócios da cadeia produtiva do turismo

que atuam na região do Lago de Furnas, tornando a atividade mais atrativa

e com maior valor agregado para os produtos e serviços destinados

aos turistas e moradores dos 34 municípios banhados pelo lago.

Inicialmente o processo do Sebrae identifica as potencialidades do

território para a partir de então, iniciar uma conversar com parceiros locais

(Associação, CDL, Sindicato) e mobilizar grupos de empresários para

discutir planos de trabalho e estratégias de desenvolvimento.

Existem duas formas de tratamento de demandas. A primeira é a

forma agrupada, de grupos específicos do território – no caso de Furnas,

organizado por grupos setoriais. A segunda é a demanda individual,

quando o empresário procura diretamente o Sebrae para atendimento

e orientação. O trabalho consiste em traçar um trajeto para cada empreendedor.

Em Furnas o serviço é realizado em torno das atividades que norteiam

a região como o cultivo do café, o turismo do queijo, artesanato, entre

outros. O Sebrae enxerga a oportunidade, mobiliza e constrói, juntamente

com o empresariado, as melhores estratégias de desenvolvimento.

Por meio de cursos de qualificação, o Sebrae qualifica e faz uma interlocução

com estabelecimentos já existentes com direcionamento

para a formalização e para o diferencial do produto ou serviço.

Com isso, vimos histórias como a utilização da banana em Delfinópolis

que uniu uma fruta da região ao talento de empreendedores locais

e resultou em riqueza e trabalho, como também os famosos queijos

da Canastra que hoje são reconhecidos mundialmente.

Unir a riqueza do local ao talento e determinação dos moradores resultam

em criatividade, qualidade e produtos e serviços que movimentam

e enriquecem a economia local.

Aconchegue-se

Uma das partes mais charmosa de Furnas é a rede hoteleira. Ficar

hospedado na região possibilita desfrutar de tudo que o local proporciona:

belezas naturais, cultura, artesanato, lazer, gastronomia

e um bom descanso. Com grande diversidade de hotéis e pousadas,

a Serra da Canastra oferece instalações aconchegantes e acolhedoras.

Tudo para melhorar a experiência de hóspedes amantes do ecoturismo

que optaram pela região em busca de refúgio ou diversão.

Tudo isso é possível com estabelecimentos que oferecem opções

para todos os gostos e bolsos.

“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta

a alma e a eleva acima da sua condição”, dizia o filósofo clássico

Aristóteles, que talvez, sem saber, tenha descrito a sensação

de vivenciar a simplicidade mineira.

146 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Acordar ao som dos pássaros, tendo como vista o Rio São Francisco,

montanhas e cachoeiras. Sentar-se à mesa e degustar um cafezinho

passado na hora, um bolo de fubá e um delicioso queijo

produzido na região são experiências jamais esquecidas.

São muitos os exemplos de hospedagens que

proporcionam uma vivência completa na região.

Conheça algumas delas abaixo:

Na Pousada do Rio Turvo, além da infraestrutura completa, os

hóspedes ainda têm o privilégio de ter contato com tucanos, garças,

micos, jacu e galinhas de angola – que visitam frequentemente o

lugar. Saídas de lancha e de veículos 4x4 de dentro da pousada possibilitam

ao visitante desfrutar de várias atrações com mais comodidade,

sem a necessidade de um automóvel.

Saiba mais: pousadadorioturvo.com.br

A Pousada Lagoa Azul possui 13 chalés distribuídos em 2 unidades.

Fogão a lenha e rede na varanda não poderia complementar

mais o cenário típico mineiro. Os saborosos pratos da culinária tradicional

e contemporânea apresentadas pelo Chef Clemente são um

diferencial para hóspedes de todos os cantos do país.

Saiba mais: lagoazul.tur.br

Imagine um lugar que reúna requinte e sofisticação e, ao mesmo

tempo, proporciona conforto e tranquilidade para toda a família. O

Balneário Lago Hotel está localizado a 12 km de capitólio e conta

com uma equipe de colaboradores para melhor atender os hóspedes.

Saiba mais: http://balneariodolagohotel.com.br/

Como o próprio nome diz, a pousada Mar de Minas oferece toda

a beleza exuberante do Lago de Furnas, considerado o mar mineiro.

Ótima opção para quem procura tranquilidade e lazer em perfeita

harmonia com a natureza. No local também é possível fazer passeios

de lancha, escuna e chalana.

O Engenho da Serra Hotel & EcoResort oferece várias opções

para entretenimento e lazer como: piscinas aquecidas, quadra poliesportiva,

quadra de Beach Tennis, campo de Futebol, salão de

jogos, trilhas para caminhada ecológica, passeio de lancha, passeios

à aavalo, passeios de jipe 4x4 e lagos para a pesca esportiva. Localizado

na antiga fazenda Engenho da Serra, o local une lazer e tranquilidade

para todos os tipos gostos.

Saiba mais: hotelengenhodaserra.com.br

Localizada em Capitólio a 2,5 km do centro da cidade, a pousada

Kanto da Ilha Suites & Spa permite fácil acesso aos principais pontos

turísticos da cidadeO local obteve 3 prêmios de Certificado de

Excelência durante 3 anos consecutivos pelo TripAdvisor. A charmosa

pousada é reconhecida pela qualidade no atendimento e em suas

acomodações.

Saiba mais https://www.kantodailhasuites.com.br/

Também vale a pena conhecer

Porto Escarpas Bar Flutuante

Na intenção de criar um ambiente único com boa gastronomia e

contato com a natureza, surgiu um restaurante flutuante no mar de

minas. Com vista privilegiada, clima agradável e excelente qualidade,

o local possui um cardápio diferenciado e é utilizado para eventos e

festas.

Conheça mais: http://portoescarpas.com.br/

Guerra Náutica

Nada como desfrutar dos atrativos de Furnas com segurança e

qualidade. A loja náutica tem o objetivo de facilitar a busca por produtos

e serviços náuticos. Além disso, trabalha com as marcas mais

reconhecidas do mercado de barcos, lanchas, quadriciclos, jet skis e

motores.

Conheça mais: Guerranautica.com.br

Clube Campestre Escarpas do Lago

O Clube campestre Escarpas do Lago (CCEL) é um espaço de lazer

que oferece qualidade no entretenimento para toda a família. Uma

referência nacional em balneário e ancoradouro para águas abrigadas,

um polo de desenvolvimento turístico e econômicovem sendo

construído por proprietários do balneário, associados, cidadãos de

Capitólio, funcionários e parceiros do Clube.

União de pessoas que não apenas acreditam no potencial de Escarpas,

como lutam para constantes melhorias e crescimento.

Conheça mais: escarpasdolago.org.br

Estaleiro Ventura

Com sede comercial em São Paulo, o estaleiro possui fábrica instalada

em Capitólio e produz embarcações de 18 a 45 pés.

Conta onta com uma equipe de profissionais em sintonia com o

que existe de mais moderno no mundo e produz barcos que se diferenciam

pela inovação, tecnologia, requinte e design inconfundíveis.

Conheça mais: ventura.com.br

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 147


Entrepreneurship in Furnas

The importance of the human hand in face of the natural beauty of the Minas Sea

For the philosopher Nicolau Maquiavel, "entrepreneurs are

those who understand that there is a small difference between

obstacles and opportunities and are able to transform

both into an advantage".

The Furnas' region, by itself, is already a major tourist attraction. The exuberant

nature of the place attracts tourists from all corners of the world. In addition

to the natural landscapes, the constant tourist growth in the region can

be attributed to local entrepreneurs, who go to great lengths to aggregate and

further enrich the locality. State-of-the-art technologies added to traditional

processes passed from generation to generation can be found. Exquisite establishments

in contrast to the wood stove and handmade products. Luxurious

and picturesque places that rescue stories, cultures and aim the future.

To support entrepreneurs, Brazilian Service of Support for Micro and

Small Enterprises (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas,

SEBRAE) encourages improving the competitiveness of small businesses

in the tourism production chain that operate in the Furnas Lake

region, making the activity more attractive and with greater added value

for products and services for tourists and residents of the 34 municipalities

bathed by the lake. Through qualification courses, SEBRAE disseminates

knowledge and make interlocutions with existing establishments with a

focus on formalizing and differentiating the product or service.

Stories like the utilization of bananas in Delfinópolis brought a fruit

from the region together with the talent of local entrepreneurs that resulted

in wealth and work. There are also the famous Canastra cheeses

that are now recognized worldwide.

Combining the wealth of the place with the talent and determination

of the residents results in creativity, quality and products and services

that move and enrich the local economy.

Snuggle up yourself

One of the most charming parts of Furnas is the hotel chain. Staying

in the region allows you to enjoy everything the place offers: natural

beauty, culture, crafts, leisure, gastronomy and a good rest. With a

considerable diversity of hotels and inns, Serra da Canastra offers warm

and welcoming places. Everything to improve the experience of ecotourism-loving

guests who have opted for the region in search of refuge

or fun. All this with establishments offering options for all tastes and

budgets.

"The music is heavenly, of a divine nature and of such beauty that

it enchants the soul and elevates it above its condition". The classical

philosopher Aristotle maybe have unknowingly described the feeling of

experiencing the simplicity of Minas Gerais.

Waking up to the sound of birds, with a view of the São Francisco

River, mountains and waterfalls. Sit at the table and enjoy a fresh coffee,

cornmeal cake and delicious cheese produced in the region. That is

one example of an unforgettable experience.

In addition to the complete infrastructure of Rio Turvo Inn, guests

also have the privilege of having contact with toucans, herons,

tamarins, guans and guinea fowls - who frequently visit the place. Motorboat

and 4x4 jeeps exits from inside the inn allow the visitor to enjoy

various attractions with more convenience, without the need for a car.

- pousadadorioturvo.com.br

Lagoa Azul Inn has 13 chalets distributed in two units. Wood stove

and hammock on the balcony complement the typical Minas' scene.

The tasty dishes of traditional and contemporary cuisine presented by

chef Clemente are a differential for guests from all corners of the country.

- lagoazul.tur.br

148 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Imagine a place that combines refinement and sophistication and,

at the same time, provides comfort and tranquility for the whole family.

Balneário Lago Hotel is located 12 km from Capitólio and has a team

of employees to better serve guests. - balneariodolagohotel.com.br

As its name says, the Mar de Minas Inn offers all the exuberant

beauty of Furnas Lake, considered the sea of Minas Gerais. Great option

for those looking for tranquility and leisure in perfect harmony with nature.

It is also possible to take boat, schooner and canoes on site.

Engenho da Serra Hotel & EcoResort offers several options for entertainment

and leisure, such as heated pools, multi-sports court,

beach tennis court, soccer field, games room, ecological walking trails,

motorboat rides, horseback rides, 4x4 jeeps and lakes for sport fishing.

Located in the old Engenho da Serra Farm, the place combines leisure

and tranquility for all types of tastes.- hotelengenhodaserra.com.br

Located in Capitólio, 2.5 km from the city center, the inn Kanto da

Ilha Suites & Spa allows easy access to the main tourist points of the

city.

The place has won three Certificate of Excellence awards for three

consecutive years by TripAdvisor. The charming inn is renowned for the

quality of service and accommodation. -

www.kantodailhasuites.com.br

Worth to know.

Porto Escarpas Floating Bar

From the intention of creating a unique environment, with good

gastronomy and contact with nature, a floating restaurant emerged in

Minas sea.

Privileged view, pleasant climate and excellent quality, the place has

a different menu and is used for events and parties. -

portoescarpas.com.br

Guerra Náutica Store

There is nothing like enjoying the attractions of Furnas with safety

and quality. The nautical store aims meet the demand for nautical

products and services. In addition, the store works with the most recognized

brands in the market for boats, motor boats, quads, jet skis

and engines. - guerranautica.com.br

Escarpas do Lago Country Club

A national reference in the balneary and anchorage for sheltered waters,

a pole of tourist and economic development, it has been built by

owners of the balneary, associates, Capitólio’s citizens, employees and

partners of the club.

Union of people who not only believe in the potential of Escarpas

region, but struggle for constant improvement and growth.

Escarpas do Lago Country Club (Clube Campestre Escarpas do Lago,

CCEL) is a leisure space that offers quality entertainment for the whole

family. - escarpasdolago.org.br

Ventura Shipyard

With commercial headquarters in São Paulo, the shipyard has a factory

installed in Capitólio and produces boats from 18 to 45 feet.

The shipyard has a team of professionals in tune with what is most

modern in the world and produces boats that are distinguished by innovation,

technology, refinement and unmistakable design. -

ventura.com.br

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 149


Fotos: Divulgação

Mulheres de fibra

Segundo o dicionário, arteiro ou arteira é aquela pessoa traquinas;

que é muito levada; que faz muitas travessuras. Astuta;

que age com esperteza, perspicácia, artimanha...

Mas, em Delfinópolis, cidade turística de belezas exuberantes e referência

na agricultura de Minas Gerais, com destaque para a banana,

esta palavra ganhou outro significado e carrega um grande legado.

Recentemente criada, com o apoio do Sebrae, Senar, Prefeitura de

Delfinópolis, Adelba e Emater, a Associação “Arteiras da Canastra”, presidida

por Silvia Barçanuta Cabral, produz artesanato a partir da fibra

do carro-chefe do agronegócio do município: a bananeira. Com isso,

além de abrir mais oportunidades para geração de emprego e renda,

transformam em obras de arte o que seria descartado.

Formada por mulheres que criam e desenvolvem seus produtos com

perspicácia, a partir de fibras naturais da bananeira, folhas e sementes

do cerrado, as Arteiras da Canastra se esforçam para oferecer o que há

de mais expressivo e significativo da cultura local em suas peças. E, com

isso, encontraram no trabalho associado e na autogestão uma possibilidade

de construir novas formas de produzir a vida coletivamente por

meio da solidariedade e esforços conjuntos.

A capacitação tem lugar de destaque no desenvolvimento das artesãs

e de seus produtos. Por meio do estímulo de parceiros como o Sebrae,

Senar, Sicoob Saromcredi, Adelba, Emater, Instituto Candeias e o

engajamento com outras parcerias, tais como pousadas, restaurantes,

agências de turismo de aventura e queijarias, as Arteiras da Canastra

foram traçando seu caminho.

De olho no futuro, não poderiam deixar de lado uma de suas principais

características: a astúcia. Que as fizeram observar e entender a

tendência mercadológica de sempre inovar seus produtos, visando à

sustentabilidade. Mas, sempre sem perder seu foco de ter o artesanato

como um gerador de renda e consumo consciente, com pretensão de

fomentar a economia criativa de maneira a criar sempre um produto

com um valor agregado, servindo como uma ferramenta para o desenvolvimento

econômico e social da região.

A capacitação das artesãs em novas técnicas de fabricação, design

de produto e precificação, as fizeram ampliar sua rede de conexão. Expandiram

sua participação em feiras de artesanato, grandes eventos e

visitas técnicas em outras associações, aprofundando ainda mais seus

conhecimentos para assegurar produtos de qualidade.

Mesmo durante o necessário isolamento social que a pandemia da

Covid-19 nos impôs, as Arteiras da Canastra não ficaram de mãos atadas.

Respeitando as orientações de saúde pública, atualizaram o Estatuto,

fizeram um balanço de estoque de peças e continuaram

produzindo, cada uma em sua casa. Revitalizaram o ponto de venda Casinha

de Pedra, para aguardar o retorno dos turistas e recebê-los de

forma mais acolhedora e com peças surpreendentes. Sem contar o suporte

emocional, econômico e social via WhatsApp.

O impacto da pandemia também atingiu as Arteiras, que tiveram queda

de 90% nas vendas durante o isolamento. Querendo retomar a renda, o

Sebrae capacitou as 37 mulheres que fazem parte da Associação para vender

seus produtos pela internet. Com a capacitação, elas receberam aulas

pela internet e aprenderam a criar página com fotos de seus produtos, como

conquistar cliente e fazer a venda. O Sebrae disponibilizou materiais sobre

as boas práticas para artesanato neste momento, palestras on-line, vídeos,

webinar e diversos cursos gratuitos diretamente no site.

150 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS


Fotos: Divulgação

Women of Fiber

According to the dictionary, "arteiro" or “arteira” means a mischievous

person. Also astute; who acts with cleverness, perspicacity,

trickery...

However, in Delfinópolis, a tourist city of exuberant landscapes and a

reference in agriculture in Minas Gerais, with an emphasis on bananas,

this word gained another meaning and carries a great legacy.

Recently created, with the support of Sebrae, Senar, Delfinópolis' City

Hall, Adelba and Emater, the Arteiras from Canastra Association, chaired

by Silvia Barçanuta Cabral, produces handicrafts from the fiber of the

city's agribusiness flagship: the banana tree. Thus, in addition to opening

up more opportunities for job and income generation, they transform

what would be discarded into works of art.

Formed by women who create and develop their products with

perspicacity, using natural banana fibers, leaves and seeds from the

cerrado, the Arteiras from Canastra strives to offer the most expressive

and significant of the local culture in their pieces. And with that,

they found in associated work and self-management a possibility to

build new ways of producing life collectively through solidarity and

joint efforts.

The training has a prominent place in the development of handicraftwomen

and their products. Through the encouragement of partners such

as Sebrae, Senar, Sicoob Saromcredi, Adelba, Emater, Instituto Candeias

and the engagement with other partnerships, such as inns, restaurants,

adventure tourism agencies and cheese shops, the Arteiras from Canastra

were tracing their path.

With an eye on the future, they could not abandon one of its main

characteristics: astuteness. This quality made them to observe and understand

the market trend of always innovating their products, aiming

at sustainability. But, always without losing its focus on having the

handcraft as a generator of income and of conscious consumption, with

the intention of fostering the creative economy in a way that always creates

a product with an added value, serving as a tool for the economic

and social development of region.

The training of handicraftwomen in new manufacturing techniques,

product design and pricing made them expand their connection network.

They expanded their participation in craft fairs, major events and technical

visits to other associations, further deepening their knowledge to

ensure products of high quality.

Even during the necessary social isolation imposed by the Covid-19

pandemic, the Arteiras from Canastra have not stopped. Respecting the

public health guidelines, they updated its Statute, made a stock balance

of parts and continued to produce, each one in her house. They revitalized

the “Casinha de Pedra”, its point of sale, to await the return of tourists

and receive them in a more welcoming way and with surprising pieces.

Not to mention the emotional, economic and social support that were

done via WhatsApp.

The impact of the pandemic also hit Arteiras from Canastra, which

had a 90% drop in sales during the isolation. Aiming to resume the income,

Sebrae trained the 37 women who are part of the Association to

sell their products over the internet. In the training, that was online, they

learned how to create a page with photos of their products, how to win

over customers and make sales. Sebrae provided materials on good practices

for handicrafts at this time, online lectures, videos, webinars and

several free courses directly on the site.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 151


O que é que a banana tem

Localizado no sudoeste do estado de minas Gerais, aos pés da

serra da Canastra, Delfinópolis conta com uma área total de

1.171 km² e cerca de 8 mil habitantes. além de várias histórias.

uma delas é a origem do nome. segundo consta, a cidade começou

quando, no século XiX, Violanta Luzia de são José doou 288 hectares

de terra para a construção da capela do Divino espírito santo. a partir

daí, começou a se formar o povoado espírito santo da Forquilha, que,

em 1919, em homenagem ao governador do estado, Delfim moreira da

Costa Ribeiro, recebeu o nome de Delfinópolis.

a outra história, mais saborosa e emocionante, que interfere na vida

de todos da região, fica no sabor da banana, que, além de ser versátil

na culinária, é fonte de riqueza e trabalho.

até o início da década de 1990, o cultivo predominante no município

de Delfinópolis era o do café. nessa ocasião, em 1992 e 1993, o grão atravessava

mais uma de suas crises e os preços estavam em níveis muito

baixos, em torno de 40 dólares a saca de café beneficiado. isso motivou

alguns cafeicultores a procurar a emater de Delfinópolis para encontrar

uma alternativa ao grão. a Cooperativa dos Cafeicultores de são sebastião

do Paraíso (Cooparaíso), município próximo, iniciou um programa

de incentivo à fruticultura, incluindo a banana, o figo e o pêssego, para

levar opções aos seus associados.

no final de 1993, nove produtores rurais, com o apoio do técnico da

emater e da prefeitura local, fornecendo o carreto das mudas para esse

primeiro plantio, iniciou-se o projeto da bananicultura em Delfinópolis

em uma área total de aproximadamente 20 hectares.

Como numa boa trama de sucesso, no início os produtores passaram

por diversos tipos de dificuldades, incluindo falta de crédito rural, comercialização

e domínio da tecnologia.

até então, não existia bananicultura no município e região. mas os

agricultores contavam com alguns ingredientes que só os vencedores

possuem: determinação e fé no que estavam fazendo. sem contar o

fator “universo”. Como diz Paulo Coelho, “quando se quer uma coisa, o

universo inteiro conspira a favor”. e nesse caso a mãe natureza foi generosa.

Contribuiu com algumas características como clima, solo, topografia,

disponibilidade de água para irrigação e proximidade de mercados

consumidores, o que tornou a virada da trama inadiável. o que antes era

drama tornou-se um enredo de força, superação e vitória.

De início tímido e modesto, transformou-se no principal componente

agrícola do município, alavancando também os culturas de soja, milho,

cana-de-açúcar e as pecuárias de leite e corte.

em 27 anos, os nove produtores iniciais saltaram para 150, e a área

cultivada, que no início era de 20 hectares, passou a ser de 3.740 ha,

sendo 3.600 ha em produção e 140 ha em formação.

Delfinópolis tornou-se o segundo maior produtor de banana do estado

e está entre os quinze maiores do Brasil. além de ter se tornado

referência nacional no setor e motivo de orgulho para os produtores.

as barreiras iniciais, que pareciam intransponíveis, foram transpostas

e tornaram a região e os técnicos da emater uma referência ao longo

desses anos. Tecnologias próprias foram geradas e outras adaptadas.

após muita experimentação, acompanhada de análises laboratoriais de

152 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


: Divulgação

solo e tecido foliar, chegou-se a um padrão de recomendações sobre

adubações adequadas às condições edafoclimáticas (relativas à influência

dos solos nos seres vivos, em particular nos organismos do reino vegetal,

incluindo o uso da terra pelo homem, a fim de estimular o

crescimento das plantas) e produtividade. Da mesma forma, estabeleceu-se

um programa de controle da principal enfermidade da bananeira,

a sigatoka amarela. Ferramentas, maquinários, instalações, processos

e espaçamentos foram desenvolvidos e/ou adaptados para as fases de

produção, colheita e pós-colheita.

Trabalhos de pesquisa foram publicados, entre eles: “sazonalidade

de produção da bananeira prata-anã no município de Delfinópolis entre

2004 a 2006”, no XX Congresso Brasileiro de Fruticultura, e “evolução

das características químicas de um solo cultivado por 16 anos com bananeira

prata-anã”, no XXi Congresso Brasileiro de Fruticultura.

estas e outras publicações foram feitas através de dados gerados

na área cultivada pelo técnico local da emater, onde existe um banco

de germoplasma com 20 variedades e estão sendo avaliados 14 novos

genótipos de banana do grupo Terra, recém-produzidos pela embrapa.

atualmente, a produtividade média está em torno de 23.300 kg por

hectare e a estimativa é de uma produção de 84.000 toneladas, no valor

de R$ 98 milhões. a principal variedade plantada é a prata-anã.

segundo estimativa da emater para 2020, a agricultura gerará R$

179.560.000,00 e a agropecuária R$ 211.500.000,00 para o município.

além de o setor hortifrutícola gerar empregos e atrair mão de obra

de diversas regiões do país, a chegada de migrantes tem provocado uma

expansão na construção civil.

em 2014 foi criada a associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis

e Região (adelba), da qual o técnico local da emater é sócio fundador

e um dos diretores. a associação passou a contar com o apoio do

sebrae. Desde 2017, é realizada anualmente a Feira da Banana, uma

ação conjunta da associação dos Bananicultores, emater e sebrae.

a Feira compreende exposição de máquinas, equipamentos e insumos,

palestras, mesas-redondas e dias de campo, e tem contado com

a participação de importantes órgãos ligados ao setor: embrapa, epamig,

iF, iaC, aPTa, ePaGRi e presença de bananicultores de diversas regiões

do Brasil.

a assessoria do sebrae foi fundamental para que em 2019, após terse

iniciado o processo em 2017 junto ao inPi, fosse obtida a marca coletiva

“Banana de Delfinópolis” e o lançamento fosse realizado durante

a 3ª Feira da Banana, em 5 de junho de 2019.

Recentemente, foi criada a associação “arteiras da Canastra”, com o

apoio do sebrae, senar, Prefeitura de Delfinópolis, adelba e emater,

cujas associadas produzem artesanato a partir da fibra da bananeira,

com isso abrindo mais oportunidades para geração de emprego e renda.

a atividade já se estende ao município vizinho de Cássia, onde 13

produtores cultivam uma área de 337 hectares.

Devido à existência de fatores adequados – solo, clima, topografia,

água para irrigação e mercados próximos –, a atividade tem muito como

crescer. Provavelmente, outras frutas serão cultivadas, e experiências

têm sido feitas com mamão, manga e abacaxi, entre outras.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 153


What does the banana have

Located in the southwest of the State of Minas Gerais, at the

foot of the Serra da Canastra, Delfinópolis has a total area of

1,171 km² and about 8 thousand inhabitants. In addition to

several stories.

One of that is the origin of the name. It is said that the city began

when, in the 19th century, Violanta Luzia de São José donated 288

hectares of land for the building of the chapel of Divino Espírito Santo.

From there, the Espírito Santo da Forquilha village began to form, which,

in 1919, in honor of the state governor, Delfim Moreira da Costa Ribeiro,

received the name Delfinópolis.

The other story, more tasty and exciting, that interferes in the life of

everyone in the region, is the flavor of the banana, which, besides being

versatile in cooking, is a source of wealth and work.

Until the early 1990s, coffee was the predominant crop in the municipality

of Delfinópolis. At that time, in 1992 and 1993, the grain was going

through yet another of its crises and prices were at very low levels, around

40 dollars a bag of processed coffee. This motivated some coffee growers

to look for Emater of Delfinópolis to find an alternative to the grain. The

Cooperative of Coffee Growers of São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso),

a nearby municipality, started a fruit culture incentive program, including

bananas, figs and peaches, to give more options to its members.

At the end of 1993, nine rural producers, with the technical support of

Emater and the local city hall, supplying the seedling portage for this

first planting, began the banana growing project in Delfinópolis in a total

area of approximately 20 hectares.

As it commonly happens in a good success story, at the beginning,

producers experienced several types of difficulties, including lack of rural

credit, commercialization and mastery of technology.

Until then, there was no banana growing in the municipality and region.

The farmers had some ingredients that only the winners have: determination

and faith in what they were doing. Not to mention the

“universe” factor. As Paulo Coelho, a famous Brazilian writer, says, “when

you want something, the entire universe conspires in favor”. And in that

case Mother Nature was generous. It contributed with some characteristics

such as climate, soil, topography, availability of water for irrigation

and proximity to consumer markets, which made the turn of the story

impossible to postpone. What used to be a drama has become a plot of

strength, overcoming and victory.

From a modest beginning, it became the main agricultural component

of the municipality, also leveraging the crops of soy, corn, sugar cane and

dairy and beef cattle.

In 27 years, the number of producers jumped from nine to 150, and

the cultivated area, which at the beginning was 20 hectares, has grown

to 3,740 hectares, being 3,600 hectares in production and 140 hectares

in formation.

Delfinópolis has become the second largest banana producer in the state

and is among the fifteen largest in Brazil. In addition to having become a

national reference in the sector and a source of pride for producers.

The initial barriers, which seemed insurmountable, were overcome and

made the region and Emater's technicians a reference throughout these

years. Own technologies were generated and others adapted. After much

experimentation, accompanied by laboratory analyzes of soil and leaf

154 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Divulgação

tissue, a standard of recommendations was reached on proper fertilization

for edaphoclimatic conditions (relating to the influence of soils on

living beings, particularly on organisms in the plant kingdom, including

the use of land by man in order to stimulate plant growth) and productivity.

Likewise, was established a program to control the main banana

disease, the yellow sigatoka. Tools, machinery, installations, processes

and spacing were developed and / or adapted for the production, harvest

and post-harvest phases.

Research papers were published, among them: “Seasonality of production

of the dwarf silver banana in the municipality of Delfinópolis between

2004 to 2006”, at the XX Brazilian Congress of Fruticulture, and

“Evolution of the chemical characteristics of a soil used for 16 years for

the dwarf silver banana production”, at the XXI Brazilian Congress of Fruticulture.

These and other publications were made using data generated in the

area cultivated by the local Emater's technician, where there is a

germplasm bank with 20 varieties and are being evaluated 14 new banana

genotypes of the Terra group, recently produced by Embrapa.

Currently, the average productivity is around 23,300 kg per hectare

and the estimate is for a production of 84,000 tons, in the amount of

R$ 98 million. The main variety planted is dwarf silver.

According to Emater's estimate for 2020, the agriculture will generate

R$ 179,560,000.00 and the agriculture and livestock will generate R$

211,500,000.00 for the municipality.

In addition to the horticulture industry generating jobs and attracting

labor from different regions of the country, the arrival of migrants has

caused an expansion in civil construction.

In 2014, was created the Association of Banana Producers of

Delfinópolis and Region (Adelba), of which Emater's local technician is a

founding partner and one of the directors. The Association started to

count on the support of Sebrae. Since 2017, the Delfinopólis Banana Fair

is held annually, a joint action of the Association of Banana Producers,

Emater and Sebrae.

The program of the fair includes an exhibition of machines, equipment

and supplies, lectures, round tables and field days, and has counted on

the participation of important organs related to the sector: Embrapa,

Epamig, IF, IAC, APTA, EPAGRI and the presence of banana producers

from different regions of Brazil.

The Sebrae's advice had essential role so that in 2019, after the process

started in 2017 in the INPI, was finally obtained the collective brand “Banana

de Delfinópolis” and its launch was carried out during the 3rd Banana

Fair, on June 5 2019.

Recently, was created the association Arteiras from Canastra, with

the support of Sebrae, Senar, Delfinópolis' City Hall, Adelba and Emater,

whose members produce handicrafts from banana fiber, thereby opening

up more opportunities for job and income generation.

The activity already extends to the neighboring municipality of Cássia,

where 13 producers cultivate an area of 337 hectares.

The activity has much to grow due to the existence of suitable factors

such as soil, climate, topography, water for irrigation and nearby markets.

Probably, other fruits will be grown, and experiments have been

done with papaya, mango and pineapple, among others.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 155


Júlio Oliveira

Glória no paraíso

Parafraseando Jorge Ben Jor, podemos definir com exatidão o

município de são João Batista do Glória: “abençoado por

Deus e bonito por natureza”! Típica cidade do interior de

minas Gerais, com cerca de 7 mil habitantes, localizada em uma região

montanhosa, às margens do Rio Grande e próxima à usina Hidrelétrica

de Furnas, faz parte do circuito turístico da serra da Canastra e está

entre os municípios que podem ser englobados na ampliação do Parque

nacional da serra da Canastra.

são João Batista do Glória possui também vales e serras de beleza

inigualável, como o Chapadão da Babilônia e o Vale da Babilônia, de

onde se pode contemplar a paisagem incrível de toda a região e também

da vizinha serra da Canastra.

a vegetação é típica de cerrado, com áreas de mata atlântica, o que

favorece o contato com uma rica variedade de plantas e flores, algumas

de espécies pouco conhecidas.

“Glória”, como é carinhosamente chamada, é um lugar privilegiado pela

natureza, com trilhas, cachoeiras, piscinas naturais, riachos e lagoas.

De acordo com o Conselho municipal de Turismo (Comtur), o município

tem pelo menos 130 cachoeiras para todos os gostos. algumas de

fácil acesso, ideais para quem vem a passeio com a família e crianças,

e outras perfeitas para quem gosta de mais emoção, com trilhas recheadas

de obstáculos, o que as torna de difícil acesso e indicadas para

os amantes dos esportes radicais.

o Paraíso Perdido é um dos principais atrativos do município. Tratase

de um complexo de cachoeiras com águas cristalinas, piscinas e pedras

que formam tobogãs naturais. o local possui infraestrutura com

banheiros, área de camping e um restaurante com comida típica mineira.

o local é bem sinalizado, com orientações para a segurança dos

visitantes, e o acesso é pela rodovia mG-050, próximo ao km 315 (placas

indicativas). Por esse mesmo caminho, o visitante tem acesso às cachoeiras

do Filó e da Cascata. a Cachoeira do Filó fica praticamente às

margens da rodovia, próxima ao km 300. Já a Cascata, e mesmo o Paraíso

Perdido, é preciso percorrer pequenos trechos de estrada de terra

para chegar até lá.

156 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Glória no paraíso

Paraphrasing the famous singer Jorge Ben Jor, we can accurately

define São João Batista do Glória city as “Blessed by

God and beautiful by nature”! São João Batista do Glória is a

typical city in the interior of Minas Gerais, with about 7 thousand inhabitants,

located in a mountainous region, on the banks of the Rio Grande

and close to the Furnas Hydroelectric Power Plant. It composes the Serra

da Canastra tourist circuit and is among the municipalities that can be

included in the expansion of the Serra da Canastra National Park.

São João Batista do Glória also has valleys and mountain ranges with

an unparalleled beauty, such as Chapadão da Babilônia and Babilônia

Valley, from where you can contemplate the incredible landscape of the

entire region and also of the neighboring Serra da Canastra.

The vegetation is typical of the cerrado, with areas of Atlantic Forest,

which favors the contact with a rich variety of plants and flowers, some

of them are little-known species.

“Glória”, as it is affectionately called, is a privileged place for nature,

with trails, waterfalls, natural pools, streams and lagoons.

According to the Municipal Tourism Council (Comtur), the municipality

has at least 130 waterfalls for all tastes. Some are easily accessible, ideal

for those who are out for a walk with family and children, and others perfect

for those who like more excitement, with trails filled with obstacles,

which makes them difficult to access and suitable for lovers of the extreme

sports.

Lost Paradise is one of the main attractions of the municipality. It

is a complex of waterfalls with crystal clear waters, pools and stones

that form natural toboggan runs. The place has infrastructure with

bathrooms, camping area and a restaurant with typical food from

Minas Gerais. The place is well signposted, with guidelines for the

safety of visitors, and access is via the MG-050 highway, close to km

315 (indicative plates). Along this same path, the visitor has access to

the waterfalls of Filó and Cascata. Filó Waterfall is practically on the

side of the highway, close to km 300. On the other hand, to arrive to

Cascata and Lost Paradise waterfalls, it is necessary to travel small

stretches of dirt road.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 157


Fotos: Divulgação

Cervejaria Scarpas

Capitólio sempre teve a vocação de grande potencial turístico

por sua localização privilegiada e pela visão empreendedora

que, desde o final da década de 70, com a construção do balneário

escarpas do Lago, iniciaram aqui um ousado e assertivo movimento

para tornar Capitólio referência como uma das mais belas

regiões turísticas de lazer e entretenimento náutico do país.

em meados dos anos 2015, dois irmãos enxergaram que a região precisava

de algo mais. Precisávamos de um espaço onde os frequentadores

de escarpas do Lago e quem visitasse Capitólio pudessem se

encontrar, se divertir, com um padrão de qualidade encontrado em outras

regiões do Brasil, como Florianópolis e angra dos Reis, por exemplo,

afirma Júnior, um dos idealizadores.

Foi aí que surgiu o Kanto da ilha, que, até aquele momento, era considerado

por muitos como um projeto extremamente arrojado e ousado

por sua localização e dificuldade de acesso terrestre mas perfeito para

quem está navegando nas águas do ‘mar de minas’.

o restaurante Kanto da ilha, localizado a 6 km da barragem do dique

mais próximo a escarpas do Lago, que na verdade é um grande complexo

de gastronomia e lazer, dividido em diversos ambientes, que vão

desde restaurante, bar, decks e lounges, e a famosa Cervejaria scarpas.

essa, por sua vez, compartilhando o mesmo espaço e estrutura, é a primeira

cervejaria artesanal do Lago de Furnas e foi criada aproveitando

o destaque e forte crescimento das cervejarias artesanais no país.

a indústria Cervejeira isla de Cuevas, fabricante das cervejas scarpas,

desenvolvidas pelo renomado mestre cervejeiro matthias Reinald, tornou-se

referência em qualidade e aprovação dos milhares de turistas

que visitam o local todo ano.

esse foi o cenário perfeito diante de uma carência e oportunidade,

visando o crescimento do turismo na região de Capitólio, para se estabelecerem

e unirem alguns pontos-chave para montar o lugar ideal para

esses frequentadores.

Scarpas brewery

Capitólio always had the vocation of great tourist potential due

to its privileged location and the entrepreneurial vision that,

since the end of the 70s, with the construction of the Escarpas

do Lago Condominium, started a bold and assertive movement to make

Capitólio city a reference as one of the most beautiful tourist regions for

leisure and nautical entertainment in the country.

In the mid-2015s, two brothers saw that the region needed something

more. “We needed a space where Escarpas do Lago frequenters and

those who visited Capitólio could meet, have fun, with a quality standard

found in other regions of Brazil, such as Florianópolis and Angra dos Reis,

for example”, says Júnior, one of the creators.

From this idea came the Kanto da Ilha restaurant, which, until that

moment, was considered by many as an extremely daring project due to

its location and difficulty of land access, but perfect for those who are

sailing in the waters of the 'sea of Minas'.

The Kanto da Ilha restaurant, located 6 km from the dam of the dike

closest to Escarpas do Lago Condominium, which is actually a large

gastronomy and leisure complex, divided into several environments,

ranging from restaurant, bar, decks and lounges, and the famous

Scarpas Brewery. This, in turn, sharing the same space and structure,

is the first artisanal brewery on the Lake of Furnas and was created

taking advantage of the prominence and strong growth of artisanal

breweries in the country.

The brewing industry Isla de Cuevas, maker of Scarpas beers, developed

by the renowned brewmaster Matthias Reinald, has become a reference

in quality and approval of the thousands of tourists who visit the

place every year.

This was the perfect scenario in the face of a lack and opportunity,

aiming at the growth of tourism in the region of Capitólio, to establish

themselves and unite some key points to create the ideal place for these

frequenters, generating jobs e income to the region.

158 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Pousada do Rio Turvo

Há 25 anos no mercado, a Pousada do Rio Turvo está localizada

às margens da Represa de Furnas, nos limites do Parque

nacional da serra da Canastra, com paisagens

exuberantes e uma infraestrutura completa, onde você e sua família

encontram descanso e lazer.

Quem se hospeda na Pousada do Rio Turvo tem o privilégio de estar

em contato com os animais que nos visitam diariamente: tucanos, garças,

miquinhos, jacus e galinhas-d’angola, além de estar próximo aos

principais atrativos turísticos da cidade de Capitólio, num raio de 10 km.

a pousada oferece piscina de água natural, piscina de água tratada,

piscina aquecida, ofurô e sauna. Temos playground, minicampo de futebol,

sala de jogos, quiosques para churrasco.

um dos diferenciais oferecidos é a saída de passeios de dentro da

pousada, lancha e 4x4. Dessa maneira, não é necessário o hóspede deslocar-se

com seu veículo para conhecer as principais atrações do lugar.

a equipe da Pousada do Rio Turvo, aguarda ansiosamente a chegada

dos seus hóspedes, fazendo com que a estadia seja uma experiência

única. É realizada uma orientação nos roteiros dos passeios, para que

os atrativos da região sejam aproveitados da melhor forma possível.

a Pousada do Rio Turvo está localizada na zona rural da cidade de

Capitólio, próxima a todos os atrativos naturais que você, turista, quer

conhecer: Canyons, Lagoa azul, Cascatinha, Vale dos Tucanos, Cachoeira

do Filó, Cachoeira da Capivara, Pedreira Água azul, Recanto Viking, Paraíso

Perdido, Trilha do sol.

Fotos: Divulgação

Rio Turvo Guest House

F

or 25 years on the market, Rio Turvo Guest House is located

on the banks of the Furnas Dam, on the edge of

the Serra da Canastra National Park, with lush landscapes

and a complete infrastructure, where you and your family

can rest and have fun.

Anyone staying at Rio Turvo Guest House has the privilege of

being in contact with the animals that visit us daily: toucans, herons,

tamarins, guans and guinea fowls, in addition to being close to the

main tourist attractions of the of Capitólio city, within a 10 km radius.

The guest house offers a natural water pool, treated water pool,

heated pool, hot tub and sauna. It also has a playground, mini football

field, games room and barbecue kiosks.

One of the differentials offered is the departure of tours from inside

the guest house, speedboat and 4x4. Thus, it is not necessary

for the guest to travel with his vehicle to discover the main attractions

of the place.

The Pousada do Rio Turvo Guest House’s staff eagerly awaits the

arrival of its guests, making the stay a unique experience. The guidance

is provided in the itineraries of the tours, so that the attractions

of the region are enjoyed in the best possible way.

Rio Turvo Guest House is located in the rural area of Capitólio city,

close to all the natural attractions that tourists want to know:

Canyons, Blue Lagoon, Cascatinha, Vale dos Tucanos, Filó Waterfall,

Capivara Waterfall, Blue Water Quarry, Viking Corner, Lost Paradise

and Sun Trail.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 159


Fotos: Divulgação

Pousada Mar de Minas

oterreno onde está localizada a pousada fica às margens do

Lago de Furnas, na região denominada Dique, distante 5

km do centro de Capitólio e de fácil acesso pela mG-050. a

propriedade foi adquirida no final da década de 90. o antigo proprietário

era um senhor que se aposentara como engenheiro de Furnas e, após o

seu falecimento, os filhos venderam a propriedade.

o terreno tinha benfeitorias como casa-sede, piscina, garagem para

barcos, jardins, etc., que passaram a ser utilizadas por nossa família

para o próprio lazer nos finais de semana.

a partir de 2008/2009, vislumbrando a crescente demanda por

meios de hospedagem em Capitólio, os seus sócios decidiram transformar

a propriedade em um empreendimento hoteleiro.

De início, foram feitas adaptações na estrutura da casa-sede para

transformá-la em um salão de atendimento de cozinha e recepção. a

área de jardim e piscina foi restaurada e ampliada, e foram construídos

os chalés. Primeiro foram 8 unidades e, posteriormente, ampliamos

para 12.

Todos os quatro filhos, tiveram a oportunidade de fazer faculdade em

universidades fora de Capitólio e, após a conclusão dos cursos, três deles

optaram por retornar à cidade e administrar o novo empreendimento.

no decorrer dos anos, novos investimentos foram feitos na pousada

para ampliar e melhorar a oferta de serviços. novo salão de restaurante,

salão de jogos, playground, nova recepção, investimento em passeios

de lancha e, recentemente, no ano de 2019, foram inauguradas novas

suítes. Hoje, no total, a equipe da Pousada atende com 32 unidades e

temos leitos para até 100 pessoas.

Hoje, a Pousada mar de minas continua sendo um empreendimento

familiar, em uma sociedade entre os quatro filhos, tendo uma equipe

de trabalho com 15 colaboradores.

a equipe da Pousada mar de minas preza pelo aprimoramento constante

da prestação de serviços, sempre investindo em reformas, ampliações

e modernização de sua infraestrutura. além de capacitação dos

gestores e colaboradores, sempre em parceria com a prefeitura de Capitólio,

com o sebrae-mG e com associações de classe do município.

a pousada tem uma forte presença no âmbito da internet, com divulgação

em redes sociais e sites parceiros de vendas. nos últimos anos,

permanecemos entre as três melhores opções de hospedagem de Capitólio

no ranking estabelecido pelo Tripadvisor. e em diversas outras

plataformas de avaliações temos uma nota média entre 9 em 10 na avaliação

do nível de satisfação dos clientes.

160 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Fotos: Divulgação

Mar de Minas Guest House

T

he ground where the guest house is located is on the shores

of Furnas Lake, in the region called Dique, 5 km away from

the Capitólio center and easily accessible by MG-050. The

property was acquired in the late 1990s. The former owner was a man

who retired as an engineer from Furnas and, after his death, his sons

sold the property.

The ground had improvements such as the headquarters, swimming

pool, garage for boats, gardens and others, which started to be used

by our family for their own leisure on the weekends.

From 2008/2009, looking at the growing demand for lodging facilities

in Capitólio, its partners decided to transform the property into a

hotel enterprise.

Initially, adaptations were made to the structure of the main house

to transform it into a kitchen and reception room. The area where is

garden and pool area was restored and expanded, and the chalets were

built. First there were 8 units and later we expanded to 12.

All of the four sons had the opportunity to study at universities outside

Capitólio and, after completing the courses, three of them chose

to return to the city and manage the new enterprise.

Over the years, new investments were made in the inn to expand

and improve the offer of services. New restaurant, games room, playground,

new reception, investment in motorboat tours and recently,

in 2019, new suites were inaugurated. Today, in total, the Mar de Minas

Guest House's staff serves 32 units and we have beds for up to 100

people.

Today, Mar de Minas Guest House is still a family enterprise, in a society

between four sons, with a work team of 15 employees.

The Mar de Minas Guest House’s staff values the constant improvement

of the provision of services, always investing in renovations, extensions

and modernization of its infrastructure. In addition to training

managers and employees, always in partnership with the Capitólio's

Cty Hall, Sebrae-MG and with class associations in the municipality.

The guest house has a strong presence on the internet, with dissemination

on social networks and partner sales sites. In recent years, we

have remained among the top three accommodation options in

Capitólio in the ranking established by TripAdvisor. And on several other

rating platforms, we have an average score of 9 out of 10 when assessing

the level of customer satisfaction.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 161


Fotos: Divulgação

Engenho da Serra Hotel & Ecoresort

aantiga Fazenda engenho da serra foi transformada em um

ambiente lúdico e agradável: o enGenHo Da seRRa Hotel

& ecoResort. está localizado ao lado do dique de Capitólio,

que é o divisor de águas norte-sul do Brasil. Do lado sul do dique, a água

corre pelo Rio Grande até formar o Lago de itaipu e desaguar no mar

pela Bacia do Prata, na argentina. Do lado norte, a água corre pelo Rio

são Francisco até chegar ao mar na divisa de sergipe com alagoas.

o convite é para que conheçam este ambiente ecológico, próximo a

pontos turísticos como o Lago de Furnas, escarpas do Lago, morro do

Chapéu e Parque nacional da serra da Canastra. o hotel oferece várias

opções para entretenimento e lazer, como: Piscinas aquecidas, Quadra

Poliesportiva, Quadra de Beach Tennis, Campo de Futebol, salão de

Jogos, Trilhas para Caminhada ecológica, Passeio de Lancha, Passeios

a Cavalo, Passeios de Jipe 4x4, Lagos para Pesca esportiva e muito mais.

É um lugar ideal para se hospedar com muita paz e sossego. navegue

pelo site www.engenhodaserra.com.br e conheça toda a beleza,

conforto e bem-estar que o aguardam por aqui.

além de todo o conforto e das diversas opções de lazer, o enGenHo

Da seRRa Hotel & ecoResort oferece uma séria de comodidades para

que sua estadia no hotel e sua visita a Capitólio se tornem realmente

especiais. Como, por exemplo, o engenho da serra oferece: Wi-Fi gratuito,

internet, TV a cabo, frigobar e ar condicionado nos apartamentos.

o hotel oferece também restaurante, estacionamento, um complexo

de piscinas com um parquinho aquático infantil, uma piscina grande em

dimensões semiolímpicas, uma piscina coberta e climatizada. um atrativo

especial que o hotel oferece é a pesca esportiva em suas lagoas, na

quais se pode pescar os seguintes peixes: dourado, matrinxã. piracanjuba,

pacu, tambaqui, tucunaré, traíra e tilápia. outras atrações são o

passeio de lancha pelo Lago de Furnas, visitas a cachoeiras em jipe 4x4

e passeios ecológicos a cavalo. além de tudo isso, o engenho da serra

ainda disponibiliza aos seus hóspedes um salão de jogos, um salão de

convivência, sauna a vapor, academia de ginástica, um campinho de futebol

society, quadra poliesportiva e uma quadra de areia para a prática

de vários esportes de praia.

162 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Fotos: Divulgação

Engenho da Serra Hotel & Ecoresort

T

he former Engenho da Serra Farm was transformed into a

playful and pleasant environment: the ENGENHO DA

SERRA Hotel & Eco Resort. It is located next to the dike of

Capitólio city, which is the water divider north-south of Brazil. On the

south side of the dike, the water flows through the Rio Grande until it

forms Itaipu Lake and flows into the sea through the La Plata Basin,

in Argentina. On the north side, the water flows through the São Francisco

River until it reaches the sea on the border between Sergipe and

Alagoas.

The invitation is for to know this ecological environment, close to

tourist attractions such as Furnas Lake, Escarpas do Lago, Morro do

Chapéu and Serra da Canastra National Park. The hotel offers several options

for entertainment and leisure, such as: heated pools, sports court,

beach tennis court, soccer field, games room, ecological walking trails,

motorboat rides, horse riding, 4x4 jeep tours, lakes for sport fishing and

much more.

It is an ideal place to stay with a lot of peace and quiet. Browse the

site www.engenhodaserra.com.br and discover all the beauty, comfort

and well-being that await you here.

In addition to all the comfort and the diverse leisure options, EN-

GENHO DA SERRA Hotel & Eco Resort offers a series of amenities so

that your stay at the hotel and your visit to Capitólio become really special.

As, for example, Engenho da Serra offers: free Wi-Fi, internet, cable

TV, minibar and air conditioning in the apartments. The hotel also offers

a restaurant, car park, a swimming pool complex with a children's water

park, a large pool in semi-Olympic dimensions and an indoor and heated

pool. A special attraction that the hotel offers is sport fishing in its lagoons,

where you can catch the following fish: mahi mahi, matrinxã,

piracanjuba, pacu, black pacu, peacock bass, wolf fish and tilapia. Other

attractions are the motorboat ride on Furnas Lake, visits to waterfalls in

a 4x4 jeep and ecological tours on horseback. In addition to all this, Engenho

da Serra also offers its guests a games room, a big lounge, a

steam room, a gym, a society soccer field, a sports court and a sand court

for beach sports.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 163


Minas de Ouro

Como um bom conterrâneo, Carlos Drummond de andrade já

sabia: “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.

Foi esse sentimento, somado ao trabalho dos produtores,

que originou uma das maiores riquezas da região: o ouro branco, o

Queijo da Canastra.

“está no dia a dia. meu nome? esperança!”

a união de vários fatores, como a qualidade da água, os minerais

presentes no solo, a pastagem natural que o gado come, a raça do animal,

o clima, a altitude e o relevo típico, propicia à serra da Canastra a

fabricação de produtos diferenciados dos queijos de outras regiões.

Para entender como o produto ganhou reconhecimento mundial, voltamos

aos anos 2000, com a criação da associação de Produtores do

Queijo da Canastra (aPRoCan), quando se iniciou um trabalho de melhoria

da marca, resgate cultural e aperfeiçoamento da produção.

em 2008 aconteceu a primeira conquista: o tombamento pelo instituto

do Patrimônio Histórico e artístico nacional (iPHan). os Queijos

da Canastra foram reconhecidos como patrimônio cultural e material

brasileiro.

um ano depois, em 2009, a aPRoCan entrou com um pedido de registro

de indicação geográfica da categoria “indicação de procedência”,

no instituto nacional da Propriedade industrial (inPi), que foi concedido

em 2012.

no ano de 2014, em parceria com o seBRae, foi feito todo o desenvolvimento

da identidade visual e o queijo começou a ter visibilidade no

mercado. esse feito destacou a marca e proporcionou ao consumidor

identificar e diferenciar o produto.

“o presente é tão grande, não nos afastemos. não nos afastemos

muito, vamos de mãos dadas”

o ano de 2015 foi um marco para a história do Queijo da Canastra.

os fabricantes da região, que começaram em pequenos laticínios em

suas propriedades, foram destaque no "mondial du Fromage et des Produits

Laitiers", na cidade de Tour, França. a região foi a primeira premiada

em um concurso mundial para queijo de leite cru.

Dois anos depois, no mesmo mundial, a serra da Canastra conquistou

três medalhas no concurso.

“e agora, José?”

o ano de 2018 foi desafiador. Produtores de outras regiões começaram

a se apropriar indevidamente da marca. Como consequência da

fama e do prestígio crescentes, a pirataria começou a assombrar os produtores,

que iniciaram uma luta contra a falsificação.

Para acabar com o problema, a aPRoCan buscou uma tecnologia

europeia, vinda da França, usada há mais de 100 anos para a resolução

da adversidade.

as etiquetas de caseína permitem a garantia ao consumidor final da

originalidade do queijo. a etiqueta, totalmente comestível, é inserida

no produto na hora da fabricação.

a Canastra é a primeira região a utilizar essa tecnologia e teve a importação

do produto com essa inserção iniciada em 2018. a previsão é

de que até 2021 quase um milhão de queijos serão etiquetados.

“nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o

desejo de vencer”

o ano de 2019 chegou para consagrar os fabricantes da Canastra.

164 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Júlio Oliveira

nesse ano, 952 produtos lácteos foram apresentados no mondial du

Fromage para 135 juízes especializados e 15 países participantes. os

queijos da Canastra conquistaram 24 das 50 medalhas mineiras: três

medalhas em Delfinópolis, uma em medeiros, uma em Bambuí e 17 em

são Roque de minas. entre elas, três na categoria super ouro, prêmio

máximo da competição.

“Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”

o mondial du Fromage et des Produits Laitiers - concurso mundial

dos queijos e laticínios, em tradução livre - é realizado de dois em dois

anos na cidade de Tour, na França. o evento internacional é considerado

a mais importante premiação do setor.

Para eleger os melhores produtos os jurados levam em consideração

a qualidade dos queijos, textura, sabor e aparência. as premiações são

divididas em quatro categorias: super ouro, ouro, Prata e Bronze. a colocação

é determinada pela qualidade de cada queijo, podendo ter diversos

medalhistas.

“mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”

o poeta Guimarães Rosa acreditava que “sorte é isto. merecer e ter”.

o merecimento foi coroado mundialmente para os mineiros da Canastra

que foram contemplados na categoria super ouro - maior condecoração

do mundial francês, motivo de orgulho para o estado e para os produtores

da região.

Canastra do Ivair, São Roque de Minas

“Problemas não são obstáculos, mas oportunidades ímpares de superação

e evolução”

ivair José de oliveira sempre sonhou em ser produtor de queijo e resgatar

as origens da família que fabricava o laticínio.

Começou há 19 anos, no sítio do pai. no ano de 2012 parou a fabricação

por problemas de saúde, mudou-se para a cidade e foi trabalhar

com a esposa, Lúcia, no ramo da confecção.

a história da família começou a mudar com a chegada do seBRae.

em busca de um melhor desempenho profissional, o casal participou

do empretec - metodologia que estimula o empreendedorismo e identifica

novas oportunidades de negócios.

mesmo com todos os desafios, a timidez e as limitações de saúde,

ivair concluiu o curso de capacitação.

um ano e meio após o empretec, ivair não apenas teve uma melhora

significativa na saúde como adquiriu coragem e segurança para voltar

para o sítio do pai e retomar o sonho de trabalhar com o queijo. associou-se

à aPRoCan e decidiu fazer produtos diferenciados.

o processo de fabricação do queijo é o mesmo da época do tataravô

do produtor. a tradição familiar foi mantida.

“Tão estranha sorte assim?”

inicialmente um problema, a produção deparou-se com algo inesperado

no ano de 2015: a presença de fungos que se alojaram na queijaria.

após diversas tentativas de eliminar os organismos invasores, ivair começou

a utilizá-los no processo, e foi aí que aconteceu a grande transformação.

“será que a sorte virá num realejo? Trazendo o pão da manhã, a faca

e o queijo”

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 165


Queijo do Ivair Rótulo Preto Reserva

Da casca rugosa e bonita de se ver do produto, surge o branco mofado,

natural e que faz bem à saúde. o conhecido queijo “mofado” do

ivair de Rótulo Preto é feito com leite cru, tirado no período da tarde, e

maturado, em média, por 25 dias. a grande diferença é que, tirado nesse

horário, o leite torna-se mais gorduroso e concentrado devido ao menor

tempo de intervalo entre uma ordenha e outra.

outro produto premiado da tradicional queijaria do produtor é o

Queijo Canastra de Rótulo Verde, que foi agraciado com a medalha de

Bronze do mundial. Diferentemente do Rótulo Preto, é feito com o leite

colhido no período da manhã e 35 dias de maturação.

Santuário do Mergulhão Curado. São Roque de Minas

“Vão-se sonhos nas asas da Descrença, voltam sonhos nas asas da

esperança”

Foi às margens do Rio são Francisco que silmar de Castro buscou

inspiração para produzir os queijos.

Proprietária de uma pousada na região e amante do ecoturismo e da

preservação ambiental, a mineira de Piumhi sonhava em resgatar algumas

tradições de família ligadas a sua mãe e sua avó. a “Fazendinha

da Canastra”, nome do estabelecimento, já havia resgatado as quitandas

e a famosa comida mineira que fizeram parte de sua infância. mas,

para ela, faltava algo mais.

a produção dos queijos começou na Fazenda santuário do mergulhão,

onde mora com a família. inicialmente, apesar de não conhecer o

processo, sabia diferenciar um bom de um mau produto. silmar também

não tinha contato com o gado e com pastagens e sabia que a escolha

da raça e a alimentação do animal era de grande relevância para

a fabricação de um queijo de qualidade.

“Comece com o que tem”. a frase de cunho motivacional que ouviu

durante os diversos cursos que realizou no seBRae impulsionou a futura

produtora, já fascinada pelo trabalho realizado na região. assim,

silmar associou-se à aPRoCan e começou a colocar em prática todas

as técnicas aprendidas.

Perfeccionista, é conhecida por doar-se e dar seu melhor em tudo o

que faz, tinha como objetivo a fabricação de um produto diferenciado.

as primeiras experiências não foram satisfatórias. mesmo diante

das adversidades, manteve o processo tradicional, mas alterou alguns

detalhes e incluiu todo o conteúdo visto nos cursos. modificações sutis

e instintivas que fizeram a diferença no produto.

Para silmar, a sensação que sentiu com os prêmios conquistados na

Copa do mundo dos queijos só perdem para a emoção vivida no nascimento

de seus três filhos.

Curado Fazenda Santuário do Mergulhão

o vencedor da categoria super ouro no mundial é um Queijo Canastra

tradicional, úmido, de tonalidade amarelo suave, feito com leite cru

de boa qualidade e maturado por três a quatro meses.

a produtora ganhou também a Prata, no mesmo concurso, com um

Queijo Canastra maturado de quatro a cinco meses.

Queijo Vale do Gurita. Delfinópolis

“além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz

de nós aquilo que somos”

nascido na cidade de Ribeirão Preto, são Paulo, o arquiteto e empresário

arnaldo Ribeiro é proprietário da Fazenda Águas Claras, no

Vale da Gurita, desde o final da

década de 90. um eterno apaixonado pela região, conheceu o projeto

do Queijo Canastra na aPRoCan no ano de 2014 e ficou inspirado

a iniciar a trajetória no ramo. o queijo seria introduzido na fazenda e

em sua história.

a partir de então, começou a frequentar cursos de treinamento, profissionalização

e a investir no gado Caracu - o escolhido para a produção.

Para arnaldo, o segredo do sucesso é buscar sempre o aprendizado,

seguir o manual, manter o ritmo da produção, sempre ficar atento aos

detalhes e colocar amor no que se faz. Para o produtor, o queijo é como

um filho mais novo que precisa de cuidados, exige trabalho e dedicação,

mas que traz muitas alegrias.

Canastra Queijaria Vale da Gurita

Queijo Canastra escuro, de tom preto, pouco ácido, macio e levemente

picante.

o queijo vencedor da categoria super ouro no mundial francês é

feito pelo processo de fabricação tradicional, o mesmo usado há séculos

na região e com um carinho especial no manejo do gado.

acho que a poesia está contida nisso tudo

Para o saudoso Raul seixas, a vitória nunca está perdida; já para

Gandhi, nas grandes batalhas da vida, ela está no desejo de vencer; na

opinião de Fernando Pessoa, vence só quem nunca consegue. nietzsche

já conclui que o que existe de melhor em uma grande vitória é que

ela tira do vencedor o receio da derrota.

Parafraseando esses artistas, a vitória do ouro branco da Canastra,

patrimônio cultural e material brasileiro, orgulho das minas Gerais, vem

da vontade de fazer a diferença, de resgatar tradições, valores e memórias.

a vitória esta inserida em cada fazenda, em cada amanhecer.

a vitória vem estampada no rosto de cada produtor que, acima de qualquer

adversidade, nunca deixou de acreditar.

166 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Gold Mines

As a good fellow countryman, the poet Carlos Drummond de

Andrade already knew: “I have only two hands and the feeling

of the world”. It was this feeling, added to the work of

the producers, that originated one of the greatest riches of the region:

white gold, the Canastra Cheese.

“It is on day to day. My name? Hope!"

The combination of several factors, such as the quality of the water,

the minerals present in the soil, the natural pasture that the cattle eat,

the breed of the animal, the climate, the altitude and the typical relief,

allows Serra da Canastra to manufacture differentiated products from

cheeses from other regions.

To understand how the product gained worldwide recognition, we

went back to the 2000s, with the creation of the Producers of Canastra

Cheese Association (APROCAN), when work began to improve the brand,

cultural rescue and production improvement.

In 2008, the first achievement took place: the listing by the National

Historical and Artistic Heritage Institute (IPHAN). The Canastra Cheese

was recognized as a Brazilian cultural and material heritage.

A year later, in 2009, APROCAN filed a request for registration of geographical

indication of the category "indication of origin", at the National

Institute of Industrial Property (INPI), which was granted in 2012.

In 2014, in partnership with SEBRAE, was done all the visual identity

development and the cheese started to have visibility in the market. This

achievement highlighted the brand and enabled the consumer to identify

and differentiate the product.

“The present is so big, let's not move away. Let's not get move away

a lot, let's hand in hand”

The year 2015 was a milestone in the history of Canastra Cheese. The

producers in the region, who started in small dairy on their properties,

stood out in the "Mondial du Fromage et des Produits Laitiers" in the city

of Tour, in France. The region was the first winner in a world competition

for raw milk cheese.

Two years later, in the same competition, Serra da Canastra won three

medals.

"And now, Jose?"

2018 was a challenging year. The producers from other regions began

to misappropriate the brand unduly. As a consequence of the growing

fame and prestige, the piracy began to scare the producers, who started

to fight against falsification.

To end the problem, APROCAN sought a European technology, from

France, used for over 100 years to solve adversity.

The casein labels guarantee the end consumer the cheese's originality.

The label, totally edible, is inserted into the product at the time of manufacture.

Canastra is the first region to use this technology and had the product

imported with this insertion started in 2018. The forecast is that by 2021

almost one million cheeses will be labeled.

“In the great battles of life, the first step towards victory is the desire

to win”

The year 2019 has arrived to consecrate Canastra's producers. In this

year, 952 dairy products were presented at Mondial du Fromage for 135

specialized judges and 15 participating countries. The Canastra cheeses

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 167


won 24 of the 50 medals won by Minas Gerais: three medals in Delfinópolis,

one in Medeiros, one in Bambuí and 17 in São Roque de Minas. Among

them, three in the Super Gold category, the top prize of the competition.

“Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”

The Mondial du Fromage et des Produits Laitiers - worldwide cheese

and dairy competition, in free translation - is held every two years in the

city of Tour, in France. The international event is considered the most important

award in the sector.

In order to choose the best products, the judges take into account the

quality of the cheeses, texture, flavor and appearance. The awards are

divided into four categories: Super Gold, Gold, Silver, and Bronze. The

placement is determined by the quality of each cheese, and may have

several medalists.

"But the finished things, much more than beautiful, these will remain"

The poet Guimarães Rosa believed that “luck is this. Deserve and

achieve”. The merit was crowned worldwide for the Canastra producers

who were awarded the Super Gold category - the highest prize of the

French world competition, a huge reason for proud of the state and the

producers of the region.

Ivair’s Canastra Cheese, São Roque de Minas

“Problems are not obstacles, but unique opportunities for overcoming

and evolving”

Ivair José de Oliveira always dreamed of being a cheese producer and

rescuing the origins of the family that made this famous delicacy.

He started 19 years ago at his father's site. In 2012 he stopped manufacturing

due to health problems, moved to the city and worked with

his wife, Lucia, in the confection sector.

The family's history began to change with the arrival of SEBRAE. In

pursuit of better professional performance, the couple took part in Empretec

- a methodology that encourages entrepreneurship and identifies

new business opportunities.

Despite all the challenges, the shyness and the health limitations, Ivair

completed the training course.

A year and a half after Empretec, Ivair not only had a significant

health improvement, but gained courage and safety to return to the father's

site and regain the dream of working with cheese. He joined AP-

ROCAN and decided to make differentiated products.

The cheese-making process is the same as that of the producer's

great-great-grandfather. The family tradition was maintained.

"So weird luck?"

Initially a problem, the production faced something unexpected in

2015: the presence of fungi that lodged in the cheese factory. After several

attempts to eliminate the invading organisms, Ivair began using

them in the process, and it was there that happened the great transformation.

“Will luck come in a barrel organ? Bringing the morning bread, knife

and cheese ”

Ivair’s Cheese Reserve Black Label

From the rough and beautiful peel of the product, comes the moldy,

natural white that is good for health. The well-known “moldy” Ivair’s

cheese of Black Label is made with raw milk, taken in the afternoon, and

matured, on average, for 25 days. The big difference is that, taken at this

time, the milk becomes more greasy and concentrated due to the shorter

interval between the milkings.

Another award-winning product from the traditional cheese producer

is Canastra Cheese of Green Label, which was awarded the Bronze Medal

of the World Competition. Unlike the Black Label, it is made with milk

collected in the morning and has 35 days of maturation.

Santuário do Mergulhão Curado. Sao Roque de Minas

“Dreams on the wings of Disbelief has gone, dreams on the wings of

Hope has come back”

It was on the banks of the São Francisco River that Silmar de Castro

got inspired to produce the cheeses.

Owner of an inn in the region and a lover of ecotourism and environmental

preservation, the Piumhi's citizen dreamed of rescuing some family

traditions linked to her mother and grandmother. The “Fazendinha da

Canastra”, name of the establishment, had already rescued the greengrocers

and the famous Minas Gerais's food that were part of his childhood.

But for her, something else was missing.

The cheese production started at Santuário do Mergulhão Farm,

where she lives with his family. Initially, despite not knowing the process,

she knew how to differentiate a good from a bad product. Silmar also

had no contact with cattle and pastures and knew that the choice of

breed and the animal feed was of great relevance for the manufacture

of a quality cheese.

"Start with what you have". The motivational phrase she heard during

the various courses that took place at SEBRAE has boosted the future

producer, already fascinated by the work done in the region. Thus, Silmar

joined APROCAN and started putting all the techniques learned into

practice.

A perfectionist, she is known for giving her best in everything she does,

her goal was to manufacture a differentiated product.

168 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


The first experiences were not satisfactory. Even in the face of adversity,

she maintained the traditional process, but altered some details and

included all the content seen in the courses. Subtle and instinctive modifications

that made the difference in the product.

For Silmar, the feeling she felt with the awards won at the World Cup

for cheeses are second only to the emotion experienced in the birth of

her three children.

Cured - Santuário do Mergulhão Farm

The winner of the Super Gold category in the world competition is a

traditional Canastra cheese, moist, with a soft yellow hue, made with

good quality raw milk and matured for three to four months.

The producer also won Silver, in the same contest, with a Canastra

Cheese matured from four to five months.

Vale do Gurita Cheese. Delfinópolis

“In addition to the aptitudes and qualities inherited, it is tradition that

makes us what we are”

Born in the city of Ribeirão Preto, São Paulo, the architect and entrepreneur

Arnaldo Ribeiro has owned the Águas Claras Farm, in the Gurita

Valley, since the end of 90s. An eternal lover of the region, he got to know

the Canastra Cheese project at APROCAN in 2014 and was inspired to

start his career in the business. The cheese would be introduced to the

farm and in its story.

From then on, he started attending professionalization and training

courses and to invest in Caracu cattle - the one chosen for the production.

For Arnaldo, the secret of success is to always seek learning, follow

the manual, keep the pace of production, always stay aware of the details

and put love in what is done. For the producer, cheese is like a

younger son who needs care, requires work and dedication, but brings

many joys.

Vale da Gurita Canastra Cheese Factory

Dark Canastra cheese, black in tone, low in acidity, soft and slightly spicy.

The winning cheese of the Super Gold category in the French world

competition is made by the traditional manufacturing process, the same

used for centuries in the region and with a specialty care in the handling

of the cattle.

I think poetry is contained in all this

For the unforgettable singer Raul Seixas, the victory is never lost; already

to Gandhi, in the great battles of life, it is in the desire to win; in

Fernando Pessoa's opinion, only win those who never succeed. Nietzsche

already concludes that the best thing about a big victory is that it takes

away the fear of defeat from the winner.

To paraphrase these artists, the victory of Canastra's white gold,

Brazilian cultural and material heritage, pride of Minas Gerais, comes

from the desire to make a difference, to rescue traditions, values and

memories. The victory is inserted in each farm, in every dawn. The victory

is stamped on the face of every producer who, above any adversity, never

stopped believing, being better every day.

Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas 169


A Marinha do Brasil em terras mineiras

a

h, minas Gerais, lugar de tantas belezas e que sempre

nos surpreende... no estado, cercado por montanhas,

bem ali, em sua capital, eis que surge uma marinha do

Brasil.

Desde 1926, a marinha do Brasil está presente em minas Gerais,

com a ativação da então Capitania Fluvial do são Francisco, hoje Delegacia

Fluvial de Pirapora, no norte do estado.

Com o crescimento da atividade náutica nos últimos anos no Lago

de Furnas e o aumento significativo no número de embarcações que

trafegam no local, a alta administração naval decidiu criar a Delegacia

Fluvial de Furnas para incrementar a segurança da navegação na

região sudoeste de minas Gerais.

a Delegacia Fluvial de Furnas possui 163 municípios em sua área

de jurisdição, englobando os lagos das represas de Furnas, Funil e

Peixoto, no curso do Rio Grande, bem como os demais rios da região

sudoeste de minas, contribuindo para a segurança de mais de 3 milhões

de pessoas.

no ano de 2018, na cidade de Belo Horizonte, foi ativada a sede da

Capitania Fluvial de minas Gerais (CFmG). Com mais de 100 anos de

serviços prestados ao estado, a marinha do Brasil ganhou um espaço

físico com o objetivo de contribuir para o aumento da eficiência dos

serviços já prestados à sociedade mineira.

minas Gerais possui hoje as principais bacias hidrográficas do país

com as bacias do são Francisco, do Leste e do Paraná, que desembocam

no oceano atlântico. Com essa relevância nacional, uma sede no

estado para tratar mais de perto as comunidades náuticas de Belo

Horizonte e demais regiões tornou-se uma necessidade.

o grande interesse nas águas e na expressão do estado na parte

política, no meio ambiente, visão estratégica, sustentabilidade e turismo

concedeu a minas Gerais, considerado a caixa d’água do país,

uma Capitania de Primeira Classe.

Para entender a relevância dessa conquista, uma Capitania de Primeira

Classe é dirigida por um capitão de mar e guerra – maior posto

operativo da marinha, comparado aos postos de coronel do exército

ou da aeronáutica. alguns estados marítimos não possuem uma Capitania

de Primeira Classe.

“Protegendo nossas riquezas, cuidando da nossa gente”

a marinha tem como principal objetivo contribuir para a segurança

da navegação, a salvaguarda da vida humana e a prevenção à polui-

GRADUAÇÕES

As graduações de praças da Marinha são: marinheiro-recruta, soldado-recruta (apenas fuzileiros navais), aprendiz de marinheiro ou grumete,

marinheiro, soldado (apenas fuzileiros navais), cabo, terceiro-sargento, segundo-sargento, primeiro-sargento e suboficial.

As graduações de praças-especiais da Marinha são: aluno do Colégio Naval, aspirante (da Escola Naval) e guarda-marinha.

Os postos da Marinha são: segundo-tenente, primeiro-tenente, capitão-tenente, capitão de corveta, capitão de fragata, capitão de mar

e guerra, contra-almirante, vice-almirante e almirante de esquadra.

170 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


ção hídrica em suas águas interiores.

Além das atividades inerentes à Segurança do Tráfego Aquaviário

(STA), ao Ensino Profissional Marítimo (EPM) e à prevenção da poluição

hídrica, a CFMG também executa, quando solicitada, atividades

atinentes ao Serviço Militar e apoia o pessoal militar da Marinha e

seus dependentes quanto a pagamento, saúde e assistência social.

Periodicamente, aplica provas para a habilitação de amadores e

oferece cursos do Ensino Profissional Marítimo para a formação e capacitação

de aquaviários, além de atender o público para a regularização

de questões relativas à documentação de embarcações,

escolas náuticas e marinas.

Além disso, implementa e fiscaliza o cumprimento de leis e regulamentos

nas águas interiores, conforme o artigo 17 da Lei Complementar

n° 97/1999.

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o

desejo de vencer”

Disseminar a mentalidade náutica na população é hoje o principal

desafio no estado. A Marinha do Brasil acredita que Minas Gerais tem

um grande potencial no viés econômico, turístico e na pesca que

ainda precisa ser explorado.

VISÃO DE FUTURO:

"A Marinha do Brasil será uma força moderna,

aprestada e motivada, com alto grau de independência

tecnológica, de dimensão compatível com a estatura

político-estratégica do Brasil no cenário internacional,

capaz de contribuir para a defesa da Pátria e salvaguarda

dos interesses nacionais, no mar e em águas interiores,

em sintonia com os anseios da sociedade".

MISSÃO:

"Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para

a Defesa da Pátria; para a garantia dos poderes constitucionais

e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; para o

cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em lei; e

para o apoio à Política Externa”.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 171


The Brazilian Navy on Minas' lands

A

h, Minas Gerais, a place of so many beauties and that

always surprises us ... In the state, surrounded by mountains,

right there, in its capital, comes up the Brazilian

Navy.

Since 1926, the Brazilian Navy is present in Minas Gerais, with the

activation of the then São Francisco River Captaincy, today the Pirapora

River Police Station, in the north of the state.

With the growth of nautical activity in recent years on Lake Furnas

and the significant increase in the number of vessels traveling

on the site, the Naval High Administration decided to create the Furnas

River Police Station to increase navigation security in the Southwest

region of Minas Gerais.

The Furnas River Police Department has 163 municipalities in its

area of jurisdiction, encompassing the lakes of the Furnas, Funil and

Peixoto dams, in the course of Grande River, as well as the other

rivers in the Southwest region of Minas, contributing to the safety

of more than 3 million people.

In 2018, in the city of Belo Horizonte, the headquarters of the Fluvial

Captaincy of Minas Gerais (CFMG) was activated. With more

than 100 years of services rendered to the state, the Brazilian Navy

has gained a physical space with the objective of contributing to increase

the efficiency of services already provided to society from

Minas.

Today, Minas Gerais has the main hydrographic basins in the

country, with the São Francisco, Leste and Paraná basins, which flow

into the Atlantic Ocean. With this national relevance, a headquarters

in the state to deal more closely with the nautical communities of

Belo Horizonte and other regions has become a necessity.

The great interest in the waters and in the expression of the state

in the political part, in the environment, strategic vision, sustainability

and tourism gave to Minas Gerais, considered the water tank

of the country, a First-Class Captaincy.

To understand the relevance of this achievement, a First-Class

Captaincy is headed by a Captain of sea and war - the largest operating

post in the Navy, compared to Colonel posts in the army or in

air force. Some maritime states do not have a First-Class Captaincy.

“Protecting our wealth, taking care of our people”

The Navy's main objective is to contribute to the safety of navigation,

the safeguarding of human life and the prevention of water

GRADUATIONS

The graduations of Navy soldiers are: sailor-recruit, soldier-recruit (only marines), apprentice sailor or cabin boy, sailor, soldier (only marines),

corporal, third sergeant, second sergeant, first sergeant and petty officer.

The graduations of Navy special soldiers are: student of Colégio Naval, aspirant (of Escola Naval) and marine guard.

The Navy posts are: second lieutenant, first lieutenant, captain lieutenant, corvette captain, frigate captain, sea and war captain, rear

admiral, vice admiral and squadron admiral.

172 Do Rio GRanDe a BaRRaGem De FuRnas


Fernanda de Oliveira Simões de Carvalho

pollution in its inland waters.

In addition to the activities inherent to Water Traffic Safety (STA),

to Maritime Professional Education (EPM) and to the prevention of

water pollution, CFMG also performs, when requested, activities related

to the Military Service and supports the Navy military personnel

and their dependents payment, health and social assistance.

Periodically, Navy applies tests for the qualification of amateurs

and offers courses in Maritime Professional Education for the training

and qualification of who operate vessels, in addition to serving

the public for the settlement of issues related to the documentation

of vessels, nautical schools and marinas.

Moreover, it implements and supervises compliance with laws and

regulations in inland waters, in accordance with Article 17 of Complementary

Law No. 97/1999.

“In the great battles of life, the first step towards victory is the

desire to win”

Disseminate the nautical mentality in the population is today the

main challenge in the state. The Brazilian Navy believes that Minas

Gerais has great potential in terms of economic, tourism and fishing

that still needs to be explored.

FUTURE VISION:

"The Brazilian Navy will be a modern force,

prepared and motivated, with a high degree of

technological independence, of a size compatible with

Brazil's political-strategic stature on the international

stage, capable of contributing to the defense of the

Homeland and safeguarding national interests,

at sea and inland waters, in tune with the

wishes of society ".

MISSION:

"Prepare and employ Naval Power in order to contribute to

the Defense of the Homeland; to guarantee constitutional powers

and, on the initiative of any of these, of the law and the

order; for the fulfillment of subsidiary duties provided for by law;

and for support for Foreign Policy ”.

DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 173




DO RIO GRANDE A

BARRAGEM DE FURNAS

FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Alane Nicolini

Alessander Nicolini

ASSESSORIA DE PROJETO

Lúcio Nicolini

TEXTOS, COPYDESK E REDAÇÃO FINAL

Alfredo Duares

Patrícia righi

Janaína Alves

REVISÃO

Lairton Liberato

TRADUÇÃO

Alan Nicolini

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO

Daniel Pinheiro

FOTOS

Júlio Oliveira

Fotos: Arquivo FURNAS

EDIÇÃO

Plantel

Belo Horizonte/MG - Brasil

(31) 3243-6613

www.topmarchador.com

diretoria@topmarchador.com

IMPRESSÃO

Rona Editora




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