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REVISTA CONNESSIONE - II EDIÇÃO / JANEIRO 2021

Revista “Connessione” é um projeto da “Radio Connessione” e da produtora cultural, rádio e editora SELIGANAMUSICA. Através das páginas da Revista “Connessione” temos um compromisso com todos vocês de expandir e fomentar informações sobre a cultura e conhecimento. Sabemos que existem muitas revistas circulando e não queremos que a Revista “Connessione” seja só mais uma no mercado. Queremos que a nossa revista possa sempre fazer a diferença com conteúdos que deixem os nossos leitores sempre informados. A Revista “Connessione” tem suas páginas escritas por pessoas de diversos lugares como: Brasil, Japão, Itália, França, com o objetivo de fazer a união entre as pessoas de vários países e mostrar a cultura e a vivência de cada uma delas. __________________________________ La "Revista Connessione" è un progetto di Radio Connessione e della produttrice culturale, radio ed editora SELIGANAMUSICA. Attraverso le pagine della "Revista Connessione" ci impegniamo ad ampliare e promuovere l'informazione sulla cultura e la conoscenza. Sappiamo che ci sono molte riviste in circolazione e non vogliamo che la "Revista Connessione" sia solo una in più sul mercato.Vogliamo che la nostra rivista sia sempre in grado di fare la differenza con contenuti che tengono sempre informati i nostri lettori. La "Revista Connessione" ha le sue pagine scritte da persone di luoghi diversi come: Brasile, Giappone, Italia, Francia, con l'obiettivo di fare l'unione tra le persone di diversi paesi e mostrare la cultura e l'esperienza di ciascuno di loro.

Revista “Connessione” é um projeto da “Radio Connessione” e da produtora cultural, rádio e editora SELIGANAMUSICA.
Através das páginas da Revista “Connessione” temos um compromisso com todos vocês de expandir e fomentar informações sobre a cultura e conhecimento.
Sabemos que existem muitas revistas circulando e não queremos que a Revista “Connessione” seja só mais uma no mercado. Queremos que a nossa revista possa sempre fazer a diferença com conteúdos que deixem os nossos leitores sempre informados.

A Revista “Connessione” tem suas páginas escritas por pessoas de diversos lugares como: Brasil, Japão, Itália, França, com o objetivo de fazer a união entre as pessoas de vários países e mostrar a cultura e a vivência de cada uma delas.

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La "Revista Connessione" è un progetto di Radio Connessione e della produttrice culturale, radio ed editora SELIGANAMUSICA. Attraverso le pagine della "Revista Connessione" ci impegniamo ad ampliare e promuovere l'informazione sulla cultura e la conoscenza.
Sappiamo che ci sono molte riviste in circolazione e non vogliamo che la "Revista Connessione" sia solo una in più sul mercato.Vogliamo che la nostra rivista sia sempre in grado di fare la differenza con contenuti che tengono sempre informati i nostri lettori.
La "Revista Connessione" ha le sue pagine scritte da persone di luoghi diversi come: Brasile, Giappone, Italia, Francia, con l'obiettivo di fare l'unione tra le persone di diversi paesi e mostrare la cultura e l'esperienza di ciascuno di loro.

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SUELI GUSHI

Depois de um atribulado 2020, as esperanças

se renovam para um novo ano que se inicia.

Sei, por experiência própria, que nada é definitivo,

assim como a noite cai, um novo dia

clareia depois. Por isso, principalmente por

sermos brasileiros, temos a Esperança como

virtude.

E aguardando a vacina, vamos aproveitando

as boas coisas que nem a pandemia pode nos

tirar.

Então vamos falar de música porque não existe

uma arte que representa tão bem a humanidade

como a música, independente dos ritmos,

da língua, da métrica.

Desde os primórdios, é através das músicas

que os homens se unem aos seus deuses, independente

da crença, e criam um elo entre os

que a executam e ouvem.

E nada como, em janeiro, falarmos sobre o estilo

de música brasileira que acabou ganhando

o mundo. Sim, pois é em janeiro que comemoramos

o aniversário de Antônio Carlos

Brasileiro de Almeida Jobim, o nosso querido

Tom Jobim, e a data do seu aniversário, 25 de

janeiro, se tornou oficialmente o dia da Bossa

Nova a partir de 2009, por Decreto Presidencial.

Quem trabalha com música, no exterior, sabe

da importância da Bossa Nova no contexto

musical do mundo.

Apesar de quase esquecida no Brasil, é venerada

fora.

Principalmente onde resido há 27 anos, Japão,

a Bossa Nova é endeusada, cantada em

cada esquina, em cada casa de shows, colocada

como som ambiente em restaurantes, shoppings,

cafés, etc.

É o país onde mais se consome Bossa Nova, e é

um dos países onde a venda do produto físico

(CD e vinil) ainda se mantém firme, independente

da evolução das plataformas digitais. É

até possível achar colecionadores das antigas

fitas cassete originais e VHs de shows.

Mas, viver de música, como em qualquer lugar

do mundo não é fácil. Poucos são os que conseguem

um lugar realmente ao sol, fazendo

boa música atualmente.

Mas falemos da Bossa Nova.

Um embrião do movimento, já na década de

1950, eram as reuniões casuais, frutos de encontros

de um grupo de músicos da classe média

carioca, universitários, em apartamentos

da zona sul, como o de Nara Leão, na Avenida

Atlântica, em Copacabana. Nestes encontros,

um grupo se reunia para fazer e ouvir música.

Dentre os participantes estavam novos compositores

da música brasileira, como Billy

Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo

Bôscoli, entre outros.

Começaram então, como contam, um modo

diferente de fazer samba, mais lento, mais suave,

para cantar com vozes menos potentes do

que as dos famosos cantores do rádio.

Os primeiros concertos foram realizados em

âmbito universitário e, pouco a pouco, aquilo

que se tornaria a Bossa Nova foi ocupando

bares do circuito de Copacabana, no chamado

Beco das Garrafas (nomeado a partir dos

projetéis atirados pelos vizinhos contra o barulho).

O termo “Bossa Nova” acabou sendo adotado

porque, segundo os produtores dos shows,

“não era de bom tom” dizer que universitários

de boas famílias anunciassem que tocavam

“samba”.

A Bossa Nova começou a ganhar fama num

dia de agosto de 1958, quando chegou nas lojas

de discos brasileiras o 78 rotações de número

14.360 do selo Odeon do cantor João

Gilberto com as músicas Chega de Saudade

(Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom

(do próprio cantor).

O disco marcou como o início da Bossa Nova

e da fama da batida do violão de João Gilberto

(endeusado e copiado até hoje pelos japoneses).

Mas na verdade, o espírito da Bossa Nova já

se encontrava na música que Jobim e Vinícius

de Moraes fizeram, em 1956, para a peça Orfeu

da Conceição (onde incluía entre outras a

música Se Todos Fossem Iguais a Você), primeira

parceria da dupla, que esteve perto de

“Em Bossa Nova”

não acontecer, uma vez que Vinícius primeiro

entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro

de Noel Rosa e ex-membro do Bando da

Lua, para fazer a trilha sonora.

Mas a Bossa Nova ganhou o mundo, chegando

aos Estados Unidos onde, mesclado com o

Jazz, se alastrou definitivamente.

Enquanto isso, em meados da década de 1960,

o movimento apresentaria uma espécie de cisão

ideológica, formada por Vinícius de Moraes,

Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo

e Francis Hime. Inspirada em uma visão popular

e nacionalista, este grupo fez uma crítica

das influências do jazz norte-americano na

bossa nova e propôs sua reaproximação com

compositores de morro, como o sambista Zé

Ketti.

Um dos pilares da bossa, Carlos Lyra, aderiu a

esta corrente, assim como Nara Leão, que promoveu

parcerias com artistas do samba como

Cartola e Nelson Cavaquinho e baião e xote

nordestinos como João do Vale.

Dessa forma, a Bossa Nova ficou meio “esquecida”

no meio musical brasileiro, enquanto só

crescia no cenário musical mundial.

Esse panorama é o que temos até hoje.

Claro, todo brasileiro conhece aquelas que ficaram

eternizadas como Garota de Ipanema,

Chega de Saudade, Wave, entre tantas outras.

Mas não são músicas muito executadas no

nosso país.

É extraordinário ver os japoneses se envolverem

de tal forma com a Bossa Nova, até comporem

muitas músicas próprias (em japonês,

é claro) e interagindo com grandes nomes que

vem fazer tour no Japão ou mesmo, com a pandemia

atual, criarem gravações virtuais, como

foi a comemoração dos 60 anos da música “ O

barquinho” com Roberto Menescal num maravilhoso

clip que pode ser acessado no You-

Tube (https://youtu.be/6zun1ZNm4WE).

Em outra oportunidade, poderei falar um

pouco mais sobre essa história da Bossa Nova,

e sobre a influência dela aqui no cenário musical

do Japão.

Desejo a vocês um maravilhoso 2021, vamos

juntos superar todas as dificuldades e continuar

a levar nossa cultura mundo afora!

Facebook: Cantora Sueli Gushi “Sabiá”

Sueli Gushi

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