Relatório Brota no Clima - Engajamundo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RELATÓRIO
DE ATIVIDADES
Realização
Apoio financeiro
Rio de Janeiro
2020 - 2021
FICHA
TÉCNICA
Idealização e coordenação
Bruna Valença Godinho
Karina Ribeiro Muniz Ferreira
Felipe R. C. Sá
Nayara Almeida
Vitória Rodrigues de Oliveira
Criação e Direção de Arte
Kevelyn Oliveira
Diagramação
Victoria Carvalho
Revisão
Nayara Castiglioni Amaral
Realização
Engajamundo
Apoio financeiro
Samambaia: filantropias
Parceiras
BemGlô
Casa Fluminense
Fundação Konrad Adenauer
PerifaConnection
Favela Cineclube
2020 - 2021 | Rio de Janeiro, Brasil
v
SUMÁRIO
01 - ABRAM OS CAMINHOS
PÁG. 04
PÁG. 04
PÁG. 04
PÁG. 05
PÁG. 06
PÁG. 06
Contexto
Sobre o Brota no Clima
Quem tá no Brota?
O Engajamundo
A potência das favelas e periferias,
da educação e da comunicação
comunitária
02 - O SONHO SE
TORNANDO REALIDADE
PÁG. 08
PÁG. 09
PÁG. 10
PÁG. 12
PÁG. 13
PÁG. 15
PÁG. 15
03 - OS ENCONTROS
PÁG. 16
PÁG. 17
PÁG. 18
PÁG. 20
PÁG. 21
PÁG. 22
Ciclo 1: Científico
Ciclo 2: Territoria
PÁG. 10
Olhe ao redor
Ciclo 3: Advocacy
Ciclo 4: Radar Jovem
Ciclo 5: Mão na Massa!
PÁG. 22
PÁG. 26
PÁG. 32
PÁG. 35
Audiovisual
Podcast
Redação
Redes Sociais
04 - EAI, DEU BOM?
PÁG. 38
PÁG. 39
PÁG. 39
Quem pensou nesse rolê todo?
Conexão e engajamento
PÁG. 10
Impacto
A cara do Brota no Clima
Divulgação e seleção de participantes
Kit ativista
Capital semente: aquele empurrãozinho
Metodologia
Engajamento dos Broters
05 - OLHE PRA SI, OLHE AO
REDOR, OLHE PRO MUNDO
PÁG. 40
PÁG. 40
PÁG. 40
PÁG. 41
06 - NOSSOS
APRENDIZADOS
PÁG. 42
PÁG. 42
PÁG. 42
PÁG. 42
Pontos fortes
Onde podemos melhorar?
Reconhecimentos
07 - DEPOIMENTO
DOS BROTERS
PÁG. 43
08 - O QUE A COORDENAÇÃO
ACHOU DESSE ROLÊ TODO?
PÁG. 45
PÁG. 45
PÁG. 46
PÁG. 47
PÁG. 48
PÁG. 49
Multiplicadores
Flexibilidade e empatia
Comunic(ação)
Bruna Valença
Karina Muniz
Felipe Sá
Nayara Almeida
Vitória Rodrigues
09 - AGRADECIMENTOS
ESPECIAIS
PÁG. 50
ANEXO 1 - CARTA DE
BOAS VINDAS
PÁG. 52
ABRAM OS
CONTEXTO
Participando dos processos internacionais de incidência
política, o Rio de Janeiro já foi palco de grandes
conferências que tiveram a agenda climática
entre os temas centrais, como a Rio-92 (em 1992) e
a Rio+20 (e 2012). Apesar de ter sido anfitriã dessas
iniciativas, o baixo investimento em ação climática
na região atualmente é latente, seja na falha ao conter
suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE),
ao não envolver a população no tema ou na falta
de preparo para enfrentar os efeitos da mudança
do clima. Isso é escancarado quando vemos que a
cidade do Rio, sozinha, é a 9º maior emissora de
GEE no Brasil 1 , ou quando observamos que quem
paga a conta mais alta dos impactos das fortes
chuvas está nas favelas e periferias de todo o estado.
Lá no meio de 2020 parecia utópico pensar em mecanismos
que promovessem o empoderamento
climático da juventude do Rio de Janeiro. Uma utopia
que nós queríamos transformar em realidade,
sobretudo para jovens periféricos, assim como nós.
Jovens que desde muito cedo pegam transportes
públicos superlotados, sofrem diariamente com a
falta de água e saneamento básico e são atravessados
por inúmeras desigualdades que foram agravadas
dentro do contexto da pandemia de COVID-19.
Foi com muita vontade de mudar esse cenário,
além do importante apoio da Samambaia: filantropias,
que o Brota no Clima surgiu para engajar os
jovens na luta por justiça socioambiental, porque
afinal, a revolução começa dentro dos territórios.
SOBRE O BROTA
NO CLIMA
O Brota no Clima é um programa de educação e
comunicação climática online e gratuito que busca
empoderar jovens das periferias e favelas da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ)
a fim de fortalecê-los e incentivá-los a lutar por
justiça socioambiental em seus territórios. O programa
possui duração de 6 meses 2 e se dá em 5
ciclos distintos, com momentos de nivelamento
e territorialização da agenda climática, compartilhamento
de ferramentas de advocacy, ideação
de projetos e muita mão na massa! Tudo isso em
um ambiente que celebra a diversidade, mantendo
uma linguagem descomplicada e acessível, inovando
na forma de comunicar as mudanças climáticas
no Brasil.
O Brota é uma iniciativa
de articuladores do
Núcleo Local do Rio de
Janeiro do Engajamundo,
nascidos e criados em
territórios periféricos do
estado fluminense.
DE CRIA
PRA CRIA
1. http://plataforma.seeg.eco.br/cities/statistics
2. Correção: Diferente do que foi anunciado na página de
divulgação do programa, sua duração é de 6 meses, não 3.
4
Relatório de atividades | Brota no Clima
CAMINHOS
QUEM TÁ
NO BROTA?
O projeto foi desenhado para envolver e acolher 25 jovens de periferias e favelas do Rio.
Os Broters, como os chamamos carinhosamente, são jovens e adolescentes mulheres e
homens, não binários, negras/negros, LGBTQIA+ e de baixa renda, que ainda não tinham
muito conhecimento sobre a agenda climática.
O Brota trouxe para perto jovens de Belford Roxo, Duque de Caxias, Magé, Nova Iguaçu,
Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica, todas cidades da Região
Metropolitana do Rio. Esse recorte foi feito por se tratarem de territórios atravessados por
diversas desigualdades e violências em comum: social, racial, de gênero e ambiental. Movimentar
e incluir pessoas desses territórios na agenda climática é um dos passos iniciais
para se conquistar uma justiça climática.
1
Seropédica
3 1
Nova
Iguaçu
Belford
Roxo
1
3
1
Duque
de Caxias
São João de Meriti
Magé
6
São Gonçalo
10
Rio de Janeiro
FIGURA 1
Mapa de distribuição dos participantes do Brota no Clima na Região Metropolitana do Rio de Janeiro por
município. Participam: 10 jovens do Município do Rio de Janeiro, 6 de São Gonçalo, 3 de São João de Meriti, 3 de
Nova Iguaçu, 1 de Belford Roxo, 1 de Duque de Caxias, 1 de Magé e 1 de Seropédica.
5
O
ENGAJAMUNDO
O Engajamundo é uma organização liderada por jovens
que acreditam na sua responsabilidade como
parte fundamental da solução para enfrentar os maiores
desafios socioambientais do Brasil e do mundo!
A organização atua como um canal para a participação
efetiva da juventude em decisões importantes que
afetam seu presente e futuro, relacionadas às temáticas
de mudanças climáticas, cidades e comunidades
sustentáveis, biodiversidade, gênero e desenvolvimento
sustentável. Sua missão é conscientizar as juventudes
brasileiras de que mudando a si mesmo, se
engajando em sua comunidade e se engajando politicamente,
elas podem transformar as suas realidades.
6
Relatório de atividades | Brota no Clima
A POTÊNCIA DAS FAVELAS
E PERIFERIAS, DA EDUCAÇÃO E
DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA
Desigualdade, pobreza, tiroteio. Essas são apenas
algumas das palavras pensadas por pessoas que
não conhecem favelas e periferias. Pra quem olha
de fora, é como se esses territórios não fossem
uma imensa incubadora, não só de força de trabalho
para o que é considerado ‘Centro’, mas principalmente
de criatividade e desenvolvimento de
soluções centrais para o funcionamento de tudo
o que acontece no Rio. Apesar de (r)existirem em
um contexto extremamente difícil, não é raro encontrar
jovens com um alto potencial de atuação
enquanto transformadores socioambientais das
realidades em que vivem. O que se há, entretanto, é
o baixo investimento de energia em projetos e programas
pelo poder público que incentivam essa
galera a desenvolver e fortalecer suas habilidades.
Por essas razões e outras, o Brota no Clima foi e é
construído por e para essas populações que raramente
são ouvidas, em especial quando falamos
de ativismo e liderança climática e ambiental. Ao
articular a educação e a comunicação climática
com gestão de projetos, os significativos resultados
do Brota mostram que ensinar com exemplos
do dia-a-dia, da cultura urbana, colocando a
favela e a periferia no centro do debate, faz com
que os olhos do mundo, finalmente, se voltem
para quem resiste com pouco e faz muito.
Lá nas inscrições, muitos jovens afirmaram saber
‘pouco ou mais ou menos’ sobre clima, sendo
que quando os primeiros ciclos começaram, expondo
suas vivências e seus saberes, eles mostraram
saber muito sobre o tema, só precisavam
de algo que os mostrasse isso. E essa é, sem
sombra de dúvidas, a metodologia de educação
climática do Brota no Clima. Juntos, (re)imaginamos
o futuro e, a partir de agora, estamos redesenhando-o
sem deixar ninguém para trás.
E como sabíamos que as mudanças climáticas
não são um assunto amplamente difundido, formar
os participantes enquanto comunicadores
era essencial! A comunicação faz parte de nossas
vidas e é um instrumento muito poderoso,
sendo capaz de construir realidades, novas narrativas
e novos mundos. Aí entra a comunicação
popular! Ela expõe as dores e as delícias locais,
com toda a sua pluralidade, vivência e humanidade,
fortalecendo a voz das periferias e favelas.
Acreditamos na comunicação comunitária como
uma ferramenta ativista e por isso, nada melhor
que ela para começar a fazer a revolução.
QUEM FALA PELAS
FAVELAS E PERIFERIAS?
É CRIA, MENOR! É CRIA!
Sabemos que a educação de qualidade é o que
muda a vida de um indivíduo, e com a consciência
disso, este pode mudar a si mesmo, a sociedade e
o sistema político. O Brota no Clima foi criado para
repensar as maneiras de educar, reimaginando
a educação com conversas descontraídas e com
diversão, sempre com responsabilidade, inclusive
sobre as dores que enfrentamos enquanto corpos
periféricos.
“A comunicação é um ato
pedagógico, e a educação
é um ato comunicativo.”
PAULO FREIRE
7
O SONHO SE
TORNANDO
REALIDADE
A memória do dia em que a sementinha do Brota no Clima começou a
germinar ainda é muito recente. A ideia surgiu no meio de uma ação de
ativismo pelo movimento Fridays For Future na Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro (a ALERJ) em setembro de 2019, quando
víamos que nesses espaços de ativismo socioambiental a periferia quase
sempre se resumia a nós. Era um incômodo que não calava dentro
da gente. Enquanto jovens que resistem em territórios diferentes, mas
muito próximos por conta de seus problemas sociais, nos conectamos
com um motivo comum: democratizar o acesso à educação climática
de gente como a gente.
Víamos dentro do Engajamundo um espaço potente para cocriar esse
programa, especialmente pela ONG contar com referências potentes na
área socioambiental, como o EduClima, realizado no Rio Grande do Norte,
e o programa Engaja na Amazônia, realizado nos estados do Pará,
Amazonas e Mato Grosso com jovens de comunidades tradicionais.
Reunimos mais jovens que toparam desenhar esse projeto e corremos
atrás de financiamento. O Brota no Clima era real, talvez não exatamente
como gostaríamos por conta do cenário da COVID-19, mas entendemos
como uma oportunidade de fazer uma pequena revolução: criar
um programa de educação climática de maneira remota.
Mesmo em tempos tão difíceis, com
tantas dificuldades que nos atravessaram
no decorrer do programa, o Brota se
tornou, definitivamente, apenas a primeira
semente da qual será a futura maior
plantação de potências ativistas climáticas
das favelas e periferias do Grande Rio.
Relatório de atividades | Brota no Clima
QUEM PENSOU
NESSE ROLÊ TODO?
KARINA
NAYARA
FELIPE
BRUNA
VITÓRIA
9
CONEXÃO E
EN
Desde o início do programa sabíamos que todas
as conexões que tínhamos que fazer seriam online,
sem olho no olho, sem abraços ou qualquer coisa
do tipo. O tempo todo estivemos juntos, mas separados
por telas de celulares, computadores e sinal
de internet. Diversos questionamentos sobre engajamento
e conexão não saíam das nossas cabeças.
“Como os coordenadores, os convidados e os
Broters iriam se conectar de verdade se estamos
tão distantes fisicamente uns dos outros?” Esse
era o maior dos nossos desafios, e inspiradas na
arte pensamos em estratégias para, assim como
a poeta Ana Martins Marques diz, dobrarmos o
mapa de modo que as fronteiras de nossas casas
subitamente se tocassem.
FIGURA 2
1. Logo do Brota no Clima.
2. Símbolo do Brota no Clima.
Crédito: Kevelyn Oliveira.
A CARA DO
BROTA NO CLIMA
O primeiro passo para gerar nossa conexão foi
pensar a estética do projeto e deixá-lo a nossa
cara e a cara dos nossos Broters. Queríamos
transmitir a personalidade e a força da juventude
periférica do Grande Rio e contamos com o
auxílio e todo o profissionalismo do designer e
artista gráfico Kevelyn Oliveira, mais conhecido
como Kel. Kel traduziu quem somos, nossos
sentimentos e inspirações em arte, a partir dos
pilares ‘Provocador’ e ‘Potente’, que fundamentam
o Brota: questionando as estruturas sociais
que não garantem o compartilhamento do conhecimento
de maneira acessível e com toda a
potência de inovação e transformação que as
periferias e favelas representam. Foram entregues
pelo designer a paleta de cores, o logo, símbolos,
iconografia, elementos gráficos em distintas
versões e até mesmo este presente relatório
diagramado e ilustrado que você está lendo.
1 2
10
Relatório de atividades | Brota no Clima
GAJAMENTO
FIGURA 3
Alguns elementos gráficos criados por Kevelyn Oliveira depois de conversas sobre o que faz parte do cotidiano do
público alvo do projeto (jovens periféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro). Crédito: Kevelyn Oliveira.
11
DIVULGAÇÃO
E SELEÇÃO DE
PARTICIPANTES
A identidade visual foi um sucesso, tanto pela sua
rápida elaboração quanto pelo seu significado,
que se refletiu positivamente ao longo de todo o
programa. O primeiro momento em que foi possível
identificar isso foi na divulgação do projeto,
realizada entre 24 de setembro e 6 de outubro de
2020 em cinco redes sociais (Facebook, Instagram,
LinkedIn, Twitter e WhatsApp, em perfis do
Engajamundo, dos coordenadores e de parceiros),
por e-mail e também no site do Engajamundo,
onde um espaço para isso foi criado 3 .
Ao todo, 68 jovens se inscreveram para participar
do programa. Logo em seguida, a coordenação
do projeto se dedicou para selecionar 25 dos
inscritos, seguindo os critérios de diversidade
pré-estabelecidos, como representatividade territorial
4 (Figura 1), idade, orientação sexual e autodeclaração
racial, além de nível de domínio da
pauta climática 5 , disponibilidade de participação
e respostas discursivas a respeito do interesse e
motivação para participar do programa.
A diversidade do Brota no Clima está na pluralidade
de corpos e na diversidade de impactados
diretamente pelo projeto. Dentro de aspectos étnico-raciais,
temos 2 pessoas que se autodeclaram
brancas, 6 pardas e 17 negras. Em gênero,
contamos com 20 mulheres cis, 3 homens cis, 1
homem trans e 1 não-binárie, sendo 16 pessoas
LGBTQIA+ e 9 heterossexuais. Entre os diferentes
perfis, temos líderes comunitárias, ativistas
do movimento anti-racista, feministas, pessoas
LGBTQIA+, artistas, entre outros.
FIGURA 4
Exemplo de publicação feita em redes sociais para a
divulgação do Brota no Clima. A publicação ao lado
foi feita no perfil do Instagram do Engajamundo no
dia 24 de setembro de 2020.
Imagem: Reprodução/Instagram.
↗ www.instagram.com/p/CFiZl17nszY/?igshid=13l9hvt00kqxs
3. Em um primeiro momento, o logo da Samambaia: Filantropias não foi
incluído nas artes pois o mesmo não havia sido disponibilizado para
a coordenação do projeto. Assim que o logo foi recebido, passaram a
ser incluídos. Tudo conforme alinhado via e-mail com Letícia Vieira, à
época colaboradora do Gestão de Interesse Público (GIP)
4. Foram destinadas 10 vagas para a Baixada Fluminense, 5 para
Niterói e São Gonçalo, 4 para a Zona Oeste, 4 para a Zona Norte e 2
para o Centro e para a Zona Sul da capital.
5. Para selecioná-las, foi perguntado o quanto cada uma conhece
a pauta climática em uma escala crescente de 0 a 5, em que 0 é
pouco e 5 bastante. Das respostas, 6,67% informou que sabe 1,
13,33% disse que sabe 2, 33,33% marcaram 3, 10% marcaram 4 e
23,33% marcaram 5.
Relatório de atividades | Brota no Clima
KIT ATIVISTA KIT ATIVISTA KIT ATIVISTA
CADA
KIT ATIVISTA TEM:
Uma máscara de proteção;
Um frasco portátil de
álcool em gel;
Um bloco de anotações;
Uma caneta;
Uma caneta PILOT;
Uma caixa com 6 cores
de tinta guache;
Um pincel;
Um livro “Ideias para adiar o fim
do mundo” (KRENAK, Ailton);
Um livro “Bem viver e
alternativas sistêmicas: bem
viver, decrescimento, comuns,
ecofeminismo, direitos da
Mãe Terra e desglobalização”
(SOLÓN, Pablo);
Dois boletins informativos da Casa
Fluminense sobre (1) mobilidade e
(2) saneamento no Rio de Janeiro;
Um Pen Drive com adaptador
SD Multilaser;
Um microfone de lapela;
Uma Ring Light de LED;
Um tripé para celular;
Um copo retrátil da BemGlô,
um canudo e um limpador de
canudo da BemGlô;
Uma ecobag personalizada
com o logo do Brota no Clima;
Um adesivo em que se lê
“Sexify The Climate”; e
Uma carta de boas vindas
(Anexo 1) e uma de acolhimento.
Alguns itens do Kit
foram obtidos por
meio de parcerias:
o bloco de anotações
e a caneta com a
Fundação Konrad
Adenauer (KAS)
Brasil, os boletins
com a Casa
Fluminense e o
copo, o canudo e o
limpador de canudo
com a BemGlô.
13
KIT ATIVISTA KIT ATIVISTA KIT ATIVISTA
O kit foi nota 1000. Fiquei
muito agradecida por esse
presente caprichado. Além
disso, me senti bem cuidada
por cada um dos Broters.”
O kit foi surpreendente, não
imaginava que receberia um
kit tão especial.”.
JOSEANA CARDOSO,
DUQUE DE CAXIAS, RJ
DANIELLE SARTORI,
MAGÉ, RJ
O Kit Ativista foi muito importante durante a formação e posteriormente. As
ferramentas foram fundamentais no auxílio dos encontros, os livros foram
complementos em relação às nossas discussões e os materiais como copo
e canudo foram passos para começarmos a, mesmo dentro de casa, mostrar
diferenças no nosso processo de vida e consciência. O impacto foi grande
e positivo, porque conseguiu atingir meus familiares a ter mais atenção ao
trabalho que eu estava desenvolvendo durante aquele tempo, da importância
e seriedade que existia. Durante o Radar Jovem também foi fundamental para
a elaboração dos nossos projetos de ação.”
ANA CRUZ, DE SANTA CRUZ,
RIO DE JANEIRO, RJ
P-E-R-F-E-I-T-O. No Kit Ativista ficou tão claro o amor de vocês, cada detalhe pensado
com carinho. Me senti tão importante, tão acolhida, tão bem em recebê-lo.
Foi muito além do que eu esperava, foi maravilhoso. Amei cada detalhe, cada mimo,
cada lembrança. Hoje fazem parte de mim, e cuido com todo o cuidado do mundo,
pois além de ficarem para sempre em meu coração, quero tê-los em minhas mãos
também (risos).”
EVELYN DA SILVA,
SÃO GONÇALO, RJ
14
Relatório de atividades | Brota no Clima
CAPITAL SEMENTE:
AQUELE EMPURRÃOZINHO
Jovens são revolucionários, com ideias brilhantes, mas infelizmente muitas vezes há uma ausência de credibilidade
e investimento em suas ideias, sonhos e projetos. A partir disso, entendemos que o Brota no Clima sem
uma graninha para impulsionar essas ideias não faria sentido. O capital semente funcionou como um recurso
que acelerou os projetos dos Broters. A turma foi dividida em 4 grupos e cada um deles recebeu R$1.375,00
para investir em suas atividades de acordo com as necessidades e decisões do coletivo. O valor foi utilizado
para adquirir materiais, equipamentos e serviços que garantiram a plena execução dos projetos, a fim de maximizar
o seu impacto.
METODOLOGIA
A inspiração para o desenho da nossa metodologia
surgiu de programas do próprio Engajamundo, como
o Engaja na Amazônia e o EduClima, que utilizam
metodologias de aprendizagem do tipo “Peer to Peer”
e “Problem Based Learning” com experiências offline,
mas também iniciativas realizadas virtualmente
ao longo de 2020 por organizações parceiras, como
por exemplo o Lab Clima promovido pelo PerifaConnection,
Diálogos Incômodos promovidos pela Parley
Brasil e iniciativas de liderança da Casa Fluminense.
Uma série de escutas e trocas foram feitas com organizadores
e/ou participantes dos programas citados,
incorporando suas melhores práticas. A metodologia
e a programação do Brota foram construídas
para garantir que todos os participantes pudessem
estar alinhados em relação às temáticas, a fim de assegurar
que aproveitassem todos os momentos de
maneira equitativa. Para fins didáticos, dividimos o
Brota no Clima em 5 ciclos distintos.
CICLO 1 : CIENTÍFICO
Introdução a conceitos básicos relacionados à
mudança do clima, assim como a construção do
regime climático.
CICLO 2 : TERRITORIAL
Realização de conexões entre a ciência climática e o
território favelado e periférico da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
CICLO 3 : ADVOCACY
Introdução ao Advocacy e a conceitos e ferramentas
de ativismo, lobby e, principalmente, de comunicação,
de forma lúdica e exemplificada, incluindo experiências
de dentro e fora do Engajamundo.
CICLO 4 - RADAR JOVEM
Co-construção de ideias e de projetos de comunicação
pelos participantes a partir do que foi passado
nos outros ciclos.
CICLO 5 - MÃO NA MASSA!
Mentoria e produção - Desenvolvimento e lançamento
de projetos de comunicação a partir do que foi discutido
durante os ciclos precedentes com o auxílio
de mentorias realizadas pelos coordenadores do projeto
e investimento do capital semente.
Os ciclos contaram com encontros que contemplaram
painéis expositivos e rodas de conversa, sempre
com a interação dos participantes. Alguns encontros
tiveram a participação de pessoas convidadas
escolhidas com base nos critérios: (1) experiências
prévias, atuação e conhecimento na pauta climática
e/ou periférica; (2) ser natural do estado do Rio de
Janeiro, tendo familiaridade com pautas locais.
15
OS
ENCONTROS
Antes do início oficial do programa, foi realizado um encontro
com os jovens participantes para garantir que
todos estivessem familiarizados com a plataforma escolhida
para a realização da formação, o Zoom, além de
apresentar o cronograma do Brota, os coordenadores
do projeto e as organizações envolvidas em sua realização
(em seu financiamento e apoio).
Os três primeiros ciclos foram realizados semanalmente
às segundas e quartas-feiras com duração média
de 2 horas. Realizados por meio da plataforma Zoom,
foram gravados e disponibilizados no YouTube (como
vídeo não-listado) para quem não conseguisse estar
presente no encontro ao vivo - o que poderia acontecer,
em boa parte, devido à precariedade dos serviços de conexão
à internet oferecidos em favelas e regiões periféricas.
Já os últimos dois ciclos, Radar Jovem e Mão na
Massa!, eram de responsabilidade de cada grupo junto
a seus mentores. Os participantes escolheram os dias
das reuniões, podendo ser semanais ou quinzenais, a
plataforma a ser utilizada para isso, suas demandas e
as pautas das reuniões.
16
Relatório de atividades | Brota no Clima
CICLO 1: CIENTÍFICO
Considerando que o Brota não é um programa exclusivo para quem já é familiarizado com a agenda
climática e que ela é marcada por muitos conceitos e siglas específicas, os momentos de alinhamento
da temática se fizeram especialmente importantes. O primeiro teve 4 encontros nos quais
foram discutidos, respectivamente:
ENCONTRO 1
Introdução à mudança do clima e a conceitos
como efeito estufa e aquecimento
global com a presença da Luisa Maria
Diele-Viegas, PhD. em Ecologia e Evolução;
“A história da terra não é a história
do homem.”
EMICIDA
ENCONTRO 2
Conexões entre o passado e presente do
regime climático e a inserção do Brasil e
do estado do Rio de Janeiro nessa agenda
com o coordenador Felipe Sá;
“Com a urbanização, vivemos um
progresso ou um retrocesso? O quão
estamos acabando com a natureza para
viver um progresso? Quanto isso vai nos
custar”. Muitas vezes agimos porque
não sabemos de tudo, especialmente
sobre o clima. Falaram da blogueira que
diz que joga chiclete no chão porque
ele vira piso, que não é pra jogar no
lixo… aprendeu isso com a vida. ‘O povo
padece por falta de conhecimento’, como
diz a Bíblia.“
RUDSON AMORIM
ENCONTRO 3
Apresentação do clima como um assunto interseccional
com a Leonildes Nazar, Doutora em
Ciência Política. Gênero, raça e classe foram colocados
no centro da discussão, que compreendeu
os conceitos de racismo ambiental e justiça
climática;
“Abandonamos a escravidão, mas não a
colonialidade sobre nossos corpos.”
LEONILDES NAZAR
ENCONTRO 4
Com Nayara Almeida e Felipe Sá, da coordenação
do Brota, neste último encontro do primeiro
ciclo uma ponte foi traçada entre a mudança
do clima e a crise provocada pela pandemia do
novo coronavírus, explorando as possibilidades
que existem para se superar essas crises sobrepostas
- com destaque para a sabedoria dos
povos originários.
“A vida não é para ser útil. Isso é uma
besteira. A vida é tão maravilhosa que a nossa
mente tenta dar uma utilidade para ela. A vida
é fruição. A vida é uma dança. Só que ela é
uma dança cósmica e a gente quer reduzi-la
a uma coreografia ridícula e utilitária, a uma
biografia: alguém nasceu, fez isso, fez aquilo,
fundou uma cidade, inventou o fordismo, fez a
revolução, fez um foguete, foi para o espaço…
Tudo isso, gente, é uma historinha tão ridícula!
A vida é mais do que tudo isso. […] Nós temos
de ter coragem de ser radicalmente vivos. E
não negociar sobrevivência.”
AILTON KRENAK (TRECHO DO LIVRO “A VIDA
NÃO É ÚTIL, 2020)
As citações em rosa fizeram parte do respectivo
encontro, mas não necessariamente fazem
referência à participação de seu autor nele.
17
CICLO 2: TERRITORIAL
O ciclo 2 contou com a realização de 5 encontros, abordando temas pertinentes à Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Cada encontro foi temático, sendo eles sobre:
ENCONTRO 5
O potencial das periferias como agentes de solução
para a crise climática com a participação
de Jefferson Barbosa (PerifaConnection). O encontro
foi voltado para a realidade das periferias
da RMRJ, promovendo o debate acerca de como
elas são particularmente impactadas pela crise
climática, considerando a crise social na qual estamos
imersos;
“Não tem como falar sobre clima sem fazer
recorte de território e racial, na perspectiva
de alguém que é fora da área técnica...Temos
que conhecer e entender os personagens
regionais, pretos e periféricos, para
entender a posição dos nosso territórios,
mais do que nomes internacionais:
REPRESENTATIVIDADE!”
JEFFERSON BARBOSA
ENCONTRO 6
Com a participação da professora e ativista local
Marlucia Santos, o encontro foi dedicado à Mata
Atlântica, colocando uma lente de aumento sobre
as pressões sofridas pelo bioma, especialmente
na Baixada Fluminense;
“Ou vocês lutam, ou lutam!”
MARLUCIA SANTOS
ENCONTRO 7
As desigualdades socioambientais do Rio, com
destaque para mobilidade urbana e saneamento
básico, foram para o centro do debate
que contou com a presença de Lorena Freitas
(ITDP) e Douglas Almeida (Casa Fluminense).
Discutiu-se como a periferia, que já sofre com o
descaso hoje, pode enfrentar ainda mais desafios
com o aprofundamento das desigualdades
como consequência da mudança do clima;
“Quando a gente entra na desigualdade
climática, existe uma tendência a termos
muitos problemas alimentares e o IBGE em
2017/2018 fez uma pesquisa de orçamento
familiar. O custo com transporte era maior do
que com alimentação.”
LORENA FREITAS
ENCONTRO 8
Alimentação e agroecologia sob a perspectiva
das periferias do Rio, com as convidadas Carol
Costa (influenciadora digital/@afro.sou), Luisa
Ferrer (Projeto Capim Limão e Projeto Casa-U-
FRJ) e Raísa Bessa (Rede Favela Sustentável).
Discutiu-se de que forma/maneira a relação
com a alimentação está ligada às relações em
sociedade, com o meio ambiente em geral, outros
animais e a terra, por exemplo;.
“É preciso pensar além do prato, é preciso
pensar no processo! Inúmeras questões
estão relacionadas. Nossas escolhas são
individuais, mas têm um impacto no coletivo,
na sociedade.”
CAROL COSTA
ENCONTRO 9
O encontro propôs voltar o olhar para a relação
com a riqueza hídrica do Rio. Com mais de 300
rios e com uma costa extensa, o estado do Rio
tem dedicado pouca atenção ao cuidado com a
água e, discutindo isso com Juliana Poncioni (Parley
Brasil) e Mariana Andrade (Liga das Mulheres
pelo Oceano), encerrou-se o Ciclo Territorial.
“O oceano é muito mais que uma área de
lazer, o oceano é, literalmente, o ambiente que
nos dá a vida, dá o suporte a viver vida [...] A
primeira forma de vida nasceu no oceano, a
gente de certa forma é filho do oceano.”
JULIANA PONCIONI
18
Relatório de atividades | Brota no Clima
OLHE
AO REDOR
Ao longo desse ciclo, foi proposto o desafio “Olhe ao redor”, uma atividade tridimensional
(territorial, temporal e política) que teve como objetivo identificar cenários e
atores importantes que já são atuantes na área socioambiental nos territórios dos
participantes, gerando conhecimento e insumos para a criação de produtos de comunicação
sobre esses elementos, com a perspectiva das justiças ambiental e climática.
Essa atividade aconteceu em quatro etapas e foi iniciada no começo do Ciclo 3 e entregue
ao final do Ciclo 4.
ETAPA 1 - “IMAGINAR A SI,
(RE)IMAGINAR O FUTURO”:
Provocações para imaginar futuros e estimular o sonho de um mundo melhor.
As reflexões feitas (registradas por meio de um formulário online) serão reenviadas
por e-mail após 2 anos para os jovens. A ideia é não deixar a essência
desses sonhos morrerem.
ETAPA 2 - MAPEAMENTO
DE ÁREAS VERDES E AZUIS
DO RIO DE JANEIRO:
Mapeamento de áreas verdes e azuis do Rio de Janeiro: Os jovens tiveram que
imaginar o local onde vivem a partir de áreas naturais, a fim de provocar a compreensão
da real dimensão da Mata Atlântica, com sua fauna, flora, rios, lagos,
lagoas e até o oceano. Conexões com notícias e os planos de adaptação e
gestão climática do Rio de Janeiro também foram realizadas nesse momento.
ETAPA 3 - CONEXÃO
E ANCESTRALIDADE:
Nela, os jovens resgatam as memórias de áreas verdes do Rio de Janeiro com
pessoas mais velhas de suas famílias ou de seus bairros, via redes sociais ou
presencialmente (caso residam juntos), promovendo reflexões sobre a história
do Rio de Janeiro.
ETAPA 4 - ESTRATÉGIAS
DE ADVOCACY:
Para o Radar Jovem poder se tornar realidade na Baixada Fluminense, na cidade
do Rio de Janeiro e em São Gonçalo,os jovens constroem aqui seus objetivos
SMART, mapeamento de atores, análise FOFA e estruturam suas estratégias
para pensar presente e futuro.
CICLO 3: ADVOCACY
Com 5 encontros, esse ciclo elucidou os principais aspectos do advocacy.
ENCONTRO 10
Bruna Valença e Nayara Almeida aplicaram a ferramenta
social “Receitinha do Advocacy”, desenvolvida
pelo Engajamundo. Aqui foram trabalhados
os principais conceitos do tema; ;
“É sobre “botar a boca no trombone” e não
esperar que algo seja feito, lutando pela
mudança. A quem interessa essa desconexão
com nosso território e até mesmo com outras
lutas? Se a gente se importasse com onde
moramos e déssemos às mãos, seríamos
muito mais fortes.”
FELIPE SÁ
ENCONTRO 11
Compartilhamento de ações de ativismo sob
a perspectiva de convidadas ativistas do Engajamundo
(Kinda Silva), do Greenpeace (Milena
Cayres) e de movimentos indígenas, como as
Suraras do Tapajós (Jaciara Borari);
“Autocuidado, porque é um ato político,
porque é preciso estar bem para seguir com
sua luta. A nossa percepção sobre os riscos
muda muito dependendo da nossa condição.”
MILENA CAYRES
ENCONTRO 13
Roda de conversa sobre a construção de narrativas
e comunicação estratégica a partir de diferentes
perspectivas: jornalística e publicitária
e das artes. O encontro contou com a presença
de Estela Silva (atriz e administradora), Luiza Loroza
(atriz e poeta) e de Bibiana Maia (jornalista
freelancer da área socioambiental);
“A comunicação de impacto precisa ser
íntima e convincente e, ao mesmo tempo,
não pode ser fechada, não se sabe ao certo o
resultado. O espectador precisa estar a fim de
responder, se sentir importante e apto a trocar
experiência.”
LUIZA LOROZA
ENCONTRO 14
No último encontro do Ciclo 3, os jovens se
aprofundaram em algumas ferramentas de comunicação
que eles poderiam usar para desenvolver
seus projetos finais. Simultaneamente
em salas do ZOOM, aconteceram oficinas de
gerenciamento e lógica de redes sociais, redação
jornalística e podcast.
ENCONTRO 12
Nesse encontro, lobby sob a ótica local foi abordado,
com a presença da Paloma Costa (Instituto
Socioambiental, Engajamundo e integrante do
Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança
Climática/ONU) e de Ully Carvalho (Nossas);
20
Relatório de atividades | Brota no Clima
CICLO 4: RADAR JOVEM
O Radar Jovem é um ciclo no qual os jovens conectam a agenda climática a seus territórios
sob suas perspectivas, desenvolvendo projetos de comunicação com o conhecimento e as
ferramentas adquiridas ao longo do Brota no Clima. É um momento de promoção da criatividade
e da exposição de ideias de seus participantes, abordando como são atravessados
pela crise climática cotidianamente, infiltrando suas narrativas (e, com elas, seus territórios)
em mídias tradicionais e independentes.
ENCONTRO 15
A primeira reunião do último ciclo do Brota foi
um encontro mais intimista, pois só os coordenadores
e participantes estavam presentes.
Ali entendemos como o Radar Jovem se
desenrolava, como os projetos seriam desenvolvidos
e como os grupos seriam divididos.
No mesmo dia, houve a apresentação do cronograma
a ser seguido e do capital semente
que cada grupo receberia.
ENCONTRO 16
Esse foi o último encontro do ano de 2020.
Foi realizada uma dinâmica na qual os jovens
compartilharam como foram suas experiências
enquanto participantes do Brota, expressando
quais eram as expectativas para o
futuro do programa ao sintetizarmos tudo o
que estava previsto para acontecer em 2021.
Os jovens tiveram até
janeiro/2021 para pensar
seus projetos e os meios
de encaminhá-los. A
partir disso, eles foram
divididos em 4 Grupos
de Trabalho (GT) com
diferentes projetos de
comunicação de impacto
a serem desenvolvidos:
Audiovisual, Podcast,
Redação e Redes Sociais.
Cada GT contou com
cerca de 5 participantes
do Brota no Clima e de
um a dois mentores
(coordenadores do Brota).
21
CICLO 5: MÃO NA MASSA!
Nesse ciclo, os Broters colocaram a mão na massa em seus projetos. Começaram as mentorias
e a produção de seus trabalhos finais. Aqui, os jovens colocaram na prática todas as ideias
que tiveram coletivamente para seus projetos de comunicação, botando suas vivências, pautas
e estratégia em ação após terem identificado seus pontos fortes e fracos e o que precisam
para facilitar que seus projetos saíssem do papel. Complementares aos encontros do ciclo anterior,
cada grupo se organizou em reuniões livres, que foram coordenadas pelos próprios participantes
com seus mentores. A seguir será comentado como os projetos gestados se deram.
#SegueoFio.
AUDIOVISUAL
QUEM CONSTRÓI?
O Grupo de Trabalho Audiovisual foi construído por
7 pessoas: 6 jovens mulheres participantes (Danielle
Sartori, Emanuele Vieira dos Santos, Gabriele Sales,
Geovanna de Melo da Silva de Souza, Lorene Cristine
Pogger Figueiredo e Suellen Paim de Melo) e Felipe
Sá, coordenador do Brota no Clima. Contamos com
o apoio de Raphael Cruz (Tijolin Studio) e Jefferson
Melo (@meumonologo.np) na realização de duas oficinas,
com o primeiro sobre produção audiovisual em
geral, com dicas técnicas e também sobre as etapas
de produção de vídeos, e com o segundo sobre roteiro.
SOBRE O PROJETO
Considerando todo o conteúdo apresentado ao longo
dos encontros do Brota no Climas e os desafios
comuns às jovens em seus territórios, elas decidiram
produzir um curta que aborda a poluição e as diversas
questões que envolvem a produção e o descarte
de lixo sob seus pontos de vista. Executaram o dinheiro
previsto para o projeto (seu capital semente)
contratando dois profissionais para montar o mini-
-documentário - Gabriel Zaratustra e Leona, artistas
do complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do
Rio de Janeiro -, procurando ter um produto final com
melhor qualidade.
O curta começa buscando o significado de lixo, fazendo
a mesma pergunta para diferentes pessoas.
Em sequência, apresenta dados de maneira ilustrada
que revelam os problemas causados pela poluição
atmosférica e pela produção de lixo, apontando
quem são os maiores responsáveis por isso tudo.
Sendo um filme produzido por jovens mulheres de
favelas e regiões periféricas da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro, as intersecções de gênero, raça e
classe são visíveis. O racismo ambiental é revelado
por meio de uma inteligente linha de raciocínio construída
para mostrar como as desigualdades que atravessam
nossa sociedade contribuem para eximir um
pequena parcela de responsabilidades e estigmatizar
e culpar uma grande parte que é historicamente privada
do acesso a direitos básicos, sofrendo com o
descaso governamental, principalmente nas favelas
e periferias, sem saneamento básico, por exemplo.
Em busca de lançar luz sobre algumas das faces da
crise climática, as jovens promovem reflexões que
nos ajudam a entender melhor alguns desafios, e assim
propor melhores soluções para os mesmos.
22
Relatório de atividades | Brota no Clima
PUBLICO-ALVO
O público-alvo do projeto são jovens moradores de favelas e periferias da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro, mas todos os moradores desses lugares, independentemente da faixa
etária, poderiam se interessar pelo filme (assim como não moradores). Além deles, formadores
de opinião e de políticas deveriam assistir O PREÇO DO SEU LUXO, pois serão informados
de como melhor discutir e conceber propostas em favor de um futuro climático mais justo.
PARA
ASSISTIR
O CURTA,
ESCANEIE
O CÓDIGO
QR A
SEGUIR:
Capa do curta no YouTube. Imagem: Elaboração própria
O PREÇO
DO SEU LUXO
SINOPSE
Cinco jovens mulheres, cada uma de uma favela ou
periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,
apresentam e questionam a situação da poluição e
do lixo em seus bairros. O descaso governamental,
principalmente nas favelas e periferias, prejudica
a vida de quem mora nesses locais. Saneamento
básico, um dos princípios fundamentais para uma
vida digna, é ineficiente ou inexistente. Em busca
de compreender os estigmas que seus territórios
carregam, mostrando como seus moradores lidam
com isso e apontando o papel da mídia em maquiar
o racismo ambiental, elas se unem para informar e
iluminar uma das faces da crise climática.
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: O Preço do Seu Luxo
DIREÇÃO, PRODUÇÃO E ROTEIRO: Emanuele
Vieira dos Santos, Gabriele Sales, Geovanna de
Melo da Silva de Souza, Lorene Cristine Pogger
Figueiredo, Suellen Paim de Melo
CO-DIREÇÃO E CO-PRODUÇÃO: Felipe Sá
EDIÇÃO/MONTAGEM: Gabriel Zaratustra e Leona
PAÍS: Brasil
ANO: 2021
DURAÇÃO: 22:24
23
FRUTOS
COLHIDOS E
PERSPECTIVAS
A produção estreou em uma exibição (seguida de
uma roda de conversa com as diretoras e mais participantes
do Brota no Clima) promovida em parceria
com o Favela Cineclube no dia 20 de março de 2021.
O evento foi moderado por Suellen Paim de Melo, participante
do Brota e integrante do Favela Cineclube,
e alcançou o público de 17 pessoas. O curta foi para
o canal do Brota no Clima no YouTube no dia 22 de
março de 2021 e, até o dia 07 de junho, alcançou 457
visualizações.
Parcerias com veículos independentes, participações
em mostras e demais oportunidades estão
sendo estudadas para continuar exibindo o filme
ao longo do ano, garantindo que a mensagem
do mesmo siga reverberando. Até o momento, 3
oportunidades especificamente para o grupo audiovisual
foram identificadas, são elas: The Climate
Story Fund; Concurso Curta Ecofalante; e The
NGO International Film Festival.
MINUTOS FINAIS DA ESTREIA
Registro do evento de lançamento do curta seguido de roda de conversa com as realizadoras, outras
participantes do Brota no Clima (que apresentaram seus projetos na ocasião) e convidados.
Foto: Reprodução/Zoom. 20 mar. 2021.
24
Relatório de atividades | Brota no Clima
Criadoras do curta O Preço do Seu Luxo. Da esquerda para direita: (em baixo) Emanuele, Geovanna e Gabriele;
(em cima) Lorene e Suellen.
Imagens de divulgação da exibição de estreia seguida de debate sobre a obra. À esquerda, imagem para ampla
distribuição. À direita, imagem elaborada para o perfil no Instagram da Marcha Periférica (projeto do Brota no
Clima). Créditos: Elaboração própria.
FICOU COM VONTADE
DE ASSISTIR COMO FOI?
ESCANEIE O CÓDIGO QR.
LÁ VOCÊ ENCONTRA O
EVENTO DE LANÇAMENTO
NA ÍNTEGRA.
25
PODCAST
QUEM CONSTRÓI?
O Grupo de trabalho de Podcast é formado pelos Broters:
Ana Beatriz Ramona, Beatriz Carvalho, Rafael Moreira,
Rudson Amorim e Gabriele Vitória. Ao longo dos
meses, os cinco jovens desenvolveram suas habilidades
com auxílio da mentora Bruna Valença.
SOBRE O PROJETO
Uma das primeiras coisas pensadas no podcast foi
seu nome: Pod Passar A Visão. A inspiração vem de
uma gíria carioca, comum nas periferias e favelas,
que tem como significado a transmissão de informações/conhecimento
de forma prática, direta ao ponto
e com uma linguagem acessível.
Não só o nome vem da periferia como também a sua
proposta como um todo, que objetiva dialogar diretamente
com as periferias e com aquelas pessoas que
estão sempre em “algum corre”. No mais, o prefixo
POD faz referência ao termo “Podcast” e também ao
verbo “poder”, para lembrar a capacidade do jovem
periférico em transmitir conhecimento de qualidade.
O podcast visa alcançar jovens periféricos ou favelados
que desejam entender as mudanças climáticas
com uma conexão ao seu cotidiano. A partir
de uma temporada com 5 episódios, as discussões
abrangem Incidência Política, Racismo Ambiental e
Resíduos, Agroecologia e Soberania Alimentar e Juventudes,
sempre relacionando-os com a crise climática.
Os episódios duram cerca de 30 minutos, sendo
lançados às sextas-feiras ao longo de 5 semanas, e
contam com a seguinte estrutura:
QUADRO 1 -
O QUE SERÁ DE NOZES:
Aqui o Ouvinte será introduzido ao assunto de uma
forma descontraída a partir de problemas recorrentes
nas periferias e favelas relacionados ao tema do episódio;
QUADRO 2 -
PASSANDO A VISÃO
Aqui as apresentadoras conversam com dois entrevistados
- “passando a visão” - sobre algum tema. Os convidados
são escolhidos pelos seus conhecimentos e
vivências sobre o tema nas periferias. A ideia é que
sempre tenha um Broter que atue na pauta, visando
fortalecer os participantes do próprio programa;
QUADRO 3 -
A VISÃO
Através de um rap, é sintetizado tudo que foi dialogado
ao longo do episódio.
Os episódios estão hospedados e disponíveis em 6
plataformas: Anchor, Breaker, Google Podcasts, Rádio
Public, Spotify e Orelo, bem como também podem ser
recebidos pelo WhatsApp, visando alcançar públicos
que não possuem familiaridade com a mídia podcast
e ser mais acessível.
MÃO NA MASSA
Foi elaborada uma identidade visual específica para o
projeto, trazendo elementos que estão de acordo com
o nome do podcast (como óculos, mãos levantadas
pro alto) e também elementos comuns presentes nas
ruas das periferias como grafite em muros com marcas
do tempo, lambes e punhos em riste. Cada episódio
conta com uma capa diferente, relacionada com
o tema do episódio. A identidade visual foi elaborada
por Anna Paula Rodrigues, designer escolhida pelo GT.
Logotipo do Podcast. Arte: Anna Paula Rodrigues.
26
Relatório de atividades | Brota no Clima
Foi realizada uma pré-divulgação dos episódios,
fazendo um chamado para que as pessoas já
seguissem o podcast nas plataformas. Esse chamado
foi feito tanto pelo WhatsApp quanto pelas
redes sociais de projetos de outros GTs do Brota,
como a Marcha Periférica e o Clima de Periferia.
O Rap teve um papel único na temporada, porque
além de ser um elemento do podcast, também
é utilizado como um recurso de divulgação
via WhatsApp, atraindo a atenção do público alvo.
Card de divulgação. Arte: Anna Paula Rodrigues.
Visão geral do Pod Passar A Visão no Spotify
27
CARDS
SPOTIFY
Todas as artes por: Anna Paula
Rodrigues.
Capa do episódio 1: Mudança Climática e
Incidência Política.
Capa do episódio 2: Racismo ambiental e
lixo urbano.
Capa do episódio 3: Soberania alimentar e
agroecologia
Capa do episódio 4: Água potável e
saneamento básico
Capa do episódio 5: E a juventude nisso
tudo?
28
Relatório de atividades | Brota no Clima
CLIMA E
INCIDÊNCIA POLÍTICA
(RAFAEL, VIAJANTE LÍRICO)
Diante de uma urgência mundial,
O problema é crítico,
Temos que agir urgentemente!
O ar mais poluído,
Nossas florestas sumindo,
Sem contar as temperaturas cada vez
mais quentes!
Precisamos falar das mudanças climáticas,
Brota no clima e bota na pauta,
Tem que ter participação
Nas tomadas de decisão
E pode crer que atitude é o que não falta,
Faltam políticas públicas,
E a situação se agrava,
Amanhã pode ser tarde!
Resultando na perda da nossa fauna e flora
Morrendo um bem valioso: a biodiversidade!
(Refrão) 2X
Favela tem que ter união
Ver o X da equação
Qual é o princípio da precaução?
Pra garantir o bem estar da população
A meta é mobilização
Desmatamento, fumaça, poluição!
Descaso, interesse, corrupção!
Jogam fogo na Amazônia,
Mó vacilação!
Depois o povo tá sofrendo com
doenças no pulmão,
Era o ar pra respirar,
Mas quisemos cortar!
Era o ar pra respirar,
Preferimos queimar!
Era o ar pra respirar
Escolhemos ignorar!
Só vamos entender quando
a ganância nos matar!
Atitudes verdes mudam o meio ambiente,
Vamos cuidar desse mundão,
que é a casa da gente,
Porque toda atitude inconsciente,
Só faz restar pra nós um planeta doente!
Mobilizar é preservar a natureza,
Tem que cuidar, pra respirar um ar com pureza,
Tem que informar, pressionar, engajar!
Fazer a nossa parte com a intenção de melhorar,
Caminhando junto com a comunidade,
Informando e levando a luta com seriedade,
Movimentos coletivos em ação!
Pensando num melhor futuro para a geração,
Pra fazer a diferença,
A meta é mobilização!
(Refrão) 2X
Favela tem que ter união
Ver o X da equação
Qual é o princípio da precaução?
Pra garantir o bem estar da população
A meta é mobilização
29
FRUTOS
COLHIDOS E
PERSPECTIVAS
O Pod Passar a Visão foi lançado no dia 12 de março
de 2021, e teve, em média, 40 plays até o momento
(22/03/2021). Os ouvintes se concentram majoritariamente
no Brasil, tendo 2% de ouvintes dos Estados
Unidos, com um público 58% feminino e de maior parte
na faixa etária entre 18 e 22 anos.
O Pod Passar A Visão espera finalizar a série de 5 episódios
no dia 09/04. O grupo responsável pela construção
desenvolveu este como produto exclusivo para
o Brota no Clima. Como cada um tem uma perspectiva
diferente, não pretendem continuar.
Equipe do Podcast. Da esquerda pra direita: Gabriele, Ana Beatriz, Beatriz, Rafael e Rudson.
30
Relatório de atividades | Brota no Clima
POD
PASSAR A VISÃO
DESCRIÇÃO
O Pod passar a Visão é um podcast formado por 5
jovens periféricos. Ao longo de 5 episódios os assuntos
giram em torno da sustentabilidade, gênero,
raça e território favelado. Os temas escolhidos para a
gravação dos episódios foram: Incidência política e
Clima, Racismo ambiental e Lixo urbano, Soberania
alimentar e Agroecologia, Água potável e Saneamento
básico e A juventude nisso tudo? Além disso,
em todas as gravações foram convidados os participantes
da formação em ativismo sustentável Brota
No Clima, sendo uma forma de reconhecimento e
união que o grupo obteve ao longo dos meses. Além
de estarem atentos às problemáticas socioambientais,
cada episódio conta com quadros informativos
e letras musicais, produzida pelo poeta Viajante Lírico,
morador da Zona Oeste do Rio.
FICHA TÉCNICA
PRODUÇÃO: Bruna Valença,
Gabriele Vitória e Rafael Moreira
APRESENTAÇÃO: Ana Beatriz
Ramona e Beatriz Carvalho
EDIÇÃO: Rudson Amorim
ARTE: Anna Paula Rodrigues.
PUBLICO-ALVO
Jovens periféricos ou favelados, mulheres, comunidade
LGBTQIA+ e todos que desejam um futuro melhor
para o planeta.
PARA ESCUTAR O
PODPASSARAVISÃO,
ESCANEIE O CÓDIGO
QR E ESCOLHA O SEU
TOCADOR DE PODCAST
PREFERIDO
31
REDAÇÃO
QUEM CONSTRÓI?
O GT é composto por Ana Cruz, da capital, Fernanda
Lopes, de Nova Iguaçu, Joseana Cardoso, de
Duque de Caxias, Lucca Andrade, de São João de
Meriti, e Nathália da Silva, da capital, além de duas
mentoras, Karina Muniz e Nayara Almeida. O Grupo
ainda contou com o apoio de Anna Gomes na
diagramação e construção da Identidade Visual do
projeto e Beatriz Diniz, Bibiana Maia e Ludmilla da
Silva em oficinas sobre Jornal, Comunicação comunitária
e processos de escrita.
SOBRE O PROJETO
Após discussões profundas sobre como a comunicação
chegava em seus territórios, o grupo entendeu
que o que mais fazia sentido era construir
textos para um Jornal Circular Local, disponibilizado
online (através das redes sociais) e offline
(através do Jornal Impresso). Essa escolha se tornou
latente por identificarem a importância da Comunicação
Comunitária. De acordo com o grupo:
“...o jornalismo local desempenha
um papel fundamental, cujo objetivo
não é somente escrever notícias,
mas também minimizar as lacunas
de referência que os grandes jornais
deixaram, isto é, as periferias ficaram
esquecidas ou mal representadas.”
MÃO NA MASSA
O GT objetiva construir um coletivo jornalístico responsável
para cobrir localmente os impactos e os
descasos da atividade humana sobre a natureza e
as mudanças climáticas, gerando debates sobre temáticas
relativas ao meio ambiente e racismo ambiental,
visibilizando temas descartados nos meios
tradicionais de comunicação, além de gerar interação
entre diferentes atores da sociedade que possam
estar comprometidos com a justiça climática.
A construção do Jornal se deu em várias etapas:
escrita, revisão, edição, identidade visual, diagramação
e impressão. O processo de escrita e de escolha
das pautas fez a equipe vibrar só de pensar
na possibilidade de falar sobre temas que sofrem
na pele e que estão entalados há muito tempo na
garganta. A revisão e edição foram processos dolorosos
porque palavras não faltam para expressar a
realidade e trazer mudanças para onde se vive.
Uma identidade visual desenvolvida especialmente
para o Clima de Perifa foi criada com objetivo de
valorizar a arquitetura singular das comunidades e
as formas da natureza, captados de forma extraordinária
pela designer Anna Gomes.
O Jornal, mais tarde, foi nomeado como “Clima de
Perifa”, tendo em vista que as populações periféricas
são afetadas de modo desproporcional por
problemas ambientais decorrentes da desigualdade
racial e social histórica, como por exemplo, a
contaminação, poluição atmosférica e destruição
massiva das áreas verdes ao seu redor.
Identidade Visual Do Clima
De Perifa: Anna Gomes
32
Relatório de atividades | Brota no Clima
Após um mês e meio de muito trabalho, o Clima de
Perifa nasceu de uma impressora e tinta colorida,
com suas 8 páginas em que aborda as mudanças
climáticas e ambientais da periferia da região metropolitana
sob as óticas social e racial. O jornal possui
cinco linhas editoriais, sendo elas: Agroecologia
e Alimentação, Energia, Mobilidade Urbana, Classe,
Gênero e Raça, Saneamento Básico e Violência
Territorial, além de um espaço de entretenimento
composto por poemas e um horóscopo alimentar.
Ao todo, foram impressos mil exemplares do Jornal.
À esquerda: Integrantes do Grupo de Trabalho no dia que buscaram o Jornal na Gráfica. Fotos: Acervo pessoal.
À direita: Foto de exemplar do Jornal.
33
FRUTOS
COLHIDOS E
PERSPECTIVAS
A distribuição dos exemplares do jornal na versão impressa foi feita em pontos de passagem
dos integrantes do Grupo, sendo disponibilizados em pontos de ônibus e na estação
de trem, assim como distribuídos para coletivos sociais locais que não ainda atuam
com a pauta ambiental diretamente. Toda interação foi realizada com a maior segurança
possível, seja ela física, psicológica e sanitária, devido à pandemia do COVID-19.
O Jornal também pode ser acessado de forma online na íntegra, em redes sociais como
Instagram, Facebook e Telegram - basta acessar o perfil @ClimadePerifa.
Sobre o futuro há uma
certeza: o Rio de Janeiro
ainda ouvirá falar muito
desse jornal, afinal, esta
ainda é apenas a 1ª
atividade do projeto.
DÁ UMA OLHADA NO
CLIMA DE PERIFA NO
INSTAGRAM, ESCANEIE
O CÓDIGO QR
Relatório de atividades | Brota no Clima
REDES SOCIAIS
QUEM CONSTRÓI?
O Grupo de Redes Sociais é composto por cinco
participantes: Éricles Costa, Evelyn Silva e
Zuri Moura de São Gonçalo; Mariana Antunes de
Nova Iguaçu; Vitória França de Belford Roxo. Este
grupo teve o acompanhamento de Vitória Rodrigues
de Oliveira, de São João de Meriti. No último
encontro do ciclo 3, também contaram com a oficina
de redes sociais com ênfase em Instagram
e Twitter por Beatriz Diniz (Voz das Comunidades)
e Milena Batista (formada em Produção Audiovisual/IBMR)!
Buscando fortalecer a galera da
periferia, contrataram os São-Gonçalenses Diego
Carvalho e Rayssa Vianna, para, respectivamente,
postagem de fotografias urbanas e para a elaboração
da identidade visual do projeto.
SOBRE O PROJETO
O GT de Redes Sociais trabalha na base da quebra
de estereótipos relacionados à região da
Baixada Fluminense e da cidade de São Gonçalo,
na região metropolitana do Rio de Janeiro,
que retratam ambas as localidades como lugares
impróprios para uma vivência com moderada
qualidade de vida e sem paisagens naturais.
O projeto dá ouvidos aos anseios desses jovens,
os quais querem promover um senso à
população em geral de que não apenas a Zona
Sul da cidade do Rio de Janeiro possui riqueza
ambiental. Isso se dá retratando a desigualdade
das perspectivas entre zonas mais pobres e
ricas do Rio, que é o que motiva esses jovens
a contarem suas próprias narrativas sobre os
lugares em que nasceram, (r)existem e vivem.
MÃO NA MASSA
Para atingir o maior número de pessoas, o GT
planejou realizar publicações frequentes no Instagram,
visto que querem focar em imagens e em
um público-alvo como eles! Com a força que essa
turma tem, os conteúdos visam problematizar
sensos comuns relacionados ao meio-ambiente,
informar sobre espaços de preservação ambiental
na região em que vivem e levar este conteúdo
com uma linguagem acessível e simples, para
que qualquer pessoa compreenda suas pautas.
Além disso, acreditam que a maneira com que fazem
as publicações é uma das melhores formas
de chegar na juventude, visto que a rede social
aqui comentada é muito utilizada de forma diária
pela galera que querem atingir. Apropriar-se desse
espaço de rede social é o que faz o grupo tão
único, pois comunicar com o propósito de empoderar
as periferias com conhecimento sobre clima
é o nosso principal rolê!
O grupo, denominado de Marcha Periférica (MP),
utilizou parte do capital-semente para a realização
de cursos sobre gestão de mídias sociais
da plataforma Domestika, buscando ampliar os
conhecimentos dos participantes da equipe e o
impacto da MP. Dessa forma, ao mesmo tempo
em que se capacitam, utilizam suas habilidades
com publicações bem preparadas e de qualidade
para os seguidores.
Logotipo da Marcha Periférica.
Produzido por Rayssa Viana.
35
Desde o dia 25 de fevereiro de 2021,
já foram publicados diversos conteúdos
sobre poluição, pandemia, entre
outros assuntos, todos relacionados
à pauta climática, mostrando pra geral
que várias coisas no nosso dia-a-
-dia estão ligadas ao clima!
Captura de tela do feed do Instagram da
Marcha Periférica. Reprodução/Instagram.
Além do feed do Instagram da
Marcha Periférica, os Stories
também são frequentemente
utilizados para a divulgação
das publicações e, também,
para divulgação das ações
dos outros grupos do Brota no
Clima, sendo eles: o jornal Clima
de Perifa; o podcast Pod
Passar a Visão; e o documentário
O Preço do Seu Luxo.
Exemplos de divulgações
feitas no Instagram Story.
Reprodução/Instagram.
36
Relatório de atividades | Brota no Clima
FRUTOS
COLHIDOS E
PERSPECTIVAS
A Marcha Periférica já brotou no maior arraso,
conquistando mais de 100 seguidores em
menos de um mês da criação do perfil no Instagram.
Além disso, o grupo foi contatado para
uma parceria pelo projeto ClimateScience e para
uma palestra sobre recursos hídricos, via transmissão
ao vivo, pelo Parque de Ciência e Tecnologia
da Universidade de São Paulo (PCT-USP). 6
Essas conquistas, e as
que ainda estão por vir,
são apenas o começo
da semente que é esse
projeto: levando informação
para quem mais precisa,
não mudamos apenas o
entorno em que vivemos,
mas também os nossos
espaços de conhecimento,
que são os nossos corpos
de resistência.
6. O ClimateScience é uma instituição de caridade do Reino
Unido voltada a disseminar conteúdos científicos de clima de
forma acessível. O evento realizado pelo PCT-USP visava falar
de diferentes realidades do Brasil relacionada aos recursos
hídricos e Éricles Costa, participantes do Brota no Clima,
falou em nome do grupo.
EI, BORA SEGUIR A
MARCHA? PRA CHEGAR
NO NOSSO PERFIL NO
INSTAGRAM, ESCANEIE
O CÓDIGO QR
37
EAI, DEU
Ao final do programa, os participantes o avaliaram
por meio de suas vivências pessoais. 90% dos participantes
consideraram o Brota no Clima um programa
5 estrelas (nota máxima), enquanto 10% o
consideraram como 4 estrelas (segunda maior nota).
De forma geral, todos aprovaram todos os ciclos de
forma positiva (mais de 90%), confirmaram terem
se sentido confortáveis durante os encontros e que
indicariam o Brota para um/a amigo/a.
Os dois últimos ciclos demandaram muito mais dos
participantes em termos de tempo e energia, sendo
ciclos que atravessaram uma virada de ano desafiadora,
incluindo o agravamento da pandemia de
COVID-19 que atravessa o mundo todo e que tampouco
os poupou. Eles também se viram diante do
surgimento de novas demandas pessoais, o que teve
impacto no ritmo da produção dos projetos de comunicação.
O TOP 3 DOS CICLOS FAVORITOS FORAM:
CIENTÍFICO
#1 #2
#3
TERRITORIAL
MÃO NA MASSA
38
Cerimônia de encerramento do Brota no Clima.
Foto: Reprodução/Zoom. 15 mar. 2021.
Relatório de atividades | Brota no Clima
BOM?
IMPACTO
O Brota no Clima foi, de longe, um grande desafio
enfrentado por nós e, ao mesmo tempo, uma das
coisas mais gratificantes de nossas trajetórias.
Realizar esse projeto foi, como a gente sempre diz,
“literalmente um broto, que ao ser
germinado coletivamente, cresce,
ramifica, frutifica e melhora a nossa
vida, nossas casas, nossas periferias,
nossa sociedade, nosso mundo”.
Mesmo com todas as dificuldades e desafios enfrentados,
cumprir a nossa proposta e ainda preparar
os jovens com conhecimentos e ferramentas
para a ação em suas vidas pessoais e em seus
territórios é um baita sucesso.
ENGAJAMENTO
DOS BROTERS
O número de participantes previstos para o programa
era de 25 jovens. Ao longo de todos os ciclos
do Brota, 21 jovens participaram ativamente
dos encontros e atividades, sendo a média das
presenças dos encontros acima de 65%, o que a
coordenação enxerga como uma vitória diante do
contexto no qual o programa foi realizado, tendo
(entre outubro e dezembro de 2020) dois encontros
semanais virtuais noturnos depois de muitos
chegarem em casa de longas jornadas de estudo
e trabalho. Os 4 jovens que não prosseguiram no
programa justificaram sua evasão por conta de
mudanças de horário na escola/no curso/na faculdade
ou por terem conseguido emprego, sendo
assim motivada por fatores externos ao programa.
Fonte: Reprodução/Zoom. 30 nov. 2020.
39
OLHE PRA SI,
OLHE AO REDOR,
OLHE PRO MUNDO
Desde o início, entendemos que a maior e primeira
mudança que esse programa poderia trazer é interna,
bem alinhado com a própria missão do Engajamundo.
Foi pensando nisso que propomos o desafio
“Olhe ao redor” no ciclo territorial do Brota. Após a
atividade, observamos que a maioria dos participantes
se identificaram como jovens atravessados por
injustiças climáticas, relatando poucas áreas verdes
nos seus entornos, esgoto a céu aberto e enchentes
constantes, realizando conexões que até então não
haviam feito. A injustiça climática foi identificada ao
perceber que poucos jovens periféricos são incluídos
na agenda do clima, seja por serem privados do artigo
225 da Constituição Brasileira (1988) ou por existirem
barreiras geográficas e sociais que prejudicam
o acesso a áreas verdes na RMRJ.
Além disso, quando os Broters entraram em contato
com moradores antigos e mais velhos de seus territórios,
no esforço de entenderem o impacto sobre
a paisagem ao longo do tempo, foi identificado uma
rápida associação da canalização de rios, a poluição
e a destruição de áreas verdes aos prejuízos provocados
por fortes chuvas e enchentes, bem como o
descaso governamental com a pauta climática no
Rio de Janeiro. Assim como a conexão da poluição
do ar e outros impactos em seus corpos e territórios
à presença de indústrias e suas emissões de gases
poluentes e de efeito estufa na atmosfera.
MULTIPLICADORES
FLEXIBILIDADE
E EMPATIA
Em tempos de pandemia, o Brota surgiu com a intenção
de ser muito mais que um treinamento online ou
um webinar. Desde o início, nosso maior objetivo era
se conectar além das telas. Durante toda a sua duração,
o Brota conseguiu construir canais de diálogo
sincero para tentar compreender as possíveis ausências,
evasões ou problemas que cada participante
poderia ter e, se possível, ajudar, sendo a empatia a
chave para essa comunicação.
As dinâmicas realizadas nos encontros, como o quebra
gelo e a abordagem dos conteúdos de maneira
“sexify” foram importantes para incentivar os jovens
a se sentirem confortáveis e estimular uma participação
mais descontraída. Com isso, foi possível estabelecer
laços de amizades e um ambiente seguro
para que se expressassem.
O Brota no Clima é uma formação para jovens de favelas
e periferias, onde a realidade não é nada fácil.
Tendo consciência disso, tudo o que esteve ao alcance
da coordenação foi feito para garantir que todos os
participantes pudessem aproveitar essa experiência
da melhor maneira possível. Longas jornadas de trabalho,
estudos, dias cansativos em geral, somados à
dificuldades de acesso à internet, não impediram que
mais de 20 jovens percorressem brilhantemente os 6
meses de formação.
O Engajamundo trabalha com a “Formação de Multiplicadores”
das metodologias que desenvolve e compartilha.
Sendo assim, todos os participantes dessa
primeira edição do Brota no Clima estão aptos a multiplicá-lo,
passando adiante o que aprenderam dentro
e fora dos projetos cocriados.
40
Relatório de atividades | Brota no Clima
COMUNIC(AÇÃO)
É por meio da comunicação que vozes e histórias se
encontram, que causas se manifestam, que pessoas
se sensibilizam, se engajam e transformam suas realidades.
As ferramentas de comunicação precisam
ser usadas para dar sentido à vida das pessoas, criar
novos futuros e presentes, não só de quem é receptor
da mensagem passada, mas também de quem a
transmite.
No Brota, os 4 produtos de comunicação desenvolvidos
foram inteiramente pensados, desenhados, testados
e colocados em prática por jovens de periferias
e favelas, que tinham (até então) pouco ou nenhum
contato com a agenda climática e ferramentas de
comunicação. O trabalho em equipe foi estimulado,
assim como a escuta ativa, a compreensão, a sinceridade
e o afeto. Todos os projetos saíram dos forninhos
prontos para impactar positivamente as estruturas
do Rio de Janeiro. 7
Mas há algo nas entrelinhas que quem está perto e
acompanhou todo o processo consegue ver: a transformação.
Desde a fala da jovem que a partir do Brota
no Clima conseguiu achar um ritmo e motivação para
si num momento difícil de sua vida, chegando a conquistar
uma vaga de trainee no decorrer do programa,
à jovem que começou a repensar o uso de plástico no
seu dia-a-dia, até a uma jovem que nunca havia pensado
na área ambiental como causa de vida e termina
junto ao Brota com a certeza de que a pós-graduação
de seus sonhos é na área socioambiental.
No final das contas, não geramos só produtos de comunicação
e passamos conhecimento. Nós geramos
ação, uma rede de afetos, movimento, inspiração, sonho
e oportunidades. Tudo o que os jovens precisam
para alcançar a tão sonhada justiça climática.
O QUE NÓS
QUEREMOS?
JUSTIÇA
CLIMÁTICA!
QUANDO
QUEREMOS?
AGORA!
O nosso jornal serve para manter as pessoas
informadas sobre o que está acontecendo no meio
ambiente, por isso é muito importante. E fazer a
matéria para o jornal foi um desafio gratificante
para mim porque eu precisei pesquisar e planejar
sobre o que iria escrever e o que perguntar para
as pessoas entrevistadas. Além disso, a atividade
ainda ajudou a saber como funciona cada parte
de um jornal. Posso concluir que a experiência
foi muito divertida e rica de aprendizados, já que
exercitei a escrita, a leitura, a criatividade.
ANA CRUZ, SANTA CRUZ, RJ
Eu achei uma experiência única, e que eu nunca
imaginei que teria. Sempre foi meu sonho ser
ativista ambiental, poder lutar um pouco pelo o que
eu acredito, fiquei muito feliz de ter a oportunidade
de ter esse impulso.
ZURI RABELO, SÃO GONÇALO
Foi um desafio imenso produzir um material de
comunicação de forma remota! Mas minha equipe
é muito braba e deu conta do recado!
RUDSON AMORIM, SANTA CRUZ, RJ
Muito legal! Apesar de ser trabalhoso, foi muito
bom colocar a mão na massa no final da formação.
Coloquei tudo que aprendi em prática.
NATHÁLIA DA SILVA, ROCINHA, RJ
7. A coordenação do Brota no Clima pretende acompanhar
e apoiar o trabalho dos/as jovens que quiserem dar
continuidade aos projetos idealizados por eles/as. Por meio
de grupos no WhatsApp, todos mantém contato frequente.
41
NOSSOS
APRENDIZADOS
PONTOS
FORTES
Metodologia original, lúdica, interativa e
coletiva totalmente virtual;
Conexão entre clima e temas cotidianos, o
dia-a-dia dos participantes;
Aprofundamento no conteúdo sobre
ciência climática, trazendo sempre diálogos
pertinentes para favelas e periferias;
Linguagem acessível e inclusiva;
Disponibilização dos materiais utilizados
nas formações para acesso (após os
encontros realizados de forma síncrona);
Abertura para o diálogo e para a
construção coletiva;
Criação de 4 produtos de comunicação,
feitos de forma colaborativa e à distância;
Participantes > Multiplicadores;
Baixíssima taxa de evasão de um programa
voluntário e à distância com duração de 6
meses.
ONDE PODEMOS
MELHORAR?
Tempo de execução dos projetos;
Realização da formação sem a interrupção
de um final/início de ano;
Mais oficinas para viabilizar a execução
dos projetos;
Número reduzido de selecionados.
RECONHECI-
MENTOS
O pioneirismo e a importância do Brota
têm sido reconhecidos:
O Brota foi um dos projetos
selecionados para serem fortalecidos
pela ZOVU, iniciativa
da Action for Sustainable Development
que visa promover
histórias de justiça social e
climática, como as dos jovens
participantes do programa.
O Brota é o projeto vencedor do
Prêmio Descarbonário 2021 na
categoria PRESENTE. Com 120
iniciativas inscritas nessa edição,
o prêmio é um reconhecimento
a nível nacional promovido
pela filial brasileira do The
Climate Reality Project. Como
ganhador, o Brota será indicado
para concorrer à premiação
Alfredo Sirkis Memorial Green
Ring Award e, se selecionado, receberemos
o prêmio das mãos
do próprio Al Gore (ganhador
do Prêmio Nobel e ex-vice-presidente
dos EUA), alcançando
visibilidade internacional.
42
Relatório de atividades | Brota no Clima
DEPOIMENTOS
DOS BROTERS
EVELYN SILVA, 20
ANOS, MORADORA
DE SÃO GONÇALO
- RJ. É ESTUDANTE
DE BIOMEDICINA,
E DE TÉCNICO DE
ENFERMAGEM.
TAMBÉM É JOVEM
APRENDIZ NA ÁREA
ADMINISTRATIVA
DE MEIO AMBIENTE
DA CCR BARCAS.
Eu amei com todo o meu coração o Brota e sua equipe. Me faltam palavras para descrever
todo amor e carinho que sinto por todos, cada coordenador, cada convidado, cada integrante,
cada palestra me fizeram crescer como pessoa, como ativista e como profissional. O Brota
no Clima vai além da telinha, está presente no nosso dia a dia, em cada coisa que fazia e
agora vejo que é possível mudar, que eu mudando, incentivo outras pessoas a mudarem
também. É perceptível que foi tudo feito com muito amor, carinho e dedicação de todos dos
bastidores. Só tenho a agradecer e pedir que não desistam porque tenho certeza que vocês
transformam vidas e perspectivas de um futuro melhor, e isso nos dá esperanças.
JOSEANA CARDOSO,
25 ANOS, ESTUDANTE
DE CIÊNCIA POLÍTICA
NA UNINTER. CRIA DE
DUQUE DE CAXIAS, É
COLABORADORA DO
JORNAL CLIMA DE
PERIFERIA, DO BROTA
NO CLIMA
O Brota no Clima me permitiu sair das caixinhas, propiciando o
desenvolvimento de novas habilidades que foram bem abrangentes
pelos desafios que apresentou, além de dar a oportunidade
para a experimentação na busca de soluções [...]. O nosso jornal
serve para manter as pessoas informadas sobre o que está
acontecendo no meio ambiente, por isso é muito importante. E
fazer a matéria para o jornal foi um desafio gratificante para mim
porque eu precisei pesquisar e planejar sobre o que iria escrever
e o que perguntar para as pessoas entrevistadas. Além disso, a
atividade ainda ajudou a saber como funciona cada parte de um
jornal. Posso concluir que a experiência foi muito divertida e rica de
aprendizados, já que exercitei a escrita, a leitura, a criatividade.
43
ZURI MOURA, 20 ANOS,
DE SÃO GONÇALO, NÃO-
BINÁRIA, VEGETARIANA,
ACREDITA NO ESTILO DE
VIDA SUSTENTÁVEL SEM
EXPLORAÇÃO ANIMAL
E HUMANA. CONSTRÓI A
MARCHA PERIFÉRICA!
Achei surreal de incrível, de
verdade! Desde a inscrição,
na qual foi a única inscrição
que eu fiz na vida em que eu
pude ser eu mesma, e onde
eu mais me senti respeitada e
acolhida enquanto uma pessoa
trans, preta e bissexual, porque
estavam me dando um local de
pertencimento que eu nunca
encontrei em nenhum lugar.
Eu não valido o Brota apenas
por isso, mas sim por todo o
conteúdo, didática, aprendizados,
acolhimento, paciência, respeito,
e muitas outras coisas que são
básicas, mas que geralmente
não encontramos em qualquer
lugar, e o Brota foi essencial na
minha vida
44
ANA CRUZ, 20 ANOS,
MORADORA DA ZONA
OESTE DO RIO DE
JANEIRO. TÉCNICA EM
AGROECOLOGIA, CONSTRÓI
O IFHEP (INSTITUTO DE
FORMAÇÃO HUMANA E
EDUCAÇÃO POPULAR) E O
JORNAL CLIMA DE PERIFA
DE MANEIRA COLETIVA. É
EDUCADORA POPULAR E
ESTUDANTE DE PEDAGOGIA
PELA UFRRJ.
Para mim, o Brota foi um
movimento de sentido. Pensar
em todo o nosso contexto,
desde o início de 2020 até aqui,
e me reafirmar como jovem
preta e periférica, imersa em
diversas articulações, por
vezes foi desesperador. Em
momentos em que a vida se
misturou com tudo aquilo que
era afetuoso (positivo ou não), ter
participado do projeto foi potente.
Aprender e trabalhar, ampliando
conhecimentos e trocando
com gente que vive a mesma
realidade em diversas partes
do Rio, sabendo que os nossos
caminhos não se encerram
aqui, foi a ação necessária para
construir, de maneira coletiva,
a garantia de conquistar mais
espaços para nossas vozes
ecoarem e informarem sobre lutas
e pautas que ainda podem ser
desapercebidas.
ÉRICLES COSTA, 20
ANOS, MORADOR DE SÃO
GONÇALO, ESTUDANTE
DE BIOMEDICINA NA UFRJ,
VEGETARIANO, LGBTQ+.
Acho que o brota é necessário
demais! Me ajudou na minha
formação de indivíduo como
parte do corpo social e minhas
responsabilidades dentro disso.
Representou um momento
de muito aprendizado e
reconhecimento de vivências
segregacionistas que a
periferia sofre diariamente
com as questões ambientais.
E representou também um
incentivo para lutar pelo
meu espaço levando essa
problemática aos espaços de
visibilidade e/ou tomada de
decisão.
Relatório de atividades | Brota no Clima
O QUE A
COORDENAÇÃO
ACHOU DESSE
ROLÊ TODO?
BRUNA
VALENÇA
GODINHO
BRUNA VALENÇA É UMA JOVEM
DE 22 ANOS, NASCIDA E CRIADA
NA ZONA OESTE DO RIO DE
JANEIRO, EM SANTA CRUZ.
AMBIENTALISTA DE ENSINO
TÉCNICO E LUTA, FAZ GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA FLORESTAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL
DO RIO DE JANEIRO. DESDE 2017
ATUA COM PROJETOS E EM 2020
SE ENCONTROU NO MUNDO DO
ATIVISMO SOCIOAMBIENTAL.
Desde que eu tinha uns 14 anos, eu comecei a ter
vontade de fazer algo de impacto social. Moradora
de Santa Cruz/Zona Oeste do RJ e estudando na
rede Estadual de Ensino, sem muitas referências
locais, acabei tomando como exemplos que não
compartilhavam da realidade que eu conhecia. A
distância entre mim e as referências que eu tomava,
muitas vezes se tornavam mais um objeto de
comparação do que inspiração. Quando eu fui para
faculdade, através dos projetos de extensão que
eu realizava, consegui me reconectar com aquela
Bruna de 14 anos que queria fazer algo para mudar
o mundo. Porém foi somente com o Brota no Clima,
que eu consegui me reconhecer como capaz
de fazer algo pelo meu território de forma efetiva e
que eu senti o impacto do nosso trabalho na vida
das outras pessoas. O Brota no Clima foi sem dúvidas
um dos maiores desafios que já tive até hoje,
foi quando eu, que muita das vezes questiono meu
papel de liderança jovem por ser constantemente
deslegitimada por ser preta, pobre e periférica, me
entendi e descobri como capaz de construir algo
tão grande e poderoso. Além disso, a coordenação
do Brota me deu uma família, que mesmo com
tantas diferenças, ainda continuam compartilhando
todas as vitórias e indignações desse sistema
que a gente vive, com muito amor.
45
KARINA
RIBEIRO MUNIZ
FERREIRA
KARINA MUNIZ É UMA JOVEM
DE 23 ANOS, NASCIDA
E CRIADA NO SUBURBIO
CARIOCA, EM MADUREIRA.
ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO
DE ENGENHARIA FLORESTAL
NA UNIVERSIDADE FEDERAL
RURAL DO RIO DE JANEIRO.
As pautas ambientais começaram a surgir para
mim quando ingressei na Universidade e pude conhecer
a importância do conhecimento e das discussões
ambientais. A partir desse momento, comecei
a ficar incomodada com o rumo que o Brasil
e o mundo estavam tomando, devido ao alto desmatamento,
emissão desenfreada de CO2, extermínio
de povos tradicionais e crimes ambientais.
Fazer parte do grupo do Brota foi uma oportunidade
de mexer nas estruturas impostas por uma sociedade
extremamente excludente. Formar jovens
periféricos para debaterem temas nos quais eles
são excluídos e possibilitar a troca de vivência é a
parte mais importante do Brota. Além de dar meios
para que esses jovens construam ferramentas de
comunicação capazes de espalhar suas ideias,
principalmente onde eles vivem. Uma das coisas
que mais me surpreendeu no projeto foi a facilidade
de estabelecermos laços de amizades com os
participantes, mesmo sendo uma formação online,
poder fazer parte da rotina deles e podermos
compartilhar vivências foi muito importante para
que o grupo se unisse. Por fim, gostaria de agradecer
a todos que estiveram envolvidos nesse processo
de criação e execução, principalmente aos
coordenadores, pela responsabilidade, comprometimento
e carinho pelo Brota, além da amizade
comigo. Foi ótimo fazer parte dessa equipe!
46
Relatório de atividades | Brota no Clima
FELIPE
SÁ
FELIPE TEM 24 ANOS, É UM
JOVEM DO INTERIOR DO ESTADO
DO RIO, DE TERESÓPOLIS, DE
ONDE PARTIU PARA ESTUDAR
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
NA UNIVERSIDADE DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO (UERJ).
DESDE 2017 ATUA NA ÁREA
SOCIOAMBIENTAL, DA QUAL
NUNCA MAIS QUIS SAIR.
Cocriar e coordenar o 1º programa de educação
e comunicação climática completamente voltado
para a juventude favelada e periférica da Região
Metropolitana do Rio (totalmente virtual e
gratuito) foi extraordinário! Eu sabia que haveria
muita troca, mas a experiência foi muito mais
grandiosa do que eu poderia esperar!
O Brota é revolucionário! E o pioneirismo do nosso
trabalho nos apresentou muitos desafios, mas
isso é parte de qualquer movimento vanguardista.
Diversas vezes nos pegamos sem saber como
resolver uma parada de cara, sem encontrar experiências
que pudessem nos inspirar, mas nada
disso foi um problema: a gente foi lá e fez!
Deslocamos as favelas e as periferias do Rio pro
centro do debate sobre a agenda de mudança do
clima e, junt@s, inventamos coisas sensacionais.
O Brota acabou virando, sem que a gente tivesse
pensado nisso lá no início, uma incubadora e aceleradora
de projetos de comunicação de impacto
socioambiental, dedicado à comunicação climática
com foco nas favelas e periferias da RMRJ.
Quem diria?
A crise climática é uma crise social. Não dá pra falar
de clima sem abordar suas interseccionalidades.
Combatê-la é lutar contra as diversas formas de desigualdade
e discriminação em nossa sociedade.
É lutar por uma sociedade mais justa, acessível e
democrática. Isso tudo tá na essência do Brota! E
eu me sinto extremamente orgulhoso de ser parte
disso.
Obrigado, Bruna, Karina, Nayara e Vitória! Obrigado
a todas as pessoas que estiveram ao nosso lado
em cada etapa dessa jornada, desde os primeiros
papos sobre as ideias que tínhamos até hoje! Obrigado
aos Broters! Vocês são maravilhos@s! Obrigado
ao Engajamundo e à Samambaia: filantropias!
Justiça socioambiental é urgente! Fico feliz pelo
Brota se somar aos esforços na luta por um mundo
mais justo, sustentável e democrático. Um desafio
imenso, mas gratificante na companhia das pessoas
certas!
47
NAYARA
ALMEIDA
DA SILVA
NAYARA ALMEIDA, OU GAROTA
DA ECHARPE CLIMÁTICA, É UMA
JOVEM DE 23 ANOS, ATIVISTA
POR JUSTIÇA CLIMÁTICA, CRIA
DA PERIFERIA DE DUQUE
DE CAXIAS. ATUA NA ÁREA
SOCIOAMBIENTAL E O BROTA
TEM UM ESPAÇO GRANDÃO NO
SEU CORAÇÃO.
Os maiores achados e ideias da minha vida
sempre acontecem no desencontro. Foi assim
que entrei no movimento climático e que
a ideia de fazer um programa de educação
climática na periferia surgiu. Lembro como
se fosse hoje, eu voltava da COP 25 em Madrid
(Espanha), o que só me reforçou que eu
sou uma jovem periférica latinoamericana e
que nós, sociedade civil, vamos ter que fazer
muita coisa pra alcançar a tão sonhada Justiça
Climática. Voltei de lá com a ansiedade
a mil e com o coração dizendo: tá faltando
algo! E faltava mesmo. Faltava ação local,
pois viver só de um ativismo climático que só
vislumbra a COP é raso demais pra mim. Eu
queria ação, e o Brota é um exemplo disso.
Queria fazer a agenda climática chegar para
gente nascida e criada na periferia como eu:
que pega busão e trem lotado por obrigação
todo dia, que acorda antes das 6 da matina
e vai dormir depois das 11 da noite porque o
corre é grande, gente que sente as mudanças
climáticas na pele, sabe? O Brota foi aquele
lugar em que ter gente periférica falando
sobre clima era regra, e isso me trouxe um
sentimento de que se a gente conseguiu, é
possível ser uma realidade em todo o Rio de
Janeiro. Coordenar esse projeto foi um dos
maiores desafios que já me meti na minha
vida e também o motivo de maior orgulho.
Tem dia que eu acordo e penso “Caramba,
você fez isso” e por vezes não acredito. Mas é
real! É uma parte do caminho para trazer justiça
climática às periferias e favelas da baixada
fluminense, do Rio de Janeiro e desse
Brasilzão, porque sem elas a luta climática é
incompleta. Ainda é só o começo e sei que
ainda vou ter que me colocar e dizer muitas
vezes por aí: “Hey irmão, olha lá a periferia
brotando no clima! Chama nós!”
48
Relatório de atividades | Brota no Clima
VITÓRIA
RODRIGUES
DE OLIVEIRA
TEM 16 ANOS E É DE SÃO
JOÃO DE MERITI. ESTUDA
GERÊNCIA EM SAUDE NA
ESCOLA POLITÉCNICA
DE SAUDE JOAQUIM
VENÂNCIO (EPSJV/
FIOCRUZ) E FAZ VÁRIOS
ROLÊS, MAS O SEU
CORAÇÃO É MESMO DO
BROTA NO CLIMA!
Apesar de ver, muito bem, a mobilização de ativistas
climáticos jovens pela televisão, nunca consegui
enxergar o meu corpo naqueles espaços.
Coconstruir o Brota no Clima foi um processo de
muito aprendizado, de coisas que nunca tinha
vivido antes: do mesmo jeito que ensinei, pude
aprender muito mais. Sendo uma das maiores
revoluções por mobilizações com mais a minha
cara, ver as sementes desse projeto brotarem faz
com que eu finalmente me veja como uma transformadora
não apenas pela existência do hoje e
do amanhã, mas de vidas que precisam de reconhecimentos
por suas resistências vorazes.
Mesmo de ainda ter um certo sentimento da falta
de ‘eus’ nos espaços mais relevantes de debates
climáticos, sei que o Brota no Clima é o começo
de uma revolução. Uma vez, Felipe disse num encontro
que os personagens de momentos importantes
não sabiam que estavam fazendo história:
pois bem, estamos construindo coletivamente
uma revolução feita por gente como a gente.
A partir dessa experiência, quero ver a periferia
sendo protagonista da sua própria história, e
eu não tenho palavras suficientes para descrever
o quão é bom movimentar a mudança que
queremos ver no Rio de Janeiro e, em especial
para mim, na Baixada Fluminense. Estamos
causando com força, reconhecendo nossas
raízes e remexendo estruturas para finalmente
sermos o que tanto queremos ver no ativismo
climático. Dentro do meu corpo, as raízes
do Brota já se espalharam e tudo o que farei
a partir desse fim, é levá-las junto comigo pra
tudo que é canto, porque essas sementes são
permanentes e vitalícias no meu eu que resiste.
49
AGRADECIM
ESPECIAIS
Qualquer corre de favela
ou periferia é feito na
base da colaboração. O
Brota não é nem um pouco
diferente. Temos orgulho
de criar um projeto que é
essencialmente coletivo,
pensado e construído
por muitas cabeças e
mãos que tão na luta por
justiça socioambiental
em territórios
sistematicamente
colocados às margens
das prioridades de uma
sociedade violentamente
desigual.
Somos muito gratos por poder contar com o
apoio financeiro da Samambaia: filantropias, que
acreditou na gente e na nossa ideia e nos deu liberdade
para criarmos o Brota do jeitinho que devia
ser, o que permitiu que o programa fosse tão
inovador. Agradecemos também ao GIP (Gestão
de Interesse Público), à Letícia Vieira e especialmente
à Stella Pieve, que estiveram ao nosso lado
nos acompanhando em diferentes momentos.
No iniciozinho de tudo, contamos com Estela Silva
(também voluntária do Engaja) idealizando o
Brota. Ela não pôde continuar coladinha com a
gente, mas nós nunca nos esquecemos dela, a
quem somos gratos. Naquele momento, também
tivemos o apoio de parceiros que nos ajudaram a
entender como realizar um programa online para
o nosso público que conseguisse ser bem-sucedido.
Todos os papos foram muito importantes
para que desenhássemos o Brota como ele é
hoje. Fica aqui o nosso muito obrigado a cada
uma das pessoas que prontamente se dispuseram
a compartilhar suas experiências conosco.
50
Relatório de atividades | Brota no Clima
ENTOS
Também fica aqui o nosso agradecimento ao Comitê
Facilitador do Engajamundo, especialmente
à Nayara Castiglioni, a Mathaus Ranie e à Sarah
Vitória, por todo o apoio dado ao longo dessa jornada.
A contribuição de vocês foi essencial para o
sucesso do Brota!
Agradecemos aos nossos parceiros, BemGlô,
Casa Fluminense, Fundação Konrad Adenauer
Brasil, PerifaConnection, Rede Favela Sustentável
e Favela Cineclube, que puderam somar com a
gente e que, da forma que puderam, foram essenciais
para ajudar a tirar o Brota no Clima do papel.
Além de todas as convidadas e todos os convidados
que estiveram presentes durante os ciclos e
se colocaram disponíveis para dialogar, passar os
seus conhecimentos adiante e compartilhar suas
vivências com os Broters.
E por eles, lógico, aos Broters, nossa imensa gratidão
por terem topado fazer parte disso com a gente,
ajudando a construir o Brota como o programa
é visto de dentro pra fora e de fora pra dentro. Tivemos
uma sorte imensa de contar com esses participantes
nessa primeira edição. Não poderíamos
ter tido uma turma melhor.
NOSSO
MUITÍSSIMO
OBRIGADA A
TODOS QUE
ACREDITARAM
NESSE
PROJETO, SE
INSCREVERAM
E FIZERAM
COM QUE ELE
ACONTECESSE.
SEM VOCÊS,
A POTÊNCIA
DO BROTA
NÃO TERIA
SE TORNADO
REALIDADE!
51
ANEXO:
CARTA DE
BOAS VINDAS
KIT ATIVISTA
52
Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2020
FALA
Sementinha
CLimática,
Esperamos que esta carta e este kit te encontrem muito bem. Desde
o início do Brota no Clima, começamos a ser uma família ativista e
comunicadora em prol do presente e do futuro, pela conservação do
nosso mundo. Por isso, saiba que você pode contar com a gente pra
tudo, viu? O Brota é também um espaço de acolhimento :)
E, visando ser esse espaço onde todo mundo possa participar e se
sentir conectado com todes mesmo a distância, a gente teve a ideia
de realizar este kit. Não podemos estar juntos presencialmente, mas
cada um de nós tá conectado por essa caixinha, a qual foi preparada
com muito carinho e dedicação.
Cuide muito bem das coisas, viu? Apesar de serem meros objetos, são
materiais que carregam a nossa energia e que vão nos ajudar a
entender nossas vivencialidades. Trate tudo que tá aqui como se
fosse parte de você, porque agora, é.
Nós acreditamos MUITO em você e esperamos que você goste deste
kit ativista e libere a influencer climática que existe dentro de
você, e consiga revolucionar no seu território quando o assunto for
mudanças climáticas, viu? Se for fazer vídeos dos recebidos, vulgo
'mimos', não esquece de usar o nosso filtro nos stories do Instagram
junto com a #BrotaNoClima. Brota na base, Brota no Clima!
Valeu, falou, menor?
Bruna, Felipe, Karina,
Nayara e Vitória
Coordenadores do Brota no Clima
REALIZAÇÃO: PARCEIROS:
Belford Roxo, Duque de Caxias, Magé,
Nova Iguaçu, São Gonçalo, São João
de Meriti, Seropédica, Rio de Janeiro.
2020 - 2021
Realização
Apoio financeiro