Catálogo_MACRS
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Para ser o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul precisamos<br />
despertar nas pessoas o desejo de ver, conhecer, viver e ser a própria arte. Nosso<br />
projeto precisa manter, além de um olhar artístico, um olhar social. E mais do que<br />
estar sintonizados com a realidade, precisamos sê-la e reinventá-la. A qualquer<br />
lugar que se vá não é preciso muito esforço para ver a criação, e, quando a vemos,<br />
há que se envolver. Portanto, criar e garantir a existência desse museu, mais que<br />
a notoriedade para as artes visuais, é um ato político, onde não percebemos<br />
somente o que já existe, mas onde podemos nos reconhecer e participarmos da<br />
criação. É preciso ter um arquivo de si para preservar a sua memória, e o <strong>MACRS</strong><br />
é a morada da arte contemporânea, a nossa casa, que também nos aguarda e<br />
pergunta qual o lugar da arte e qual o nosso lugar. Por isso, agradecemos, ao longo<br />
dessas três décadas, o apoio dos artistas e dos amigos do Museu, das empresas<br />
e instituições parceiras na construção desse lugar de questionamento. Todas as<br />
experiências nessa direção têm sido um aprendizado valioso e recompensador do<br />
esforço coletivo de realizar a missão institucional. Mas esse projeto de catalogação<br />
nos proporcionou uma convivência profissional e emocional similar ao zelo e à<br />
criatividade que mantiveram vivo esse museu, aliadas à confiança daqueles que<br />
trabalham e lutam no campo da arte e da cultura.<br />
O <strong>Catálogo</strong> de obras é resultado de um projeto independente, financiado com<br />
recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, que de forma tão corajosa<br />
quanto responsável proporcionou a todos os profissionais que dele participaram<br />
o mesmo respeito e a valorização que a comunidade nutre pelas diversas obras<br />
dos artistas que constituem esse acervo. Coordenado pela produtora cultural<br />
Vera Pellin, pela pesquisadora e professora Maria Amelia Bulhões e o grupo de<br />
bolsistas que, em conjunto com a equipe qualificada do Museu, assessorados por<br />
especialistas nas áreas de arquitetura, design, fotografia e imprensa, colocaram em<br />
evidência a totalidade das obras do <strong>MACRS</strong>, deixando acessível esse patrimônio<br />
por meio do site que a partir de agora ocupa um lugar de destaque permanente<br />
na vida da instituição.<br />
Esta publicação é um forte indício da consistência deste caminho do Museu, de<br />
resgate da biografia desses artistas, doadores, gestores, servidores, estagiários e<br />
colaboradores que apontaram essa história, do seu início até hoje, para as novas<br />
gerações. A arte contemporânea no RS estará presente com toda a força da sua<br />
produção, materializada nas 1.813 obras de 921 artistas, em sua maioria produzidas<br />
ao longo das últimas quatro décadas, variando de acordo com as linguagens<br />
plásticas-visuais e assumindo múltiplas formas. O Museu de Arte Contemporânea<br />
do Rio Grande do Sul tem a honra de apresentar seu <strong>Catálogo</strong> de obras, publicação<br />
indispensável para todos que desejam conhecer mais sobre a arte contemporânea.<br />
Um acervo que pela primeira vez será disponibilizado em sua amplitude. Ao fim,<br />
são as imagens aqui apresentadas que delineiam essa história.<br />
ANDRÉ VENZON Diretor do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul<br />
É artista visual, curador e gestor cultural. Especialista em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade<br />
de Girona e mestre em Poéticas Visuais pelo IA-UFRGS. Dedica-se à pesquisa dos tapumes na paisagem<br />
urbana, de elemento arquitetônico a significante de operações poéticas. Apresenta os resultados de seus<br />
estudos e criações em exposições, congressos, seminários, palestras e curadorias. Diante de sua forma<br />
de perceber a arte como atributo social, foi presidente da Associação Riograndense de Artes Plásticas<br />
Francisco Lisboa (2006-2010), conselheiro Estadual de Cultura (2008-2010/2016-2018), membro do<br />
Colegiado Nacional de Artes Visuais (2010-2012), diretor do Museu de Arte Contemporânea do RS (2011-<br />
2014) e coordenador da galeria da Fundação ECARTA (2018-). É autor do monumento da imigração judaica<br />
organizada para o Brasil, no Parque Farroupilha, em Porto Alegre.<br />
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