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o curso de pós em Habitação e Cidade teve, entre os meses
de junho e julho | 2020, seus estudos direcionados ao
estudo das ocupações em edificações ociosas na região
central da cidade de São Paulo, tendo como estudo de
caso a Ocupção Rio Branco.
foram analisados princípios na construção e transformação
do território da cidade, além do papel da habitação
na transformação e consolidação urbana.
as propostas abordam as edificações ocupadas localizadas
na avenida Rio Branco, na cidade de São Paulo, tratando
da função social da propriedade, o ambiente construído
e como famílias se consolidaram como habitantes
desses espaços.
foram estudadas as edificações números 47 e 53, que são
separadas por um antigo cinema que também serve de
moradia para as famílias, totalizando, aproximadamente
150 pessoas morando nesse conjunto edificado.
pensando, então, que o centro concentra grande número
de edifícios ociosos e grande parte das ofertas de trabalho,
quais os caminhos para manter as pessoas morando
em locais consolidados em regiões centrais, sem passar
pela especulação imobiliária, exercendo o direito à moradia?
as propostas apresentadas nesta publicação são parte
do esforço coletivo para superar as dificuldades provenientes
do distanciamento social por conta da COVID-19,
portanto, agradecemos o corpo técnico do curso, os estudantes
e palestrantes, além de Carmen Silva (MSTC)
e Jomarina Fonseca (MMCR), lideranças dessas ocupações,
por se dedicaram à essa construção nesse cenário.
pós-graduação
habitação e
cidade
módulo 1
julho | 2020

análise
territorial

localizada na região central da cidade mais rica
da América Latina, a Ocupação Rio Branco é
parte de uma equação para a solução da falta
de moradia para pessoas de baixa renda, relegadas
às regiões periféricas da cidade, e a concentração
de trabalho na região central.
então, qual o impacto
na desse déficit habitacional
na qualidade
de vida das pessoas
que trabalham no
centro?
como é possível
haver imóveis
ociosos, quando
há pessoas sem
moradia?
3
4
localização das ocupações rio branco 47 e 53

ao lado dos edifícios ocupados, encontram-se 2 estacionamentos,
em um terreno de propriedade pública,
configurando vazios urbanos subutilizados.
à sudeste das ocupações, há o vazio onde encontrava-se
o edifício Wilton Paes de Almeida, cuja queda
acendeu o alerta para a situação das ocupações no
centro, mas, como efeito contrário, criminalizando
movimentos de luta pela moradia organizados.
localização da ocupação
as edificações que compõem a ocupação Rio Branco
encontram-se no epicentro da vida comercial do
centro de São Paulo, pois está próxima às galerias
comerciais, como a Galeria Olido e a Galeria do
Rock, e ao comércio de rua da Santa Ifigênia, além
da proximidade com a avenida Ipiranga e o largo
do Paissandú.
essas edificações são antigos hotéis da região e
estão separados pela edificação de um antigo cinema,
organizados e coordenados, no edifício 47,
pelo MSTC e, no edifício 53, pelo MMCR.
tais tipologias de edificações compõem parte do
parque imobiliário ocioso e utilizado para as ocupações,
assim como antigos edifícios públicos.
5 6
uso e ocupação

fachada da avenida Rio Branco
fachada da rua do Boticário
estudo de gabaritos de altura
esse conjunto de edificações se encontra entre duas
vias: a avenida Rio Branco, de grande circulação, a
rua do Boticário, uma via local de baixa circulação.
então, além da questão da habitabilidade, há a preocupação
para o tratamento e integração dessas
edificações ao tecido urbano, uma vez que, principalmente
a rua do Boticário, se mostra um local que
gera insegurança aos moradores.
7 8

propostas

as propostas se baseiam no bem estar
das famílias que fazem desses
edíficios moradia. então, a partir do
sistema de assessoria técnica, são
pensadas propostas para essas edificações
pensando na permanência
das famílias, consolidação da edificação
visando a habitabilidade,
uma vez que muitos desses edifícios
não possuem estrutura física para
abrigar as famílias que as ocupam,
desde estrutura elétrica, espaços de
circulação no prédio, ou mesmo espaços
individualizados dentro das
unidades, como quartos e salas, ou
mesmo banheiros individualizados,
questão que ganhou ainda mais protagonismo
em tempos de COVID-19.
9 10
planta tipo para o edifício da ocupação rio branco 53 e para o edifício do cinema
entre as questões observadas, estão as precárias
formas que as habitações estão implantadas,
a falta de ventilação e iluminação
natural nessas unidades, assim como as
divisões internas feitas.
ainda que se trate de 3 edificações diferentes,
elas se conformam em uma unidade.

dessa forma, o edifício do antigo cinema seria rasgado
para criar iluminação e ventilação a partir de sua laje e
da fachada da rua do Boticário, que possui menor interferência
urbana.
ao mesmo tempo, o edifício onde se encontra a ocupação
rio branco 53 sofreria uma recomposição e reforço
estrutural para abrigar as famílias moradoras.
subtração de parte do edifício do cinema e reomposição da edificação da ocupação rio branco 53
sob outra perspectiva, é estudada a possibilidade
de interverções de maior impacto construtivo,
para conseguir atingir o aumento de
salubridade nas edificações e atender, com segurança,
a demanda habitacional nos edifícios
existentes.
fachada para a rua do Boticário
os edifícios consolidados ocupados se tornam
um desafio no momento de intervenção,
uma vez que as famílias moradoras não
devem se deslocar de onde estão, portanto,
tenta-se planejar a intervenção utilizando a
capacidade de mobilização dos movimentos
de moradia, somada à capacidade de trabalho
incubada nessas estruturas de convívio.
11 12

ligação entre os edifícios das ocupações rio branco 47 e 53
circulação entre as unidades habitacionais
com a requalificação das unidades habitacionais,
foi necessário pensar nas
situações de novas circulações dentro
das edificações, ajustando as diferenças
de altura, os pontos de contato
dessas estruturas, a criação de novos
espaços e a importância de ter vazios
que permitam alguns respiros nesse
bloco construído.
13 14

as plantas demonstram a intenção
de integração entre as edificações
número 47, cinema e número 53, e
ainda que se tratem da coordenação
de 2 movimentos, esse bloco construído
se torna uma unidade formal.
15
16

para a rua do
Boticário, é necessária
a requalificação
desse espaço,
como proposta
de fazer parte da
cidade, o que não
ocorre atualmente,
exceto pelo restaurante
Leiteria
Ita, que consegue
dar à esse espaço,
hoje inóspito, certa
vitalidade.
para além das edificações
como uma forma de morar,
foi identificada a deficiência
de integração urbana do conjunto,
então há propostas de
criar no térreo do conjunto
edificado e nos terrenos dos
estacionamentos áreas para
reunião dos moradores, convívio
social, geração de renda
e conexão entre a avenida Rio
Branco e a rua do Boticário.
como uma galeria no térreo
dos prédios, seja como uma
praça nos terrenos ao lado.
17 18

como proposta alternativa, para
as unidades habitacionais é colocada
como hipótese a criação
de um módulo sanitário com pia,
banheiro e armazenamento para,
a partir disso, criar a unidade habitacional.
módulo sanitário
a criação de uma edificação de apoio para atividades
dos movimentos, como administração e local
para reuniões, além da possibilidade de geração
de renda, é posto como uma investigação de
oportunidade de expansão dos usos das ocupações
e, a partir de uma edificação vínculada, ter
um local público entre o edifício número 53 e essa
nova estrutura, que abrigaria uma praça, possibilitando
versatilidade de usos.
19 20

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coordenadores
assistente de
coordenação
professor
assistente
apoio
pedagógico
ruben otero
li faria e silva
maria teresa fedeli
rafael abelini
luciana bedeschi
estudantes
camila missio da silva boulos
fernanda vaz de campos
lara stival garrote
lucas biancchi de almeida
nathalia gaddini garcia
nicholas holanda costa
raul guzman azurduy
rodrigo pereira reis
tainá aquino nogueira
thais da silva costa vieira
professores
convidados
ana flores
carmen silva
celso carvalho
elisabete frança
fernanda colejo
jomarina fonseca
josé armênio de brito cruz
luciana bedeschi
luis felipe abbud
luiz kohara
marcele piotto
rayssa cortez
valdemir lucio rosa
vinicius andrade
e cidade
hotsite habitação

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ocupação rio branco julho, 2020