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SÃO PAULO, 27/06/2020 / / EDIÇÃO

JORNAL DO DIA

INVERNO COMEÇA E SERÁ MAIS QUENTE E SECO EM

SÃO PAULO

Página exclusiva:

Monteiro Lobato

para o século XXI.

JD

26/06/2020

Ao cair em domínio público, os livros do Sítio

do Picapau Amarelo incentivam grandes autores

infantis brasileiros a recontar as histórias de

Narizinho e Emília com uma linguagem

politicamente correta. Pág. 02 e 03.

A previsão é de um aumento de até 2ºC na média das

temperaturas máximas e mínimas. O tempo ficará mais seco

a partir da segunda quinzena de julho e terá impacto direto

em nossa saúde.

JD

26/06/2020

O inverno começou às 18h44 deste sábado

(20) e deve ser menos frio e mais seco em São

Paulo, segundo os meteorologistas.

“As massas de ar quentes e secas estão mais

fortes nesse ano, ao longo do período de

inverno, o que vai favorecer as temperaturas

mais altas e esse ar polar não consegue chegar

aqui”, disse o meteorologista César Soares.

A previsão é de um aumento de até 2ºC na

média das temperaturas máximas e mínimas.

O tempo ficará mais seco a partir da segunda

quinzena de julho e terá um impacto direto na

nossa saúde.

“Isso tende a desidratar suas células, suas

mucosas, suas respostas imunológicas, que

você produz anticorpos nas mucosas, que

quando têm contato com um vírus, um fungo

ou uma bactéria, eles atacam. Você diminuindo

essa secreção você favorece que esses germes

fiquem no trato respiratório e possam causar

inflamação. 3'19'' Então, o tempo seco,

temperaturas que variam de 15, 20, 25 graus

favorecem o assentamento, a colonização da

tua árvore respiratória por esses agentes

agressores”, diz Marcos Cyrillo, diretor da

Sociedade Brasileira de Infectologia.

As recomendações são as de se hidratar, boa

alimentação e dormir bem. Além disso, tomar a

vacina contra a gripe - ela não protege do novo

coronavírus, mas ajuda a prevenir outras

doenças respiratórias.

O universo de Monteiro Lobato.

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SÃO PAULO, 27/06/2020 / / EDIÇÃO

JORNAL DO

DIA

NESTA SEÇÃO MONTEIRO LOBATO

DOMÍNIO PÚBLICO

EXPRESSÕES

RACISTAS

Os grandes clássicos cai em domínio

público.

ADAPTAÇÕES

EXPRESSÕES RACISTAS

Nem tudo são flores

em sua obra.

JD

26/06/2020

JD

26/06/2020

Os grandes clássicos da literatura são

atemporais. Com o passar dos anos, o público

leitor continua sedento da genialidade de seus

autores, que souberam como ninguém traduzir

emoções resistentes ao tempo. Com Monteiro

Lobato (1882-1948), não é diferente. O pai de

Narizinho, Emília, Dona Benta e Tia Nastácia

nunca deixou de fazer parte da infância dos

brasileiros, mesmo que autores

contemporâneos tenham tomado um pouco do

seu espaço. Agora, quase cem anos após a

publicação de seu primeiro livro, suas criações

ressurgirão. A razão da guinada é que elas

caíram em domínio público. A lei brasileira

determina que as obras perdem proteções de

Direitos Autorais após 70 anos contados do 1º

de janeiro subsequente ao falecimento do

autor. Como Lobato morreu em 1948, seus

livros estão liberados em 2019. Na prática,

isso significa que, para lançá-los, não é mais

preciso pagar por direitos autorais ou pedir

autorização aos herdeiros para realizar

adaptações.

Para ganhar novos leitores e lucrar com

vendas de exemplares, diversas editoras

estão preparando adaptações — uma rotina

no mercado editorial, a exemplo do que

ocorreu com “O Pequeno Príncipe” em

2015. Em relação a Lobato, lançamentos de

livros e até a produção de um filme estão

previstos para este ano. É o caso da

Girassol Brasil Edições, que lançará o livro

“Turma da Mônica — Narizinho

Arrebitado”, assinado, ao lado de Lobato,

por Mauricio de Sousa, outro criador

consagrado de histórias infantis. Na nova

versão da obra, os personagens do Sítio do

Picapau Amarelo ganham novas

ilustrações: Narizinho tem desenho de

Magali, Emília de Mônica e Pedrinho de

Cebolinha. No início, Mauricio, de 83 anos,

relutou em colocar o seu nome ao lado do

de Lobato, de quem é fã desde

Obra de Monteiro Lobato cai em domínio

público.

Monteiro Lobato e a Turma do Sítio do Pica Pau

Amarelo.

criança. “Eu morava em Mogi das Cruzes, ainda

uma cidade pequena do interior, e me encantei

com o jeito caboclo dele descrever uma fazenda

e seus habitantes”, diz à ISTOÉ. “Isso tudo

estimula quem quer ser escritor ou desenhista

como eu. As ilustrações dos livros de Lobato,

obra de diversos grandes artistas, foram

inspiradoras. O desenhista Belmonte era meu

preferido.”

Escritor nos períodos pré-modernista e

modernista, Lobato revolucionou a literatura

infantil. Além de traduzir para o papel a

imaginação de uma criança, ele lançou ideias

à frente de seu tempo, como o protagonismo

feminino de Narizinho e Emília. Mas nem

tudo são flores em sua obra. Lobato é bastante

controverso, principalmente pelas

manifestações racistas nas histórias. A

principal vítima é Tia Nastácia, cozinheira que

trabalha para Dona Benta e que confeccionou

os bonecos vivos Emília e Visconde. Para

relançar as obras de Lobato no século XXI,

muitos optaram por adaptar esses trechos à

etiqueta do politicamente correto. No livro de

Mauricio, em vez de dona Benta ser descrita

como “velha”, é chamada de “senhora”, e

partes como “negra beiçuda” foram

suprimidas. “A obra de Lobato não é em sua

essência racista, por isso foi possível suavizar

algumas expressões sem mudar radicalmente o

texto”, diz Regina Zilberman, uma das

maiores especialistas em Lobato, responsável

pela adaptação. “Hoje em dia, temos mais

cuidado com as palavras, e isso é muito bom.

É só uma questão de afinar a linguagem para

não criar situações embaraçosas na escola.”

O escritor Pedro Bandeira, que também

compõe a lista dos maiores autores

infantojuvenis, concorda com Zilberman.

Ele está preparando o livro “Narizinho, a

menina mais querida do Brasil”, da

editora Moderna, uma adaptação do

original “Reinações de Narizinho”, de

1931. “Eu não gosto de palavras como

negra beiçuda, nem macaca de carvão. Se

alguém quiser dizer, que o diga, mas não

virá de minha autoria”, diz. Por outro

lado, Bandeira diz ser contra os excessos

do politicamente correto. “Outro dia eu vi

o nome ‘Branca de Neve e os sete

amiguinhos portadores de nanismo’. Anão

é anão, não é um xingamento. Se tivermos

de falar ‘o portador de nanismo’, o mundo

acabou”, diz ele. Assim como outros fãs,

parece difícil para Bandeira reconhecer o

racismo de Lobato, mas ele não o nega.

“As suas cartas e crônicas demonstram

que ele era eugenista, mas em um tempo

em que todo mundo acreditava na

superioridade das raças. O Lobato sabia

mudar de ideia. Se tivesse vivido mais,

certamente teria mudado”, diz.

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SÃO PAULO, 27/06/2020 / / EDIÇÃO

JORNAL DO

DIA

PERDAS E GANHOS

Desde que foram criados, personagens ganharam diferentes versões.

JD

26/06/2020

conflitos não é saudável para as crianças, pois

elas passariam a desconhecer o mundo como ele

é. Ele acredita que os livros são uma

Há quem defenda, no entanto, a leitura dos textos

oportunidade de os pequenos conhecerem e

originais às crianças. É o caso de Camila Werner,

enfrentarem seus monstros interiores, no que

que entre 2015 e 2018 foi responsável pelo selo

chama de escoamento literário. “Eu nunca vi

Globinho, que edita os textos integrais de Lobato.

pessoas falando que leram Lobato e se tornaram

“A literatura não está para fazer lição de moral,

racistas ou antiecologistas. Se você tem vontade

ela está para refletir o mundo e a gente pensar

de matar uma onça e a matou no livro, a fantasia

sobre ele”, diz ela. Para isso, seriam necessários

cumpriu a sua função”, diz Brenman. Ele

mediadores que expliquem o contexto histórico

ressalva, no entanto, que algumas adaptações não

em que foram escritos. “Em um país com tantos

são um problema, desde que a alma da obra

problemas na educação, será que os pais e

esteja contemplada. “O complicado é ir limpando

professores vão saber conversar sobre isso?”, diz

e não sobrar nada. O politicamente correto às

ela. No livro “A condenação de Emília: o

vezes se equivale a regimes ditatoriais, que

politicamente correto na literatura infantil”, fruto

apagam a história.”

de uma tese de doutorado na USP, o professor e

Se, de um lado, o domínio público permite às

escritor Ilan Brenman defende que esconder

editoras publicar sem custos autorais as obras de

Lobato, de outro pode criar uma armadilha. O

governo não compra livros nessas condições e

assim as empresas perdem um relevante mercado.

As adaptações surgem então como uma forma de

vender, já que, com novos autores, surgem novos

livros. No ano passado, porém, nem o Lobato

adaptado — que não havia sido lançado —, nem

o original — que estava para cair em domínio

público —, puderam ser inscritos no Plano

Nacional do Livro Didático 2019 e 2020, cujos

editais selecionam os livros das escolas públicas.

“Quem ganha com o domínio público de Lobato

é a sociedade brasileira”, diz Pedro Bandeira. Os

textos originais estão disponíveis gratuitamente

em sua integridade para que o público possa

conhecer a literatura da época e fazer os seus

próprios juízos de valor.

VACINA

Nova vacina contra a meningiteestá

disponível no SUS.

Algumas adaptações.

URSULA NEVES

26/06/2020

O Ministério da Saúde atualizou o seu calendário de imunizações

incluindo a vacina ACWY (conjugada), que protege contra quatro

sorotipos de meningite bacteriana: A, C, W e Y, e que passa a ser

aplicada em adolescentes de 11 e 12 anos.

Todas as Unidades Básicas (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS) já

contam com doses únicas da vacina. Além disso, também é oferecida à

população a vacina contra o sorotipo C, indicada para bebês: aos 3 e 5

meses e com reforço aos 12 meses.

A meta é imunizar, no mínimo, 80% dos adolescentes brasileiros nesta

faixa etária, o que corresponde a 5.621.137 jovens.

ENTRE LIKES

“Reconhecemos que somos privilegiados”, dizem Galãs Feios.

JD

26/06/2020

No começo, a ideia era tirar sarro de padrões

(principalmente os de beleza). Aos poucos, a

política começou a dominar o canal dos Galãs

Feios, Helder Maldonado e Marco Bezzi.

Jornalistas, acabaram usando a linguagem que

aprenderam na faculdade e nas redações, mas

com mais humor, de forma solta. Agora, com

quase 350 mil seguidores no You Tube, já têm

uma cara definida.

Para Bezzi, o sucesso do canal está justamente

no fato de os dois só usarem informações

checadas em épocas de fake news, mas dar o

toque de humor para comentar as notícias,

fugindo do que "todo mundo está noticiando”.

Com um lado claro, que defende bandeiras

identitárias mais alinhadas à esquerda (contra

racismo, contra machismo, contra homofobia),

os dois dizem que cativaram um público

engajado. "Reconhecemos que somos

privilegiados, mas tem coisas que nos

incomodam muito como o racismo." Por isso,

já convidaram negros como o pagodeiro

Salgadinho para o programa porque ele tem

"lugar de fala.”

Na foto Helder Maldonato e Marcos Bezzi.

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SÃO PAULO, 27/06/2020 / / EDIÇÃO

JORNAL DO

DIA

RACISMO

Estudante é vítima de racismo em troca de mensagens de alunos de escola

particular da Zona Sul do Rio.

JD

26/06/2020

Uma adolescente negra que estuda em uma escola particular em

Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi vítima de racismo. Em

mensagens trocadas por meio de um aplicativo, Ndeye Fatou Ndiaye foi

xingada e humilhada por ser negra. A família registrou o caso na Polícia

Civil.

Os textos continham mensagens extremamente racistas como:

“Para comprar um negro, só com outro negro mesmo”, diz uma

das mensagens.

“Quando mais preto, mais preju”, afirma outro aluno.

E a conversa segue com mais ofensas:

“Dou dois índios por um africano”, diz outra mensagem.

“Um negro vale uma bala”, continua outro.

Algumas mensagens ofendem Ndeye diretamente.

“Fede a chorume”, diz um.

E outro segue: “Escravo não pode. Ela não é gente”.

O coordenador pedagógico da escola onde Fatou estuda divulgou um

vídeo criticando a postura do grupo de alunos e dizendo que

providências serão tomadas.

"O Colégio Franco-Brasileiro repudia qualquer tipo de atitude racista ou

discriminatória. Nos 105 anos de história da nossa instituição,

preservamos vários valores que são caros para nós. Entre eles, o da

igualdade racial. Assim que soubemos do conteúdo de uma conversa de

algumas pessoas no âmbito privado que inclui alunos do

FrancoBrasileiro, nós imediatamente agimos. Enviamos um ofício para

o Conselho Tutelar, que é o órgão competente para fazer a averiguação,

e cobrar explicações de cada um dos envolvidos. Queremos expressar a

nossa solidariedade às pessoas que foram atingidas", destacou Luciano

Moraes.

Jornal criado para Atividade de Português, do 6°B, professora Cida Teixeira.

Alunos:

César Galvão Soares

Gabriel Torres Garcia

PÁGINA 4

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