SAUDE-E-BEM-ESTAR-314-Mar21-12Mb
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DIFERENTES TIPOS
DE CANCRO DO ÚTERO
O útero é a parte do corpo da mulher
onde se desenvolve o feto, se ela estiver
grávida. O órgão divide-se em colo do útero
e corpo do útero. O corpo do útero possui
uma fina camada de revestimento interno
(o endométrio) e uma espessa camada
externa (o miométrio).
O cancro uterino ocorre quando as células
normais do útero se transformam em
células anormais e crescem de forma
descontrolada.
Existem diferentes tipos de cancro uterino,
mas a maioria começa nas células
revestimento interno, ou seja, no endométrio.
O cancro uterino pode ocorrer em
mulheres de qualquer idade, mas é muito
mais comum em mulheres após a menopausa.
O sinal mais comum do cancro uterino é
a hemorragia vaginal anormal, que se pode
manifestar por:
4perdas de sangue entre os ciclos menstruais;
4período menstrual mais intenso do que
o normal;
4qualquer perda de sangue vaginal
(mesmo pequenas gotículas) na mulher
após a menopausa.
A hemorragia vaginal anormal pode ser
causada por outras causas não oncológicas.
No entanto, deverão sempre constituir
um sinal de alerta importante e motivar
avaliação médica ginecológica.
Pelo
PROF. DR. HÉLDER
FERREIRA
MD, PhD, MBA. Coordenador
da Unidade de Cirurgia
Minimamente Invasiva
Ginecológica e Endometriose
do Centro Hospitalar do Porto,
Universidade do Porto
endométrio
ovários
colo do útero
vagina
CANCRO DO ENDOMÉTRIO
O cancro do endométrio é a doença maligna ginecológica mais comum em países
desenvolvidos e a segunda mais comum em países em desenvolvimento.
Para fazer o diagnóstico da doença oncológica da cavidade uterina, a execução de
uma histeroscopia, exame realizado pelo ginecologista, é de particular importância.
A histeroscopia, além de possibilitar a observação endoscópica direta do interior
do útero, permite realizar simultaneamente uma biopsia dirigida de qualquer lesão
suspeita identificada.
Comprovado o diagnóstico de cancro do endométrio, nas mulheres com tumores
localizados e de baixo risco de recorrência, a cirurgia, por si só, é frequentemente
curativa.
A abordagem cirúrgica minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), com
identificação do gânglio-sentinela (técnica de fluorescência), constitui a opção
atual mais recomendada para tratamento e estadiamento do cancro do endométrio,
associando-se a menores taxas de complicações e internamentos mais curtos.
Mulheres com doença de risco intermédio ou alto podem beneficiar com o tratamento
complementar de radioterapia (radiação que “elimina” as células cancerosas)
ou/e quimioterapia (medicamentos que “eliminam” as células cancerosas ou
impedem seu crescimento).
CANCRO DO COLO DO ÚTERO
O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente nas mulheres,
representando 7,7% das mortes femininas por cancro em todo o mundo. Nos países
em desenvolvimento, consiste no cancro ginecológico mais comum. Na Europa, são
diagnosticados cerca de 58 mil novos casos todos os anos e quase metade acabam
por ser fatais. O cancro do colo do útero é o terceiro mais frequente nas mulheres
portuguesas com menos de 50 anos.
Quase todos os cancros do colo do útero são causados por um vírus chamado
HPV (papilomavírus humano), que se transmite pelo contacto pele a pele e pela
relação sexual. Qualquer mulher está em risco e o risco persiste durante toda a vida.
O vírus infeta 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas. O cancro do colo do útero
manifesta-se, na grande maioria dos casos, após vários anos de infeção persistente.
Já existem vacinas que evitam a infeção pelo HPV. Esta vacina está disponível
para homens e mulheres e é mais eficaz quando administrada antes de iniciar a
atividade sexual. Mas também pode conferir proteção após o início da atividade
sexual.
Uma outra forma de prevenção é a realização de rastreios (citologia cervicovaginal
ou teste papanicolau) para a deteção e diagnóstico precoce de lesões
pré-malignas ou até mesmo da doença maligna em fase inicial, de forma a tratar
a doença precocemente. É, por isso, aconselhado o exame ginecológico regular. O
tratamento de células pré-cancerosas pode evitar que se transformem em cancro
do colo do útero.
> MARÇO 2021 <
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