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MEMÓRIAS DE UMA QUARENTENA-9.º A_2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

1.º LUGAR

Estava ainda a dormitar, quando ouvi uma voz ao longe:

- Tiago, o teu quarto está num estado lastimável! Levanta-te e vai

arrumá-lo.

- Mas, mãe, hoje é sábado... Deixa-me dormir mais um pouco... – Pedi

eu com a voz sonolenta.

- Tiago, são dez horas. Não tens trabalhos da faculdade para fazer? –

Perguntou a minha mãe.

Levantei-me a muito custo e, com os olhos ainda semicerrados, dirigi-me

à casa de banho. Pelo caminho tropecei numa caixa de tralha velha que tinha

deixado no meio do quarto. Irritado, dei-lhe um pontapé o que fez tombar a

caixa e espalhar todos os objetos que lá se encontravam.

- Estou feito! Agora é que nunca mais me livro das arrumações. Vou

subornar o meu irmão a ver se ele me ajuda – pensei.

- Pedro, queres um chupa?

- Sim, quero! – Respondeu o meu irmão.

- Então ajuda-me a arrumar o quarto.

- Só se me deres dois – retorquiu ele.

- Ok, combinado.

Já estávamos quase a terminar aquela árdua tarefa, quando ouço o meu

irmão:

- Mano, olha para mim! – Disse ele com uma voz abafada, devido à

máscara que tinha colocado na cara.

- Tiago, isto serve para quê?

- Quando tinhas um ano ocorreu uma pandemia e toda a gente teve de

usar máscara.

- O que é uma “pandia”?

- Não é “pandia” Pedro, é pandemia! É um surto de uma doença

infeciosa que se dissemina a nível mundial... bem, trocando por miúdos, é uma

doença provocada por um vírus que faz com que as pessoas adoeçam todas

ao mesmo tempo.

Comecei a lembrar-me de tudo o que tinha acontecido há cinco anos.

Isto fez-me recuar àquela quinta-feira, quando soube que não ia ter aulas até

às férias da Páscoa. Eu já tinha ouvido falar do coronavírus no telejornal. Sabia

que tinha surgido na China, em Wuhan, e que desencadeava uma infeção

respiratória com sintomas que podiam ser ligeiros, semelhantes à constipação,

ou mais gravosos, podendo levar a uma pneumonia viral grave potencialmente

fatal. Sabia também que se tratava de um vírus altamente contagioso,

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Memórias de uma Quarentena

transmitido pessoa-a-pessoa, através de gotículas libertadas pelo nariz ou boca

de indivíduos infetados ou através do contacto com superfícies ou objetos

contaminados.

Naquele dia, fui para casa contentíssimo. Para mim quarentena era

sinónimo de férias, mas passado uma semana percebi que não era bem assim:

iniciei as aulas em casa e os trabalhos surgiram em catadupa. Depois habitueime

ao ritmo e passei a gostar deste estado de confinamento, porque finalmente

tinha tempo para me dedicar às minhas atividades lúdicas preferidas como

jogar basquete, desenhar e ler.

Um mês depois, comecei a sentir saudades de ir ao clube jogar com a

minha equipa e de andar de bicicleta no parque. Mas, sabia que estas medidas

de isolamento social eram essenciais para proteger a população e quebrar a

cadeia de transmissão entre as pessoas. Então, pensei numa forma de dar a

volta à situação: comecei a falar assiduamente com os meus amigos através

das redes sociais; convenci o meu pai a jogar basquete com regularidade; dava

inúmeros passeios de bicicleta perto da minha casa, que me proporcionaram

uma sensação de imensa liberdade.

Atualmente, vendo as coisas com distanciamento, considero que foram

bons tempos, durante os quais aprendi a valorizar o calor de um abraço, o

encontro com os amigos, os almoços em família e o trabalho dos profissionais

de saúde que sacrificaram a sua vida pessoal para combater esse inimigo

invisível.

- Tiago, Tiago...! – Gritou o meu irmão interrompendo as minhas

lembranças. – Os meus chupas!

Fui buscar os chupas a pensar que depois do aparecimento daquele

vírus o mundo nunca mais foi o mesmo. Apesar da pandemia ter gerado uma

crise económica sem precedentes, também nos ofereceu a possibilidade de

construirmos um mundo melhor, de repensarmos a proteção do meio-ambiente,

de valorizarmos a solidariedade entre as gerações e de refletirmos sobre o que

é essencial e supérfluo na nossa sociedade.

Tiago Lourenço 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

A doença provocada pelo coronavírus (Covid-19) surgiu pela primeira

vez em Wuhan na China, espalhando-se facilmente pelos habitantes e

posteriormente pelos vários países do mundo de tal forma que a OMS declarou

o surto de pandemia a 11 de março de 2020.

Uma pandemia é uma epidemia de uma doença infecciosa que se

espalha entre a população atingindo uma grande região geográfica, que foi o

que aconteceu com o Covid-19. Esta doença transmite-se através de contacto

direto pela disseminação de gotículas respiratórias que são eliminadas pela

boca e nariz ou por contacto indireto através das mãos que posteriormente

podem levar o vírus aos olhos, nariz e boca entrando no organismo e

provocando a infeção. Devido à fácil transmissão deste vírus houve

necessidade de aplicar medidas de confinamento e daí o encerramento das

escolas a 16 de março de 2020.

A partir desta data, ficámos todos em casa, eu, a minha irmã e o meu pai

em teletrabalho. A minha mãe, como é enfermeira, tem estado sempre a

trabalhar. Nos primeiros 15 dias até não foi difícil, até soube bem ficar em casa.

No final do mês de março já não gostei, porque pela primeira vez tive um

aniversário sem festa de anos, sem amigos e família, apenas com os meus

pais e irmã e em estado de emergência.

À medida que o tempo foi passando, foi cada vez mais difícil, pois as

saudades são imensas, fui mantendo o contacto com os meus amigos e família

através do WhatsApp e por vídeo chamada, mas não é a mesma coisa. Nas

últimas três semanas já consegui ver alguns familiares, mas com o

distanciamento de segurança, é estranho não poder abraçar os meus avós.

Costumo passear a pé e quase todos os dias vou andar de bicicleta e uma

dessas vezes quase fui atropelado.

A maior parte foram aspetos negativos, mas penso que para mim o

único aspeto positivo desta quarentena foi a redução da poluição e perceber a

importância das pequenas coisas que deixámos de poder fazer.

Afonso Batista 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é uma epidemia de doença infecciosa, que se espalha

muito rapidamente pela população numa região geográfica extensa. O vírus

começou a propagar-se rapidamente por todo o mundo. O confinamento foi

obrigatório a fim de reduzir a propagação do mesmo.

No início da quarentena, fiquei desorientado e aborrecido porque quebrei

as minhas rotinas, já que não estava habituado a ficar fechado em casa.

Passados quinze dias, ainda continuava aborrecido e confuso. Passado um

mês, notei uma grande diferença na minha maneira de pensar e de estar. O

facto de ter de ficar em casa já estava enraizado e surgiu o novo desafio da

grande responsabilidade de estudar por mim próprio. Passados dois mês,

estava mentalizado e tranquilo.

No início, senti-me um pouco em baixo, porque foi difícil o facto de ser

obrigado a ficar em casa. Tive de alterar todas as minhas rotinas.

Eu continuei a relação com os meus colegas em videochamada, mas

com a família foi mais complicado, pois não se podia sair do concelho.

Eu aprendi que sou organizado, responsável e sei estudar por mim

próprio. No início, estava com receio e surgiram algumas dúvidas. Mas com

empenho, vontade e apoio dos professores ultrapassei esses receios.

O aspeto positivo é que podemos estudar em silêncio, enquanto que na

sala de aula há sempre um ruído. Os aspetos negativos são termos de estar

sempre em frente ao computador e não podermos sair de casa.

André Raposo 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Tudo começou quando, simplesmente, as pessoas começaram a notar

que o número de infetados era superior a cada dia que passava. Por isso

algumas pessoas resolveram isolar-se em casa, evitando assim o contacto com

outras pessoas. Mas não demorou muito até que o governo tomasse a decisão

de isolar toda a população, fechando escolas, centros comerciais tudo o que

poderia causar aglomeração de pessoas, ficando todo o país em quarentena,

evitando a disseminação do vírus.

As primeiras semanas foram tranquilas, simplesmente era só ficar em

casa, uma coisa muito fácil e simples, depois de um mês eu comecei a sentir

saudade da minha rotina diária, e claro das pessoas com quem eu convivia no

meu dia-a-dia, mas mesmo assim, eu e meus amigos nunca perdemos o

contacto, pois estávamos sempre a comunicar através dos telemóveis.

Com esta situação da quarentena, eu comecei a ocupar-me com coisas

que talvez me fariam tanta falta como ler um livro, conviver mais com a minha

família, e tentar aprender coisas novas a cada dia que passava. Neste tempo

eu tive emoções e convivi com pessoas que no meu dia-a-dia antes da

quarentena quase nem nos falávamos, isso mostrou-me que uma coisa tão

simples como a convivência me fazia tanta falta.

Nesta quarentena, eu pude aprender e refletir mais sobre mim mesmo,

tentando ser uma pessoa melhor, e pensando sempre que, mesmo que a

situação seja uma das piores que já vivi, tenho de pensar positivo, porque no

final das contas vai dar tudo certo!

Carlos Fonseca 9ªA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é um novo vírus que se espalha pelo mundo inteiro, em

grande escala, que se propaga de várias maneiras, por exemplo, se uma

pessoa espirrar sem tapar com o braço, por isso, é importante mantermos o

confinamento, para tentarmos extinguir o vírus e para o menor número possível

de pessoas ficarem contagiadas.

No início, achei que ia ser mais fácil do que foi na verdade. Na primeira

semana comecei a pensar que ia ser por pouco tempo, mas com o passar do

tempo comecei a pensar mais e comecei também a aperceber-me de que ia ter

de ficar em isolamento durante muito mais tempo do que estava à espera.

Ao longo do tempo de isolamento social, fui descobrindo novos talentos

que eu tenho, descobri que não gosto apenas de tirar fotos, que gosto imenso

de as editar também, fui também fazendo penteados novos. No entanto, sentime

cada vez mais triste por não poder fazer as brincadeiras que fazia com os

meus amigos e família. Mantinha o contacto com os meus amigos só por

mensagens e videochamadas, já com a minha família só via a minha avó e a

minha bisavó de quinze em quinze dias, ia a casa delas e falava com elas a

três metros de distância.

Com o isolamento, durante este período da adolescência, ganhei um

pouco mais de maturidade, comecei a concentrar-me mais nas aulas pela

internet, esforcei-me nos trabalhos que os professores mandavam, cresci mais,

cresci como filha, cresci como amiga, cresci como pessoa, resumindo sinto que

me tornei uma pessoa melhor.

Carolina Queirós 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é uma doença infecciosa que apresenta uma distribuição

em grande escala, afetando diferentes continentes. Isso significa que uma

pandemia não está restrita a apenas a um país ou a uma região, a doença

atinge uma grande área geográfica. O vírus propaga-se através de gotículas de

saliva transmitidas de uma pessoa para outra, que na maior parte das vezes

são projetadas através de espirros, contacto próximo e superfícies

contaminadas.

O confinamento foi uma medida de prevenção essencial para conter a

propagação do vírus e tentar extingui-lo. Durante este período eu senti-me

ansiosa por não poder voltar a sair de casa sem ter a preocupação de levar

uma máscara na cara e preocupada com tudo o que se estava a passar no

mundo.

Ao longo deste confinamento, eu aproveitei para pôr algumas séries e

filmes em dia e principalmente aproveitei para ler, à parte das leituras

obrigatórias do estudo.

Na minha opinião, o maior desafio desta quarentena é ter de reaprender

a viver com a família, e no meu caso eu tive de reaprender a viver com o meu

avô, pois como ele trabalha no estrangeiro nunca estive com ele mais do que

um mês e meio em casa. A relação à distância com a minha mãe, porque ela

está no estrangeiro, não é fácil, mas ambas, eu e a minha irmã, já estamos

habituadas o que torna as coisas um pouco mais fáceis. Em relação aos meus

amigos, tento falar com eles sempre que posso por telefone ou videochamada,

mantendo contacto com alguns por mensagens.

A minha maior dificuldade foi ficar fechada em casa, pois fomos

obrigados. Ficar em casa durante as féias é diferente, já que é uma decisão

nossa e não uma necessidade. Um dos aspetos positivos desta quarentena é

ter a responsabilidade e a liberdade de fazer os trabalhos propostos pelos

professores ao meu tempo e à minha maneira, um dos aspetos negativos desta

quarentena é ter de ficar em casa sem poder sair.

A quarentena ensinou-me que devemos valorizar mais a liberdade que

temos no dia a dia, pois, como esta situação nos mostrou, ela pode acabar de

um dia para o outro.

Catarina Almeida 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

O que nos fez ficar de quarentena foi uma pandemia. Uma pandemia é

uma doença infecciosa que se espalha entre a população numa grande região

geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra.

Neste caso, a pandemia dos dias de hoje é provocada por um coronavírus mais

conhecido por COVID-19. O vírus pode propagar-se através do contacto com

uma pessoa infetada, através da necessidade que o vírus tem de um novo

hospedeiro. Perante a pandemia, o confinamento previne a propagação do

vírus em grande massa prevenindo o número de afetados.

Durante os primeiros dias de confinamento, a população achou que não

estava a acontecer nada, existiu muita falta de noção da gravidade. Ao fim de

um mês a população apercebeu-se da situação, e tenta interiorizar esta

situação na sua vida, acostumando-se a esta nova rotina. Aos dois meses já é

rotina, as pessoas estão habituadas, e prontas para um novo dia em casa.

Os adolescentes no confinamento têm a tendência para se fecharem no

quarto e jogar ou ver séries o dia todo, mas eu como adolescente, tive de

estudar sem grande apoio da escola, para relaxar a mente vi séries, e para

manter a minha saúde desportiva fiz treinos de ginástica, e até mesmo treinos

vendo o Youtube.

Pessoalmente, no que tem a ver com relacionamentos sou sortuda, pois

vivo com os meus avós, a minha mãe e o meu irmão. Mas em termos de

amigos é diferente não podemos estar com eles todos os dias, aliás no

confinamento não os pudemos ver, então, a nova tecnologia permitiu-nos

esbater essa distância. Por isso, comecei a fazer videochamadas todos os dias

com os meus amigos para não perder esta ligação. Como o confinamento já

terminou, permitiu-me ir até a casa de amigos, neste caso vou uma vez por

semana a casa da minha melhor amiga.

Com o confinamento, pudemos despertar talentos em nós, como por

exemplo desenhar, eu não sabia que com paciência conseguia desenhar algo

tão bonito. Mas com o confinamento sentimos saudades do que mais odiamos,

a escola, porque a escola não é só aprender, mas sim interagir socialmente.

Catarina Figueira 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Depois de cinco meses de aulas aparece o primeiro caso de um vírus

vindo da China que começou a propagar-se em todo o mundo. No início era

uma epidemia, mas depois expandiu-se por todo o mundo transformando-se

numa pandemia que acabou por infetar milhões de pessoas, e para se prevenir

a propagação do vírus tivemos de ficar em casa mais de um mês.

Nesses meses em casa para além de trabalhos e aulas virtuais que foi

uma nova coisa que tivemos de nos habituar, eu e os meus amigos que

vivíamos no mesmo condomínio tivemos de arranjar várias formas de nos

entretermos, se não ficávamos malucos. Quase todos os dias jogávamos

basquete, às cartas, jogos no computador, aprendemos a tocar músicas, e foi

assim que nós aguentámos, pelo menos, no primeiro mês. Depois de algumas

semanas já pudemos sair prevenidos, com máscaras e outros cuidados de

higiene e distanciamento social, por isso fomos fazer vários passeios de horas

de bicicleta, até chegámos a ir até às rochas ao lado do Castelo dos Mouros!

Também fomos descer a montanha da praia do Magoito de bicicleta que era

bastante perigoso, mas foi bastante divertido e no fim não tivemos uma má

quarentena.

Nesta quarentena aprendi várias coisas sobre mim, como por exemplo

que fico irritado com coisas simples e não devia ficar, que sei cozinhar bem

bifes, hambúrgueres e outras carnes, também aprendi que não devo deixar os

trabalhos para o último dia porque me posso esquecer de os enviar a tempo, e

aprendi a estudar mais autonomamente o que os professores pediam, já que

não os tínhamos durante noventa minutos a ensinar-nos.

David Martins 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Esta pandemia chamada Covid-19 começou na China, propagando-se

pelo ar, através de espirros e tosse, sendo assim necessário estarmos em

confinamento.

No início do confinamento, eu estava a gostar porque achei que ia ser

uma pequena pausa escolar, mas também fiquei preocupado porque era uma

pandemia muito perigosa, passado dois meses eu já estava cansado de repetir

as mesmas rotinas e sentia-me aborrecido.

Nesta quarentena tentei fazer coisas diferentes todos os dias, mas

chegou a um ponto em que ficou muito repetitivo e já não sabia o que fazer.

Falava com os meus amigos e familiares por vídeo-conferências e por

chamadas de voz.

Foi a primeira vez que eu presenciei um confinamento devido a uma

pandemia, senti alguma dificuldade em organizar-me com as datas dos

trabalhos da escola e em gerir a comida em casa.

Os aspetos negativos é que esta é uma pandemia muito perigosa, pois

podemos não ter sintomas, mas estarmos a transportar o vírus e a contagiar

outras pessoas. O aspeto positivo é que diminuiu a poluição do planeta porque

várias empresas do mundo pararam, menos veículos circularam e alguns

animais invadiram cidades porque não viam a presença de pessoas nas ruas.

Mas isto foi uma grande experiência de vida!

Diogo Sousa 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

O meu nome é Diogo e infelizmente estive presente na quarentena de

2020 devido a uma pandemia, que é uma doença que se propaga

mundialmente, causada por um coronavírus que se propaga no ar através da

respiração, dos espirros e da tosse das pessoas.

Logo no começo, antes sequer da quarentena começar, eu já estava

em casa, pois estive doente e não fui à escola. Nas primeiras duas semanas da

quarentena achei muito estranho, acordava cedo devido ao hábito de ir para a

escola. Depois do primeiro mês já fiquei um pouco mais habituado com tudo,

comecei a ajudar a minha mãe e nada mais foi estranho para mim.

Senti-me triste por um lado, pois eu até gostava da escola e tenho

saudades de estar lá com amigos a conviver e a falar. No começo relacioneime

muito com a turma, estava sempre num grupo que temos para falarmos,

mas ao longo da quarentena fui-me isolando e conheci outros miúdos com

quem me identifico mais, então acabei por estar muito mais com eles a jogar e

a rir do que propriamente com a turma.

Sobre mim, aprendi que prefiro divertir-me como sou do que fazer-me

passar por outra pessoa só para que os outros gostem de mim!

Diogo Antunes 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Tudo começou a 17 de novembro de 2019 na China. Era apenas um

caso de uma doença nunca descoberta, passando a ser uma epidemia e,

pouco tempo depois, uma pandemia que se caracteriza por se espalhar

por diversas regiões do planeta, afetando vários países e continentes, em uma

escala de gravidade enorme.

Em março de 2020, em Portugal, foi declarado o primeiro caso de Covid-

19, vindo a alastrar-se cada vez mais e mais rapidamente ao ponto de ter de se

encerrar as escolas e espaços públicos. Inicialmente por um mês que

passaram a ser dois, três até, que já não havia data do fim do isolamento.

Os primeiros tempos de isolamento, para mim, foram os mais difíceis,

pois foi muito aborrecido, não nos pudemos despedir dos nossos amigos nem

podíamos estar com eles, e em relação aos trabalhos da escola estava uma

confusão. Mas depois de tudo estar organizado e me ter mentalizado com o

que se estava a passar, tudo ficou mais fácil. Passei a gostar mais de trabalhar

em casa, fui mantendo contacto com os meus amigos mais chegados e

também já tenho com que me entreter em casa.

Ao longo desta quarentena tenho jogado videojogos online com amigos,

tenho visto filmes e séries, tenho feito passeios de trotinete elétrica com uma

amiga que por acaso vive perto de mim, tenho ido à piscina e muitas mais

coisas!

Com toda esta situação do Covid-19 e do isolamento, percebi que

conviver com os meus amigos e passar tempo com eles é das coisas que mais

me dá prazer de fazer, e que devemos aproveitar cada segundo com eles, pois

nunca se sabe o que pode acontecer a qualquer momento.

Duarte Aragão 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo

é utilizado quando uma epidemia (grande surto que afeta uma região) se

espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa

para pessoa. O COVID-19 transmite-se principalmente através de contacto

direto quando, por exemplo, uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala, ou

através de contacto indireto ou através do contacto das mãos com uma

superfície ou objeto contaminado com o vírus e que, em seguida, contactam

com a boca, nariz ou olhos.

Quando foi declarado o estado de emergência, tivemos de lidar com o

confinamento, ou seja todo o país ficou restrito às paredes de sua casa, só se

podia sair se fosse para ir ao supermercado, passear os animais de estimação,

praticar exercício físico, trabalhar, para quem não podia ficar em casa, e em

casos de guarda partilhada de crianças, os pais podiam ir buscar os seus filhos

onde eles vivessem. No início, e acho que falo por praticamente todos os

estudantes, adorei a ideia do confinamento, pois ia ficar sem escola e, na

minha cabeça, como era só um mês, não íamos ter trabalhos para fazer, e

depois ia voltar tudo ao normal. Coitadinha de mim, pois quando percebi que já

não ia ter mais aulas presenciais este ano letivo fiquei muito triste. Até porque

este ano era o meu último na minha escola e nem o aproveitei, para além de

que já não vai haver Baile de Finalistas. No entanto, depois de passarem três

meses já estava mais familiarizada com a situação e já não custou tanto!

Não havia muito que fazer fechada em casa, por isso nos primeiros

tempos que não tinha trabalhos para fazer passava os dias a ver séries e a

brincar com os meus cãezinhos, mas quando a escola à distância começou a

sério, dividi o meu tempo entre a diversão e o estudo.

Em relação ao contacto com a minha família e amigos, durante o estado

de emergência só via o meu pai e irmãs paternas, mas com o resto do

agregado familiar só por chamadas mesmo! Com os meus amigos foi mais

fácil, fazíamos videochamadas, ou só chamadas, falávamos por mensagem.

No meu caso, embora tenha tido milhões de saudades, até deu para me

aproximar (o que é irónico) de alguns amigos de outra turma que me tinha

começado a relacionar havia pouco tempo, tirando uma pessoa em específico

que é mais complicado manter a distância, até não foi tão mau assim…

Com isto, acho que todos aprendemos que não somos donos de nada,

não podemos controlar o amanhã, percebi que tenho de aproveitar bem o

presente porque não sei o que pode acontecer no dia seguinte, aprendi a estar

sozinha e que não é assim tão mau. Quanto aos aspetos negativos, destaco o

uso de máscaras e coisas do género, que eu odeio! Mas, infelizmente, durante

os próximos tempos vai ser normal e só tenho de me habituar.

Filipa Santos 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Neste momento estamos a viver uma pandemia. O termo pandemia é

utilizado para descrever uma situação em que determinada doença apresenta

uma distribuição em grande escala, espalhando-se por diversos países. O

Covid-19 propaga-se de pessoa para pessoa através de pequenas gotículas

projetadas através de tosse ou espirro. Essa contaminação pode acontecer no

contacto direto entre pessoas, ou através das gotículas presentes em objetos e

superfícies.

Ao saber que tinha que estar um mês em casa fiquei feliz, pois pensava

que não íamos ter muitos trabalhos e que após o tempo de confinamento

poderia voltar a ver os meus amigos e à normalidade escolar, mas,

infelizmente, não foi isso que aconteceu… mas como sou uma pessoa caseira,

os primeiros dois meses não foram um grande sacrifício, fui-me entretendo

vendo séries, cozinhando e lendo. No entanto, ao ver que estes meses em

casa não iam acabar tão cedo comecei a ficar saturada e triste por não ver os

meus amigos por tanto tempo e por ter esgotado todos os passatempos.

Quanto às saudades dos meus amigos, fui fazendo videochamadas e

trocando mensagens para não perdermos contacto e matarmos as saudades, e

até houve um dia em que cumprindo as medidas de segurança consegui estar

com uma amiga pessoalmente.

Com este tempo isolada em casa, aprendi a gostar mais da minha

própria companhia, descobri que consigo fazer panquecas e bolos deliciosos e

que devemos sempre aproveitar o que temos, pois nunca sabemos quando é

que uma situação como esta pode acontecer. Embora atualmente já esteja

habituada, no início as únicas dificuldades que senti foram ter de me adaptar a

esta nova forma de viver e aprender.

Francisca Ferreira 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Tudo começou na China num mercado longe de regras de higiene. Para

nós, Europeus, começou na comunicação social, através de todos os órgãos

de comunicação. Viajei nesse período e não senti medo, pois não vi qualquer

tipo de prevenção. De uma hora para a outra instalou-se o pânico na Europa e

em Portugal, corremos todos de forma organizada para as regras de proteção

com empenho, pois o facto de ser uma doença infecciosa que se propaga

rapidamente, fez-nos mudar de comportamentos.

Veio o confinamento e alterou as nossas vidas, eu em particular vivendo

no campo não sofri com o isolamento. Tirei vantagens e consegui ver

benefícios, nomeadamente ao nível da consciência pessoal e ambiental. O

isolamento a meu ver serviu para as pessoas aprenderem e perceberem que é

possível viver de outra forma, com o básico essencial e com o tempo que não

tinham. Senti preocupação com os mais velhos e pessoas de risco, mas de

resto vivo a pandemia com leveza. Alimentei-me de forma mais saudável

focada sobretudo nas vitaminas e elementos que promovem a imunidade.

Devido às redes sociais os relacionamentos mantiveram-se. Com as

pessoas mais próximas continuei a manter contacto presencial com as devidas

precauções.

Com esta nova forma de estar percebi que gosto de estar em solidão

aprendi também que ter tempo é precioso, aprendi que o básico da vida é

suficiente, aprendi a desfrutar da natureza e a produzir parte da minha

alimentação, aprendi que num só dia podemos cumprir com as obrigações e

usufruir de tempo de lazer significativo, percebi que as coisas supérfluas são

realmente supérfluas.

Em relação aos abraços não gosto mesmo!

Francisca Batista 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Ainda sem se ter certezas da causa do início da pandemia de 2020,

sabemos que todos os casos estão ligados a um mercado de alimentos e

animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan (China). Esta disseminação

mundial de uma nova doença, pandemia, obrigou muitos países a ficarem de

quarentena, tentando evitar que a doença se espalhasse mais.

No início, pensava-se que a quarentena iria ser só catorze dias, mas a

quarentena durou dois meses e meio. Nos primeiros catorze dias, eu estava

contente porque estava a viver umas miniférias, nessa altura ainda não me

tinha apercebido da gravidade da situação, mas mais tarde comecei a ficar

muito preocupado com a minha avó, pois ela não saia de casa havia dois

meses e estava muito triste por não poder estar com a sua família. Nesse

momento da quarentena, a minha avó era a única coisa que me entristecia,

pois eu ainda não tinha saudades dos meus amigos, já que estava em contacto

com eles o dia todo. Mais tarde comecei a lembrar-me das nossas aulas, em

que fazíamos muitas palhaçadas e nos riamos muito, é claro que os

professores não gostavam, mas eu sentia muitas saudades disso.

Já no fim da quarentena, estava muito farto de fazer o mesmo todos os

dias, acordar de manhã, ir tomar o pequeno-almoço, ir ajudar o meu irmão com

os trabalhos da escola e ir telefonar aos meus amigos e ficar o resto do dia a

jogar com eles. Como passei tanto tempo assim, troquei os meus horários

todos porque como não tinha aulas passava as noites a jogar com o meu

amigo Lucas que conheci na escola onde andava. Então fazia muitas diretas e

no dia seguinte quando os meus amigos iam almoçar eu ficava sozinho porque

costumo almoçar mais tarde e adormecia porque estava muito cansado e

aborrecido.

A única coisa que me ajudou a superar essa vida aborrecida foi poder,

aos fins-de-semana, surfar com o meu pai e com a minha prima.

Gonçalo Pauleta 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

O confinamento social que passei em 2020, deveu-se à propagação do

vírus Covid-19 que levou várias pessoas à morte por todo o mundo. O vírus

tinha uma propagação muito rápida, não podíamos coçar os olhos ou a cara

porque podíamos ficar contaminados, e não podíamos ter qualquer contacto

físico com alguém porque podia estar infetado, apesar de não ter sintomas.

No início, senti-me desorientada, pois não sabia o que fazer, ainda havia

pouca informação sobre o vírus e como preveni-lo. Com o fecho das escolas.

as pessoas começaram a ficar mais preocupadas, acabaram por perceber a

gravidade e a crise que estava para vir. Sem saberem o que fazer, começaram

a fazer compras exageradas ao ponto de não chegar para todos. Na segunda

semana, as notícias que passavam na televisão, tentavam acalmar as pessoas

a não se precipitarem no açambarcamento de produtos para haver para todos.

No primeiro mês, as pessoas já não estavam muito assustadas e começaram a

sair à rua com as devidas precauções, usando a máscara e desinfetante de

álcool gel. Ao fim de dois meses em confinamento social, o número de

infetados começou a estabilizar tal como o número de mortes, mas com as

temperaturas a aumentar as pessoas começaram a abusar e a sair sem as

devidas precações e o distanciamento social.

Durante o confinamento social, estava no meu nono ano e não sabia

como ia ser o exame, mais tarde recebi a notícia que não iria haver, mas

continuei a ter aulas não presenciais, por via Classroom e por telescola. No

tempo livre, aproveitei para falar com os meus amigos por videochamada para

não perder o contacto, também assisti a filmes e séries e aproveitei para

apanhar ar e jogar à bola no meu quintal.

Com este confinamento, apercebi-me das pessoas que realmente me

faziam falta, mas também aprendi mais sobre mim a nível psicológico e a nível

físico e por isso decidi manter uma vida ativa apesar de não poder praticar o

meu desporto favorito.

Inês Aranha 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Esta quarentena mudou muitas coisas no mundo e também mudou

muita coisa para mim. No início as pessoas andavam todas preocupadas e

stressadas com o que ia acontecer na quarentena, e por causa disso eu tive de

me afastar dos meus amigos e temos de estar todos em casa agora.

Toda esta quarentena fez com que a poluição diminuísse, fez com que

assim a camada de ozono não tivesse buracos ou fez com que ficassem

menores e fez com que os glaciares parassem de derreter e que voltassem a

congelar. Com o passar do tempo, os países foram abrindo os trabalhos de

volta, mas em alguns países o vírus voltou a propagar-se e tiveram de fechar

tudo outra vez, uns meses depois disto tudo os países abriram mais a atividade

comercial e as pessoas começaram a abusar e a sair sem poderem.

A mim custou-me um pouco ao início, mas já me habituei, ficar sem os

amigos e sem me poder divertir foi difícil, por outro lado isto foi um exemplo

para algumas pessoas para pensarem em outras formas de trabalho, de

comunicação e para as pessoas arranjarem novos passatempos.

E é assim que tem estado tudo, com o mundo e o ser humano meio

parados de maneira que alguns animais têm tido liberdade para andarem pelo

mundo fora, e é assim que eu tenho visto esta quarentena.

Lourenço Silva 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma epidemia é quando uma doença infecciosa se espalha rapidamente para

mais pessoas do que os especialistas esperavam. As pandemias são

geralmente classificadas primeiro como epidemias e só depois são

consideradas pandemia, quando existe uma rápida disseminação da doença

por uma ou mais regiões.

Os vírus são organismos que precisam de infetar uma célula hospedeira para

se reproduzir. Os novos vírus deixam a célula infetada e procuram outras

células suscetíveis a infetar. O vírus causador da Covid-19 é transmitido

principalmente por contacto com gotículas respiratórias. Estas gotas, lançadas

por uma pessoa infetada ao tossir, respirar ou falar, aterram rapidamente sobre

os objetos, onde são recolhidas pelas mãos de outras pessoas, que se

contagiam ao tocar os próprios olhos, nariz ou boca. Por isso foi necessário o

confinamento para que a doença não se propagasse tão rapidamente.

No princípio do confinamento, foi um pouco difícil, pois não estava habituada a

não poder estar com os meus amigos e família, e a ter de estar tanto tempo em

casa. Foi difícil habituar-me a fazer o trabalho da escola em casa, ainda por

cima porque no princípio do confinamento estava tudo muito confuso. Mas ao

longo do tempo fui-me habituando, e mesmo não podendo ver os meus amigos

ou sair à rua, já não foi tão difícil.

Eu não tinha muito contacto com os meus amigos no princípio, porque estava

habituada a poder vê-los todos os dias na escola, mas agora que isso já não é

possível tive de arranjar novos meios de falar com eles.

Com esta experiência, eu aprendi a ser mais organizada e determinada em

termos escolares, e aprendi a valorizar o tempo passado com os meus amigos

e família. É em momentos como este que comecei realmente a dar valor a

coisas como ir almoçar com os meus amigos, ir ao shopping ou ir à escola.

Coisas tão normais, mas que fazem uma diferença enorme.

Luísa Ferreira 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

O termo pandemia refere-se a uma doença infecciosa que se espalha

entre a população localizada em uma grande região geográfica. Transmite-se

através de contacto direto (disseminação de gotículas respiratórias), e por

contacto indireto (contacto das mãos com uma superfície contaminada). Por

isso é necessário tomar medidas para promover o confinamento a fim de evitar

a propagação da doença, pois ficar em casa é a forma mais eficaz de nos

mantermos em segurança e protegermos os outros.

No decorrer do confinamento, eu senti-me bem porque gosto de ficar em

casa, mas também fiquei preocupada com a situação que se estava a passar.

Ao longo do confinamento passei mais tempo com a minha irmã do que o

normal. Aproveitei a maior parte do tempo para arrumar o meu quarto e a

minha casa, organizar as minhas coisas, fazer exercício físico, e trabalhos,

aprender novas receitas de culinária, ver séries, filmes e desenhar.

Durante este período, mantive-me quase todos os dias em contacto com

as minhas amigas por videochamadas e mensagens e com a minha família por

chamada telefónica, assim dentro do possível consegui manter relações à

distância. Não estive com os meus pais em casa neste período porque eles

continuaram a trabalhar, por isso estive só com a minha irmã.

Para mim, este isolamento social tornou-se um período de maior

produtividade, pois todos os dias estudo e faço trabalhos e ainda consigo ter

tempo para fazer as coisas que mais gosto, como cozinhar e ver filmes. Logo

aprendi que sou mais produtiva em casa com a liberdade da minha rotina do

que quando estou na escola, por outro lado aprendi que só quando estamos

distantes dos nossos amigos é que se percebe a sua importância. Não tive

qualquer dificuldade em casa porque sou muito caseira, mas mesmo assim

tenho saudades das minhas amigas, porque mesmo em tempo de férias nunca

ficamos tanto tempo sem nos vermos.

Matilde Ferreira 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Lembro-me perfeitamente de como tudo começou, ouvi falar do

Covid-19 no início de 2020, mas estando em Portugal onde o vírus ainda

não teria chegado, para mim era mais como uma conversa fiada do que

propriamente a situação atual do planeta. Rapidamente esta “conversa

fiada” tornou-se no pior pesadelo de um epidemiologista: um vírus grave

que se propaga pelo ar, cada pessoa com o vírus pode contagiar outras

15, através de um espirro que deixa o vírus a flutuar por horas. Qualquer

um pode estar a propagar o vírus sem o saber.

Pouco tempo depois, o vírus tornou-se numa pandemia mundial.

Já teria chegado a Portugal que, lidou muito bem com a situação. Só

quando as escolas e os lugares públicos começaram a fechar, quando

esta pandemia começou a afetar-me diretamente é que me apercebi da

gravidade da situação. Quando o país decidiu entrar em confinamento

quase perdia a cabeça: “Como é que vou sobreviver meses, fechada em

casa sem socializar!” - pensei eu, mas hoje consigo dizer que apesar de

tudo, acho que esta experiência só me fortaleceu, claro que foi muito

difícil mas, em 2020 com toda a tecnologia que há consegui manter-me

em contacto com os meus amigos e também habituar-me a estudar em

casa.

Durante esta quarentena, para manter a minha sanidade mental,

pintei, redecorei o quarto (cinco vezes), li mais que nunca, andei de

bicicleta, desenhei e cortei o cabelo em casa (duas vezes). Não me

orgulho muito da última vez que o cortei, mas em geral acho que tirei o

máximo proveito desta situação.

Miriam Tavares 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia consiste numa doença infeciosa que se espalha entre a

população de uma certa área, neste caso, o mundo. O vírus que se encontra

nesta altura (coivid-19) propaga-se através da tosse, áreas de contacto ou

através do espirro. Esta pandemia tem tido um grande embate na população, o

que requer uma grande necessidade de confinamento social.

No início desta quarentena eu não me sentia muito preocupado, com

esperança de isto ser ultrapassado facilmente, mas com o passar do tempo

comecei a perceber que era mais grave do que eu esperava. Passado um mês,

estava a ficar farto de estar em casa, por isso fazia uma caminhada no campo

de vez em quando. No segundo mês comecei a ver que as pessoas estavam a

encontrar-se com outras pessoas e a sair cada vez mais de casa, o que eu

achei uma má ideia, pois essa opção iria aumentar a propagação do vírus.

Durante esta quarentena tive de arranjar muitos passatempos para

ocupar o tempo, entre eles, andar de bicicleta, fazer caminhadas (como já referi

anteriormente), jogar computador com os meus colegas de forma a manter

contato com eles e até mesmo cozinhar…

Aprendi algumas coisas sobre mim que não esperava encontrar, como

jeito para a cozinha, e que sou uma pessoa persistente. Também aprendi que

sou um pouco preguiçoso.

Pedro Baptista 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é uma doença à escala global, esta pandemia em

específico propaga-se muito facilmente através do contacto com pessoas

infetadas ou superfícies contaminadas.

No início senti-me felicíssimo porque a escola tinha acabado embora

ficasse com muitas saudades da professora de português, mas depois

passadas umas 3 a 4 semanas comecei a ficar muito saturado, com saudades

de sair de casa e de ver os meus amigos, pois embora joguemos online, não é

a mesma coisa do que estarmos juntos. Só agora, passados dois meses, é que

saí de casa para ir cortar o cabelo e foi um pouco estranho ter de estar de

máscara. Fora isso, praticamente não saí de casa, exceto para fazer umas

caminhadas com a minha mãe e tia.

Eu e os meus amigos costumamos fazer os trabalhos da escola e depois

passamos o resto do dia juntos atrás de um ecrã, como já passávamos antes

depois de chegarmos da escola, mas agora somos mesmo forçados a fazê-lo,

porque não podemos sair de casa. Aprendi que sou muito pouco

independente e tive dificuldade em organizar-me e mal consegui aprender

matérias novas durante este tempo. Continuei a ter aulas de conservatório

online, muito mais pequenas e menos entediantes.

Pedro Moreira 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Passados cinco anos decidi contar aos meus sobrinhos o que foi uma

pandemia e o que o mundo passou pois, achei importante contar-lhes cada

detalhe para estarem preparados caso houvesse uma de novo.

Comecei por explicar-lhes o que era uma pandemia, ou seja, é um vírus

que se espalha pelo mundo inteiro e que neste caso se propagou muito rápido,

pois a população mundial não teve muitos cuidados ao início devido ao

desconhecimento da doença, levando a muitas mortes já que os hospitais não

tinham capacidade para cuidar da população toda ao mesmo tempo e também

devido à falta de material hospitalar.

Expliquei-lhes que tive algumas dificuldades em ter de estar em casa por

muito tempo, pois impedia-me de estar com os meus amigos e familiares, mas

que aproveitei para estar mais tempo com os meus pais. Fizemos uma quinta,

construímos um galinheiro e outras atividades como cozinhar. Com isso, o

tempo não passava tão devagar porque estávamos sempre entretidos.

Contei-lhes também que em relação aos meus amigos, foi muito difícil

estar afastada deles, embora eles estivessem presentes no meu dia-a-dia e

que nunca nos deixámos de falar. Fazíamos várias chamadas e falávamos

todos os dias tal e qual como com a família! A nossa sorte foi a tecnologia.

Relembrei-lhes que tive muitas saudades dos meus avós, pois não podia estar

com eles porque já tinham uma certa idade e como tal eram pessoas de risco

tal como as pessoas com doenças e sistema imunitário baixo.

Disse-lhes que com este acontecimento cheguei à conclusão que devia

dar mais valor à escola, pois era muito melhor ter aulas na escola do que em

casa e que a presença física é muito mais saudável do que não estar com as

pessoas. Mostrei-lhes como foi importante para mim aproximar-me mais dos

meus pais, pois com o emprego que eles tinham, não puderam ir trabalhar.

Expliquei-lhes que aprendi com esta situação que se deve aproveitar

mais a vida, pois nunca sabemos o dia de amanhã.

Rita Durão 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia ocorre quando uma doença se espalha por uma grande

quantidade de regiões no planeta, ou seja, não está restrita apenas a uma

localidade, estando presente em uma grande área geográfica. Ao início

pensava-se que o vírus só se podia espalhar por um contacto muito próximo,

como aconteceria com pessoas muito próximas umas das outras, como

abraçar, beijar, e partilhar por exemplo utensílios de cozinha. Depois, já se

disse que se consegue passar o vírus por formas mais distantes, como uma

pessoa doente espirrar ou tossir perto de outra pessoa. Foi necessário o

confinamento, porque era perigoso andar na rua e haver contacto com outras

pessoas e no início da quarentena senti-me bem, mas para o fim já estava um

pouco cansado de estar em casa.

No confinamento senti-me um pouco sozinho, porque estou e sempre

estive habituado a fazer atividades no dia-a-dia em contacto com pessoas.

Sinto que neste confinamento não fiz lá grande coisa, tentei passar a maior

parte do tempo com os meus pais e com os meus irmãos até porque se

estivesse na escola não teria muito tempo para estar com eles. Por exemplo,

por passar mais tempo com o meu pai, percebi que ele adora ir à piscina, coisa

que eu não sabia.

A maneira como me relacionei com os meus colegas foi fácil, porque fui

falando com eles regularmente, acho que essa foi umas das coisas mais fáceis.

Não houve um dia que não tenha falado com eles.

No confinamento acho que aprendi diversas coisas, como a estar

sozinho e aprendi a ser mais autónomo. Tentei organizar-me para que não me

tivesse faltado entregar nenhum trabalho da escola. Mas sobretudo pensei que

depois deste confinamento vou dar mais valor a algumas coisas e pessoas,

pois sinto que esta pandemia, infelizmente, levou muitas pessoas inocentes

com ela e sinto que tenho imensa sorte por ninguém da minha família ter sido

infetado.

Rodrigo Chaves 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é uma doença que se espalha por vários continentes ou

por todo o mundo. Tem havido muitas pandemias ao longo da história, mas

atualmente nós estamos a passar pelo Covid-19. Este vírus propaga-se através

da boca, nariz e olhos, daí o uso da máscara ou viseira para proteção contra a

infeção.

Desde a ordem de confinamento que eu estou em casa. Eu tenho-me

sentido muito bem, pois gosto de estar no conforto do meu quarto. Há imensa

gente sempre a dizer que está a passar um mau tempo na quarentena, mas eu

tenho passado bem. O meu sonho sempre foi estar a trabalhar em casa, pois

assim estou confortável, convivo mais com os meus gatos, fortaleço os laços

com a minha família e, através das tecnologias, posso falar só com as pessoas

de quem eu gosto e não sou “obrigada” a falar com as outras. Nesta

quarentena também estou a tentar construir músculo. Ultimamente estava a

sentir-me muito fraca por isso agora treino. Também tenho aprendido ukelele.

E é assim que eu estou a aprender a desfrutar do meu tempo sozinha na

quarentena.

Normalmente, eu e a minha família almoçamos juntos no fim de semana,

por isso, mesmo depois do confinamento, nós continuámos a juntarmo-nos,

mas agora com medidas de segurança para ninguém ficar infetado. Nós

trazemos os nossos pratos, talheres e copos, desinfetamos as mãos antes de

comer e estamos sempre afastados. Às vezes até convido algumas amigas

para virem cá a casa para conviver e agora também vou à natação com a

Matilde.

Esta quarentena aprendi que sou muito mais introvertida do que

pensava, pois sinto-me melhor e mais segura no conforto do meu quarto.

Também aprendi que consigo trabalhar sozinha sem me distrair. No entanto,

agora sei que sou muito desorganizada, pois nunca sei quando é que vai haver

aula e às vezes entrego os trabalhos mesmo perto do prazo de entrega.

Sara Costa 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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Memórias de uma Quarentena

Uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo

é utilizado quando uma epidemia, grande surto que afeta uma região, se

espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa

para pessoa. A doença é transmitida através do contacto.

No início desta pandemia, eu pensei que isto iria durar duas semanas,

mas com o passar do tempo fui percebendo que íamos ter de nos habituar a

viver com este vírus, tal como acontece com a gripe.

Eu senti que isto ia arruinar as nossas vidas, mas estava enganado.

Continuei a fazer a minha vida sem ligar a nada disso do vírus, mas os meus

amigos e colegas ligavam muito a isso e por isso tive de manter o contacto com

eles através do telemóvel.

Durante este período de pandemia eu descobri que sei cozinhar

relativamente bem e que cozinho pratos ótimos, mas também senti ainda mais

que odeio ter de limpar a casa, e foi assim que passei esse período de

pandemia.

Vasco Morais 9ºA

Ano letivo de 2019_2020

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EXPOSIÇÃO DO PLANO NACIONAL DE CINEMA EM ARTICULAÇÃO COM

A DISCIPLINA DE PORTUGUÊS

“Quando o Mundo Parou: Memórias de uma Quarentena”

No dia 13 de março de 2020 fomos confrontados com a inevitabilidade de

entrarmos em confinamento devido à pandemia provocada pelo Sars-Cov2, que se

tinha disseminado pelo mundo desde finais de 2019.

Fomos para casa e, de uma forma abrupta, tivemos de

iniciar um ensino de emergência à distância. Foi

devastador, porque todo um ciclo de progressão, de saber,

de partilha e de relações afetivas que o ensino presencial

proporciona foi interrompido. Ficámos desorientados e

tristes.

Por isso, pensei numa maneira de os nossos alunos nos contarem o que se

passava com eles durante esta inesperada pandemia, através de um texto meio

confessional, meio reflexivo em que pudessem expor algumas das dúvidas, medos,

sucessos e glórias. Basicamente, queria pô-los a escrever sobre o que sentiram durante

este confinamento que nos isolou fisicamente uns dos outros.

Os textos foram para mim inesperados pela sua

intensidade e pela sua intimidade, por serem divertidos

ou por esconderem uma enorme ansiedade, por nos

colocarem questões pertinentes como as questões

ambientais, questões afetivas, de preocupação pelos

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outros. Enfim, percebi que os meus alunos estavam deveras preocupados com o

mundo e com o que se passava à sua volta. Foi nesse sentido uma agradável surpresa

que como é evidente teria de partilhar com a escola. Nasceu, assim, esta compilação

que espelha as emoções, os sentimentos, as dúvidas e as certezas dos nossos alunos,

numa altura das nossas vidas que jamais esqueceremos.

Por outro lado, enquanto estivemos em confinamento, continuámos com o

projeto do Plano Nacional de Cinema desenvolvido pela Biblioteca Escolar D. Carlos I,

na pessoa da Professora Sandra Pratas, e os alunos envolvidos no projeto. Orientados

pela nossa realizadora Nathalie Mansoux, fomos filmando pequenos filmes através de

propostas que ela nos foi fazendo, refletindo sobre a nossa solidão, sobre como é que

o mundo se encontrava e encontrando paralelo em outros produtos artísticos que nos

confrontassem com o que estávamos a viver.

E foi esta vivência única, aterradora, mas

enriquecedora ao mesmo tempo, que fez surgir a ideia

de, no âmbito do Plano Nacional de Cinema, conceber

uma exposição conjunta de todos estes trabalhos de

textos e de filmes com a intenção de nunca nos

esquecermos o que experienciámos, mas ao mesmo

tempo mostrando como vivemos de forma solidária e

criativa esta pandemia.

Posteriormente e para além desta exposição, desenvolvemos um conjunto de

sessões de promoção de leitura junto de todas as turmas do 7.º e do 9.º ano com base

nos exercícios fílmicos e de escrita criativa.

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Dada a qualidade dos textos, decidimos ainda atribuir prémios aos três melhores

textos. Assim, o primeiro lugar foi atribuído ao aluno Tiago Lourenço do antigo 9ºA e o

segundo lugar foi arrecadado pelo aluno Rodrigo Rocha do antigo 9.º C. Foi ainda

atribuído um prémio originalidade ao aluno Eduardo Dias, antigo 8ºF, que imaginou

uma entrevista imaginária no Clube de rádio da escola. Todos os premiados receberam

um exemplar do livro Uma Escuridão Bonita de Ondjaki.

Por fim, uma palavra de muito apreço ao professor

Afonso Carrolo sem o qual esta exposição não seria possível,

nem teria o impacto visual e artístico que se pretendia desde o

início.

Um outro agradecimento é também devido à

Professora Sandra Hormigo que concebeu a capa desta

publicação que poderá ser consultada na Biblioteca D. Carlos I.

Professora Cristina Didelet

Ano letivo 2020_2021

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