A coragem de ser imperfeito - Brené Brown
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
vulnerável e aberto passa pela reciprocidade e é uma parte integrante do
processo de construção da con ança.
Não podemos ter sempre garantias antes de compartilhar algo; entretanto, não
expomos nossa alma na primeira vez que encontramos alguém. Nunca nos
aproximamos dizendo: “Oi, meu nome é Brené e esta é a minha maior
di culdade.” Isso não é vulnerabilidade. Pode ser desespero, carência afetiva ou
necessidade de atenção, mas não é vulnerabilidade. Partilhar adequadamente,
com limites, signi ca dividir sentimentos com pessoas com as quais temos um
relacionamento e que querem fazer parte de nossa história. O resultado dessa
vulnerabilidade mútua e respeitosa é um vínculo maior, mais con ança e mais
envolvimento.
A vulnerabilidade sem limites leva a falta de empatia, descon ança e
isolamento. De fato, como veremos no Capítulo 4, a exposição total é uma
forma de se proteger da verdadeira vulnerabilidade. Portanto, informação em
excesso não é um caso de “vulnerabilidade demasiada”, mas de falência da
vulnerabilidade, quando nos afastamos da sensação que ela provoca para usá-la
apenas em situações de carência e necessidade de atenção ou para nos
entregarmos aos comportamentos extremados que se tornaram lugar-comum
na sociedade de hoje.
Para dissipar o mito de que a vulnerabilidade é compartilhar nossos segredos
com todo mundo, vamos examinar a questão da con ança.
Quando falo sobre a importância de car vulnerável, aparecem sempre muitas
questões sobre a necessidade de con ar nos outros:
“Como sei se posso con ar em alguém o bastante para car vulnerável?”
“Só me mostrarei vulnerável a alguém se estiver seguro de que essa pessoa
não me decepcionará.”
“Como saber se alguém irá trair minha con ança?”
“Como desenvolver a con ança nas pessoas?”
Não existe teste de con ança nem luz verde para sinalizar que é seguro nos
abrirmos. Os participantes da pesquisa que responderam a essas perguntas
descreveram a con ança como um processo de construção lenta, por camadas,