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NOVEMBRO 2020 43<br />

aquilo que aprendeu durante o dia. Então, tanto para a saúde<br />

física quanto para a saúde mental e para a aprendizagem,<br />

o sono é uma questão que precisa ser levada muito<br />

a sério”, alerta. Adriessa concorda. “Não aprendemos dormindo,<br />

mas sem dormir não aprendemos. O dormir é um<br />

pilar fundamental na consolidação da aprendizagem”, diz.<br />

Isso porque, da mesma forma que as sinapses podem<br />

ser fortalecidas, também podem ser enfraquecidas. Assim,<br />

garantir que o cérebro tenha as horas necessárias<br />

de sono para que os conteúdos aprendidos se tornem<br />

mais fortes é também uma forma de ajudá-lo a aprender.<br />

Outra boa estratégia, orientam as especialistas, é insistir<br />

algumas vezes nos conteúdos abordados com os alunos.<br />

Isso pode ser feito, por exemplo, iniciando as aulas<br />

seguintes revisitando os conceitos e oferecendo novas<br />

formas de o aluno ter contato com os mesmos assuntos.<br />

CONEXÕES FEITAS<br />

As conexões - ou sinapses - são diferentes para<br />

cada pessoa. De acordo com os princípios da neurociência,<br />

as inúmeras conexões feitas pelo cérebro<br />

durante o processo de aprendizagem podem ser determinantes<br />

para que alguém tenha maior ou menor<br />

facilidade para aprender.<br />

Michele opina que tratar a educação sob a perspectiva<br />

da neurociência pode contribuir para que os alunos<br />

aprendam mais e melhor. “Durante muito tempo,<br />

focamos a educação no conteúdo, no que a criança<br />

tem que aprender”, afirma, ressaltando que, hoje, sa-<br />

be-se que o mais importante é focar na maneira como<br />

a criança aprende. “Muitas vezes, o conteúdo não é<br />

dado de uma forma que faça sentido para quem está<br />

aprendendo. Então, a neurociência nos ensina a dar<br />

sentido ao conteúdo para quem está aprendendo”.<br />

NEUROTRANSMISSORES<br />

Isso significa repensar a forma de ensinar, fazendo<br />

com que os conteúdos sejam mais interessantes para as<br />

crianças e adolescentes. Michele explica que uma boa estratégia<br />

para isso é despertar a curiosidade dos alunos.<br />

“As crianças vão se engajar na aprendizagem se elas estiverem<br />

interessadas no assunto - e os interesses variam<br />

de acordo com cada um. A curiosidade é supernecessária<br />

para a retenção da informação porque, quando a gente<br />

está em um estado curioso, uma série de neurotransmissores<br />

entra em ação para que a atenção fique focada e o<br />

conhecimento fique retido”, sintetiza.<br />

NEUROPLASTICIDADE<br />

Como destaca Adriessa, a capacidade de fazer e<br />

desfazer conexões - chamada de neuroplasticidade -<br />

é sempre única. “Gêmeos idênticos, por exemplo, têm<br />

o mesmo material genético e, se expostos à mesma<br />

aprendizagem, as conexões que eles formam serão<br />

diferentes”. Assim, segundo ela, pode-se concluir que<br />

todas as pessoas têm formas únicas de aprender. Então,<br />

a aprendizagem personalizada não tem fórmulas<br />

prontas, receitas que podem ser aplicadas a todos os<br />

alunos e que terão sempre os mesmos resultados.<br />

Arquivo<br />

Garantir que o cérebro<br />

tenha as horas necessárias<br />

de sono para que os<br />

conteúdos aprendidos<br />

se tornem mais fortes é<br />

também uma forma de<br />

ajudá-lo a aprender

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