TCC | Intervir em Limites: Pesquisa
Pesquisa para Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo (UFRGS). O objetivo do trabalho é intervir em limites urbanos (vias exclusivas para ônibus e viadutos) de forma a alterar suas interfaces com o tecido urbano do entorno, tornando tais limites permeáveis e integrados, levando em consideração para essa intervenção primariamente a vivência de mulheres e a sua circulação nesses espaços, e a priorização do pedestre e do ciclista acima dos demais modais de transporte.
Pesquisa para Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo (UFRGS). O objetivo do trabalho é intervir em limites urbanos (vias exclusivas para ônibus e viadutos) de forma a alterar suas interfaces com o tecido urbano do entorno, tornando tais limites permeáveis e integrados, levando em consideração para essa intervenção primariamente a vivência de mulheres e a sua circulação nesses espaços, e a priorização do pedestre e do ciclista acima dos demais modais de transporte.
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O mapa síntese tentou destacar alguns pontos trazidos anteriormente
que adquirem grande importância para o projeto. O primeiro deles, relativo à
própria temática tratada pelo trabalho, é a identificação de quais locais da área
são compreendidos como limites. Baseado na própria experiência, mas também
nos relatos das seis mulheres que participaram das auditorias de segurança,
bem como dos entrevistados durante a Observação Participante, chegou-se
à conclusão de que o primeiro limite é o Viaduto dos Açorianos, que gera um
movimento de recusa à circulação em seus espaços adjacentes principalmente
pela sensação de insegurança causado pelo baixio. Outro limite é a Av. Loureiro
da Silva, onde os automóveis circulam com grande velocidade e as travessias de
pedestre são raras, dificultando a integração entre os dois lados. Por fim, outro
limite é do terreno da Fundação Pão dos Pobres, inteiramente murado, gerando
sensações de medo.
Foram demarcadas regiões consideradas com arborização insuficiente
durante o dia, bem como aquelas que foram percebidas como demasiadamente
sombreadas à noite, sem iluminação artificial suficiente. Foram também
demarcadas regiões com pouco ou nenhum uso e apropriação.
Por fim, foram destacados aqueles locais considerados pontos marcantes
ou pontos de referência, conhecidos mesmo pelas pessoas que não são da
vizinhança por representarem um imaginário da cidade de Porto Alegre. Outros
pontos destacados foram os atratores, isto é, locais que geram um deslocamento
relevante de pessoas em toda a cidade pelas atividades ali desempenhadas,
como espaços educacionais (Escola Parobé), de serviços (Tribunal de Justiça)
ou de comércio (Feira do Largo Zumbi dos Palmares). Um mesmo local pode, ao
mesmo tempo, ser lido como um ponto marcante e um atrator.
Ao mesmo tempo que essa é uma zona em que há a confluência de muitos
locais de importância a nível de cidade, desde avenidas a equipamentos de
serviços, o uso de seus espaços abertos ainda é muito pequeno se comparado
a outras praças e parques. A reforma do Largo dos Açorianos aumentou esse
tráfego de pessoas, porém uma intervenção nos demais espaços poderá
acelerar essas transformações. A influência do Viaduto dos Açorianos, bem
como de muitas outras estruturas como essa na cidade, é lida como negativa
para a região.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Publicação: 18 de setembro de 2020.
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INTERVIR EM LIMITES: um olhar feminista sobre os viadutos e os corredores de Porto Alegre
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