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FASCÍCULO ESPECIAL<br />
Inovações na Proteção<br />
de Geradores - Parte 3:<br />
Função de Falta à Terra<br />
no Estator (64G)<br />
ENGENHARIA E SERVIÇOS<br />
Revitalização de<br />
Subestação Industrial<br />
SETOR TÉCNICO<br />
Projeto Piloto em<br />
Subestação de<br />
Distribuição<br />
Resolvendo Velhos<br />
Problemas<br />
Edição <strong>54</strong><br />
ANO 16<br />
LANÇAMENTO DE PRODUTO:<br />
Novo Relé de Proteção SEL-851
A<br />
CONTECE<br />
Tecnologia, Inovação e a Missão da SEL<br />
A missão da SEL é tornar a energia elétrica mais<br />
segura, mais confiável e mais econômica. Nesta<br />
<strong>ed</strong>ição apresentamos matérias com exemplos<br />
práticos da missão da empresa beneficiando<br />
diretamente nossos clientes no Brasil.<br />
Mais uma vez, inovamos ao lançar um relé de<br />
proteção de alimentadores compacto, com<br />
tecnologia de última geração. É o novo relé SEL-<br />
851 que está em fase de lançamento e encontra<br />
aplicação em sistemas industriais, de infraestrutura<br />
e distribuição de energia. Confira a matéria de<br />
capa na página 4.<br />
Um projeto de revitalização foi impulsionado por<br />
causa de um episódio que danificou o sistema de<br />
controle e proteção em uma subestação industrial<br />
que está em operação desde 1977. Veja na página<br />
7 como a equipe de Engenharia e Serviços da SEL<br />
se prontificou a dar um atendimento prioritário<br />
para a Dow restabelecer a energia elétrica na<br />
planta da sua indústria química.<br />
Veja também, na matéria da página 11, como<br />
novas tecnologias conseguem resolver antigos<br />
problemas: sabemos que em subestações de<br />
distribuição não é usual adotar proteção<br />
diferencial nos barramentos de média tensão e,<br />
assim, sacrificam-se os tempos de operação para<br />
faltas nos barramentos, com o objetivo de evitar<br />
d e s c o o r d e n a ç ã o c o m a p r o t e ç ã o d o s<br />
alimentadores. Porém, ao adotar uma solução<br />
inovadora, com tecnologia SEL, a Equatorial<br />
Maranhão contornou essa limitação, com uma<br />
solução de baixo custo. Tenha uma boa leitura.<br />
Exp<strong>ed</strong>iente <strong>Interface</strong><br />
Publicação :<br />
e Projeto Gráfico<br />
Schweitzer Engineering Laboratories Comercial Ltda.<br />
Endereço: Avenida Pierre Simon de Laplace, 633<br />
Condomínio Techno Park - Campinas/SP CEP 13.069-320<br />
Tel: (19) 3515-2060 | marketing_br@selinc.com.br | www.selinc.com.br<br />
Editorial e r<strong>ed</strong>ação:<br />
PROTCOM - Proteção e Comunicação de Sistemas Elétricos Ltda.<br />
Tel:(19) 9 91566182 - protcom@protcom.net<br />
Diagramação: Agência MDE – Wal Uchôa<br />
Gráfica: Gráfica Mundo<br />
Tiragem: 8 mil exemplares<br />
QUER RECEBER O INTERFACE ?<br />
Acesse selinc.com/pt/support/<strong>Jornal</strong>-<strong>Interface</strong><br />
Cursos e Eventos SEL 2021<br />
Wp2 - Componentes Simétricas – Teoria e Aplicação<br />
O tema “Componentes Simétricas” fornece base para<br />
compreender curtos-circuitos e proteção de sistemas<br />
elétricos de uma forma geral. Para isso, a SEL oferece o<br />
curso WP2, de forma online. A abordagem é diferente<br />
das tradicionais, pois alia a parte teórica a casos<br />
práticos. Confira a programação, datas e ficha de<br />
inscrição em https://selinc.com/calendario/<br />
E-Learning Courses<br />
A Universidade SEL disponibiliza, de forma gratuita,<br />
quatro cursos online básicos ministrados em inglês,<br />
conforme abaixo:<br />
- CBT 101 - Introduction to SEL Relays: Ensina como<br />
operar, programar, capturar dados e oscilografias de<br />
relés SEL. Acesse<br />
https://selinc.com/selu/courses/cbt/101/<br />
- CBT 102 - Retrieving Event Reports: Você aprende os<br />
tipos de oscilogramas requeridos de acordo com o tipo<br />
de análise e o processo de capturar os arquivos. Acesse<br />
https://selinc.com/selu/courses/cbt/102/<br />
- CBT 104 - Understanding SEL Relay Logic: Nesse curso<br />
você aprende a ler, implementar e testar lógicas de<br />
controle em relés SEL, além de interpretar diagramas.<br />
Acesse em https://selinc.com/selu/courses/cbt/104/<br />
- CBT 105: Math Fundamentals: Apresenta os<br />
fundamentos de matemática necessários para executar<br />
cálculos em sistemas elétricos de potência. Disponível<br />
em https://selinc.com/selu/courses/cbt/105/<br />
EDAO – Encontro Para Debates de Assuntos de Operação<br />
A 16ª <strong>ed</strong>ição do EDAO - Encontro para Debates de<br />
Assuntos de Operação, promovido pelo Comitê de<br />
Estudos C2 - Operação e Controle de Sistemas foi<br />
realizada em formato online entre os dias 07 e 09 de<br />
junho de 2021. É o principal fórum de debates da<br />
operação do sistema de energia elétrica e suas<br />
instalações, que envolvem aspectos técnicos e de<br />
gestão. A SEL participou do evento com uma palestra<br />
intitulada: Prevenção de faltas em linhas de transmissão<br />
com monitoramento contínuo baseado em ondas<br />
viajantes.<br />
2
Controle Avançado de Bancos de Capacitores na Distribuição<br />
Utilizando Sensores de Corrente Wireless<br />
m novo artigo técnico da SEL descreve a<br />
Ufunção dos bancos de capacitores nas r<strong>ed</strong>es<br />
de distribuição aéreas, bem como apresenta<br />
os métodos de controle.<br />
Um único ramal de distribuição pode estender-se por<br />
vários quilômetros e conectar diversos tipos de<br />
consumidores distribuídos ao longo da sua extensão.<br />
Devido à característica indutiva da imp<strong>ed</strong>ância dos<br />
ramais e das cargas indutivas dos consumidores, há<br />
uma demanda significativa por potência reativa ao<br />
longo da extensão do ramal de distribuição.<br />
Para r<strong>ed</strong>uzir a demanda de potência reativa ao longo<br />
do alimentador e operar tão perto quanto for possível<br />
do fator de potência unitário, são instalados bancos de<br />
capacitores shunt em múltiplas localizações ao longo<br />
dos ramais de distribuição. Tais bancos podem ser fixos<br />
o u c h a v e a d o s . E s t e s ú l t i m o s , o p e r a m<br />
automaticamente, utilizando os controladores de<br />
bancos de capacitores (CBC) atuando na conexão e<br />
desconexão dos bancos de forma apropriada.<br />
Métodos de Controle de Bancos de Capacitores<br />
corrente do alimentador no ponto que o banco de<br />
capacitores está instalado, que permitem a m<strong>ed</strong>ição<br />
direta da potência reativa que o banco de capacitores<br />
compensa. Porém, ao utilizar a corrente, possibilita-se<br />
a aplicação de métodos de controle de malha fechada<br />
que oferecem um controle mais efetivo e mais fácil de<br />
ajustar.<br />
Controle de malha fechada utilizando sensores de<br />
corrente<br />
Uma solução utilizando comunicação wireless permite<br />
a aplicação de controles de bancos de capacitores<br />
baseados na corrente, sem a dificuldade e o alto custo<br />
da instalação de TCs nos postes. Essa solução é<br />
econômica, pois além de evitar aplicação de sensores<br />
de correntes tradicionais, o seu tempo de instalação é<br />
rápido, sem necessidade de desligamento do circuito,<br />
de estrutura especial para instalação dos sensores de<br />
corrente ou de serviços em linha viva e, assim, r<strong>ed</strong>uzir<br />
o custo total da instalação do banco de capacitores,<br />
tornando o controle por malha fechada muito mais<br />
atraente. A figura 1 ilustra esta aplicação.<br />
Malha fechada<br />
Permite um controle mais preciso, uma vez que o sinal<br />
de saída é realimentado para a entrada, possibilitando<br />
um ajuste constante da saída desejada, que pode ser a<br />
r<strong>ed</strong>ução da potência reativa demandada (VAR), ou o<br />
controle do fator de potência (para trazer o mais<br />
próximo ao unitário) ou a regulação da tensão, uma<br />
alternativa aos pontos nos quais não é possível realizar<br />
a m<strong>ed</strong>ição de corrente. Os métodos de controle por<br />
potência reativa e fator de potência requerem sensores<br />
de corrente, que possuem custo de aquisição e<br />
instalação significativos.<br />
Malha aberta<br />
Na ausência da m<strong>ed</strong>ição da corrente, os dois métodos<br />
de controle de malha aberta utilizados são: o controle<br />
por tensão e o controle por tempo e temperatura.<br />
Tais métodos fornecem uma indicação aproximada da<br />
potência reativa e um mínimo fe<strong>ed</strong>back para decisões<br />
de chaveamento, o que pode levar a um chaveamento<br />
indevido e ineficiente.<br />
Selecionando o método de CBC - controle do banco de<br />
capacitores<br />
As entradas mais óbvias para o CBC são a tensão e a<br />
Figura 1: Controle de banco de capacitores de r<strong>ed</strong>es de<br />
distribuição, utilizando sensores de corrente wireless<br />
O artigo apresenta uma comparação dos custos de um<br />
método tradicional de controle baseado na corrente,<br />
comparado à solução de sensores de corrente wireless.<br />
Para ler o artigo completo, acesse o site<br />
www.selinc.com/pt -> Menu Suporte -><br />
Artigos Técnicos<br />
3
Lançamento: Novo Relé de<br />
Alimentadores - Grande<br />
Inovação e Formato Compacto<br />
OSEL-851 é um novo relé de proteção<br />
destinado a aplicações em alimentadores de<br />
r<strong>ed</strong>es de distribuição e de sistemas<br />
industriais.<br />
Possui um formato bastante compacto e incorpora<br />
tecnologia de ponta. Devido à sua elevada taxa de<br />
amostragem de 10KHz, oferece uma alta visibilidade<br />
do sistema elétrico sendo protegido, permitindo a<br />
identificação de problemas, tais como, harmônicos<br />
produzidos por chaveamentos, ou cabos danificados<br />
antes de virem a causar uma interrupção significativa.<br />
O relé também pode ser aplicado em banco de<br />
capacitores e para proteção de sobrecorrente de<br />
transformadores de potência.<br />
TCs de 1A e 5A, selecionável por software, com uma<br />
ampla faixa de m<strong>ed</strong>ição (0.1-250 A), com alta precisão<br />
e sem risco de saturação. A tensão de alimentação e<br />
das entradas digitais é universal, de 24-250 VCC/VCA,<br />
sem necessidade de alteração de hardware. O SEL-851<br />
foi projetado para ser um dispositivo de alta<br />
confiabilidade, com baixa taxa de falhas e maior<br />
imunidade para surtos externos.<br />
Suas funções básicas permitem utilização na proteção<br />
de sobrecorrente de fase, residual, neutro e de<br />
sequência negativa, além do esquema de falha de<br />
disjuntor e religamento automático. É possível<br />
incorporar como opção uma placa de tensão e, assim,<br />
obter funções de sub/sobre tensão e sub/sobre<br />
frequência, incluindo esquemas de alívio de carga<br />
(load sh<strong>ed</strong>ding) e uma função de potência reversa que<br />
permite aplicações com geração local, onde se deseja<br />
monitorar a exportação de energia.<br />
A figura 1 mostra as principais funções deste novo relé.<br />
Um grande diferencial deste novo relé de proteção<br />
de baixo custo está na combinação de funções de<br />
proteção baseadas em corrente e/ou tensão, com<br />
recursos avançados de detecção de arco elétrico e<br />
múltiplas m<strong>ed</strong>ições. Adicionalmente, o acesso ao<br />
webserver permite a visualização de diversas<br />
informações, a configuração do dispositivo e<br />
atualização de firmware, tudo isso sem necessidade<br />
de um software d<strong>ed</strong>icado.<br />
O SEL-851 foi pensando desde o início para ser um relé<br />
tecnológico e simples. As entradas de corrente são do<br />
tipo bobina de Rogowisg, permitindo a conexão de<br />
4<br />
Figura 1: Diagrama funcional do SEL-851
Em instalações industriais, o novo relé de proteção<br />
SEL-851 pode ser aplicado em alimentadores de<br />
média ou baixa tensão, com disjuntores ou<br />
contatores.<br />
Pode adicionar a função de proteção contra arco<br />
voltaico, com tempo de atuação de 1ms, incluindo<br />
tempo de atuação do contato. Disponibiliza quatro<br />
canais que podem ser configurados para sensores<br />
pontuais ou sensor de fibra regional, aumentando<br />
segurança ao r<strong>ed</strong>uzir energia incidente. Possui<br />
também funcionalidade de monitoramento das fibras<br />
ópticas, emitindo alarme em caso de rompimentos. A<br />
figura 2 ilustra um esquema de proteção contra arco<br />
elétrico, utilizando o novo relé SEL-851.<br />
Adicionalmente, fornece m<strong>ed</strong>ições tanto na<br />
frequência fundamental, como valores RMS, e,<br />
quando equipado com a placa de tensão, fornece<br />
m<strong>ed</strong>ições completas do circuito sendo protegido,<br />
como A,V,W, VA, VAr, Wh, VArh, VAh, Wd, f, cosØ, e<br />
outras complementares, como correntes e tensões de<br />
sequência negativa e zero, corrente de neutro,<br />
corrente residual, corrente média e máxima, tensão<br />
média e máxima e desbalanço de tensão.<br />
O SEL-851 é ideal para otimizar projetos de<br />
proteção, controle e automação, pois permite<br />
manter a confiabilidade e qualidade de produtos<br />
SEL, a um custo mais competitivo. Assim como os<br />
demais equipamentos SEL, possui garantia mundial<br />
de 10 anos e é projetado para operar por 25 anos.<br />
O SEL-851, também possui bloqueio por harmônicos,<br />
bastante útil para evitar desligamentos indevidos pela<br />
corrente de inrush durante a energização em<br />
transformadores.<br />
A versão básica apresenta quatro entradas e cinco<br />
saídas digitais, porém de forma opcional pode-se<br />
acrescentar até mais seis entradas digitais. O novo relé<br />
também possui capacidade de executar lógicas de<br />
controle local, registrar perfil de cargas, registro<br />
sequencial de eventos, além de m<strong>ed</strong>ições de<br />
grandezas RMS. Ele dispõe de porta de comunicação<br />
frontal USB-C e duas portas traseiras, sendo uma serial<br />
EIA-232/EIA-485 (RJ45) e outra Ethernet 10/100BASE-<br />
T simples ou dual.<br />
Em relação aos protocolos de comunicação, eles<br />
devem ser definidos na compra e podem ser DNP3,<br />
Modbus ou IEC 61850. É importante considerar o sinal<br />
de sincronização temporal para os eventos e<br />
oscilogramas, e, para isso, o relé SEL-851 oferece uma<br />
entrada para conexão padrão IRIG-B input ou por<br />
meio de Simple Network Time Protocol (SNTP).<br />
O SEL-851 também apresenta um servidor web<br />
embutido que possibilita acesso direto de forma<br />
independente de um sistema supervisório. Esta<br />
funcionalidade é útil para equipes de manutenção ou<br />
de engenharia, que podem acessar diretamente<br />
m<strong>ed</strong>ições, perfil de carga, oscilografias, ler ou alterar<br />
ajustes, além de realizar upgrade de firmwares, sem a<br />
necessidade de um software adicional.<br />
Figura 2: Esquema de proteção contra arco elétrico em painéis<br />
Para informações adicionais, contate suporte@selinc.com ou então acesse https://selinc.com/products/851/<br />
5
Registrador Digital de Perturbações<br />
om a necessidade crescente de se obter<br />
Cconfiabilidade nos sistemas de potência, o<br />
estudo e a análise das perturbações têm sido<br />
ponto chave na prevenção de paradas no<br />
fornecimento de energia. Com o desenvolvimento de<br />
dispositivos capazes de monitorar distúrbios, os<br />
registros de perturbações são, principalmente, a<br />
aquisição dos sinais de tensão e corrente em formas de<br />
onda ao longo do tempo e na forma fasorial. Esses<br />
registros subsidiam e validam os estudos elétricos para<br />
a avaliação do desempenho do sistema de potência.<br />
De forma geral, o registro de perturbações no sistema<br />
elétrico pode ser classificado de duas maneiras:<br />
registro das perturbações de curta duração e registro<br />
das perturbações de longa duração.<br />
As principais opções de módulos são:<br />
Ÿ Módulo de entradas analógicas com três entradas de<br />
tensão e três entradas de corrente;<br />
Ÿ Módulo de entradas digitais,com 24 entradas;<br />
Ÿ Módulos de entradas analógicas CC, 16 entradas 4 a<br />
20mA, 0-10V ou 300VCC.<br />
Figura 1: Arquitetura do Sistema<br />
O RDP da SEL: destinado a eventos tanto de curta como<br />
de longa duração, a SEL possui uma solução flexível,<br />
com opção de arquitetura centralizada ou distribuída,<br />
conforme figura 1. O produto possibilita registro em<br />
alta resolução das grandezas elétricas analógicas e<br />
digitais de usinas e subestações no momento de uma<br />
ocorrência no sistema elétrico. Tais registros são<br />
armazenados e ficam disponíveis para análise,<br />
podendo, por exemplo, serem transferidos para<br />
centrais de análise remotas de forma automática.<br />
Unidade de Processamento Central (UPC): esta unidade<br />
concentradora é responsável pela coleta e<br />
processamento dos sinais provenientes dos módulos<br />
de aquisição. Nela também são configurados os<br />
registros de eventos, suas condições de partida, bem<br />
como o armazenamento e o envio dos arquivos para<br />
um servidor remoto. Visando disponibilizar maior<br />
flexibilidade às soluções, o RDP da SEL conta com três<br />
opções de UPC: SEL-3555, SEL-3350 e SEL-2241. As<br />
UPCs são escolhidas em função das dimensões do<br />
sistema e definidas pela quantidade de módulos de<br />
aquisição utilizadas na solução.<br />
Módulos de aquisição: existem módulos de aquisição<br />
digitais e analógicos que são instalados junto aos bays<br />
das subestações ou pontos de usinas, podendo ser<br />
concebida uma arquitetura concentrada ou<br />
distribuída.<br />
Softwares de conguração, coleta e análise:<br />
Há várias formas de coletar e analisar os registros,<br />
conforme abaixo:<br />
Ÿ Além de concentrar os eventos dos módulos de<br />
aquisição, a UPC também faz o papel de coleta<br />
automática de oscilografias de outros IEDs, incluindo<br />
equipamentos de outros fabricantes;<br />
Ÿ SEL-5045 AcSELerator TEAM instalado em PC<br />
remoto coleta dados da UPC automaticamente;<br />
Ÿ SEL-5601-2 SyncroWAVe instalado no PC<br />
analisa oscilografias;<br />
Ÿ Coleta via HTTPS no servidor web da UPC;<br />
Ÿ Coleta local via FTP, SFTP e MMS.<br />
Solução SEL para RDP<br />
Combinação de Produtos Robustos para Aquisição<br />
de Dados e Armazenamento:<br />
• SOE de 30.000 eventos<br />
• Precisão de 1ms para entradas digitais<br />
• Registros de curta duração até 24 KHz, formato<br />
COMTRADE, para I, V, f, ED e SD<br />
• Registros de longa duração até 60 vezes por<br />
segundo para I, V, f, ED, SD por até 10 dias<br />
• Sincronismo por IRIG-B ou PTP<br />
• Armazenamento até 250GB com SSDs e 1024<br />
eventos COMTRADE<br />
A combinação de UPCs com módulos de aquisição<br />
distribuídos, proporciona uma solução robusta,<br />
confiável e flexível, que atende subestações com vários<br />
bays e integra IEDs de outros fabricantes utilizando<br />
protocolos proprietários ou padronizados por norma.<br />
Para informações adicionais, contate o Suporte<br />
Técnico da SEL em suporte@selinc.com<br />
6
utilizados no laboratório do suporte e em cursos. A SEL<br />
reestabeleceu a planta no tempo que a empresa<br />
precisava (28 dias), e, a partir disso, iniciou-se um<br />
projeto de revitalização do sistema elétrico.<br />
Revitalização do Sistema<br />
Elétrico de Planta da Dow<br />
em Aratu<br />
indústria petroquímica da Dow Brasil, em<br />
ACandeias (BA), enfrentou um incêndio que<br />
danificou completamente o sistema de<br />
controle e proteção de sua subestação principal. Na<br />
ocasião, a empresa procurou a SEL que em menos de<br />
24 horas se mobilizou para repor os equipamentos e<br />
realizar uma melhoria temporária para que a planta<br />
voltasse a operar o mais rapidamente possível.<br />
“Em virtude da urgência da situação, o time de<br />
Engenharia SEL buscou atuar em diferentes frentes de<br />
trabalho, de forma sincronizada, no intuito de agilizar<br />
o reestabelecimento de energia na planta”, conta o<br />
Gerente de Vendas da SEL Brasil, Eduardo Zanirato. A<br />
equipe de campo da SEL analisava as necessidades<br />
prioritárias para a reposição de equipamentos e, ao<br />
mesmo tempo, a área de projetos antecipava, em<br />
campo, as novas conexões dos relés digitais que<br />
substituiriam os eletromecânicos.<br />
Segundo os engenheiros da Dow, Fernando Alves e<br />
Nathanael Júnior, o incêndio sinalizou para a<br />
corporação que o sistema, em operação há quase 40<br />
anos, demandava atualização. “Naquele momento, a<br />
abordagem foi mais dinâmica por se tratar de uma<br />
parada emergencial e corretiva.” Uma vez que existia<br />
um compromisso para restabelecer a operação da<br />
Dow o mais rápido possível, e, devido à logística de<br />
importação do material, foi necessário aproveitar os<br />
equipamentos disponíveis em estoque, até mesmo os<br />
Com o sucesso da operação, a SEL foi escolhida para<br />
implantar o sistema de proteção e automação da nova<br />
subestação da Dow Candeias. A nova subestação de<br />
entrada geral recebe duas linhas em 230 kV, com dois<br />
transformadores de 100MVA cada. Além disso, os<br />
sistemas de média tensão das duas plantas de processo<br />
foram modernizados. A SEL foi responsável pelo<br />
fornecimento, parametrização e comissionamento de<br />
todos os equipamentos de automação e proteção,<br />
sendo 134 relés de proteção e 28 equipamentos de<br />
comunicação e sincronismo de tempo. O sistema<br />
supervisório de alta e média tensão também foi<br />
desenvolvido e implementado.<br />
De acordo com Marcos Cabral, engenheiro de<br />
automação da SEL que atuou no projeto, para todos os<br />
equipamentos a equipe de engenharia e serviços da<br />
SEL buscou otimizar a parametrização de forma a<br />
entregar todos os recursos disponíveis. “Entre os<br />
serviços estão a detecção de arco elétrico e perfil de<br />
carga em todos os relés de alimentadores e motores,<br />
detecção de barra rompida e relatório de partida em<br />
todos os equipamentos de proteção de motores. Além<br />
disso, os switches foram configurados para otimizar a<br />
recomposição da r<strong>ed</strong>e via RSTP e a segregação de<br />
tráfego de mensagens GOOSE”.<br />
“A DOW reconhece a verdadeira parceria da SEL,<br />
bem como destaca seu empenho em atender sempre,<br />
com profissionais capacitados, atenciosos e dispostos<br />
para que cada expectativa seja adequadamente<br />
endereçada. É notável o expressivo compromisso com<br />
a qualidade dos serviços prestados e atendimento às<br />
necessidades do cliente que a SEL oferece, o que<br />
evidentemente destaca-se como um grande e<br />
valoroso diferencial”, comentaram Fernando Alves e<br />
Nathanael Júnior.<br />
7
Parte 3 – Proteção Contra Falta à Terra no Estator de Geradores<br />
Aterrados por Alta Imp<strong>ed</strong>ância – Funções 59N e 64G<br />
3<br />
os geradores síncronos, uma falta à terra no<br />
Nestator pode ocorrer em qualquer parte do<br />
enrolamento. Normalmente, as faltas à terra<br />
são devido à deterioração do isolamento do<br />
enrolamento. Nas máquinas aterradas por alta<br />
imp<strong>ed</strong>ância, a corrente de falta é limitada pelo sistema<br />
de aterramento em valores na faixa de 5–15A e,<br />
portanto, o dano causado por estas falhas são<br />
controladas e na maioria das vezes reparáveis. Porém,<br />
quando ocorre um defeito para terra, ocorre elevação<br />
de tensão nas fases não envolvidas, aumentando a<br />
probabilidade de ocorrer um segundo defeito para<br />
terra. Nesse caso, o dano causado será grave, pois foi<br />
estabelecido um curto entre fases e não haverá<br />
limitação da corrente pela imp<strong>ed</strong>ância de<br />
aterramento. Desta forma, torna-se essencial a<br />
confiabilidade na detecção de faltas à terra em<br />
qualquer ponto do enrolamento.<br />
Para selecionar o melhor método de detecção de faltas<br />
do estator de um gerador, é necessário verificar o<br />
método de aterramento da máquina. Para os<br />
geradores aterrados por alta imp<strong>ed</strong>ância, o<br />
aterramento mais comum é utilizando transformador<br />
de distribuição, com resistor de baixo valor conectado<br />
no secundário. Existem também aplicações com<br />
aterramento através de resistor de alto valor. As falhas<br />
nos trechos de 85 a 95% superior do enrolamento do<br />
estator, são detectadas pelo elemento que m<strong>ed</strong>e a<br />
tensão fundamental do neutro do gerador,<br />
denominado sobretensão residual (ANSI 59N). Já para<br />
as faltas à terra nos 5 a 15% inferiores do enrolamento<br />
do estator, próximo ao neutro do gerador, não podem<br />
ser detectadas por este elemento por uma questão de<br />
sensibilidade.<br />
Existem diferentes métodos para complementar a<br />
função 59N e garantir a cobertura 100% do<br />
enrolamento do estator. Alguns são baseados no<br />
conteúdo de terceiro harmônico gerado pela máquina,<br />
e sua confiabilidade e segurança dependem da<br />
disponibilidade da tensão de terceiro harmônico gerado<br />
e da condição de operação da máquina. Outros<br />
métodos são baseados em um princípio ativo de injeção<br />
de um sinal de sub-frequência, não dependente da<br />
condição de operação de máquina e do perfil de<br />
terceiro harmônico gerado. A seguir um detalhamento<br />
de cada uma das opções.<br />
Método ativo: é baseado em injeção de harmônicos e<br />
pode ser aplicado tanto nos casos nos quais não há<br />
geração de harmônicos pelo gerador quanto nos casos<br />
em que há geração de terceiro harmônico pela<br />
máquina. Este método não depende da quantidade de<br />
terceiro harmônico gerado pela máquina. Geralmente<br />
esta função é realizada por um hardware externo ao IED<br />
de proteção do gerador.<br />
Método passivo: pode ser aplicado nas máquinas que<br />
geram terceiro harmônico suficiente para que estas<br />
funções operem com segurança. O perfil de tensão de<br />
terceiro harmônico gerado pela máquina depende de<br />
diversos fatores e só será confirmado durante o seu<br />
comissionamento. Estas funções devem atuar quando<br />
acontecer uma falta nos trechos finais dos enrolamentos<br />
próximas ao neutro, onde a função 59N não tem<br />
sensibilidade, portanto, de forma a complementar a<br />
função 59N. Pode ser baseada em subtensão de terceiro<br />
harmônico (27N3), ou tensão diferencial de terceiro<br />
harmônico (59D3), e só é ajustada após leitura de<br />
valores de tensão de terceiro harmônico durante<br />
comissionamento em diferentes condições de operação<br />
da máquina. É importante destacar que muitas vezes é<br />
desafiador determinar os ajustes quando ocorre grande<br />
variação na tensão de terceiro harmônico gerada pela<br />
máquina ou quando a máquina gera pouco terceiro<br />
harmônico, havendo a necessidade de bloqueio desta<br />
função em algumas condições operativas.<br />
8
A nomenclatura adotada pela SEL nos manuais dos<br />
seus relés para tais funções é:<br />
• 64G1– A tradicional função 59N, cobrindo entre<br />
85-95% do enrolamento<br />
• 64G2 – As funções baseadas em terceiro<br />
harmônico, que buscam garantir cobertura<br />
complementar entre 5-15% finais do enrolamento,<br />
seja 27N3 ou 59D3<br />
Uma nova função – 64G3<br />
Para contornar determinadas dificuldades nos ajustes<br />
das funções 64G2, é possível adicionar ao esquema de<br />
proteção de geradores uma nova função de detecção<br />
de faltas à terra. Esta nova função, denominada 64G3,<br />
apresenta algumas inovações e benefícios, conforme<br />
abaixo:<br />
Enquanto as funções 64G2 possuem um pick-up fixo,<br />
a função 64G3 realiza uma função de subtensão<br />
adaptativa, com pick-up dinâmico, que altera suas<br />
características de acordo com a operação da máquina.<br />
Isto significa que o valor de ajuste varia<br />
automaticamente de acordo com o conteúdo de<br />
terceiro harmônico gerado pela máquina. A função<br />
m<strong>ed</strong>e o terceiro harmônico e realiza uma alteração do<br />
valor de pick-up de forma proporcional, no sentido de<br />
fornecer maior segurança e evitar falso disparo para<br />
condições operativas onde a máquina gera baixo<br />
terceiro harmônico. Não há necessidade de se realizar<br />
l e i t u r a s e m e d i ç õ e s d u r a n t e a f a s e d e<br />
comissionamento para definir o valor de ajuste.<br />
O elemento 64G3 usa o fato de a relação da tensão de<br />
terceiro harmônico nos terminais do gerador e no<br />
neutro do gerador, sob uma condição sem falha, seja<br />
aproximadamente constante. Quando o gerador sofre<br />
uma falta à terra no enrolamento do estator nas<br />
proximidades do neutro, ocorrerá uma subtensão<br />
proporcional ao ponto de defeito e proporcional a<br />
tensão de terceiro harmônico gerada pela máquina<br />
naquele momento. Como exemplo, para uma<br />
máquina sã, espera-se uma relação entre a tensão de<br />
terceiro harmônico gerada pela máquina e a tensão de<br />
neutro de terceiro harmônico seja entre 40 a 60%, ao<br />
passo que para uma máquina com defeito próximo ao<br />
neutro, a relação diminui para a faixa de 0 a 15%,<br />
dependendo do quão distante está do ponto neutro<br />
está a falta.<br />
Em aplicações onde máquinas aterradas por alta<br />
imp<strong>ed</strong>ância são conectadas em paralelo, ou seja,<br />
compartilham o mesmo transformador elevador, há<br />
um comprometimento da segurança dos esquemas<br />
baseados em terceiro harmônico, pois o terceiro<br />
harmônico gerado por uma máquina influencia as<br />
m<strong>ed</strong>ições na máquina em paralelo, havendo risco de<br />
operação indevida da proteção. A dificuldade de<br />
levantar o perfil de terceiro harmônico considerando<br />
as múltiplas condições de operação possíveis com as<br />
máquinas conectadas em paralelo e, portanto,<br />
desconhecimento das condições inseguras para as<br />
funções 64G2, faz com que os engenheiros de<br />
proteção normalmente mantenham estas funções<br />
desabilitadas. Neste tipo de configuração tanto o<br />
elemento 27N3 quanto 59D3 tem a segurança<br />
comprometida. Já o elemento 64G3 fornece maior<br />
segurança, pois atua proporcionalmente à tensão<br />
gerada pela respectiva máquina. Pode-se ainda adotar<br />
um esquema baseado na comunicação entre os relés<br />
das máquinas em paralelo, onde os relés compartilham<br />
entre si a tensão de terceiro harmônico gerado em<br />
cada máquina, aumento a segurança do esquema.<br />
Para este tipo de configuração, recomenda-se manter a<br />
função 64G2 desabilitada e habilitar as funções 64G1 e<br />
64G3.<br />
A figura 1, apresenta a combinação das funções 64G1,<br />
64G2 e 64G3 para prover proteção 100% para faltas à<br />
terra do enrolamento do estator de geradores<br />
aterrados por alta imp<strong>ed</strong>ância.<br />
Figura 1: Combinação dos elementos 64G1 e 64G2 ou 64G3<br />
para fornecer 100% de proteção para faltas<br />
à terra no estator do gerador.<br />
9
Método ativo: A função ANSI 64S<br />
Pode ser aplicada tanto nos casos em que há conteúdo<br />
de terceiro harmônico suficiente gerado pela máquina,<br />
quanto nos casos em que não há e portanto, a proteção<br />
de 100% do estator fica sempre garantida,<br />
independente das características da máquina. Esta<br />
função é baseada numa injeção de sub-frequência e a<br />
figura 2 mostra um diagrama simplificado de um<br />
método que incorpora em um mesmo IED as funções<br />
de injeção (I INJ) e m<strong>ed</strong>ição (V e I). Para diferenciar das<br />
demais funções de proteção estator à terra (64G1,<br />
64G2 e 64G3), este método recebe a notação ANSI<br />
64S e é realizada por um hardware separado do IED<br />
principal.<br />
Figura 2: Método de injeção através de IED standalone<br />
Durante etapas de comissionamento, é realizado um<br />
processo de calibração automática do dispositivo 64S,<br />
para que possa aprender as imp<strong>ed</strong>âncias do circuito.<br />
Tais imp<strong>ed</strong>âncias abrangem o cabo que conecta o<br />
módulo injetor até o resistor de aterramento e a<br />
imp<strong>ed</strong>ância do transformador de aterramento. Através<br />
da injeção de um sinal no secundário do transformador<br />
de aterramento, o dispositivo 64S consegue calcular a<br />
resistência de isolação do estator da máquina (R ISO) e<br />
compará-la com os ajustes de alarme e trip.<br />
Geralmente, adota-se valores de 10kΩ para alarme e<br />
2kΩ para trip.<br />
Modernos dispositivos 64S que possam injetar sinal de<br />
múltiplas frequências, resolvem de forma definitiva um<br />
antigo problema identificado quando se aplica<br />
unidades 64S que operam com injeção de sinal de<br />
uma única frequência:<br />
a) Proteção 64S r<strong>ed</strong>undante, onde a unidade 64S1<br />
injeta um par de frequências e a unidade 64S2 outro<br />
par diferente, garantindo assim uma excelente<br />
confiabilidade.<br />
b) Máquinas em paralelo, onde se instala uma unidade<br />
64S em cada máquina, sendo que o sinal injetado é<br />
composto de frequências diferentes para cada uma<br />
delas.<br />
Melhoria na coordenação e seletividade<br />
Um grande desafio para as funções de detecção de<br />
faltas à terra é saber diferenciar se uma falta ocorreu no<br />
gerador ou no sistema elétrico externo. Para coordenar<br />
com a proteção do sistema, em casos de faltas<br />
externas, há uma temporização elevada, tipicamente<br />
da ordem de 0.5 – 1.5 segundos para os elementos<br />
64G1, 64G2, 64G3 e 64S. Por outro lado, há diversos<br />
registros de casos de faltas internas à terra que acabam<br />
evoluindo para falta entre fases devido a elevação de<br />
tensão nas fases sãs e ao tempo elevado, causando<br />
danos irreparáveis nos geradores síncronos.<br />
Uma nova solução é executar uma lógica de<br />
aceleração do tempo de coordenação para faltas<br />
internas, minimizando riscos de evolução para faltas<br />
entre fases. As faltas à terra externas são ricas em<br />
sequência negativa, ao passo que as internas não<br />
possuem tal componente de forma significativa e,<br />
portanto, é possível diferenciar entre faltas internas e<br />
externas através de uma função de desequilíbrio de<br />
corrente e iniciar uma lógica de aceleração de disparo,<br />
r<strong>ed</strong>uzindo significativamente o tempo de operação.<br />
Temporizador integralizador<br />
Determinadas faltas no estator, especialmente aquelas<br />
de alta imp<strong>ed</strong>ância, são intermitentes. Também há<br />
registros deste tipo de faltas próximas ao neutro, e,<br />
assim, as funções 64G1, 64G2, 64G3 e 64S sendo<br />
temporizadas, atingem o pick-up e logo após desatuam<br />
e não chegam a completar o tempo para efetuar o<br />
disparo. As faltas intermitentes podem evoluir e se<br />
transformarem em faltas entre fases, faltas<br />
permanentes e, desta forma, danificarem os geradores.<br />
Para garantir a detecção deste tipo de faltas, sem<br />
comprometer a segurança para disparos externos, uma<br />
nova função foi criada de forma a acumular os tempos<br />
de pick-ups das funções 64G1, 64G2, 64G3 e 64S. Essa<br />
função é um cronômetro que integraliza o pick-up das<br />
três funções contra faltas à terra no estator e, ao<br />
alcançar o tempo ajustado, fornecem disparo.<br />
P a r a i n f o r m a ç õ e s a d i c i o n a i s , c o n t a c t e<br />
suporte@selinc.com<br />
Para saber mais sobre este tema, leia o artigo técnico<br />
em www.selinc.com/pt Menu Suporte -> Artigos<br />
Técnicos<br />
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Projeto Piloto na Equatorial Energia<br />
Maranhão R<strong>ed</strong>uz Tempo de Atuação da<br />
Proteção de Subestação de Distribuição<br />
O projeto utiliza transmissores e receptores de faltas<br />
de maneira inovadora, oferecendo um esquema de<br />
trip rápido e de baixo custo, para faltas na<br />
barra da subestação<br />
subestação Morros 69/13,8 kV da Equatorial<br />
AMaranhão, empresa do Grupo Equatorial<br />
Energia, recebeu um projeto piloto da SEL<br />
que oferece, por um baixo custo, trip rápido de barras<br />
usando sensores de proteção sem fio de alta<br />
velocidade. A implantação dos transmissores e<br />
receptores de falta, SEL-FT50 e SEL-FR12,<br />
respectivamente, teve como objetivo r<strong>ed</strong>uzir os<br />
tempos de atuação da proteção em caso de faltas na<br />
barra de 13,8 kV. A solução representa uma inovação<br />
na forma como o sistema transmissor e receptor de<br />
faltas é usado – tradicionalmente empregado ao longo<br />
da r<strong>ed</strong>e de distribuição.<br />
projeto teve início a partir da necessidade de outra<br />
concessionária do grupo, a Equatorial Pará, que<br />
pretendia melhorar a coordenação de proteção de um<br />
determinado religador. Uma das ideias foi justamente<br />
instalar o sistema de transmissão e recepção de faltas<br />
SEL-FT50 e SEL-FR12, mas por uma mudança no<br />
escopo de atividades da companhia, o projeto foi<br />
transferido para a Equatorial Maranhão, onde está<br />
instalada a área corporativa da empresa, o que<br />
permitiu um acompanhamento mais próximo. O<br />
projeto foi implantado na subestação de Morros bem<br />
próximo à s<strong>ed</strong>e da empresa, no município homônimo.<br />
Uma falha no barramento ou nos alimentadores<br />
poderia ocasionar um período longo sem energia na<br />
subestação, acarretando um custo social muito<br />
grande. O sistema apresentado atendeu a uma<br />
necessidade da concessionária, permitindo que a<br />
proteção atue rapidamente quando há um curtocircuito<br />
na barra. A implementação, iniciada em julho<br />
de 2019, passou por um período de validação e testes<br />
e já está em operação desde então.<br />
De acordo com Mauro Magalhães, engenheiro de<br />
aplicação e suporte técnico da SEL, o sistema<br />
desenvolvido protege equipamentos e sistemas de<br />
grande importância para a subestação, de forma que<br />
uma única atuação já é suficiente para compensar o<br />
investimento feito. “Essa aplicação foi tão inovadora<br />
que estamos recebendo solicitação de informações<br />
sobre a implantação do projeto piloto no mundo<br />
todo”.<br />
Segundo Ronnie Santiago Loureiro, executivo<br />
corporativo de automação da Equatorial Energia, o<br />
Figura 1: Transmissor de faltas FT-50 e receptor de faltas FR-12<br />
A aplicação feita em Morros foi um pouco diferente da<br />
que havia sido planejada para a Equatorial Pará.<br />
Há um relé de sobrecorrente no lado secundário do<br />
transformador de potência, como proteção primária<br />
para faltas no barramento de 13,8 kV e como<br />
retaguarda para faltas nos quatro alimentadores de<br />
saída da subestação. A proteção dos alimentadores é<br />
feita por religadores antigos, com comunicação serial,<br />
de fabricantes diferentes e instalados na saída da<br />
subestação, já fora do pátio.<br />
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Por motivos de coordenação de seletividade, o relé de<br />
sobrecorrente tem seu elemento instantâneo<br />
bloqueado, para permitir atuação dos religadores para<br />
faltas na r<strong>ed</strong>e, e, assim, para faltas na barra depende<br />
apenas do elemento temporizado que está<br />
coordenado com os quatro alimentadores. Portanto,<br />
em caso de faltas na barra de 13,8 kV, o elemento de<br />
sobrecorrente atua com temporização, o que não é<br />
desejável.<br />
A empresa precisava r<strong>ed</strong>uzir os níveis de tempo de<br />
atuação de proteção da barra para melhorar a<br />
confiabilidade e a velocidade da proteção, e a solução<br />
mais viável seria um esquema de seletividade lógica.<br />
Loureiro, no entanto, afirma que “se isso fosse feito no<br />
padrão de outras subestações da Equatorial, seria<br />
preciso mudar todos os religadores e criar uma r<strong>ed</strong>e de<br />
comunicação via fibra óptica”.<br />
Com a necessidade de realizar esse investimento, a<br />
empresa decidiu que testaria a solução wireless da SEL.<br />
Ao invés de trocar todos os religadores, instalou os<br />
transmissores de falta SEL-FT50 nas saídas dos<br />
alimentadores e receptor de faltas FR-12 junto ao relé<br />
do secundário do transformador. Não foi preciso alterar<br />
os equipamentos que estavam na subestação e que, até<br />
o momento, operavam em boas condições.<br />
“São equipamentos com tecnologias diferentes, mas<br />
que atendiam nossas necessidades. Além do custo, a<br />
troca implicaria a montagem de uma infraestrutura de<br />
comunicação para levar as informações para dentro da<br />
subestação. Precisávamos de um projeto prático que<br />
realmente atendesse aos nossos desafios”, afirma o<br />
executivo.<br />
No esquema de disparo rápido de barras, o relé do<br />
secundário do transformador atua pelo elemento de<br />
tempo definido para uma condição de curto-circuito, a<br />
menos que bloqueado por um dos religadores, sendo<br />
que um pequeno atraso de tempo é usado para garantir<br />
bloqueio confiável para faltas no alimentador à jusante.<br />
Para que esse esquema funcione, cada controlador de<br />
religador deve enviar um sinal de bloqueio ao relé do<br />
transformador, em casos de faltas no alimentador.<br />
Figura 2: Diagrama unifilar da subestação<br />
Morros e arquitetura do sistema<br />
comprometem a vida útil de barramentos e<br />
transformadores, podendo levá-los, até mesmo, a<br />
queimar. Em muitas concessionárias, o transformador é<br />
queimado devido aos tempos muitos elevados”, afirma<br />
Magalhães da SEL.<br />
O sistema funciona da seguinte maneira: os<br />
transmissores de falta SEL-FT50, instalados nas saídas<br />
dos quatro alimentadores se comunicam via wireless<br />
com o receptor de faltas SEL-FR12. Quando um defeito<br />
é detectado em um dos alimentadores pelo SEL-FT50,<br />
essa informação é enviada rapidamente para o SEL-<br />
FR12 que, por sua vez, repassa a informação para o<br />
dispositivo de proteção do secundário do<br />
transformador, nesse caso o IED de proteção SEL-351-<br />
6, que processa lógicas internas e bloqueando<br />
temporariamente sua atuação, permitindo assim que o<br />
religador no alimentador em falta seja o primeiro a<br />
atuar. Na persistência da falta por falha no religador, o<br />
SEL-351-6 atua como uma proteção de retaguarda,<br />
visando garantir a eliminação da falta. A figura 2 ajuda a<br />
entender a configuração da subestação. Toda<br />
comunicação é feita de forma muito rápida, com<br />
tempo médio da ordem de seis milissegundos. “A<br />
solução está atuando satisfatoriamente e, até o<br />
momento, não houve qualquer atuação indevida”,<br />
afirma Loureiro.<br />
“A Equatorial Maranhão não tinha um sistema para esse<br />
fim, nessa subestação. Sem essa seletividade lógica, as<br />
faltas na barra possuem elevada duração e<br />
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