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LIVRE
Revista Literária - Agosto/2020 – Ano 1 nº 1
Você vai conhecer a autora
de 50 Faces da Menopausa,
Maria Teresa Moreira
A poesia vibrante de
Alexandra Jacob
O lançamento virtual de
Rita Queiroz, em tempos de
pandemia.
1º CAPÍTULO DA SÉRIE
TUDO FOI VIVIDO
Sumário
6
4
Artigo da Capa
Maria Teresa Moreira
5
Editorial 3
Lançamento Virtual 8
Tudo foi Vivido 9
Espaço Infantil 12
Antologia 13
Homenagem 15
Dicas de Leitura 16
Na sessão poesia,
Alexandra Jacob
O livro de Adriana
Silva Santiago
7
As ilustrações de
Sandra Sampaio
Editorial
Dizem que a mulher é o sexo frágil, já cantava aquele
famoso compositor, mas quando olhamos para essas
inspiradas autoras que iluminam o primeiro número de
nossa revista, vemos que elas não têm nada de frágeis.
Mulheres corajosas, é isso que são verdadeiramente,
destacam-se no meio literário com a força das palavras
que escrevem, descrevendo o que vai dentro de cada
uma delas e que encontra-se completamente na alma
de todas.
Mulheres inspiradoras, seus textos e poemas elevam
quem lê, instigam mudanças e novas maneiras de
caminhar pela vida.
Nosso Número 1
“Eu vivo à espera de inspiração com uma
avidez que não dá descanso. Cheguei
mesmo à conclusão de que escrever é a
coisa que mais desejo no mundo, mesmo
mais que amor.”
Clarice Lispector
Nosso Nº 1 desta Revista Literária, também sonhada
por uma mulher, só podia ser uma homenagem às
almas femininas que se dispuseram a caminhar sobre
esta terra semeando palavras de encantamento.
Inspirem-se em sua coragem, em sua disposição para a
mudança, em seus mais belos ideais, porque são elas
que abrem as portas da sensibilidade para vocês, dando
acesso ao coração.
Marina Marino
3
Destaque
Seu trabalho com as letras
começou cedo, na infância e
percorreu um grande caminho
e hoje é a autora que fala às
mulheres sobre a Menopausa,
em dois lindos livros de poesia.
Começou a escrever poesia em
meados de 2010. Desde então
não parou mais, tendo 6 livros
publicados e 24 participações em
antologias no Brasil e em
Portugal.
A Alegria de Teresa
Autora de 50 tons da
Menopausa; 50 Faces
da Menopausa, entre
outras obras poéticas.
Nascida na capital de São Paulo,
é hoje uma “cidadã do mundo”,
tendo vivido em doze cidades,
em três países diferentes.
Devido a este trabalho dedicado
e competente, a escritora só
poderia ser recompansada e
reconhecida, sendo integrante
ativa de:
AMCL (Academia Mundial de
Cultura e Literatura) ocupando a
cadeira 2; ALG (Academia de
Letras de Goiás); Portal do Poeta
Brasileiro; Mulherio das Letras.
A autora que poetiza a menopausa Pedagoga, mãe, avó, Teresa se
formou pela Unicamp, está
Quem vê a escritora Maria sempre buscando formas de
Teresa C. R. Moreira na internet, expressar sentimentos, de paz
declamando poemas, falando consigo mesma, com o outro,
sobre poesia, no seu programa com a natureza e com Deus.
“Café com Poesia” logo se
apaixona. Ele espalha alegria e
doçura.
Maria Tersa e uma leitora
no lançamento de seu livro.
4
Poesia
Abril, abriu!
Abril, abriu sonhos
Abril, abriu novas
perspectivas
Abril, abriu minha
alma
Abril, abriu com chave
mestra - sentir
Abril, abriu!
AS HORAS FICAM IMÓVEIS
Falta fôlego, tamanha saudades
Um sopro de amor assobia, salva
A vida no papel espera
Como quem ama, espera estar com o
outro
Ei, psiu... A poesia vibrante da
Alexandra Jacob
De-S-Amor
Sua palavra abriu ferida
adormecida
Absorvi atônita, ouvi, tão forte foi,
nada senti
Meu corpo parece trapo
arrastando dor
Pelo chão pedaços de-s-amor
Abril, abriu medos
Abril, abriu coragem
absurda
Abril, Abriu em mim
um novo eu
Abril, abriu novas
portas, palavras
Abril, abriu nova
história
Abril, abriu em duas
pessoas um coração
Abril, abriu caminhos
inesperados - nós dois!
TRAGO EM MIM
Trago em mim mundos
Para te encontrar
Palavras percorrem o cosmo
Desejo viaja
Cá dentro da cabeça-coração
Imaginação faz pulsar
Ets e passarinhos vento traz
Canção e desenhos são asas
No mundo livro voo
Em mim te encontro
5
Flores e Borboletas
Em meio século de poesia
Foi com o espírito de alegria
e celebração que nasceu o
livro de Adriana Silva
Santiago, Flores e
Borboletas em Meio Século
De Poesia, publicado em
2019, para comemorar uma
obra maior: os cinquenta
anos de vida da autora.
Composto por 45 poemas,
que passeiam pela natureza e
pela própria vivência da
autora e a reverenciam, é
uma verdadeira colheita de
fragmentos do que foi vivido
e agora se transforma entre
as flores e as borboletas.
E o livro percorre esta
retrospectiva de tempo,
passando pelo que foi vivido
e sonhado por Adriana,
refazendo cenas, revisitando
sentimentos que a poesia
torna ainda mais belos, em
50 anos de gratidão.
Poetizando a Morte
Quando morrer
Enterrem-me assim
Embrulhada em poesia
Em papel pão
Guardanapo de boteco
Folha de caderno.
Não vazios, em branco
Mas cheios de letras.
Ficarei feliz
Morrendo
Pintura
Chão brilhante de
estrelas
Estrada verde
Ipê amarelo
Agapantus lilás
Cantar flores
Caminho do paraíso
Ali alá
Atrás daquele morro azul
Róseo céu de amores
platônicos
De brancas nuvens
Agora sim, vermelho e
roxo
Tinto
Teu rosto, vi.
Livro
Coração badala.
FLORES E BORBOLETAS
Em meio século de poesia
Adriana Silva Santiago
Scortecci Editora
Poesia
Formato 14 x 21 cm
1ª edição
100 páginas
2019
6
Sandra Sampaio Rodrigues
Poesia
A ilustradora
autodidata Sandra
Tive a oportunidade de
conhecer a Sandra no
lançamento do livro
ELAS E AS LETRAS II, no
início de 2019, onde ela
se apresentava como
ilustradora. Logo senti
sua energia. Aquela
pessoa que te acolhe, te
aponta caminhos, te dá
dicas, te recebe como se
te conhecesse há tempos.
Naquele mesmo ano, eu
lançaria meu livro
DIVAS, MULHERES QUE
SE SUPERARAM e queria
ilustrar as histórias das
três mulheres que
viveram grandes
superações em suas
vidas. Lembrei da
Sandra.
Foi então que lhe enviei o
convite e em pouco tempo já
estava com três desenhos
seus para ilustrar os
capítulos do livro.
Sandra captou cada uma das
personagens e sintetizou as
emoções vividas por elas em
suas ilustrações.
Sandra participa ativamente
do movimento literário.
Já teve seus poemas
publicados em antologias,
publicou um livro infantil e
ilustrou capas e o interior de
alguns livros.
Também ilustrou a coletânea
de poemas infantis Meus
Pequenos Versos e também a
coletânea Nem Uma a Menos,
que aborda a temática da
violência contra a mulher.
Quanto ao meu livro, não canso de admirar
o trabalho desta querida amiga e sei que os
leitores vão concordar comigo, por isso
trago as três ilustrações aqui para vocês
apreciarem.
A ilustração da História
de Lurdes, por Sandra
Sampaio Rodrigues,
aquela mulher que não
desistiu da luta e caminha
sem medo de recomeçar.
A ilustração da História de Mariângela, por
Sandra Sampaio Rodrigues, que optou pelo amor
e não deixou que a dor estragasse o seu viver.
A ilustração da
História de Marina,
por Sandra Sampaio
Rodrigues, que tem
na liberdade sua
própria substância.
7
Fazer lançamento de livro
pela internet é algo totalmente
novo no mercado de livros.
Mas não assusta os escritores
que querem ver sua obra
circulando pelo mundo afora.
Em maio, a escritora e poetisa
baiana Rita Queiroz, embarcou
nessa modernidade, para
lançar seu livro Velas ao Vento,
reinventando a forma de
lançar livros, fazendo
acontecer de outra forma,
como ela mesma diz.
Evento
Literário
Lançamento Virtual
EM TEMPOS DE PANDEMIA
Rita Queiroz durante a live
E assim correu o evento, com
declamação de poemas do livro,
música de André Galvão e conversa
sobre o livro.
Entre todos que participaram o
desejo de que, em breve, Rita faça
mais um lançamento presencial,
para que possam trocar abraços e
comemorar a beleza da poesia.
Atrás dela, uma linda tapeçaria de
velas ao vento, bordada pela
própria Rita, compondo o cenário
para o evento.
E Rita começou apresentando o
seu quarto livro, Velas ao Vento,
feliz com a presença dos
colaboradores, que fizeram textos
e ilustrações que aparecem no
livro.
André Galvão, o músico
E o convite, virtual também, circulou
pelas redes sociais, convidando os
leitores e amigos para participar.
Às 17:00 horas em ponto,
Rita estava diante de seu computador,
conectada ao Instagram, preparada
para receber e dar as boas-vindas
aos amigos e leitores.
O livro pode ser adquirido com a própria autora,
através de contato pelo Instagram ou Facebook. Ou
na loja virtual da Editora Penalux.
8
Tudo foi vivido
Série
inédita
1º Capítulo da série que vai mudar seu
jeito de ver a vida
Caixas de música
Londres escurecia num longo dia de verão. Os
comerciantes fechavam suas lojas e dirigiam-se
para a escadaria em frente ao Royal Exchange, em
direção à rua. Quem estivesse na praça, diante do
imponente centro comercial, podia ver o apagar
das luzes.
No interior do prédio, já não havia mais ninguém,
até mesmo os clientes tardios do pub situado no
átrio já haviam se retirado, permitindo a todos os
funcionários encerrarem as atividades
A relojoaria do primeiro andar, entretanto,
permanecia parcialmente iluminada. A persiana que
descia lentamente, encobriu os objetos expostos na
vitrine e ofuscou a única luz que ainda estava acesa.
Do lado de fora, ninguém podia perceber sua
presença dentro da loja, mas ali estava Chad, a
proprietária do local, sentada em seu escritório.
Sobre a mesa, além do único abajur, estavam os
pacotes que recebeu pela manhã, mas não tivera
tempo de abrir.
Mulher de aproximadamente 50 anos, herdou a loja
do pai, descendente de suíços, que exerceu a arte da
relojoaria a vida toda. Acabou aprendendo o ofício
para manter o negócio da família funcionando.
9
Alta e esguia, gostava de se vestir com roupas
esvoaçantes, que lhe davam a sensação de voar enquanto
caminhava. Mas era a prática da dança que a ajudava a
caminhar com tanta leveza.
Com longos cabelos ruivos, mantinha-os
arrumados em forma de uma trança enfeitada com flores
pequenas e perfumadas.
Sua presença era sempre notada por onde
passasse, porém por estar absorvida por seus
pensamentos, não reparava em quase nada à sua volta.
Parecia que guardava uma certa tristeza nas profundezas
da alma.
Nos últimos meses, Chad estava envolvida em um
projeto secreto, por isso preferia trabalhar nele com a loja
vazia, sem nem mesmo os funcionários.
Naquela noite de verão na Inglaterra, tinha muitas
coisas para fazer, pois estavam ali em sua frente as peças
que havia encomendado para montar quatro caixas de
música muito especiais.
As embalagens continham selos da Suíça, da Itália
e do próprio Reino Unido. Não perdeu tempo e
desembrulhou as peças, cuidadosamente.
Abriu primeiro o pacote suíço, cujo remetente era parente
de seu pai e enviava quatro mecanismos para caixas de
música, os quais ela dispôs cuidadosamente sobre a
escrivaninha.
O segundo pacote a ser aberto foi enviado por um
escultor italiano, que esculpiu em louça quatro majestosos
cavalos, colocados enfileirados no outro canto da mesa.
O pacote maior, com selo local, enviado por uma
artesã dos arredores de Londres, continha quatro caixas
revestidas por linda folha de prata, trabalhada com flores
e arabescos em relevo. Uma caixa ficou sobre a mesa e as
demais Chad deixou cuidadosamente no chão, sobre o
tapete macio.
“Elas saberão! Elas saberão!”
Foi então que começou o trabalho de montagem,
com muito cuidado e perfeição. Afixou o mecanismo
preparado pelo parente suíço dentro da primeira caixa,
apertando cuidadosamente cada um dos pequenos
parafusos. Depois, enfeitou a tampa com o cavalo branco,
de longa crina e patas dianteiras levantadas, ao invés das
tradicionais bailarinas que costumam adornar este tipo de
caixa.
Fez isso em cada uma das caixas, orgulhando-se do
resultado ao constatar que ficaram exatamente como
havia planejado.
Foi então que testou o funcionamento e uma
melodia vigorosa, exibindo o som das antigas flautas
celtas se fez ouvir. Chad exultou de alegria, para ela as
caixas continham a magia que desejava ao unir a música
antiga, o cavalo e a prata e falou em tom mais alto que o
normal: “Elas saberão! Elas saberão!”
Neste momento, levantou-se, caminhou até a
pequena copa de sua loja para beber um copo de água
refrescante. Queimava por dentro... Estava muito
emocionada em finalmente conseguir colocar seu plano
em ação. Depois de um longo gole, abriu a janela que dá
para os fundos do Centro Comercial e permitiu o vento
entrasse e corresse pelo ambiente, esvoaçando a cortina.
10
O som das antigas melodias não saia
mais de sua memória. Podia imaginar as rodas antigas,
onde flautas feitas de bambu animavam os rituais e as
danças. Podia reviver esses momentos bem no fundo
de sua alma. E dançou... Rodopiou pela cozinha, pelo
salão principal. Segurava as longas saias e girava plena
de alegria.
Voltou ao escritório, pois o dia quase
amanhecia e ela precisava terminar o trabalho. Mas
antes de embalar cada uma das caixas, colocou dentro
delas um pedaço de papel delicado onde escreveu:
“ Você está sendo
chamada…”
Pela manhã, ao abrir a loja, a funcionária de
Chad encontrou as quatro caixas embaladas sobre a
mesa do escritório e soube que deveria despachar as
mercadorias. E tratou logo de fazê-lo.
As caixas de música preparadas por Chad
foram enviadas aos quatro cantos da Terra, com o
objetivo de serem encontradas por mulheres cujas
almas as reconhecessem.
Próximo capítulo: O sonho de Chad
11
Coletânea Infantil
Espaço
das
crianças
Na sala de aula (Assim não dá)
de Ana Clara Cunha
Organizada por Aldirene Máximo e Jullie
Veiga, a coletânea infantil Pirlimpimpim
reúne 30 vozes femininas da literatura
contemporânea. São 124 páginas de
intensas e preciosas aventuras. A autora
mais jovem tem apenas 12 anos e nos
emociona com seu talento.
Com ilustrações para as crianças colorirem.
Editora Versejar
A baratinha encantada
de Rita Queiroz
A baratinha vivia pelos
cantos
Tristinha, tristinha
À procura de porcaria.
A baratinha vivia assustada
Correndo pra lá e pra cá
Com medo de ser esmagada.
A baratinha cansou de ser
discriminada
Resolveu estudar
Ser bonita e encantada.
A baratinha foi pra Austrália
Voltou PHD
Toda empoderada.
A garota perguntava
A professora respondia
Mas a prô de um jeito falava
Que a menina entristecia
Não era a primeira vez
Dessas eram mais de três
Não era só com a menina
Sendo em voz alta ou em surdina
O que era para uma dúvida tirar,
Acabou virando motivo para
brigar e chorar.
A professora não entendia
O lado dos alunos
Que viviam em seu dia a dia
Assim não dá para estudar
Assim não dá para a dúvida tirar
Pois a prô não quer os alunos
escutar
E muito menos o lado deles
interpretar.
12
Antologia
Texto
de
Antologia
Não sei se alguma vez havia feito Torta de Frango. Se a fiz,
foi há muito tempo.
Por muitos anos quem a montou foi o João, meu marido.
Como cozinhava! Adorava mexer com massa. Até hoje os
amigos comentam seus quitutes, com saudade.
E nos aniversários, minha irmã Lurdes, chega com a
belezura nos braços. A irmã Maria Helena toca a
campainha com bolo recheado e decorado, bolachinhas,
sobremesas, a gosto da aniversariante.
São incríveis! Sabem que a Olynda não domina certas
habilidades. Não domina, ou como é agraciada pelo carinho
das irmãs, acomoda o burro na sombra..
Texto da Antologia
Construtor de Amigos, da
Editora Scortecci
Afinal, eram sete décadas
Texto de Olynda Bassan
Família é um lugar onde se tem de tudo e nem sempre é um
mar de rosas, mas é um celeiro de talentos. Tem a tia que faz o
creme de milho, como ninguém. Eu entro nesta fila. Tem a que
faz a melhor torta, a outra a melhor feijoada, estrogonofe, a
melhor mousse de uva e assim vai. O tio que faz o melhor pão,
a melhor dobradinha. O churrasco que ninguém faz igual. A
avó da macarronada.... E tem aquela que diz não ter talento
pra nada: nem doces, docinhos e salgados. Bom...quem sabe
pelo menos arrumaria uma bela mesa. Esta chega na hora do
almoço depois de passar na padaria. Se passar !!!!!. Com as
unhas impecáveis e maquiada.
13
Pois é. Neste ano a Lurdinha não pode vir para o meu
aniversário. Eu queria a torta de frango. O jeito foi eu mesma
me desafiar, sem a desculpa...eu e a massa não nos
entendemos muito bem. E lá “vu” eu, como dizia minha neta
“Brincar um pouco com a vida.
Valentine, brincando de esconde-esconde. Receita da irmã no
Afinal são sete décadas! Começando a
WhatsApp e mãos à obra.
Recheio é bom fazer na véspera. Tem que estar frio. Fiz a
virar criança.”
massa também. Menos correria e sujeira no dia. Teria que
decorar a sala para as amigas. Tema deste ano –“ Cafeteria da
Olynda”. Brincar um pouco com a vida. Afinal são sete
- Mãe, sua torta ficou maravilhosa!!!!
décadas! Começando a virar criança. Minhas amigas
Quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma
mereciam o melhor de mim.
desculpas - já diz o dito popular.
Olha, gostei do recheio. Como não gosto que fique seco,
coloquei um creme bechamel, requeijão e creme de leite no
refogado do peito de frango. E não é que acertei?
E chegou a hora da consagração. As amigas foram se
aconchegando entre café, chá, torta, bolachinhas e
Abrir a massa foi uma briga boa. Estica aqui, sobra ali, falta
muita risada. Afinal, tudo foi orquestrado pelo
acolá, até cobrir toda a assadeira, que não era pequena.
E os rolinhos fininhos como decoração? Não sei quem
convencionou, que torta de frango, tem que ter aqueles filetes
de massa, desenhando os quadrados. Eu ria. Imagina a
Olynda que não faz um risco reto nem com régua, fazer
tirinhas simétricas. Mas enfim, queria minha torta bem
sentimento amizade.
bonita. Pacientemente ela foi tomando jeito. Como não
poderia deixar de ser, ia montando a bendita e escrevendo a
crônica na minha cabeça. Foi prazeroso e divertido, pois
achava graça das minhas limitações de quituteira. Dizem que
isto é maturidade. Rir de si mesma. Trilhar na leveza, sem
estresse. Depois que me disseram que sou eterna, perdi a
pressa.
O perfume de coisa boa foi impregnando a casa. Deu até
fome. Comecei a ficar orgulhosa de mim mesma. A
Copyright © Dos Autores
consagração se realizou quando ouvi huuummmm, que
9470/1 – 180 – 2019
delícia! Quem fez? 14
Homenagem
Cecília Meireles
Ou isto ou aquilo foi meu livro de
cabeceira por muito tempo. Ler Cecília me
fazia bem. Lia para meus filhos. Lia para
os alunos.
Se procurava conteúdo para as aulas,
rimas, ortografia, produção de texto,
Cecília estava lá. Perfeita, completa.
A poesia da bailarina é sobretudo mágica.
Você encontra até o balanço, o movimento
da dança em meio aquelas palavras é
silêncios.
Mas foi bem mais tarde, que a descobri
vivendo a Eternidade entre nós.
A maior poetiza brasileira foi também a
primeira voz feminina a bradar no meio
literário brasileiro sua expressão.
Seus poemas não poderiam ser
classificados em nenhum
movimento da época, porque
mostravam o interno, o que
acontecia dentro de si mesma, a
transformação da menina órfã
criada pela avó em aquela que
coloca em palavras a transitoriedade
do tempo, a dissolução do efêmero,
o reconhecimento de si mesma, a
vivência pelo Coração.
Cecília Meireles, a Cecília, aquela
que escrevia com o lápis do Amor o
que trazia dentro de si e o que via do
mundo.
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(No livro Romanceiro da Inconfidência)
INSCRIÇÃO
"Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar.
Por que havemos de ser
unicamente humanos,
limitados em chorar?
Não encontro caminhos
fáceis de andar.
Meu rosto vário desorienta as
firmes pedras
que não sabem de água e de ar.
E por isso levito.
É bom deixar
um pouco de ternura e encanto
indiferente
de herança, em cada lugar.
Rastro de flor e de estrela,
nuvem e mar.
Meu destino é mais longe e meu
passo mais rápido:
a sombra é que vai devagar."
(No livro Retrato Natural)
Cecília Meireles
15
LIVRARIA VOO LIVRE
www.livrariavoolivre.com.br
Sugestões
de Leitura
50 Fragmentos de Amor
Carlos Henrique Costa
Editora Voo Livre
#NemUmaAMenos
Organização Jullie Veiga
Editora Versejar
O Bergman que vi com Heidegger
José Luiz Branco
Editora Editae
Divas, mulheres que se superaram
Organização Marina Marino
Editora Scortecci
Lira dos Sentidos
Carlos Henrique Costa
Editora Circuito
Conexões Atlânticas IV
Organização Adriana Mayrinck
Editora In-Finita
Ansiedade? Controle!
Lurdes Zucchelo
Meus Primeiros Versos
Organização: Vanessa Raton
Mulherio das Letras
16
Nossa equipe
● Editora:
MARINA MARINO
● Direção de Arte:
MÁRCIA GAUSS
● Jornalista Responsável:
FÁBIO RUOCCO
● Pesquisa e diagramação:
EQUIPE EDITORA VOO LIVRE
● Fotografias e Ilustrações:
CEDIDAS PELOS AUTORES
● Copyright©Voo Livre Revista
Literária
1001/1-58/2020
● Contato:
marina@editoravoolivre.com.br
17
●
A REVISTA:
Seja nosso parceiro
A Revista Literária Voo Livre surge num momento em que o
meio literário brasileiro está carente de novas ideias para
divulgar autores e livros. Quem escreve sabe que os custos
para publicar e divulgar suas obras são muito altos e que não
há respaldo, nem interesse das editoras nessa tarefa.
Rebatendo a velha ideia de que “brasileiro não lê”, sabemos
que os leitores estão em todos os cantos, ávidos por conhecer
as histórias e poemas que são contados por nossos escritores
tão criativos, basta que autores e leitores se encontrem de
alguma forma, e isso pode ser presencial ou virtual.
Diante dessas questões que afligem quem participa do
mercado doméstico de livros, a Voo Livre Livraria e Editora,
estabelecida desde 2015 em São Paulo, com uma história de
divulgação de autores alternativos e seus livros desde seus
primórdios, decidiu arregaçar as mangas e criar uma forma
diferente de apresentar os atuais escritores a um novo público.
A PERIODICIDADE:
Com seu Nº 1 sendo lançado em agosto de 2020, a REVISTA
terá periodicidade mensal, com o conteúdo totalmente
renovado, devido ao dinamismo de suas sessões, assim
como à quantidade de conteúdo disponível no mercado
editorial brasileiro.
A DISTRIBUIÇÃO
A distribuição é gratuita e on-line. A REVISTA será
direcionada aos clientes cadastrados pelo site da Livraria
Voo Livre, em seus 5 anos de existência, também em feiras e
eventos e aos seguidores de suas redes sociais pelo
Facebook, Instagram e WhatsApp, perfazendo um total
principal de 5.000 entregas, além dos cadastrados pelos
parceiros, que também irão cuidar da distribuição.
O CONTEÚDO:
Preparada pela escritora, editora e livreira Marina Marino, a
revista contém sessões para divulgar vários autores atuais ao
mesmo tempo: destaque da capa, poesia, livro, texto de
antologia, ilustração, acontecimento, infantil. Além disso, traz
a sessão de homenagem a um autor do passado, dicas de
leitura e uma série literária inédita em capítulos, garantindo
assim um conteúdo de excelência, para a fidelização dos
leitores.
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