Catálogo_MACRS
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alguns artistas com obras que se caracterizam por sua representatividade e sua<br />
contribuição inovadora, buscando perceber os diálogos locais com a cena nacional<br />
e internacional. Alguns nomes bastante importantes não estão nela por não terem<br />
obras significativas na coleção do Museu, o que aponta para a necessidade de<br />
futuras políticas de consolidação do acervo, cobrindo essas lacunas. Em minhas<br />
escolhas, também me ative ao espaço das duas galerias na Casa de Cultura Mario<br />
Quintana, onde é realizada a exposição de lançamento deste <strong>Catálogo</strong>. Em um<br />
futuro próximo, na sede do <strong>MACRS</strong> no 4º Distrito, poderá ser pensada uma nova<br />
exposição que mostre mais dessa grande e diversificada coleção. Muitas leituras e<br />
avaliações poderão e deverão ainda ser feitas.<br />
Considerando que esta mostra tem por objetivo dar a visibilidade ao acervo<br />
destacando aspectos de sua constituição, selecionei artistas em quatro grandes<br />
grupos. O primeiro acolheu trabalhos dos anos 1970 e 1980, que, como já vimos<br />
acima, foi o momento em que, de forma lenta e gradual, a arte contemporânea se<br />
introduziu no Rio Grande do Sul; o segundo, dos anos 1990, quando esta produção<br />
começou a se consolidar no meio local, com o apoio de novas instituições; o<br />
terceiro, dos anos posteriores a 2000, momento em que estas práticas se tornam<br />
hegemônicas e quantitativamente fortes, espraiando-se e se diversificando<br />
no panorama artístico. No quarto estão produções de videoarte, sem observar<br />
critério cronológico.<br />
No primeiro grupo estão Carlos Pasquetti, Carlos Vergara, Carlos Fajardo, Cildo<br />
Meireles, Frantz, Karin Lambrecht, Luiz Carlos Felizardo, Maria Lidia Magliani,<br />
Milton Kurtz, Romanita Disconzi e Vera Chaves Barcellos. O número reduzido de<br />
obras deste período aponta para a necessidade de ampliar o acervo no sentido de<br />
documentar a entrada da arte contemporânea no estado, seus diálogos nacionais<br />
e internacionais, divulgando e estudando esta história recente.<br />
No segundo grupo estão Ângelo Venosa, Felix Bressan, Irineu Garcia, Lia Menna<br />
Barreto, Lenir de Miranda, Maria Lucia Cattani, Nuno Ramos e Patrício Farias.<br />
Destaca-se que a maioria desses artistas continua com intensa atuação nos anos<br />
2000, e o que se observa, no entanto, é que no acervo se encontram poucas obras<br />
de representação deste período tão importante, quando a arte contemporânea<br />
buscava se impor no sistema da arte local, em um momento de difícil recepção.<br />
O terceiro grupo corresponde a um período mais complexo, quando a coleção<br />
se abre para múltiplas frentes. Destaquei os trabalhos de Alfredo Nicolaiewsky,<br />
Andressa Cantergiani, André Severo e Maria Helena Bernades (Arquivo Areal), Bruno<br />
Borne, Carla Borba, Clóvis Dariano, Denise Gadelha, Eduardo Haesbaert, Eduardo<br />
Kac, Elaine Tedesco, Élle de Bernardini, Gisela Waetge, Gelson Radaelli, Gil Vicente,<br />
Gonzalo Mezza, Helio Fervenza, Ío (Laura Cattani e Munir Klamt), Jorge Menna<br />
Barreto, León Ferrari, Lucia Koch, Maristela Salvatori, Nelson Leirner, Paulo Nazareth,<br />
Rafael Pagatini, Regina Silveira, Rodrigo Braga, Rommulo Vieira Conceição, Romy<br />
Pocztaruk, Rochelle Costi, Rosângela Rennó, Sandra Rey, Sandro Ka, Teresa Poester,<br />
Téti Waldraff, Túlio Pinto, Xadalu Tupã Jekupé, Yuri Firmeza e Walmor Corrêa. O fato<br />
de esse período apresentar maior representatividade dentro do acervo evidencia a<br />
consolidação da arte contemporânea e sua força no panorama local.<br />
O quarto grupo, que vai ocupar uma sala especialmente dedicada à produção<br />
de videoarte, conta com a participação de Alberto Semeler, Alex Topini, Ana<br />
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