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DIFERENTES TIPOS

DE CANCRO DO ÚTERO

O útero é a parte do corpo da mulher

onde se desenvolve o feto, se ela estiver

grávida. O órgão divide-se em colo do útero

e corpo do útero. O corpo do útero possui

uma fina camada de revestimento interno

(o endométrio) e uma espessa camada

externa (o miométrio).

O cancro uterino ocorre quando as células

normais do útero se transformam em

células anormais e crescem de forma

descontrolada.

Existem diferentes tipos de cancro uterino,

mas a maioria começa nas células

revestimento interno, ou seja, no endométrio.

O cancro uterino pode ocorrer em

mulheres de qualquer idade, mas é muito

mais comum em mulheres após a menopausa.

O sinal mais comum do cancro uterino é

a hemorragia vaginal anormal, que se pode

manifestar por:

4perdas de sangue entre os ciclos menstruais;

4período menstrual mais intenso do que

o normal;

4qualquer perda de sangue vaginal

(mesmo pequenas gotículas) na mulher

após a menopausa.

A hemorragia vaginal anormal pode ser

causada ​por outras causas não oncológicas.

No entanto, deverão sempre constituir

um sinal de alerta importante e motivar

avaliação médica ginecológica.

Pelo

PROF. DR. HÉLDER

FERREIRA

MD, PhD, MBA. Coordenador

da Unidade de Cirurgia

Minimamente Invasiva

Ginecológica e Endometriose

do Centro Hospitalar do Porto,

Universidade do Porto

endométrio

ovários

colo do útero

vagina

CANCRO DO ENDOMÉTRIO

O cancro do endométrio é a doença maligna ginecológica mais comum em países

desenvolvidos e a segunda mais comum em países em desenvolvimento.

Para fazer o diagnóstico da doença oncológica da cavidade uterina, a execução de

uma histeroscopia, exame realizado pelo ginecologista, é de particular importância.

A histeroscopia, além de possibilitar a observação endoscópica direta do interior

do útero, permite realizar simultaneamente uma biopsia dirigida de qualquer lesão

suspeita identificada.

Comprovado o diagnóstico de cancro do endométrio, nas mulheres com tumores

localizados e de baixo risco de recorrência, a cirurgia, por si só, é frequentemente

curativa.

A abordagem cirúrgica minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), com

identificação do gânglio-sentinela (técnica de fluorescência), constitui a opção

atual mais recomendada para tratamento e estadiamento do cancro do endométrio,

associando-se a menores taxas de complicações e internamentos mais curtos.

Mulheres com doença de risco intermédio ou alto podem beneficiar com o tratamento

complementar de radioterapia (radiação que “elimina” as células cancerosas)

ou/e quimioterapia (medicamentos que “eliminam” as células cancerosas ou

impedem seu crescimento).

CANCRO DO COLO DO ÚTERO

O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente nas mulheres,

representando 7,7% das mortes femininas por cancro em todo o mundo. Nos países

em desenvolvimento, consiste no cancro ginecológico mais comum. Na Europa, são

diagnosticados cerca de 58 mil novos casos todos os anos e quase metade acabam

por ser fatais. O cancro do colo do útero é o terceiro mais frequente nas mulheres

portuguesas com menos de 50 anos.

Quase todos os cancros do colo do útero são causados por um vírus chamado

HPV (papilomavírus humano), que se transmite pelo contacto pele a pele e pela

relação sexual. Qualquer mulher está em risco e o risco persiste durante toda a vida.

O vírus infeta 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas. O cancro do colo do útero

manifesta-se, na grande maioria dos casos, após vários anos de infeção persistente.

Já existem vacinas que evitam a infeção pelo HPV. Esta vacina está disponível

para homens e mulheres e é mais eficaz quando administrada antes de iniciar a

atividade sexual. Mas também pode conferir proteção após o início da atividade

sexual.

Uma outra forma de prevenção é a realização de rastreios (citologia cervicovaginal

ou teste papanicolau) para a deteção e diagnóstico precoce de lesões

pré-malignas ou até mesmo da doença maligna em fase inicial, de forma a tratar

a doença precocemente. É, por isso, aconselhado o exame ginecológico regular. O

tratamento de células pré-cancerosas pode evitar que se transformem em cancro

do colo do útero.

> MARÇO 2021 <

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