Economistas Abril-Junho
Economistas analisam cenários diante da pandemia de Covid-19
Economistas analisam cenários diante da pandemia de Covid-19
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suas rendas, provavelmente o auxílio
emergencial precisará ser prolongado
para um período maior garantindo a
sobrevivência dos mais vulneráveis. Ao
mesmo tempo, essas medidas precisam
garantir que empresas e empreendedores
não sejam colapsados, permitindo a
continuidade dos seus negócios após a
pandemia.
Segundo a História, movimentos
econômicos realizados durante e
após a Segunda Guerra Mundial são
conhecidos como economia de guerra e
são caracterizados pela centralização do
planejamento econômico no governo, que
tenta direcionar as ações para o objetivo
bélico. Nas situações de economia de
guerra, os governos são obrigados a
fazer o que o possível, e o impossível, no
suporte à operação militar, protegendo a
sociedade e defendendo território, além
de buscar preservar o bem-estar físico,
mental, a solidariedade e a moral da
população.
O termo “economia de guerra”
foi usado em livros e publicações
acadêmicas, que buscavam explicar
as ações dos governos durante e após
a Segunda Guerra Mundial. A expressão
é retomada após os ataques ao World
Trade Center, em 11 de setembro, através
de um artigo do economista norteamericano
James Kenneth Galbraith. Em
seu artigo, ele descreve uma economia
de guerra como um conjunto de práticas
econômicas aplicadas com o objetivo de
estabilizar a economia de um país durante
um período histórico peculiar, como uma
guerra.
Para o economista, a ação imediata
do governo é fundamental, pois o
mercado leva um tempo para atender às
demandas causadas por um cenário de
guerra. Esse tempo excessivo em uma
situação atípica pode resultar em perdas
materiais e econômicas alarmantes e, até
mesmo, na derrota do país em conflito.
Resumindo, a economia de
guerra indica um maior protagonismo
governamental na gestão da economia com
a aplicação de medidas extraordinárias
para mitigar os impactos socioeconômicos
de um evento excepcional, como, em
grande parte dos casos, uma guerra
ou, no presente, a pandemia do novo
coronavírus, cuja gravidade tem levado
políticos e economistas a batizarem as
ações de combate à doença e aos seus
impactos como “economia de guerra”.
Diante deste cenário de elevada
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| REVISTA ECONOMISTAS | ABRIL A JUNHO DE 2020