JORNAL FOLHA SERTANEJA - EDIÇÃO ONLINE ABRIL DE 2022
JORNAL FOLHA SERTANEJA - EDIÇÃO ONLINE ABRIL DE 2022 Edição Online Abril de 2022 • 30 de Abril de 2022
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Edição Online Abril de 2022 • 30 de Abril de 2022
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Edição Abril 2022
30 de abril de 2022
A 17
Turismo e Acessibilidade em Paulo Afonso
Durante muitos anos,
através dos guias de
turismo formados pela
própria Chesf e coordenados
pela Sra. Socorro
Magalhães Lima
e depois por José Carlos
Feitosa, ambos de
saudosa memória na
Sala dos Visitantes da
Chesf, criada pela diretoria
da hidrelétrica
ainda no ano de 1950,
fêz-se o controle dos
visitantes que chegavam
aos milhares para
conhecer “as obras da
Chesf e a Cachoeira de
Paulo Afonso”.
Dentre os que faziam
parte dessa equipe,
ainda trabalham como
guias de turismo, agora
como membros da Associação
de Guias de
Turismo de Paulo Afonso
– AGTURB, criada na
gestão do prefeito Abel
Barbosa, em 1984, os
Srs. Antônio Vitório e
Pedro Ribeiro.
Desde aquele tempo
já se fazia o registro sobre
os visitantes, lugares
de onde estavam
vindo e outras informações,
o que continuou a
fazer o Departamento
Municipal de Turismo –
DEMTUR – na gestão
do prefeito Anilton Bastos,
a partir de 2009
quando esse Departamento
foi coordenado
pelo Professor Antônio
Galdino.
Por esse um controle
detalhado dos turistas
que chegavam ao
município, observou-se
nesta gestão do prefeito
Anilton, que entre 10
a 12 por cento destes
visitantes eram pessoas
da chamada terceira
idade que são aqueles
turistas que realmente
gostam de passear por
lazer ou porque se prepararam
para isso ao
longo da vida, ou estão
incluídos em algum programa
de governo ou
de empresas ou porque
são financiados pelos
filhos.
É um público que reúne
vasta experiência
de vida e, por viajarem
muito por lugares os
mais diversos, no Brasil
e em outros países,
são naturalmente muito
rigorosos na avaliação
dos serviços que lhes
são oferecidos em cada
lugar.
A idade já avançada
faz com que sejam bem
mais exigentes no que
se refere às facilidades
para sua mobilidade
nos lugares que visita.
As gestões municipais
inteligentes têm
investido bastante para
receber esse tipo de
turista e nesses investimentos
são destinados
recursos consideráveis
para lhes proporcionar
a melhor acessibilidade
em todos os ambientes
tais como praças,
logradouros e prédios
públicos, monumentos,
calçadas e, paralelamente,
trabalham junto
a hotéis, restaurantes,
clubes sociais, teatros,
lojas do comércio para
que também estes empresários
não só cumpram
as leis que regulamentam
esse assunto,
mas se sintam felizes
em receber todos os visitantes
e, em especial
estes que alcançaram
a terceira idade, assim
como todos os que têm
alguma deficiência ou
mobilidade reduzida.
Embora o assunto
Turismo e Acessibilidade
seja muito abrangente
e exija ações
tanto no que se refere
ao transporte apropriado
como às calçadas
e acessos a ambientes
públicos de interesse
também turístico, assim
como aos vários atrativos
urbanos e rurais
para que todos se sintam
tratados com igualdade
e respeito, vamos
nos ater, especialmente
no principal roteiro turístico
de Paulo Afonso
que é o que se faz na
visita às áreas dentro
da Chesf e que hoje,
segundo os guias de
turismo com quem conversamos,
estão bem
restritos por decisão
da Chesf, limitando-se
a três pontos: mirantes
dos drenos de areia,
mirantes do teleférico
e mirante da Cachoeira
de Paulo Afonso.
Conversamos sobre
o assunto com o Advogado
Lúcio Flávio,
cadeirante, que já foi
presidente do Conselho
Municipal dos Direitos
da Pessoa com
Deficiência, COMPEDE,
de que é o atual vice-
-presidente.
Quando da abertura
das cachoeiras de Paulo
Afonso, Lúcio Flávio,
à frente de um grupo
de outros cadeirantes,
precisou negociar
com a gestão da Chesf
para que algumas normas
aplicadas pela hidrelétrica
para aquele
momento, fossem modificadas,
como uma
exceção, para que o direito
da visitação fosse
garantido a estas pessoas
com deficiência.
Ele lembra que “que
a Ilha do Urubu possui
Acessibilidade relativa
e como estava sendo
cumprida a orientação
de não permitir o acesso
de vans e micro-
-ônibus, mas apenas de
veículos menores, até
os mirantes das cachoeiras,
isso precisou ser
negociado.
Outro ponto em que
os cadeirantes foram
prejudicados foi no
acesso ao mirante do
teleférico. Para isso a
Chesf dispõe de um
plano inclinado, justamente
para atender
a idosos, cadeirantes,
pessoas obesas, que
não conseguem chegar
a esse mirante pela
rampa entremeada de
degraus que é a outra
opção de acesso. O
plano inclinado não foi
liberado”. Escreveu Lúcio
Flávio em sua página
no Facebook.
O teleférico, que
também não foi liberado
pela Chesf durante
o período da abertura
das cachoeiras, é um
grande atrativo turístico.
Foi criado pela
Chesf como transporte
para a Ilha do Urubu,
antes de serem construídas
as pontes que
hoje permitem o acesso
ao Mirante da Cachoeira.
Era de madeira.
Anos à frente foi
substituído pelo atual,
utilizado como ligação
entre o complexo de
usinas de Paulo Afonso
e a Subestação que
fica no lado alagoano
do cânion. Foi liberado
pela empresa para a visitação
turística numa
viagem fantástica, a
100 metros do espelho
d´água do início do
cânion do rio São Francisco.
Está parado há
muitos anos embora
totalmente pronto para
retomar os passeios.
Do mesmo modo é
o plano inclinado que
leva ao alto do Morro
do Teleférico que era
operador pelo mesmo
operador do teleférico.
O retorno do funcionamento
desses dois
equipamentos depende
de negociações entre a
Chesf e a Prefeitura.
Lúcio Flávio diz ainda
que há anos está
em vigor “a Lei Brasileira
de Inclusão, Lei n.
13146/2015, além NBR
9050/2004 e dezenas
de resoluções e portarias
normativas do Governo
Federal já determinam
a adequação de
suas áreas de acesso
público, afinal a empresa
inclusive tem funcionários
com Deficiência
que precisam circular”.
Para que essas pessoas
da terceira idade,
com mobilidade reduzida,
pessoas com deficiência,
de todos os tipos
disponham de recursos
como interpretes de LI-
BRAS e sinalização tátil
e Braile para que possam
ter acesso aos vários
pontos de interesse
turístico existentes no
município, inclusive ao
principal roteiro de Paulo
Afonso, na área da
Chesf e para isso precisa
apenas que a Prefeitura
e a Chesf avaliem
conjuntamente onde
será necessário que se
tenha a necessidade
desses ajustes e sejam
feitas estas correções.
Lúcio Flávio também
lembra que a Prefeitura,
atendendo às recomendações
do COMPE-
DE, fez várias correções
para permitir o trânsito
normal de cadeirantes
e idosos, inclusive no
acesso a prédios e instituições
públicas, o que
foi também seguido
por alguns empresários
do comércio local, mas
ainda é necessário que
muitas outras ações
sejam implementadas
na cidade, no rebaixamento
de guias de
praças, na melhoria
das calçadas muito
irregulares, na maior
oferta de veículos
coletivos com acesso
para cadeirantes.
“Criamos alguns corredores
de Acessibilidade
nas áreas centrais
e de serviços e prédios
públicos. Mas é necessário
um grande projeto
de Calçadas Públicas,
criando novos corredores,
além de ampliar
a fiscalização e campanhas
de conscientização
para as construções
novas e reformas
dentro das normas técnicas
de Acessibilidade,
que devem ser uma
obrigação profissional
e moral de Engenheiros
civis e Arquitetos.
O COMPEDE tem
acompanhado a efetivação
das políticas públicas
de alcance a direitos
das pessoas com
deficiência, sobretudo,
nas questões de acessibilidade
arquitetônica
e de transporte. Hoje,
no transporte público
já se tem uma frota
quase totalmente acessível
para usuários de
cadeira de rodas, que
representa muito para
o movimento de luta do
segmento”.
Lúcio Flávio diz aos
empresários e ao poder
público que “o Turismo
voltado a pessoa
com Deficiência é atrativo
e lucrativo, pois é
um grupo economicamente
ativo e que em
viagem está sempre
acompanhado
O vice-presidente do
COMPEDE mostra matéria
jornalística que
destaca a cidade de
Socorro, do Estado de
São Paulo onde esteve
por cinco dias, “ali as
atividades de aventura
e a estrutura hoteleira
adaptada às pessoas
com deficiência ou mobilidade
reduzida foram
reconhecidas pelo prêmio
Top Destinos Turísticos
2017.”
A matéria jornalística
diz ainda:
“As ações em prol do
turismo acessível promovidas
pela cidade de
Socorro renderam à região
localizada na Serra
da Mantiqueira o posto
de melhor destino turístico
do estado de São
Paulo na categoria Turismo
Social, segundo
a premiação Top Destinos
Turísticos 2017,
uma iniciativa da Associação
dos Dirigentes
de Vendas e Marketing
do Brasil (ADVB) e do
SKAL Internacional São
Paulo. O prêmio foi recebido
pelo prefeito de
Socorro durante uma
cerimônia que aconteceu
na Assembleia Legislativa
do Estado de
São Paulo, no último dia
18 de maio.
Para garantir a livre
mobilidade dos visitantes
com deficiência física
pelas ruas, a cidade
possui sinalização tátil,
elevadores, rampas e
barras nos pontos turísticos,
além de realizar
ações de fiscalização
nos estabelecimentos
para garantir que todos
tenham rampas de
acesso dentro das normas
de segurança.
Porém, o grande diferencial
está no atendimento
feito a essas
pessoas, que faz da
cidade o destino ideal
para aqueles que procuram
atividades para
se aventurar entre amigos
e família ou hospedagens
para relaxar em
meio à natureza. A hotelaria
da região oferece
estrutura completa
para receber hóspedes
com deficiência ou mobilidade
reduzida, com
quartos adaptados e
atividades especiais, e
até mesmo de aventura,
como passeios de
charrete e de cavalo,
tirolesa, arvorismo, rapel
e rafting, passeios
de bicicletas, triciclos e
quadriciclos e passeios
de barcos, pedalinhos e
caiaques pelo lago.”
Antônio Galdino da Silva