24.11.2020 Views

Agenda Cultural de Proença-a-Nova - Dezembro 2020

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Agenda</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>2020</strong><br />

abc das localida<strong>de</strong>s<br />

CASAL DA RIBEIRA<br />

“<br />

Reza a história que o Casal<br />

da Ribeira teve origem na fixação<br />

<strong>de</strong> um casal neste local ribeirinho,<br />

<strong>de</strong> terreno plano, solo fértil<br />

e abundância <strong>de</strong> água o ano todo,<br />

fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencial para<br />

a agricultura.<br />

“<br />

Virada para o concelho vizinho <strong>de</strong> Castelo Branco, o Casal<br />

da Ribeira, assim como as al<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Casalinho, Carregal,<br />

Carregais, Ferraria, Lameira e Ponte do Alvito, faz parte<br />

do conjunto <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s encaixadas entre a encosta da<br />

serra das Talhadas e a ribeira do Alvito. Reza a história que<br />

o Casal da Ribeira teve origem na fixação <strong>de</strong> um casal neste<br />

local ribeirinho, <strong>de</strong> terreno plano, solo fértil e abundância<br />

<strong>de</strong> água o ano todo, fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencial para a<br />

agricultura. Mesmo não se sabendo a veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

história, Hélio <strong>Proença</strong> também se refere a ela nos seus<br />

versos: Corre a água muito fresquinha | E pura mesmo à<br />

sua beira | Nascido à volta <strong>de</strong> uma casinha | Chama-se<br />

Casal da Ribeira.<br />

Manuel Martins, <strong>de</strong> 82 anos, lembra-se bem das extensas<br />

plantações <strong>de</strong> milho e centeio ao longo do leito da<br />

ribeira on<strong>de</strong> existia uma levada <strong>de</strong> água que servia as<br />

proprieda<strong>de</strong>s e que atualmente gostava que alguém<br />

a restaurasse, assim como o caminho principal <strong>de</strong><br />

antigamente, paralelo à ribeira, e que ligava a al<strong>de</strong>ia ao<br />

Casalinho, ambos com potencial turístico. “Os meus netos<br />

trazem os amigos aqui e ficam encantados com tanta<br />

beleza. As pessoas ficam <strong>de</strong>slumbradas com este lugar e<br />

é preciso haver alguém que crie condições para que não<br />

<strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> existir”, confessa. Sentado no forno comunitário,<br />

Manuel sente a falta dos dias em que a alegria fazia<br />

parte do quotidiano e se refletia nos bailaricos no largo<br />

ou junto à fonte. O forno ainda hoje funciona, apesar <strong>de</strong><br />

não ser com a frequência <strong>de</strong> outros tempos, e aos fins <strong>de</strong><br />

semana e nas férias a al<strong>de</strong>ia volta a encher-se <strong>de</strong> gente,<br />

exatamente como nas memórias que Manuel Martins tem<br />

dos anos que já lá vão.<br />

A paisagem das margens da ribeira do Alvito muda <strong>de</strong><br />

cor consoante a estação do ano, variando entre os ver<strong>de</strong>s<br />

intensos da ramagem das folhas das árvores que la<strong>de</strong>iam<br />

o seu leito e que contrasta com o amarelo seco do pasto;<br />

meses <strong>de</strong>pois, a palete <strong>de</strong> cores inverte-se – as folhas<br />

passam a amarelo e o pasto a ver<strong>de</strong>, salpicado com pintas<br />

pretas dos olivais carregados.<br />

“<br />

Atravessada pela EN233 na Ponte<br />

do Alvito, que liga ao Casalinho,<br />

quem chega ao Casal da Ribeira<br />

é bem recebido com o pequeno<br />

jardim junto à fonte <strong>de</strong> mergulho<br />

e ao chafariz. Este fontanário foi<br />

o principal abastecimento <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong>sta localida<strong>de</strong> até aos anos 80<br />

quando passou a ter água da re<strong>de</strong><br />

pública, tal como luz elétrica.<br />

Noutros tempos, estendiam-se as mantas e panos <strong>de</strong>baixo<br />

da oliveira. Era usada uma vara <strong>de</strong> eucalipto para bater nos<br />

ramos e fazer cair a azeitona; em alternativa subia-se às<br />

“<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!