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7 Perigos do Uso Excessivo dos Ecrãs

Os investigadores das áreas da saúde infantil, psicologia e saúde pública consideram que proibir o uso da tecnologia não é uma solução e pode desencadear um resultado oposto! Defendem que o uso das tecnologias tem vantagens e desvantagens, sendo que uma atitude participativa aliada à supervisão poderá contribuir para a redução dos riscos e a otimização da aprendizagem.

Os investigadores das áreas da saúde infantil, psicologia e saúde pública
consideram que proibir o uso da tecnologia não é uma solução e pode desencadear
um resultado oposto! Defendem que o uso das tecnologias tem vantagens e
desvantagens, sendo que uma atitude participativa aliada à supervisão poderá
contribuir para a redução dos riscos e a otimização da aprendizagem.

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ecrãs

e crianças

7 Perigos do Uso Excessivo de Ecrãs

Comunicar é cuidar!

www.comunicar-e.pt

Com o apoio de educatech.pt


Í N D I C E

Introdução

Vamos brincar lá fora?

Futuro...ou presente?

Usos passivo e ativo do ecrã

Perigos

1. Tempo excessivo

2. Falta de acompanhamento

3. Gamificação

4. Publicidade

5. Inimigo virtual

6. Falta de interação social

7. Falta de exercício físico

Conclusão

Sobre a Comunicar-e

Missão e valores

Bibliografia

E-books Comunicar-e

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VAMOS BRINCAR LÁ FORA?

Ainda te lembras da alegria que sentias quando chamavas os teus vizinhos para

brincar lá fora?

Graças aos avanços tecnológicos dos últimos anos, a comercialização de

dispositivos eletrónicos com ecrãs, sejam eles televisões, telemóveis, consolas

portáteis, computadores, tablets, entre outros, cresceu exponencialmente.

Já pensaste quantos ecrãs tens em casa?

A possibilidade de ver filmes, vídeos, conversar e jogar videojogos num pequeno e

acessível dispositivo eletrónico, convida as crianças a explorarem esse mundo

digital, tornando-as utilizadores dependentes da tecnologia.

Existem vários fatores interdependentes que, aliados à facilidade de

entretenimento nos dispositivos eletrónicos, contribuem para aumentar a

dependência tecnológica. Salientam-se:

- A baixa literacia digital;

- A reduzida informação sobre a prevenção na dependência tecnológica;

- O cansaço parental;

- As restrições de deslocações e/ou convívios alargados, nos últimos anos,

impostas em resposta a problemas de saúde pública.

Os investigadores das áreas da saúde infantil, psicologia e saúde pública

consideram que proibir o uso da tecnologia não é uma solução e pode desencadear

um resultado oposto! Defendem que o uso das tecnologias tem vantagens e

desvantagens, sendo que uma atitude participativa aliada à supervisão poderá

contribuir para a redução dos riscos e a otimização da aprendizagem.

Por isso, criamos este e-book, que pretende clarificar alguns dos perigos de uma

utilização sem moderação.

Com ele podes ajudar as tuas crianças a crescer de forma harmoniosa e feliz

conjugando o melhor dos dois mundos: o Real e o Digital.

A palavra-chave é MODERAÇÃO.

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FUTURO...OU PRESENTE?

Observamos que o Digital veio para ficar e que inevitavelmente fará cada

vez mais parte da nossa vida quotidiana, nas suas várias esferas (pessoal,

académica, laboral, social, entre outras).

Literacia Digital em Portugal

De acordo com dados do PRR - Programa de Recuperação e Resiliência -

praticamente 26% da população portuguesa não tem literacia digital básica e

a percentagem de especialistas e licenciados em TIC's são 2,4% e 1,9%,

respetivamente, o que revela que estamos muito abaixo da média Europeia.

Tendência

Segundo um estudo da American Academy of Pediatrics, tem havido um

aumento do nº de crianças expostas a dispositivos móveis, como por exemplo

telemóveis, tablets, entre outros:

«... o acesso aos dispositivos móveis aumentou 75% nas crianças dos 0 aos 8

anos... 75% das crianças com idade entre os 0 e 4 anos, ..., possuem o seu

próprio dispositivo móvel...»

Sensibilização

É emergente informar e orientar os pais, familiares e cuidadores para esta

realidade e dar-lhes "ferramentas" para que eles façam uma gestão

equilibrada das atividades no ecrã e fora dele.

Recomendações

A OMS recomenda que o uso sedentário de ecrãs em crianças com idade

inferior a 24 meses seja nulo. A American Academy of Pediatrics, desencoraja

o tempo de uso de ecrãs em crianças com idade inferior a 18 meses.

Portanto, recomendamos o uso moderado de ecrãs em crianças com mais de 2

anos e um uso maioritariamente ativo em vez de passivo (sedentário). As

crianças devem ser acompanhadas pelos pais (ou cuidadores) e não

ultrapassar 20 a 60 minutos diários de exposição, de forma progressiva.

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USOS PASSIVO E ATIVO DO ECRÃ

Há uma distinção fundamental

entre os tempos de uso passivo e

ativo do ecrã. Vejamos:

USO PASSIVO

É definido como um

comportamento sedentário, sem

interação nem comunicação ou

sem o acompanhamento de

alguém que promova a

aprendizagem da criança.

Como por exemplo, ver vídeos

aleatórios.

USO ATIVO

É definido como um

comportamento que promove a

comunicação, a interação, a

brincadeira e/ou a aprendizagem.

Como por exemplo, comunicar

com a mãe através de uma

videochamada ou realizar

exercícios de consciência

fonológica num programa

adequado à sua faixa etária e

prescrito por um profissional de

saúde (comunicar-e.pt).

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PERIGOS

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1. TEMPO EXCESSIVO

Há estudos que revelam que o tempo excessivo nos ecrãs, em crianças

até 2 anos, pode afetar o neurodesenvolvimento, provocando uma

perturbação do desenvolvimento da linguagem e/ou da comunicação. As

oportunidades de interação/comunicação da criança com os pais são

reduzidas, porque está atenta ao que se passa no ecrã e não consegue

dividir a atenção.

Há momentos e necessidades fisiológicas que são essenciais à vida, tais

como: comer e dormir. A permissão desregrada de contacto com os ecrãs

à mesa ou antes de dormir pode, inclusive, otimizar dificuldades na

autorregulação e perceção das sensações de saciedade e sono,

respetivamente. Nestes casos é importante definir limites e rotinas para

que se criem hábitos na criança.

Recomenda-se a definição de um horário, ativar o controlo parental e

definir o tempo máximo de uso da aplicação, jogo, entre outros.

Sugere-se que estabeleçam um lugar para os dispositivos eletrónicos

fora da cozinha/mesa de jantar ou do quarto. Os familiares/educadores

podem modelar este comportamento, desligando a televisão e deixando

os telemóveis numa outra divisão da casa.

MISSÃO E VISÃO

2. FALTA DE ACOMPANHAMENTO

Quando a criança estiver a usar um dispositivo eletrónico, procure acompanhá-la ou

participar nesse momento.

Estando presente nas atividades que ela está a realizar consegue supervisioná-la,

aconselhá-la, explicar-lhe o que vai vendo, alertá-la para os perigos e partilhar o

momento. Pode introduzir comentários/ reflexões sobre o que está a ser visualizado

e/ou o que a criança está a pensar e sentir.

É importante que ela se sinta acompanhada.

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3. GAMIFICAÇÃO

A gamificação, presente em alguns jogos/aplicações é um

método de recompensas imediatas, pensado para que as

crianças atinjam os seus objetivos num determinado contexto.

Gostaríamos de clarificar que esta metodologia, usada de

forma exagerada, pode induzir alguns riscos associados. O

simples facto de habituar a criança a agir de acordo com uma

recompensa e o cumprimento de tarefas pré-determinadas não

contribuirá para o seu desenvolvimento, autonomia e espírito

de iniciativa. Outro risco associado com a gamificação é a

substituição do papel de educador. O educador deve estar ao

lado dela a dar o reforço positivo ou a explicar o que ela pode

melhorar.

Se a criança for hiperestimulada, pode gerar uma dependência

pelo jogo ou atividade, desencadeando sentimentos de

ansiedade, agressividade e de compulsão.

A gamificação é um método saudável se for moderado.

4. PUBLICIDADE

É importante sublinhar que a exposição à publicidade presente nos jogos/aplicações

pode contribuir para a confusão e para a mudança de foco. Pode levar a ações por

parte da criança sem que esta se aperceba do que realmente está a fazer.

As crianças em desenvolvimento não têm filtros ou critérios para julgar o que é certo

ou errado. São inexperientes e tendem a aceitar como verdade a mensagem veiculada

na publicidade que lhes é exibida.

Um caso típico é o de encaminhar a criança ao download de um jogo não classificado.

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5. INIMIGO VIRTUAL

Todos sabemos da possibilidade de se criarem perfis falsos nas redes sociais e há

adultos a fazerem-se passar por crianças.

Estas estratégias podem levar à sedução e até à partilha de imagens íntimas que

podem dar origem a chantagem emocional.

O cyberbullying é outro perigo que as crianças correm. Normalmente é iniciado por um

grupo de crianças motivadas por uma disputa, fim de namoro ou até o exercício de

poder sobre o outro.

O inimigo virtual usa as redes sociais para partilhar informações pessoais, fotos ou

vídeos íntimos, boatos ou informações falsas.

6. FALTA DE INTERAÇÃO SOCIAL

A dependência tecnológica está a roubar tempo e

qualidade à relação entre pais e filhos.

Alguma vez já contornou uma birra com a tecnologia?

As relações precisam ser "regadas", como uma flor. Uma

das formas é proporcionar momentos de escuta ativa,

em que ambas as partes têm oportunidade de dizer

como se sentem, fomentando o afeto, o contato e a

presença.

As crianças devem ser estimuladas a realizar atividades

fora dos ecrãs, com interações cara a cara e brincadeiras

fora de casa. Este tempo de brincadeira livre promove a

criatividade e o desenvolvimento psicomotor e social.

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7. FALTA DE EXERCÍCIO FÍSICO

A exposição ao ecrã aumenta o risco de obesidade

na infância e adolescência.

Muitas das atividades que envolvem ecrãs

reduzem o tempo disponível para o exercício

físico.

É importante promover e reservar tempo para

exercício físico, brincar, fazer jogos tradicionais,

entre outros.

CONCLUSÃO

Não se pode permitir que, consciente ou inconscientemente, se prive a criança de

participar em atividades cognitivas e sociais. Pelo contrário, deve-se promover essas

atividades fora do ecrã para que a criança aprenda a ser autónoma, a ter iniciativa e

autocontrolo.

Por outro lado, a tecnologia tem benefícios quando usada de forma equilibrada.

Existem muitas ferramentas e estratégias no digital para potenciar a aprendizagem, o

desenvolvimento da linguagem e da comunicação, por exemplo.

A plataforma Comunicar-e promove tanto atividades no ecrã, como em ambiente real,

tem controlo de tempo e de alertas aos pais e disponibiliza conteúdo com dicas para

pais e profissionais.

É importante ter consciência dos perigos e dos benefícios das atividades no ecrã e

fora dele, acompanhar a criança e encontrar o equilíbrio entre o Real e o Digital.

A palavra-chave é EQUILÍBRIO.

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SOBRE A COMUNICAR-E

A Comunicar-e é uma plataforma digital híbrida (atividades com e sem ecrãs) que

reúne um conjunto de ferramentas interativas construídas para facilitar a

aprendizagem/reabilitação/treino de competências relacionadas com a fala,

linguagem, comunicação e muito mais.

A plataforma Comunicar-e teve a sua génese e inspiração nas dificuldades sentidas

diariamente por profissionais da área da Terapia da Fala na prestação dos seus

cuidados/serviços.

Atendendo aos pedidos e necessidades de pais, professores e educadores, as

Terapeutas da Fala Rosa Henriques e Joana Carvalho decidiram juntar-se para criar

uma "ponte" credível entre as famílias/cuidadores e os profissionais de saúde e/ou

educação. Acrescentando o ‘saber fazer’ dos companheiros Vítor e Carlos (Engenheiros

de formação), a equipa Comunicar-e nasceu.

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MISSÃO E VALORES E VISÃO

Somos uma equipa jovem, dinâmica, persistente e apaixonada pela missão de ensinar

e aprender.

O nosso objetivo é “pôr em comum” estratégias e ferramentas que podem facilitar a

aprendizagem/reabilitação/treino de competências relacionadas com a fala,

linguagem e comunicação, tanto por parte de profissionais de saúde e/ou educação

como também por parte dos pais/cuidadores.

Estamos unidos na vontade de fazer e ser melhor a cada dia e nos desafios inerentes

ao papel de sermos pais, por isso fazemos por utilizar uma linguagem acessível, mas

sempre fundamentada em referências científicas.

MISSÃO E VISÃO

BIBLIOGRAFIA

Pedro Leão (2021). Os desafios do PRR na transição digital

VER - Valores, Ética e Responsabilidade

https://www.ver.pt/os-desafios-do-prr-na-transicao-digital/

COUNCIL ON COMMUNICATIONS AND MEDIA (2016), Children and Adolescents and Digital Media

American Academy of Pediatrics

https://doi.org/10.1542/peds.2016-2593

Cheung CHM, Bedford R, Saez De Urabain IR, Karmiloff-Smith A, Smith TJ. (2017), Daily touchscreen use in

infants and toddlers is associated with reduced sleep and delayed sleep onset

Scientific Reports

https://www.nature.com/articles/srep46104

World Health Organization (2019), Guidelines on physical activity, sedentary behaviour and sleep for children

under 5 years of age

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/311664/9789241550536-eng.pdf

Dias, P., Brito, R., 2018, hAPPy kids, Aplicações seguras e benéficas para crianças felizes - prespetivas das

famílias, Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, ISBN 978-989-99288-6-2

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