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Fotos: Arquivo FURNAS
Passo firme na
construção do Brasil
Crises podem ser inspiradoras. Mais do que isso, algumas trazem,
com o encerramento de seu ciclo, soluções duradouras
para várias gerações. Foi o caso, em meados de 1950, da carência
de energia elétrica no Brasil, momento em que o país punha em
marcha um processo de acelerada industrialização. A energia, notadamente
na Região Sudeste, seria insuficiente para os próximos anos,
com risco de colapso no sistema e o comprometimento dos planos de
desenvolvimento do Brasil e graves consequências sociais. Era o prenúncio
do caos. O crescimento da economia era muito mais rápido que
a capacidade de o país gerar energia nova.
Foi aí que o sertão começou a virar mar. Aquele que se tornaria em
poucos anos o mar doce de Minas, como hoje é conhecido o imenso lago
artificial da primeira usina de Furnas. Empresa que atualmente é uma
gigante brasileira com 21 usinas hidrelétricas, um sistema pelo qual
passa 40% da energia que move o país. Decreto assinado em 1957, pelo
então presidente da República Juscelino Kubitschek, o eterno JK, criava
a Central Elétrica de Furnas S/A. A ideia era a construção de uma usina
na Região Sul de Minas Gerais. Conhecido também como ‘presidente
bossa-nova’, por, entre outros atributos, ser inovador, JK propôs um projeto
gigantesco de geração de energia elétrica. Gastou muito suor para
levar adiante. Enfrentou uma enxurrada de críticas diante da magnitude
do que seria construído. Inclusive oposição do governo de Minas Gerais,
esse alegando que Furnas serviria mais aos interesses de São Paulo e
que Minas já tinha em construção a Usina de Três Marias, que acabaria
por ser inaugurada em 1961, entrando em operação no ano seguinte.
DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS 9