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Textos <strong>de</strong><br />
<strong>Angela</strong> Maria<br />
Brighenti
<strong>Anda</strong><br />
<strong>Ambiente</strong><br />
Dados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />
B855<br />
Brighenti, <strong>Angela</strong> Maria<br />
<strong>Anda</strong> <strong>Ambiente</strong> / <strong>Angela</strong> Maria Brighenti; ilustrações <strong>de</strong> Gabriela Tiburcio<br />
Guimarães ... [et al.]. – São Paulo : Edições Viva e Deixe Viver, 2021.<br />
112 p. : il.<br />
ISBN: 978-65-994682-3-0<br />
1. Coletânea/Miscelânea. I. Guimarães, Gabriela Tiburcio (il.). II. Título.<br />
CDU: 82-8<br />
Ficha catalográfica elaborada por: Adriana Aparecida da Luz - CRB: 8/9360<br />
Índices para catálogo sistemático<br />
1. Coletânea/Miscelânea B869.8<br />
Associação Viva<br />
e Deixe Viver<br />
Valdir Cimino<br />
Atados<br />
Augusto Lima Conte<br />
Fernanda Tiveron Dall'Antonia<br />
Isabela <strong>de</strong> Paula Beato<br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
Paulo Zilberman<br />
Produção<br />
Ana Paula Monteiro<br />
Projeto gráfico<br />
Luciana Souza<br />
Sabrina Zerlini <strong>de</strong> Sá<br />
Vanessa Lopes<br />
Victor Luiz Magalhães<br />
Capa<br />
Luciana Souza<br />
Diagramação<br />
Sabrina Zerlini <strong>de</strong> Sá<br />
Paulo Zilberman<br />
Ilustrações<br />
Alessandra Seso Thereza<br />
Aline Boechat<br />
Deborah Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />
Gabriela Tiburcio Guimarães<br />
Johana Abreu<br />
Nicolie Santana<br />
Rayssa Gabriela Machado da Silva<br />
Thainá Feitosa Monteiro da Silva<br />
2 3
Índice<br />
Introdução 6<br />
Prefácio 9<br />
Parte I - Não ao lixo espalhado<br />
Cenário 1: Rua suja <strong>de</strong> lixo pós- consumo 14<br />
Cenário 2: Lá na rua da escola 18<br />
Cenário 3: Vigiando a cida<strong>de</strong> 24<br />
Poema do consumo consciente 28<br />
A floresta 32<br />
Parte II - A tetralogia da reciclagem ...<br />
O menino azul 38<br />
A raposa vermelha 42<br />
O sapo amarelo 46<br />
A girafa ver<strong>de</strong> 50<br />
Zuleica, a zebra, o quinto elemento 54<br />
E outros poemas ambientais<br />
Joaninha vai à feira 60<br />
Receitas para... O lixo diminuir 64<br />
Receitas para... O meio ambiente andar 66<br />
2020: a vida é agora 68<br />
Cana é bacana 70<br />
Parte III - O livro das bruxas<br />
A Bruxa Brúvia 74<br />
A Bruxa Brúvia e o manual <strong>de</strong> feitiços ambientais 78<br />
A Bruxa Bruviela 82<br />
Bruviela e a maldição <strong>de</strong> Zyria 86<br />
A Bruxa Bruosa 92<br />
A Bruxa Bruana 94<br />
A Bruxa Brulisa 98<br />
A Bruxa Bruloisa 102<br />
Bruniela em companhia <strong>de</strong> belas 106<br />
Quem será como será a bruxa má do terceiro milênio, quem será? 110<br />
Minibiografiaa 114<br />
4 5
Introdução<br />
Natural <strong>de</strong> São Carlos, no Estado <strong>de</strong> São<br />
Paulo, <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
italianos da região do Veneto, <strong>Angela</strong> Maria<br />
Brighenti foi a terceira <strong>de</strong>ntre seis filhos.<br />
Estudou na “Escola Normal” da cida<strong>de</strong>, dos<br />
7 aos 17 anos, e adorava línguas estrangeiras,<br />
principalmente Inglês e Alemão.<br />
Graduou-se em Engenharia <strong>de</strong> Materiais pela<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos, em 1978,<br />
e seguiu carreira instigante e <strong>de</strong>safiadora até<br />
2006. Concluiu pós-graduação lato sensu pelo<br />
MBA Internacional e Curso <strong>de</strong> Especialização<br />
em Gestão Ambiental da Proenco Brasil, tendo<br />
escrito monografia intitulada “Os plásticos e o<br />
lixo nas cida<strong>de</strong>s” em 2006.<br />
Em 2007 tornou-se contadora <strong>de</strong> histórias<br />
pela “Associação Viva e Deixe Viver” e esta foi<br />
uma experiência inesquecível, assim como,<br />
provavelmente, o gatilho do processo <strong>de</strong><br />
escrever e compor. A partir <strong>de</strong> 2008 começou<br />
a compor textos e canções que servem à<br />
teatralização e contação <strong>de</strong> histórias no<br />
contexto da educação ambiental para o<br />
consumo consciente, lixo pós-consumo,<br />
poluição ambiental e coleta seletiva.<br />
Infelizmente, vítima <strong>de</strong> um câncer, <strong>Angela</strong><br />
faleceu em 2011.<br />
Em março <strong>de</strong>ste ano a família da <strong>Angela</strong><br />
entrou em contato com a Associação Viva<br />
e Deixe Viver para apresentar um legado <strong>de</strong><br />
histórias, estórias e canções para divertir,<br />
ensinar e apren<strong>de</strong>r.<br />
O objetivo <strong>de</strong> mobilizar pessoas gerando<br />
transformações positivas na socieda<strong>de</strong> foi<br />
o elo que levou a Viva a contatar a Atados,<br />
para a realização <strong>de</strong> uma parceria para esse<br />
projeto, convidando pessoas à oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um trabalho voluntário para a execução<br />
das ilustrações e diagramação dos livros<br />
<strong>de</strong>ixados por <strong>Angela</strong>, com a supervisão <strong>de</strong><br />
um profissional técnico da área.<br />
A transformação positiva é o que move o<br />
trabalho <strong>de</strong> ambas as organizações envolvidas<br />
nesse projeto, gerando um brilhante resultado<br />
que você encontra aqui.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos à querida voluntária <strong>Angela</strong><br />
(in memoriam), assim como sua família que<br />
acreditou nessa união viva e potente da arte.<br />
Luciana dos Santos Bernardo<br />
Associação Viva e Deixe Viver<br />
Outubro/2021<br />
<strong>Angela</strong>, <strong>de</strong>senhada por<br />
Mariana Prava<strong>de</strong>lli Salmazo<br />
6 7
Prefácio<br />
<strong>Angela</strong>, pintada<br />
por Flora Brina<br />
O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> reinventar-se talvez<br />
seja uma das características mais<br />
marcantes <strong>de</strong> nosso planeta, da<br />
natureza, do meio-ambiente.<br />
Po<strong>de</strong>r este que nos mostra, nos<br />
ensina, dia após dia, o milagre<br />
da vida e <strong>de</strong> suas infinitas<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transformação,<br />
adaptação, sempre para o bem,<br />
para o futuro e para as gerações que<br />
ainda virão...<br />
E neste mesmo “ambiente” <strong>de</strong><br />
reinvenção e transformação nasce<br />
o “<strong>Anda</strong> <strong>Ambiente</strong>”, cujo objetivo<br />
principal é olhar para frente, cuidar,<br />
ensinar, instruir nossas crianças<br />
(inclusive as internas), com olhar<br />
lúdico, brinca<strong>de</strong>iras e com muita<br />
imaginação, pois somente po<strong>de</strong>remos<br />
construir uma socieda<strong>de</strong> mais<br />
equilibrada, atenta aos nossos novos<br />
dilemas através da conscientização<br />
e educação, eliminando os tantos<br />
hábitos e excessos criados pela<br />
cultura do consumo <strong>de</strong>senfreado.<br />
Inspirado em momentos,<br />
experiências e personagens reais na<br />
vida da autora, o “<strong>Anda</strong> <strong>Ambiente</strong>”<br />
traz, em formato <strong>de</strong> poesia,<br />
historinhas divertidas <strong>de</strong> como o<br />
mundo po<strong>de</strong> ser mais leve, colorido,<br />
consciente, cheio <strong>de</strong> natureza e<br />
<strong>de</strong>scobertas fantásticas!<br />
Felipe Brighenti Salles<br />
Leonardo Brighenti Salles<br />
<strong>Angela</strong>, <strong>de</strong>senhada por Ananda Laura<br />
8 9
<strong>Anda</strong><br />
<strong>Ambiente</strong><br />
10 11
PARTE I<br />
Não ao lixo<br />
espalhado<br />
12 13
Cenário 1:<br />
Rua suja<br />
<strong>de</strong> lixo<br />
pós-consumo<br />
Professora:<br />
Crianças! Vamos acabar com<br />
essa lambança,<br />
Todos:<br />
Bagunça <strong>de</strong> lixo jogado e espalhado,<br />
por alguém que é <strong>de</strong>scuidado!<br />
Professora:<br />
Tem lixeira na rua da sua casa?<br />
Todos:<br />
NÃÃOOOO!!!!<br />
Professora:<br />
Alguém passou e sujou?<br />
Todos:<br />
Sujou!!!!<br />
Beto:<br />
Quer ver a rua limpinha?<br />
Junte-se a nós e vamos chamar<br />
a Aninha!<br />
João:<br />
A Aninha é engraçada,<br />
Mas vai ficar muito brava<br />
Ao ver copo <strong>de</strong>scartado<br />
Por alguém que é <strong>de</strong>scuidado!<br />
Ilustração: Gabriela<br />
14<br />
Tiburcio Guimarães<br />
15
Beto:<br />
A Elisa vai ficar sem graça,<br />
Quando a Aninha andar pela praça<br />
E achar garrafa <strong>de</strong> PET<br />
Que a Elisa jogou pela vidraça<br />
João:<br />
Beto, amigão, você já viu a confusão,<br />
Do lixo espalhado e jogado<br />
Por alguém que é <strong>de</strong>scuidado?<br />
Todos:<br />
A união é vencedora!<br />
A professora vai juntar a galera<br />
Prá Coleta ficar esperta!<br />
Professora:<br />
Papel é azul, latinha amarela,<br />
O plástico ficou vermelho e corado<br />
Ao ver o montão <strong>de</strong> lixo espalhado.<br />
O vidro tanto berrou e assim se quebrou,<br />
E estocado pela coleta, ficou esver<strong>de</strong>ado!<br />
Aninha:<br />
A professora é legal<br />
Na sala <strong>de</strong> aula, ensina e tal,<br />
Que a árvore virou papel,<br />
Papel <strong>de</strong> embrulho,<br />
antes, era jornal<br />
Ilustração: Gabriela<br />
Tiburcio Guimarães<br />
Elisa:<br />
O plástico vem do petróleo<br />
Faz frasco, faz sacola, esquenta e esfria,<br />
E assim recicla e o ciclo reinicia.<br />
Beto:<br />
E para acabar com o imbróglio,<br />
É só a gente não jogar garrafa<br />
<strong>de</strong> PET no lago,<br />
Nem no rio, nem na ponte,<br />
Nem na rua e nem na praça!<br />
Todos:<br />
Vamos acabar com essa lambança,<br />
Bagunça <strong>de</strong> lixo, jogado e espalhado<br />
Por alguém que é <strong>de</strong>scuidado!<br />
Professora:<br />
Vamos hoje apren<strong>de</strong>r<br />
E amanhã vamos ensinar<br />
A Coleta a se multiplicar<br />
Lá no bairro e na rua da esquina.<br />
Todos:<br />
Guris e gurias,<br />
Sertanejos, funkers, rappers, sambistas<br />
Não tem ida<strong>de</strong>, nem hora, nem lugar<br />
João:<br />
Porque toda hora<br />
É hora <strong>de</strong> o lixo separar<br />
Prá Coleta funcionar!<br />
17
Cenário 2:<br />
Lá na rua da<br />
escola<br />
Professora:<br />
Crianças!<br />
Vamos acabar com essa lambança,<br />
Bagunça <strong>de</strong> lixo jogado e espalhado<br />
Por alguém que é <strong>de</strong>scuidado!<br />
Tem lixeira na rua da escola?<br />
Aninha:<br />
Tem vermelha e amarela, ver<strong>de</strong> e azul,<br />
Prá Coleta Seletiva, só as crianças<br />
que são vivas,<br />
Vão apren<strong>de</strong>ndo e seguindo<br />
muito ativas!<br />
Professora:<br />
Alguém passou e sujou?<br />
Todos:<br />
Sujou!!!<br />
Professora:<br />
O que fazer agora com a latinha jogada<br />
lá fora? E os copos espalhados no chão?<br />
Será que vão parar no lixão?<br />
Aninha:<br />
Vamos chamar a Elisa, a Lívia e o João,<br />
Venha Beto, amigão, precisamos<br />
<strong>de</strong> todos, um por um,<br />
Prá mostrar como se faz<br />
A Coleta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a separação.<br />
Ilustração: Thainá<br />
Feitosa Monteiro da Silva<br />
18 19
Beto:<br />
Pois agora vamos ensinar<br />
Aos vizinhos e aos colegas<br />
Como se faz para reciclar!<br />
E o lixo lá da escola,<br />
Apren<strong>de</strong>r a separar!<br />
João:<br />
Casca <strong>de</strong> banana e laranja<br />
Mais o lanche que sobrou<br />
Vão prá lixeira da escola<br />
Pois <strong>de</strong>pois das cinco horas<br />
Vai chegar o caminhão.<br />
Aninha:<br />
Você que gosta <strong>de</strong> iogurte<br />
Suco e refrigerante,<br />
Sinta o que é sabor refrescante<br />
Depois lave a garrafinha<br />
Chacoalhando com agüinha!<br />
Beto:<br />
É que agora vamos ensinar<br />
Aos vizinhos e aos colegas<br />
Como se faz para reciclar!<br />
E o lixo lá da escola,<br />
Começar a separar<br />
Professora:<br />
Primeiro separamos o seco do molhado<br />
Lembra bem: longa vida do mesmo lado<br />
Do papel metalizado<br />
E bota logo no azul.<br />
Lívia:<br />
Na usina <strong>de</strong> compostagem<br />
Tudo vira adubo que faz bem,<br />
Para cenoura, pepino e vagem,<br />
Agrotóxico o composto não tem.<br />
Elisa:<br />
Vamos lá, use e não abuse<br />
Água é um bem que se quer bem<br />
E as crianças muito vivas<br />
Embalagens lavam para ajudar<br />
a reciclagem<br />
Que começa na Coleta Seletiva!<br />
Professora:<br />
Alguém já escolheu<br />
As cores da reciclagem<br />
Azul, ver<strong>de</strong> e amarelo<br />
E vermelho prá embalagem<br />
Aninha:<br />
De plástico transparente<br />
Colorido, mole ou rígido<br />
Separemos pelas cores<br />
Facilitando a triagem<br />
Ilustração: Thainá<br />
Feitosa Monteiro da Silva
Lívia:<br />
O plástico ficou vermelho e corado<br />
Ao ver aquele montão <strong>de</strong> lixo espalhado!<br />
Beto:<br />
A latinha é amarela que se faz<br />
com alumínio<br />
Faz também uma panela com energia<br />
e com minério!<br />
Elisa:<br />
Papel para escrever, imprimir e azular<br />
Degrada fácil, fácil e recicla sem parar!<br />
João:<br />
O vidro tanto berrou que logo se quebrou<br />
Estocado na Coleta, acabou esver<strong>de</strong>ado!<br />
Aninha:<br />
Já apren<strong>de</strong>mos o que é<br />
Material reciclável<br />
Além daquele que não é.<br />
Elisa:<br />
Reciclagem é pra valer<br />
Não sabe ainda o que fazer?<br />
Não se feche, procure saber.<br />
Lívia:<br />
Reciclar é economizar<br />
Energia, água e tudo mais<br />
Além <strong>de</strong> materiais<br />
Beto:<br />
Se você lembrar<br />
Que não tem mais lugar<br />
Para o lixo enterrar,<br />
Você vai querer separar e separar!<br />
João:<br />
Prá <strong>de</strong>pois o lixo reciclar!<br />
Professora:<br />
Porque reciclável<br />
Vai <strong>de</strong> volta prá indústria<br />
No ciclo da vida<br />
O produto recicla<br />
De on<strong>de</strong> vem, para on<strong>de</strong> vai<br />
Tudo o que se fabrica.<br />
Ilustração: Thainá Feitosa<br />
Monteiro da Silva<br />
22 23
Cenário 3:<br />
vigiando a<br />
cida<strong>de</strong><br />
Aninha, Elisa e Lívia cantam:<br />
Fique atento, venha já,<br />
Junte-se a nós, é hora <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a<br />
reciclar<br />
E com a bagunça do lixo jogado e<br />
espalhado<br />
Vamos todos acabar!<br />
Beto:<br />
Mais atentos vamos ficando<br />
Estamos logo avisando<br />
A quem é <strong>de</strong>scuidado,<br />
Aninha:<br />
Que não saia mais jogando<br />
Lixo pela cida<strong>de</strong><br />
Pois estamos vigiando<br />
A rua, os parques e os jardins<br />
Lívia:<br />
Quem conhece a Vila Paplás?<br />
Todos:<br />
Lá on<strong>de</strong> tem a praça da la<strong>de</strong>ira?<br />
Lívia:<br />
Lá on<strong>de</strong> tem praça, ver<strong>de</strong> e jardim<br />
Na Vila Paplás o sucesso é da Coleta!<br />
Todos:<br />
Lá na praça da la<strong>de</strong>ira,<br />
Tem escada <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />
Ma<strong>de</strong>ira natural, não é!<br />
Elisa:<br />
Formando estacas brancas<br />
Erguem bancos e moldam cercas<br />
De plástico estruturado<br />
Professora:<br />
Plástico que reciclamos<br />
E então modificamos<br />
Parece ma<strong>de</strong>ira<br />
E nem <strong>de</strong> longe é <strong>de</strong> cerejeira!<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira
Aninha:<br />
Na Vila Paplás tem Coleta Seletiva<br />
Tem lixeiras coloridas<br />
Tem separação seletiva<br />
Quem chegou primeiro foi o Vi,<br />
Beto:<br />
Pesado e cortante<br />
Berrou tanto, que acabou esver<strong>de</strong>ado!<br />
Lívia:<br />
Então a leve, solta e suave Lata<br />
Chegou rolando e amassando<br />
Pois queria acompanhar o ver<strong>de</strong> Vi<br />
João:<br />
E assim a Vila já era um lugar<br />
Para vidro e lata coletar<br />
Beto:<br />
Vidro e Lata não ligam muito não<br />
Para os dois esvoaçantes levinhos<br />
Cada hora <strong>de</strong> uma cor, parecidos<br />
muitas vezes<br />
Na função, mas não na razão<br />
João:<br />
A Vila Paplás ganhou dois “pes”<br />
Papel que imita o azul do céu<br />
E os Plásticos tão variados<br />
Que é preciso ir à escola<br />
Prá saber <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vêm<br />
Elisa:<br />
Pois na Coleta Seletiva<br />
Sabemos para on<strong>de</strong> vão<br />
O Plástico ficou vermelho <strong>de</strong> vergonha<br />
Ao ver tanto lixo espalhado!<br />
João:<br />
Na Coleta Seletiva<br />
Separamos seco do molhado<br />
Cebola não é papel<br />
Batata não é lata.<br />
Elisa:<br />
Vidro é ver<strong>de</strong> e não é quiabo<br />
Junte só o que combina<br />
E a sacola <strong>de</strong> plástico<br />
Não se contamina!<br />
Lívia:<br />
Na coleta que não é seleta<br />
Per<strong>de</strong> o João, per<strong>de</strong> o cidadão<br />
Todo lixo se mistura e vai para o lixão<br />
Daqui a pouco não sobra parque<br />
Prá você passear com seu cão<br />
Todos:<br />
Vamos logo, venha cá,<br />
Para que o ver<strong>de</strong> tome conta dos<br />
parques e jardins<br />
Sem embrulhos e nem frascos<br />
Pacotes e nem potes<br />
Espalhados, atirados<br />
Pela coleta esquecidos.<br />
Professora:<br />
Fique atento, preste atenção!<br />
A Natureza tudo po<strong>de</strong><br />
E se faz a transformação<br />
Areia vira vidro, minério vira lata<br />
Vira lata, mas não é cão!<br />
Elisa:<br />
Petróleo vira plástico,<br />
Plástico é útil, se espalhado na natureza<br />
No oceano e nas lagoas,<br />
Vira lixo inútil!<br />
Lívia:<br />
Árvores são belas, papel é feito <strong>de</strong>las<br />
Temos tudo o que é preciso<br />
Seres criativos todos vivos<br />
O planeta azul <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> colorido<br />
Chama você prá ser seu amigo!<br />
26 Ilustração: Deborah<br />
27<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira
Poema do<br />
consumo<br />
consciente<br />
Compre sempre, compre<br />
Tudo o que precisar<br />
Pergunte-se por que<br />
O excesso carregar.<br />
Saiba o que é<br />
Consumo consciente<br />
Ao comprar batatas chips<br />
E embalagens <strong>de</strong> sorvete<br />
Seja curioso, seja diferente<br />
Procure saber mais...<br />
Só compre se souber<br />
O que é consumo consciente.<br />
Você já ouviu falar<br />
Do consumo consciente<br />
Que reduz as emissões<br />
Do lixo poluente?<br />
Escreva e pergunte<br />
A todo fabricante<br />
Exija inovação<br />
Dos produtos existentes.<br />
Saiba quantos anos<br />
Perdura a embalagem<br />
Se quiser reduzir os danos<br />
Do que leva prá viagem.<br />
Saiba quantos anos precisamos<br />
Para reduzir os danos<br />
Jogamos fora ou reciclamos?<br />
Mexa-se, vamos que vamos!<br />
Quer reduzir os danos<br />
Das sobras que não usamos?<br />
Vamos separar prá reciclar<br />
E muita coisa reutilizar.<br />
Ilustração:<br />
Alessandra<br />
Seso Thereza<br />
28 29
Saiba quantos anos<br />
Entre hoje e o futuro,<br />
Perduram as embalagens<br />
E sobras que <strong>de</strong>scartamos?<br />
Seja cuidadoso<br />
O lixo vira comida <strong>de</strong> bicho<br />
No fundo do mar<br />
Porque todas as águas<br />
Correm sem parar.<br />
Aju<strong>de</strong> a floresta a preservar<br />
Para a vida sustentar<br />
Palavra gran<strong>de</strong>,<br />
Sustentabilida<strong>de</strong> é<br />
A vida continuar.<br />
Compre e a vida sustente<br />
Consuma e equilibre a floresta<br />
Verifique o seu estilo <strong>de</strong> vida<br />
Não faça nada inconsciente.<br />
O planeta está cansado<br />
O planeta está doente<br />
Extração, consumo e poluição<br />
Como você po<strong>de</strong> ficar contente?<br />
Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> você<br />
Do seu amigo<br />
Dos saquinhos <strong>de</strong> batata<br />
Lá da loja do vizinho<br />
Comprar prá comer<br />
Batata que virou chips<br />
Comprar prá funcionar<br />
Sem chips não tem PC<br />
Sacola é pra ajudar<br />
Você a carregar<br />
As compras lá <strong>de</strong> casa<br />
E mandar prá reciclar<br />
O <strong>de</strong>stino da sacola<br />
No mar não po<strong>de</strong> estar.<br />
Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> mim<br />
Depen<strong>de</strong> dos bilhões<br />
De habitantes como eu, como você<br />
Comprar e compreen<strong>de</strong>r<br />
Consumir e saber<br />
Preservar para no futuro ainda ter.<br />
Você que apren<strong>de</strong>u<br />
O que é consumo consciente<br />
Reúna agora os amigos<br />
E a todos argumente<br />
O que é sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza<br />
30
A floresta<br />
Preste atenção!<br />
Venha observar!<br />
Árvores e plantas,<br />
Rochas e terra,<br />
Girafas e sapos,<br />
Meninos e meninas!<br />
No reino das plantas<br />
Existem árvores e grama,<br />
Flores miúdas, girassóis<br />
Milhões <strong>de</strong> anos<br />
Recebendo vida<br />
Do amanhecer<br />
Ao repouso merecido<br />
Em cada pôr-do-sol.<br />
Copaíba, cerejeira, imbuia, marfim,<br />
Mogno, andiroba, cupuaçu, pau-rosa<br />
Árvores frondosas<br />
Gigantes subindo ao céu<br />
Dez, vinte, trinta anos,<br />
Em silêncio mais quarenta<br />
Com água e luz vão crescendo<br />
Mãos cegas as <strong>de</strong>rrubam,<br />
Em fugazes momentos|<br />
A <strong>de</strong>vastação ressoa eterna<br />
Pelos campos abertos<br />
On<strong>de</strong> reinava a floresta.<br />
Ilustração: Aline Boechat<br />
33
A natureza em ciclos<br />
Outono, inverno, verão<br />
E vem a primavera<br />
Crescem e se espalham<br />
Pelo mundo os jardins<br />
Flores miúdas, coloridas,<br />
Brancas <strong>de</strong> jasmim<br />
Girassóis giram sob o sol<br />
Curvam-se para a lua<br />
Ciclos da vida<br />
Nascer, reinar<br />
Renascer e reviver.<br />
Que triste reinado sem cores e flores<br />
Sem matas e florestas<br />
Viver sem alegria e sem festas!<br />
No reino das plantas<br />
Existem árvores e grama<br />
Natureza exuberante<br />
Esse é o po<strong>de</strong>r que avança.<br />
Milhões <strong>de</strong> anos que vieram antes<br />
Virão <strong>de</strong>pois<br />
A natureza <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
O quanto o ver<strong>de</strong> alcança.<br />
On<strong>de</strong> foi um dia uma torre, um edifício<br />
Que o homem construiu com seu ofício<br />
E à natureza feriu<br />
Um dia haverá em que<br />
O homem retornará ao início.<br />
Enquanto isso, vamos fazer nossa parte<br />
Expressar a nossa arte<br />
Reclamar do <strong>de</strong>smatamento<br />
Aos insensatos dizer não.<br />
À <strong>de</strong>sesperança dizer basta<br />
Parem <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar, queimar e <strong>de</strong>struir<br />
Deixem o planeta respirar<br />
Deixem a vida acontecer<br />
Deixem a floresta viver<br />
Deixem a humanida<strong>de</strong><br />
persistir!<br />
34<br />
Ilustração: Aline Boechat
PARTE II<br />
A tetralogia da<br />
reciclagem...<br />
36 37
O menino<br />
azul<br />
Preste atenção! Venha observar!<br />
Árvores e plantas,<br />
Rochas e terra,<br />
Girafas e sapos,<br />
Meninos e meninas!<br />
No reino das plantas<br />
Existem árvores e grama,<br />
Flores miúdas, girassóis<br />
Milhões <strong>de</strong> anos<br />
Recebendo vida<br />
Do amanhecer<br />
Ao repouso merecido<br />
Em cada pôr do sol.<br />
Copaíba, cerejeira, imbuia, marfim,<br />
Mogno, andiroba, cupuaçu, pau-rosa<br />
Árvores frondosas<br />
Gigantes subindo ao céu<br />
Dez, vinte, trinta anos,<br />
Em silêncio mais quarenta<br />
Com água e luz vão crescendo<br />
Mãos cegas as <strong>de</strong>rrubam,<br />
Em fugazes momentos<br />
A <strong>de</strong>vastação ressoa eterna<br />
Pelos campos abertos<br />
On<strong>de</strong> reinava a floresta.<br />
A natureza em ciclos<br />
Outono, inverno, verão<br />
E vem a primavera<br />
Crescem e se espalham<br />
Pelo mundo os jardins<br />
Flores miúdas, coloridas,<br />
Brancas <strong>de</strong> jasmim<br />
Girassóis giram sob o sol<br />
Curvam-se para a lua<br />
Ciclos da vida<br />
Nascer, reinar<br />
Renascer e reviver.<br />
Ilustração: Johana Abreu<br />
38 39
Que triste reinado sem cores e flores<br />
Sem matas e florestas<br />
Viver sem alegria e sem festas!<br />
No reino das plantas<br />
Existem árvores e grama<br />
Natureza exuberante<br />
Esse é o po<strong>de</strong>r que avança.<br />
Milhões <strong>de</strong> anos que vieram antes<br />
Virão <strong>de</strong>pois<br />
A natureza <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
O quanto o ver<strong>de</strong> alcança.<br />
On<strong>de</strong> foi um dia uma torre, um edifício<br />
Que o homem construiu com seu ofício<br />
E à natureza feriu<br />
Um dia haverá em que<br />
O homem retornará ao início.<br />
Enquanto isso, vamos fazer nossa parte<br />
Expressar a nossa arte<br />
Reclamar do <strong>de</strong>smatamento<br />
Aos insensatos dizer não.<br />
À <strong>de</strong>sesperança dizer basta<br />
Parem <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar, queimar e <strong>de</strong>struir<br />
Deixem o planeta respirar<br />
Deixem a vida acontecer<br />
Deixem a floresta viver<br />
Deixem a humanida<strong>de</strong> persistir!<br />
Ilustração: Johana Abreu<br />
40 41
Ilustração: Thainá Feitosa<br />
Monteiro da Silva<br />
A raposa<br />
vermelha<br />
A Coleta Seletiva<br />
Separa o que precisa<br />
A raposa é esperta e viva<br />
Como plástico <strong>de</strong> embalar camisa.<br />
A raposa quer comer<br />
Espera a hora <strong>de</strong> caçar<br />
O plástico prá reciclar<br />
É preciso primeiro separar.<br />
Vamos numerar?<br />
Nº 1 é PET e mais parece seu<br />
cãozinho favorito,<br />
Nº 2 é PEAD, xampus e cremes prá você,<br />
Nº 3 é PVC, conserva carnes,<br />
embala peixes,<br />
Nº 4 é PEBD, sacos, sacolinhas<br />
e sacolões,<br />
Nº 5 é PP, não é PE nem PVC,<br />
Nº 6 é PS, faz copos, recicla ban<strong>de</strong>jas,<br />
Nº 7 combina polis variados!<br />
Vamos ver?<br />
Por que separar?<br />
Plástico é poli,<br />
Poli<strong>de</strong>rivado, polivalente<br />
Múltiplas escolhas.<br />
Eteno e propeno são monômeros,<br />
Polietileno e polipropileno são<br />
polímeros,<br />
São plásticos, <strong>de</strong> nomes estranhos<br />
batizados!<br />
A raposa pega o coelho,<br />
Correndo pelo bosque distraído,<br />
Olhando para o alto, sonhando<br />
Com a borboleta colorida em seu vôo<br />
fugitivo.<br />
42 43
A poluição pega o plástico,<br />
Pobre coelho, polidistraído?<br />
Garrafas, potes, polifrascos?<br />
Polifilmes, polilixo...<br />
A raposa está ganhando<br />
Do coelho <strong>de</strong>sligado,<br />
O plástico ficou vermelho e corado,<br />
Sobrou boiando em rios poluídos,<br />
Empilhou bem no fundo do mar profundo,<br />
Água turva, terra química,<br />
Coelho bondoso e distraído,<br />
Pela raposa acabou <strong>de</strong>vorado!<br />
A Coleta Seletiva<br />
Separa o que precisa<br />
Refrigerante, é PET, bebida gelada?<br />
Direto para o vermelho,<br />
A raposa continua viva,<br />
Se não correr,<br />
será a vez do coelho!<br />
Tampas e tampinhas,<br />
Brinquedos e brinquedinhos,<br />
Para que não sirvam <strong>de</strong> comida<br />
A albatroz, foca e leões marinhos,<br />
Vamos lá, amiguinhos,Joguem no cesto<br />
vermelho,<br />
Fiquem mais espertos do que o coelho!<br />
A raposa apren<strong>de</strong>u a contar:<br />
1 é o PET, que faz amigos<br />
Companheiros prá toda hora,<br />
Seu gatinho ou seu cão?<br />
Preste atenção: prá vencer o verão,<br />
Sucos e refrescos em garrafas<br />
Na hora <strong>de</strong> esfriar o calorão!<br />
2 é PEAD, parabéns a você,<br />
Que <strong>de</strong>seja apren<strong>de</strong>r<br />
Que xampu, <strong>de</strong>tergente e sabão,<br />
É só lavar antes <strong>de</strong> separar,<br />
Para enfim, reciclar.<br />
Você vai perceber,<br />
Garrafas vão <strong>de</strong>saparecer<br />
Dos parques e jardins,<br />
A raposa vermelha nem mais tem tempo<br />
a per<strong>de</strong>r<br />
Pois o coelho e você,<br />
Estão ligados assim!<br />
3, 4, 5 e 6 calma, logo apren<strong>de</strong>rá,<br />
A escolher e separar,<br />
Para a fábrica po<strong>de</strong>r reciclar.<br />
Até o coelho distraído<br />
Já enten<strong>de</strong>u qual o perigo<br />
De o lixo pela cida<strong>de</strong> espalhar<br />
Agora já nem caça borboletas<br />
Mas vai correndo <strong>de</strong> bicicleta<br />
Avisar os meninos e as meninas<br />
Que é bem-vinda a Coleta,<br />
A Coleta Seletiva!<br />
44<br />
Ilustração: Thainá<br />
Feitosa Monteiro da Silva
O sapo<br />
amarelo<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />
46
O sapo amarelo<br />
Era o oitavo filhote<br />
Da Dona Sapa Alvim<br />
A mãe dos sapos do Brejo<br />
da Taboa Ver<strong>de</strong>.<br />
Era pequenino, o amarelo- seguro <strong>de</strong> si<br />
Mas acreditava que era da cor<br />
Dos sete irmãos mais velhos<br />
Da cor <strong>de</strong> todos os sapos, enfim.<br />
O sapo mais velho era<br />
Gino Maior<br />
E o seguia o Gino Segundo<br />
O primeiro era grandão e<br />
zangado<br />
O segundo valentão e<br />
<strong>de</strong>sengonçado.<br />
A terceira, então, era Ginoca<br />
irada<br />
Entre tantos irmãos, que confusão,<br />
Às vezes era como a mãe <strong>de</strong><br />
Bonachão<br />
Outras, parecia Ginobravo na<br />
madrugada.<br />
E havia o irmão contador-<br />
O Gino Numérico- para ele<br />
O mundo era feito <strong>de</strong> raros cálculos:<br />
Amiza<strong>de</strong> não passava da raiz<br />
quadrada <strong>de</strong> zero!<br />
Ginomigo e Ginobravo<br />
Que engraçado<br />
O sexto era amigo<br />
O sétimo era malvado<br />
E os oito sapos se vão<br />
Gino Jr. era bebezão<br />
Divididos em grupos<br />
Seguindo a vonta<strong>de</strong> do mandão<br />
Lagoas, brejo raso, brejo aberto<br />
Chegara a hora <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ntrar.<br />
Zuleica era uma zebra,<br />
Flaflá era a girafa falante,<br />
O coelho malhado<br />
Era mal humorado.<br />
Encontros e<br />
<strong>de</strong>spedidas<br />
Pelo caminho<br />
atravessado.<br />
Surgiu o inesperado<br />
No ponto da viagem<br />
Quando o coelho selvagem<br />
Fez da lata um espelho.<br />
Mal-humorado, o coelho<br />
Ao Amarelo falou:<br />
Uma lata brilhante<br />
Na floresta, no brejo, na savana<br />
Não brotou;<br />
Teria vindo da cabana?<br />
Foi quando o sapo amarelo – seguro <strong>de</strong> si<br />
Viu-se bem no espelho: era mesmo<br />
amarelo<br />
Como a lata da Coleta Seletiva.<br />
Na cabana da floresta,<br />
Na al<strong>de</strong>ia que se ergueu na clareira,<br />
No caminho do rio ao mar,<br />
Na cida<strong>de</strong> que cresceu sem se notar,<br />
Pelas ruas e avenidas,<br />
Nos bairros, nas vilas,<br />
Em todo lugar,<br />
A Coleta Seletiva vai agora <strong>de</strong>slanchar<br />
Porque todo mundo vai se preparar<br />
Compreen<strong>de</strong>r e participar<br />
Para acabar lata perdida e jogada<br />
Na floresta das cabanas.<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />
49
Ilustração: Alessandra Seso Thereza<br />
A girafa<br />
ver<strong>de</strong><br />
50 51
Flaflá era mesmo uma girafa diferente<br />
Além <strong>de</strong> ser falante<br />
Fez mestrado na universida<strong>de</strong><br />
Para ficar entendida<br />
Em Coleta Seletiva<br />
As girafas são bege ou marrom<br />
Que mal emitem sons<br />
Sobre fundo branco ou bege- pasmem!<br />
Faziam-se tapetes<br />
Para cobrir o chão <strong>de</strong> palacetes<br />
- Pobres animais!<br />
Falar não sabem, reclamar também não<br />
Grunhir para chamar atenção<br />
Fez com que nascesse um dia<br />
Flaflá, a girafa ver<strong>de</strong><br />
Que se tornou especialista<br />
Em coleta seletiva.<br />
Seu grunhido era tão estri<strong>de</strong>nte<br />
Que o vidro separado<br />
Pela coleta seletiva<br />
Em ressonância vibrante<br />
Acabou em cacos e caquinhos<br />
<strong>de</strong>spedaçado.<br />
Por isso é que se diz<br />
Que o vidro tanto berrou<br />
Que ficou armazenado<br />
E pela Coleta Seletiva<br />
Acabou esver<strong>de</strong>ado.<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza<br />
Flaflá é uma girafa falante<br />
Erudita que estudou mestrado<br />
Dias <strong>de</strong>sses ficou grávida<br />
E muitos meses <strong>de</strong>pois<br />
Nasceu a girafinha Fúlvia<br />
Que um susto enorme levou<br />
Quando <strong>de</strong> dois metros <strong>de</strong>spencou<br />
E mal acordou, sentiu que Flaflá a<br />
protegia<br />
Dando-lhe coices até ela apren<strong>de</strong>r<br />
A ser forte e corajosa<br />
E nunca se submeter<br />
A <strong>de</strong>scansar <strong>de</strong>satenta<br />
Para não servir <strong>de</strong> tapete e comida<br />
Aos mais distraídos<br />
Que não a<strong>de</strong>rem à Coleta Seletiva.<br />
Flaflá anuncia que o ver<strong>de</strong> vidro<br />
No ano 2008 já atingia<br />
Meta<strong>de</strong> do potencial <strong>de</strong> reciclagem<br />
E Fúlvia aprendia<br />
Que quando Flafá tiver uma netinha<br />
O grunhido das girafas ver<strong>de</strong>s<br />
Que estoura o ver<strong>de</strong> vidro em caquinhos<br />
Muita economia <strong>de</strong> energia propicia<br />
Quando o vidro se faz <strong>de</strong> energia.<br />
53
Zuleica,<br />
a zebra,<br />
o quinto<br />
elemento<br />
Zuleica, a zebra experiente<br />
É aquela que faz a diferença<br />
Pois listra branca e listra preta<br />
Não passa <strong>de</strong> aparência.<br />
Pelos prados e montanhas<br />
Zuleica dispara pela savana<br />
Quando avista as cabanas.<br />
Pelas partes do todo branco e preto<br />
Zuleica, a zebra experiente,<br />
Sabe que a reciclagem<br />
Já se tornou urgente.<br />
Na cabana, na<br />
al<strong>de</strong>ia e na cida<strong>de</strong><br />
Zuleica, a zebra<br />
experiente,<br />
Sabe que preto no<br />
branco<br />
Sempre é um<br />
discurso<br />
franco.<br />
Na história do sapo amarelo<br />
A lata se <strong>de</strong>u bem porque era espelho<br />
E como disse o coelho<br />
Na coleta seletiva<br />
Amarelo é do sapo a cor preferida<br />
– Mas essa é outra história!<br />
Se nas cores da Coleta<br />
Tem branco e preto na lata<br />
O <strong>de</strong>senho que <strong>de</strong>senha e imprime<br />
Preto no branco do papel<br />
Desenha o time <strong>de</strong> futebol?<br />
Branco as cores do arco-íris contém<br />
E da coleta seletiva também<br />
Preto separa e o orgânico prepara<br />
Bateria é cinza e a pilha empilha.<br />
Se o papel é preto ou carbono<br />
A tinta é branca ou preta<br />
Plástico preto foi<br />
recuperado<br />
Vidro preto já foi<br />
processado?<br />
Zuleica é experiente<br />
Apren<strong>de</strong>u as<br />
novida<strong>de</strong>s quentes<br />
Do consumo<br />
consciente.<br />
54<br />
Ilustração:<br />
55<br />
Aline Boechat
Agora tem muita pressa<br />
De espalhar pela praça<br />
Que acabou o <strong>de</strong>sperdício<br />
De espaço no pasto e na roça.<br />
Porque no século vinte e um<br />
Não existe lá fora<br />
Para se jogar fora<br />
Nem água, nem lixo, nem terra<br />
A humanida<strong>de</strong> enten<strong>de</strong><br />
Como funciona o consumo consciente.<br />
Zuleica conta uma dica quente:<br />
Escreva e pergunte ao fabricante<br />
Diga que daqui para frente<br />
Sua escolha será diferente<br />
Você quer saber como termina<br />
Lata <strong>de</strong> zinco e <strong>de</strong> alumínio<br />
Lata espelhada, lata colorida<br />
Lata <strong>de</strong> óleo, lata <strong>de</strong> bebida.<br />
O consumo consciente<br />
Está para a gente<br />
Como um produto que <strong>de</strong> uma<br />
i<strong>de</strong>ia inicial<br />
É o marco do ciclo <strong>de</strong> vida<br />
De on<strong>de</strong> vêm, para on<strong>de</strong> vão?<br />
Matérias e materiais?<br />
Lixo, emissões e sobras mais?<br />
Resíduo <strong>de</strong> produto que queimou<br />
Com terra, água ou ar se misturou?<br />
56<br />
Ilustração: Aline Boechat
e outros<br />
poemas<br />
ambientais<br />
58 59
Joaninha<br />
vai à feira<br />
Joaninha, da bolinha pequenina,<br />
Era menor do que a unha do <strong>de</strong>dão<br />
da Aninha.<br />
Acordou cedo, comilona que só,<br />
Gulosa e ansiosa<br />
E não viu maçã, nem pêra e caqui,<br />
Nem abacate ou abacaxi.<br />
E pensou: o que vou comer pela manhã?<br />
Sem estoque <strong>de</strong> comida, nem mesmo<br />
amora e romã.<br />
E a Joaninha pintadinha<br />
Saiu a procurar o que comer.<br />
Dentro da gela<strong>de</strong>ira, gra<strong>de</strong>s e gavetas<br />
Na <strong>de</strong>spensa, não havia nada<br />
Maria não <strong>de</strong>ixou nem bananada!<br />
Joaninha, então exclamou: o que vou<br />
comer no almoço?<br />
A Marcinha vem tomar chá com Aninha,<br />
Mas não há biscoitos no pote da vovó!<br />
Se não tiver petiscos e beliscos, vai ser<br />
um alvoroço!<br />
Pensou mais um pouco:<br />
Sua barriga roncava e à feira <strong>de</strong>cidiu ir<br />
Foi comprar comidinhas e frutinhas<br />
Pra comer e repetir.<br />
Mas logo ficou pesada e cansada,<br />
Carregava sacolas <strong>de</strong> morangos e doce<br />
<strong>de</strong> coco,<br />
Rosquinhas que nem as da Maria,<br />
minipastéis e rabanadas.<br />
Ilustração: Gabriela<br />
Tiburcio Guimarães<br />
61
Ufa! Estava tão cansada quando se<br />
lembrou então:<br />
Aninha e Marcinha comem guloseimas<br />
e bombons,<br />
O que eu gosto mesmo <strong>de</strong> comer –<br />
pensou Joaninha<br />
Que logo meus amigos plantadores<br />
<strong>de</strong> flores vêm me agra<strong>de</strong>cer,<br />
São os pulgões e as pragas que infestam<br />
os jardins,<br />
Devoram frutas e verduras e estragam<br />
as plantações.<br />
Muitos apelidos a Joaninha em vários<br />
idiomas recebeu:<br />
Lady Joaninha, em português;<br />
Lá está a Mariquita,<br />
Vaquita em terras <strong>de</strong> espanhol,<br />
Ser Joaninha é como se fosse,<br />
Bicho <strong>de</strong> Deus, em francês<br />
E se chama Besouro <strong>de</strong> Maria em<br />
alemão.<br />
E ora vejam vocês: Ladybird ou Ladybug,<br />
É como se chama a Joaninha em inglês!<br />
62<br />
Ilustração: Gabriela<br />
Tiburcio Guimarães
Receitas<br />
para:<br />
O lixo<br />
diminuir<br />
Flor do campo, flor do brejo<br />
Flor-<strong>de</strong>-lis, flor da mata-matriz<br />
Bom perfume é o que vamos sentir.<br />
Catavento traga o vento<br />
E o investimento<br />
Recursos para <strong>de</strong>senvolvimento<br />
Vamos pedir<br />
Para o lixo diminuir.<br />
Reciclagem efetiva atuando ativa<br />
Que recicle sem fazer <strong>de</strong> conta<br />
Que a Coleta separa<br />
Mas <strong>de</strong>pois tudo se reúna em vão<br />
Nos aterros e no chão.<br />
Para que materiais se bio<strong>de</strong>gra<strong>de</strong>m<br />
E o lixo na natureza <strong>de</strong>smanche<br />
Enquanto o consumo se torna consciente<br />
Todos a favor da reciclagem<br />
Todos em prol do reuso<br />
De águas, garrafas e potes.<br />
Enquanto a tecnologia<br />
Reinventa aquilo que cria<br />
Enquanto a economia<br />
Progri<strong>de</strong> mas não agri<strong>de</strong><br />
A vida que firme persiste<br />
Na água, na terra e no ar<br />
Enquanto o fogo afasta<br />
A ameaça <strong>de</strong> um dia o planeta acabar.<br />
Ilustração: Thainá<br />
Feitosa Monteiro da Silva<br />
65
Receitas<br />
para:<br />
O meio<br />
O meio ambiente somos nós<br />
Lá fora espelha o que anda <strong>de</strong>ntro<br />
Quando a água acabar e o planeta sujar,<br />
De carrão você acha que vai viajar?<br />
Para on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> avião?<br />
Gases, fogo e fumaça<br />
E água para apagar<br />
Papel, plástico, lata e garrafa<br />
Sem água não dá para fabricar.<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong><br />
Oliveira<br />
O meio ambiente vai andar<br />
Quando você <strong>de</strong>cidir<br />
Com qual estilo quer continuar<br />
Acrescente seu ingrediente para o meio<br />
ambiente andar:<br />
Muitos botões <strong>de</strong> rosa vermelha<br />
Escaravelho negro em prados <strong>de</strong><br />
centeio.<br />
Todos os lírios brancos formando<br />
tapetes <strong>de</strong> Paz<br />
Não existe manejo ambiental ineficaz.<br />
Folhas ver<strong>de</strong>s brotando sem veneno<br />
Campos <strong>de</strong> arroz submersos em hexeno<br />
Água pura caindo das cataratas<br />
Energia escassa por conta <strong>de</strong><br />
conta que à toa gasta<br />
e nada poupa.<br />
ambiente<br />
andar<br />
66
2020:<br />
A vida é agora<br />
(para a Ana)<br />
Pecuária necessária tal a extração<br />
<strong>de</strong> minério<br />
Árvores neutralizam hectolitros <strong>de</strong> gás<br />
Hectares <strong>de</strong> vegetação em<br />
Compensação dos grãos<br />
Floresta é biota, é comida sem ser grão<br />
Pasto é ver<strong>de</strong>, pasto é palha,<br />
Aço se fun<strong>de</strong> na fornalha<br />
Petróleo disfarça a fome<br />
Animais se equilibram com biomateriais<br />
Batatais, campos <strong>de</strong> soja e milharais<br />
Metais não renováveis, tais seus minerais.<br />
Terra seca do serrado<br />
Sementes resistentes crescem<br />
no semiárido<br />
Milho, soja, arroz<br />
Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar para <strong>de</strong>pois<br />
Bilhões <strong>de</strong> gentes, bilhões <strong>de</strong> grãos<br />
Açúcar, café e feijão<br />
Genética com bioética<br />
Da mente a <strong>de</strong>cisão<br />
Da terra o alimento<br />
Na floresta o equilíbrio<br />
Não existe lixo:<br />
O que é sobra para alguns<br />
Alimenta a vida em ciclos<br />
Em ecossistemas vivos.<br />
A vida que é aqui<br />
Em 2020 a vida que é agora.<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza
Cana é<br />
bacana<br />
Combustível fóssil, energia não<br />
renovável<br />
O calor das emissões inva<strong>de</strong><br />
A costa e as cida<strong>de</strong>s<br />
O petróleo ultrapassou valor viável<br />
Ouro negro chega perto do fim<br />
A era <strong>de</strong> um tempo que pouco durou<br />
Esgotou enquanto o mundo pouco<br />
mudou<br />
Doce cana-doce no motor à combustão?<br />
Da cana que adoça ao álcool que<br />
volatiliza<br />
No campo a plantação sustentável<br />
A floresta ver<strong>de</strong>ja e festeja<br />
O impacto ambiental gerenciável?<br />
Doce ameno, ameno doce - é ganho<br />
Mais saú<strong>de</strong>, mais consumo<br />
consciente<br />
Que reparte e não exce<strong>de</strong><br />
O doce no futuro da humanida<strong>de</strong><br />
É assim que vai ser ou sem equilíbrio<br />
A floresta vai acabar?<br />
O mato vai virar cana<br />
Ou a cana vai virar mar?<br />
Equilíbrio é o que falta<br />
Preserva a mata, o ver<strong>de</strong>, o pasto.<br />
Meio ambiente somos nós<br />
Precisa da nossa voz<br />
Gente que come grãos<br />
Na balança vamos pesar<br />
Castanha, avelã e arroz<br />
Ameixa, uva, feijão e maçã<br />
Para todos nós<br />
Porque é da nascente do rio<br />
Que o rio <strong>de</strong>semboca na foz..<br />
Ilustração:<br />
Nicolie Santana
PARTE III<br />
O livro<br />
das bruxas<br />
72 73
A bruxa<br />
Brúvia<br />
Brúvia é uma bruxa que sonha<br />
sob a chuva<br />
Todos pensam que ela é má<br />
Mas ela se ressente<br />
Se numa formiga pisar!<br />
Brúvia estuda noite e dia<br />
Buscando nos livros<br />
Receitas <strong>de</strong> feitiçaria<br />
Que a façam campeã <strong>de</strong> bruxaria!<br />
Molho <strong>de</strong> asa <strong>de</strong><br />
morcego<br />
Prá trazer<br />
<strong>de</strong>sassossego<br />
Ao caçador<br />
escondido<br />
na floresta<br />
E animais<br />
não o <strong>de</strong>ixar<br />
caçar!<br />
Caldo <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong> percevejo<br />
Uma pitada <strong>de</strong> pó <strong>de</strong> amianto<br />
Serra <strong>de</strong> fita, vai e vem, faíscas e fumaça<br />
Puff! O motor pifou, o óleo queimou<br />
A motosserra espatifou:<br />
Mais uma árvore ela não <strong>de</strong>rrubou!<br />
Asa esquerda <strong>de</strong> corvo mocho da Índia<br />
Espinho torcido da roseira negra<br />
envenenada<br />
No caldo grosso apurado<br />
Com rabo <strong>de</strong> rato escaldado<br />
Nascem emissões <strong>de</strong> gás metano<br />
Muitas vezes mais po<strong>de</strong>roso<br />
Do que o dióxido <strong>de</strong> carbono.<br />
Mágica palavra, hora <strong>de</strong> Racudê<br />
Seossime Sag, Seossime Aftusê<br />
Do enxofre vem o fedor<br />
O fedor sulfuroso.<br />
A Bruxa Brúvia começa a chorar:<br />
On<strong>de</strong> estará a receita perfeita<br />
Para as emissões do planeta<br />
limpar?<br />
Pois ora, vejam bem, poluição<br />
existia também?<br />
Aqui, agora e no além, gases<br />
do efeito estufa,<br />
Preocupação na vida <strong>de</strong> quem?<br />
Ilustração:<br />
74 75<br />
Aline Boechat
Ela não se cansa nem um pouco só:<br />
Aon<strong>de</strong> foi parar o Manual da Queridinha<br />
Brúvia-Bisavó?<br />
Amiguinho, aju<strong>de</strong> a Bruxa Brúvia a<br />
encontrar<br />
O Manual <strong>de</strong> Feitiços Ambientais<br />
Para combater arquivelhas malda<strong>de</strong>s<br />
florestais<br />
Vejam o en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correio<br />
E enviem sua ajuda pelo email<br />
Bruxabrúvia@feitiçosambientais.com.br<br />
Tem receita para a floresta florestar<br />
Tem feitiço para a motosserra pifar<br />
A Natureza vai apreciar<br />
Os feitiços ambientais<br />
Que a Bruxa Brúvia vai apresentar!<br />
Obs: Algumas palavras “mágicas” são<br />
inversões <strong>de</strong> sílabas nas palavras:<br />
Estufa= Afutsê Emissões= Seossime,<br />
Gás= Sag<br />
Educar= Racudê Ambientais=<br />
Sitanebima Efeitos= Sotiefê<br />
Mala= Alma<br />
Ogiva= Avigó<br />
76 Ilustração: Aline Boechat<br />
77
A bruxa<br />
Brúvia e o<br />
manual <strong>de</strong><br />
feitiços<br />
ambientais<br />
Bruxa boa, bruxa má, assim seria<br />
Bruxas Brúvias a cada dinastia<br />
Histórias <strong>de</strong> Brúvias Tera-Maldosas<br />
Três séculos da Queridinha Brúvia<br />
Bisavó enfim chegariam<br />
E o tempo urgiria.<br />
Bruviavó, bicentenariamente má<br />
Feitiços antiambientais inventado havia<br />
Que a tricentenária bonda<strong>de</strong> da Brúvia<br />
Bisavó se <strong>de</strong>smancharia<br />
E a pequena Brúvia seu esforço<br />
redobraria.<br />
Que problema, que dilema, esse<br />
esquema!<br />
Quem o Manual <strong>de</strong> feitiçaria escon<strong>de</strong>ria<br />
E a cura ambiental por querer<br />
dificultaria?<br />
Seossime Sag, Seossime Avigó<br />
Tera- Giga- Mega Tata- Tara- Querida<br />
Brúvia – Bisavó<br />
Ajuda-me o Manual a encontrar, tem dó!<br />
Seossime Sag, Seossime Afutsê<br />
Um trilhão <strong>de</strong> receitas más dissolver<br />
Sitanebima, Sotiefê<br />
On<strong>de</strong> está que não se vê?<br />
A Queridinha Brúvia-Bisavó salvaria<br />
O Manual da Bondosa Tatabisa-Bruviavó<br />
Que cinco séculos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> viveu<br />
E conhecida tornou-se porquanto<br />
escreveu<br />
O Manual <strong>de</strong> Feitiços Ambientais<br />
Que finalmente transformaria<br />
Um zilhão <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong><br />
malda<strong>de</strong><br />
Das bruxas Brúvia Tera-Más!<br />
Que problema, que dilema, esse<br />
estratagema !<br />
Mágica palavra, hora <strong>de</strong> Racudê<br />
Seossime Sag, Seossime Afutsê<br />
Um trilhão <strong>de</strong> feitiços dissolver<br />
Das Bruxas Brúvias Tera-Más<br />
Seossime Sag, Seossime Avicó<br />
Pelos quinhentos anos <strong>de</strong> feitiços a<br />
transformar<br />
Feitiços da Tatabisa-Bruviavó, Bondosa<br />
que só, po<strong>de</strong>rosa como o quê!<br />
Sitanebima Mala, Mala Sotiefê<br />
On<strong>de</strong> está que não se vê?<br />
Alfa- Bruxa- Brúvia- Tera- Brúvia-<br />
Bruxa- Má<br />
Trilhão! Finalmente a dissolução!<br />
78 79
A Bruxa Brúvia comemorou<br />
E com Theodoro, o gato, um forró dançou!<br />
Sitanebima, Sotiefê<br />
O Manual <strong>de</strong> 500 anos fez aparecer!<br />
Agora só procurar:<br />
Debaixo do mofo, pó <strong>de</strong> piolho<br />
A caixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte seco <strong>de</strong> alho<br />
Lá no fundo, disfarçada <strong>de</strong> galho<br />
No escuro, no abismo, on<strong>de</strong> está?<br />
O ca<strong>de</strong>ado, on<strong>de</strong> se escon<strong>de</strong><br />
Se a chave não se vê?<br />
Que problema, que dilema para resolver!<br />
Seossime Sag, Seossime Afutsê!<br />
A chave, a caixa, o ca<strong>de</strong>ado<br />
Um mais dois é nada sem os três!<br />
A pequena Bruxa Brúvia cansada,<br />
coitada, Alfa- Bruxa- Brúvia- Giga- \<br />
Tera- Bruxa- Má Bilhão!<br />
Theodoro agora se mandou,<br />
Será que ele não gostou?<br />
Quando um estalido se fez<br />
E numa onda <strong>de</strong> Bruxatez<br />
A Giga-Bondosa Brúvia-Bisavó pipocou<br />
E a Bruxa Brúvia... opffft....captou...<br />
Em vão, a dissolução não se completou!<br />
Um milhão <strong>de</strong> anos e feitiços das<br />
Brúvias Mega-Más<br />
80<br />
Seossime Sag, Seossime Avigó<br />
Chegou a vez dos 500 anos <strong>de</strong> feitiços<br />
Da Tatabisa Bruviavó<br />
Bondosa que só, po<strong>de</strong>rosa como o quê<br />
O feitiço certo vai aparecer?<br />
Alfa- Bruxa- Brúvia- Mega- Brúvia-<br />
Bruxa- Má<br />
Milhão! Complete-se para sempre a<br />
dissolução!<br />
Theodoro feliz voltou, um tango rasgado<br />
Com a Bruxa Brúvia então dançou!<br />
Que problema, que dilema para dissolver!<br />
A chave, a caixa, o ca<strong>de</strong>ado<br />
Um mais dois é três<br />
Três em uma só vez<br />
A chave que abre o ca<strong>de</strong>ado<br />
Que abre a caixa<br />
Croc-tilccc-clác!<br />
O Manual lá está!<br />
Louros <strong>de</strong> ouro em pó<br />
O Manual intacto reluz<br />
Feitiços Ambientais escritos<br />
Pela bondosa que só,<br />
Po<strong>de</strong>rosa como o quê,<br />
A Tatabisa Bruviavó.<br />
Um zilhão e quinhentos anos<br />
<strong>de</strong> árvores frondosas<br />
Ilustração: Thainá<br />
Feitosa Monteiro da Silva<br />
Copas altas, ver<strong>de</strong> é o escuro da mata<br />
Mata úmida, cheira à biota<br />
Vida on<strong>de</strong> a seiva percorre avenidas<br />
Na floresta <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> anos<br />
Que resistiu aos enganos<br />
Dos feitiços antiambientais<br />
E ultrapassou a conquista<br />
Passageira no breve instante do tempo<br />
Mais um trilhão <strong>de</strong> feitiços<br />
Das Malfazejas Bruxas Brúvias Tera-Más<br />
Inventoras <strong>de</strong> feitiços postiços<br />
Malfadados feitiços subscritos,<br />
Finalmente, proscritos!
A bruxa<br />
Bruviela<br />
Bruviela, a bruxa <strong>de</strong>cidida<br />
Des<strong>de</strong> cedo sabia<br />
O que <strong>de</strong> sua vida faria<br />
Para ser po<strong>de</strong>rosa e maldosa<br />
Bruviela era silenciosa<br />
Falava pouco e muito observava<br />
Tal qual sua corujinha Coruela,<br />
A sentinela <strong>de</strong> pena amarela<br />
Malda<strong>de</strong> para Bruviela<br />
Eram os colegas da escola<br />
Em jogos <strong>de</strong> competição:<br />
Meu pai tem o maior carrão!<br />
Meu avô é o que tem mais ações!<br />
Sob escadas <strong>de</strong> alvenaria<br />
Outros fumavam em rebeldia.<br />
Bruviela pensava, vou crescer<br />
Vou viajar, vou conhecer<br />
Vou saber o que tem lá<br />
Lá on<strong>de</strong> fica o estrangeiro.<br />
Bruviela se preparou<br />
À Real Aca<strong>de</strong>mia das Bruxas ingressou,<br />
Segredos milenares escutou,<br />
Desconhecidos po<strong>de</strong>res conheceu,<br />
De importantes torneios participou<br />
E <strong>de</strong>ntre os mais perniciosos, venceu.<br />
Ilustração: Deborah<br />
82<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira<br />
83
Bruviela tornara-se especialista em<br />
malda<strong>de</strong>;<br />
O problema – é claro,<br />
Era sua velha especialida<strong>de</strong><br />
Em sustentabilida<strong>de</strong>!<br />
E às vezes percebia<br />
Que muita gente não entendia<br />
De que forma praticar<br />
Os meios para todos os seres vivos<br />
Sua vida no planeta preservar.<br />
Bruviela partiu mundo afora<br />
Muito tempo e percebeu<br />
Colegas repetindo frases parecidas.<br />
Sem causa, rebel<strong>de</strong>s eram conhecidos<br />
Mudavam <strong>de</strong> condados,<br />
Assinavam com canetas lindas.<br />
Bruviela pensando ia<br />
Antigos rebel<strong>de</strong>s, como seriam<br />
Agora que eram<br />
Cavalheiros verda<strong>de</strong>iros<br />
Que <strong>de</strong>cidiam.<br />
Sempre calculando<br />
Aquilo que ganhariam<br />
De tudo que há no planeta<br />
Pois extrair e transformar, po<strong>de</strong>riam:<br />
Mas ninguém dizia<br />
Quanto tempo duraria<br />
A floresta, as águas, a magia<br />
84<br />
Bruviela esqueceu-se das reais<br />
malda<strong>de</strong>s<br />
Que apren<strong>de</strong>ra na Real Aca<strong>de</strong>mia<br />
E só repetia o que é sustentabilida<strong>de</strong>...<br />
De modo que os cavalheiros da cida<strong>de</strong><br />
Encontraram uma nova causa<br />
Para os antigos rebel<strong>de</strong>s<br />
Que sob <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> alvenaria Fumavam<br />
e nem pensavam.<br />
Chegara o dia,<br />
E era agora,<br />
Que ganhar só se po<strong>de</strong>ria<br />
Tal que explorar só preservaria.<br />
Sem acabar, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pensar<br />
Com pensamento sustentável<br />
Que preserva hoje<br />
Para se ter amanhã<br />
Ter hoje, ter amanhã e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
amanhã<br />
Ter sempre, prá toda gente,<br />
Tudo o que a humanida<strong>de</strong> precisar.<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira
Bruviela e<br />
a maldição<br />
<strong>de</strong> Zyria<br />
Era uma vez o planeta Zyria,<br />
Lá bem longe da Via Láctea,<br />
On<strong>de</strong> moravam Bruviela<br />
E Coruela, sua coruja amarela.<br />
No distante planeta Terra,<br />
A Bruxa Brúvia, em sua frenética busca,<br />
Planos arquitetava<br />
Para enten<strong>de</strong>r os jogos<br />
E os difíceis Manuais.<br />
Artimanhas das bruxas da família<br />
Manuais <strong>de</strong> Malda<strong>de</strong>s...<br />
Manual <strong>de</strong> Feitiços Ambientais...<br />
Manual da Cura Ambiental...<br />
Mais problema, mais dilema para resolver!<br />
Seosime sag, seossime aftusê<br />
Muitas perguntas para fazer<br />
Quem escon<strong>de</strong>u é preciso saber<br />
On<strong>de</strong> encontrar o Manual<br />
da Cura Ambiental?<br />
Tanto Manual haverá tempo para ler?<br />
Brúvia ouvira falar do planeta Zyria<br />
Lembrou-se <strong>de</strong> sua prima<br />
Queria falar com ela<br />
Queria encontrar Bruviela<br />
E sua coruja amarela,<br />
– Como era mesmo o nome <strong>de</strong>la?<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza<br />
86 87
Do outro lado <strong>de</strong> Zyria Bruviela<br />
<strong>de</strong>scansava<br />
Sobre a relva que outrora<br />
Espessa ramagem espalhava.<br />
Flores <strong>de</strong> amoreira<br />
Na trilha da ribeira<br />
Que enfileirava caminhos<br />
On<strong>de</strong> crescia <strong>de</strong> tudo, menos espinhos.<br />
Coruela, sua coruja amarela<br />
Calada observava<br />
E no silêncio que em Zyria reinava<br />
Nada se ouvia.<br />
Lá no planeta Zyria<br />
As palavras <strong>de</strong> dicionário mudariam<br />
Para encontrar seu caminho<br />
E sem causa, os rebel<strong>de</strong>s<br />
Mudariam <strong>de</strong> caminho<br />
Para outras palavras encontrar<br />
E seu passado apagar.<br />
A Bruxa Brúvia <strong>de</strong>cidiu o<br />
Manual consultar<br />
E torcer para que<br />
Queridinha Brúvia-Bisavó<br />
E sua tricentenária bonda<strong>de</strong><br />
Mais uma vez a compreen<strong>de</strong>ssem<br />
– De mim tem dó!<br />
Eis que havia na página coberta <strong>de</strong> pó<br />
O email <strong>de</strong> Bruviela<br />
Habitante remanescente <strong>de</strong> Zyria<br />
Claro, juntamente com Coruela,<br />
A coruja sentinela.<br />
Brúvia teme por Bruviela<br />
– Prima Bruviela, em longo arquivo<br />
pê-dê-efe<br />
Conto-lhe minha história...<br />
E Bruviela teme por ela.<br />
–Prima Brúvia, her<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
incomparável sabedoria<br />
De bruxas e dinastias<br />
Cá estou no planeta arruinado<br />
Leva-me daqui.<br />
E assim o Bruxo Walkyrio<br />
Repetir a ruína não conseguirá<br />
E teu planeta<br />
Subjugado por ele não será.<br />
Há muito procuro saber<br />
On<strong>de</strong> escavar para encontrar<br />
O Manual <strong>de</strong> feitiços Antiambientais.<br />
A Tatabisa-Bruvielavó<br />
Companheira inseparável<br />
Detentora insuperável<br />
De ardilosas receitas<br />
De malda<strong>de</strong>s pelo Bruxo Walkyrio<br />
praticáveis<br />
Pérfida preparadora que era.<br />
E eu, Bruviela, nada fiz contra ela.<br />
Agora que nada mais existe,<br />
De nada me adianta a malda<strong>de</strong><br />
Eu, que tanto já estive triste,<br />
E que na Real Aca<strong>de</strong>mia<br />
Aprendi como<br />
especialida<strong>de</strong>.<br />
Ilustração:<br />
Alessandra Seso<br />
Thereza
O que me importa<br />
É praticar o que antes em mim<br />
Clamava e pedia<br />
Para o mundo que havia,<br />
De sua sustentabilida<strong>de</strong> a garantia.<br />
Um dia, contava Bruviela<br />
Ouviu o Bruxo Walkyrio<br />
Proclamando e praguejando<br />
Vou praticar envenenamento<br />
Patrocinar <strong>de</strong>smatamento<br />
Por moedas amarelas e patacão<br />
Queimada e saturação<br />
Do solo por poluição<br />
Sujar a água limpa<br />
Intoxicar o ar para acabar<br />
Com toda respiração.<br />
E em tudo que havia<br />
Em Zyria <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> carecia<br />
Era só poluição em vastos campos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação<br />
Tiros <strong>de</strong> metralhadora, jogos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>struição.<br />
Brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> guerra,<br />
Bombas nucleares pulverizaram pomares<br />
Química pesada foi parar no fundo<br />
dos mares<br />
Patos, peixes e marrecos<br />
Vida aquática exterminada<br />
Pastos queimados assim.<br />
Walkyrio alimentava-se dos<br />
restos <strong>de</strong> capins<br />
Queimados e mortificados<br />
Agora que em Zyria seu objetivo<br />
conseguira Rumava para o planeta Terra.<br />
Programava atentados<br />
E mais guerra<br />
Queria <strong>de</strong>vorar vales e serras<br />
Lagos e jardins.<br />
Prima Bruviela, fica atenta<br />
No Manual da Queridinha<br />
Brúvia-Bisavó<br />
Mais outra vez só<br />
Vou pesquisar a receita.<br />
Para te trazer e à Coruela<br />
Ao planeta Terra<br />
E teus po<strong>de</strong>res aplicares<br />
E junto comigo evitares<br />
O aquecimento dos<br />
mares.<br />
Ilustração:<br />
Alessandra Seso Thereza<br />
90
A bruxa<br />
Bruosa<br />
A gulosa bruxa Bruosa<br />
É orgulhosa<br />
De sua coragem<br />
Para seguir viagem<br />
Bombocados como ninguém<br />
Sabe fazer para equilibrar<br />
Maus bocados, maus agouros<br />
Pelas rivais ou por alguém enviados<br />
Sua vida é perigosa<br />
Sete a mais e o pulso cortou<br />
Que susto, que sorte<br />
Baldo, o gato, a salvou<br />
Então em seu ouvido<br />
Um estalido estalou<br />
Em seu equilíbrio um zumbido<br />
Para sempre ressoou<br />
Bruosa era doceira<br />
Quituteira, gran<strong>de</strong> cozinheira<br />
Tortas, bolos, sorvetes e pudins<br />
A criançada alvoroçada corria<br />
Porque doces à gulosa bruxa pedia<br />
E ela, atrás dos gradis se divertia.<br />
Bruosa uma vez foi operada<br />
E sua barriga foi consertada<br />
Magrinha então ela ficou<br />
E nunca mais Bruosa cozinhou<br />
A criançada afobada esperneava<br />
E gritava, queria bombons <strong>de</strong> caju<br />
Pedia sorvete <strong>de</strong> crème D’anjou<br />
Berrava por creppe, creppe Suzette<br />
Para Bruosa mudar o topete<br />
E preparar muitos croquetes!<br />
Bruosa foi-se empolgando<br />
E mais gulosa foi engordando<br />
Sua barriga se avolumou<br />
E o bum-bum se agigantou<br />
E àquela Bruosa magrela<br />
Que disse a<strong>de</strong>us à caçarola,<br />
Fugitiva <strong>de</strong> panela,<br />
Bye-bye, a<strong>de</strong>us, au revoir!<br />
92 93<br />
Ilustração: Zahra Mousavi
A bruxa<br />
Bruana<br />
Bruana é uma bruxinha bacana<br />
Miudinha e certinha<br />
Um segredinho ela tinha:<br />
Gostava <strong>de</strong> chá <strong>de</strong> azedinha<br />
Bruana vivia no jardim <strong>de</strong> lantanas<br />
Escondida, entre falenópsias<br />
e calêndulas coloridas<br />
Atrás <strong>de</strong> begônias e papoulas<br />
Esquecida, em seus pensamentos<br />
Passava os dias, perdida<br />
Admirava brincos-<strong>de</strong>-princesa<br />
Com sua magia,<br />
lírios cor <strong>de</strong> rosa cresciam<br />
Tim-tim-tim, gota a gota<br />
da chuvinha<br />
Pingo <strong>de</strong> ouro, madressilvas,<br />
Não escolhidas eram ervas<br />
daninhas<br />
Lagartas e formigas<br />
Pulgão gru<strong>de</strong>nto e comilão<br />
Invadiam os balões <strong>de</strong> São João<br />
Ilustração: Rayssa Gabriela Machado da Silva
Bruana se avermelhava<br />
Ficava tão brava:<br />
Tragam as Joaninhas!<br />
Bruana, a bruxinha bacana<br />
Consultava especialistas<br />
Casa & Jardim e a Britânica<br />
Com orquí<strong>de</strong>as e magnólias sonhava<br />
E das bromélias, cravos e camélias<br />
Com as cores brincava.<br />
A bruxinha Bruana apaixonada<br />
Era mesmo pela catléia triana<br />
O problema era então,<br />
As outras catléias: a mesquita, a estriada<br />
Tantas mais e a amesiana<br />
Que a bruxinha Bruana<br />
Não se <strong>de</strong>cidia<br />
E em seu orquidário<br />
Dia após dia se consumia<br />
Então, um orgulhoso cliclâmen azul<br />
chegou<br />
Enciumado, gritava cheio <strong>de</strong> mágoa,<br />
Mal educado: Boca-<strong>de</strong>-leão vai te <strong>de</strong>vorar<br />
Se tu mantiveres capuchinho<br />
Jasmim e sapatinho em meu lugar!<br />
Deixa-me logo entrar<br />
Pois só meu azul Po<strong>de</strong>rá te libertar!<br />
A bruxa Bruana outra vez muito bacana<br />
Foi logo dizendo ao ciumento azulão<br />
Que gran<strong>de</strong> era seu cuidado e sua atenção<br />
E ele podia entrar que caberia bem ao<br />
seu lado...<br />
Mas azulão era Narciso Repartir não<br />
aceitou<br />
Escondido, então chorou<br />
E lágrimas azuis no jardim, <strong>de</strong>rramou<br />
Dia seguinte Bruana acordou<br />
Quando logo se assustou<br />
Em seu jardim nada mais havia<br />
Senão azulão...<br />
Tudo em ciclâmen azul se transformara<br />
E era assim, per<strong>de</strong>ram-se as outras<br />
cores<br />
Bruana chorava em vão...<br />
E nem mais podia<br />
Consultar a enciclopédia<br />
Para começar a reverter Pois que agora<br />
Esquecida, em seus pensamentos perdida,<br />
Ela queria viver.<br />
96 Ilustração: Rayssa Gabriela Machado da Silva
A bruxa<br />
Brulisa<br />
Brulisa não se parece nada<br />
Com uma bruxa <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
De tão linda, parece mesmo<br />
A suave Monalisa<br />
Brulisa nasceu gorducha<br />
Sabidinha e coradinha<br />
Seus olhos brilhantes<br />
Mais eram dois pedaços<br />
<strong>de</strong> diamantes<br />
Foi crescendo comilona<br />
E seu avô, o Mago Bruzé,<br />
Mal sabia a ela o que dizer<br />
Quando a conduzia<br />
De charrete ao mercado<br />
Da vila <strong>de</strong> Magos do lugar:<br />
Era só um olhar<br />
E Brulisa pedia<br />
Vovô, gosto tanto disso...<br />
Bruzé enchia carrinhos<br />
E mais sacolas e sacolões<br />
De balas, docinhos e bombons!<br />
E a Brulisinha ia ficando barrigudinha!<br />
........................................................<br />
Até o dia em que o Bruxo Mago Cartúzia<br />
Mandou chamar o Mago Bruzé<br />
E cassou sua licença <strong>de</strong> magia<br />
Pois o Mago queria que Brulisa um dia<br />
Se tornasse esposa <strong>de</strong> seu filho<br />
Não sem antes mandá-la<br />
Um ano à aca<strong>de</strong>mia<br />
Para se livrar do exce<strong>de</strong>nte<br />
E voltar a ter olhos <strong>de</strong> diamantes.<br />
98 Ilustração: Thainá<br />
99<br />
Feitosa Monteiro da Silva
Que in<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za- pensava Brulisa<br />
Bruxa que sou<br />
Com sonhos <strong>de</strong> princesa<br />
E nasci para fotografar<br />
Só quero a tudo admirar<br />
Correr pelos prados<br />
Sem me cansar<br />
Abelhas em flores,<br />
Primavera em cores,<br />
A tudo posso me curvar<br />
Para a Natureza<br />
celebrar!<br />
Mas uma coisa<br />
é certa:<br />
Também posso<br />
dançar<br />
E vestir vestidos<br />
rodados<br />
Sob muitos olhares,<br />
admirados<br />
Mais outra coisa é mais certa:<br />
Voltei a ser linda,<br />
A mais linda do lugar<br />
E só vou me casar<br />
Com aquele por quem me apaixonar<br />
Mesmo que não seja o filho <strong>de</strong> Cartúzia<br />
Brulisa feliz no bosque cantava<br />
Fotografando pintassilgos e rouxinóis<br />
Distraída nem percebeu<br />
Que ninguém menos do que o filho do<br />
Cartúzia Silencioso a observava<br />
E se maravilhava<br />
Ao ver a bruxa tão linda<br />
A ele prometida,<br />
A linda Bruxa Brulisa!<br />
Nem é preciso o conto<br />
Terminar <strong>de</strong> contar<br />
Brulisa seu amor acabara <strong>de</strong> encontrar<br />
E os dois – como nos contos <strong>de</strong> fadas<br />
Felizes para sempre!<br />
Para sempre sem parar!<br />
.....................................<br />
Até o dia em que Brulisa<br />
Foi com sua carruagem<br />
Ao Jardim das Nuvens<br />
Para fotografar, fotografar...<br />
Cansada que ficou<br />
De correr e se agachar<br />
Descansou e se refestelou<br />
No Mercado das Magas do lugar<br />
Com água se refrescou<br />
Refrigerantes bebericou<br />
Ao redor olhou e pensou<br />
Eu gosto disso...<br />
Daquilo também...<br />
E daquele outro lá.<br />
Mais um pouco e Brulisa<br />
Suave como a Monalisa<br />
Começou a comer...<br />
A comer sem parar!<br />
P.S.: Chegou a hora...<br />
De a história acabar!<br />
100<br />
Ilustração: Thainá<br />
101<br />
Feitosa Monteiro da Silva
A bruxa<br />
Bruloisa<br />
Bruloisa é a bruxa brincalhona;<br />
É <strong>de</strong> se estranhar!<br />
Neste livro das bruxas<br />
On<strong>de</strong> está a bruxa má?<br />
Bruloisa não é nada trapalhona;<br />
Muito trabalha e todo dia<br />
Cedinho se levanta<br />
Para ter tempo – que sobra?<br />
E arrumar a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />
E o quarto das crianças<br />
On<strong>de</strong> há tempos não se vê<br />
O que é or<strong>de</strong>m.<br />
Bruloisa corre para a padaria<br />
E volta correndo para a pia<br />
Como se fosse mania<br />
Mas limpar a bagunça<br />
De novo é mesmo preciso<br />
Para varrer o que fizeram<br />
Na sala, Brubiel e Brulúcia<br />
Ao queimar o bicho <strong>de</strong> pelúcia.<br />
Sobre a mesa, tudo<br />
menos a sobremesa<br />
Que Brubiel <strong>de</strong>vorou<br />
E por isso Brulúcia<br />
gritou<br />
E a pobre Bruloisa<br />
nem falou<br />
Emu<strong>de</strong>ceu coitada,<br />
Ao ver ca<strong>de</strong>ira caída<br />
Mesa lotada, palito e caneta<br />
Borracha e caneca<br />
Escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte, ferro quente<br />
– Brulúcia tem pieda<strong>de</strong>,<br />
Para que à tar<strong>de</strong><br />
Farei mais pudim<br />
E bolo <strong>de</strong> chocolate!<br />
Nem bem Bruloisa acabava<br />
A limpeza da cozinha<br />
Lá vinha a Lucinha<br />
Outra vez na gritaria<br />
Porque sua boneca,<br />
Presente <strong>de</strong> Noel,<br />
Per<strong>de</strong>ra o braço, a perna, os cabelos<br />
Nas mãos <strong>de</strong> Brubiel<br />
Que da irmã se ria<br />
E Bruloisa nem conseguia<br />
Acabar <strong>de</strong> lavar a pia.<br />
Crianças como essas<br />
Qualquer mãe<br />
enlouqueceriam<br />
Mas Bruloisa entendia<br />
E rezava para que um dia,<br />
Um dia viria e os<br />
“santinhos”<br />
A mudar começariam<br />
E a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m acabaria.<br />
102 Ilustração: Deborah<br />
103<br />
Nogueira <strong>de</strong> Oliveira
Dito e feito, Bruloisa<br />
Inventou um jeito<br />
E pela manhã<br />
Enfeitiçou-se <strong>de</strong> Dona Ratona<br />
À espreita ficou<br />
Atrás do fogão<br />
Comendo maçã e romã.<br />
Tão gran<strong>de</strong> e peluda que era<br />
Mais parecia um casaco cinza <strong>de</strong> lã!<br />
Seus olhos ver<strong>de</strong>s, então<br />
Brilhavam como faíscas <strong>de</strong> rojão.<br />
Sua voz esganiçada tornou-se<br />
E antes que falassem as crianças,<br />
Dona Ratona fingia que não os conhecia<br />
Deles se ria e se gabava<br />
Suas guloseimas comia<br />
Seu lanche embolsava<br />
Com tudo acabava<br />
E então lhes mostrava<br />
A <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m que sobrava.<br />
Ilustração: Deborah<br />
Nogueira <strong>de</strong><br />
Oliveira<br />
Na pia, no fogão, na cozinha<br />
E lhes dizia: querem <strong>de</strong> volta Bruloisa?<br />
Dona Ratona lhes exibia<br />
Só a sujeira que até a arruma<strong>de</strong>ira<br />
Desmaiou, <strong>de</strong>pois fugiu ao bem chegar<br />
E muito rapidamente<br />
Foram enten<strong>de</strong>ndo<br />
Que muitas tarefas teriam <strong>de</strong> fazer<br />
Para o feitiço se quebrar<br />
E Bruloisa po<strong>de</strong>r voltar.<br />
Para com as crianças brincar,<br />
Dona Ratona para o quintal<br />
Pôs-se a escapar<br />
Quando logo apareceu<br />
Um gato imenso<br />
Que no muro do<br />
vizinho subiu<br />
E farejou <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
vinha aquele odor<br />
De ratazana gorda e<br />
cinzenta<br />
Após tamanha<br />
comilança.<br />
Dona Ratona se assustou,<br />
Esbranquiçou e fugiu<br />
Antes <strong>de</strong> virar almoço <strong>de</strong> gato<br />
E mais do que correndo<br />
Transformou-se num São Bernardo.<br />
E as crianças mal podiam acreditar!<br />
Ficaram com muito medo<br />
De a bondosa mãe não mais voltar.<br />
Começaram mais que <strong>de</strong>pressa<br />
A arrumação a empreen<strong>de</strong>r<br />
Mais que isso,<br />
Mais que <strong>de</strong>pressa apreen<strong>de</strong>r<br />
Que bagunça tem hora e lugar.<br />
Foi assim que Brulúcia e Brubiel<br />
Nunca mais brinquedos seus espalharam<br />
Nem ca<strong>de</strong>rnos pela janela atiraram<br />
E gavetas e armários em seu quarto<br />
Nenhuma vez sequer <strong>de</strong>smontaram!<br />
Quando enfim tudo ao normal voltava<br />
E ao redor a casa brilhava<br />
O São Bernardo <strong>de</strong> olhos ver<strong>de</strong>s,<br />
Brincalhão que era como Bruloisa,<br />
Decidiu que só na manhã seguinte<br />
Iria <strong>de</strong>svendar o suspense<br />
Enquanto amarrotava camisas<br />
E <strong>de</strong>pois aos “santinhos” ensinava<br />
Como é que com ferro quente se alisa!<br />
105
Bruniela<br />
em<br />
companhia<br />
<strong>de</strong> belas<br />
Bruniela, quantas ao redor se veem<br />
omo ela?<br />
Hoje em dia, pelos cantos, castelos e<br />
avenidas,<br />
On<strong>de</strong> houver uma loja <strong>de</strong> arrepiar<br />
Lá estão dúzias <strong>de</strong> Bruxas Brunielas<br />
Doidas para comprar!<br />
Bruniela só não compra mesmo<br />
é panelas Porquanto o fogão para ela<br />
Em objeto <strong>de</strong> arte se transforma<br />
Quando seu marido, o Mago Brulerg,<br />
Chega a casa e dá <strong>de</strong> cara<br />
Com uma linda toalha <strong>de</strong> linho<br />
E um belo vasinho<br />
De violetas<br />
Enfeitando o lugar on<strong>de</strong> boa comida<br />
Preencheria pequenas ou<br />
gran<strong>de</strong>s caçarolas.<br />
Buniela nem liga,<br />
Ela é mesmo gasta<strong>de</strong>ira<br />
Quer sair para ao shopping se dirigir<br />
Mall ou galeria<br />
O que importa para ela<br />
É olhar,comprar e possuir.<br />
Às vezes Bruniela trabalha para<br />
conseguir Moedas para acumular<br />
Mas isso só quando o Mago seu marido<br />
Faz um alarido<br />
E lhe dá um grito: quando é que<br />
você vai mudar?<br />
Bruniela tem um ofício<br />
E também se magoa<br />
Quando alguém insinua<br />
Que ela não quer trabalhar.<br />
106<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza
Ela não está mais in<strong>de</strong>cisa<br />
Do que quer ser<br />
Já tomou a <strong>de</strong>cisão<br />
De ser arquivista não quer saber não<br />
Pois que agora vai apren<strong>de</strong>r<br />
Como se faz para a<strong>de</strong>strar cão<br />
Assim ao shopping po<strong>de</strong>rá ir<br />
Com os caninos frufrus passear<br />
E ao menos um sapato<br />
De cetim carmim<br />
Estar certa <strong>de</strong> comprar.<br />
Bruniela tem três mil e<br />
quinhentos vestidos<br />
Cinco mil jeans, duas mil camisetas<br />
Claro, só isso, afinal para que mais,<br />
Se a cada dia <strong>de</strong> cem <strong>de</strong>las se <strong>de</strong>faz?<br />
Sapatos? Pscchisst!<br />
Não <strong>de</strong>ixe Brulherme ouvir!<br />
Ele não po<strong>de</strong> saber<br />
Que ela tem uma fraqueza<br />
(na verda<strong>de</strong> não é uma só)<br />
Mas esta não a permite duas vezes<br />
O mesmo par <strong>de</strong> sapatos usar!<br />
Como? Você conhece outra Bruniela?<br />
Que mora no ap prá lá <strong>de</strong> chic,<br />
E é casada com o Mago Brulipe?<br />
E tem também a Bruelle, que adora xailes<br />
Casacos e estolas – só se forem <strong>de</strong> peles!<br />
O que? A Brunata?<br />
Dessa então, tem mais <strong>de</strong> milhão!<br />
As Brunatas têm um traço especial<br />
Adoram festas, baladas, roupas caras Jóias e<br />
anéis, jantares à luz <strong>de</strong> velas<br />
Casas e casarões, carros e carrões<br />
Muito ocupadas sempre estão<br />
Pensando qual será o próximo ataque<br />
Ao bolso do maridão.<br />
Pois tem <strong>de</strong> estar na onda<br />
Das rugas na hora da correção<br />
Do risco ao sumiço durante o riso<br />
Foi internado o sorriso no PS do hospital<br />
Paralisia é o que ele sofreu,<br />
Paralisia facial.<br />
Na aparência das belas<br />
Elas são mesmo as belezas<br />
Bruxas, Magas, Ladies ou Princesas<br />
Se o sangue não for azul<br />
Elas se tornam verda<strong>de</strong>iras turquesas.<br />
Bruniela & Cia <strong>de</strong> Belas<br />
Existe algo aqui para se ver<br />
Perfumadas e enrijecidas<br />
Pela musculação e pela vida<br />
Quando é que vão saber?<br />
108<br />
Ilustração: Alessandra Seso Thereza
Quem será<br />
como será<br />
a bruxa má<br />
do terceiro<br />
milênio?<br />
110<br />
Ilustração:<br />
Nicolie Santana
Quem será como será?<br />
A bruxa má<br />
Do terceiro milênio,<br />
Quem será como será?<br />
Será uma bruxa má<br />
Aquela que vê<br />
Um passarinho na chuva<br />
E triste o <strong>de</strong>ixa lá ficar?<br />
Ou será como alguém<br />
Que não se importa<br />
Com cãozinho abandonado<br />
Nem na rua, nem na calçada do prédio?<br />
Ou aquela que não pára<br />
Para ouvir suas crianças<br />
Corre e trabalha Foge e torna a correr<br />
Vai ver, nem sabe por que?<br />
É aquela que no dia <strong>de</strong> Natal<br />
Não vai à festa, se escon<strong>de</strong><br />
Não compartilha<br />
Não se doa a crianças,<br />
Não sabe o que é ter filha?<br />
Não pensa, jamais se recolheu<br />
Viveu bastante e não apren<strong>de</strong>u<br />
Não teve para dar, não buscou<br />
No terceiro milênio,<br />
Como será a bruxa má?<br />
Trabalhou, juntou, calculou<br />
Não teve tempo <strong>de</strong> fazer ensopado |<br />
Com cauda <strong>de</strong> lagarta<br />
Espinho <strong>de</strong> porco Nem sopa <strong>de</strong> batata<br />
Prá criançada brincar <strong>de</strong> Maria Fumaça!<br />
Como se chama a bela Bruxa<br />
Que compra, compra<br />
E compra mais sapatos<br />
Todo dia pensando em encontrar alegria?<br />
Consumista, gasta<strong>de</strong>ira, Coleta Seletiva?<br />
Nem pensar!<br />
Quem será?<br />
Manhosa também seria?<br />
Como será a Bruxa má do terceiro<br />
milênio,<br />
Quem será?<br />
Diga você, amiguinho,<br />
Agora é sua vez, Quem<br />
será como será<br />
A Bruxa Má do<br />
terceiro milênio,<br />
Quem será, pois eu<br />
acho que não há!<br />
112<br />
Ilustração:<br />
Nicolie Santana
Minibiografia<br />
Nasci em São Carlos, interior <strong>de</strong> São<br />
Paulo numa família <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
italianos da região do Veneto, sendo a<br />
terceira <strong>de</strong>ntre seis filhos. Estu<strong>de</strong>i na<br />
“Escola Normal” da cida<strong>de</strong> dos 7 aos 17<br />
anos e adorava línguas estrangeiras,<br />
principalmente Inglês e Alemão.<br />
Graduei-me em 1978 em Engenharia<br />
<strong>de</strong> Materiais pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> São Carlos, tendo seguido carreira<br />
instigante e <strong>de</strong>safiadora até 2006.<br />
Em 1980 lá fui eu com cara e coragem<br />
morar sozinha em Salvador, on<strong>de</strong><br />
jamais estivera antes, sem conhecer<br />
ninguém. Casei-me em 1981 – amor e<br />
paixão à primeira vista- e tenho dois<br />
filhos maravilhosos, sem nenhuma falsa<br />
modéstia. Concluí pós-graduação lato<br />
sensu pelo MBA Internacional e Curso<br />
<strong>de</strong> Especialização em Gestão Ambiental<br />
da Proenco Brasil, tendo escrito<br />
monografia intitulada “Os plásticos e<br />
o lixo nas cida<strong>de</strong>s” em 2006. Em 2007<br />
tornei-me contadora <strong>de</strong> histórias<br />
pela “Associação Viva e Deixe Viver” e<br />
esta foi uma experiência inesquecível,<br />
assim como provavelmente o gatilho<br />
do processo <strong>de</strong> escrever e compor.<br />
Foi a partir <strong>de</strong> 2008 que comecei a<br />
compor textos e canções que servem<br />
à teatralização e contação <strong>de</strong> histórias<br />
no contexto da educação ambiental<br />
para o consumo consciente, lixo pósconsumo,<br />
poluição ambiental e coleta<br />
seletiva- minha “mania”... São histórias,<br />
estórias e canções para divertir, ensinar<br />
e apren<strong>de</strong>r.<br />
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