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RevistaPompeia_VER23_Sem Marcas_Espelhadas

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manifesto

Sem emoção

não há inspiração

Ela está por toda parte: em uma

música que escutamos, uma

arquitetura que admiramos, um livro

que lemos, uma paisagem que nos

encanta, o sorriso de uma criança.

A poesia permeia nosso cotidiano

de diversas formas! E a base da sua

existência são as emoções humanas,

já que seu propósito é justamente

traduzir sensações diversas e

despertar sentimentos a partir

da memória de quem está lendo,

vendo ou ouvindo.

Os poemas são a sua manifestação

mais concreta, cujos ritmos, rimas,

versos e estrofes são baseados em

referências do mundo externo,

como sons, cores, formas, lugares,

espaços, sentimentos. Por isso, cada

obra poética nos toca de um jeito

diferente. E é aí que moram a beleza,

a inspiração e a subjetividade da

poesia, que fazem dela uma arte tão

potente.

Mas sabia que a poesia veio antes

da própria escrita? É que mesmo

antes da humanidade começar

a registrar palavras no papel, as

sociedades pré-históricas e da

antiguidade costumavam transmitir

o conhecimento entre si de forma

oral, mas para isso precisavam

memorizar as informações. E qual

a melhor forma de memorizar um

texto? Ritmando! Assim, surgiram

as primeiras obras poéticas, como a

Odisseia, de Homero, por exemplo,

que mais tarde ganhariam o mundo

encantando diversos povos.

Ser ou não ser,

eis a questão

O mundo moderno começou a valorizar ainda mais os textos

subjetivos com nomes como William Shakespeare, poeta e

dramaturgo inglês que viveu no século XVI, ficou famoso por

seu lirismo filosófico e, sem exageros, influenciou tudo o que

conhecemos da literatura moderna. Suas obras colocavam

em evidência os conflitos humanos de forma profunda e

reflexiva, como no drama amoroso “Romeu e Julieta”, na

tragédia existencial “Hamlet” e nos seus mais de 150 sonetos.

Na comédia “Sonho de uma noite de verão”, Shakespeare

contrapõe o amor verdadeiro e a idolatria da paixão cega, com

criaturas mágicas e seres mitológicos vivendo uma trama que

rende diversas reflexões.

Harmonia e

brasilidade

No Brasil, a poesia como conhecemos hoje começou

a ganhar força no período de colonização. José de

Anchieta, jovem jesuíta que escreveu milhares de versos

latinos religiosos na areia da praia, provavelmente foi um

dos primeiros a fazer poesia por aqui. A partir do século

XIX, a poesia brasileira se consolidou com identidade e

características próprias. Gregório de Matos, Gonçalves

Dias, Castro Alves, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos,

Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond

de Andrade, Cecília Meireles, Adélia Prado, João

Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, Cora Coralina.

Provavelmente você já ouviu falar em alguns (ou

muitos!) desses nomes, dada a importância deles, entre

outros autores, para a arte nacional. Existencial, lírica ou

social, nossa forma de fazer poesia rende até hoje obrasprimas

insubstituíveis.

Estátuas em homenagem aos poetas Carlos Drummond de Andrade e Mario

Quintana, na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre (RS)

Homenagem a João Cabral de Melo Neto na Rua da Aurora, centro do

Recife (PE)

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