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[SAÚDE NEFROLOGIA]

> MARÇO 2021 <

32

DOENÇA RENAL

A

DOENÇA RENAL CRÓNICA é

uma patologia progressiva, caracterizada

por uma deterioração

lenta e irreversível dos rins e das suas funções.

Uma dessas principais funções consiste

na eliminação de substâncias tóxicas

resultantes do funcionamento (metabolismo)

dos órgãos. Em consequência, aquelas

substâncias, ao ficarem retidas no sangue,

resultam numa acumulação de produtos

metabólicos tóxicos, cujo quadro clínico se

designa por uremia.

Pode atingir indivíduos de ambos os

sexos, mas parece progredir mais rapidamente

no sexo masculino. A incidência

é maior nos adultos e idosos. Todavia, a

doença renal crónica pode evoluir silenciosamente

durante muito tempo. Por este

motivo, são particularmente importantes a

prevenção e o diagnóstico tão cedo quanto

possível. Com esta dupla intervenção, é

possível evitar a progressão para uma fase

mais avançada e grave.

Causas e

sintomatologia

4A diabetes, sobretudo a tipo 2, é

a causa mais comum. Em Portugal,

cerca de 30% dos casos de insuficiência

renal crónica em diálise devem-se

à nefropatia diabética.

4A hipertensão contribui com mais

de 20%. A hipertensão surge, com

frequência, associada à obesidade e

à diabetes mellitus tipo 2.

4Muitas doenças renais (nefrites) evoluem

ao longo do tempo, com sinais

e sintomas pouco evidentes, mas que

incluem, frequentemente, a hipertensão

arterial.

4Existem doenças hereditárias dos

rins (com vários casos familiares) que

podem progredir para a insuficiência

renal com necessidade de diálise e/

ou transplante.

4Em fases já avançadas da evolução

da doença, pode surgir a anemia que

se traduz por sensação de fraqueza e

cansaço intenso.

4A ausência de sintomas, nos primeiros

estádios da doença, faz com que

grande parte da população desvalorize

os cuidados a ter com a saúde

dos seus rins.

crónica

SINAIS DE ALERTA

DIAGNÓSTICO PRECOCE

EVITA AGRAVAMENTO

O diagnóstico precoce da doença renal

crónica é essencial para que seja possível

controlar as suas causas e impedir que se

agrave. Contudo, alguns sintomas só são

percetíveis nas fases mais avançadas da

doença e a possibilidade de recuperação

torna-se muito mais difícil.

A hipertensão arterial e a diabetes são

responsáveis por mais de metade dos casos

de insuficiência renal. Por isso, as pessoas

que sofrem destas patologias estão em

maior risco.

Um dos principais sinais de doença renal

consiste da alteração na cor da urina, que

pode tornar-se mais turva e escura.

Outro dos sintomas comuns é o inchaço

à volta dos olhos, assim como nas pernas.

A dor lombar, frequente e que não aumenta

com o movimento, é um sinal de alerta

para a existência de um distúrbio ao nível

renal.

Falta de força, fadiga, anemia (palidez

anormal), náuseas, vómitos matinais e até

falta de ar podem ser sinais de que os rins

não estão a funcionar corretamente. As

pessoas com historial de familiares com

doença renal também estão em maior

risco. A única forma de detetar a doença

renal crónica em fases precoces é através

da análise ao sangue, que avalia os valores

da ureia e creatinina. As análises à urina

permitem detetar substâncias anómalas e

caracterizar o eventual tipo de lesão renal.

Por último, a ecografia renal avalia o

tamanho dos rins. Se forem mais pequenos

que o normal, a doença é provavelmente

crónica.

Em Portugal, estima-se que 800 mil

pessoas sofram desta doença. Todos os

anos são registados 2200 novos casos

em falência renal, a necessitar de diálise.

Existem atualmente 14.000 doentes

dependentes de diálise, dos quais 5000 são

transplantados.

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