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Fidelio, Abertura op. 72c

Triplo concerto em Dó Maior

para violino, violoncelo e piano op. 56

LUDWIG VAN BEETHOVEN

A obra de Ludwig van Beethoven tem sido consensualmente

dividida em três grandes períodos criativos. É por volta

de 1803 que se observa uma mudança fundamental na sua

conceção estilística, para aquele que é comummente tido

como o seu período médio, ou «heróico». Esta fase prolongar-se-ia

até cerca de 1812, tendo sido marcada por um novo

ímpeto criativo revelador da sua recuperação da prostração

causada pelo surgimento da sua surdez progressiva.

O próprio compositor se revelou insatisfeito com o que havia

produzido até aí, manifestando a sua vontade de seguir um

novo caminho. Trata-se assim de um período marcado pelo

aprofundamento da linguagem musical que havia herdado

de Haydn e Mozart, bem como pela composição de várias

obras em grande escala.

É do início desta fase que data a primeira versão da sua

única ópera. Designada então como Leonore, a sua estreia

teve lugar em Viena, a 20 de novembro de 1805, mas, por

circunstâncias várias, conheceria sucessivas revisões até à

estreia da sua versão definitiva — Fidelio —, a 23 de maio de

1814. A sua abertura passou igualmente por grandes transformações:

as primeiras versões, hoje conhecidas como

Leonore n. os 1, 2 e 3, levantavam alguns problemas, em particular

devido ao facto de anteciparem demasiado material

da própria ópera — o que em nada diminui o seu impacto

enquanto peças de concerto —, e para a versão final

Beethoven compôs uma nova abertura, mais compacta e efetiva.

Concebida em forma sonata, o afirmativo gesto inicial dá

lugar a um primeiro tema, enunciado pela trompa, e depois

da apresentação de uma nova ideia, na trompa e nas cordas,

há uma secção de desenvolvimento sintética, mas intensa.

A recapitulação conduz a uma coda estimulante que prepara

o terreno para o começo da ação.

O Triplo concerto em Dó Maior para violino, violoncelo e piano

op. 56, foi composto em 1803, publicado no ano seguinte e

estreado em 1808. Os problemas que a sua composição colocou

ao compositor levaram-no a procurar todo um conjunto

de soluções, resultando numa obra cujo interesse

reside não tanto na elaboração dramática do material musical

que se observa noutras peças coevas, mas mais na

conceção de sonoridades contrastantes, na interação entre

os diversos intervenientes e na sua coerência formal.

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