Revista H.Olhos - 1a Edição (2021)
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Claude Monet
(1840 - 1926)
Considerado por muitos como o
“maior nome do impressionismo,
Monet sofria de catarata, doença
que vai tornando opaca a “lente” do
olho, conhecida como cristalino.
O problema afetou sua percepção
de cor, conforme ele mesmo
escreveu: “Não percebo mais as
cores com a mesma intensidade.
Os vermelhos me parecem
enlameados”. E os tons
intermediários me escapam por
completo”.
A evolução da doença vai ficando
clara quando analisamos algumas
de suas tantas pinturas da Ponte
Japonesa de seu jardim em Giverny.
Na sequência, é possível perceber
que a nitidez vai desaparecendo, e
que o branco, o verde e o azul dão
lugar ao vermelho e ao laranja.
Após finalmente operar a catarata,
Monet revisou vários dos quadros
que havia pintado naquele período
e destruiu várias telas.
A ponte em 1899. Também em 1899. A mesma ponte em 1919. E em 1923.
Edgar Degas
(1834 - 1917)
Tudo indica que o famoso pintor
francês sofria de uma doença
chamada degeneração macular,
que afeta o centro da retina.
Analisando suas obras, é possível
perceber que o estilo de seus
primeiros trabalhos, com detalhes
definidos e um delineamento
delicado de figuras e sombras,
foi dando lugar, com o passar dos
anos, a um sombreamento mais
grosseiro. E o estudo do professor
Michael Marmor ajuda a entender
essa transformação.
Marmor usou um programa de
computador para simular a visão
que Degas teria com a doença,
e mostrou que “nublando” as
imagens da obra Mulher a secar
o cabelo (1900), de acordo com
o que o artista enxergaria, os
contornos grosseiros se tornam
mais delicados.
Em outras palavras, Degas não
mudou de estilo porque quis.
Mudou porque sua visão já não
era mais a mesma.
Revista H.Olhos - 1ª Edição de 2021 |
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