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O tempo – e nesse caso nem precisou de muito – acabou por mostrar
que JK acertou. De acordo com o Memorial da Democracia e Memorial
JK, o presidente criou a empresa estatal com a determinação de que
fossem iniciadas o mais rápido possível as obras da Usina de Furnas. A
hidrelétrica, a primeira da empresa, proveria o país com mais de 1.000
megawatts, um terço da capacidade energética brasileira instalada até
aquele momento, e atenderia aos três principais centros socioeconômicos
do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quando sua
construção foi iniciada, era a maior obra em andamento na América Latina.
Finalizada, exibiria uma barragem de 120 metros de altura e um
reservatório que se estenderia por 135 mil hectares. Para construí-la,
seria necessário desapropriar 8 mil propriedades rurais, o que obviamente
criou um problema com a população local.
O país caminhava para um colapso energético, porém o Plano de
Metas do governo federal previa uma industrialização acelerada. E
como uma coisa não combinava com outra, o governo precisava se antecipar
e suprir o gargalo – com obras mais baratas e de menor porte,
e outras grandes e já com projetos definidos, como a Usina de Três
Marias. O engenheiro das Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig)
Francisco Noronha descobriu um cânion longo e profundo, no leito do
Rio Grande, e apresentou um estudo propondo o seu uso para produção
de energia. Noronha concluiu que, aproveitando os dois braços do
estreito, uma hidrelétrica ali construída teria condições de produzir
energia nova na quantidade que o país precisava e capacidade logística
para distribuí-la aos três polos industriais do país. A barragem
está localizada no curso médio do Rio Grande, no trecho denominado
10 DO RIO GRANDE A BARRAGEM DE FURNAS