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manifesto
Sem emoção
não há inspiração
Ela está por toda parte: em uma
música que escutamos, uma
arquitetura que admiramos, um livro
que lemos, uma paisagem que nos
encanta, o sorriso de uma criança.
A poesia permeia nosso cotidiano
de diversas formas! E a base da sua
existência são as emoções humanas,
já que seu propósito é justamente
traduzir sensações diversas e
despertar sentimentos a partir
da memória de quem está lendo,
vendo ou ouvindo.
Os poemas são a sua manifestação
mais concreta, cujos ritmos, rimas,
versos e estrofes são baseados em
referências do mundo externo,
como sons, cores, formas, lugares,
espaços, sentimentos. Por isso, cada
obra poética nos toca de um jeito
diferente. E é aí que moram a beleza,
a inspiração e a subjetividade da
poesia, que fazem dela uma arte tão
potente.
Mas sabia que a poesia veio antes
da própria escrita? É que mesmo
antes da humanidade começar
a registrar palavras no papel, as
sociedades pré-históricas e da
antiguidade costumavam transmitir
o conhecimento entre si de forma
oral, mas para isso precisavam
memorizar as informações. E qual
a melhor forma de memorizar um
texto? Ritmando! Assim, surgiram
as primeiras obras poéticas, como a
Odisseia, de Homero, por exemplo,
que mais tarde ganhariam o mundo
encantando diversos povos.
Ser ou não ser,
eis a questão
O mundo moderno começou a valorizar ainda mais os textos
subjetivos com nomes como William Shakespeare, poeta e
dramaturgo inglês que viveu no século XVI, ficou famoso por
seu lirismo filosófico e, sem exageros, influenciou tudo o que
conhecemos da literatura moderna. Suas obras colocavam
em evidência os conflitos humanos de forma profunda e
reflexiva, como no drama amoroso “Romeu e Julieta”, na
tragédia existencial “Hamlet” e nos seus mais de 150 sonetos.
Na comédia “Sonho de uma noite de verão”, Shakespeare
contrapõe o amor verdadeiro e a idolatria da paixão cega, com
criaturas mágicas e seres mitológicos vivendo uma trama que
rende diversas reflexões.
Harmonia e
brasilidade
No Brasil, a poesia como conhecemos hoje começou
a ganhar força no período de colonização. José de
Anchieta, jovem jesuíta que escreveu milhares de versos
latinos religiosos na areia da praia, provavelmente foi um
dos primeiros a fazer poesia por aqui. A partir do século
XIX, a poesia brasileira se consolidou com identidade e
características próprias. Gregório de Matos, Gonçalves
Dias, Castro Alves, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos,
Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond
de Andrade, Cecília Meireles, Adélia Prado, João
Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, Cora Coralina.
Provavelmente você já ouviu falar em alguns (ou
muitos!) desses nomes, dada a importância deles, entre
outros autores, para a arte nacional. Existencial, lírica ou
social, nossa forma de fazer poesia rende até hoje obrasprimas
insubstituíveis.
Estátuas em homenagem aos poetas Carlos Drummond de Andrade e Mario
Quintana, na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre (RS)
Homenagem a João Cabral de Melo Neto na Rua da Aurora, centro do
Recife (PE)
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