RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: ESTUDO DE CASO NOS TALUDES DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS (FLONA)
Monografia submetida ao corpo docente do Curso de Especialização em Análise Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Especialista em Analista Ambiental.
Monografia submetida ao corpo docente do Curso de Especialização em Análise Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Especialista em Analista Ambiental.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE AMBIENTAL
Luiz Antônio Naresi Júnior
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: ESTUDO DE CASO NOS TALUDES
DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS
(FLONA)
Juiz de Fora
2015
Luiz Antônio Naresi Júnior
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: ESTUDO DE CASO NOS TALUDES
DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS
(FLONA)
Monografia apresentada ao Curso de Especialização
em Análise Ambiental da Universidade Federal de
Juiz de Fora – UFJF, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Especialista em Analista
Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Cézar Henrique Barra Rocha
Juiz de Fora
2015
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Recuperação de áreas degradadas: estudo de caso
nos taludes da Estrada de Ferro Carajás – Floresta
Nacional de Carajás (FLONA)
Luiz Antônio Naresi Júnior. – 2015.
211 f.: il. ; 30cm.
Orientadores: Prof. Dr. Cézar Henrique Barra Rocha
Trabalho de conclusão de curso
(especialização) – Análise Ambiental
Universidade Federal de Juiz de Fora,
Programa de Pós-graduação em Análise
Ambiental – 2010.
Bibliografia: f. ??-??.
1. Recuperação de áreas degradadas: estudo de
caso nos taludes da Estrada de Ferro Carajás –
Floresta Nacional de Carajás (FLONA)
. Rocha, Cézar Henrique Barra. II.
Universidade Federal de Juiz de Fora – Programa de
Pós-graduação em Análise Ambiental.
CDD:
Luiz Antônio Naresi Júnior
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: ESTUDO DE CASO NOS TALUDES
DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS
(FLONA)
Monografia submetida ao corpo docente do Curso de Especialização em Análise
Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do grau de Especialista em Analista Ambiental.
Aprovada em:
__________________________________________________________
Prof. Dr. Cézar Henrique Barra Rocha – Coordenador do Curso
Universidade Federal de Juiz de Fora
___________________________________________________________
Prof. Dr. MSc. Cézar Henrique Barra – Orientador
Universidade Federal de Juiz de Fora
A minha família em especial a meus avós maternos Japir de Souza
Guimarães e Odila Elias de Souza Guimarães, aos avós paternos Mario
Felice Naresi e Maria Tobias Naresi pela simplicidade e lição de vida.
A meus queridos pais Luiz Antônio Naresi e Ana Maria Guimarães
Naresi pelo caráter, carinho, investimento e apoio constante aos meus
ensinamentos.
A minha esposa, Karla das Graças Savino Andrade Naresi pela
paciência que teve em mais um Curso de Pós Graduação e a meu
querido filho Luiz Antônio Naresi Neto com orgulho pelos sábados
que deixamos de ir ao clube jogar bola, tênis e passear no Shopping.
Ao Prof. Dr. colega de faculdade e amigo Eng. Cézar Henrique Barra
Rocha, por ter acreditado no meu potencial, pela sua postura, ética,
conduta, dignidade, como faz e conduz tudo aquilo que acredita ser
correto.
Aos colegas que consideram que a Análise Ambiental somado ao
conhecimento da engenharia é a profissão escolhida por Deus para dar
continuidade ao seu trabalho de reconstrução da natureza, e da
tentativa de preservação e da seriedade da sustentabilidade do planeta
para as gerações futuras, e dos profissionais que exerceram esta futura
carreira com ética, seriedade e honestidade.
Ao empresário, Antônio Francisco de Miranda pela admiração a sua
maneira de ser e pela sua contribuição ao longo destes anos no apoio a
preservação no meio ambiente junto a PROGEO ENGENHARIA
LTDA na atuação junto a recuperação das áreas degradadas, com a
utilização dos mecanismos de Bioengenharia.
i
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Juiz de Fora.
À Coordenação do Curso de Análise Ambiental.
Ao caríssimo Prof. Dr. MSc. Cézar Henrique Barra Rocha, quero
expressar o meu mais profundo reconhecimento pela amizade, apoio e
estímulo. Ao Prof. Fabiano Tosetti devo a orientação e permanente
incentivo, sem esquecer que dele partiu o convite da realização desta
empreitada, muito difícil para quem há muitos anos, quase vinte saiu
do banco da Escola de Engenharia e pelo acompanhamento pontual e
competente.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação
A empresa Progeo Engenharia Ltda da qual participo ativamente a
cerca de 10 anos.
A todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
desta pesquisa.
ii
EPÍGRAFE
Este trabalho aborda em detalhes as questões de recuperação de área degradada e
prevenção de danos ao meio ambiente, focado nos serviços de recuperação da vegetação
remanescente original na época antes da implantação das rodovias ou ferrovias principalmente
junto aos taludes de corte, não só para a finalidade de proteção vegetal, mas também para a
finalidade de contenção de estabilidade geotécnica.
A superfície da Terra está em constante processo de transformação e, ao longo de seus
4,5 bilhões de anos, o planeta registra drásticas alterações ambientais, bem como no Brasil um
pais tropical que à medida que o progresso e a abertura de estradas e ferrovias foram
aumentando ao longo dos anos gerou a abertura de novos caminhos da qual comparo a uma
cicatriz de um pós-operatório que se bem tratada não fica marca profunda, no entanto se não
cuidada deixara marcas de degradação profundas onde se torna um processo praticamente
irreversível, dai a necessidade da utilização dos melhores conceitos da engenharia ambiental
junto a inteligência humana a fim de reduzir drasticamente a “cicatriz” ou o tratamento
paliativo para que os locais onde fora executado a terraplenagem e as aberturas das estradas,
principalmente em seus taludes e regiões vizinhas possa ser reflorestado, tratado a ponto de
impedir o avanço da degradação causada pelo progresso e pela ação do homem.
Há milhões de anos, a área do atual deserto do Saara, por exemplo, era ocupada por
uma grande floresta e os terrenos que hoje abrigam a floresta amazônica pertenciam ao fundo
do mar. As rupturas na crosta terrestre e a deriva dos continentes mudam a posição destes ao
longo de milênios. Em consequência, seus climas passam por grandes transformações. As
quatro glaciações já registradas - quando as calotas polares avançam sobre as regiões
temperadas - fazem a temperatura média do planeta cair vários graus. Essas mudanças, no
entanto, são provocadas por fenômenos geológicos e climáticos e podem ser medidas em
milhões e até centenas de milhões de anos. Com o surgimento do homem na face da Terra, o
ritmo de mudanças acelera-se.
Agentes do Desequilíbrio
A escalada do progresso técnico humano pode ser medida pelo seu poder de controlar
e transformar a natureza. Quanto mais rápido o desenvolvimento tecnológico, maior o ritmo
iii
de alterações provocadas no meio ambiente. Cada nova fonte de energia dominada pelo
homem produz determinado tipo de desequilíbrio ecológico e de poluição. A invenção da
máquina a vapor, por exemplo, aumenta a procura pelo carvão e acelera o ritmo de
desmatamento. A destilação do petróleo multiplica a emissão de gás carbônico e outros gases
na atmosfera. Com a petroquímica, surgem novas matérias-primas e substâncias não
biodegradáveis, como alguns plásticos.
Neste trabalho especificamente na nossa região do Pará no Brasil o que aconteceu foi
que a região era de florestas e com o aparecimento das primeiras cidades somado a
implantação das ferrovias acelerou o processo de degradação da floresta local, que em contra
partida teve de ter as melhores técnicas de recuperação de áreas degradadas para desacelerar e
conter a degradação, que na verdade se não houvesse a intervenção humana entraria em
processo de degradação erosiva a ponto de entrar em processo de desertificação como já
ocorre em pontos isolados do estado do Pará e Amazonas.
Crescimento populacional
O aumento da população local no Pará com a facilidade da abertura de novas estradas
e da ferrovia exige áreas cada vez maiores para a produção de alimentos e técnicas de cultivo
que aumentem a produtividade da terra. Florestas cedem lugar a lavouras e criações, espécies
animais e vegetais são domesticadas, muitas extintas e outras, ao perderem seus predadores
naturais, multiplicam-se aceleradamente. Produtos químicos não-biodegradáveis, usados para
aumentar a produtividade e evitar predadores nas lavouras, matam microrganismos
decompositores, insetos e aves, reduzem a fertilidade da terra, poluem os rios e águas
subterrâneas e contaminam os alimentos.
A urbanização multiplica esses fatores de desequilíbrio. A grande cidade usa os
recursos naturais em escala concentrada, quebra as cadeias naturais de reprodução desses
recursos e reduz a capacidade da natureza de construir novas situações de equilíbrio.
Economia do desperdício
O estilo de desenvolvimento econômico atual estimula o desperdício. Automóveis,
eletrodomésticos, roupas e demais utilidades são planejados para durar pouco.
iv
O apelo ao consumo multiplica a extração de recursos naturais: embalagens
sofisticadas e produtos descartáveis não-recicláveis nem biodegradáveis aumentam a
quantidade de lixo no meio ambiente. A diferença de riqueza entre as nações contribui para o
desequilíbrio ambiental. Nos países pobres, o ritmo de crescimento demográfico e de
urbanização não é acompanhado pela expansão da infraestrutura, principalmente da rede de
saneamento básico. Uma boa parcela dos dejetos humanos e do lixo urbano e industrial é
lançada sem tratamento na atmosfera, nas águas ou no solo. A necessidade de aumentar as
exportações pelas ferrovia transportando o minério para sustentar o desenvolvimento interno
estimula tanto a extração dos recursos minerais como a expansão da agricultura no entorno
destas novas áreas. Cresce o desmatamento e a apropriação e posse de terras que antes eram
florestas, que em principio são desmatadas sendo sua madeira vendida no Brasil e exportada,
algumas sem controle pela falta de fiscalização e dificuldade de acesso onde a exploração
irregular demora a ser descoberta.
Lixo
Acúmulo de detritos domésticos no solo, subsolo e nas águas provoca danos ao meio
ambiente e doenças nos seres humanos. As substâncias não-biodegradáveis estão presentes
em plásticos, produtos de limpeza, tintas e solventes, pesticidas e componentes de produtos
eletroeletrônicos. As fraldas descartáveis demoram mais de cinquenta anos para se decompor,
e os plásticos levam de quatro a cinco séculos. Ao longo do tempo, os mares, oceanos e
manguezais vêm servindo de depósito para esses resíduos.
v
RESUMO
Este trabalho faz uma revisão sobre a Recuperação de Áreas Degradadas, citando
como estudo de caso os taludes da Estrada de Ferro Carajás situados na Floresta Nacional de
Carajás, Maranhão, Região Nordeste do Brasil. Estes taludes foram criados na construção de
uma Ferrovia com objetivo de escoar a produção mineral para o Porto de Itaqui. A solução
adotada na época com apenas hidro-semeadura não funcionou devido a pobreza do solo e a
falta de chuvas. A solução encontrada, baseada na Bio Engenharia, utilizou as biomantas (solo
grampeado) e coquetéis de leguminosas e gramíneas aplicadas por hidro-semeadura sobre as
biomantas. Conjuntamente com a correção da drenagem, surtiram efeito positivo com o
estancamento dos processos erosivos na forma de ravinamentos e voçorocas, estabilizando os
taludes, recuperando a área degradada, minimizando os impactos na paisagem da Floresta
Nacional de Carajás.
PALAVRAS-CHAVE: Recuperação de áreas degradadas. Bioengenharia. Solo grampeado
verde. Controle de ravinamentos e voçorocas.
vi
ABSTRACT
This paper reviews on the recovery of degraded areas, citing as a case study the
slopes of the Carajás railroad located in the Carajás National Forest, Maranhão, northeastern
Brazil. These slopes were created in the construction of a Train in order to transport the
mineral production to the Port of Itaqui. The solution adopted at the time with only hydro -
seeding did not work due to poor soil and a lack of rain. The solution, based on Bio
Engineering, used the biodegradable blankets (soil nailing) and cocktails of legumes and
grasses applied for hydro- seeding on biodegradable blankets. Together with the correction of
drainage, have produced positive effect with the stagnation of erosion in the form of ravines
and gullies, stabilizing slopes, recovering degraded areas, minimizing the impact on the
landscape of the Carajás National Forest.
KEY-WORDS: Recovery of degraded areas. Bioengineering. Solo clipped green. Control
ravines and gullies.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Esquema de reabilitação de áreas degradadas ........................................................... 8
Figura 2: Fluxograma indicado para o processo de reabilitação. ............................................ 10
Figura 3: Croquis referentes aos locais de aplicação dos tipos de coquetel.. .......................... 14
Figura 4: Fotos comtemplando a reabilitação de minas exauridas.......................................... 15
Figura 5: Fotos comtemplando de taludes rodoviário/ferroviários.. ....................................... 15
Figura 6: Fotos comtemplando a recuperação de depósitos de rejeitos.. ................................ 16
Figura 7: Diretrizes para recuperação de área degradada.. ..................................................... 16
Figura 8: Solução tipo 1 para superfícies descobertas e estáveis, sem erosão, com inclinação
até 45°.. ..................................................................................................................................... 28
Figura 9: Solução tipo 2 para superfícies descobertas, estáveis, com erosões e inclinação até
45°. ............................................................................................................................................ 29
Figura 10: Solução tipo 3 para superfícies descobertas, com deslizamentos expondo
superfícies verticais e com erosões ........................................................................................... 30
Figura 11: Solução tipo 4 para superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento expondo
superfícies verticais, com erosões, apresentando risco a residências ....................................... 31
Figura 12: Solução tipo 4A para superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento
expondo superfícies verticais, com erosões .............................................................................. 32
Figura 13: Passos para a recuperação e proteção de taludes com biomantas antierosivas...... 43
Figura 14: Caminhão carregado com biomanta. ..................................................................... 44
Figura 15: Conclusão dos serviços de terraplenagem mecanizada ......................................... 45
Figura 16: Limpeza e Regularização do talude ....................................................................... 45
Figura 17: Eliminação de Ravinas e Voçorocas ..................................................................... 46
Figura 18: Regularização do Talude ....................................................................................... 47
Figura 19: Detalhe do Microcoveamento ................................................................................ 47
Figura 20: Coveamento do talude, operação executada com uso de enxada. Espaçamento
entre covas de 10 cm, com profundidade de 5 cm ................................................................... 48
Figura 21: Coveamento seguido de semeadura manual .......................................................... 48
Figura 22: Plantio de semente através de hidrossemeadura com caminhão hidrossemeador . 50
Figura 23: Talude coveado e hidrossemeadura em execução. Aplicação de hidrossemeadura
com utilização de bomba e caminhão hidrossemeador. ........................................................... 50
Figura 24: Detalhe de como se apresenta a biomanta ............................................................. 52
viii
Figura 25: Fixação da biomanta na crista do talude ................................................................ 54
Figura 26: Charuto de fibra utilizado para reter a força d´água e sedimentos, atuando como
uma canaleta de caminhamento de água................................................................................... 54
Figura 27: Retentor de sedimento cilíndrico ........................................................................... 55
Figura 28: Hidrossemeadura entre os retentores de sedimento. .............................................. 56
Figura 29: Transporte manual da biomanta até o local mais alto do talude para aplicação .... 56
Figura 30: Aplica-se a biomanta na berma e deixa rolar talude abaixo .................................. 57
Figura 31: Desenrolando a biomanta ...................................................................................... 58
Figura 32: Colocar uma ao lado da outra com transpasse ou não, depende do projeto e do
local. ......................................................................................................................................... 58
Figura 33: Detalhe das Bermas artificiais feitas com retentores de sedimento ....................... 60
Figura 34: Retentores de sedimento colocados ao longo do talude para reduzir a velocidade
da água da chuva....................................................................................................................... 61
Figura 35: Detalhe do talude com a aplicação dos retentores de sedimentos tipo charuto
feitos com fibras vegetais para funcionar como uma berma artificial ...................................... 61
Figura 36: Detalhe da descida da biomanta com auxílio do rapel. ......................................... 62
Figura 37: Perfil longitudinal do talude com a aplicação dos retentores de sedimentos tipo
charutos feitos fibras vegetais feitos para funcionar como uma berma artificial ..................... 62
Figura 38: Talude tratado com biomanta. ............................................................................... 63
Figura 39: Detalhe da aplicação dos retentores de sedimento do tipo charuto ....................... 64
Figura 40: Interface da madeira com o solo ............................................................................ 65
Figura 41: Aplicação de biomanta nos tardos do gabião. ....................................................... 66
Figura 42: Canaletas para funcionar como DLP - Drenos Horizontais Longitudinais
Profundos, utilizando os charutos retentores de sedimento ...................................................... 66
Figura 43: Retenção de óleos e graxas e direcionamento de fluxo ......................................... 67
Figura 44: Exemplo de utilização de barreiras com Retentores de sedimentos tipo charuto . 68
Figura 45: Biomanta aplicada sobre talude ............................................................................. 69
Figura 46: Transpasses laterais para biomantas ...................................................................... 70
Figura 47: Transpasses longitudinais para biomantas ............................................................. 70
Figura 48: Fixação das biomantas em função da inclinação dos taludes ................................ 71
Figura 49: Aplicação dos grampos de aço. ............................................................................. 71
Figura 50: Biomanta aplicada no talude. Taludes já protegidos com biomantas antierosivas.
Drenagem e biomantas antierosivas aplicadas em taludes de corte. Local: Mineroduto. ........ 72
ix
Figura 51: Hidrossemeadura em cima da biomanta aplicada. ................................................. 73
Figura 52: Placa e porca para locais onde o talude tem problemas de estabilidade. ............... 73
Figura 53: Irrigação após a brota............................................................................................. 74
Figura 54: Antes e depois ........................................................................................................ 75
Figura 55: Vista frontal em perspectiva da instalação de biomantas antierosivas em canais e
cursos d’água ............................................................................................................................ 75
Figura 56: Seção longitudinal da instalação de biomantas em cursos d´água. ....................... 76
Figura 57: Proteção de cursos d’água e reservatórios com retentores de sedimento .............. 76
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das áreas degradadas por Estado em Km²: ........................................... 4
Tabela 2: Indicação básica de coquetel de sementes tipo A .................................................... 13
Tabela 3: Indicação básica de coquetel de sementes tipo B .................................................... 13
Tabela 4: Indicação básica de coquetel de sementes tipo C .................................................... 14
Tabela 5: Estrada de Ferro – Resumo da situação atual por ponto. ........................................ 19
Tabela 6: “Mix” de sementes para áreas planas ou de pequena declividade........................... 35
Tabela 7: “Mix” de sementes para taludes de aterro. .............................................................. 36
Tabela 8: “Mix” de sementes para taludes de corte. ............................................................... 36
Tabela 9: “Mix” de sementes para áreas de empréstimo de material laterítico....................... 37
Tabela 10: Descrição e soluções adotadas em cada ponto. ..................................................... 37
Tabela 11: Espécies e quantidades utilizadas no processo de hidrossemeadura realizado
com frequência na região Sudeste do Brasil. ............................................................................ 51
Tabela 12: Insumos básicos / Quantidade (Kg/ha).................................................................. 52
Tabela 13: Tipos e características dos grampos para fixação das biomantas. ......................... 68
xi
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
Art
CAD
CF
Cm
DLP
EFC
EIA
FHC
H:V
ha
IBAMA
INPE
Kg
Kg/ha
Kg/m³
Km
Km²
M
M²
MA
MT
N°
NA
PA
PRAD
RAD
RIMA
S
TO
W
Artigo
Desenho Auxiliado por Computador
Constituição Federal
Centímetro
Drenos Horizontais Longitudinais Profundos
Estrada de Ferro Carajás
Estudo de Impacto Ambiental
Fernando Henrique Cardoso
Horizontal: Vertical
Hectare
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Quilogramas
Quilogramas por hectare
Quilograma por metro cúbico
Quilômetro
Quilometro quadrado
Metros
Metro quadrado
Maranhão
Mato Grosso
Número
Nível d’ água.
Pará
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
Recuperação de áreas degradadas
Relatório de Impacto Ambiental
Sul
Tocantins
Oeste
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS ............................................................................................................... 2
2.1 Definições ............................................................................................................. 2
2.1.1 Degradação do solo ...................................................................................... 2
2.1.2 Recuperação ................................................................................................ 2
2.1.3 Restauração ................................................................................................. 3
2.1.4 Reabilitação ................................................................................................. 3
2.1.5 Remediação ................................................................................................. 3
2.1.6 Espécies Nativas X Espécies Exóticas .......................................................... 3
2.2 Desmatamentos ..................................................................................................... 3
2.3 Vegetação de Encosta ........................................................................................... 4
2.4 Mata Ciliar ........................................................................................................... 4
2.5 Conceito de Área Degradada ................................................................................ 4
2.6 Área Perturbada X Área Degradada .................................................................... 5
2.7 Fatores de Degradação do Solo ............................................................................. 5
2.8 Alguns Aspectos Legais Ligados à Recuperação de Áreas Degradadas ................ 6
2.9 Aspectos Legais à RAD (Recuperação de Áreas Degradadas) - Constituição
Federal de 1988 ....................................................................................................... 6
2.10 Aspectos Legais à RAD – Lei Federal n° 6.938/81 .............................................. 6
2.11 Aspectos Legais à RAD – Decreto Federal n° 97.632/89 ..................................... 7
2.12 Plano de Recuperação nos Estudos de Impacto Ambiental ................................ 7
2.12.1 Porque da importância de Conservar x Recuperar ................................... 7
2.13 Princípios para Reabilitação de Áreas Degradadas ............................................ 7
2.13.1 Reabilitação ............................................................................................... 8
2.13.2 Diversidade ........................................................................................................... 8
2.14 Objetivos da RAD ............................................................................................... 9
2.14.1 Efeito de Estabilidade Geológico / Geotécnico ........................................... 9
2.14.2 Efeito Ambiental ........................................................................................ 9
xiii
2.14.3 Efeito Econômico ....................................................................................... 9
2.14.4 Efeito Estético ............................................................................................ 9
2.14.5 Processo de Reabilitação .......................................................................... 10
2.15 Metodologia de RAD ........................................................................................ 10
2.15.1 Metodologia de implantação do programa .............................................. 10
2.15.2 Meio Físico (Geotecnia) ............................................................................ 11
2.15.3 Meio Biótico ou medidas biológicas .......................................................... 13
2.15.4 Reabilitação de Minas Exauridas ............................................................. 15
2.15.5 Recuperação de Voçorocas de grandes dimensões .................................... 15
2.15.6 Recuperação Vegetal em Depósitos de Rejeitos ........................................ 16
3 ESTUDO DE CASO: ESTRADA DE FERRO CARAJÁS ....................................... 17
3.1 Levantamentos Topográficos .............................................................................. 17
3.1.2 Elaboração dos Projetos ............................................................................ 17
3.1.2.1 Drenagem ............................................................................................ 17
3.1.2.2 Estabilidade ......................................................................................... 17
3.1.2.3 Replantio .............................................................................................. 18
3.1.2.4 Apresentação ....................................................................................... 18
3.2 Descrição das soluções ........................................................................................ 26
3.2.1 Visita prévia aos locais dos serviços ........................................................... 26
3.2.2 Projeto Executivo ...................................................................................... 27
3.3 Revegetação de áreas degradadas ....................................................................... 35
3.3.1 Descrição dos cortes................................................................................... 37
3.4 Resultados da Elaboração de projeto de RAD ..................................................... 40
4 EXECUÇÃO DAS OBRAS ...................................................................................... 41
4.1 Definição de Biomantas: ..................................................................................... 41
4.1.1 Objetivos de se aplicar a biomanta ........................................................... 42
4.2 Metodologia Executiva Simplificada .................................................................. 42
4.3 Como as biomantas chegam a obra .................................................................... 43
4.3.1 Para que servem as biomantas .................................................................. 44
4.4 Metodologia Executiva ........................................................................................ 44
xiv
4.4.1 Limpeza, acerto, preparo e regularização do terreno do talude ................ 44
4.4.2 Preparo do solo e semeio............................................................................ 46
4.4.3 Eliminação de ravinas, erosões, buracos e vegetações................................ 46
4.4.4 Execução do coveamento do talude ........................................................... 47
4.4.5 Plantio da Semente .................................................................................... 49
4.4.5.3 Caminhão hidrossemeador .................................................................. 50
4.4.6 Relação de espécies e sementes .................................................................. 51
4.4.7 Quantidades totais de espécies e sementes .................................................. 51
4.4.8 Aplicação das biomantas ........................................................................... 52
4.4.9 Aplicação de charutos ensacados de fibra vegetal ou retentores de
sedimento ....................................................................................................................... 59
4.4.10 Retenção de óleos e materiais flutuantes ................................................... 67
4.5 Fixação das Mantas Vegetais .............................................................................. 68
4.5.1 Grampeamento da Manta ......................................................................... 68
4.5.2 Traspasses laterais e longitudinais para as biomantas ............................... 69
4.6 Reforço de semeadura manual ou hidrossemeadura .......................................... 72
4.7 Adubação e irrigação até a brota ........................................................................ 74
4.8 Antes e depois ...................................................................................................... 74
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 77
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 78
1
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho iremos elaborar rotinas para identificar, registrar, cadastrar, priorizar, e
dar soluções pontuais para a rotina de se tratar e recuperar uma área degradada.
O primeiro passo é uma visita a campo para identificar uma área degradada.
Após a identificação e necessário que se execute um levantamento plani-altimétrico
cadastral para se definir o tamanho da área em planta e em perfis para analise do solo bem
como da estabilidade dos taludes quando este implicar na segurança da ferrovia ou da rodovia.
Extrair dados dos solos para ser enviada a laboratórios especializados para analise de
solos para após os resultados passe pela analise de uma equipe multidisciplinar composta por
engenheiros agrônomo, civil, geotécnico possam interpretar a melhor maneira de criar o
substrato e definir o tipo de solo, clima da região bem como analisar a estabilidade dos aterros
e taludes, para que o conjunto de técnicas venha a ser aplicada na recuperação ambiental.
Soluções específicas serão definidas tanto para a estabilização geotécnica bem como a
reabilitação ambiental, sendo que será necessária a definição correta dos dispositivos de
drenagem superficial a fim de proteger e evitar a formação de novos processos erosivos
causado pela ausência destes dispositivos seja pela ausência ou falta de manutenção.
2
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS
Recuperar uma área degradada é tornar a recompor uma área nativa naquela
condição original, que existia antes da intervenção humana ou de fatores sofridos por
intervenções ambientais e significativas no meio físico, seja por meios tectônicos, ventos,
chuvas ou processos erosivos.
O Decreto Federal 97.632/89, diz que as áreas degradadas são um conjunto de
processos resultantes de danos no meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem
algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos
recursos.
Áreas degradadas são geradas por intervenções significativas nos processos do
meio físico.
2.1 Definições
2.1.1 Degradação do solo
"Alterações adversas das características do solo em relação aos seus diversos usos
possíveis, tanto estabelecidos em planejamento quanto os potenciais" (ABNT, 1989).
2.1.2 Recuperação
O local alterado é trabalhado de modo que as condições ambientais acabem se
situando próximas às condições anteriores à intervenção, ou seja, trata-se de devolver ao local
o equilíbrio e a estabilidade dos processos atuantes.
O termo RECUPERAÇÃO é amplamente utilizado, por incorporar os sentidos de
restauração e reabilitação.
3
2.1.3 Restauração
Reprodução das condições exatas do local, tais como eram antes de serem alteradas
pela intervenção.
2.1.4 Reabilitação
Local alterado destinado a uma dada forma de uso de solo, de acordo com projeto
prévio e em condições compatíveis com a ocupação circunvizinha, ou seja, trata-se de
reaproveitar a área para outra finalidade.
2.1.5 Remediação
Ações e tecnologias que visam eliminar, neutralizar ou transformar contaminantes
presentes em subsuperfície (solo e águas subterrâneas). Refere-se a áreas contaminadas.
2.1.6 Espécies Nativas X Espécies Exóticas
Espécie nativa refere-se a uma espécie ocorrente dentro de sua área de distribuição
natural. Para o contexto abordado, é importante a clareza de que “nativa” não se refere a uma
divisa política de país ou estado, mas sim a ambientes e limites de ocorrência naturais. Já a
definição de “exótica” ou “espécie exótica” refere-se a uma espécie ocorrente fora de sua área
de distribuição natural, e ainda, “espécie exótica invasora” refere-se àquelas espécies exóticas
que ameaçam ecossistemas, hábitats ou espécies.
Em função do grau de impacto registrado em todo o mundo, espécies exóticas
invasoras constituem atualmente a segunda causa mundial de perda de diversidade.
2.2 Desmatamentos
No Brasil 80% da propriedade rural deverá ser de reserva ecológica na pré-Amazônia
e Amazônia e 35% nos cerrados (Brasil, 1965).
A tabela 1 mostra a degradação florestal de 2007 a 2013 na Amazônia Legal em Km²
de acordo com dados fornecido pelo INPE (2015):
4
Tabela 1: Distribuição das áreas degradadas por Estado em Km²:
2.3 Vegetação de Encosta
Fonte: http://www.obt.inpe.br/degrad/
A maioria dos trechos ferroviários descritos tem problema de instabilidade e
escorregamento de encosta, das quais deverá ser feito um tratamento de combate da erosão,
para visar a preservação da vegetação destas encostas de forma que as mesmas atuem no
apoio ao processo de estabilização protegendo e evitando inclusive tragédias ou acidentes
próximos as ferrovias e rodovias.
2.4 Mata Ciliar
É a vegetação, localizada às margens dos corpos d’ água. Os proprietários rurais são os
que mais desmatam e geram um saldo negativo entre produção x degradação gerada.
Os prejuízos gerados são a redução da oferta de água, desequilíbrio do clima da região,
dificuldade da manutenção e controle da qualidade da água. A falta da mata ciliar altera o
ciclo hidrológico.
É importante a manutenção de bancos genéticos das matas ciliares para preservar a
mata original destas regiões devastadas.
2.5 Conceito de Área Degradada
A degradação tem sido geralmente associada aos efeitos ambientais considerados
negativos ou adversos e que decorrem de atividades ou intervenções humanas. A degradação
5
de uma área causada pela construção de uma rodovia ou ferrovia ocorre quando a vegetação
nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas, a camada fértil do solo for perdida,
removida ou enterrada e a qualidade e o regime da vazão do sistema hídrico forem alterados.
O que basicamente ocorre na terraplanagem ou aterros na construção destas obras.
2.6 Área Perturbada X Área Degradada
Área perturbada é reconhecida como aquela que sofreu distúrbios, mas manteve os
seus meios de regeneração biótica, ou seja, quando abrimos uma rodovia e lateralmente a
mesma sozinha sem a ação do homem conseguiu se recuperar em sua total plenitude,
enquanto que a área degradada é aquela que, após distúrbios perdeu os seus próprios meios de
regeneração natural, apresentando por isso baixa resiliência é o que ocorre nas regiões mais
áridas brasileiras, onde a abertura de uma estrada ou de uma ferrovia, seus taludes
circunvizinhos não conseguem sozinho se recuperar, entrando em processo de degradação
ambiental.
2.7 Fatores de Degradação do Solo
Os principais tipos de degradação do solo ocorridos no Brasil são: o superpastejo da
vegetação, animais de tanto pisar na vegetação (gado) impedem o crescimento original da
vegetação; o desmatamento ou remoção da vegetação natural para fins de agricultura; a
criação de florestas comerciais no Brasil principalmente plantação de Eucaliptos em áreas
onde a terra já está exaurida para serem vendidos às indústrias de papel e termoelétricas;
construção de estradas e urbanização de novas cidades; as atividades agrícolas, incluindo as
diversas práticas agrícolas, como uso insuficiente ou excessivo de fertilizantes; água de
irrigação de baixa qualidade; uso inapropriado de máquinas agrícolas e ausência de práticas
conservacionistas de solo; a exploração intensa da vegetação para fins domésticos, como
combustível (queima), cercas, etc., expondo o solo à ação dos agentes de erosão e as
atividades industriais ou bioindustriais que causem poluição do solo.
6
2.8 Alguns Aspectos Legais Ligados à Recuperação de Áreas Degradadas
O tratamento dispensado pela legislação brasileira para a obrigação de
reabilitar/recuperar áreas degradadas é insuficiente.
Os fundamentos legais da obrigação de reabilitar as áreas degradadas encontram-se:
no inciso VIII do Artigo 2º da Lei nº 6.938/81; nos parágrafos 2º e 3º do Artigo 225 da CF/88
e no Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989.
2.9 Aspectos Legais à RAD (Recuperação de Áreas Degradadas) - Constituição Federal
de 1988
Pela Constituição Federal de 1988, no Art. 225, “Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações”. No parágrafo 2º, a constituição relata que “aquele que
explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo
com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei”, e no
parágrafo 3º que “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente de reparar os danos causados” (Brasil, 1988).
2.10 Aspectos Legais à RAD – Lei Federal n° 6.938/81
No inciso VIII do Artigo 2º da Lei nº 6.938/81 fica explícito que a Política Nacional
do Meio Ambiente objetiva a preservação, melhoria e recuperação da qualidade propícia à
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendendo dentre
outros princípios, a recuperação de áreas degradadas. Entende-se assim que deva existir o
progresso visando a preservação sustentável do meio ambiente.
7
2.11 Aspectos Legais à RAD – Decreto Federal n° 97.632/89
A obrigação de reabilitar áreas degradadas se encontra regulamentada através do
Decreto n° 97.632, de 10 de abril de 1989, o qual se fundamenta no dever de reparar os danos
causados ao meio ambiente, os quais podem ter origem em atividade lícita, permitida por lei e
em atividade ilícita.
Por este motivo o trabalho de recuperação com a intervenção humana com utilização
dos conceitos da engenharia ambiental para a reabilitação e construção das rodovias e
ferrovias em recuperar as obras de terraplenagem colocando os taludes na condição mais
próxima da sua realidade pré-existentes e ate mesmo a recuperação de áreas degradadas
ocorridas em atividades ilícitas (desmatamento de florestas), confiscando para a federação e
reflorestando a mesma.
2.12 Plano de Recuperação nos Estudos de Impacto Ambiental
De acordo com o que consta no Art. 1º do Decreto nº 97.632/89, os empreendimentos
que se destinam a exploração de “recursos minerais” (lê-se: recursos ambientais) deverão,
quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA), submeter à aprovação do órgão ambiental competente o Plano de
Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
2.12.1 Porque da importância de Conservar x Recuperar
Temos a obrigação de conservar a natureza para deixar um legado a nossos filhos e
manter o equilíbrio do planeta, mantendo a Biodiversidade da fauna e flora, buscando utilizar
os recursos naturais de maneira sustentável para o bem da vida e do planeta.
2.13 Princípios para Reabilitação de Áreas Degradadas
Os princípios básicos que fundamentam os processos de recuperação das áreas e locais
degradados envolvem os itens a seguir:
8
2.13.1 Reabilitação
É o retorno de qualquer ambiente, danificado ou degradado, a um ecossistema
plenamente funcional, independentemente do estado original ou desejado. Sendo a
reabilitação um processo específico de recuperação, pelo qual as áreas abandonadas ou
degradadas retornam a produção e, pelo qual, algumas de suas funções bióticas e de
produtividade são restauradas.
2.13.2 Diversidade
Esta é uma característica típica de ecossistemas tropicais, devendo ser adotadas na
recuperação de áreas degradadas. As espécies vegetais sejam elas herbáceas, arbustivas ou
arbóreas, devem ser consorciadas, seja nos plantios ou nas semeaduras.
AMBIENTE NATURAL
Degradação Leve
Degradação Profunda
Regeneração ou
Enriquecimento
Natural
Enriquecimento
Artificial
Plantio de espécies
adaptadas as
condições climáticas
e edáficas
(REABILITAÇÃO)
Novo Ecossistema
com características
distintas do original
Aumento da
Biodiversidade
com o tempo
Urbanização da área,
implantação de bairros,
área industrial, lago,
estacionamento, shopping
center , etc.
RESTAURAÇÃO
(?)
Figura 1: Esquema de reabilitação de áreas degradadas. Fonte: Botelho et al., 2001.
9
2.14 Objetivos da RAD
2.14.1 Efeito de Estabilidade Geológico / Geotécnico
Proteção ambiental contra erosão causada por absorção do impacto das gotas de
chuva. Aumento da estabilidade do talude e dos aterros mediante ajuste, manejo dos
parâmetros de coesão aparente do solo, aplicação de técnicas de estabilização quando
necessária e utilização da bioengenharia.
2.14.2 Efeito Ambiental
Modificação dos extremos de temperatura e umidade do ar junto à superfície do solo,
melhorando as condições de crescimento vegetal; com aplicação de modernas técnicas de
engenharia, adubação e correção de solo e grampeamento seja da adubação bem como da
nova vegetação com proteção e irrigação do substrato ate a germinação das sementes. Ajustes
das relações hídricas do sistema solo-planta-atmosfera pela drenagem a ser implantada no
local. Aumento da formação e disponibilização de nutrientes no solo e matéria orgânica para
correção e ajustes dos mesmos, somado as novas condições impostas pelas obras de
engenharia que alteram a condição inicial dos locais afetados, impedindo a formação de
ravinas, erosões e processo de degradação.
2.14.3 Efeito Econômico
Redução dos custos de execução das obras que com um projeto de recuperação da área
degradada correta e bem definida ira reduzir a manutenção corretiva das obras seja por
degradação ou acidentes geotécnicos.
2.14.4 Efeito Estético
O efeito estético das obras visam à harmonia e a melhoria da paisagem bem como a
proteção natural junto a sua vegetação.
10
2.14.5 Processo de Reabilitação
Figura 2: Fluxograma indicado para o processo de reabilitação. Fonte: Autor.
2.15 Metodologia de RAD
2.15.1 Metodologia de implantação do programa
Para efeito de melhor entendimento das técnicas utilizadas no programa de
reabilitação, serão aqui sumarizadas as atividades operacionais inerentes aos meios físico e
biológico, em função das unidades morfológicas do terreno de maior ocorrência no âmbito do
problema especifico encontrado na vistoria de uma obra ou de um local onde haverá a
necessidade de uma recuperação de uma área degradada.
11
2.15.2 Meio Físico (Geotecnia)
2.15.2.1 Taludes e Bermas
A verificação em campo da estabilidade dos taludes, com levantamento topográfico
completo, bem como ensaios de laboratório de solos e execução de sondagens trará
paramentos específicos para a análise da estabilidade geológico geotécnica do talude para
definição do fator de segurança ideal a ser definido pelo engenheiro geotécnico.
Correção dos processos erosivos através de reconformações diversas
(mecanizada/manual) e ainda, utilizando-se da bioengenharia, com o emprego de dispositivos
como paliçadas, retentores de sedimentos, solo-cimento, leiras, muros de arrimo, sologrampeado
verde, cortinas atirantadas e outros.
Regularização da drenagem, através da construção de canaletas periféricas
(longitudinal e transversal) e descidas d’água (concreto, meia cana, pedras argamassadas e
verde), além da correção das declividades e execução de dissipadores.
A depender do grau de impedimento pedológico, deverá ser efetuada a deposição de
solo orgânico (Top-soil).
Em casos extremos de alteração geomorfológica do terreno, poderá haver a
necessidade de retaludamento e/ou suavização dos ângulos de repouso, empregando-se para
tal, operações mecanizadas com tratores e retroescavadeiras, retaludando todo o talude
conferindo ao mesmo um fator de segurança maior, evitando inclusive a dificuldade da
fixação da vegetação nos casos de taludes íngremes.
2.15.2.2 Cavas (Minas Exauridas) e Voçorocas de Grandes Dimensões
Reconformação ou retaludamento mecanizado (tratores de esteiras e retroescavadeiras),
voltado à estabilidade do talude e ângulos de repouso compatíveis evitando
inclusive acidentes de escorregamento destes taludes durante a prospecção do minério.
Disciplinamento da drenagem, através do dimensionamento da rede de drenagem
(canaletas diversas), correção da declividade e construção de leiras com deposição final em
locais adequados.
Nos locais de surgência de água, serão utilizados mecanismos como gabiões e drenos
de fundo, tendo-se como matéria-prima para este último, pedras de mão, britas, areia e outros.
12
Deposição de solo, aproveitando-se quando possível, do material movimentado por
ocasião do retaludamento e/ou reconformação, não havendo dessa maneira, necessidade de
abertura de novas áreas de empréstimos.
2.15.2.3 Depósitos (Estéril/Rejeito/Outros) e Áreas de Empréstimos
Reconformação ou retaludamento mecanizado (tratores de esteiras e
retroescavadeiras), com vistas a estabilidade do talude e ângulos de repouso compatíveis.
Mecanismos de proteção das bases das pilhas quando necessário, a depender do
material depositado, através de canaletas periféricas, gabiões, bio-retentores e outros
dispositivos.
Dimensionamento e regularização da drenagem, utilizando-se de canaletas diversas e
leiras, afora a definição das declividades nos diferentes ambientes (plataforma, talude e
berma).
Na existência de materiais de solo impróprios a uma futura revegetação, haverá
deposição de solo orgânico, preferencialmente decorrente de áreas que estão sendo
trabalhadas na ocasião.
No caso de depósitos já existentes, que venham a apresentar ravinamentos e mesmo
erosões mais acentuadas, a correção será feita quase sempre, através de reconformação
manual, paliçadas, solo-cimento, bio-retentores e demais práticas usuais.
2.15.2.4 Demais Áreas (Dissecadas e Planas)
Todo o processo erosivo existente deverá ser corrigido através de reconformações
manuais, conjugadas com paliçadas, bio-retentores, solos-cimento, semeadura manual e
outros.
A drenagem será regularizada sempre que necessário, adequando-se às condições
locais com disposição em locais adequados.
Preparo do terreno (deposição ou não de solo orgânico), objetivando o recobrimento
vegetal.
13
2.15.3 – Meio Biótico ou medidas biológicas
A revegetação pode ser um dos elementos de atuação nos trabalhos de recuperação de
áreas degradadas, assumindo diferentes funções, de acordo com a situação encontrada. Para
cada local e clima diferentes devera ser estudado uma composição para garantia da brota da
vegetação mais indicada, devendo a mesma procurar seguir os padrões nativos da região
evitando no coquetel de sementes aquelas não permitidas na região ou indicadas como
invasoras pela legislação atual.
Tabela 2: Indicação básica de coquetel de sementes tipo A
utilizado na região do Pará – PA.
Coquetel de Sementes Tipo "A"
Nome Comum Nome Científico Família
Densidade
(Kg/ha)
Feijão de porco Canavalia ensiformis Leguminosa 60
Crotalária Crotalaria ochroleuca Leguminosa 70
Feijão Guandu Cajanus cajan Leguminosa 70
Aveia Avena sativa Gramínea 30
Nabo Forrageiro Raphanus sativus Crucífera 40
Girassol Helianthus anuus
Variedade
Composta 30
Total 300
Fonte: Autor.
Tabela 3: Indicação básica de coquetel de sementes tipo B
utilizado na região do Pará – PA.
Coquetel de Sementes Tipo “B”
Nome Comum Nome Científico Família
Densidade
(Kg/ha)
Crotalária Crotalaria ochroleuca Leguminosa 70
Feijão Guandu Cajanus cajan Leguminosa 85
Aveia Avena sativa Gramínea 35
Capim Meloso Melinis minutiflora Gramínea 65
Nabo Forrageiro Raphanus sativus Crucífera 45
Total 300
Fonte: Autor.
14
Tabela 4: Indicação básica de coquetel de sementes tipo C
utilizado na região do Pará – PA.
Coquetel de Sementes Tipo “C”
Nome Comum Nome Científico Família
Calopogônio
Densidade
(Kg/ha)
Calopogonium
mucunoides Leguminosa 50
Crotalária Crotalaria ochroleuca Leguminosa 50
Feijão Guandu Cajanus cajan Leguminosa 70
Mucuna preta Mucuna aterrina Leguminosa 50
Capim Meloso Melinis minutiflora Gramínea 50
Nabo Forrageiro Raphanus sativus Crucífera 30
Total 300
Fonte: Autor.
Figura 3: Croquis referentes aos locais de aplicação dos tipos de coquetel. Fonte: Autor.
15
2.15.4 Reabilitação de Minas Exauridas
Figura 4: Fotos comtemplando a reabilitação de minas exauridas. Fonte: Autor.
2.15.5 Recuperação de Voçorocas de grandes dimensões
Figura 5: Fotos comtemplando de taludes rodoviário/ferroviários. Fonte: Autor.
16
2.15.6 Recuperação Vegetal em Depósitos de Rejeitos
Figura 6: Fotos comtemplando a recuperação de depósitos de rejeitos. Fonte: autor.
Estudo do
meio ambiente
e local da
região afetada.
Definição do
projeto de
recuperação da
área degradada.
Elaboração de
projeto
executivo
conceitual.
Contratação de
empresa
especializada.
Levantamento
topográfico da
área.
Atendimento a
legislação
ambiental.
Detalhamento
do projeto de
RAD.
Execução do
projeto de
RAD.
Figura 7: Diretrizes para recuperação de área degradada. Fonte: Autor.
17
3 ESTUDO DE CASO: ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Os serviços correspondentes ao escopo contratual abrangem todos os trabalhos
necessários à elaboração de projetos de recuperação de taludes erodidos ou degradados em
diversos segmentos ao longo da EFC. Assim, foram distribuídos conforme as etapas a seguir:
3.1 Levantamentos Topográficos
São apresentados neste trabalho 22 (vinte e dois) segmentos da ferrovia onde os cortes
estão erodidos ou com a cobertura vegetal de proteção degradada.
A metodologia adotada para os levantamentos foi o levantamento plani-altimetrico.
3.1.2 Elaboração dos Projetos
Nesta fase dos trabalhos, foram discutidas e elaboradas as soluções típicas para as
diferentes situações e níveis de comprometimento definidas nos levantamentos topográficos,
abrangendo:
3.1.2.1 Drenagem
Basicamente visando captar as águas de chuva que ocorrerem no talude e que deverão
necessariamente escoar através dos dispositivos de drenagem, sendo conduzidas para
coletores existentes ou a executar. Quando possível, foram consideradas hipóteses de desvio
dos caminhos atuais dessas águas.
3.1.2.2 Estabilidade
Existem vários graus de inclinação nos taludes encontrados, e situações com e sem
banqueta intermediária. Pela inexistência de um padrão verificável, considerou-se mais
adequada a solução de interferências que permita o restabelecimento das inclinações originais
existentes antes dos processos erosivos que originaram os danos ocorridos. Em poucos casos,
18
foi constatada a falta de estabilidade nos maciços, quer por escorregamentos, quer por
rachaduras precursoras desse tipo de problema.
3.1.2.3 Replantio
Independentemente das soluções estruturais e de drenagem, sempre será necessário o
replantio ou ressemeadura das superfícies restauradas ou o complemento da sua cobertura
vegetal remanescente. Para a condução destas tarefas, foi considerada uma publicação da,
intitulada “Especificação Técnica de Revegetação para as obras de reabilitação ambiental de
áreas degradadas ao longo da Estrada de Ferro Carajás" de dezembro de 2006 elaborado
pelo Eng.º Agrônomo Luiz Felipe Campos, onde são detalhados os procedimentos técnicos
para o estabelecimento de revestimento ou cobertura vegetal mais indicados para a região.
3.1.2.4 Apresentação
Da mesma forma, todos esses dados foram sistematizados em computador, gerando-se
arquivos tipo DWG (Auto CAD) para os desenhos e DOC ou XLS para os textos e planilhas,
respectivamente, para entrega em arquivo digital, além da via impressa.
Tabela 5: Estrada de Ferro – Resumo da situação atual por ponto.
19
Ponto
P14
P15
ESTRADA DE FERRO – QUADRO RESUMO DE SERVIÇOS
PROJETOS CONCEITUAIS EXECUTIVOS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
RESUMO DA SITUAÇÃO ATUAL POR PONTO
Localização
Classificação
cobrimento
Descrição
Município
Solo
vegetal do
Km W S
talude
Talude do lado esquerdo
com 22 metros de altura,
formado por duas
bancadas, com sulcos
erosivos pequenos.
Taludes do lado
esquerdo (18m) e direito
(15m) apresentando
sulcos pequenos.
Capim em
km
Santa Inês
45º34'38,2" 03º42' 14,6"
áreas
231,8
- MA
descontínuas
km
Santa Inês Capim, boa
45º35'49,6" 03º41'58,"'
234,1
- MA densidade
Silte
arenoso
Silte
arenoso
Apoio Condições
próximo de acesso
Ruim
Tufilândia período
chuvoso
Ruim
Tufilândia período
chuvoso
Causas das
degradações
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem e
sem cobertura
vegetal nos
taludes.
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
Talude com
20
inclinação
P16
Talude do lado esquerdo
com 15 metros de altura
apresentando erosões
localizadas de pequenas
proporções.
km
234,8
45º36' 06,5" 03º41'53,7"
Santa Inês
- MA
Capim,
densidade
média
Silte
arenoso
Tufilândia
Ruim
período
chuvoso
acentuada,
falta de
drenagem,
cobertura
vegetal nos
taludes.
Erosão nas
duas bermas.
Talude do lado esquerdo
Capim denso
Talude com
P17
da ferrovia, com 15m
altura. Erosões
localizadas nas faces de
km
235,1
45º36'21,0" 03º41"50,6"
Santa Inês
- MA
pé do corte e
pequena
densidade no
Silte
argiloso
Tufilândia
Ruim
período
chuvoso
inclinação
acentuada,
falta de
pequenas proporções.
talude
drenagem.
Talude do lado direito
Talude com
P22
com 10m de altura.
Erosões localizadas nas
faces dos taludes, com
km
244
45º40'17,9"
03º39'32,4"
Santa Inês
- MA
Capim em
80% da área
Silte
arenoso
Tufilândia
Ruim
período
chuvoso
inclinação
acentuada,
falta de
pequenas proporções.
drenagem.
P23
Talude do lado esquerdo
em duas bancadas
km
254
45º45'27,9"
03º38'54,9"
Santa Inês
- MA
Capim
densidade
Silte
argiloso
Alto
Alegre
Ruim
período
Talude com
inclinação
(160x18m) com erosões
média algumas
compac
chuvoso
acentuada,
21
em sulco de grandes
áreas sem
to
falta de
proporções (ravinas) nas
cobertura
drenagem.
faces.
P24
Talude do lado esquerdo
da ferrovia, com 10m
altura. Erosões
localizadas nas faces de
pequenas proporções.
km
254,9
45º45'53,0"
03º38'59,7"
Santa Inês
- MA
Capim e
arbustos em
pequenas
densidades
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Regular
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
P25
Talude do lado esquerdo
com 12m de altura
apresentando erosões
localizadas nas faces dos
taludes, com pequenas
proporções.
km
259,8
45º48'27,8"
03º39'07,4"
Santa Inês
- MA
Capim em
áreas
descontinuas
Silte
argiloso
Alto
Alegre
Regular
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
Talude com
22
Taludes do lado
inclinação
26
esquerdo da ferrovia
extensos e em bancada
única (100x10m),
apresentando ambos
rupturas, deslizamentos
km
264,2
a
264,7
45º50'38,0"
03º40'11,1"
Alto
Alegre do
Pindaré -
MA
Capim em
áreas
descontinuas
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Boa
acentuada,
falta de
drenagem e
sem cobertura
vegetal nos
e abatimento da crista.
taludes.
Talude com
inclinação
P27
Talude do lado esquerdo
com 20m de altura.
Erosões localizadas nas
faces dos taludes, com
pequenas proporções.
km
265,2
45º50'52,5"
03º40'09,4"
Alto
Alegre do
Pindaré -
MA
Capim em
50% da área
do 1º. talude e
o restante sem
vegetação
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Boa
acentuada,
falta de
drenagem e
sem cobertura
vegetal nos
taludes.
P28
Talude do lado esquerdo
(160x12m),
apresentando erosões e
deslizamentos na
km
265,7
45º51'07,5"
03º40'20,6"
Alto
Alegre do
Pindaré -
MA
Capim e
arbustos de
pequeno porte
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Boa
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
bancada inferior.
drenagem e
23
sem cobertura
vegetal nos
taludes.
Talude do lado esquerdo
Talude com
P29
com (100x15m)
apresentando erosões
localizadas nas faces dos
taludes, com pequenas
km
265,4
45º51'11,5"
03º40'20,7"
Alto
Alegre
do Pindaré
- MA
Capim no pé
do talude e na
crista
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Boa
inclinação
acentuada,
sem vegetação
e falta de
proporções.
drenagem.
P30
Talude do lado esquerdo
com 15m de altura
apresentando erosões
localizadas nas faces dos
taludes, com pequenas
proporções.
km
266,6
45º51'51,4"
03º40'20,6"
Alto
Alegre
do Pindaré
– MA
Capim e
arbustos de
pequeno porte
Silte
arenoso
Alto
Alegre
Boa
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
P31
Talude do lado esquerdo
com 12 metros de altura
apresentando erosões
pequenas nas faces.
km
280,4
45º51'51,4"
03º40'20,6"
Alto
Alegre do
Pindaré -
MA
Capim e
arbustos de
pequeno porte
Talude com
inclinação
Silte
argiloso Mineirinho Boa acentuada,
falta de
drenagem.
P33
Talude do lado esquerdo
(100x5m) com um ponto
de ruptura de grande
proporção na bancada
inferior.
km
303,3
46º09'06,3"
03º46'58,5"
Povoado
Boa Vista -
MA
Capim e
arbustos em
pequenas
densidades
Silte
arenoso
Auzilândia
Boa
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
24
P78
Talude de corte do lado
direito (100x8m) em
bancada única com
ruptura e deslizamento
de grandes proporções.
km
731,2
a
731,4
49º04'23,2"
05º21'16,8"
Marabá -
PA
Capim na base
e talude sem
vegetação
Silte
argiloso
Marabá
Boa
Talude com
inclinação
acentuada,
sem vegetação
e falta de
drenagem.
Talude direito
Talude com
P79
(200x10m) com ruptura
e deslizamento de
material em direção à
km
731,8
49º04'30,2"
05º21'37,3"
Marabá -
PA
Capim na base
e talude sem
vegetação
Silte
argiloso
Marabá
Boa
inclinação
acentuada,
falta de
base.
drenagem.
Área degradada por
P80
disposição de material
excedente da ferrovia
localizada na margem
esquerda e apresentando
km
756,9
49º28" 05º38'
Marabá -
PA
Capim na base
e talude sem
vegetação
Silte
argiloso
Marabá
Boa
Ruim período
chuvoso.
sulcos erosivos
generalizados.
25
P81
P82
83
Área degradada por
disposição de material
excedente da ferrovia
localizada na margem
direita e apresentando
sulcos erosivos
generalizados.
Talude do lado direito
(100x30m) com
deslizamento de grandes
proporções, sendo
reabilitado.
Talude do lado direito
com dois bancos, num
total de 9m de altura.
Apresenta erosões
localizadas nas faces, de
pequenas proporções.
km
802,5
km
798,3
Km
802
49º29'22,9"
49º30'15,7"
49º31'46,8"
05º39'16,6"
05º40'04,0"
05º41'19,2"
Marabá -
PA
Marabá -
PA
Povoado
Centro de
Abraão -
MA
Capim de boa
densidade na
1ª. Berma e 2ª.
Berma sem
vegetação
Capim na base
talude sem
vegetação
Capim denso e
poucas áreas
sem vegetação
Silte
argiloso
Silte
arenoso
Silte
arenoso
Ruim
Vila Canaã
Vila Canaã
Vila Canaã
período
chuvoso
Ruim
período
chuvoso
Ruim
período
chuvoso
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
Talude com
inclinação
acentuada,
sem vegetação
e falta de
drenagem.
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
P84
Talude lado esquerdo
(200x20m) com
ocorrência de
deslizamento recente por
saturação do material.
km
802,6
49º32'08,1"
05º41'24,4"
Marabá -
PA
Capim e
vegetação
rasteira em
rama
Silte
arenoargiloso
Vila Canaã
Ruim
período
chuvoso
Talude com
inclinação
acentuada,
falta de
drenagem.
26
3.2 Descrição das soluções
Na elaboração dos projetos, procurou-se adotar como perspectiva principal a
minimização de obras classificáveis como de contenção de encosta e de terraplenagem, não
apenas por seus custos elevados, mas também porque sua utilização implicaria
necessariamente na maior circulação de equipamentos pesados em áreas de risco; geralmente
é destrutiva quanto à camada vegetal existente ou remanescente e requer condições climáticas
favoráveis para sua implantação.
Por outro lado, os levantamentos cadastrais mostraram não haver problemas
intrínsecos de estabilidade, ao passo que os atuais sistemas de drenagem, são quase na
totalidade, inexistentes, insuficientes ou apresentam-se completamente danificados,
mostrando que o foco das soluções deve ser dirigido a esse aspecto particular. Cumpre
salientar que fica evidente a insuficiência dos procedimentos atuais de manutenção, pois a
grande maioria das canaletas de crista ou valetas de contorno existentes encontra-se
completamente cobertas por vegetação ou enterradas sob camadas de solo que resultaram dos
processos atuais de degradação erosiva; tornando nula a sua funcionalidade, causando, desta
forma, os atuais níveis de erosão, formação acentuada de voçorocas e ravinamentos
generalizados ao longo dos taludes de corte e até mesmo em alguns pontos a formação de
pequenas rupturas localizadas que deverão ser tratadas pontualmente.
Visando uma desejável uniformidade executiva, os problemas encontrados foram
agrupados em quatro categorias, cada uma resultando em uma determinada solução típica.
3.2.1 Visita prévia aos locais dos serviços
Previamente à execução dos trabalhos foi efetuada a visita técnica a cada um dos
locais.
A equipe que efetuou a visita foi composta de:
- Engenheiro
- Técnico
Foi emitido o Relatório de Inspeção de Campo de cada ponto, que faz parte deste
projeto.
27
3.2.2 Projeto Executivo
Baseado nas inspeções de campo, análise do levantamento topográfico, nos parâmetros
geológicos e geotécnicos e no resumo das anomalias encontradas, foram definidas quatro
soluções que poderão ser utilizadas especificamente em cada ponto.
Para cada anomalia encontrada estão propostas soluções. E para cada ponto será
indicada a adoção de uma a quatro soluções mais apropriadas.
O Projeto executivo tem como conteúdo:
a) Resumo da Situação Atual por Ponto
Neste resumo apresenta-se a situação atual em cada ponto com as seguintes
observações:
- Cobrimento Vegetal do Talude;
- Classificação do Solo;
- Possíveis Causas de Degradação.
b) Descrição das Soluções Tipo Adotadas
Apresentam-se cinco soluções tipo, que serão utilizadas de acordo com a
anomalia em cada área de cada ponto. São as seguintes:
28
3.2.2.1 Solução tipo 1
Superfícies descobertas, estáveis, sem erosão, inclinação até 45º.
a) Regularização manual do talude.
b) Implantação de revestimento vegetal conforme estabelecido na
Especificação Técnica de Revegetação.
c) Reconformação de banquetas com inclinação transversal para a valeta e
inclinação longitudinal para as saídas do corte.
d) Construção de valetas de banqueta e de crista de corte.
Figura 8: Solução tipo 1 para superfícies descobertas e estáveis, sem erosão, com inclinação até
45°. Fonte: Autor.
29
3.2.2.2 Solução tipo 2
Superfícies descobertas, estáveis, com erosões, inclinação até 45º.
a) Regularização manual do talude.
b) Preenchimento das erosões com rip-rap de solo-cimento.
c) Implantação de revestimento vegetal “tipo A” nas áreas planas e “tipo B”
nos taludes de corte e aterro, conforme estabelecido na Especificação
Técnica de Revegetação.
d) Reconformação de banquetas com inclinação transversal para a valeta e
inclinação longitudinal para as saídas do corte.
e) Construção de valetas de banqueta e de crista de corte.
Figura 9: Solução tipo 2 para superfícies descobertas, estáveis, com erosões e inclinação até 45°.
Fonte: Autor.
30
3.2.2.3 Solução tipo 3
com erosões.
Superfícies descobertas, com deslizamentos expondo superfícies verticais e
a) Regularização manual do talude.
b) Preenchimento das erosões com rip-rap de solo-cimento.
c) Implantação de revestimento vegetal “tipo C”, conforme estabelecido na
Especificação Técnica de Revegetação.
d) Reconformação de banquetas com inclinação transversal para a valeta e
inclinação longitudinal para as saídas do corte.
e) Construção de valetas de banqueta e de crista de corte.
f) Retaludamento das superfícies verticais.
Figura 10: Solução tipo 3 para superfícies descobertas, com deslizamentos expondo superfícies
verticais e com erosões. Fonte: Autor.
31
3.2.2.4 Solução tipo 4
Superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento expondo superfícies
verticais, com erosões, apresentando risco a residências.
a) Regularização manual do talude.
b) Reconformação de banquetas com inclinação transversal para a valeta e
inclinação longitudinal para as saídas do corte.
c) Construção de valetas de banqueta e de crista de corte.
d) Preenchimento das erosões com rip-rap de solo-cimento.
e) Retaludamento das superfícies verticais.
f) Execução de contenção com sistema de solo grampeado com utilização de
grampos e tela de aço e concreto projetado.
g) Implantação de revestimento vegetal, conforme estabelecido na
Especificação Técnica de Revegetação.
Figura 11: Solução tipo 4 para superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento expondo
superfícies verticais, com erosões, apresentando risco a residências. Fonte: Autor.
32
3.2.2.5 Solução tipo 4A
Superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento expondo superfícies
verticais, com erosões.
a) Regularização manual do talude.
b) Reconformação de banquetas com inclinação transversal para a valeta e
inclinação longitudinal para as saídas do corte.
c) Construção de valetas de banqueta e de crista de corte.
d) Retaludamento das superfícies verticais.
e) Execução de contenção com sistema de tela metálica e utilização de
grampos.
f) Implantação de revestimento vegetal, conforme estabelecido na
Especificação Técnica de Revegetação.
Figura 12: Solução tipo 4A para superfícies descobertas, instáveis, com deslizamento expondo
superfícies verticais, com erosões. Fonte: Autor.
33
c) Tipos de Revegetação de Áreas Degradadas
Revegetação Tipo A
• Utilizada para revegetação de áreas planas, onduladas e drenadas;
• Micro covas;
• Revegetação com semeadura manual utilizando o mix de sementes para áreas
planas ou de pequena declividade ou para áreas de empréstimo de material
leterítico (Tabela 5 ou 8);
• Correção de acidez do solo com pó de calcário;
• Controle de formigas cortadeiras.
Revegetação Tipo B
• Utilizada para revegetação de taludes de cortes e aterros, inclinação até 45º;
• Micro-covas;
• Revegetação com semeadura manual utilizando o mix de sementes para taludes
de aterro ou para taludes de corte (Tabela 6 ou 7);
• Proteção superficial com biomanta antierosiva tipo fibra de capim;
• Correção de acidez do solo com pó de calcário;
• Controle de formigas cortadeiras.
Revegetação Tipo C
• Utilizada para revegetação de taludes de cortes, inclinação entre 45º e 60º;
• Micro-covas;
• Revegetação com semeadura manual utilizando o mix de sementes para taludes
de aterro ou para taludes de corte (Tabela 6 ou 7);
• Proteção superficial com biomanta antierosiva tipo fibra de coco fixada com
grampos de aço;
• Correção de acidez do solo com pó de calcário;
• Controle de formigas cortadeiras.
34
d) Projetos Tipo de Drenagem Adotados
• Valeta de crista de corte com revestimento vegetal (VCV);
• Valeta de crista de corte revestida com concreto (VCC);
• Valeta de banqueta e de pé de corte revestida com concreto (VBC);
• Descida d’água em degraus em concreto armado (DDAC);
• Dreno sub-horizontal profundo (DHP).
e) Acerto de Talude / Regularização
• Capina / Roçada;
• Acerto manual em talude;
• Preenchimento de erosão em talude:
• Aterro com solo compactado;
• Recomposição com rip-rap com solo-cimento;
• Retaludamento mecanizado de talude.
• Conformação da inclinação das banquetas direcionando a água para a valeta.
35
3.3 Revegetação de áreas degradadas
Para conseguir o sucesso total na reabilitação das áreas degradadas através da
cobertura vegetal das mesmas, foi adotado o seguinte coquetel de sementes a ser utilizado em
todos os pontos de intervenção.
O coquetel contém as famílias das leguminosas, gramíneas e crucíferas com as
espécies mais indicadas para a região, nas proporções indicadas na tabela abaixo, e fornecido
após a análise dos fatores já descritos anteriormente.
Tabela 6: “Mix” de sementes para áreas planas ou de pequena declividade.
Nome Comum
Nome
Científico
Família Densidade (kg/ha)
Crotalária
Crotalaria
spectabilis
Leguminosa 60
Crotalária
Crotalaria
juncea
Leguminosa 50
Feijão-de-porco
Canavalia
ensisformis
Leguminosa 50
Feijão-guandu Cajanus cajan Leguminosa 70
Nabo Forrageiro
Raphanus
sativus
Crucífera 30
Girassol
Helianthus
annuus
Composta 40
Total 300
Fonte: Autor.
36
Tabela 7: “Mix” de sementes para taludes de aterro.
Nome Comum
Nome
Científico
Família
Densidade (kg/ha)
Crotalária
Crotalária
Crotalaria
spectabilis
Crotalaria
juncea
Leguminosa 70
Leguminosa 60
Feijão-guandu Cajanus cajan Leguminosa 70
Centrosema
Capim-gordura
Nabo Forrageiro
Centrosema
pubens
Melinis
minutiflora
Raphanus
sativus
Leguminosa 40
Gramínea 20
Crucífera 40
Total 300
Fonte: Autor.
Tabela 8: “Mix” de sementes para taludes de corte.
Nome Comum
Crotalária
Crotalária
Nome
Científico
Crotalaria
spectabilis
Crotalaria
juncea
Família Densidade (kg/ha)
Leguminosa 60
Leguminosa 50
Feijão-guandu Cajanus cajan Leguminosa 60
Centrosema
Calopogônio
Capim-gordura
Centrosema
pubens
Calopogonium
muconoides
Melinis
minutiflora
Leguminosa 40
Leguminosa 30
Gramínea 40
Total 280
Fonte: Autor.
37
Tabela 9: “Mix” de sementes para áreas de empréstimo de material laterítico.
Nome
Comum
Nome Científico Família Densidade (kg/ha)
Crotalária Crotalaria spectabilis Leguminosa 50
Crotalária Crotalaria juncea Leguminosa 50
Feijãoguandu
Cajanus cajan Leguminosa 70
Calopogônio
Calopogonium
muconoides
Leguminosa 30
Mucuna preta Mucuna aterrima Leguminosa 40
Capimgordura
Melinis minutiflora Gramínea 40
Total 280
Fonte: Autor.
3.3.1 Descrição dos cortes
Como existem situações particulares em cada corte, julgamos adequada uma sucinta
explanação dos problemas encontrados e das soluções adotadas, conforme descrito a seguir,
observando-se que foram indicadas pequenas alteração na quilometragem original, para
melhor adequá-las a cada locação específica:
Tabela 10: Descrição e soluções adotadas em cada ponto.
Ponto Descrição Soluções Localização Município
P14
Talude do lado esquerdo com 22 metros de
altura, formado por duas bancadas, com
sulcos erosivos pequenos.
1 e 2 km 231 + 800
Santa Inês -
MA
P15
Taludes do lado esquerdo (18m) e direito
(15m) apresentando sulcos pequenos
1 km 234 + 100
Santa Inês -
MA
P16
Talude do lado esquerdo com 15 metros de
altura apresentando erosões localizadas de
2 km 234 + 800
Santa Inês -
MA
38
pequenas proporções.
P17
Talude do lado esquerdo da ferrovia, com
15m altura. Erosões localizadas nas faces de
pequenas proporções.
1 km 235 + 100
Santa Inês -
MA
P22
Talude do lado direito com 10m de altura.
Erosões localizadas nas faces dos taludes,
com pequenas proporções.
1 e 3 km 244 + 000
Santa Inês -
MA
P23
Talude do lado esquerdo em duas bancadas
(160x18m) com erosões em sulco de grandes
proporções (ravinas) nas faces.
1 Km 254 + 000
Santa Inês -
MA
P24
Talude do lado esquerdo da ferrovia, com
10m altura. Erosões localizadas nas faces de
pequenas proporções.
2 e 3 km 254 + 900
Santa Inês -
MA
P25
Talude do lado esquerdo com 12m de altura
apresentando erosões localizadas nas faces
dos taludes, com pequenas proporções.
1 e 2 km 259 + 800
Santa Inês -
MA
P26
Taludes do lado esquerdo da ferrovia
extensos e em bancada única (100x10m),
apresentando ambos rupturas, deslizamentos
e abatimento da crista.
2, 3, 4 e 4A
km 264 + 200
a 264 + 700 –
Taludes A, B e
C
Alto Alegre
do Pindaré -
MA
Talude do lado esquerdo com 20m de altura.
Alto Alegre
P27
Erosões localizadas nas faces dos taludes,
3 km 265 + 200
do Pindaré -
com pequenas proporções.
MA
Talude do lado direito com 15m de altura.
Alto Alegre
P28
Erosões localizadas nas faces dos taludes,
1 e 3 km 265 + 700
do Pindaré -
com pequenas proporções.
MA
Talude do lado esquerdo (160x12m),
Alto Alegre
P29
apresentando erosões e deslizamentos na
1 e 3 Km 265 + 400
do Pindaré -
bancada inferior
MA
P30
Talude do lado esquerdo com 15m de altura
apresentando erosões localizadas nas faces
3 km 266 + 600
Alto Alegre
do Pindaré -
39
dos taludes, com pequenas proporções.
MA
Talude do lado esquerdo com 12 metros de
Alto Alegre
P31
altura apresentando erosões pequenas nas
2 e 3 km 280 + 400
do Pindaré -
faces.
MA
P33
Talude do lado esquerdo (100x5m) com um
ponto de ruptura de grande proporção na
bancada inferior.
2 e 3 Km 303 + 300
Povoado Boa
Vista - MA
Talude de corte do lado direito (200x8m) em
km 731 + 200
P78
bancada única com ruptura e deslizamento de
1 e 3
a km 731 +
Marabá - PA
grandes proporções.
400
P79
P80
P81
P82
Talude direito (200x10m) com ruptura e
deslizamento de material em direção à base.
Área degradada por disposição de material
excedente da ferrovia localizada na margem
esquerda e apresentando sulcos erosivos
generalizados.
Área degradada por disposição de material
excedente da ferrovia localizada na margem
direita e apresentando sulcos erosivos
generalizados.
Talude do lado direito (100x30m) com
deslizamento de grandes proporções, sendo
reabilitado.
1 e 3 km 731 + 800 Marabá - PA
1 e 2 km 756 + 900 Marabá - PA
1 e 3 km 796 + 000 Marabá - PA
2 e 3 km 798 + 300 Marabá - PA
Talude do lado direito com dois bancos, num
Povoado
P83
total de 9m de altura. Apresenta erosões
localizadas nas faces, de pequenas
3 Km 802 + 000
Centro de
Abraão –
proporções.
MA
P84
Talude lado direito (200x20m) com
ocorrência de deslizamento recente por
saturação do material.
Fonte: Autor.
1, 2 e 4A km 802 + 600 Marabá - PA
40
3.4 Resultados da Elaboração de projeto de RAD
As obras foram quantificadas de acordo com os dados retirados dos projetos
específicos para cada ponto, e os preços unitários obtidos através da utilização de listas de
preços utilizando composição de custos unitários com parâmetros obtidos por preços
consagrados de mercado e foi feito uma planilha contendo o custo unitário de cada obra
subtotalizando um valor global para cada ponto para facilitar a contratação da empresa
especializada bem como o fluxo financeiro para programação da verba necessária para
recuperação das obras de recuperação das áreas degradadas, devidamente adequadas à
realidade local, tanto sob o aspecto da mão-de-obra quanto ao consumo de materiais,
consideradas as obras em seu conjunto. Para uma maior visão e flexibilidade na fase de
licitação.
41
4 EXECUÇÃO DAS OBRAS
Abaixo daremos um exemplo após a execução do projeto da fase construtiva de
recuperação de uma área degradada seja em rodovia ou ferrovia.
A técnica que será evidenciada abaixo foi próxima a solução definida em projeto
tratada neste trabalho como do tipo 3 descrito no item 3.2.2.3 que é utilização de biomantas
com aplicação de solo grampeado verde seguido de aplicação de tela vegetal.
4.1 Definição de Biomantas
As biomantas ou telas vegetais são esteiras constituídas de fibras vegetais desidratadas
que são entrelaçadas por meio de costuras de fios, látex natural, colas ou ainda grelhas de
polipropileno.
Protegem o solo da erosão superficial retendo a umidade por mais tempo.
Essa retenção propicia condições mais adequadas de germinação e desenvolvimento
das espécies vegetais semeadas, além de fornecer nutrientes, pois, são degradáveis e servem
de fonte de matéria orgânica para o solo, auxiliando em sua estruturação.
Podem ser fabricadas utilizando diversos produtos tais como: celulose, sisal, fibra de
coco, juta, colmo de diversas plantas, etc.
Cada clima e cada tipo de solo devem ser tratados de maneira diferenciada com a
biomanta mais adequada para aquele tipo de solo e/ou clima.
Além de evitar a erosão superficial, proporcionam sombreamento e também a retenção
da umidade no solo, quando se implanta o trabalho de reconstituição vegetal facilita a
germinação de sementes no local.
Protege o solo contra impacto direto da chuva e mantêm boa umidade e proteção das
sementes lançadas.
As biomantas podem ser aplicadas em qualquer declividade ou tipo de solo;
diretamente sobre a superfície que se deseja proteger com finalidades estéticas, ambientais e
para estabilização de solos desde que não muito íngremes ou instáveis.
A composição, degradabilidade, gramatura, e resistência das biomantas são variáveis e
devem adequar-se às necessidades dos projetos de recuperação e proteção ambiental
específico, já que esses se destinam a diferentes necessidades e situações.
42
4.1.1 Objetivos de se aplicar a biomanta
Proteção imediata contra o efeito dos agentes erosivos, processos de deslocamento e
mobilização de partículas como: áreas recém-terraplenadas, taludes de corte e aterro,
dunas não estabilizadas, margens de rios e canais, áreas com recobrimento deficiente da
vegetação, proteção de dispositivos de drenagem, áreas de disposição de resíduos industriais,
aterros sanitários e quaisquer superfícies de solo desprotegidas contra a ação dos processos
erosivos.
As biomantas podem ser aplicadas diretamente sobre a superfície que se deseja
proteger com finalidades estéticas, ambientais e para estabilização de solos. A
composição, degradabilidade, gramatura, e resistência das biomantas são variáveis e deve
adequar-se às necessidades dos projetos de recuperação e proteção ambientais específicos, já
que esses se destinam a diferentes necessidades e situações.
4.2 Metodologia Executiva Simplificada
1 - Ancoragem superior
2 - Preenchimentos de erosões com retentores de sedimentos com bio-retentores
3 - Construções de bermas artificiais
4 - Preparo do solo (coveamento e semeio)
5 - Ancoragem inferior
6 - Grampeamento longitudinal
7 - Grampeamento transversal
8 - Efeitos da vegetação na estabilidade de taludes
43
Figura 13: Passos para a recuperação e proteção de taludes com biomantas antierosivas.
Fonte: Deflor, 2014.
4.3 Como as biomantas chegam a obra
As biomantas chegam a obra geralmente em rolos que podem ser facilmente
empilhados e distribuídos em caminhões e carretas, facilitando a distribuição em grandes
quantidades e sendo uma carga relativamente leve.
44
Figura 14: Caminhão carregado com biomanta. Fonte: Acervo próprio.
4.3.1 Para que servem as biomantas
As biomantas servem para facilitar o plantio em taludes de alta declividade e locais
onde existe a formação de processos erosivos.
4.4 Metodologia Executiva
4.4.1 Limpeza, acerto, preparo e regularização do terreno do talude
Após a conclusão do serviço de terraplenagem, uma vez quantificado e definido a área
da aplicação da Biomanta, faz-se a fixação de cordas para trabalho de rapel, acopladas a
dispositivos trava quedas, onde todos os funcionários são atados a uma linha de vida para
permitir trabalhar de maneira ágil e segura em taludes íngremes.
É desejável que a superfície do talude esteja a mais regularizada possível, para que
as biomantas possam ficar totalmente aderidas à superfície. O acerto e regularização podem
ser feitos manualmente ou mecanicamente, buscando eliminar os sulcos erosivos,
o preenchimento dos espaços vazios e a ancoragem dos sedimentos soltos. As concavidades
45
do terreno e as negatividades dos taludes devem ser removidas ou minimizadas, para evitar
a formação de novos focos erosivos, desmoronamentos e escorregamentos.
Figura 15: Conclusão dos serviços de terraplenagem mecanizada. Fonte: Acervo próprio.
Figura 16: Limpeza e Regularização do talude. Fonte: Acervo próprio.
46
4.4.2 Preparo do solo e semeio
Após a regularização da superfície do talude e o sistema de drenagem estiver
construído, inicia-se o preparo do solo, que consiste em efetuar o micro-coveamento, ou seja,
covas pequenas umas próximas das outras e de profundidade suficiente, de maneira a reter
todos os insumos a serem aplicados, como fertilizantes, corretivos, mulch, adesivos e
sementes. Estes insumos podem ser aplicados manualmente ou por via aquosa
(hidrossemeadura). A quantidade dos insumos a ser aplicada deve ser previamente
estabelecida pelo técnico responsável pelo projeto.
4.4.3 Eliminação de ravinas, erosões, buracos e vegetações
A equipe desce o talude, aterrando todas as voçorocas, regularizando o terreno, tirando
as imperfeições e os desníveis, de uma forma a procurar deixar o talude liso e sem vegetações
remanescentes.
Figura 17: Eliminação de Ravinas e Voçorocas. Fonte: Acervo próprio.
47
Figura 18: Regularização do Talude. Fonte: Acervo próprio.
4.4.4 Execução do coveamento do talude
À medida que é feita a regularização e o aterro das ravinas e voçorocas, a equipe
verifica a necessidade de se elaborar o coveamento do talude. O coveamento é bater com
a enxada ou chibanca no talude gerando pequenos sulcos, deixando o talude homogêneo e de
certa forma com cavidades que irão facilitar durante a semeadura manual ou a aplicação das
sementes através de hidrossemeadura que garante melhor eficiência e produtividade.
Figura 19: Detalhe do Microcoveamento. Fonte: Deflor, 2014.
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Figura 20: Coveamento do talude, operação executada com uso de enxada. Espaçamento
entre covas de 10 cm, com profundidade de 5 cm. Fonte: Acervo próprio.
Figura 21: Coveamento seguido de semeadura manual. Fonte: Acervo próprio.
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4.4.5 Plantio da Semente
O plantio da semente ou do coquetel de sementes deve ser feito de uma
maneira homogênea, garantindo a cobertura das sementes em toda a superfície do talude, seja
de forma manual ou através de hidrossemeadura, garantindo uniformidade na germinação das
sementes.
As sementes a serem utilizadas deverão conter referências à porcentagem de pureza e
ao poder germinativo. A seleção das espécies deve basear-se em critérios de adaptabilidade e
do clima da região, rusticidade, capacidade de reprodução e perfilhamento, velocidade
de crescimento e facilidade de obtenção de sementes.
As espécies aqui apresentadas pertencem a duas famílias botânicas: as gramíneas e
as leguminosas. Devido à similaridade quanto às suas características de interesse elas
serão descritas e agrupadas conforme segue:
4.4.5.1 Gramíneas
Apresentam crescimento rápido, baixa exigência em fertilidade do substrato e alta
capacidade de perfilhamento. Contribuem para a sustentabilidade do sistema através do
fornecimento de matéria orgânica, devido a sua grande capacidade de produção de biomassa.
4.4.5.2 Leguminosas
Apresentam alta capacidade reprodutiva, baixa exigência em fertilidade e melhoram as
características do substrato através da fixação biológica de nitrogênio atmosférico. Devido às
características de desenvolvimento do sistema radicular, favorecem a estabilidade das
camadas mais profundas do solo.
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4.4.5.3 Caminhão hidrossemeador
Figura 22: Plantio de semente através de hidrossemeadura com caminhão hidrossemeador.
Fonte: Acervo próprio.
Figura 23: Talude coveado e hidrossemeadura em execução. Aplicação de hidrossemeadura
com utilização de bomba e caminhão hidrossemeador. Fonte: Acervo próprio.
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4.4.6 Relação de espécies e sementes
Apresentamos a seguir o quadro de espécies e quantidades utilizadas
no processo de hidrossemeadura realizado com frequência na região Sudeste do Brasil que
tem apresentado grande índice de germinação e brota.
Tabela 11: Espécies e quantidades utilizadas no processo de hidrossemeadura realizado
com frequência na região Sudeste do Brasil.
Fonte: Deflor, 2014.
A quantidade e proporção de sementes poderão variar de acordo com o tipo de local,
material do talude e inclinação, após a avaliação pelo técnico responsável, pequenos ajustes
em função da brota e germinação poderão ser feitos para adequação do coquetel de sementes a
ser aplicado no local.
4.4.7 Quantidades totais de espécies e sementes
A mistura a ser aplicada é dimensionada para 5.000 litros de água, correspondente à
carga de aplicação para 1.000 m² de superfície de talude, por via aquosa (hidrossemeadura). A
adubação de cobertura deverá ser realizada de 45 a 60 dias após a germinação, mediante
avaliação técnica.
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Tabela 12: Insumos básicos / Quantidade (Kg/ha).
Fonte: Deflor, 2014.
4.4.8 Aplicação das biomantas
As biomantas vêm acondicionadas em bobinas. A aplicação deve ser iniciada pelo
topo do talude, desenrolando-se a bobina, fixando-a e moldando-a sobre uma valeta
escavada com 10 cm de largura e 10 cm de profundidade, deixando ultrapassar 20 cm além da
valeta.
Figura 24: Detalhe de como se apresenta a biomanta. Fonte: Deflor, 2014.
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Tem sido utilizado em obras de engenharia em substituição dos tradicionais
dispositivos de drenagem superficiais. É constituído de fibras vegetais desidratadas que
passam por uma prensagem, formando um cilindro flexível e muito resistente, parecido com
um charuto.
É interessante que as fibras vegetais retêm sedimentos, mas permitem a passagem da
água, não colmatam com facilidade e se enterrados no chão também podem ser utilizados
como um dreno longitudinal profundo.
São leves, a fibra vegetal tem densidade aproximada de 100 kg/m3, sendo de fácil
manuseio, que permite transporte manual para locais de difícil acesso.
Tem grande capacidade de reter e absorver umidade sendo sua capacidade de absorção
de até cinco vezes o seu peso em água. Podem ser fabricados e encontrados no mercado nos
diâmetros de 40 cm, 50 cm e 60 cm de comprimento de 1,60 m a 10,00 m de comprimento,
absorve cerca de 100 litros de água e pesa em torno de 20 kg cada peça.
É flexível, facilmente moldável no local onde será aplicado, permitindo dobras e
curvas podendo acompanhar as curvas de nível do talude, porém quando prensado, reduz
parcialmente o volume.
A ancoragem é realizada com o grampeamento da biomanta no fundo da valeta e
em seguida é aplicado solo compactado manualmente.
4.4.8.1 Detalhe da fixação da biomanta na crista do talude
Observe que escavamos uma canaleta ou valeta circular com cerca de 20 cm
de diâmetro médio onde aplicamos a biomanta fixadas com grampos metálicos na forma de
"U" onde aterramos a canaleta ou valeta fechando com a própria biomanta deixando a crista
do talude sempre mais alta evitando facilitar a descida d´água durante a chuva.
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Figura 25: Fixação da biomanta na crista do talude. Fonte: Deflor, 2014.
Figura 26: Charuto de fibra utilizado para reter a força d´água e sedimentos, atuando como
uma canaleta de caminhamento de água. Fonte: Acervo próprio.
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Figura 27: Retentor de sedimento cilíndrico. Fonte: Acervo próprio.
Aplicam-se fertilizantes e sementes, dobra-se os 20 cm excedentes da biomanta sobre
a valeta e promove-se sua fixação com grampos com espaçamento mínimo a cada 40 cm, em
toda a extensão da largura da biomanta. Esta fixação no topo do talude é preponderante para a
performance do produto.
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Figura 28: Hidrossemeadura entre os retentores de sedimento. Fonte: Acervo próprio.
4.4.8.2 Aplicação da biomanta
Concluído o plantio das sementes, devemos transportar a biomanta para o local
mais alto e aplicá-la de preferência de cima para baixo. A biomanta vegetal pode ser
confeccionada de vários materiais diferentes, todos de origem vegetal.
Figura 29: Transporte manual da biomanta até o local mais alto do talude para aplicação.
Fonte: Acervo próprio.
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Figura 30: Aplica-se a biomanta na berma e deixa rolar talude abaixo. Fonte: Acervo
próprio.
As bobinas devem ser estendidas (desenroladas) sempre no sentido da declividade do
talude.
Sua fixação, bem como a quantidade e especificação dos grampos, deve seguir
a recomendação técnica estabelecida no projeto, em função do material e inclinação do
talude.
Os transpasses laterais das biomantas devem ser de 3 a 5 cm, e a sobreposição
(transpasse) longitudinal deverá ser de no mínimo 5 cm. O grampeamento nos transpasses
deverá ter espaçamento mínimo de 30 cm.
4.4.8.3 Aplicação da biomanta no talude
O aplicador desce desenrolando a biomanta e executando o grampeamento,
mantendo-a sempre rente ao solo.
O processo de semeio é realizado anteriormente à instalação e fixação das
biomantas antierosivas.
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Figura 31: Desenrolando a biomanta. Fonte: Acervo próprio.
Figura 32: Colocar uma ao lado da outra com transpasse ou não, depende do projeto e do
local. Fonte: Acervo próprio.
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4.4.9 Aplicação de charutos ensacados de fibra vegetal ou retentores de sedimento
Os charutos ensacados de fibra são facilmente encontrados no mercado também
conhecidos como retentores de sedimento são de fácil instalação, não necessitando de
equipamentos ou técnicas especiais. Para ser instalado requer fixação, com estacas de
madeira, bambu, aço ou ainda estacas vivas. Em alguns casos deve-se fazer uma valeta
(berço) para que os retentores de sedimento alcancem sua maior eficiência com relação a
resistência da força das chuvas e impedindo erosão.
Este berço poderá ter de 5 a 20 cm de profundidade, de acordo com as dimensões do
retentor de sedimento e condições do local ou do talude onde será aplicado.
Apresentamos abaixo algumas das aplicações bem sucedidas do Charuto ensacado de
fibra vegetal ou retentores de sedimento:
4.4.9.1 Construção de Bermas artificiais
Os retentores de sedimento podem ser utilizados para reduzir o comprimento dos
taludes, agindo como bermas artificiais em taludes de grande inclinação e de grande
comprimento. A instalação é feita no sentido transversal à declividade, formando um cordão
em nível. Os retentores de sedimentos devem ser fixados cuidadosamente,
havendo a necessidade de se fazer uma valeta para encaixá-lo adequadamente, evitando que
os sedimentos passem por baixo do produto. A fixação é feita com grampos de aço, madeira
ou bambu, tendo comprimento suficiente para atingir o solo coeso.
Figura 33: Detalhe das Bermas artificiais feitas com retentores de sedimento.
Fonte: Deflor, 2014.
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Figura 34: Retentores de sedimento colocados ao longo do talude para reduzir a velocidade
da água da chuva. Fonte: Acervo próprio.
Figura 35: Detalhe do talude com a aplicação dos retentores de sedimentos tipo charuto
feitos com fibras vegetais para funcionar como uma berma artificial. Fonte: Deflor, 2014.
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Figura 36: Detalhe da descida da biomanta com auxílio do rapel. Fonte: Acervo próprio.
Figura 37: Perfil longitudinal do talude com a aplicação dos retentores de sedimentos tipo
charutos feitos fibras vegetais feitos para funcionar como uma berma artificial.
Fonte: Deflor, 2014.
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4.4.9.2 Retentores de sedimentos tipo charuto
São aplicados transversalmente ao sentido do fluxo e a declividade do talude,
os retentores de sedimentos serão fixados com grampos de aço, bambu ou madeira, cujos
comprimentos serão suficientes para atingir o solo mais coeso. Deve-se proceder a abertura
de uma valeta de encaixe de cerca de 1/3 do diâmetro dos retentores de sedimento tipo
charuto, evitando a passagem dos sedimentos por sua base e proporcionando maior aderência
com o solo.
Figura 38: Talude tratado com biomanta. Fonte: Acervo próprio.
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Figura 39: Detalhe da aplicação dos retentores de sedimento do tipo charuto.
Fonte: Deflor, 2014.
4.4.9.3 Interface do solo
A interface de pilares de concreto ou madeira, afloramentos rochosos, árvores
de grande porte, dentre outras estruturas rígidas com o solo é uma área suscetível à erosão em
função da percolação da água. Os retentores de sedimento tipo charuto aplicados
nesta interface reduz o impacto da água, proporcionando estabilidade e prolongando a vida
útil de tais estruturas. A aplicação poderá ser feita com retentores no diâmetros 40 cm ou 20
cm, dependendo da área a ser protegida, deve-se procurar envolver a estrutura rígida para
evitar contato direto com o solo, e a proteção deve ser em toda a interface. Os retentores de
sedimento tipo charutos podem ser aplicados em qualquer sentido, sendo fixados ou
amarrados da maneira mais eficiente, inclusive utilizados para obturação de grandes erosões e
voçorocas no local da aplicação de solo ou do solo ensacado.
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Figura 40: Interface da madeira com o solo. Fonte: Deflor, 2014.
4.4.9.5 Estruturas rígidas
Aplicados nos tardos do gabião revestidos pela biomanta facilita a saída de água que
geram empuxo ativo no tardoz das estruturas de gabião reduzindo a pressão interna da altura
da coluna d´água, diminuindo as cargas atuantes atrás dos gabiões.
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Figura 41: Aplicação de biomanta nos tardos do gabião. Fonte: Deflor, 2014.
4.4.9.5 Drenos profundos e sub-superficiais
Fazer a escavação das valas na profundidade projetada, utilizando brita e areia no
fundo e nas laterais da vala, aplicando os charutos retentores de sedimento ensacados com
fibra vegetal, no centro, podendo ser uma ou mais fileiras, dependendo do diâmetro utilizado.
Os charutos retentores de sedimento ensacados com fibra vegetal devem ficar bem protegidos,
evitando o contato com o ar, o que garantirá a longevidade do produto.
Figura 42: Canaletas para funcionar como DLP - Drenos Horizontais Longitudinais
Profundos, utilizando os charutos retentores de sedimento. Fonte: Deflor, 2014.
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4.4.10 Retenção de óleos e materiais flutuantes
São aplicados transversalmente ao sentido do fluxo e a declividade do talude,
os retentores de sedimentos tipo charuto serão fixados com grampos de aço, bambu ou
madeira, cujos comprimentos serão suficientes para atingir o solo mais coeso. Deve-se
proceder a abertura de uma valeta de encaixe de cerca de 1/3 do diâmetro dos retentores de
sedimentos tipo charuto, evitando a passagem dos sedimentos por sua base e proporcionando
maior aderência com o solo.
Figura 43: Retenção de óleos e graxas e direcionamento de fluxo. Fonte: Deflor, 2014.
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Figura 44: Exemplo de utilização de barreiras com Retentores de sedimentos tipo charuto.
Fonte: www.snatural.com.br/controle-derramamentos-vazamentos-oleo-petroleo.html.
4.5 Fixação das Mantas Vegetais
4.5.1 Grampeamento da Manta
Quando a biomanta estiver aplicada sobre o talude, iremos executar o grampeamento
da manta em malha quadrada de forma a evitar que a biomanta crie pontos que fiquem sem
contato com o solo. Este grampeamento é feito de preferência com grampos de aço CA-50.
A boa fixação das biomantas garantirá o sucesso do trabalho. Esta fixação poderá ser
feita com grampos de aço, madeira, bambu ou polivinil, de tamanhos e formas variadas,
devendo ser aplicada conforme detalhado em projeto, de acordo com as características
específicas do local a ser protegido ou recuperado.
Tabela 13: Tipos e características dos grampos para fixação das biomantas.
Fonte: Deflor, 2014.
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É importante salientar que quanto melhor for à fixação da biomanta ao solo, maior
segurança será conferida ao projeto. A fixação inadequada da biomanta gerará dificuldade
para que a vegetação a ultrapasse o que poderá gerar focos erosivos no local de má aderência,
devido ao escoamento livre da água na superfície do talude, sem contato com a biomanta.
Figura 45: Biomanta aplicada sobre talude. Fonte: Acervo próprio.
4.5.2 Traspasses laterais e longitudinais para as biomantas
O número de grampos por unidade de área depende da inclinação do talude,
suscetibilidade à erosão, tipo do material, segurança requerida para o local e regularização da
área.
Os taludes já totalmente regularizados exigem menor rigor na fixação. Taludes
parcialmente regularizados, sem regularização, de grande inclinação ou com grande
suscetibilidade à erosão, devem utilizar um maior número de grampos por área.
Em solos não coesos e arenosos deverão ser utilizados grampos mais compridos.
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Figura 46: Transpasses laterais para biomantas. Fonte: Deflor, 2014.
Figura 47: Transpasses longitudinais para biomantas. Fonte: Deflor, 2014.
Os esquemas a seguir mostram como fixar adequadamente as biomantas, de acordo
com a inclinação dos taludes (H:V).
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Figura 48: Fixação das biomantas em função da inclinação dos taludes. Fonte: Deflor, 2014.
Figura 49: Aplicação dos grampos de aço. Fonte: Acervo próprio.
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Figura 50: Biomanta aplicada no talude. Taludes já protegidos com biomantas antierosivas.
Drenagem e biomantas antierosivas aplicadas em taludes de corte. Local: Mineroduto.
Fonte: Acervo próprio.
4.6 Reforço de semeadura manual ou hidrossemeadura
Após a fixação da biomanta com grampos de aço, fazemos uma nova aplicação
manual de semeadura ou até mesmo a hidrossemeadura, dependendo da acessibilidade local.
Isso ajuda a promover uma melhor aderência da manta no solo bem como melhora a
qualidade e do percentual de germinação efetivo das sementes. Fazemos este processo
dependendo do tipo de manta que foi empregado, pois em alguns casos não é necessário este
reforço.
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Figura 51: Hidrossemeadura em cima da biomanta aplicada. Fonte: Acervo próprio.
Dependendo da situação poderá ser executado o solo grampeado verde com
chumbadores mais profundos com placa e porca para locais onde o talude tem problemas de
estabilidade.
Figura 52: Placa e porca para locais onde o talude tem problemas de estabilidade. Fonte:
Acervo próprio.
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4.7 Adubação e irrigação até a brota
Geralmente após 1 mês de feito a última etapa, faz-se uma vistoria no local para
verificação da brota e do plantio, dependendo do resultado e necessário algum trabalho
pontual, principalmente nos locais onde a germinação não aconteceu da mesma
forma homogênea. Podendo ser feita uma adubação complementar nestes pontos bem como
uma melhora na semeadura que teve baixa densidade de brota e de plantas. Isso requer um
valor complementar a ser agregado a obra e é sempre bom combinar antes com o cliente o
procedimento de aferição e pagamento.
Figura 53: Irrigação após a brota. Fonte: Acervo próprio.
4.8 Antes e depois
Vemos nesta foto a vegetação com 90 dias após a aplicação com excelente aspecto
nutricional e de recuperação da área degradada.
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Figura 54: Antes e depois. Fonte: Acervo próprio.
Figura 55: Vista frontal em perspectiva da instalação de biomantas antierosivas em canais e
cursos d’água. Fonte: Deflor, 2014.
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Figura 56: Seção longitudinal da instalação de biomantas em cursos d´água.
Fonte: Deflor, 2014.
Figura 57: Proteção de cursos d’água e reservatórios com retentores de sedimento.
Fonte: Deflor, 2014
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É fato chegar a conclusão que é possível haver progresso com responsabilidade e
respeito conhecendo e identificando os problemas causados pelas cicatrizes geradas pelos
processos erosivos de áreas degradadas bem como buscar soluções responsáveis para
diagnosticar corretamente os problemas visando empregar as soluções mais adequadas.
Neste estudo vemos o quanto é importante conhecer os problemas em campo das
erosões oriundas de grandes áreas degradadas por todo o Brasil, para podermos utilizar
métodos mais indicados para a contenção, recuperação e tratamento de áreas degradadas que
como mostrado neste trabalho já foram testadas e confirmadas e apesar da existência da
degradação com apoio da inteligência e da análise da engenharia e análise ambiental é
possível minimizar e reverter vários quadros de degradação, colocando a área degradada o
mais próximo da sua plenitude antes da intervenção humana.
Neste trabalho vemos que a bioengenharia conjugada a outras atividades
multidisciplinares por meio da vegetação associada a biomantas está mostrando resultados
eficientes nesta área.
Ao analisar diversos estudos de casos comparando com outras obras onde o uso da
vegetação não foi muito elaborado, foi possível constatar a importância de se ter domínio e
conhecimento do solo, das espécies vegetais, bem como dos paramentos geológico /
geotécnicos dos taludes, para que se tenha domínio não só da recuperação da área degrada,
mas também a certeza de manter os taludes estáveis.
O emprego do tratamento da vegetação e da recuperação das áreas degradadas, não só
traz estabilização dos taludes como combate a formação de ravinas, voçorocas e processo
erosivos de maior volume, bem como apresenta uma solução estética extremamente
confortável ao visual adequado aos modernos conceitos que o profissional analista ambiental
persegue, assim como a busca equilibrada do progresso caminhando lado a lado a
sustentabilidade.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – Associação Brasileira de normas técnicas. Degradação do solo: terminologia, NBR
10.703, 1989.
BOTELHO, S. A. et al. Implantação de florestas de proteção. Lavras: Universidade Federal
de Lavras/FAEPE, 2001. 81p.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada
em 5 de outubro de 1988. Contêm as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF:
Senado, 1988.
_______. Decreto Federal n° 97.632, de 10 de Abril de 1989. Dispõe sobre a regulamentação
do Artigo 2°, inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 2, 1989.
_______. Lei nº 4771, de 16 de setembro de 1965. Institui o novo código florestal. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 set. 1965.
_______. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências........
DEFLOR. Guia de Instalação de biomantas antierosivas, retentores de sedimentos e
hidrossemeio. Disponível em: <http://www.deflor.com.br/pdf/guia_portugues.pdf>. Acesso
em: 23 set. 2014.
INPE (2015) http://www.obt.inpe.br/degrad/
www.snatural.com.br/controle-derramamentos-vazamento-oleo-petroleo.html