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manifesto
Literatura
de cordel
Quando se fala em cultura popular brasileira, a
literatura de cordel é um elemento marcante. Ela
teve origem em Portugal, mas ganhou força em
solo brasileiro a partir de 1750, principalmente
no sertão nordestino. Naquela época, os poetas
populares recitavam histórias na forma de verso
em feiras e praças, muitas vezes junto ao som
de uma viola. Retratando situações cotidianas, o
cordel assumiu características folclóricas de cada
região e foi desenvolvendo um estilo próprio. Esses
trovadores de improviso eram figuras indispensáveis
para uma população que, em sua maioria, não
sabia ler nem escrever, e por vezes narravam até os
acontecimentos históricos mais relevantes – tudo
de forma lírica. Mais tarde, também começou a se
manifestar pela escrita em folhetos ilustrados com
xilogravuras, mantendo a abordagem popular e
acessível. De lá para cá, o cordel virou um símbolo
da cultura brasileira e nordestina e inspirou nomes
como Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna, além de
diversas canções, livros, filmes, novelas, entre outros.
@PREENCHER_VAZIOS
Arte em
toda parte
Quem disse que poesia só se encontra em
livros? Ela também pode estar no seu trajeto
para o trabalho ou até a escola! Foi assim que
surgiu o projeto Preencher Vazios, da artista
portuguesa Joana de Abreu.
Ao se deparar com uma série de casas e
prédios de Lisboa e Porto – normalmente
revestidos de azulejo –, com falhas nas
fachadas e revestimentos quebrados, ela
buscou uma forma de devolver a beleza a
esses espaços. Assim, a artista aplica versos
de poetas locais nos vãos das fachadas,
renovando o visual de forma inspiradora e,
de quebra, alertando para a importância de
preservar as obras urbanas.
Improviso criativo
A nova geração está indo além dos
moldes tradicionais e se manifestando nos
espaços públicos, com talento e frescor. As
competições de poesia falada, conhecidas
como slam, levam essa arte além das
regiões centrais e valorizam a oralidade e a
potência dos versos e rimas para transformar
comunidades.
A expressão em inglês representa um bater
de palmas e dá nome a um movimento que
começou nos Estados Unidos nos anos
1980 – o slam poetry. No Brasil, essa forma
de manifestação cultural apareceu por volta
de 2008, com Roberta Estrela D’Alva, e hoje
reúne artistas em competições regionais que
se assemelham a saraus, mas com regras
próprias. Dali, saem os representantes de
cada estado que se enfrentam no Campeonato
Mundial de Poesia Falada – etapa SLAM
BR, e na sequência disputam o campeonato
mundial. Em Porto Alegre (RS), um dos
Poesia
para crianças
Lembra daquela história de
que os versos ritmados são
facilmente memorizados pelas
pessoas, por isso eram tão
comuns na antiguidade? Este
e outros benefícios fazem a
diferença no desenvolvimento
das crianças. Estimular o hábito
da leitura entre os pequenos só
traz vantagens, já que incentiva
a imaginação, a criatividade e
a sensibilidade dentro de um
universo lúdico provocado pelas
rimas e metáforas. A poesia
infantil também ajuda a ampliar
o vocabulário e a desenvolver
habilidades de socialização,
desenvoltura corporal para falar
em público, melhor dicção e
entonação. E como a música
também é uma forma de poesia,
o Mundo Bita traz composições
autorais para lá de simpáticas
e educativas - acesse o canal
no YouTube e divirta-se com
a criançada!
@MUNDOBITA
Sucesso nacional, o canal do Mundo Bita
tem mais de 10 milhões de inscritos
grupos que representam este movimento é o
Poetas Vivos, projeto formado há quatro anos
para ampliar o acesso à poesia e à arte de rua,
com destaque para poetas negros expressarem
suas vivências. Sua poesia ritmada ajuda
crianças e adolescentes em idade escolar,
fortalecendo a educação e o pertencimento.
@POETASVIVXS
Uma estimativa de 2018 aponta que já existam
cerca de 150 grupos de slam em todo o país
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