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FPF360_N40

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Estou convicto de que os líderes da equipa,

porque a equipa não tem um só, têm que

pensar totalmente ao contrário daquele que

é o ambiente da altura. Se tem que alimentar

ainda mais a confiança ou se estão demasiado

confiantes é hora de colocarmos tudo nos

níveis certos. Um líder, nestes momentos

de decisão tem que estar frio, para saber

qual o caminho que se deve tomar para

motivar e mobilizar os outros.

O Luisão foi capitão de equipa em quase

todas as supertaças que jogou, exceção

feita à de 2005. Ganhou quase todas

as que disputou nessa condição. Sente

que teve um papel ainda mais

preponderante devido a esse aspeto?

Pode ter contribuído, mas o capitão é mais

um jogador com uma braçadeira a representar

os outros, mas que tenta dar o seu pequeno

contributo. Não sei se foi uma contribuição

assim tão preponderante, acho que foi mais

uma coincidência de as ter conquistado,

até porque se não fosse capitão teria que

dar o meu contributo na mesma. Nesse caso

não o faria como um capitão na ficha de jogo,

mas como um líder da equipa.

Então qual a importância que

um capitão de equipa tem nestes jogos?

Costumo defender que um capitão de equipa

é um guardião de valores. O capitão está

muito na linha ténue que é a confiança ou

desconfiança. É uma voz no grupo muito forte,

tem que ter responsabilidade de ter uma vida

regrada, com muitas responsabilidades.

É também a referência do grupo de trabalho

e do treinador, por isso é que ele tem que

defender valores, porque caso contrário

pode ser mal interpretado por alguns jogadores

ou pela equipa técnica. Ele é, sem dúvida,

um guardião de valores. É nos momentos

decisivos que isso vem mais à flor da pele

de um capitão de equipa. Ele tem que olhar

para a equipa e sentir que o clube todo está

mobilizado para uma conquista e para superar

as dificuldades que vão aparecer.

No dia da Supertaça vai procurar dar

alguma palavra especial ao jogador

que entrar com a braçadeira?

Confesso que já estou a sentir a adrenalina

do jogo. Temos jogos ainda pela frente, mas já

estou a viver a adrenalina da Supertaça dentro

de mim, porque se trata de uma final e é disso que

gostamos. A minha função aqui é clara: trabalho

com toda a equipa técnica e com o plantel, não

faço nenhum tipo de trabalho específico com

os capitães. Vou procurar falar com todos. Tenho

a responsabilidade de passar a mensagem do que

é o Benfica, a importância que é quando este clube

chega a uma final, porque acima de tudo eles têm

a obrigação de deixar a camisola do Benfica num

patamar superior ao que a encontraram e uma

das maneiras de fazer isso é ganhando os jogos e

os títulos. Eles evoluem na carreira mas cumprem

com essa obrigação de deixar o Benfica melhor

do que quando entraram no clube.

O Luisão está a colaborar numa posição

mais próxima da equipa. Vai procurar

passar alguma da sua experiência,

nomeadamente a nível psicológico,

para os atuais jogadores antes do jogo?

Tenho que passar. A preparação da partida

é feita nos treinos, com a parte tática e técnica,

que fazemos muito bem através do trabalho

do mister. Depois também temos esse

momento de conversa, essa influência

da minha função, em que falo com os

jogadores, mas mais perto do encontro, há um

determinado momento em que temos que dar

espaço para o jogador se concentrar e fazer

o seu próprio trabalho mental. Construímos

esses alicerces antes, porque depois sabemos

que vamos ser bem representados por eles.

Esta Supertaça é diferente das outras

sobretudo por dois motivos: a ausência

de público e o facto de ser disputada numa

altura diferente da temporada.

Isso pode ter impacto no jogo?

Pode, sobretudo naquilo que é o sentimento

e a beleza do futebol. É um jogo envolvido

em alguma tristeza, também por aquilo que

o mundo está a passar, os casos de infeção,

as mortes, as depressões das pessoas, o facto

de não se poder sair de casa, a preocupação…

O futebol é tão importante numa sociedade

que, mesmo que haja problemas durante a

semana, no trabalho, na vida, na saúde, etc.,

quando se disputa um jogo importante, uma

final como esta, o facto de poder ir ao estádio,

viver aquelas emoções de perto, acaba por

fazer esquecer, durante um período, todos

aqueles problemas. A influência pode vir

sobretudo ao nível do público, aquela grandeza

em questão de sentimentos para as pessoas.

Dentro de campo, os jogadores estão de tal

forma concentrados que cada um vai fazer o

seu melhor. A mim, pensando no jogo, o que

me deixa mais triste é mesmo não poder levar

alegria para as pessoas e ver o estádio cheio,

com os adeptos numa rivalidade saudável,

com uns a comemorar e outros mais tristes.

Para terminar… quem vai ganhar o jogo?

Nós, o Benfica, mas vai ser um jogo muito

difícil! Duas equipas que estão a crescer no

campeonato, que estão em todas as frentes,

com pessoas capacitadas no comando, o mister

Jorge Jesus e o mister Sérgio Conceição, dois

treinadores que se conhecem, que têm pontos

fortes e outros menos fortes. Duas equipas

grandes, rivais. Espero que haja respeito,

com bom futebol e que o Benfica saia vencedor.

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