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★ TFG centro de acolhimento para idosos | todos os cadernos

TFG centro de acolhimento para idosos | caderno 01 ★ 3º Lugar | Prêmio Joaquim Guedes | Unicamp

TFG centro de acolhimento para idosos | caderno 01
★ 3º Lugar | Prêmio Joaquim Guedes | Unicamp

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centro de acolhimento para idosos

01


sumário

introdução 4

agradecimentos

apresentação e motivações

proposta

conextualização 8

cidade neoliberal e o direito a ela

envelhecimento da população

o que é ser idoso

asilamento

legislações

humanização da arquitetura

referências projetuais 20

caderno 01 | o tema

Thaís Soares Menegali | RA 226155

Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina

Universidade Estadual de Campinas

Arquitetura e Urbanismo | TFG 2020

figura 01. Capa.

fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2



agradecimentos

introdução

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus. Minha

fé nEle me levou para os mais diversos lugares

e pessoas, pelos caminhos que eu tive que

seguir para estar aqui hoje. Sem minha fé nesse

amor todo que me preenche, eu nada seria.

Aos meus pais, Conceição e Gilberto, obrigada

por serem meus guias nessa vivência e por me

proporcionarem os privilégios de todas as experiências

e aprendizados que tivemos juntos. Gostaria

de agradecer (eternamente!) minha mãe por

nunca ter desistido de acreditar no meu potencial,

mesmo quando eu já tinha sentimentos dúbios e

conformistas. A ela, que sempre lutou nas salas

de aula em que trabalhou pela educação libertária

e enriquecedora, dedico, além do meu amor

e admiração, este meu Trabalho Final de Graduação

em Arquitetura e Urbanismo pela Unicamp,

fruto de muita fé dela também! Obrigada por

tudo, Mami! Te amo!!!

A minha avó, Dona Maria de Lourdes, por despertar

em mim uma sensibilidade que desconhecia

até antes do nosso (re)encontro. Obrigada por

ter também acreditado na educação como forma

de preparar suas filhas e filhos para o mundo.

Sou eternamente grata pelo amor e cuidado que

compartilhamos. Amo a senhora, Catitinha!

A Deise, Graciliano e Flávio por terem me acolhido

como família, por cuidarem de mim por todos

esses anos e por acreditarem no meu potencial.

Serei eternamente grata por tudo que aprendi - e

aprendo! - com vocês, por todo amor e cuidado

que sinto por e de vocês.

Aos meus amigos da graduação e da vida, que

me acompanharam de diferentes maneiras por

essa jornada, sempre oferecendo apoio e colo,

mas também companhia em muitos dos melhores

momentos que já vivi. Seria ainda mais difícil e

bem mais triste sem vocês!

A minha orientadora, Profª Drª Silvia Mikami, que

acreditou em mim e no sonho que realizo com

este trabalho desde o início, agradeço por todo

estímulo e ensinamentos, mas também sou muito

grata pelo acolhimento e compreensão nos

momentos em que precisei. Aprendi muito com

você, Silvia! Obrigada!

A Unicamp e seu brilhante corpo docente, com

quem tive oportunidades de aprender e crescer

muito como pessoa e profissional. Agradeço aos

funcionários que também fazem possível o curso

existir e ser cada vez melhor. Em especial, a Cássia,

que me recepcionou de braços abertos e me

guiou e cuidou ao longo desses anos, até a sua

merecida aposentadoria.

A vida, por ser boa demais de ser vivida!

Com muito amor e gratidão no peito, Thaís.



apresentação e motivações

6 7

proposta

Meu nome é Thaís Soares Menegali, tenho 25

anos e sou apaixonada pelo curso que escolhi e

que concluo com este trabalho, para me formar

como Arquiteta e Urbanista pela Universidade

Estadual de Campinas (Unicamp). Nasci em Santa

Bárbara d’Oeste, no interior do estado de São

Paulo, mas minha família não é daqui: meu pai

nasceu em Piracicaba, uma cidade vizinha, e encontrou

com a minha mãe aqui, recém chegada

da Bahia.

A partir de 2008, as visitas da minha avó materna,

dona Maria de Lourdes, que residia na Bahia,

começaram a ficar cada vez mais frequentes, pois

ela começou a fazer um tratamento para cataratas

na Unicamp. Na época, eu cursava o nono

ano do ensino fundamental e, ao ver todo aquele

ambiente universitário e o cuidado de todos os

funcionários com ela, fiquei fascinada! Cheguei a

pensar em cursar Medicina com especialização

em Gerontologia, mas o sonho de menina falou

mais alto e prestei para Arquitetura e Urbanismo.

Em 2014, minha avó passou a residir definitivamente

conosco e, desde então, pude conviver

diariamente com ela e fortalecer nossa relação.

Ela é a minha paixão! Somos, além de avó e neta,

companheiras e vivemos brincando e compartilhando

vivências! Através desse convívio, também

foi possível perceber o quão complexo e exigente

é o ato de cuidar de uma pessoa mais vivida. É

preciso estar sempre alerta e paciente, ter disposição

física, mental e de tempo - coisas que não

são sempre viáveis com a nossa rotina moderna.

Assim, tentei elaborar como poderia trazer essa

reflexão para a arquitetura e unir estes dois interesses:

Arquitetura e Gerontologia. Cursei duas

disciplinas eletivas. A primeira foi a de Arquitetura

e Saúde, ministrada pela Profª Drª Silvia Mikami

Pina, minha orientadora, e pela Profª Drª Andrea

Leitner, que ampliou a minha visão e compreensão

do edifício de saúde e das contribuições

que a arquitetura pode fornecer para tal tipologia.

A outra disciplina muito importante para a minha

discussão foi a de Acessibilidade na Arquitetura,

ministrada pela Profª Drª Nubia Bernardi, que,

apesar de ter sido cursada durante o primeiro semestre

de pandemia, em 2020, e ter sido focada

em museus, foi muito interessante para compreender

o processo de concepção focado desde o

início em incorporar estratégias do desenho universal

- questão muito cara em um espaço voltado

para idosos.

Somando-se a isso, há o desejo de desenvolver

o meu projeto final de graduação (TFG) na cidade

onde nasci e cresci, que foi o local de encontro

e acolhimento da minha família e que conheço e

aprecio a história. A motivação surge também da

análise da condição do idoso em Santa Bárbara

d’Oeste: atualmente, existem quatro casas de repouso

e um asilo, mas todos são de uso exclusivos

dos idosos residentes e em edifícios adaptados.

A fim de conectar histórias e lugares, escolhi

implantar o projeto na antiga Usina Santa Bárbara,

um marco histórico fundamental para a consolidação

da história e da sociedade barbarense.

figura 02. Minha avó,

Dona Lurdes, e eu.

fonte: Acervo pessoal.

O memorial deste TFG será dividido em três cadernos,

seguindo a ordem lógica de desenvolvimento

do processo de projeto.

o tema O primeiro caderno tratará da compreensão

sensível do tema, atentando-se a questões que

consolidarão a fundamentação teórica para o projeto,

bem como conceitos e diretrizes norteadoras.

o lugar segundo caderno abordará a análise do

lugar, desde a escala estadual até do entorno próximo

ao terreno escolhido - a Usina Santa Bárbara

-, com o levantamento das legislações e decretos,

mapeamentos de uso, expansão e hierarquia viária,

entre outros.

o projeto caderno consiste no desenvolvimento

do projeto completo e detalhado da implantação

do centro de acolhimento para idosos na cidade de

Santa Bárbara d’Oeste.

A partir do cenário atual da cidade e do país,

com sua população cada vez mais envelhecida

- como será explanado a seguir -, proponho um

Centro de Acolhimento para Idosos com diferentes

habilidades, localizado na cidade de Santa

Bárbara d’Oeste, mas abrangendo também as cidades

vizinhas: Americana, Nova Odessa e Sumaré.

O objetivo é proporcionar um lugar de convívio

e conexão, tanto entre os idosos que residirão ali,

quanto com os idosos dessas cidades e demais

visitantes que virão a frequentar as áreas públicas.

Por isso, o espaço será ocupado seguindo um

gradiente de pertencimento, que desdobra-se

em três espaços adequados aos diferentes perfis

de usuários e suas necessidades, mas ainda permite

a socialização e a integração dos idosos na

comunidade local, questões caras ao envelhecer.

O primeiro, com maior grau de pertencimento,

consiste em uma modalidade de atendimento de

casa-lar: moradia de interesse social com foco no

habitar saudável e respeitando as necessidades

específicas de conforto. Será destinada a idosos

que nao possuem família e que sejam detentores

de renda insuficiente para sua manutenção e

qualidade de vida, conforme previsto no Decreto

9,921, de 18 de Julho de 2019.

O segundo compreende um centro de cuidados

diurno, que oferece assistência médica e

multiprofissional durante o dia aos idosos - tanto

aos residentes dali, quanto aos da comunidade

externa. Tem como objetivo oferecer um lugar especializado

e adequado para o atendimento des-

sa parcela significativa da população, respeitando

suas especificidades e necessidades de conforto.

Por fim, o terceiro espaço consiste em um centro

de convivência, que também será destinado

à permanência diurna dos idosos residentes e

da comunidade externa. A intenção é ter lugares

onde possam ser desenvolvidas atividades físicas,

recreativas, culturais e educativas, além de

contribuir para a socialização e sentimento de cidadania

e pertencimento no espaço público. Esses

espaços também articulam-se mais proximamente

a um parque proposto no terreno. Aberto à

toda a comunidade, consistirá em um local de lazer,

que a região carece, e promoverá um contato

e troca intergeracional, alinhando-se às propostas

e necessidades previstas no projeto.

Todos esses espaços e seus usos visam diminuir

o idadismo - preconceito para com a pessoa

idosa - e reinserir os idosos, que tanto já contribuíram,

na sociedade contemporânea de modo

digno. Analogamente, essa reinserção também

acontecerá com o lugar escolhido para o projeto:

a antiga Usina Santa Bárbara. Atualmente, está

desativada e inutilizada, mas a proposta é que ela

venha a acolher todo esse complexo e volte a ser

parte pulsante e pertencente à cidade. Para isso,

propõe-se a reabilitação e conservação integrada

dos edifícios já existentes no lugar - que foram

significativos para a consolidação da usina e da

economia da cidade -, e também a construção

de novas dependências para abrigar os usos mais

específicos propostos.



9

cidade neoliberal e o direito a ela

contextualização

Segundo o sociólogo Robert Park, conforme citado

por David Harvey (2012, p.73), indiretamente,

ao construir suas cidades conforme seus desejos

e ambições, o homem edifica a cidade em que

passará a viver e esta revida, reconstruindo-o

também. Por isso, não é possível desassociar a

ideia da cidade desejada do estilo de vida, valores

e experiências que se almeja. Assim, ao mudar a

cidade, muda-se o indivíduo - e o coletivo (HAR-

VEY, 2012).

Apesar da luta realizada por uma parcela da

população barbarense para que a Usina Santa

Bárbara fosse tombada e que suas memórias,

enquanto uma paisagem histórica, fossem mantidas,

há, atualmente, um abandono desta cidadela

constituída ao longo do século XX - assim como

outros complexos industriais voltados para manejo

da cana de açúcar, que cunharam o nome de

“Pérola Açucareira” para a cidade de Santa Bárbara

d’Oeste em seu apogeu.

A lógica capitalista neoliberal é a do imediatismo,

do descartável. Essa descartabilidade aplica-

-se furtivamente nas memórias de um povo, daquilo

que compartilham em formas de costume,

tradições e experiências. Recordar é olhar para

trás, é reconhecer a importância do que já se tem,

do que já existe e não precisa ser comprado. A

perversidade dessa lógica que idolatra o capital

vai de encontro com questões urgentes para a

sociedade em geral, como a sustentabilidade e

as condições de vida no planeta.

Como exposto por Tirello, Sfeir e Barros (2013),

“patrimônio arquitetônico tem que ser cidade viva,

objeto de apropriação e memória de todos”. Portanto,

faz-se necessário incorporar o patrimônio

no cotidiano da cidade, propondo novos usos e

ocupações, de modo que a comunidade reconheça

sua importância e defenda sua preservação

- como aconteceu com a luta dos ex moradores

e trabalhadores pelo tombamento da Usina

Santa Bárbara.

Ao observar a expressiva expansão da cidade

à leste, ao mesmo tempo englobando e ignorando

a Usina, nota-se que esse movimento de

reconhecimento e valorização de uma área tão

importante para a consolidação da cidade perde

espaço para novos loteamentos e edificações pré

fabricadas, sem investimento e qualidade arquitetônicas.

Ocupar uma área tão valorosa e rica em memórias

palpáveis como a Usina Santa Bárbara é ir

contra essa lógica capitalista neoliberal, que configura

a perda da cidade histórica para edifícios

efêmeros e a contínua produção de novos lugares,

experiências e, assim, lucros. Ocupá-la com

idosos, que também carregam suas memórias e

experiências de vida, faz-se como outro afronte,

uma vez que esta parcela da população é vista

como onerosa para o sistema que preza pela agilidade

e produtividade (GUERRA; CALDAS, 2010).



envelhecimento da população

10 11

A população mundial passa por um processo

de envelhecimento de sua estrutura etária desde

a segunda metade do século XVIII, Porém, de

acordo com o relatório An Aging World de 2015,

do Departamento de Censo dos Estados Unidos,

devido o aumento do número de nascimentos

em países europeus e norte americanos nos anos

que sucederam a Segunda Guerra Mundial (evento

que ficou conhecido como “baby boom”) e o

recente crescimento da população idosa em países

da asiáticos e latinos, de 2025 a 2050, a população

idosa mundial deve quase duplicar para 1,6

bilhões, enquanto a previsão para o crescimento

da população mundial total é de apenas 34% no

mesmo período.

Ademais, os dados levantados pelo relatório

em 2015 mostram que, neste ano, mais de um

terço da população com mais de 65 anos e mais

da metade com 85 anos ou mais vivia em países

desenvolvidos. Porém, a previsão é de que a população

idosa desses países continuará crescendo,

mas em um ritmo mais lento do que as de

países em desenvolvimento: estima-se que, em

2050, menos de um quinto da população mundial

mais velha viva em países desenvolvidos da Ásia

e América Latina (CENSUS BUREAU, 2016).

Especificamente no Brasil, o relatório estima que

a porcentagem de pessoas com 65 anos ou mais

passará de 3% em 1950 a 21,1% em 2050 e que,

neste mesmo intervalo de 100 anos, a população

com 85 anos ou mais saltará de 0,3% para 5,8%

- e este grupo chegará a quadruplicar de 2010 a

2050 (CENSUS BUREAU, 2016).

Essa transição populacional brasileira iniciou-se

nos anos 1940, quando houve queda nas taxas de

mortalidade infantil e de natalidade, avanços na

figura 03. Pirâmides etárias absolutas.

fonte: https://tinyurl.com/2p8fpurv

em 2020

SBO: 16,6%

em 2050

SBO: 35,5%

população com 60 anos ou mais (em %)

figura 04. fonte: Fundação SEADE

30,01 e mais

25,01 a 30,00

15,01 a 25,00

10,01 a 15,00

até 10,00

tecnologia para tratamentos médicos, difusão de

novas estratégias de saúde e melhoria do saneamento

básico, além da consolidação do Sistema

Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição

Federal de 1988. Em 1940, a mortalidade infantil

passou de 160 óbitos por mil nascidos vivos e a

expectativa de vida ao nascer era de 42,7 anos. Já

em 2016, aumentou para 75,7 anos e a mortalidade

infantil caiu para 13,3 óbitos (MYRRHA; TURRA;

WAJNMAN, 2017). Nas pirâmides etárias da página

anterior, percebe-se a transição que o país

passará até 2050, deixando de ser um país adulto

para um idoso, ou seja, quando há um aumento

da média de idade da sua população.

Segundo Guerra e Caldas (2010), a região Sudeste

do país, em particular, vive um processo

acelerado de envelhecimento populacional, com

aumento tanto no volume, quanto na proporção

de pessoas com 60 anos ou mais - definição de

idoso de acordo com a Política Nacional do Idoso.

De acordo com a projeção do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de

vida dos brasileiros será de 80,57 anos em 2050

e as pessoas acima de 65 anos corresponderão

a 21,87% da população total. Neste mesmo ano,

o Índice de Envelhecimento (IE) - relação entre o

número de pessoas acima de 60 anos ou mais por

100 residentes com menos de 15 anos - do estado

de São Paulo será de 158,39, enquanto que,

no Brasil, este valor será de 142,21. Nos mapas ao

lado, é possível observar o aumento

Entretanto, o envelhecimento da população traz

consigo novos desafios e questionamentos, como

pensar se a longevidade dar-se-á com boa saúde

e independência, quais doenças crônicas enfrentarão,

como poderão sustentar-se ou serem

sustentados financeiramente, como a sociedade

precisa adequar-se econômica e socialmente.

Assim, esse envelhecimento demográfico passou

a ser abordado nas áreas de políticas sociais

e de saúde e interpretado como um “problema

previdenciário e de saúde pública”, uma vez que

o número de pessoas fazendo uso desses serviços

cresce progressivamente (GUERRA; CALDAS,

2010). Além disso, promove uma série de mudanças

no comportamento da população, pois demandam

cuidados especiais para manterem sua

autonomia e bem estar. Uma população envelhecida

- na qual o grupo etário jovem (0 a 14 anos)

perde importância relativa -, as principais doenças

a acometer a população deixam de ser predominantemente

infecciosas e parasitárias, para

um cenário de doenças crônicas e degenerativas,

exigindo uma completa alteração na rede de assistência

à saúde (OLIVEIRA, 2019).

De acordo com Camarano (2004, p. 86), “no futuro,

os idosos terão melhores níveis de escolaridade

e participação ativa na vida social e

cultural. Tais características podem afetar positivamente

as condições de saúde e bem-estar

dos idosos, apontando para um cenário positivo,

que dependerá, no entanto, de políticas públicas

centradas na promoção da saúde desde

as primeiras idades“ (apud OLIVEIRA, 2019, p. 71).



o que é ser idoso

12 13

caracterização

Guerra e Caldas (2010) apontam que as questoes

envolvendo o envelhecimento da população

transpassam as preocupações previdenciárias e

de saúde pública, sendo retratadas de modo preocupante

na mídia - que acaba por influenciar o

dia a dia e o pensamento do brasileiro. Isso tende

a desencadear inseguranças nos idosos e a

fomentar o idadismo e o medo da incerteza do

próprio envelhecimento. É feita uma associação

da velhice com decadência, doença e dependência,

apresentando o idoso sob a perspectiva

do outro, que também o vê como um “problema”.

Porém, como o sujeito idoso também viu a velhice

sendo tratada dessa maneira ao longo de sua

vida, percebe, então, a sua velhice pelo olhar do

outro ou pela imagem que o outro faz dele; sendo

assim, “velho” será sempre o próximo (SILVA;

FINOCCHIO, 2011).

Essa “negação da velhice” parte, então, da não

identificação com o “estar velho” (associado à

ideia de “ser um problema”) ou pelo desejo de não

ficar velho. No entanto, segundo Silvia e Finocchio

(2011), existe na velhice não o medo da morte em

si, visto que o inconsciente a desconhece, mas o

amedrontamento da morte do desejo, ou seja, da

relação que este estabelece com os objetos.

Como discutido, o envelhecimento é um fenômeno

crescente na sociedade e é preciso modernizar

essa abordagem, a fim de evitar a fomentação

de preconceitos intergeracionais e posturas

inadequadas. Atualmente, o idoso que está fora

do mercado de trabalho e da rapidez que ele

exige tende a sentir a desvalorização de seus saberes,

o abandono e desamparo, além do apagamento

de seus traços individuais. Além disso,

os idosos incapacitados, inaptos para o trabalho e

impossibilitados de cumprir seus deveres básicos

encontram seu destino nas instituições asilares,

dado que cada vez mais integrantes da família

estão à procura de oportunidades de trabalho e

as casas ficam vazias durante o dia (SILVA; FINOC-

CHIO, 2011).

figura 05.

fonte: https://tinyurl.com/36247ma7

Essa perda da casa pode ser problemática porque

muitas vezes partem para um modo de vida

mais segregado da sociedade em geral. Entretanto,

de acordo com Feddersen e Lüdtke (2018),

ainda assim, há o desejo de manter a vitalidade

próxima no dia a dia, mesmo que o acesso e usufruto

dela seja cada vez menor. Como comentado,

a faixa etária de idosos com mais de 60 anos

está crescendo mais rápida que as demais e, atualmente,

a partir dos 50 anos, as pessoas experimentam

um período de transição, com mais momentos

de lazer. Os autores também explanam

sobre o conceito de “down ageing”, argumentando

que idosos estão sentindo-se de 10 a 15 anos

mais jovens do que sentiam-se 30 anos atrás. Com

isso, há a cada vez mais diferentes estilos de vida,

dado que nessa “ nova terceira fase da vida” há

ainda muitas pessoas trabalhando e produzindo.

Desse modo, as políticas de acolhimento e cuidado

para com esses idosos, especialmente para

essa terceira fase, precisará suprir a demanda de

diferentes necessidades da população, com qualidade

e conforto, que está cada vez mais heterogênea

(FEDDERSEN; LÜDTKE, 2018).

Ademais, a portaria nº2.528, de 19 de Outubro

de 2006, que institui a Política Nacional de Saúde

da Pessoa Idosa (PNSPI) aponta que a transição

demográfica e a diversidade da população repercute

na área da saúde e há a necessidade de reorganizar

os modelos assistenciais, uma vez que

a saúde da pessoa idosa consiste na articulação

da saúde física, mental, independência financeira

e capacidade funcional. Esta última resulta do aumento

de doenças e condições que podem estar

presentes no processo de envelhecimento e consiste

na habilidade de realizar atividades cotidianas.

Ainda, apesar de aumentar com a idade, ela

sozinha não implica necessariamente a incapacidade

funcional, dado que o envelhecimento é um

procesos natural que acompanha cada pessoa ao

longo de sua vida. Por isso, a PNSPI (2006) propõe

um avaliação baseada no nível de funcionalidade,

dividindo a população idosa entre as seguintes

classificações, para além da idade:

independentes

consiste em idosos que realizam sem dificuldades

e sem ajuda atividades básicas da vida diária

(AVD), como banhar-se, usar o banheiro, transferir-se

sozinho da cama para a cadeira de rodas e

alimentar-se, por exemplo

com potencial para desenvolver fragilidades

mesmo sendo independentes, constitui em idosos

que possuem alguma dificuldade em desenvolver

as atividades instrumentais da vida diária

(AIVD), como preparar refeições, fazer compras,

controlar a automedicação e o próprio dinheiro,

por exemplo; por isso, precisam de acompanhamentos

mais frequentes e específicos de profissionais

da saúde

frágil ou em situação de fragilidade

são aqueles que encontram-se acamados ou

hospitalizados, apresentem doenças causadoras

de incapacidade funcional; a literatura também

classifica como frágil o idoso com mais de 75 anos



15

têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos

de cidadania, garantindo sua participação na

comunidade, defendendo sua dignidade, bem-

-estar e o direito à vida” e que “o processo de envelhecimento

diz respeito à sociedade em geral,

devendo ser objeto de conhecimento e informação

para todos”. Mas, para além disso, a casa - ou

o lar - tem significados muito profundos e singulares

para cada um.

Borba (2018) aponta que, com o envelhecimento,

as relações familiares passam por mudanças e

os idosos podem experimentar novos arranjos de

moradias, como passar a morar com outros familiares

ou morar sozinho, que podem comprometer

sua autonomia e independência, ou seja, o poder

de decisão que tem no espaço onde reside.

Além disso, o aumento da busca desses familiares

por vagas no mercado de trabalho - e, consequentemente,

do tempo que passam fora de casa

- provoca uma maior procura de espaços asilares

para os idosos, uma vez que diminui a quantidade

de possíveis cuidadores para eles em casa. Entretanto,

essa internação pode ocorrer por outros

motivos, como econômicos, questões de saúde

(com as quais a família não consegue lidar sozinha)

ou até mesmo por decisão do próprio idoso

(SILVA; FINOCCHIO, 2011).

Todavia, como observado por Silva e Finocchio

(2011), essas instituições asilares podem impor

uma uniformização ao idoso, uma vez que alguns

habitantes possuem diferentes desabilidades e

níveis de dependência. Assim, visando o bom funfigura

06.

fonte: https://tinyurl.com/y3xcnfbr

Segundo Borba (2018), a América Latina está

passando por um processo de “democratização

do envelhecimento”, ou seja, considerando que

há algum tempo as partes abastadas da população

já vivenciam o envelhecimento, agora as parcelas

menos favorecidas socioeconomicamente

também experienciam o envelhecer. A autora

também apresenta que, de acordo com os dados

de 2015 da SEADE (Fundação Sistema Estadual

de Análises de Dados), a transição demográfica

no Estado de São Paulo já é uma realidade e está

10 anos à frente do restante do país. Ademais, a

Região Metropolitana de Campinas (RMC) - local

onde está localizada a cidade de Santa Bárbara

d’Oeste e o terreno do projeto - é uma das regiões

que lidera essa transição, com 15,46% da população

composta por idosos e com previsões de

completar a inversão da pirâmide etária até 2030.

Por isso, essa parcela da população merece a devida

atenção, tanto em questões de políticas públicas,

quanto de diretrizes projetuais, que visam

melhorar o conforto e facilitar o dia a dia da pessoa

idosa.

De acordo com os Princípios das Nações Unidas

para o Idoso, essa parcela da população com

mais de sessenta anos deve usufruir de direitos

e liberdades fundamentais quando residentes

em instituições que lhe proporcionem cuidados

necessários, de modo respeitoso com suas dignidades,

crenças e intimidades. Ainda, a Política

Nacional do Idoso (PNI) (BRASIL, 1994) tem como

princípios que “a família, a sociedade e o estado

asilamento



modalidades de atendimento

16 17

cionamento prático e rotineiro, há um “apagamento

de traços particulares”, como servir as mesmas

comidas, nos mesmos horários, uniformização

dos quartos, além do excesso de medicação e

calmantes. Desse modo, acabam por segregar do

sujeito suas lembranças, gostos e hábitos.

E essa questão é delicada e necessita de atenção

desde a concepção dos espaços, pois acaba

por, ao invés de respeitar sua liberdade, restringir

a individualidade de cada pessoa, em nome do

coletivo de modo incisivo. Essa ação pode causar

respostas de resistência para manter o particular

(como pegar objetos e interpretá-los como transicionais

ou decoração de seu espaço “próprio”),

isolamento ou, opostamente, a revolta com palavras

ou ações de ódio (SILVA; FINOCCHIO, 2011).

O Decreto nº 9,921, de 18 de Julho de 2019, propõe

que a modalidade asilar de atendimento, em

regime de internato, deve ser destinado à “pessoa

idosa sem vínculo familiar ou sem condições de

prover a própria subsistência, de modo a satisfazer

as suas necessidades de moradia, de alimentação,

de saúde e de convivência social” e que

só se deve recorrer a esse atendimento asilar na

“inexistência de grupo familiar, de abandono, ou

de carência de recursos financeiros próprios ou

da própria família” (BRASIL, 2019). Por isso, propõe

modalidades não asilares de atendimento,

de modo a evitar essa “uniformização” dos idosos,

que serão explanadas a seguir.

centro de convivência

local destinado à permanência diurna da pessoa idosa, onde

são desenvolvidas atividades físicas. laborativas, recreativas,

culturais, associativas e educação para a cidadania

centro de cuidados diurno

local destinado à permanência diurna da pessoa idosa dependente

ou que possua deficiência temporária e necessite

de assistência médica ou de assistência multiprofissional

casa-lar

residência, em sistema participativo, cedida por órgãos ou

entidades da administração pública, ou entidades privadas,

destinada às pessoas idosas detentoras de renda insuficiente

para a sua manutenção e sem família

oficina abrigada de trabalho

local destinado ao desenvolvimento, pela pessoa idosa, de

atividades produtivas, que lhe proporcione a oportunidade

de elevar sua renda, regido por normas específicas

atendimento domiciliar

serviço prestado no lar da pessoa idosa dependente e que

vive sozinha, por profissionais da área da saúde ou pessoas

da própria comunidade, com a finalidade de suprir as suas

necessidades da vida diária

outras formas de atendimento

iniciativas desenvolvidas na própria comunidade, com vistas

à promoção e à integração da pessoa idosa na família e na

sociedade.



legislações

18 19

Internacionalmente, o processo de envelhecimento

da população entrou em foco na Assembleia

Mundial do Envelhecimento, que ocorreu

em Viena, Áustria, em 1982. Tinha como propósito

iniciar um programa de ação internacional para

assegurar a segurança econômica e social da

pessoa idosa, de modo que elas também pudessem

contribuir para o desenvolvimento do país,

além de fomentar a compreensão das consequências

econômicas, sociais e culturais que o envelhecimento

da população tem nesse processo

de desenvolvimento. Vinte anos depois, em 2002,

o envelhecimento da população já era visível

nos países em desenvolvimento e, então, foi realizada

a segunda assembleia, em Madri. O idoso

foi entendido como um agente social, capaz de

proporcionar grandes contribuições à sociedade

(BORBA, 2018). Ela foi pautada em três vertentes

(pessoas idosas e desenvolvimento, promoção

da saúde e bem estar na velhice e criação de um

ambiente de vida propício e favorável) e resultou

no Plano de Ação Internacional do Envelhecimento,

que o Brasil segue.

Como consequência desse plano e da citada

Política Nacional do Idoso (PNI), surgiram novas

políticas públicas em prol das pessoas idosas no

Brasil. No mesmo ano em que a PNI foi publicada,

em 1994, foi elaborada a NBR 9050 - “Acessibilidade

a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos

urbanos” (revisada em 2015), que estabelece

critérios e parâmetros técnicos com o intuito

de oferecer condições adequadas e seguras em

termos de acessibilidade, considerando “diversas

condições de mobilidade e de percepção do ambiente,

com ou sem a ajuda de aparelhos específicos

[...] que venha a complementar necessidades

individuais”. Além disso, aponta que “as edificações

residenciais multifamiliares, condomínios e

conjuntos habitacionais necessitam ser acessíveis

em suas áreas de uso comum. As unidades autônomas

acessíveis são localizadas em rota acessível”

(ABNT, 2015).

Em 2003, foi elaborado o Estatuto do Idoso,

uma iniciativa inovadora destinada a regular os

direitos assegurados às pessoas com idade igual

ou superior a 60 anos - também prevê punições

para quem os violar -, garantindo direito à vida,

liberdade, dignidade, alimentação e saúde, além

da convivência familiar e comunitária. No artigo

2º, declara que o “idoso goza de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,

assegurando-se-lhe [...] todas as oportunidades e

facilidades, para preservação de sua saúde física

e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,

espiritual e social, em condições de liberdade

e dignidade. Junto à PNI, foram importantes marcos

jurídicos na instauração e garantia de direitos

para a proteção do idoso (BORBA, 2018). Em 2013,

ao completar dez anos, foi revisitado de modo a

se adequar às modificações e avanços promovidos

pelo envelhecimento populacional. Em 30 de

setembro de 2013, a Presidente Dilma assinou o

Decreto Presidencial nº8.114, sobre o Compromis-

“Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz

de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive

alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os

serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso

de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros

casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias

fora de seu controle” (Assembleia Geral da ONU, 1948).

so Nacional para Envelhecimento Ativo, sob coordenação

da Secretaria dos Direitos Humanos.

Em 19 de outubro de 2006, como citado anteriormente,

foi instituída a Portaria nº2.528, que

aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa

Idosa (PNSPI), que também reforça o compromisso

firmado pelo país na Assembleia Mundial para

o Envelhecimento de 2002, visando estimular a

participação ativa dos idosos na sociedade e garantir

um contexto físico, social, de saúde e bem

estar favoráveis ao envelhecimento. Assim, tem

como finalidade “recuperar, manter e promover a

autonomia e a independência dos indivíduos idosos,

direcionando medidas coletivas e individuais

de saúde para esse fim, em consonância com os

princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde”

. Especificamente para a elaboração deste

projeto, as Resoluções da Diretoria Colegiada

(RDC/ANVISA) nº50, de 21 de fevereiro de 2002, e

nº283, de 26 de setembro de 2005, serão importantes

norteadoras.

A primeira dispõe “sobre o Regulamento Técnico

para planejamento, programação, elaboração

e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos

assistenciais de saúde”, sendo um “instrumento

norteador das novas construções, reformas e

ampliações, instalações e funcionamento de Estabelecimentos

Assistenciais de Saúde que atenda

aos princípios de regionalização, hierarquização,

acessibilidade e qualidade da assistência

prestada à população” (BRASIL, 2002).

Já a RDC nº283 estabelece normas mínimas

de funcionamento para as Instituições de Longa

Permanência para Idosos (ILPI), com o objetivo

de garantir que esses espaços garantam aos residentes

condições de liberdade, dignidade e cidadania,

preservando sua identidade e privacidade

(BRASIL, 2005).

Conclui-se que o Brasil possui uma legislação

avançada em relação aos cuidados e amparo

para com a população idosa, mas que a prática

é insatisfatória e insuficiente. É preciso que haja

uma mudança na abordagem da velhice, desde

as práticas dessas políticas públicas, até a abordagem

que ela tem na mídia e pela sociedade.

Assim, este projeto mostra-se necessário para

afirmar a importância da prática de garantia de

acesso e inclusão da população idosa no contexto

urbano moderno, desde as esferas básicas

como habitação e saúde, até lazer e socialização.



humanização da arquitetura

20 21

implantação

edificação como complexo

95 - building complex

implantação respeitando o programa e suas

necessidades e densidades

- separar o programa em áreas menores, agregando

edificação os mais como relacionáveis complexo entre si e criando

“núcleos 95 - building de ocupação”, complex como a clínica, o refeitório,

implantação a fisioterapia, respeitando a moradia, o entre programa outros e suas

necessidades e densidades

orientação - separar o solar programa e ventos em áreas menores, agregando

parâmetro os mais identificado relacionáveis porentre si e criando

novo

implantação “núcleos de ocupação”, favorecendo como iluminação a clínica, e ventilação o refeitório,

a fisioterapia, a moradia, entre outros

natural

- atenção à orientação solar e direção dos ventos

ao orientação fazer a implantação solar e ventos tipo vila, para que todas as

unidades novo parâmetro sejam identificado confortáveis pore não necessitem

depender implantação exclusivamente favorecendo iluminação de ventilação e ventilação forçada

natural

- atenção à orientação solar e direção dos ventos

ao fazer a implantação tipo vila, para que todas as

unidades sejam confortáveis e não necessitem

depender exclusivamente de ventilação forçada

gradiente de privacidade no arranjo do conjunto

36 - degrees of publicness

compreender características de cada uso para

fazer uma implantação confortável para todos

- compreender quem e quando cada edifício

gradiente pode ser acessado, de privacidade de modo no a arranjo respeitar do os conjunto profissionais,

- degrees pacientes, of publicness moradores e visitantes

36

compreender características de cada uso para

fazer uma implantação confortável para todos

- UHs compreender agregadas com quem mais e de quando uma orientação cada edifício

pode novo parâmetro ser acessado, identificado modo por a respeitar os profissionais,

agregar pacientes, unidades moradores de modo e a visitantes ter harmonia de

ofertas entre elas

- além da atenção para favorecer as condições

climáticas UHs agregadas naturais, com projetar mais de as uma unidades orientação de modo

que novo todas parâmetro tenham identificado privacidade, por mesma forma de

agregar acesso e unidades possibilidade de modo de usosa ter harmonia de

ofertas entre elas

- além da atenção para favorecer as condições

climáticas naturais, projetar as unidades de modo

que todas tenham privacidade, mesma forma de

acesso e possibilidade de usos

espaço físico congruente ao espaço de convívio

205 - structure follows social spaces

a ocupação deve conformar o espaço, e não ser

definida por ele

- projetar os elementos estruturais de acordo com

o programa de necessidades

- no caso de ocupar o que já é existente, adequar

o programa do modo mais compatível e seguro

vistas

192 - windows overlooking life

posicionar janelas para valorizar as visuais

- conexão visual com o entorno, valorizando as

árvores e vida do local de implantação do projeto

- nas unidades de internação, essa ligação com o

externo promove uma sensação de acolhimento

e pertencimento, acompanhando os cenários

ocupação

flexibilidade de uso

novo parâmetro identificado por

estratégias para garantir adaptabilidade de usos

- uso de unidades modulares que podem assumir

diferentes tipologias e layouts, de modo a garantir

a longa vida do empreendimento

- consultórios e salas multiuso

- evitar soluções muito específicas para um uso

gradiente de intimidade

127 - intimacy gradient

layout que acompanhe os graus de intimidade

dos espaços

- moradia como mais íntimo, clínica e parque

como mais públicos

- criar um percurso que acompanhe o fluxo de

pertencimento e interações desejadas

orientação

demarcação de entrada coletiva

53 - main gateways

destacar acessos importantes na cidade

- criar um espaço de recepção para quem deseja

acessar a parte mais pública do projeto (tanto o

parque, demarcação quanto de à entrada clínica ou coletiva áreas de convivência)

- 53 diminuir - main gateways barreiras visuais existentes no acesso

- destacar acesso secundário acessos importantes que leve direto na cidade às moradias

- criar um espaço de recepção para quem deseja

acessar a parte mais pública do projeto (tanto o

caminhos e lugares

120 - paths & goals

criar caminhos conectando pontos de interesse

- determinar destinos no projeto e, a partir deles,

compreender fluxos e outros locais marcantes ou

de caminhos interesse; e lugares com isso, poder traçar caminhos que

respeitem 120 - paths o & goals interesse natural dos usuários em

explorar criar caminhos o espaço conectando (confortável pontos para de todos) interesse

- determinar destinos no projeto e, a partir deles,

compreender fluxos e outros locais marcantes ou

figura 07. Croquis baseado nos parâmetros de humanização de

Christopher Alexander, referente aos adotados no projeto.

fonte: (BARROS, 2008)

diversidade de usuários

35 - household mix

variedade de usuários enriquecendo o projeto

- apesar de ser um centro de acolhimento pensado

para idosos, é importante propor usos que

possam atrair outras gerações, como oficinas,

cursos e a própria área de lazer do parque

proposto, por exemplo

materiais apropriados

207 - good materials

uso de materiais ecologicamente corrretos

- associar materiais de baixa necessidade de

manutenção, como o concreto, com materiais

sustentáveis, como a madeira, para a estrutura, a

fim de garantir um equilíbrio na longevidade e

qualidade arquitetônica do edifício



referências projetuais

figura 08. Vista dos pátios externos do DeDrie Hoven, de Hermann

Hertzberg, em Amsterdam. fonte: https://tinyurl.com/4xdzpc9z



vila dos idosos

24 25

Localizada no Bairro Pari, a Vila dos Idosos integra

o programa Morar no Centro e é fruto da ação

conjunta da COHAB (Companhia Metropolitana

de Habitação de São Paulo) com a SEHAB (Secretaria

Municipal de Habitação da Prefeitura de São

Paulo) - também tem parceria com entidas públicas

e privadas. É uma resposta à demanda habitacional

e o plano foi de construir um conjunto

habitacional exclusivo para idosos, dentro do Programa

de Locação Social (10 a 15% da renda dos

moradores, que deve ser de, no máximo, três salários

mínimos). Organizado em terreno complexo

e em quatro pavimentos, o objetivo do projeto é

promover uma maior quantidade e variedade de

contatos da vizinhança com o conjunto e entre ele

e a cidade. Levou-se em consideração as condições

econômicas dos moradores e suas limitações

orçamentárias e, por isso, utilizou-se materiais

de alta durabilidade e pouca necessidade de

manutenção. Possui 25% das unidades acessíveis

e outras facilmente adaptáveis, e a venda das unidades

é proibida.

figuras 09, 10, 11 e 12. Fotos da Vila dos Idosos,

de Vigliecca&Associados, em São Paulo.

fonte: https://tinyurl.com/2p8pywuu

características aluguel social. diferentes tipolorelevantes

gias de apartamentos, implantapara

o projeto ção abraçando o existente, bancos

na entrada das unidades,

conformando espaços de convivência,

salas multiuso, apoio

médico e social aos moradores,

áreas de convívio espalhadas

pelos pavimentos

figuras 13 e 14. Plantas dos apartamentos-tipo

da Vila dos Idosos.

fonte: https://tinyurl.com/2p8pywuu

arquitetes

Vigliecca & Associados

local

São Paulo, SP

data 2003-2007

4 4 4 4 4

acesso

2 circulação

1 área salão verde

festas

2 circulação sala convivência vertical

acesso

circulação

acesso

2circulação

área

terreno 7.278 m²

construída 13.400 m²

7

convivência

multiuso

3 técnica administração

4 serviços sala multiuso

5 sala de TV

convivência

multiuso

área verde

convivência

multiuso

área verde

pavimentos térreo + 3

capacidade

programa

145 unidades, sendo

57 apartamentos 1 quarto de 42m²

88 monoambientes de 30m²

salas TV e jogos, salas multiuso,

salão comunitário (com cozinha),

quadra de boche, área verde,

horta comunitária, apartamentos

materialidade concreto, vidro, aço

1

6

2

2 3

6 espelho d’água

7 Biblioteca Pública

Adelpha Figueiredo

circulação vertical

técnica

serviços

monoambientes

de 30 m²

apartamentos

de 42 m²

2 5

técnica

serviços

2

figuras 15 e 16.

Plantas do térreo e

do pavimento-tipo,

respectivamente.

fonte: https://tinyurl.

com/2p8pywuu

0 5 30m



cidade madura

26 27

acesso

área verde

acesso

acesso

O Programa Habitacional Cidade Madura, desenvolvido

pela CEHAP (Companhia Estadual de

Habitação Popular) do Estado da Paraíba, é o primeiro

condomínio público exclusivo para idosos

e pensado, desde a etapa de projeto, para atender

suas necessidades e respeitar seus direitos,

de modo a favorecer sua dignidade e autonomia.

A sede de João Pessoa foi a primeira, inaugurada

em 2014, e serviu de modelo para outras espalhadas

pelo território paraibano e para outros modelos

pelo Brasil. Ela conta com 40 unidades residenciais

de 54 m² cada e pode acomodar um ou

dois idosos (casal) - a presença da família é liberada

apenas para visitas. No centro da implantação,

fica a área de convivência e de apoio à saúde,

onde tem apoio médico e social. O público alvo

é de idosos (60 anos ou mais), sem oportunidade

de qualidade de vida, com renda de até 5 salários

mínimos e com autonomia para realizar atividades

diárias. Quando o idoso a perde, é encaminhado

para uma ILPI (Instituição de Longa Permanência

para Idosos).

características implantação vencendo desnível,

relevantes layout dos ambientes internos,

para o projeto horta no chão e elevada (facilitando

a manutenção), academia,

centro de saúde para atendimento

dos residentes, terraço na

entrada das casas, redário

arquitetes

local

Júlio Gonçalves e Rafaela Guedes

João Pessoa, PB

data 2011-2014

figuras 17, 19 e 20.

Fotos da Cidade Madura,

projeto do Estado da Paraíba.

fonte: https://tinyurl.com/ymjjkz2c

circulação acesso figuras 18. Planta das unidades

da Cidade Madura.

convivência

circulação

fonte: https://tinyurl.com/2p9ajyky

multiuso convivência

multiuso

circulação área 1 verde guarita vertical

técnica circulação 2 praçavertical

serviços técnica 3 horta

serviços 4 academia

5 redário

6 núcleo saúde

7 convivência

8 salas multiuso

0 5 20m

0 5 20m

figuras 21.

Implantação da Cidade Madura,

projeto do Estado da Paraíba.

fonte: https://tinyurl.com/2rvcrtsb

circulação acesso

convivência

circulação casas

multiuso convivência academia

área multiuso convivência verde

circulação área área verde verde vertical

técnica circulação vertical

serviços técnica

serviços

circulação acesso

convivência

circulação

multiuso convivência

1

área multiuso verde

técnica área verde

serviços técnica

serviços

2

2

área

terreno 50.700 m²

construída 17.300 m² + 33.400 m² (expansão)

2 3

pavimentos

térreo

capacidade 40 casas de 54m²

programa

praça, horta comunitária (elevada),

equipamentos de ginástica,

redário, centro de convivência,

núcleo de saúde, guarita, pista

de caminhada, casas individuais

materialidade tijolo, telha cerâmica, concreto,

vidro

0 5 20m

4

6 7 8

5

5



hiléa center

28 29

Apesar de já ter encerrado suas atividades (por

questões administrativas) e de ser um projeto de

alto padrão e privado (que não será a proposta do

projeto), o Hiléa é um empreendimento referência

em sua qualidade arquitetônica e foi um dos

primeiros centros de vivência no Brasil. Era dirigido

a pessoas da terceira idade e especializado

em pessoas com mal de Alzheimer. Integrando

as funções de residencial com serviços, o edifício

era organizado em dois blocos: um horizontal,

com espaços de convivência e serviços, e um

vertical, sobreposto ao horizontal, destinado aos

quartos privados e, na cobertura, uma UTI, com

janelas voltadas para o jardim - permitindo que o

paciente tenha contato com o exterior. Os quartos

são privados e suítes, sem cozinha e estão organizados

em um corredor com posto de enfermagem

no centro, controlando também quem acessa

o pavimento. É interessante notar que, apesar

de ser de alto padrão, não permitia a personalização

do espaço e havia uma “uniformização” dos

pacientes, tirando suas singularidades.

características organização do espaço e fluxos,

relevantes amplo espaço de convivência,

para o projeto consultórios de especialistas no

espaço, sala de baile e eventos,

UTI atendendo diferentes desabilidades,

salão simulando um

centro antigo, cinema, academia

arquitetes

figuras 22, 23 e 24.

Fotos do Hiléa Center, projeto

de Aflalo&Gasparini Arquitetos.

fonte: https://tinyurl.com/335rd5be

Aflalo & Gasparini Arquitetos

acesso

circulação

convivência

multiuso

1 área recepção verde

2 circulação hall elevadores vertical

3 técnica salão de baile

4 serviços convivência

5 refeitório

6 manobra

7 cozinha

8 apoio

9 consultórios

10 simulação

11 varanda

acesso

circulação

convivência

multiuso

área área verde verde

circulação vertical vertical

técnica técnica

serviços serviços

a

c

c

m

á

t

s

local

São Paulo, SP

12 quartos individuais

data 2007-2008

área

terreno 2.600 m²

construída 13.400 m²

pavimentos

capacidade

térreo + 7 + 3 subsolos

119 quartos + 7 quartos UTI

7

8

2 3

1

11

7

4

8

2

1

9 9 9 9

9 9 9

8

12

8

1

2

8

programa

livraria, cinema, sala de costura

(simulação de centro antigo),

áreas de convivência, “clube”,

sala de baile, refeitório, cozinha,

bar, consultórios médicos,

suítes (sem cozinha), quartos UTI

materialidade concreto, vidro, aço, madeira

5

4

6

10

11

figuras 25, 26 e 27.

Plantas do térreo, primeiro pavimento

e pavimento-tipo do

Hiléa Center, respectivamente.

fonte: https://tinyurl.com/335rd5be

0 1 5m

0 1 5m 0 1 5m

0 1 5m



30 31

figura 28. fonte: https://tinyurl.com/yc8k8xtm figura 29. fonte: https://tinyurl.com/yc43secn figura 30. fonte: https://tinyurl.com/r7m3ka4d figura 31. fonte: https://tinyurl.com/98ryh8nh figura 32. fonte: https://tinyurl.com/4d3422yf figura 33. fonte: https://tinyurl.com/3sejcryb

nome

arquitetes

local

data 2017

Centro de Atenção aos Idosos

Skärvet

Kjellander Sjöberg

Växjö, Suécia

área 5.500 m²

tipologia

pavimentos térreo + 3

capacidade

programa

centro geriátrico, habitação coletiva

72 suítes

estufa, sala de estar e jantar

compartilhadas, sala de reunião,

conservatório, sala de fisioterapia,

praça central, suítes individuais

características parte de um novo distrito que

relevantes conectará novas partes da cidade,

para o projeto futura implantação tipo vila, áreas

de convivência com cozinha, sala

e varada, iluminação natural

materialidade azulejos, chapas de cobre, vidro

nome

arquitetes

local

data 2018

área 3.932 m²

tipologia

Moradia para Idosos Huningue

Dominique Coulon & Associés

Huningue, França

pavimentos térreo + 1

habitação coletiva

capacidade 25 apartamentos de 50 m²

programa

sala de informática, ateliê, oficinas,

restaurante, horta, quadra de

petanca, biblioteca, áreas de

convívio

características conexão visual com o exterior,

relevantes materiais locais, aconchegantes e

para o projeto com valor histórico, generosas

áreas de convivência, planta dos

apartamentos, possibilidade de

ocupá-los com objetos pessoais

materialidade concreto colorido, piso cerâmico,

madeira, vidro

nome

arquitetes

local

data

área

tipologia

Eyckstaete

SeARCH

Amsterdam, Holanda

concurso 2020 - fase de projeto

não informado

habitação coletiva

pavimentos térreo + 4

capacidade

programa

não informado

não informado

características estrutura de madeira, módulos pré

relevantes fabricados (layout e uso flexível)

para o projeto tratamento sensível (atendimento

domiciliar, acompanha o envelhecimento

e necessidades), parque

fazendo a conexão com o entorno

e com o resto da cidade, conexão

intergeracional, sustentável

materialidade madeira, vidro

nome

arquitetes

local

Centro-dia para Idosos

BCQ Arquitectes

Barcelona, Espanha

data 2005-2008

área 1.144 m²

tipologia

pavimentos

capacidade

programa

centro dia, centro geriátrico

térreo + 1 + 1 subsolo

não informado (apenas passar o dia)

salas de aula, auditório, salas de

convívio, área de exposiçao, salas

multiuso, salas de reunião

características implantação aproveitando vazios

relevantes do parque, fazendo a conexão com

para o projeto este, edifício como portal e térreo

permeável, mirante, uso de mate

riais existentes no local, brises

protegendo fachadas expostas

materialidade tijolo, madeira, vidro, concreto, aço

nome

arquitetes

local

data 2014

Centro de Atividades Senior Guangxi

Atelier Alter Architects

Nanning, China

área 17.576 m²

tipologia

pavimentos

capacidade

programa

centro dia, centro geriátrico

térreo + 6 + 1 subsolo

não informado (apenas passar o dia)

quadras, piscina, sala de aula de

culinária, cozinha, refeitório, salão de

festa, salas multiuso, salas de jogos

(tênis de mesa, ping pong, luta etc)

academia, karaokê, biblioteca

características acomodação nos desníveis do terrelevantes

reno, programa extenso de acolhipara

o projeto mento, estímulo à diversas atividades,

amplas áreas de convívio,

forma, brises protegendo a fachada,

coberturas e platôs orgânicos

materialidade madeira, vidro, concreto, aço

nome

arquitetes

local

data 2003

área -----

tipologia

pavimentos

capacidade

programa

Hospitais da Rede Sarah

Atelier Alter Architects

Brasília, DF - Asa Sul e Lago Norte

hospital

variado

180 leitos internação

ambulatório, laboratórios, ginásio

para fisioterapia e hidroterapia, internação,

leitos hospital-dia, instalação

para acompanhantes, centro de estudos,

biblioteca, residência professores

visitantes, auditório fechado e

ar livre, oficinas profissionalizantes

características implantação em terreno com declirelevantes

vidade acentuada (+20 m), programa

para o projeto espalhado em diferentes cotas, conexão

e caminhos entre edifícios,

visuais valorizadas, iluminação e

ventilação naturais, conforto térmico



33

teóricas

REFERÊNCIAS

referências

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NITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC

nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível em:

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ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SA-

NITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC nº

283, de 26 de setembro de 2005. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/

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centro de acolhimento para idosos

02


sumário

análise regional 4

localização

Santa Bárbara d’Oeste

análise do entorno 12

zoneamento

usos do solo urbano

residenciais para idosos

recepção regional

análise do lugar 22

Usina Santa Bárbara

tombamento

situação atual

caderno 02 | o lugar

Thaís Soares Menegali | RA 226155

Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina

Universidade Estadual de Campinas

Arquitetura e Urbanismo | TFG 2020

figura 01. Capa.

fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2



análise regional

figura 02. Por do sol em Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: https://tinyurl.com/2ctep8b4



localização

Segundo Pires (2007), a expansão urbana e, consequentemente,

a consolidação das metrópoles

acompanhou a industrialização. Nos países periféricos

do capitalismo, a concentração da produção

industrial era predominantemente nas áreas

metropolitanas - como é o caso da formação da

região metropolitana de São Paulo. Apenas nos

anos 1970, há uma desconcentração da indústria

e interiorização do desenvolvimento econômico

paulista, que privilegia a expansão metropolitana

de Campinas e atrai para esta região investimentos

e novos habitantes. Campinas, a cidade sede,

ultrapassa seus limites e influencia a formação de

um conglomerado de cidades, baseado na dinâmica

regional que a particularidade de cada uma

proporciona (SEPLURB, 2006).

Ainda no período de 1970 até 2000, enquanto

Campinas passa por um processo de concentração

de atividades de comércio e serviços, também

ocorre a desconcentração de sua população, e o

entorno metropolitano passa a registrar taxas de

crescimento mais elevadas do que a sede. Nesse

movimento, destaca-se o rápido desenvolvimento

e a expansão urbana de Americana e de seu

entorno imediato, Santa Bárbara d’Oeste e Nova

Odessa. Na década de 70, observa-se a conurbação

de Americana com estas duas cidades.

Em 2000, cria-se, então, a Região Metropolitana

de Campinas (RMC). Atualmente, é formada por

vinte municípios e é a segunda maior região metropolitana

do Estado de São Paulo em população,

com mais de 3,2 milhões de habitantes, de

acordo com a previsão para 2020 da Agemcamp

(Agência Metropolitana de Campinas). Consiste

em um pólo com diversificada produção industrial,

científica e tecnológica, além de significativas

atividades agrícolas, o que garante que sua

economia seja forte e diversificada, com Produto

Interno Bruto (PIB) correspondente a 8,3% do PIB

paulista e 2,7% do PIB nacional em 2013 (AGEM-

CAMP, 2021).

Com área aproximada de 3.790.000 km², a estimativa

populacional do IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística) para 2016 apontou

que 1,5% da população do país morava em uma

das vinte cidades da RMC. Esse desenvolvimento

da ocupação urbana e da consolidação da sua

economia foi possível graças ao amplo sistema

viário que corta a região. No passado, devido a

sua localização e aspectos físico-ambientais, foi

um local privilegiado para o cultivo de cana de

açúcar e, posteriormente, café - o que consolidou

a ligação da região com São Paulo, e daí com o

porto de Santos e o Vale do Paraíba, além de criar

condições necessárias para o desenvolvimento

industrial da região. Atualmente, ainda mantém

posição estratégica dentro da lógica de fluxos de

produção e escoamento e, de sua ampla malha

viária, destacam-se as Rodovias dos Bandeirantes

e Anhanguera, que conectam a capital com o

Estado de São Paulo

0 50 100km

RMC

6

SANTA

BÁRBARA

D’OESTE

AMERICANA

Rod. Luis de Queiroz

NOVA ODESSA

SUMARÉ

MONTE MOR

Região Metropolitana de Campinas

0 2 10km

0 50 100km

ENGENHEIRO

COELHO

HORTOLÂNDIA

INDAIATUBA

ARTHUR NOGUEIRA

COSMÓPOLIS

PAULÍNIA

HOLAMBRA

Rod. dos Bandeirantes

Rod. Dom Pedro I

JAGUARIÚNA

CAMPINAS

Rod. Anhanguera

SANTO

ANTÔNIO

DA POSSE

VALINHOS

VINHEDO

PEDREIRA

ITATIBA

MORUNGABA

interior do estado, e a Rodovia Dom Pedro I, que

liga a região com o Vale do Paraíba (AGEMCAMP,

2021).

As cidades escolhidas para serem contempladas

pelo projeto são Santa Bárbara d’Oeste,

Americana, Nova Odessa e Sumaré. O projeto do

centro de acolhimento será implantado na cidade

de Santa Bárbara d’Oeste e tem como intenção

atender estas cidades limítrofes e cujas malhas

urbanas encontram-se conurbadas atualmente.

De acordo com o relatório do IBGE de Regiões de

influência das cidades de 2018, o Arranjo Populacional

de Americana - Santa Bárbara d’Oeste/

SP é um exemplo de Capital Regional, pois possui

população elevada e produção industrial significativa,

mesmo sem ter nenhuma cidade subordinada.

figura 03. Mapa do Estado de São Paulo, em

destaque a Região Metropolitana de Campinas

.

figura 04. Mapa da Região Metropolitana de Campinas,

em destque a cidade de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: base Emplasa editada pela autora.



santa bárbara d’oeste

8

Usina Santa Bárbara

Limite Municipal

Santa Bárbara d’Oeste está localizada nas proximidades

da bacia do Rio Piracicaba, região que,

entre os séculos XVII e XVIII, formou importantes

estradas fluviais para o deslocamento de colonizadores

portugueses e, assim, diversas sesmarias

foram concedidas com o intuito de ocupar

esta região. Então, desde o século XVIII, a região

foi destaque na produção de cana de açúcar (e,

posteriormente, café), o que proporcionou um

desenvolvimento econômico e político dessa região

- conhecida como “quadrilátero do açúcar”,

formada por Piracicaba, Campinas, Itu e Mogi Mirim,

cidades que circundam Santa Bárbara d’Oeste

(FRÓES, 2018).

Em 1810, com o início da construção de uma

estrada ligando a Freguesia de Santo Antônio

de Piracicaba à Vila de São Carlos de Campinas,

descobriu-se uma região com terras férteis e com

água abundante, própria para o cultivo de cana

de açúcar e cereais. Assim, novas sesmarias foram

demarcadas a fim de serem agora comercializadas.

Do que se tem notícia, Dona Margarida da

Graça Martins foi a única mulher na história brasileira

a ter interesse em adquirir uma sesmaria.

Ela era filha única de Anna Maria Cardosa e do

sargento-mor Manuel José da Graça e, durante o

período em que seu pai esteve doente, geriu o

engenho da família em Santos. Este era o Engenho

São Jorge dos Erasmos, o primeiro engenho

brasileiro, construído por volta de 1534 na primeira

colonização portuguesa, na Capitania de São Vicente.

Essa experiência foi decisiva para seu futuro

e o da sesmaria que viria a ocupar (FUNDAÇÃO

ROMI, 2021).

Recém viúva e com quatro filhos pequenos,

mudou-se, em 1817, para a região e estabeleceu

uma fazenda com engenho de açúcar e fundou

um pequeno povoado. Em 1818, doou terras para

a Cúria Paulistana para a construção de uma capela

no local - na época, o primeiro passo para

transformar um povoado em freguesia e, posteriormente,

em vila e cidade -, dedicada à Santa

Bárbara, santa a qual era devota e que, em 1946,

nomearia a agora cidade de Santa Bárbara d’Oeste.

Entretanto, considera-se a data de 4 de dezembro

de 1818 (data de comemoração litúrgica

da padroeira), como a fundação da cidade, a primeira

e uma das únicas fundada por uma mulher

no Brasil (MARTINS; MARTINS, 2018).

Outro fator importante para a consolidação da

cidade foi o intenso movimento imigratório que a

cidade recebeu a partir de 1965, primeiro de norte

americanos fugindo da Guerra de Secessão,

e depois de imigrantes europeus. A vinda destes

se dá por meio de incentivos dos governos federal

e estadual, visando substituir a mão de obra

escrava. Esse movimento coincidiu com uma expansão

urbana da cidade, fruto da instalação de

ferrovias na região e da Estação de Santa Bárbara,

em 1875, no ramal que ligava Campinas à Rio

figura 05. Mapa da cidade de Santa Bárbara d’Oeste,

em destaque o Perímetro Urbano e suas UITs.

fonte: base Emplasa editada pela autora.

Perímetro Urbano

Santa Bárbara d’Oeste

0 1 5km

UIT 7 | Caiubi

UIT 2 | Norte

UIT 1 | Centro

UIT 5 | Sul

UIT 6 | Represa

UIT 3 | Leste

UIT 4 | Industrial

Santa Bárbara d’Oeste

Perímetro urbano

0 1 3km



10 2000

Estado de São Paulo

2010

Mais de 100 anos

1.933

0,0%

0,0%

2.524

917

0,0%

0,0%

2.317

95 a 99 anos

3.492

0,0%

0,0%

6.698

4.534

0,0%

0,0%

12.323

90 a 94 anos

11,784

0,0%

0,1%

23.628

20.758

0,1%

0,1%

45.806

Claro (essa estação daria origem, posteriormente,

ao município lindeiro de Americana). A malha

ferroviária também tinha a finalidade de escoar a

produção açucareira que crescia constantemente

devido à instauração de importantes engenhos na

cidade - entre eles, a Usina Santa Bárbara, local

de implantação do projeto. A cidade chegou a ficar

conhecida como “Pérola Açucareira” na época,

tamanha importância das usinas de açúcar

e álcool para a expansão da cidade. Na primeira

metade do século XX observou-se a implantação,

além das grandes usinas que formaram o alicerce

consolidação da cidade. Além disso, apresenta

um forte caráter industrial, continuando com perfil

diversificado, e é hoje uma das principais forças

econômicas da RMC (SANTA BÁRBARA D’OESTE,

2021).

A análise populacional de Santa Bárbara d’Oeste

revela que, comparando os dados do Censo de

2000 e 2010, a população está em processo de

envelhecimento. Isso é indicado pelo alargamento

da pirâmide etária nas faixas da fase adulta, isto

é, entre os 20 e 49 anos. Esse fenômeno é fruto

de diversos fatores combinados, como a redução

85 a 89 anos

80 a 84 anos

75 a 79 anos

70 a 74 anos

65 a 69 anos

60 a 64 anos

55 a 59 anos

50 a 54 anos

45 a 49 anos

40 a 44 anos

35 a 39 anos

30 a 34 anos

25 a 29 anos

20 a 24 anos

15 a 19 anos

10 a 14 anos

5 a 9 anos

0 a 4 anos

39.003

85.479

167.939

281.136

374.521

488.217

597.226

818.855

1.029.684

1.241.184

1.400.360

1.492.773

1.586.803

1.757.537

1.817.616

1.710.336

1.609.522

1.623.963

0,1%

0,2%

0,5%

0,8%

1,0%

1,3%

1,6%

2,2%

2,8%

3,4%

3,8%

4,0%

4,3%

4,7%

4,9%

4,6%

4,3%

4,4%

0,2%

0,4%

0,6%

1,0%

1,2%

1,5%

1,8%

2,4%

3,0%

3,6%

4,0%

4,2%

4,4%

4,8%

4,9%

4,5%

4,2%

4,2%

71.303

137.037

235.480

365.634

456.341

564.808

662.467

882.144

1.101.778

1.325.648

1.491.377

1.546.059

1.619.743

1.777.856

1.822.555

1.673.654

1.558.105

1.568.201

63.558

150.452

246.532

371.655

499.180

705.940

930.303

1.149.501

1.308.852

1.444.231

1.549.270

1.741346

1.881.495

1.835.222

1.667.482

1.687.826

1.457.203

1.361.616

0,2%

0,4%

0,6%

0,9%

1,2%

1,7%

2,3%

2,8%

3,2%

3,5%

3,8%

4,2%

4,6%

4,4%

4,0%

4,1%

3,5%

3,3%

0,3%

121.030

0,6%

246.113

0,9%

354.796

1,2%

484.550

1,5%

609.906

2,0%

831.069

2,6%

1.057.688

2,1%

1.286.603

3,5% 1.444.270

3,7% 1.536.444

4,0% 1.634.852

4,4% 1.815.101

4,6% 1.908.293

4,4% 1.802.466

4,0% 1.636.426

4,0% 1.637.087

3,4%

1.403.430

3,2%

1.313.756

industrial, de uma indústria buscando a diversifi-

da taxa de fecundidade e de mortalidade infantil,

Homens

Mulheres

Homens

Mulheres

cação, como as de maquinário agrícola e têxtil -

entre essas, destaca-se as Indústrias Romi, ainda

devido aos avanços da ciência e

Além disso, esse processo de envelhecimento

Santa Bárbara d’Oeste

presente na cidade e responsável pela criação da

Romi-Isetta, primeiro veículo de fabricação nacio-

acompanha o do estado de São Paulo, apresentando

maior quantidade de adultos do que o es-

Mais de 100 anos

95 a 99 anos

90 a 94 anos

5

7

37

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

8

21

60

2

16

59

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,1%

11

34

129

nal (MARTINS; MARTINS, 2018).

Atualmente, a cidade possui aproximadamen-

tado. Isso indica a validade do projeto, uma vez

que ele se faz cada vez mais útil ao longo prazo,

85 a 89 anos

80 a 84 anos

75 a 79 anos

144

317

666

0,1%

0,2%

0,4%

0,1%

0,3%

0,5%

196

432

800

244

613

1.061

0,1%

0,3%

0,6%

0,2%

0,5%

0,8%

400

874

1.486

te, 271.500 km², dentre os quais apenas 82 km²

corresponde ao perímetro urbano e os demais

pertencem à UIT (Unidade de Informação Territorializada)

“Represa”, com atividades predominantemente

agrícolas. De acordo com a estimativa

do IBGE para 2020, a população da cidade é de

194.390 habitantes e o grau de urbanização registrado

em 2018 é de 99,21% - um dos mais alto

da RMC, do estado de São Paulo e do Brasil -,

ou seja, menos de 1% da população barbarense

reside no campo que foi tão significativo para a

com o aumento do número de pessoas idosas

na cidade e na região - que apresenta comportamento

semelhante em suas pirâmides etárias.

figura 06. Primeiro mapa de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: Centro de Cultura Martha Watts (FROÉS, 2018)

figura 07. Comparativo das pirâmides etárias do

Estado de São Paulo e de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: https://tinyurl.com/yckk4xar - editada pela autora

70 a 74 anos

65 a 69 anos

60 a 64 anos

55 a 59 anos

50 a 54 anos

45 a 49 anos

40 a 44 anos

35 a 39 anos

30 a 34 anos

25 a 29 anos

20 a 24 anos

15 a 19 anos

10 a 14 anos

5 a 9 anos

0 a 4 anos

1.210

1.607

2.052

2.524

3.728

5.164

6.526

7.148

7.291

7.367

7.981

8.552

8.373

7.547

6.697

3,0%

3,8%

4,2%

4,3%

4,3%

4,7%

5,0%

4,9%

4,4%

3,9%

0,7%

0,9%

1,2%

1,5%

2,2%

Homens

0,8%

1,2%

1,4%

1,6%

2,1%

Mulheres

2,9%

3,9%

4,3%

4,4%

4,2%

4,6%

5,0%

4,8%

4,3%

3,8%

1.366

1.966

2.367

2.657

3.563

4.970

6.603

7.233

7.499

7.109

7.833

8.471

8.108

7.380

6.493

1.526

2.068

3.139

4.538

5.804

6.294

6.876

6.817

7.516

8.537

8.536

7.503

6.760

5.804

5.506

2,5%

3,2%

3,5%

3,8%

3,8%

4,2%

4,7%

4,7%

4,2%

3,8%

3,2%

3,1%

0,8%

1,1%

1,7%

Homens

1,1%

1,3%

1,9%

2,6%

3,5%

3,8%

3,9%

3,8%

4,1%

4,6%

4,6%

4,1%

3,6%

3,0%

2,8%

Mulheres

2.008

2.368

3.357

4.640

6.262

6.907

7.072

6.911

7.404

8.297

8.193

7.406

6.464

5.470

5.094



análise do entorno

figura 08. Praça Central Coronel Luiz Alves, em Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: https://tinyurl.com/5c2nz3ab



zoneamento

14

Ribeirão dos Toledos

Rod. Bandeirantes

A cidade de Santa Bárbara d’Oeste teve seu plano

diretor revisado em 2017 e dividiu o território

em três áreas: Área Rural (AR), Área de Proteção e

Recuperação de Mananciais (APRM) e Perímetro

Urbano (PU). O perímetro urbano foi dividido em

macrozonas, visando promover adequada ocupação

do espaço, identificar os vetores de crescimento

e estimular a ocupação de vazios de forma

equilibrada com a capacidade da infraestrutura

da cidade. O mapa ao lado marca as duas macrozonas

de expansão urbana (MEU-2 - Macrozona

de Expansão Urbana 2 e MEU-3 - Macrozona de

Expansão Urbana 3). As demais zonas demarcadas

de 1 a 7 pertencem à Macrozona de Urbanização

Consolidada (MUC), que compreende as

áreas urbanas ocupadas como consequência do

processo de parcelamento do solo, com infraestrutura

e equipamentos públicos.

Usina Santa

Bárbara

Residencial Dona

Margarida

Jardim

Firenze

O terreno escolhido - a Usina Santa Bárbara -

está localizado dentro do perímetro urbano e

dentro da UIT 1 - Centro. No passado, este lugar

era distante do centro da cidade e o acesso dava-se

por meio de transporte público, mas, com

o passar do tempo, a cidade foi se expandindo

e alcançando cada vez mais a usina. Em 2006, o

loteamento Residencial Dona Margarida foi aprovado

e, anos depois, o Jardim Firenze. Ambos vivem,

atualmente, um aumento de sua população

com a construção de novos edifícios nos terrenos

lindeiros à SP-306 - Rodovia Luís Ometo - que alteram

a paisagem do entorno da usina. Ademais,

o terreno está localizado na MEU-2, que compreende

as áreas de expansão contíguas às já consolidadas,

ainda internas ao perímetro urbano, e que

são destinadas a fins residenciais, comerciais, de

serviços e industriais.

AMERICANA

Rodoterminal

Metropolitano

figura 09. Vista aérea de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: https://tinyurl.com/25t26djs - editada pela autora

figura 10. Zoneamento de Santa Bárbara d’Oeste,

de acordo com o Plano Diretor de 2017.

fonte: desenvolvido pela autora a partir de base

municipal, imagens de satélite e Froés (2018).

SP-304 | Rodovia

Luis de Queiroz

Rod. Margarida da

Caminho dos Flamboyants

Graça Martins

Rod. Luis Ometo

Av. Tiradentes

R. Floriano Peixoto

Av. Monte Castelo

R. Duque de Caixias

R. 15 de Novembro

Av. Corifeu Marques

Ribeirão dos Toledos

MEU-2

MEU-3

MEU-3

Usina Santa Bárbara

Z1 | zona central

Z2 | zona estritamente residencial

0 150 500m

Z3 | zona mista - residencial e comercial

0 150 500

Z4 | zona mista comerial áreas verdes

Z5 | zona mista - comercial, seviços e indústrias não incômodas

Z6 | zona industrial

Z7 | zona especial

Rod. Comendador A. E. Romi

Rod. Luis de Queiroz

MEU2 | macrozona de expansão urbana 2

MEU3 | macrozona de expansão urbana 3



E

usos do solo urbano

No mapa ao lado, é possível observar que a usina,

antes afastada do núcleo urbano, hoje está ticularidades, como o Museu da Imigração, abri-

visam resguardar a história da cidade e suas par-

conectada a ele. Porém, nota-se que, além das gado na antiga Casa de Câmera e Cadeia, edifício

áreas destinadas ao cultivo de cana a oeste e norte

dela e a área verde do Residencial Dona Mar-

Victor Dubugras, o Museu da Água, que valoriza

de estilo eclético projetado pelo arquiteto francês

garida, que circunda o Caminho dos Flamboyants esse abundante e importante recurso para a cidade,

e a Estação Cultural, abrigado na antiga esta-

(antigo acesso à usina), não há significativas áreas

verdes públicas próximas ao terreno escolhido. ção ferroviária de Santa Bárbara d’Oeste (uma vez

Apenas próximo ao centro da cidade é que existem

dois grandes parques, que foram reabilitados na Santa Bárbara, em 1995) e que promove diver-

que esta foi desativada no mesmo ano que a Usi-

recentemente, o Parque dos Ipês e o Parque Araçariguamatruída

uma nova sede para a biblioteca da cidade

sas atividades culturais. Recentemente, foi cons-

Na área da saúde, a cidade possui uma estrutura e o antigo edifício desta abriga agora o Centro de

significativa: existem doze postos médicos espalhados

pela malha urbana, um centro médico de o Centro de Documentação da Fundação Romi.

Memória da cidade, que dialoga com o CEDOC,

especialidades e dois pronto socorros - no mapa, Além disso, a cidade possui o Teatro Municipal

está marcado o do Hospital Santa Bárbara, que Manoel Lyra, amplamente conhecido na região.

tem fácil acesso pela rodovia Margarida da Graça

Martins e avenida Monte Castelo até o sítio do SP-135 - Margarida da Graça Martins e SP-306 -

Ademais, no que tange o transporte, as rodovias

projeto, ponto importante para a implantação de Luís Ometo fazem uma separação marcante da

um centro de acolhimento para idosos (próximo usina com o centro da cidade, o que dificulta a

a ele também existe o hospital particular da Unimed).

O mapa também marca a posição de duas local do projeto - por isso, é preciso analisar solu-

travessia do pedestre e, assim, o acesso deste ao

das cinco casas de repouso existentes na cidade. ções e estratégias para promover esse novo eixo

A área de educação também merece destaque. de circulação. A rodovia Luís Ometo corresponde

A cidade conta com 43 unidades escolares de também a uma das entradas do Corredor Metropolitano

Vereador Biléo Soares, que conecta ci-

educação municipal, 35 escolas estaduais, uma

escola de ensino especial, três escolas técnicas e dades da RMC.

profissionalizantes e três faculdades particulares.

Em relação à cultura, a cidade possui museus que

16

figura 11. Uso do solo de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: desenvolvido pela autora a partir de base

municipal, imagens de satélite e Froés (2018).

1

2

A

B

C

E

F

M

P

R

T

Usina Santa Bárbara

Rod. Bandeirantes

Ribeirão dos Toledos

Asilo São Vicente de Paulo

Casa de Repouso Espaço & Vida

Hospital Santa Bárbara

Unidade Básica de Saúde | UBS

Centro Médico de Especialidades

Academia ao ar livre

Biblioteca Municipal

Clubes particulares

Escolas

Faculdade Unimep

Museus

Prefeitura

Rodoterminal Metropolitano

Terminal Municipal

Áreas verdes públicas

Ribeirão dos Toledos

Rodovias

Vias coletoras

Vias arteriais

Corredor Metropolitano

Torres de alta tensão

0 150 500m

0 150 500

Rod. Margarida da

Caminho dos Flamboyants

Graça Martins

A

R

2

Rod. Luis Ometo

F

Av. Tiradentes

P

E

E

C

E

R. Floriano Peixoto

A

A

E

M

C

E

A

Av. Monte Castelo

E

Rod. Comendador A. E. Romi

E

B

T

M

E

E

M

E

R. Duque de Caixias

CENTRO

1

E

R. 15 de Novembro

E

A

A

Av. Corifeu Marques

Rod. Luis de Queiroz

Ribeirão dos Toledos



residenciais para idosos

18

Atualmente, a cidade de Santa Bárbara d’Oeste

possui cinco instituições de longa permanência.

tos entre homens e mulheres, divididos em duas

casas (uma para cada sexo), porém com convívio

figura 12. Salão simulando um centro antigo,

no residencial para idosos Hiléa Center.

fonte: https://tinyurl.com/335rd5be

Quatro delas são particulares e apenas o Asilo

São Vicente de Paulo é uma instituição sem fins

lucrativos, funcionando em parceria com o município.

Porém, todas estão localizadas em residências

que não foram projetadas e construídas com

essa finalidade - são espaços adaptados para receber

tal uso.

As outras quatro instituições são denominadas

“casas de repouso” e com opções diferentes de

internação. A maior delas é a Casa de Repouso

Espaço e Vida, com capacidade para 36 moradores

(misto entre homens e mulheres) e recebe

idosos não residentes para passarem o dia no local.

Localizada no km 24 da Rodovia Luís Ometo,

conjunto. A residência existente foi adaptada seguindo

a RDC50 e conta com quartos de 2, 3 ou 4

camas e um banheiro para cada 4 quartos.

figura 13. Mapa das Casas de Repouso

e Asilo de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: desenvolvido pela autora a partir de base

municipal, imagens de satélite e Froés (2018).

Casa de Repouso Estrela Viva

localizado em um bairro de

chácaras, é uma casa de repouso

particular, com opção de internação

provisória ou definitiva

3

Casa de Repouso Espaço e Vida

jnfpnimfmfosf

inifnifnisnfs

oifj0fjoofmosmfs

invidnvivd

2

1

Asilo São Vicente de Paulo

instituição sem fins lucrativos e

em parceria com o governo

municipal, tem foco no atendimento

de longa permanência

4

5

a casa é particular, permite a internação provisória

ou definitiva, e conta com uma pequena área externa

pavimentada e área verde.

A Casa de Repouso Estrela Viva é a mais afasta-

Usina Santa Bárbara

da do centro da cidade e está localizada em um

bairro de chácaras, à oeste da cidade. Conta com

equipe multidisciplinar, quartos coletivos de 3 ou

5 camas e recebem moradores provisórios ou definitivos.

Também recebem idosos para passarem

o dia, no sistema chamado “escolinha”.

Depois, há a Casa de Repouso Minh’Alma, também

particular e com o regime de residentes

(apenas definitivos) ou “creche”, onde o idoso

pode passar o dia no local. São 17 residentes mis-

1

2

3

4

5

Asilo São Vicente de Paulo

Casa de Repouso Espaço & Vida

Casa de Repouso Estrela Viva

Casa de Repouso Rosa dos Ventos

Casa de Repouso Minh’Alma

Perímetro urbano

0 1 3km

Casa de Repouso Rosa dos Ventos

jnfpnimfmfosf

inifnifnisnfs

oifj0fjoofmosmfs

invidnvivd

Casa de Repouso Minh’Alma

particular, a casa comporta 17

pessoas, entre homens e mulheres,

e tem sistema de “creche” de

12h, além dos residentes



recepção regional

20

mapa RMC - metropolitano

Na extremidade sul da rodovia Luís Ometo está

localizado o Rodoterminal Metropolitano de Santa

Bárbara d’Oeste, que pertence ao Corredor

Metropolitano Vereador Biléo Soares. Em sua

fase final, este corredor conectará as cidades de

Campinas, Monte Mor, Hortolândia, Sumaré, Nova

Odessa, Americana e Santa Bárbara d’Oeste, prevendo

uma economia de tempo de viagem em

20% e atendendo 248 mil passageiros diariamente

(FRÓES, 2018).

Essa conexão mais veloz com outras cidades da

RMC, principalmente Americana, Nova Odessa e

Sumaré, permite fácil acesso dos moradores destes

lugares ao terreno do projeto proposto, além

dos próprios moradores de Santa Bárbara d’Oeste,

que residem em regiões mais distantes da

cidade. O Rodoterminal Metropolitano de Santa

Bárbara d’Oeste funcionará, então, como porta de

entrada do projeto para visitantes de outras cidades

e, para maior conforto destes, será proposto

um novo transporte que os leve até o centro de

acolhimento para idosos.

figura 14. Vista aérea de Santa Bárbara d’Oeste.

fonte: https://tinyurl.com/yckyp456

figura 15. Corredor Metropolitano Biléo Soares.

fonte: https://tinyurl.com/ye77zy4j



análise do lugar

figura 16. Caminho dos Flamboyants, antigo acesso à Usina Santa Bárbara.

fonte: https://tinyurl.com/y7r6cek7



usina santa bárbara

24 25

Desde a história de vida de sua fundadora, Santa

Bárbara d’Oeste tem sua história e economia diretamente

conectada à cana e às usinas de açúcar

e álcool. Após 60 anos da instauração do primeiro

engenho de cana de açúcar pela fundadora da

cidade, Dona Margarida da Graças Martins, o Major

João Frederico Redher, um imigrante alemão,

comprou do Barão de Tatuí, em 1877, terras a 2km

do centro da cidade, que viriam a ser denominadas

Fazenda São Pedro (MARTINS; MARTINS,

2018). De acordo com Quecini (1999), há relatos

de que, desde 1812, havia nestas terras um rústico

moedor de cana, movido por animais, que

produzia uma pequena quantidade de caldo de

cana para consumo próprio das famílias. Mas, em

1883, foi inaugurado neste lugar o primeiro grande

engenho do município e, em 1902, foi criada a

primeira destilaria de álcool.

O desenvolvimento da cultura canavieira e a

prosperidade dos negócios atraíram um grupo

francês interessado em investir em uma usina de

açúcar e em uma linha férrea. Em 1913, a família

Rehder associou-se ao grupo e instauraram a

Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola Santa

Bárbara, a fim de escoar a produção da Usina

(FRÓES, 2018). Por essa ferrovia, chegam os materiais,

equipamentos e maquinários importados

da França para a construção de novos edifícios

industriais, que substituiriam a destilaria e dariam

origem a uma usina de cerca de 2.630 m² - construída

em aproximadamente oito meses, tempo

recorde para construções desta tipologia na

América do Sul. Este novo empreendimento diferenciava-se

do anterior pelo forte caráter industrial,

grandes dimensões e maior escala de produção,

além da complexidade do sistema produtivo,

que passava a moer de 500 a 600 toneladas de

cana por dia e produzindo mais de 130 mil sacos

de açúcar anualmente (na época, estado de São

Paulo produzia aproximandamnte 400 mil sacos

por ano, o que evidencia o caráter ambicioso do

novo projeto da Usina Santa Bárbara) (CAMPAG-

NOL, 2008).

Os novos edifícios destinados à usina, a linha férrea

e a construção das casas dos colonos foram

alterações significativas na paisagem da Fazenda

São Pedro, que acompanharam as transformações

pelas quais também passava a cidade de

Santa Bárbara d’Oeste, com a chegada da energia

elétrica, telégrafo e trem. Esssas características e

futuras expansões e adequações viriam a garantir

que a Usina Santa Bárbara fosse a maior e mais

importante usina da cidade e uma das princpais

do estado de São Paulo (CAMPAGNOL, 2008).

Posteriormente, surgiram outras grandes usinas

na cidade, que contribuíram para cunhar o apelido

da cidade de “Pérola Açucareira”, como as usinas

Cillos, Galvão e Furlan - sendo esta última a

única em funcionamento atualmente.

“[...] algum tempo depois, em 1883, o sr. Rehder installou

naquelle local o primeiro engenho de assucar,

bastante rudimentar. O pequeno estabelecimento foi

aos poucos progredindo e com o desenvolvimento da

cultura attingido em 1899, teve ele um notável augmento,

com a installação de maiores mecanismos e a

inauguração de uma grande destilaria.

Em 1902 a Fazenda São Pedro foi escolhida para nella

ser feita a installação de uma grande usina assucareira,

cuja iniciativa coube ao sr.Antônio C. Melchert, [...] a

exploração de uma estrada de ferro que, partindo do

ponto mais conveniente da linha Paulista, venha até

Santa Bárbara e d’aqui se prolongue a outros pontos

que de futuro se julgue conveniente ligar, e a exploração

da industria agrícola e de quedas de água, compra

e venda de productos agrícolas, madeiras, terrenos,

etc., nos municípios de Santa Bárbara, Campinas e em

outros do Estado.” (PICARD, 1940 apud QUECINI, 2000).

figura 17. Casarão Amarelo, na Usina Santa Bárbara.

fonte: Acervo pessoal.



1930 - 1960

26

No ano de 1922, a fazenda e a usina foram ad-

novas dependências administrativas e de uma

quiridas pela família Alves de Almeida e o espaço

passou por novas modificações. O maquinário da

Usina foi modernizado e novas áreas para cultivo

de cana foram compradas, elevando a produção

anual de açúcar. Somado a isso, segundo Quecini

nova residência para a família Alves de Almeida

- conhecida como “Casa Grande” ou “Casarão”

-, e outras residências, além de áreas de apoio,

como cozinha e depósitos, novos espaços de lazer,

como jardins, piscina, quiosque e viveiro. e da

canavial

Ribeirão dos Toledos

canavial

(1999), o gestor, Coronel Luiz Alves de Almeida,

capela consagrada a São Luiz (QUECINI, 1999).

instaurou uma administração que configurou a

convivência como de uma cidadela, que construiu

uma imagem positiva junto à comunidade e

um senso identitário entre os trabalhadores.

Sob sua administração, também tiveram muitas

alterações que mudaram positivamente a paisa-

galpões

da usina

caminho dos flamboyants

gem e o modo de viver na usina, levando este

período a ser chamado pelos antigos moradores

como “Anos Dourados”. Foram construídas diversas

colônias para os empregados - não há registros

ou mapeamentos oficiais da posição dessas

colônias, apenas relatos e fotografias de que

eram cinco colônias que somavam mais de cem

residências, nas terras lindeiras à usina - além de

espaços de convivência, como a escola do Grupo

Escolar Coronel Luiz Alves, um armazém, campo

de futebol e um “clube”, com cinema e sala de bailes.

Também foram implantados diversos serviços

figura 18. Vista aérea da Usina

Santa Bárbara, em 1949.

fonte: https://tinyurl.com/z92jp7k6

escola

colônia

Cel. Luiz Alves

residência

diretor

técnico

casarão

amarelo

piscina

escritório

sede

residência

D. Carolina

capela

São Luiz

canavial

de saúde, como farmácia, dentista e médico. Essa

parte social da usina favorecia o espírito de família

entre os moradores (FRÓES, 1999).

figura 19. Implantação da Usina

Santa Bárbara, em 1936.

fonte: (COMPAGNOL, 2008) - editada

pela autora

Ainda na década de 1930, a área de sede também

passou por alterações. Houve a construção

0 50 200m

0 50 200m



1960 - 1995

28 29

Mas esse auge da vida social da usina é inter-

Por fim, nos anos 1990, os debates ambientais

rompido em 1968, segundo Quecini (1999). De-

ganham destaque e a usina recebe pesadas mul-

vido à crise causada pela super safra de 1964, a

tas da CETESB (Companhia Ambiental do Estado

comercialização é dificultada e os pequenos e

médios produtores são sugados pelos grandes

grupos que sobreviveram à crise. Assim ocorre a

incorporação da usina pelo Grupo Ometto (atual

de São Paulo), devido às reclamações sobre a

poluição produzida. Adicionando a obsolescência

do maquinário e a baixa produtividade do solo explorado

há muito, foram justificativas usadas para

canavial

Ribeirão dos Toledos

canavial

Grupo Cosan, que viria a ser o maior grupo usinei-

a desativação desta em 1995 (QUECINI, 1999).

ro do país). Donos de mais outras quatro grandes

usinas na época, a Usina Santa Bárbara passa a

ser vista como apenas mais uma unidade de produção

e perde sua singularidade. Os lugares que

antes eram destinados à convivência dos trabalhadores

e familiares passam a ter usos exclusivamente

institucionais: o cinema passa a ser um

laboratório entomológico, as locomotivas são

cinema

laboratório

oficina e

laboratório

galpões

da usina

caminho dos flamboyants

substituídas por caminhões e o campo de futebol

é transformado em uma oficina para atendê-los,

por exemplo.

Apesar de passar por uma expansão significa-

capela

colônia

Cel. Luiz Alves

residência

diretor

técnico

escritório

sede

canavial

tiva em 1980 com incentivos do Proálcool, com

o passar dos anos, as residências patronais também

passam a abrigar escritórios e as colônias

começam a desaparecer. Isso, somado ao rígido

controle de acesso, contribuiu para o isolamento

cada vez maior do complexo fabril em relação à

cidade (QUECINI, 1999). A Usina que doou terras

e fez significativas contribuições à cidade e sua

figura 20. Vista aérea da Usina

Santa Bárbara, em 1990.

fonte: https://tinyurl.com/z92jp7k6

figura 21. Implantação da Usina

Santa Bárbara, em 1995.

fonte: (COMPAGNOL, 2008) - editada

pela autora

escola

canavial

residência

casarão

amarelo

piscina

residência

D. Carolina

caseiro

capela

São Luiz

comunidade estava agora restrita e sem seu caráter

agregador e comunitário,

0 50 200m

0 50 200m



Santa Bárbara d’Oeste - SP 2021

1995 - 2021

30 31

Segundo Quecini (1999), a perspectiva de pro-

degradação dos edifícios, uma vez que estes não

longamento da Rodovia dos Bandeirantes, pas-

possuíam uma destinação clara. Eram constantes

sando próximo à usina, e a possibilidade de con-

os roubos de lustres, mobiliários e até de tijolos e

versão das terras rurais em urbanas também

outros elementos construtivos (QUECINI, 2000).

pode ter influenciado nessa decisão do fechamaento

da Usina.

Todas essas variantes previam uma valorização

das terras da Usina e das próximas a ela, até então

destinadas apenas á plantação massiva da cana

Essa luta acabou por unir os ex-moradores em

um movimento para celebrar os “Anos Dourados”

da usina, num evento anual chamado de “Festa

da Negadinha da Usina”, que não foi capaz de

impedir a degradação de sua estrutura, mas que

Ribeirão dos Toledos

de açúcar. Por isso, segundo Quecini (1999), no

consegue reviver sua história e vida social nos en-

ano seguinte ao fechamento da Usina (que ainda

contros comemorativos (QUECINI, 1999).

lidava com a demissão e ordens de despejo de

trabalhadores e suas famílias das casas das colô-

caminho dos flamboyants

nias restantes), surgem rumores de um novo loteamento

nas terras citadas, agora sob posse da

Bertol Participações Ltda.

Apesar das incessantes lutas e protestos de ex

moradores e trabalhadores da usina pelo tombamento

e preservação dos imóveis de todo o complexo,

do caminho de acesso ao lugar (conheci-

cinema

laboratório

oficina e

laboratório

capela

colônia

Cel. Luiz Alves

galpões

da usina

residência

diretor

técnico

escritório

sede

residencial

Dona Margarida

do como Caminho dos Flamboyants) e da antiga

locomotiva que realizava o transporte da cana,

ocorreu um sistemático desmonte da Usina nos

anos que se seguiram.

Visando, então, impedir um possível tombamento,

a estratégia dos proprietários para evitá-lo

foi a rápida demolição das colônias restantes e o

desmonte de peças e equipamentos dos galpões

figura 22. Vista aérea da Usina

Santa Bárbara, em 2017.

fonte: https://tinyurl.com/2p8fv6sf

figura 23. Implantação da Usina

Santa Bárbara, em 2021.

fonte: (COMPAGNOL, 2008) e imagens

de satélite - editada pela autora

escola

residência

casarão

amarelo

piscina

residência

D. Carolina

caseiro

capela

São Luiz

industriais para abastecer outras unidades do grupo.

Além disso, houve um processo acelerado de

0 50 200m

0 50 200m

condomínio

Jardim Firenze

0 100 200



1812 1902

rústico moedor de cana

na Fazenda São Pedro,

apenas para uso das

famílias com o caldo

1877

Fig xx: Primeiras colônias, 1913.

família Rehder constrói

uma fábrica de álcool

na Fazenda São Pedro

1883

inauguração do

engenho de açúcar

da família Rehder

é construída uma fábrica de

álcool na Fazenda São Pedro

_diferenciação entre produção

agrícola e industrial

_maior complexidade do

sistema produtivo

Fig xx: Construção dos galpões. 1914

1913

constituição da Companhia de Estrada

de Ferro e Agrícola santa Bárbara

1922

Fig xx: Colônia, 1962.

família Alves compra a fazenda e a usina

_“paternalista” cidadela - construção de uma imagem

positiva junto à comunidade

_melhorias na estrutura física da usina e

investimento na melhoria dos equipamentos

_ampliação da área de plantação, com a

compra de novas terras

_construção de novo conjunto de edifícios

tanto para o setor administrativo, quando

para moradias

1930-60

“anos dourados”

_auge do desenvolvimento

_ampliação das colônias e

surgimento de novas

_novos espaços de convivência

- escola, armazém,

mercearia, açougue e o

“clube”

_construção de uma

quadra, arquibancada e

vestiários para o time da

usina - CAUSB e CALA

_reformulação da “sede” da

família Alves, com a construção

do “solar” e do

“palacete”, de uma área de

apoio (depósito, cozinha e

lavanderia), novas áreas de

lazer com jardins bem

cuidados e capela consagrada

à São Luiz

Fig xx: Casarão Amarelo, 1940.

1960 anos 1990

incorporação da usina pelo Grupo Ometto

(atual Grupo Cosan)

_perda da visão “paternalista”, a usina passa

a ser mais uma unidade de produção

_espaços de lazer dos trabalhadores são

transformados em locais de trabalho

_colônias operárias desaparecem aos poucos

_locomotivas são substituídas por caminhões

e os “trilhos perderam-se em meio aos

canaviais”

_as áreas sociais deixam de ser na usina

_a usina financia novos loteamentos em SBO

(Jardim Dulce, Jardim Panambi, Primavera e

Recanto Beira Rio)

isolamento da usina com relação à cidade

_área sede também passa a ser ocupada

pelo adminstrativo

_redução do convívio social e enrijecimento

do controle de acesso

usina recebe pesadas multas da CETESB por poluição

_questão ambiental ganha importância no cenário mundial

_soma-se a obsolescência do maquinário e baixa produtividade

do solo da região > principais motivos para fechá-la

_perspectiva de mudança do traçado de prolongamento

da Rodovia dos Bandeirantes para próximo à área da usina

_interesse imobiliário na região, para novos loteamentos

(conversão das terras rurais em urbanas e mais valorizadas)

1995

fechamento da usina

1997

luta dos ex-moradorespelo tombamento

_criação da Festa da Negadinha

_dilapidação dos edifícios e espaços da

fazenda para evitar o tombamento

_desmonte final dos galpões industriais

2006

loteamento aprovado

1810

1818

fundação do distrito

de Santa Bárbara

descoberta de terras fertéis

e com água abundante

1875 1906

inauguração da Estação

Férrea de Santa Bárbara

Santa Bárbara

recebe foros

de cidade

1920

1867 1917

início do movimento imigratório

norte-americano

surgimento de indústrias de

implementos agrícolas e têxteis

inauguração de nova estação

férrea próxima ao centro

“Pérola

Açucareira”

1975

1944 1960-70

criação do Programa

cidade passa a ser denominada

Santa Bárbara d’Oeste

com Americana

conurbação à leste Nacional do Álcool -

Proálcool

1941

instalação dos serviços

de água e esgoto

1960

inauguração do

Hospital Santa Bárbara

1973

1º Choque do Petróleo

figura 24. Linha do tempo desenvolvida

pela autora, com base em Froés (2018),

Campagnol (2008) e Quecini (1999).



tombamento

34 35

525

Graças à luta de ex-moradores e trabalhadores,

a Usina Santa Bárbara foi tombada em 2008, junto

a suas memórias e seu conjunto de cidadela. Pelo

Decreto Municipal nº3.028, os “bens de interesse

cultural, histórico, arquitetônico, ambiental e afetivo”

dentro da área da Usina estão tombadas, contando

com uma faixa de proteção de 25m por em

todo seu perímetro - conforme o mapa ao lado.

Internamente à área protegida, é permitida a

construção de novas edificações de até 18 metros

de altura, desde que não compitam em escala

com as já existentes no local e não coloquem

os patrimônios tombados em risco. Porém, em

respeito à história do sítio tombado e sua imponência,

optou-se por propor novas edificações

apenas fora da área tombada e de sua faixa de

proteção, isentas de restrições, devendo respeitar

as legislações pertinentes do Plano Diretor.

Para além disso, também está previsto no Decreto

de tombamento citado que os pisos externos

de paralelepípedos sejam mantidos e recuperados,

se necessário, com materiais permeáveis

- uma vez que é proibido o uso de asfalto ou materiais

semelhantes dentro da área tombada.

Em relação à faixa de proteção, o Decreto prevê

que a área não pode receber interferências arquitetônicas

que ultrapassem 2,50 metros de altura

e que há preferência para instalações paisagísticas

e de recreção infantil e esportiva. A intenção

do projeto é usar essas áreas de proteção apenas

propondo caminhos para pedestres que interliguem

os novos usos do projeto com os caminhos

e edifícios já existentes na antiga área de lazer da

usina.

Para isso, estas construções também serão reabilitadas

e receberão novos usos de acordo com

o programa do projeto de propor um espaço de

cuidado completo para a qualidade de vida e

bem estar dos idosos residentes e frequentadores,

abrangendo as áreas de lazer, moradia e saúde.

De acordo com a Carta de Lisboa sobre a Reabilitação

Urbana Integrada, documento fruto do 1º

Encontro Luso-Brasileiro de Reabilitação Urbana,

que ocorreu em Lisboa em 1995, a reabilitação de

um edifício consiste em um princípio norteador

de intervenções, com objetivo tanto na recuperação

quanto na beneficiação de uma construção,

propondo uma modernização que resolva “anomalias

construtivas, funcionais, higiênicas e de

segurança” até próximo aos atuais níveis de exigência.

Ainda, a Carta defende que é importante

abandonar a “atitude consumista” que prevê uma

vida útil curta às edificações e que a reabilitação

exige uma maior concentração de mão de obra

em relação a uma nova construção, impactando

na empregabilidade e na economia do lugar.

Também proporciona que as cidades mantenham

sua “identidade cultural” e que haja melhoria nas

condições de vida também com o reforço de atividades

culturais e sociais, como propostas aqui.

figura 25. Tombamento da Usina Santa Bárbara.

fonte: desenvolvido pela autora a partir de base

municipal, imagens de satélite e Froés (2018).

18 19

17

16

15

14

0 20 100m

26

12

13

1

530

535

540

545

25

550

24 23

23

24

24

25 24

24

11

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10

1

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24

9

8

7

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22

23

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4

3

565

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2

3

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20

21

22

23

24

25

26

Residência sede | “Casarão Amarelo”

Residência | Dona Carolina M. de Almeida

Capela | São Luiz

Casa do caseiro

Depósito do caseiro

Garagem do caseiro

Piscina

Casa de banho

Churrasqueira

Farmácia

Residência | Diretor Técnico

Colônia | Coronel Luiz Alves

Campo de futebol | CAUSBO

Residência

Escola | Coronel Luiz Alves

Capela | Nossa Senhora de Fátima

Cinema

Oficina e Laboratório

Tanque

Colunatas

Escritório sede

Guarita

Ruínas

Barracões da Usina

Bases dos Tonéis

Estação de Tratamento de Água

Caminho dos Flamboyants

Faixa de proteção da Área de Tombamento

Ribeirão dos Toledos

Área de intervenção do projeto



identificação das edificações

36 37

1 RESIDÊNCIA SEDE | “CASARAO AMARELO”

Com data estimada de construção entre 1927 e 1936,

foi encomendada pelo Coronel Luiz Alves uma residência

de estadia para quando viesse tratar assuntos

da Usina e para passar as férias com a família. Após a

compra da Usina pelo Grupo Ometto em 1968, o casarão

passou a ser usado como escritório até encerrarem

as atividades em 1995. O palacete de estilo eclético,

fachada simétrica e cor marcante difere arquitetônicamente

do restante do conjunto da Usina.

estado de conservação (FROÉS, 2018): conservada

Apelidada de “chalé” pelos moradores da usina,

foi uma das primeiras residências a serem construídas

no local e era destinada ao “diretor técnico”

da indústria até o fechamento em 1995- por isso,

está localizada logo à frente desta. Sofreu diversas

alterações ao longo dos anos, como a adição

da varanda de arcos e de um novo bloco com telhado

de duas águas.

estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada

11 RESIDÊNCIA | DIRETOR TÉCNICO

2 RESIDÊNCIA | DONA CAROLINA 12 COLÔNIA | CORONEL LUIZ ALVES

Foi a primeira colônia da Usina e sua construção se

Conhecida como “sobrado” pelos moradores do local,

estima-se que foi construída em 1936 e faz parte do

processo de ampliação das áreas de moradia e lazer

pelo qual a Usina passou durante seus “Anos Dourados”

(1930 - 1960), sob o comando do Coronel Luiz Alves.

Possui uma varanda de arcos - que aparece em

outros edifícios do complexo - e possui áreas de apoio

em pequenos edifícios externos (depósito, cozinha, lavanderia,

piscina e quiosque).

estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada

dá próxima à inauguração desta, em 1914. Porém,

durante os “Anos Dourados”, foi totalmente reformada

e passou a abrigar as melhores casas da

Usina. Privilegiadas pela localização, eram destinadas

aos funcionários do escritório. Atualmente,

são ocupadas por conhecidos da atual empresa

dona da Usina (Bertol Participações LTDA).

estado de conservação (FROÉS, 2018): conservada

3 CAPELA | SÃO LUIZ

Com data de construção estimada em 1940, a capela

São Luiz compõe o complexo de lazer encomendado

pelo Coronel Luiz Alves para sua família passar as férias

com mais conforto. Consagrada a São Luiz, foi erigida

em homenagem ao Coronel Luiz Alves, que administrava

a Usina com moldes “paternalistas”, criando

e fortalecendo os laços de uma comunidade ali.

estado de conservação (FROÉS, 2018): parcialmente

idijd

conservada

figura 26. Casarão Amarelo.

fonte: acervo pessoal

figura 27. Residência Dona Carolina.

fonte: (FROÉS, 2018)

figura 28. Capela São Luiz.

fonte: (FROÉS, 2018)

figura 29. Fachada da residência do diretor técnico.

fonte: acervo pessoal

figura 30. Fachadas das casas da Colônia Coronel Luiz Alves.

fonte: acervo pessoal

figura 31. Capela Nossa Senhora de Fátima.

fonte: acervo pessoal

Por volta de 1936, as famílias que habitavama as

diveresas colônias da Usina uniram-se para comprar

os materiais e efetivamente construir uma

igreja que comportasse toda a comunidade. Até

os dias atuais, não está finalizada: faltam os revestimentos

internos e instalações elétricas. Porém

isso não impediu de que abrigasse inúmeras festas

religiosas ao longo dos anos.

estado de conservação (FROÉS, 2018): parcialmente

idijd

conservada

16 CAPELA | NOSSA SENHORA DE FÁTIMA



38 39

15 GRUPO ESCOLAR | CORONEL LUIZ ALVES

18 OFICINA E LABORATÓRIO

21 ESCRITÓRIO SEDE

Construída em 1932, oferecia educação básica até a

quarta série - a partir desta idade, os alunos passavam

a ajudar a família trabalhando nas lavouras de cana de

açúcar. Consiste em um edifício principal com quatro

salas de aula, biblioteca e diretoria, e um anexo com

mais duas salas e uma cantina. Após o encerramento

das atividades da Usina em 1995, o edifício ainda chegou

a ser usado como escritório para administrar as

terras que ainda cultivavam cana.

estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada

Construído provavelmente em 1927 (com a varanda de

arcos que aparece em outros edifícios do lugar), seu

uso original era de compor a parte de convívio e socialização

da usina: era conhecido como “venda” e abrigava

o armazém, mercearia e açougue. Após o Grupo

Cosan adquirir a Usina, o lugar (assim como outros edifícios

do complexo) deixou de ter esse caráter social

e passou a abrigar uma oficina, laboratórios e, por fim,

mais próximo ao fechamento da Usina, escritório.

estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservad0

Este também teve seu uso modificado após a compra

do Grupo Cosan: passou a ser escritório, mas, originalmente,

abrigava um centro médico voltado para os moradores

da Usina e para a comunidade próxima. Este é

um dos usos que pretende-se resgatar com o projeto

proposto neste trabalho, admitindo a saúde como um

componente essencial do dia a dia dos novos moradores

do lugar. Possui características marcantes, como a

parede curva e o muro de arrimo de pedras.

estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservado

figura 32. Fachada da antiga escola Coronel Luiz Alves.

fonte: acervo pessoal

figura 33. Antigo edifício de oficina e laboratórios

fonte: acervo pessoal

figura 34. Antigo escritório sede.

fonte: acervo pessoal

figura 35. Fachada do Casarão Amarelo.

fonte: acervo pessoal

figura 36. Antigos galpões industriais.

fonte: acervo pessoal

figura 37. Antigo campo de futebol, usado como local

para dar manutenções nos caminhoes posteriormente.

fonte: acervo pessoal

figura 38. Panorama exibindo a implantação do Casarão

Amarelo em nível superior aos galpões industriais.

fonte: acervo pessoal



situação atual

40

zona de proteção

Desde 1995, a Usina Santa Bárbara encontra-se

fechada e, desde então, sofreu diversos desmontes

de seu equipamento e deterioração de seus

edifícios. A má conservação, como observado

anteriormente, foi uma estratégia para desvalorização

do sítio, de modo a facilitar a transformação

de terra rural em urbana para lotear o tereno

- numa posição de desrespeito ao lugar que foi

palco de tantas histórias e momentos importantes

para a cidade e para seus funcionários (QUECINI,

1999).

Atualmente, além da Festa da Negadinha, os

galpões fabris da Usina recebem pequenos eventos

realizados pela Prefeitura da cidade, como a

Festa das Nações, que celebra as nacionalidades

que imigraram para a cidade. Por isso, a Usina,

apesar de desativada e abandonada, continua

sendo um marco referencial na cidade. Ela existe

ali, mas não é vista e valorizada diariamente.

O entorno encontra-se em constante crescimento,

com novos empreendimentos surgindo

na MEU2 e MEU3, o que acaba por alterar significativamente

as visuais do lugar. O bairro Residencial

Dona Margarida, apesar de inaugurado

em 2006, ainda apresenta bastante lotes vazios

e poucas casas de alto padrão. Do outro lado da

Rodovia Margarida da Graça Martins, há o Jardim

Firenze, o terceiro condomínio fechado e horizontal

da cidade, que também apresenta bastante

lotes vazios.

figura 39. Antigo edifício da Escola Coronel Luiz Alves.

fonte: Acervo pessoal.

figura 40. Mapa de cheios e vazios no

entorno da Usina Santa Bárbara.

fonte: desenvolvido pela autora a partir

de base municipal e imagens de satélite

0 20 100m

Cheio | Usina Cheio | entorno Vazio Vegetação existente



Diretriz viária

Implantação de vias marginais nas estradas e

rodoviasdentro do Perímetro Urbano

Obra de interesse viário

Duplicação e alargamento de pista e construção

de canteiro central na Rodovia Santa

Bárbara - Piracicaba (SP-135), incluindo-se a

previsão de rotatórias de acesso a eventuais

futuros loteamentos

Macrozona

MEU2 | Macrozona de Expansão Urbana 2

AIA - Área de Interesse Ambiental

Caminho dos Flamboyants

figura 41. Mapa de uso do solo no

entorno da Usina Santa Bárbara.

fonte: desenvolvido pela autora a partir

de base municipal e imagens de satélite

0 20 100m

Residencial Uso misto Área verde Vegetação existente Caminho dos Flamboyants

figura 42. Mapa de diretrizes viárias

para o entorno da Usina Santa Bárbara.

fonte: desenvolvido pela autora a partir

de base municipal e imagens de satélite

0 20 100m



percepção do lugar

Durante a visita à Usina, realizada em Agosto/2021,

foi possível notar que ela está realmen-

tombada, este platô é muito interessante para a

ginal: um antigo campo de futebol. Fora da área

te abandonada. Logo na entrada, pelo acesso da implantação do programa de necessidades do

Rodovia Margarida da Graça Martins, o visitante já centro de acolhimento proposto, mesmo sendo

depara-se com a triste cena dos antigos edifícios ao fundo das casas da colônia.

de cinema e bailes em ruínas. Porém, um deles, A antiga Escola apresenta maior grau de conservação

em relação aos outros edifícios sociais,

apesar de seu mal estado de conservação, parece

estar ocupado, mas com finalidade desconhecida.

como escritório. Mas, também por isso, sofreu

pois foi utilizado após o fechamento da Usina

Na entrada, percebe-se também que o conjunto

industrial de estrutura metálica e fechamento aberturas de vãos para novas janelas e ares con-

diversas alterações e descaracterizações, como

com tijolinhos aparentes está cercado por grades, dicionados. Além disso, os lustres não estão mais

impedindo o acesso. Recentemente, o piso externo

desses galpões foi trocado pela Prefeitura da Seguindo pela via central, ao lado das residên-

presente.

cidade por blocos intertravados coloridos.

cias antiga colônia, há a casa do diretor técnico,

com arquitetura que evidencia maior poder

As casas da antiga colônia Coronel Luiz Alves

estão ocupadas por conhecidos dos novos proprietários

das terras da antiga Usina Santa Bárbateressante

notar que todos os edifícios citados

aquisitivo e a importância de seu morador. É inra,

a Bertol Participações LTDA. Ainda assim, apresentam

um bom estado de conservação, uma vez quenas “loggias”, um “corredor” de entrada que

possuem arcos em suas fachadas, formando pe-

que não há nenhuma descaracterizada ou com recebe os que chegam, protegendo-os do sol ou

elementos faltando. Estão pintadas de branco, chuva. Além disso, todos os edifícios são brancos,

com detalhes e esquadrias azuis, como eram originalmente.

No recuo frontal destas residências, também o uso do acabamento em pedra rústica.

alguns detalhes e esquadrias azuis repetem-se e

há um extenso jardim que garante a privacidade Por fim, o Casarão Amarelo, outrora palco de

aos moradores dentro de suas casas.

grandes eventos sociais, teve como seu último

Subindo a rua que conectava os demais usos à uso um escritório para gerir a Usina até seu fechamento.

O grande recuo em relação à rua e a op-

antiga Escola Coronel Luiz Alves, pela lateral da

Capela Nossa Senhora de Fátima, há um grande ção pelo estilo eclético garantem destaque a ele.

platô que ainda possui as traves de seu uso ori-

A seguir, o registro fotográfico desta visita.

44

canavial

remanesccente

ponte

ruína

fachada

com arcos

Alambrado

Percurso visita

Ribeirão dos Toledos

Visuais interessantes

0 20 100m

uso

desconhecido

ruínas da

antiga

portaria

ruína

fachada

com arcos

pedreira

pilha de

tijolos

ponte

escola com

acesso restrito

fachada

com arcos

acesso

portão restringindo

acesso aos galpões

industriais

muro de

pedra e

tijolos

acesso

corrente colocada

pela moradora

moradia

unifamiliar

figura 43, 44 e 45. Fotos da Usina Santa

Bárbara, tiradas em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal

figura 46. Mapa de percepção do lugar,

após visita à Usina em Agosto de 2021.

fonte: desenvolvido pela autora a partir

de base municipal e imagens de satélite

fundo das casas

grande platô

novo piso intertravado

intervenção recente

feita pela prefeitura

via central de terra

jardim frontal

descuidado

há apenas mato

e grama alta

portão restringindo

acesso aos galpões

industriais

ruína

mas plástica

interessante

portão para

controle

de acesso

maciço verde (bambu)

fazendo uma barreira visual

e física, que isola a usina da

cidade e da rodovia

distância entre

a saída da Usina

e o Caminho dos

Flamboyants

fundo das casas

muros altos, sem

contato com a rua

fundo das casas

corrente impedindo

acesso de carros

ao Caminho dos

Flamboyants

cul-de-sac impede

comunicação do

bairro com a usina

cul-de-sac impede

comunicação do

bairro com a usina

novo piso intertravado

no Caminho dos

Flamboyants



visual interessante

a ser valorizada

capela

casas da

antiga colônia

Coronel Luiz Alves

entrada pelo Rod. Margarida da Graça Martins

capela Nossa Senhora de Fátima

fechamento com

tijolo vazado

via que conecta a escola aos demais usos residência unifamiliar

escola

capela

platô de

implantação

da moradia

caminho de acesso | antigo cinema ao fundo

interior do antigo cinema

figura 47-53. Fotos tiradas durante visita à

Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal



arcos na

fachada

beirais

generosos

uso de

pedra

natural

antiga escola Coronel Luiz Alves; posteriormente, utilizado como escritório

varanda lateral

arcos na

fachada

amplo

pé direito

corredores com arcos na lateral da escola são marcantes, bem como a simetria da fachada

sala 1

acesso à cantina pátio de circulação sala 02

figura 54-64. Fotos tiradas durante visita à

Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal



arco na

fachada

recuo garantindo

privacidade

via central

casa da colônia Cel. Luiz Alves via central e casas da colônia Cel. Luiz Alves

arcos na

fachada

galpões industriais de estrutura metálica e tijolinhos residência do diretor técnico

residência do diretor técnico

figura 65-71. Fotos tiradas durante visita à

Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal



portão bloqueando acesso Casarão Amarelo visto pela esquerda monumento ao Coronel Luiz Alves

fachada do Casarão Amarelo, voltado para os galpões industriais

panorama mostrando a conexão visual do casarão amarelo com os galpões industriais

figura 72-77. Fotos tiradas durante visita à

Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal



acesso à via central pela outra entrada, pelo Residencial Dona Margarida maciço verde que será incorporado como parque no projeto

panorama mostrando a segunda entrada da Usina, a guarita dos galpões industriais e o maciço verde

Caminho dos Flamboyants, antigo acesso oficial à

Usina Santa Bárbara; também é tombado pela Prefeitura

figura 78-81. Fotos tiradas durante visita à

Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.

fonte: acervo pessoal



57

teóricas

referências

AGEMCAMP. Conheça a RMC. Disponível em:

http://www.agemcamp.sp.gov.br/observatorio/

index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=5.

Acesso em: 09 jun. 2021.

CAMPAGNOL, Gabriela. Usinas de açúcar: habitação

e patrimônio industrial. 2008. 531 f. Tese

(Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo,

Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola

de Engenharia de São Carlos, Universidade

de São Paulo, São Carlos, 2008.

FRÓES, Bruno Henrique Francisco. A economia

criativa como estratégia contemporânea na recuperação

do patrimônio histórico: usina santa

bárbara. 2018. 101 f. TCC (Graduação) - Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista

de Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, 2018.

FUNDAÇÃO ROMI (Santa Bárbara D’Oeste). Acontecimentos

importantes para Santa Bárbara

d’Oeste. Disponível em: http://www.fundacaoromi.org.br/images/downloads/cronologia_santa_

barbara_doeste.pdf. Acesso em: 07 jun. 2021.

MARTINS, José Pedro Soares; MARTINS, Ricardo.

Santa Bárbara d’Oeste: 200 anos. Santa

Bárbara D’Oeste: Editora Kongo, 2018. 130 p.

Disponível em: https://fundacaoromi.org.br/

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Acesso em: 07 jun. 2021.

PIRES, Maria Conceição Silverio. Morar na

metropole: expansao urbana e mercado

imobiliario na Região Metropolitana de

Campinas. 2007. 178p. Tese (doutorado) - Universidade

Estadual de Campinas, Instituto de

Geociencias, Campinas, SP. Disponível em:

http://www.repositorio.unicamp.br/handle/

REPOSIP/287295. Acesso em: 09 jun. 2021.

QUECINI, Vanda Maria. Fazenda São Pedro: a história

de um lugar de memória. 1999. 13 f. Relatório

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SANTA BÁRBARA D’OESTE. CÂMARA MUNICIPAL.

(ed.). HISTÓRICO. Disponível em: http://www.camarasantabarbara.sp.gov.br/Pagina/Listar/358.

Acesso em: 07 jun. 2021.



58 59

SEPLURB. REGIÃO METROPOLITANA. Disponível

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governo/seplurb/plano-diretor-2006/doc/

tr_rmc.pdf. Acesso em: 09 jun. 2021.

TAVEIRA, Eduardo Salmar Nogueira e; FA-

RACO, André Frota Contreras; LIMA, Matheus

Petian. Casarão Amarelo da Usina

Santa Bárbara: apresentação histórica do

edifício. Santa Bárbara D’Oeste: Unimep,

2020. 14 slides, color. Disponível em: https://

storage.googleapis.com/production-hostgator-brasil-v1-0-1/441/428441/irHo5pnc/9da1c193533a42e38b14da977e773946?-

fileName=Caderno%201.%20

Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Hist%-

C3%B3rica.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.




centro de acolhimento para idosos

03


sumário

programa 4

diretrizes

processo de projeto

programa proposto

projeto 18

bloco do cuidado

bloco da saúde

bloco da moradia

detalhes construtivos 42

caderno 03 | o projeto

Thaís Soares Menegali | RA 226155

Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina

Universidade Estadual de Campinas

Arquitetura e Urbanismo | TFG 2021

figura 01. Capa.

fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2



5

diretrizes

programa

figura 02. Vista aérea da Usina Santa Bárbara, em 1950.

fonte: https://tinyurl.com/2p8fv6sf

Segundo Guerra e Caldas (2010), a velhice é retratada

relacionada à decadência e ao desgaste,

tanto pelos meios de comunicação, quanto nas

discussões políticas - que acabam por moldar o

país e, com isso, espalhar a visão de que o envelhecimento

é uma questão problemática ao

sistema previdenciário e de saúde pública. Esse

discurso desconsidera a importante contribuição

que os idosos fizeram para a sociedade e a sua

opinião em relação ao seu processo de envelhecer.

Suas vivências e evidências são esquecidas

na ágil movimentação da realidade capitalista,

que associa o trabalho à qualidade da pessoa. E,

quando esta a perde sua capacidade de produzir

e contribuir, a ela resta o desgaste, as limitações e

perdas físicas, o esquecimento.

Essa reflexão também recai sobre o edifício e

à Usina Santa Bárbara. Lugar que outrora fora de

grande importância para o desenvolvimento e

expansão da cidade de Santa Bárbara d’Oeste e

palco de uma grande comunidade em seus “Anos

Dourados”, hoje também encontra-se obsoleta,

aposentada. A valorização do novo, traz cada vez

mais empreendimentos para o entorno da usina,

mas ela mesma resta esquecida e escondida da

cidade.

A proposta de reabilitar este espaço parte do

desejo sustentável de ocupar o que já existe, mas

também de valorizar as peculiaridades de um sítio

cuja história reflete o cenário municipal e regional

no século XX. O resgate aos usos que antes aconteciam

no local, como cinema, clube, tratamentos

médicos e, principalmente, de moradia das colônias,

é uma forma de reconectar o histórico com

novas formas de fazer arquitetura (principalmente,

durante uma pandemia).



processo de projeto

6 7

O processo de projeto iniciou-se com a compreensão

do lugar e de suas potencialidades condicionantes.

A importância da Usina Santa Bárbara

para a história, economia e desenvolvimento do

Estado de São Paulo, da cidade de Santa Bárbara

d’Oeste e de seus habitantes é marcante e precisava

ser respeitada. Porém, devido ao abrupto encerramento

de suas atividades em 1995, encontrava-se

esquecida, mesmo que inserida dentro

de um dos pólos de expansão urbana da cidade.

Uma visita realizada nas áreas públicas da Usina

em Agosto/2021 permitiu diagnosticar potencialidades

e fragilidades do lugar, além de características

únicas que seriam marcantes e determinantes

para o projeto.

Apesar de permitido pelo Decreto nº3.828, de

11 de abril de 2008, que regula o tombamento da

Usina, optou-se por não propor novos edifícios na

área tombada e em sua faixa de proteção, apenas

externamente a elas, a fim de respeitar o lugar e

suas memórias.

Propõe-se. então, que as edifícações históricas

presentes ali sejam reabilitadas, de modo a resgatar

parte de seus usos originais, como dito anteriormente,

e dos costumes de uma época, uma

vez que consiste em um projeto destinado a pessoas

que também carregam consigo suas memórias

- inclusive associadas ao lugar escolhido.

Porém, quando foi construído, o conjunto da

Usina Santa Bárbara estava fora do contexto urbano

da cidade. Com a expansão da mesma e

com a execução do bairro Residencial Dona Margarida,

o antigo acesso oficial à Usina, que ocorria

pelo Caminho dos Flamboyants (tombado pelo

Decreto nº3.641, de 11 de abril de 2006), ficou descontextualizados

e de difícil localização. Por isso,

um novo acesso é proposto na Rodovia Margarida

da Graça Martins, de modo que o lugar “abra-se”

para a cidade e convide seus habitantes a explorá-lo.

Este novo acesso conecta-se com uma via já

existente, garantindo acesso mais facilitado e direto

aos edifícios e usos propostos. Além disso,

configura também um acesso de serviços e de

emergência mais ágil e seguro.

Ademais, na visita, notou-se o maciço verde que

foi crescendo e hoje é marcante nas visuais do lugar.

De modo a também respeitar esta característica

da Usina, foram considerados os vazios entre

as árvores, que configuram três grandes clareiras

na área externa à tombada e protegida. A maior

delas, onde será implantado o edifício da moradia,

que abriga um programa de necessidades

mais extenso, é plana e era, originalmente, um

campo de futebol, que atendia tanto os moradores,

quanto o Clube Atlético Usina Santa Bárbara

(CAUSB), time de futebol oficial da Usina. Posteriormente,

após o apogeu dos “Anos Dourados”,

o campo foi transformado em uma oficina de caminhões.

figura 03. Mapa de potencialidades e fragilidades

do lugar, após visita à Usina em Agosto de 2021.

fonte: desenvolvido pela autora a partir

de base municipal e imagens de satélite

resgatar uso ecumênico

da capela como

fonte de renda para o

centro de acolhimento

através do aluguel

resgatar uso educacional

da antiga

escola Cel. Luiz Alves

saída facilitada

para ônibus

Novos acessos e conexões

às clareiras

Conexão dos usos propostos nas clareiras

com os edifícios existentes com novos usos

Resgate dos antigos caminhos da Usina,

interligando edifícios novos e existentes

Expansão da via existente e conexão com

o novo acesso proposto na Rodovia

Visuais interessantes

0 20 100m

fundo das casas

área mais restrita

clareira mais plana,

ideal para moradia

muro de arrimo para

expandir o platô

maciço verde

conformando um

bosque e dando

privacidade à

moradia

ponto de

ônibus

clareira

intermediária

ruído oriundo da rodovia

galpões industriais utilizados

para eventos organizados

pela Prefeitura trazem

público intergeracional para

conviver no espaço

clareira de

acesso ao

conjunto

ponto de

ônibus

casarão amarelo

ainda em destaque,

abrigando novos

novos usos sociais

reabilitação dos

edifícios existentes,

abrigando

novos usos

reabilitar área verde

como um parque

voltado para toda

a comunidade

*

proposta de novo

acesso, convidativo

voltado para a cidade

reabilitar antigos

caminhos da

usina no parque

manter antigo

*

acesso da Usina

convidando a

comunidade

capela São Luiz

como espaço

ecumênico e ponto

de referência

do parque

ventos

predominantes

LE

SUL

SE



8 9

Para conectar essa grande clareira com as ou-

Após analisar o lugar e suas particularidades

Seguindo pelo pergolado de arcos, chega-se no

Esse diálogo também é feito através dos gene-

tras duas, que receberão edifícios voltados ao

condicionantes, foi preciso estudar o programa

segundo bloco: o Bloco da Saúde. Central nesta

rosos beirais que avançam para além dos limites

cuidado e manutenção da saúde, propõe-se

desejado. Como dito anteriormente, os edifícios

proposta de ocupação, nele, estão localizados os

dos edifícios, remontando às loggias e cobertu-

pergolados que percorrem esses caminhos sob

históricos que compõe a Usina Santa Bárbara se-

refeitórios - tanto dos pacientes e acompanhan-

ras de telha cerâmica existentes nos edifícios da

as árvores e trazem um elemento marcante nos

rão reabilitados e receberão usos mais focados

tes, quanto dos funcionários -, a cozinha e apoios

Usina. Entretanto, os edifícios propostos são co-

edifícios da Usina, notados na visita: o uso do arco

no lazer e apreciação de sua memória, como um

necessários, além dos consultórios de fisioterapia

bertos com placas de OSB impermeabilizadas

nas fachadas da antiga Escola Coronel Luiz Alves,

Centro de Memórias e uma área para exposições

e da sala de fisioterapia coletiva, todos voltados

com uma manta termoplástica específica e com

das residências da colônia homônima, da casa do

no Casarão Amarelo, por exemplo. Já os três edifí-

para a abundância das árvores e do entorno exis-

isolamento termoacústico. Essa cobertura leve

Diretor Técnico e da Capela Nossa Senhora de Fá-

cios propostos neste trabalho abrigarão usos com

tentes.

com inclinação mínima de 1% permite que a es-

tima.

finalidade de moradia e manutenção da saúde e

Por fim, continuando o percurso pelo segundo

trutura seja mais esbelta e vença vãos maiores

A imponência do Casarão Amarelo, de esti-

qualidade de vida.

pergolado de arcos, chega-se ao terceiro edifício

(REWOOD, 2020).

lo eclético, destoa do entorno industrial. Central

Assim, fez-se necessário estudar as legislações

proposto: o Bloco da Moradia. Destinado a idosos

Tendo a humanização como conceito condutor

na área. garante visuais de destaque, tanto dele,

pertinentes (explanadas no caderno 01 - o tema).

que não possuem fonte de renda suficiente para

do projeto, a escolha da materialidade do projeto

quanto a partir dele, uma vez que, elevado do

Dentre elas, destaca-se a RDC 50, de 21 de Feve-

garantir sua saúde e qualidade de vida, sem famí-

garante uma sensação de novidade, ao mesmo

solo, garante uma visão única do complexo de

reiro de 2002, que regula a elaboração de proje-

lia próxima ou cuja família também não consiga

tempo que remonta às memórias da Usina e de

galpões que compunham a Usina. Assim, surge a

tos de estabelecimentos assistenciais de sáude.

sustentá-lo, a intenção é que a ocupação ocorra

cada pessoa. Além do aconchego da madeira,

intenção de garantir que os novos edifícios este-

Fez-se importante, então, por balizar o progra-

por meio do aluguel social. Possui 88 apartamen-

a permeabilidade visual e a consequente cone-

jam voltados para ele e permitam apreciar o con-

ma de necessidades e suas áreas, dimensões e

tos e capacidade para até 128 pessoas, com quar-

xão interior e exterior foi possível graças ao uso

junto como um todo.

quantificações - expostos na planilha a seguir.

tos individuais ou de casal, adequados a diferen-

de vidros, garantindo o contato biofílico indireto

De modo a garantir uma convivência intergera-

Para facilitar o acesso tanto dos pacientes e

tes níves de funcionalidade - conforme exposto

mesmo quando dentro dos espaços reservados.

cional no projeto e oferecer uma área de lazer e

acompanhantes, quanto dos veículos de emer-

na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

As paredes em alvenaria remontam ao visual do

encontro para a população local, propõs-se um

gência, o primeiro edifício a ser acessado pela

(PNSPI), de 2006.

complexo industrial existente, assim como as ba-

parque nesse maciço verde, reabilitando os anti-

nova via é o Bloco de Cuidado. Este primeiro edi-

A estrutura dos blocos é toda de Madeira Lami-

ses revestidas em pedra.

gos caminhos da Usina, que conectam-se com os

fício abriga o atendimento multiprofissional ofere-

nada Colada (MLC), um material natural e susten-

caminhos propostos e interligam todo o conjunto:

cido tanto para os moradores do centro de aco-

tável, que traz o aconchego e beleza da madeira

tanto os edifícios novos, quanto os históricos rea-

lhimento, quanto para os idosos das cidades de

para diferentes espaços do projeto. Essa estrutu-

bilitados. O acesso a este parque poderia ser fei-

Santa Bárbara d’Oeste, Americana, Nova Odessa

ra, organizada em módulos de 6m por 6m, per-

to, assim, tanto pelo Residencial Dona Margarida,

e Sumaré. A intenção é que eles passem o dia no

mite reproduzir o ritmo de algumas das fachadas

quanto pelo novo acesso proposto, na Rodovia

centro, realizando desde consultas, até atividades

da Usina, além dos arcos já citados, criando um

Margarida da Graça Martins.

recreativas e de lazer.

diálogo com o entorno.



programa | blocos cuidado e saúde

AMBIENTE

ATIVIDADES

PROGRAMA

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

CLÍNICA

ÁREA POR

AMBIENTE m²

NÚMERO

TOTAL DE

AMBIENTES

RECEPÇÃO

hall entrada e passagem da clínica 4 0 0

triagem

posto de informações

recepção

espera

primeiro atendimento para fazer ou atualizar

cadastro, e orientar o paciente e/ou seu

acompanhante

logo na entrada, dar informações e orientações

a quem chega na clínica

pós consultas; organizar datas, horários e

eventuais necessidades da clínica

local de espera dos atendimentos (também

intervalo entre consultas); confortável, com

vista e integrado com o exterior

sanitários para uso dos pacientes; sanitários acessíveis 4

preparo do paciente

farmácia popular

atendimento inicial com um enfermeiro, para

aferir pressão, temperatura etc e compreender

o caso

pequena farmácia com remédios da Farmácia

Popular (SUS)

6

3

6

12

3

2 cadeiras recepcionistas, 1

bancada, 1 bancada de apoio,

2 computadores, 2

impressoras

1 cadeira funcionárie, 1

bancada, 1 computador

2 cadeiras recepcionistas, 1

bancada, 1 bancada de apoio,

2 computadores, 2

impressoras

12 cadeiras, 1 bebedouro, 1

máquina de café, TV, 1 mesa

de centro

4 vasos sanitários, 1 bancada

com 4 cubas, espelho

1 mesa, 1 cadeira profissional,

2 cadeiras pacientes e/ou

acompanhantes, 1 pia, 1

balança, fichários,

equipamentos necessários

1 cadeira enfermeire, 1

bancada, 1 computador, 1

impressora, prateleiras para

remédios

ÁREA

TOTAL M²

4 3 12 1 12 -

2 2 4 1 4 -

4 3 12 1 12 -

1,5 12 18 1 18 HF

5 5 25 2 50 HF

2 2,5 5 2 10 HF

6 5 30 1 30 HF

NECESSIDADES

10 11

PROGRAMA

PROGRAMA

NÚMERO

LOTA

AMBIENTE

ATIVIDADES

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

TOTAL DE

NECESSIDADES

AMBIENTE m AMBIENTE m² NÚMERO TOTAL M²

LOTA

AMBIENTE

ATIVIDADES

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR AMBIENTES ÁREA

TOTAL DE

NECESSIDADES

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

CLÍNICA

AMBIENTES

ATENDIMENTO

RECEPÇÃO

hall 1 mesa, 1 cadeira profissional,

realizar

entrada

consulta

e passagem

com

da

médico

clínica

especializado em

4 0 0

cadeiras paciente e/ou

consultório:

geriatria; análise dos tratamentos feitos durante 2 cadeiras recepcionistas, 1

primeiro atendimento para fazer ou atualizar 3 acompanhante, 1 maca, 1 3 4 12 2 24 HF

gerontologia

o dia no Ciclo 01; acompanhamento demais

bancada, 1 bancada de apoio,

triagem

cadastro, e orientar o paciente e/ou seu

6 escada, 1 bancada de apoio, 1 4 3 12 1 12 -

pacientes)

2 computadores, 2

acompanhante

impressoras

escada, 1 balança

mesa, 1 cadeira profissional,

consultório: assistência logo na entrada, dar informações e orientações 1 cadeira funcionárie, 1

posto de informações acompanhamento da situação social do idoso 3 2 cadeiras paciente e/ou 2,5 2 42 10 4 1 10 4 HF -

social

a quem chega na clínica

bancada, 1 computador

acompanhante, 1 balança

2 cadeiras recepcionistas, 1

terapia individual e orientação educacional;

pós consultas; organizar datas, horários e

bancada, 1 bancada de apoio,

recepção

acompanhar desenvolvimento, acolhimento, 6

4 3 12 1 12 -

consultório:

eventuais necessidades da clínica

12 mesa, computadores, 1 cadeira 2 profissional,

adaptação e integração do idoso à sua família, 3

2,5 4 10 1 10 HF

psicologia/pedagogia

1 impressoras poltrona paciente

convívio com a sociedade, costumes,

limitações local de espera dos atendimentos (também

12 cadeiras, 1 bebedouro, 1

espera

intervalo entre consultas); confortável, com 12 máquina de café, TV, 1 mesa 1,5 12 18 1 18 HF

acompanhar a alimentação e saúde dos idosos, 1 mesa, 1 cadeira profissional,

vista e integrado com o exterior

de centro

consultório:

analisando a adaptação e integração destes

2 cadeiras paciente e/ou

3

2,5 4 10 1 10 HF

nutricionista

com suas famílias, redes de convívio, costumes 4 acompanhante, vasos sanitários, 1 balança, 1 bancada

sanitários para uso dos pacientes; sanitários acessíveis 4

1 5 5 25 2 50 HF

e necessidades

com bancada 4 cubas, de apoio, espelho 1 lavatório

1 mesa, 1 cadeira profissional,

atendimento inicial com um enfermeiro, para

2 cadeiras pacientes e/ou e/ou

preparo realização de consultas de rotina; tratamentos

consultório: do paciente aferir pressão, temperatura etc e compreender 3 acompanhantes, acompanhante, 11 cadeira pia, 1

2 2,5 5 2 10 HF

como limpeza, aplicação de flúor, restauração e

4 4 16 1 16 HF; FA M ; F V C

odontologista

o caso

balança, odontológica, fichários, 1 bancada de

que mais for necessário; cirurgias

equipamentos PROGRAMA

apoio e armários, necessários 1 lavatório;

1 equipamentos cadeira enfermeire, específicos 1

pequena farmácia com remédios da Farmácia bancada, barras paralelas, 1 computador, 1

farmácia popular terapias; mecanoterapia, cinesioterapia; terapia

NÚMERO

LOTA

consultório: AMBIENTE fisioterapia

3 equipamentos de pilates, 3 5 15 2 30 HF

ocupacional;

ATIVIDADES

consultas individuais

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS 6 DO 5 ÁREA 30POR

1 ÁREA 30 HF

Popular (SUS)

impressora, prateleiras para

TOTAL DE

NECESSIDADES

remédios

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

prateleira de bolas, 1 balança

AMBIENTES

sala fisioterapia

coletiva

depósito de

equipamentos de

fisioterapia

local para aulas de fisioterapia, mecanoterapia,

pilates, ioga e outros; coletiva

armazenamento de equipamentos específicos

e não fixos de fisioterapia e outras terapias

sala de imunização aplicação de vacinas e injeções 3

sala de aplicação de

medicamentos

aplicação de medicamentos 3

sala de inalação sala de inalação 3

9

barras paralelas,

equipamentos de pilates,

prateleira de bolas, 1 balança

4 6 24 2 48

- prateleiras 3 3 9 1 9 -

1 cadeira, 1 maca, 1 bancada

de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1

lavatório

1 cadeira, 1 maca, 1 bancada

de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1

lavatório

2 cadeiras; equipamentos

necessários

2 2,5 5 1 5 HF

2 2,5 5 1 5 HF

2 2,5 5 2 10

HF ; FA M ; F O ;

E



AMBIENTE

sala fisioterapia

coletiva

depósito de

equipamentos de

fisioterapia

ATIVIDADES

local para aulas de fisioterapia, mecanoterapia,

pilates, ioga e outros; coletiva

armazenamento de equipamentos específicos

e não fixos de fisioterapia e outras terapias

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

9

barras paralelas,

equipamentos de pilates,

prateleira de bolas, 1 balança

ÁREA POR

AMBIENTE m²

TOTAL DE

AMBIENTES

ÁREA

TOTAL M²

4 6 24 2 48

- prateleiras 3 3 9 1 9 -

NECESSIDADES

sala AMBIENTE de imunização aplicação ATIVIDADES de vacinas e injeções

1 cadeira, 1 maca, 1 bancada

NÚMERO

LOTA 3 de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1 2 2,5 5 1 5

ÇÃO lavatório

MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

TOTAL DE

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

AMBIENTES

HF NECESSIDADES

1 cadeira, 1 maca, 1 bancada

sala APOIO de AO aplicação de

aplicação de medicamentos 3 de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1 2 2,5 5 1 5 HF

medicamentos

DIAGNÓSTICO

lavatório

antecâmara à sala de esterilização; controle de

vestiário de barreira à

2 cadeiras; equipamentos

HF ; FA M ; F O ;

sala de inalação sala circulação; de inalação local para depositar itens a serem 31 1 bancada 21 2,5 2 52 21 10 2 -

esterilização

esterelizados

necessários

E

4 cadeiras, 1 macas,

sala esterilização de reidratação sala de reidratação lavagem e descontaminação (oral e intravenosa) 41 equipamento necessário 42 2,5 3 12 5 1 12 5 HF;EE HF;HQ

equipamentos necessários

ambiente para guardar os materiais e roupas já

sala expurgo de observação sala espera para observação do paciente 41 41 cadeira; cadeiras1 mesa; prateleiras 2,5 1,5 2,5 4 3,75 10 1 3,75 10 HF;EE E

desinfectados

APOIO

8 cadeiras; 1 mesa de

sala de administração dos atendimentos; com trabalho; 1 mesa de reunião; 1

sala ADMINISTRATIVO

administrativa

5

3 5 15 1 15 -

local para pequenas reuniões

arquivo pequeno; 1

computador; 3 cadeiras; 1 mesa 1 impressora de

sala de direção sala para diretor da clínica 3

3 3 9 1 9 ADE

trabalho; 1 arquivo pequeno

área para guardar

armazenamento de itens pessoais dos

cadeira; 1 mesa; PROGRAMA

armários

pertences

sanitário direção

dos

sanitário para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 32 63 1 63

pacientes durante atendimentos

necessários

pacientes

8 cadeiras; 1 mesa de reunião,

sala de reunião sala de reuniões entre profissionais 8

4 6 24 1 24 ADE

área para guardar

1 aparador

NÚMERO

armazenamento de macas extras e cadeiras de LOTA

macas AMBIENTE e cadeiras de ATIVIDADES

- - 3 4 12 12 -

rodas que não estejam sendo utilizadas

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

sanitário reunião sanitário para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba TOTAL DE

NECESSIDADES

AMBIENTE

1,5 2

m AMBIENTE

3

1

TOTAL

3

rodas

AMBIENTES

sala de espera reunião sala de espera para início da reunião 8 8 poltronas; 1 mesa de centro 4 3 12 1 12

APOIO TÉCNICO

arquivo administrativo armazenamento de arquivos administrativos - prateleiras 3 3 9 1 9

cozinha

arquivo médico

atende os pacientes, visitantes e moradores

HQ, HF, EE, ADE,

armazenamento de arquivos médicos - ativo e 5 60 0,5 30 30

que desejarem comer ali

- prateleiras 3 3 9 1 9 E. CD

passivo

refeitório 60 60 1,5 90 1 90 HF

sanitários refeitório 5 PROGRAMA 4 5 20 2 40

refeitório profissionais 10 10 3 30 1 30 HF

sanitários refeitório

2 3 3 9 NÚMERO 2 18

AMBIENTE

profissionais

LOTA

ATIVIDADES

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

TOTAL DE

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

café 0 AMBIENTES 0

NECESSIDADES

APOIO AO

DIAGNÓSTICO

vestiário de barreira à

esterilização

antecâmara à sala de esterilização; controle de

circulação; local para depositar itens a serem

esterelizados

PROGRAMA

1 1 bancada 1 2 2 1 2 -

esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 equipamento necessário 2 2,5 5 1 5 HF;HQ

expurgo

ambiente para guardar os materiais e roupas já

desinfectados

1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E

APOIO

ADMINISTRATIVO

sala de direção sala para diretor da clínica 3

3 cadeiras; 1 mesa de

trabalho; 1 arquivo pequeno

3 3 9 1 9 ADE

AMBIENTE

12 13 APOIO AO

DIAGNÓSTICO

vestiário de barreira à

esterilização

ATIVIDADES

antecâmara à sala de esterilização; controle de

circulação; local para depositar itens a serem

esterelizados

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

ÁREA POR

AMBIENTE m²

NÚMERO

TOTAL DE

AMBIENTES

ÁREA

TOTAL M²

1 1 bancada 1 2 2 1 2 -

NECESSIDADES

esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 equipamento necessário 2 2,5 5 1 5 HF;HQ

NÚMERO

ambiente para guardar os materiais e roupas já

LOTA

expurgo AMBIENTE

ATIVIDADES

1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E

desinfectados

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

TOTAL DE

NECESSIDADES

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

AMBIENTES

APOIO AO

ADMINISTRATIVO

DIAGNÓSTICO

3 cadeiras; 1 mesa de

sala de direção sala antecâmara para diretor à sala da de clínica esterilização; controle de

vestiário de barreira à

3

3 3 9 9 ADE

circulação; local para depositar itens a serem 1 trabalho; 1 bancada1 arquivo pequeno 1 2 2 1 2 -

esterilização

sanitário direção sanitário esterelizados para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3

esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 8 equipamento cadeiras; 1 mesa necessário de reunião, 2 2,5 5 1 5 HF;HQ

sala de reunião sala de reuniões entre profissionais 8

4 6 24 1 24 ADE

ambiente para guardar os materiais e roupas já

aparador

expurgo

1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E

sanitário reunião sanitário desinfectados para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba

PROGRAMA

1,5 2 3 1 3

sala APOIO de espera reunião sala de espera para início da reunião 8 8 poltronas; 1 mesa de centro 4 3 12 1 12

ADMINISTRATIVO

arquivo administrativo armazenamento de arquivos administrativos - prateleiras 3 3 9 1 9

NÚMERO

armazenamento de arquivos médicos - ativo e

LOTA

arquivo AMBIENTE médico ATIVIDADES

- prateleiras passivo

ÇÃO MÓVEIS 3 cadeiras; E EQUIPAMENTOS 1 mesa de

sala de direção sala para diretor da clínica 3

MEDIDAS 3 DO 3 ÁREA 9POR

ÁREA

TOTAL

1

DE

9

NECESSIDADES

ADE

trabalho; 1 arquivo pequeno AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

AMBIENTES

sanitário direção sanitário para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3

LIMPEZA

8 cadeiras; 1 mesa de reunião,

sala

sala

de

para

reunião

lavagem de

sala

local

de

para

reuniões

receber

entre

e lavar

profissionais

roupas específicas

8

4 6 24 1 24 ADE

2 1 equipamento aparador necessário 3 5 15 1 15

roupas

dos funcionários

sanitário reunião sanitário para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3

sala de armazenagem armazenazenamento de roupas sujas dos

espaço para dois carros

sala de espera reunião sala de espera para início da reunião 8-

8 poltronas; 1 mesa de centro 42 32 12 4 1 12 4

de roupa suja

funcionários

roupeiros de roupa suja

arquivo

sala de armazenagem

administrativo armazenamento

armazenamento

de

de

arquivos

roupas limpas

administrativos

para uso dos

- prateleiras

espaço para dois carros

3 3 9 1 9

-

2 2 4 1 4

de roupa limpa armazenamento funcionários de arquivos médicos - ativo e

arquivo médico

- prateleiras

roupeiros de roupa limpa

3 3 9 1 9

passivo

1 bancada com tanque;

DML depósito de material de limpeza com tanque -

2 1,5 3 1 3

prateleiras

APOIO LOGÍSTICO 0 0

sala de estar para

funcionários

sanitários dos

funcionários

vestiário para

funcionários

área de guarda de

pertences dos

funcionários

local para descanso e convívio entre

profissionais; possível integração com o

refeitório dos funcionários

banheiro para os profissionais da clínica; 1 para

cada sexo

8 8 2,5 20 1 20 -

2 3 bacias; 3 lavatórios 3 3 9 2 18 HF

1 para cada sexo 8 3 4 12 2 24 HF;HQ

armazenamento de itens pessoais dos

funcionários

8

armários fechados com

cadeado

PROGRAMA

3 3 9 2 18 -

TOTAL 761,75



programa | bloco da moradia

AMBIENTE

TÉRREO

recepção

core de circulação

vertical - central

core de circulação

vertical - apoio

escada de acesso

enfermaria

mini farmácia/depósito

núcleos de convivência

varanda de convivência

ATIVIDADES

cada prédio tem seu balcão de recepção

próximo às entradas, controlando quem entra,

sai e frequenta os edifícios, além do

monitoramento de funcionamento destes

acesso aos demais pavimentos dos edifícios;

core de concreto amarrando a estrutura de

MLC; 1 por edifício

acesso aos demais pavimentos dos edifícios;

core de concreto amarrando a estrutura de

MLC; 1 por edifício; circulação em caso de

emergência ou morte

acesso aos demais pavimentos dos edifícios

por meio da escada central; 1 por edifício

enfermeiros ficam observando os residentes do

térreo e suas necessidades; 1 por edifício

armazenar remédios e itens necessários para

atender os pacientes; 1 por edifício

encontro e convivência mais reservada entre os

moradores de cada bloco formado por 5

apartamentos; podem se encontrar, ver TV e

comer juntos

profissionais e moradores podem sair e pegar

ar fresco, ter contato com a natureza e mudar

os ares

residência individual dos moradores com

necessidade de acompanhamento mais

próximo, cada um reservado na sua habitação,

mas ATIVIDADES podendo conviver nos núcleos e com

contato externo nas varandas

PROGRAMA

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

2

-

-

-

2

1 balcão, 2 cadeiras, 2

computadores, 1 telefone

1 elevador tamanho maca, 1

escada de emergência

1 elevador tamanho maca, 1

escada de emergência

1 elevador tamanho maca, 1

escada de emergência

1 balcão, 2 cadeiras, 2

computadores, arquivo

MORADIA

ÁREA POR

AMBIENTE m²

NÚMERO

TOTAL DE

AMBIENTES

BLOCO

A

BLOCO

B

ÁREA

TOTAL M²

2 6 12 1 1 24

3 9 27 1 1 54

3 9 27 1 1 54

3 6 18 1 1 36

3 3,5 10,5 1 1 21

- prateleiras 2 3 6 1 1 12

6

2 sofás, 2 poltronas, 1 mesa

de centro, 1 mesa de apoio, 1

mesa de refeições, 6

cadeiras, 1 aparador, 1 TV

PROGRAMA

6 12 72 2 2 288

6 2 mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144

1 cama tipo hospitalar, 1 mesa

NÚMERO

de apoio, 1 armário fechado, 1

quartos de 36m²

1

6 6 36 10 TOTAL DE 10 720

LOTA bancada de apoio, 1 cadeira, 1

AMBIENTE

ÇÃO poltrona, MÓVEIS E 1 EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

AMBIENTES

ÁREA

banheiro acessível AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

BLOCO BLOCO

depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 A1 B1 18

áreas de convívio

sala de espera

visitantes

sala da

família/visitantes

permite convívio e troca entre os moradores e

visitantes, passar o dia com lazer e companhia

visitantes esperam a chegada do morador que

vieram visitar e/ou vagar uma das salas

encontro de moradores com familiares e

visitantes, onde podem descansar, conviver e

comer com privacidade

8

8

6

2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa

de centro, 2 mesas de apoio

2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa

de centro, 2 mesas de apoio

2 sofás, 1 poltrona, 1 mesa de

refeições, 6 cadeiras, 1

aparador

6 6 36 2 2 144

6 6 36 1 1 72

6 6 36 0 1 36

NECESSIDADES

NECESSIDADES

14 15

AMBIENTE

ATIVIDADES

PROGRAMA

PROGRAMA

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

ÁREA POR

AMBIENTE m²

NÚMERO

TOTAL DE

AMBIENTES

BLOCO BLOCO

A B

NÚMERO

TOTAL DE

AMBIENTES

BLOCO BLOCO

A B

ÁREA

TOTAL M²

NECESSIDADES

permite convívio e troca entre os moradores e 2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa

áreas de convívio

8

visitantes, passar o dia com lazer e companhia LOTA

6 6 36 2 2 144

AMBIENTE

ATIVIDADES

de centro, 2 mesas de apoio

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

ÁREA

NECESSIDADES

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

sala de espera

visitantes esperam a chegada do morador que 2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa

8

6 6 36 1 1 72

visitantes

vieram visitar e/ou vagar uma das salas

de centro, 2 mesas de apoio

encontro de moradores com familiares e

2 sofás, 1 poltrona, 1 mesa de

sala da

MORADIA

visitantes, onde podem descansar, conviver e 6 refeições, 6 cadeiras, 1

6

família/visitantes

TÉRREO

comer com privacidade

aparador

6 36 0 1 36

cada prédio tem seu balcão de recepção

sala multiuso lugar que pode sediar diferentes atividades 24 mobiliário livre 6 12 72 0 1 72

próximo às entradas, controlando quem entra, 1 balcão, 2 cadeiras, 2

recepção

2 balcões, cafeteiras,

2 6 12 1 1 24

refeições sai e frequenta rápidas os para edifícios, atender além as do demandas ao computadores, 1 telefone

equipamentos culinários,

café

longo monitoramento do dia, fora de do funcionamento horário das refeições destes 6

4 6 24 0 1 24

balcão de refeições, 4

diárias acesso necessárias

aos demais pavimentos dos edifícios;

core de circulação

cadeiras 1 elevador tamanho maca, 1

core de concreto amarrando a estrutura de -

3 9 27 1 1 54

varanda vertical - interna centralcafé mesas para os consumidores comerem 20 5 escada mesas, de 20 emergência

MLC; 1 por edifício

cadeiras 6 6 36 0 1 36

HF;HQ

balcão e mesas para consumidores

varanda externa café acesso aos demais pavimentos dos edifícios; 28 1 balcão, 4 mesas, 28 cadeiras 6 6 36 0 1 36

core de circulação comerem core de concreto amarrando a estrutura de

1 elevador tamanho maca, 1

-

3 9 27 1 1 54

vertical - apoio MLC; 1 por edifício; circulação em caso de

1 escada vasos sanitários, de emergência 1 bancada

camâra fria café armazenamento emergência ou morte refrigerado de alimentos -

2 4 8 0 1 8 HF

com 4 cubas, espelho

despensa escada de café acesso armazenamento acesso aos demais em pavimentos temperatura dos ambiente edifícios de 21 elevador vasos sanitários, tamanho 1 bancada maca, 1

-

alimentos por meio da escada central; 1 por edifício

com escada 4 cubas, de emergência espelho

23 62 18 4 01 1 36 4

academia enfermaria

equipamentos enfermeiros ficam de exercício observando que os atende residentes os do equipamentos 1 balcão, 2 cadeiras, academia, 2

15 2

moradores

térreo e suas necessidades; 1 por edifício

bebedouro, computadores, espelho arquivo

93 3,5 12 10,5 108 01 1 108 21

HF

atende armazenar todos remédios que estão e itens no térreo; necessários sanitário para

sanitários mini farmácia/depósito

6- 6 prateleiras cabines de vasos sanitários 32 93 27 6 01 21 54 12

HF

acessivel atender os pacientes; 1 por edifício

lavatório lavar encontro e higienizar e convivência as mãos mais reservada entre os 8 82 sofás, cubas2 poltronas, PROGRAMA

1 mesa 3 6 18 0 1 18 HF

moradores de cada bloco formado por 5

de centro, 1 mesa de apoio, 1

núcleos DML de convivência armazenar produtos e equipamento de limpeza 61 prateleiras 63 12 3 72 9 20 21 288

apartamentos; podem se encontrar, ver TV e

mesa de refeições, 6

9 HF

comer armazenar juntos equipamentos de apresentação do cadeiras, 1 aparador, 1 TV

NÚMERO

depósito

- prateleiras 3 3 9 0 1 9

profissionais

palco

e moradores podem sair e pegar

TOTAL DE

LOTA

varanda AMBIENTE de convivência ar ATIVIDADES fresco, ter contato com a natureza e mudar ÇÃO 6 2 piso mesas, elevado, 8 MEDIDAS DO ÁREA POR

cadeiras equipamentos 6 6 36

AMBIENTES

ÁREA

2 2 144 NECESSIDADES

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

palco os apresentação ares de shows e demais eventos 4 musicais, sistema de som e 3 6 18 BLOCO 0 BLOCO 1 18

residência individual dos moradores com

iluminação

A B

1 cama tipo hospitalar, 1 mesa

necessidade de acompanhamento mais

mesas de 6 lugares com

salão de

de apoio, 1 armário fechado, 1

quartos de 36m² próximo, alimentação cada noturna um reservado de deslocamento na sua habitação, menor 1121

pontas livres, cadeiras,

15 6 18 6 270 36 10 0 10 1

bailes/refeitório

bancada de apoio, 1 cadeira, 1

mas podendo conviver nos núcleos e com

aparador para servir

poltrona, 1 banheiro acessível

contato externo nas varandas

geladeira, freezer, fogão 6

720 270 HF

depósito cozinha de distribuição armazenar preparo de equipamentos refeições noturnas e mobiliário e de apoio - prateleiras bocas, bancada de apoio, 63 12 3 72 9 1 01 18 72 HF;HQ

armário despensa

controle da chegada de

insumos

controle, seleção e distribuição de insumos que

chegam para serem distribuídos para os

moradores

câmara fria armazenamento refrigerado de alimentos -

despensa

armazenamento em temperatura ambiente de

2

1 escrivaninha, 1 cadeira, 1

computador, 1 arquivo

prateleiras e sistema de

refrigeração

3 6 18 1 0 18

4,5 6 27 1 0 27 HF

- prateleiras 6 6 36 1 0 36



AMBIENTE

ATIVIDADES

LOTA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO

AMBIENTE m

ÁREA POR

AMBIENTE m²

TOTAL DE

AMBIENTES

BLOCO

A

BLOCO

B

ÁREA

TOTAL M²

NECESSIDADES

mesas de 6 lugares com

salão de

alimentação noturna de deslocamento menor 112 pontas livres, cadeiras,

15

bailes/refeitório

PROGRAMA

aparador para servir

18 270 0 1 270 HF

geladeira, freezer, fogão 6

cozinha de distribuição preparo de refeições noturnas e de apoio

bocas, bancada de apoio, 6 12 72 NÚMERO 1 0 72 HF;HQ

armário despensa

TOTAL DE

LOTA

AMBIENTE

controle, ATIVIDADES seleção e distribuição de insumos que

controle da chegada de

ÇÃO 1 escrivaninha, MEDIDAS DO ÁREA POR

AMBIENTES

ÁREA

NECESSIDADES

1 cadeira, 1 AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

chegam para serem distribuídos para os

2

3 6 18 BLOCO 1 BLOCO 0 18

insumos

computador, 1 arquivo

moradores

A B

prateleiras e sistema de

câmara fria armazenamento refrigerado de alimentos -

MORADIA4,5 refrigeração

TÉRREO

6 27 1 0 27 HF

armazenamento em temperatura ambiente de

despensa

cada prédio tem seu balcão de recepção - prateleiras 6 6 36 1 0 36

alimentos

próximo às entradas, controlando quem entra, 1 balcão, 2 cadeiras, 2

recepção

equipe lava as roupas de cama e dos

2

máquinas lava e seca, tábua

2 6 12 1 1 24

lavanderia

sai e frequenta os edifícios, além 3 computadores, 1 telefone 6 12 72 1 0 72

monitoramento moradores de funcionamento destes

de passar, ferro de passar

sala de armazenagem acesso deixar as aos roupas demais sujas pavimentos dos edifícios;

core - prateleiras 3 5 15 1 0 15

de roupa

de circulação

suja

1 elevador tamanho maca, 1

core de concreto amarrando a estrutura de -

3 9 27 1 1 54

vertical - central

escada de emergência

sala de armazenagem MLC; 1 por edifício

armazenar as roupas já higienizadas - prateleiras 3 2,5 7,5 1 0 7,5

de roupa limpa acesso aos demais pavimentos dos edifícios;

core de circulação core armazenar de concreto produtos amarrando e equipamentos a estrutura de de

1 elevador tamanho maca, 1

almoxarifado

-

prateleiras 3 8,5 9 25,5 27 1 01 25,5 54

vertical - apoio MLC; HF

limpeza 1 por edifício; circulação em caso de

escada de emergência

emergência ou morte

para armazenar mobiliário, equipamentos e

depósito

acesso - prateleiras 6 6 36 1 0 36

materiais aos demais pavimentos dos edifícios

1 elevador tamanho maca, 1

escada de acesso

-

3 6 18 1 1 36

por meio da escada central; 1 por edifício

escada de emergência

2 vasos sanitário, 2 chuveiros,

atende todos os funcionários e profissionais;

PROGRAMA

vestiários

enfermeiros ficam observando os residentes do

1 balcão, bancada 2 com cadeiras, 2 cubas, 2

enfermaria

1 6 3 18 2 0 36 HF

vestiário acessível

2

3 3,5 10,5 1 1 21

térreo e suas necessidades; 1 por edifício

computadores, cuba, espelho arquivo

sala descanso armazenar funcionários remédios e profissionais e itens podem necessários descansar para

mini farmácia/depósito

e 2 sofás, 1 mesa de apoio , 1

NÚMERO

6- prateleiras 62 3 18 6 1 01 18 12

funcionários

atender repousar os reservadamente

pacientes; 1 por edifício

aparador

TOTAL DE

LOTA

AMBIENTE

encontro ATIVIDADES

funcionários e convivência e profissionais mais podem reservada descansar entre os e 2

varanda de descanso

ÇÃO MÓVEIS sofás, 2 E poltronas, EQUIPAMENTOS 1 mesa

MEDIDAS DO ÁREA POR

AMBIENTES

ÁREA

NECESSIDADES

moradores

AMBIENTE m AMBIENTE m²

TOTAL M²

repousar reservadamente de cada bloco formado em contato por com 5

de 1 sofá, centro, 1 mesa 1 mesa de refeições de apoio, 1

núcleos 3 18 BLOCO 1 BLOCO 0 18

funcionários de convivência

6

6 12 72 2 2 288

apartamentos; exterior podem se encontrar, ver TV e

mesa de refeições, 6

A B

comer juntos

cadeiras, 1 aparador, 1 TV

1 mesa de trabalho, 1 mesa de

administração das moradias, trato com

administração

profissionais e moradores podem sair e pegar 4 reunião, 7 cadeiras, 1

6 6 36 1 0 36

varanda de convivência ar familiares fresco, ter e cuidadores, contato com cuida a natureza da locação e mudar social 6 2 computador mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144

os ares

sofás e poltronas de área

área externa

residência contemplação individual e socialização dos moradores com

0 0

1 externa cama tipo hospitalar, 1 mesa

necessidade de acompanhamento mais

horta - chão e alta de uso e cuidado dos residentes de apoio, 1 armário fechado, 1

quartos de 36m² próximo, cada um reservado na sua habitação, 1

6 6 36

0

10 10 720

0

bancada de apoio, 1 cadeira, 1

mas aparelhos podendo e equipamentos conviver nos que núcleos estimulam e com

espaço funcional

- poltrona, equipamentos 1 banheiro de exercício acessível 5 7 35 1 35

contato exercícios externo ao ar livre nas varandas

depósito pomar armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 90 1 1 18 0

0 0

16 17

PROGRAMA

AMBIENTE

AMBIENTE

ATIVIDADES

ATIVIDADES

NÚMERO

NÚMERO

TOTAL

TOTAL

DE

LOTA

LOTA

DE

ÇÃO MÓVEIS EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

AMBIENTES

ÁREA

ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR

AMBIENTES

ÁREA

AMBIENTE

AMBIENTE m

AMBIENTE

AMBIENTE

TOTAL

TOTAL

BLOCO

BLOCO

BLOCO

BLOCO

A

B

NECESSIDADES

NECESSIDADES

PAVIMENTO TIPO MORADIA

0

TÉRREO

enfermeiros ficam observando os residentes do 1 balcão, 2 cadeiras, 2

enfermaria

2

térreo cada prédio e suas tem necessidades; seu balcão 1 de por recepção edifício

computadores, arquivo

3 3,5 10,5 1 1 21

encontro próximo às e convivência entradas, controlando mais reservada quem entre entra, os 21 balcão, sofás, 22 poltronas, cadeiras, 12

recepção

2

mesa 2 6 12 1 1 24

moradores sai e frequenta de cada os edifícios, bloco formado além do por 5

de computadores, centro, 1 mesa 1 telefone de apoio, 1

núcleos de convivência

6

6 12 72 4 4 576

apartamentos; monitoramento podem funcionamento se encontrar, destes ver TV e

mesa de refeições, 6

comer acesso juntos aos demais pavimentos dos edifícios;

cadeiras, 1 aparador, 1 TV

core de circulação

1 elevador tamanho maca, 1

varandas core de concreto de encontro amarrando e convivência a estrutura mais de -

3 9 27 1 1 54

vertical - central

sofás escada e poltronas; de emergência mesas e

varandas externas reservada MLC; 1 por entre edifício os moradores de cada bloco, 6

6 6 36 5 5 360

cadeiras

permitem acesso aos contato demais com pavimentos o exterior dos edifícios;

core de circulação residência core de concreto dos moradores amarrando mais a estrutura independentes,

1 cama elevador tipo tamanho hospitalar, maca, 1 mesa 1

-

3 9 27 1 1 54

vertical - apoio cada MLC; um 1 por reservado edifício; circulação na sua habitação, em caso mas de

de escada apoio, de 1 emergência

armário fechado, 1

apartamentos de 36m²

1

6 6 36 7 7 504 HQ, HF

podendo emergência conviver ou morte nos núcleos e com contato

bancada de apoio, 1 cadeira, 1

escada de acesso

externo acesso aos nas demais varandas pavimentos dos edifícios

poltrona, 1 elevador 1 tamanho banheiro maca, acessível 1

-

por meio da escada central; 1 por edifício

1 escada cama, de 1 sofá, emergência 1 estante, 1

3 6 18 1 1 36

enfermeiros ficam observando os residentes do escrivaninha, 1 balcão, 2 cadeiras, 1 mesa 2 de

apartamentos

enfermaria

de 54m² moradia de um ou dois idosos (casal) 2 jantar, 2 cadeiras,

6

3 3,5

9

10,5

54 10

1

10

1

1080

21

térreo e suas necessidades; 1 por edifício

computadores, arquivo

HQ, HF

equipamentos de cozinha,

armazenar remédios e itens necessários para

mini farmácia/depósito

- prateleiras equipamentos de banheiro 2 3 6 1 1 12

atender os pacientes; 1 por edifício

depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 1 1 18

encontro e convivência mais reservada entre os 2 sofás, 2 poltronas, 1 mesa

moradores conexão entre de cada os blocos, sobre formado o salão por 5 de

de

núcleos mobiliário centro, externo, 1 mesa de bancos apoio, e 1

solário

de convivência

apartamentos; baile/refeitório, podem que permite se encontrar, apreciar ver a vista TV e da

6

-

15

6

18

12

270

72 2

0

2

mesa 1

288

270

jardimde refeições, 6

comer Usina juntos

cadeiras, 1 aparador, 1 TV

profissionais e moradores podem sair e pegar

varanda de convivência ar fresco, ter contato com a natureza e mudar 6 2 mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144

os ares

quartos de 36m²

residência individual dos moradores com

necessidade de acompanhamento mais

próximo, cada um reservado na sua habitação,

mas podendo conviver nos núcleos e com

contato externo nas varandas

1

1 cama tipo hospitalar, 1 mesa

de apoio, 1 armário fechado, 1

bancada de apoio, 1 cadeira, 1

poltrona, 1 banheiro acessível

6 6 36 10 10 720

depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 1 1 18



para conferir os desenhos técnicos do projeto,

favor consultar o arquivo das pranchas

“Anteprojeto_ThaísMenegali.226155”

projeto

figura 04. Vista do pátio central do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



bloco do cuidado

20

Como citado anteriormente, este bloco é o

primeiro a ser acessado no conjunto, de modo

a facilitar o acesso tanto dos pacientes e acompanhantes,

quanto dos veículos de emergência,

o primeiro edifício a ser acessado pela nova via

proposta. Ele abriga os atendimentos multiprofissionais,

como consultórios de geriatras, odontologista,

nutricionista, psicólogo, assistente social e

fisioterapeutas, áreas de atendimento e observação,

além dos apoios necessários e da diretoria.

O acesso dos pacientes e seus acompanhantes

ao Bloco de Cuidado ocorre por uma via que permite

o embarque e desembarque seguro e ainda

dá acesso a um bolsão de estacionamento para

aqueles que chegam de carro de outras cidades.

Já os profissionais acessam pela face oposta do

edifício, garantindo sua privacidade e autonomia,

onde também há um espaço reservado para estacionamento.

Nessa face também ocorre o acesso

de emergência, preservado do alcance visual e

físico dos pacientes.

Apesar da cobertura ortogonal conformando

quase um quadrado, a estrutura deste bloco possui

um formato peculiar, determinado pela clareira

que surgiu entre as árvores. As esperas dos

pacientes estão voltadas para o centro, onde há

um amplo jardim que abraça as duas árvores já

existentes no lugar. Essa abertura na cobertura

garante também a entrada de iluminação e ventilação

natural.

Ao adentrar o edifício, o paciente e seu acompanhante

deparam-se com a recepção e, a partir

dali, são direcionados para a triagem. Como a

ideia é que recebam tratamento multiprofissional,

faz-se a triagem de quais especialidades serão

necessárias e, assim, o paciente é direcionado

para a espera determinada, sem que precise

aguardar em grandes esperas aglomeradas. Ao

serem atendidos pelos profissionais necessários,

podem ser encaminhados para algum outro tratamento

necessário ou, então, estão liberados para

explorar o centro, até o retorno.

figura 05. Vista do Bloco do Cuidado e pergolado arqueado.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 06. Vista da entrada do Bloco do Cuidado.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 07. Vista da entrada do Bloco do Cuidado.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 08. Vista da recepção do Bloco do Cuidado.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 09. Vista da espera interna do Bloco do Cuidado.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 10. Vista do pátio interno privado do Bloco do Cuidado.

fonte: imagem renderizada pela autora



bloco da saúde

26

O Bloco da Saúde está centralizado na nova

proposta de ocupação, uma vez que abriga um

uso que tem essa característica: um lugar para

refeições, tanto dos pacientes e acompanhantes,

quanto dos profissionais. A intenção é que tenha

uma cozinha de distribuição - e não de preparo,

que exige mais área e especificidades -, de modo

que esse espaço possa atender diariamente todos

que o frequentam, com preços acessíveis e

alimentação digna, vegetariana e saudável.

O refeitório dos pacientes e acompanhantes (o

dos moradores está contido no Bloco da Moradia,

uma vez que facilita o acesso diário, mas o fluxo

é livre pelo centro, então também poderão usufruir)

ocupa uma das pontas do edifício do bloco

de saúde e abre-se para o conjunto da Usina, permitindo

conexões visuais com o existente e sua

memória. Por isso, além da área reservada para

o refeitório dentro do edifício, propõe-se, ainda,

uma grande varanda que, além de proteger do

sol direto, faz as vezes de um belvedere. Por isso,

os arcos que acompanham a fachada norte do

projeto abrigam bancos intercalados, que conformam

estes espaços de apreciação e socialização.

Já o refeitório dos profissionais está posicionado

na ponta oposta do edifício, garantindo mais privacidade

e descanso para eles. Semelhantemente,

a janela de canto permite que, do interior do

refeitório, os profissionais também tenham contato

com o exterior e o maciço verde que circunda

este bloco. Ali também há um vestiário, onde podem

se trocar e registrar o ponto.

Por fim, este bloco abriga também os consultórios

de fisioterapia. A opção de deixá-lo separado

dos demais consultórios ocorre para que convide

o paciente a percorrer o projeto e explorá-lo, além

de ser um uso que permite maior contato visual e

físico com a natureza do entorno. O espaço possui

dois consultórios de fisioterapia individuais e uma

sala de fisioterapia coletiva.

figura 11. Vista do Bloco da Saúde e pergolado arqueado.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 12. Vista da entrada do refeitório no Bloco da Saúde.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 13. Vista do refeitório no Bloco da Saúde..

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 14. Vista do refeitório no Bloco da Saúde.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 15. Vista da sala de Fisioterapia coletiva no Bloco da Saúde..

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 16. Bancos entre os arcos, conformando espaços de convívio e encontro.

fonte: imagem renderizada pela autora



bloco da moradia

O Bloco da Moradia está localizado no grande

platô de um antigo campo de futebol e abriga,

assim, grande parte do programa proposto. Com

a criação de uma nova via, marginal à Rodovia

Margarida da Graça Martins, este bloco pode

ser acessado tanto por essa nova via, quanto por

quem chega dos demais blocos, percorrendo o

caminho dos pergolados de arcos. Desse modo, é

possível criar também um percurso para veículos

de serviços e de emergência mais rápido e seguro

para estas moradias.

No térreo, o acesso se dá através do percurso

pelo pergolado de arcos que continua pelo projeto,

até o Bloco do Cuidado. Ao adentrar o edifício

pelo hall, há uma pequena recepção e, em

seguida, o percurso continua, cruzando as duas

torres que compõem o Bloco da Moradia. Há bastante

áreas de encontro e convivência, de modo a

estimular que os moradores e seus visitantes não

fiquem isolados em seus quartos e frequentem o

centro como um todo.

O percurso pelo pergolado de arcos conecta as

duas torres, assim como o salão de bailes e de

refeições, centralizado no projeto e voltado para

o pátio interno. O espaço tem capacidade para receber

simultaneamente todos os moradores e até

alguns convidados, pois a intenção é que ele seja

utilizado também como espaço de recreação e

celebração - por isso, possui um palco, onde uma

pequena banda pode se apresentar. Tudo isso

ocorre em contato direto com a natureza, uma

vez que o vidro foi utilizado para manter esse sentimento

biofílico de conexão com a natureza tão

rica do entorno.

Neste pavimento há também uma academia

voltada para os moradores, uma sala multiuso

ampla e três salas da família, onde os moradores

e seus visitantes podem se encontrar com maior

privacidade. Ademais, propõe-se um café próximo

a esses usos que faz uma transição entre público

e privado, pois está em contato direto com

o caminho que conecta o Bloco da Moradia com

os edifícios históricos existentes. Quem chega por

ali, é recepcionado no café e convidado a permanecer.

Do outro lado do bloco está o setor de serviços,

próximo ao acesso de carros pela nova via

proposta. O Bloco da Moradia possui lavanderia,

cozinha de distribuição e todos os apoios necessários

para limpeza e manutenção do edifício.

No térreo, está a maior diversidade de usos, dividido

entre as duas torres que compõe o Bloco

da Moradia. Por isso, optou-se por colocar os pacientes

com menores níveis de independência

neste pavimento, de modo que tenham contato

direto com o exterior, mesmo que apenas visual

na maior parte do tempo. Por isso, no térreo, cada

torre possui 10 quartos individuais de 36m², que

são monitorados por uma enfermaria específica.

figura 17. Vista do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 18. Vista do pátio interno do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 19. Vista do pátio interno do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 20. Vista do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 21. Vista dos bancos e do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 22. Vista das áreas de convívio no térreo do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 23. Vista dos bancos e do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



figura 24. Vista do palco do salão de bailes do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora

figura 25. Vista do café do Bloco da Moradia.

fonte: imagem renderizada pela autora



acesso a

outros núcleos

de convivência

De modo a evitar o isolamento dos idosos moradores

em seus quartos e estimular o convívio e a

troca entre moradores e até visitantes, a proposta

foi de criar núcleos de convivência. Isto é, agrupar

4 ou 5 quartos - misturando entre individuais e duplos

- entorno de um lugar comum, onde podem

fazer suas refeições rápidas em conjunto, assistir

televisão, conversar e, assim, socializar.

A referência para a criação desses “clusters” foi o

Kaze No Machi, um residencial para idosos localizado

na cidade de Shobara, no Japão. O escritório

Susumu Uno / CAn projetou o complexo em

2014, também levando em consideração a necessidade

de criar um ambiente acolhedor e seguro

para os idosos que passariam a viver ali, ainda podendo

receber visitas casuais.

A fim de adaptar o conceito para uma arquitetura

feita no Brasil, foi importante analisar as fachadas

críticas e a direção predominante dos ventos,

de modo a garantir que todos os quartos recebessem

iluminação e ventilação natural. Além

disso, diferentemente do projeto japonês, que

conta apenas com banheiros coletivos, e levando

em consideração a cultura local, o projeto propõe

quartos com banheiros individuais, de modo a

garantir maior conforto e privacidade. Os quartos

contam também com varandas, que permitem

contato visual com a memória do lugar onde está

inserido o projeto. Todos os ambientes e quartos

são acessíveis e amplos.

figura 26. Planta setorial dos

“clusters” do Kaze No Machi.

fonte: https://tinyurl.com/2p98yf63

figura 27. Diagrama sobre

planta do funcionamento

dos “clusters” no projeto.

fonte: desenvolvido pela autora

*

banheiro

dormitório

expansão

(sala do casal)

varanda

saída de

emergência

visuais

fluxos

moradores

fluxos

profissionais

mesa para

refeições

em grupo

sala de

estar

compartilhada

varanda

externa

coberta

estante

área de

espera e

leitura

depósito

escada de

acesso central

escada de

emergência

* *

área de

espera

elevador

para

maca

posto de

enfermaria

mini

farmácia

acesso a

outro núcleo de

convivência

varanda

externa

coberta



44 45

2.85

2.85

.15

2.85

.15

1.05

.85

.95 .15

.95 .85 1.05

.15 2.78 .15 2.92 .15

6.00

3.64 .15 2.16 .05

2.85

.55 .80 .80

.15

.83

1.01

1.01

2.08 1.57 .15 .75 1.02 .29.15

3.64 2.06

figura 30. Planta do quarto

duplo, de 54m².

fonte: desenvolvida pela autora

figura 31. Isométrica do

quarto duplo, de 54m².

fonte: imagem renderizada pela autora

1.82 1.82 .15 .75 1.02 .29.15

.55 .80 .80

1.00 1.01 .84 .15 2.78 .15 2.93

5.85

.15

.15

4.03 1.10 .73

5.85

.15

.15

figura 28. Planta do quarto

individual, de 36m².

fonte: desenvolvida pela autora

.15

.73 1.10 7.03 .15

8.85

quarto individual (36m²)

sem escala

figura 29. Isométrica do

quarto individual, de 36m².

fonte: imagem renderizada pela autora

quarto duplo (54m²)

sem escala



figura 32. Vista aérea dos edifícios propostos.

fonte: imagem renderizada pela autora



49

A estrutura dos três novos blocos propostos

serão executadas em Madeira Laminada Colada

(MLC), que consiste em peças de madeira engenheirada.

São formadas pela colagem de lamelas

de madeira, mantendo as fibras paralelas entre si.

Além da rapidez que garante à obra, esse sistema

construtivo também garante um canteiro de

obras mais limpo e um edifício sustentável, uma

vez que a madeira a ser utilizada será o pinus de

reflorestamento (REWOOD, 2020).

Apesar de ser possível vencer grandes vãos

com o uso da estrutura em MLC, visando o melhor

aproveitamento de material e balanceando

custos e eficácia deste, propõe-se módulos de

6m por 6m, tanto no edifício de moradia, com 3

pavimentos, quanto nos demais, térreos.

figura 33. Fixação do pilar na fundação e alvenaria.

fonte: https://tinyurl.com/2p8hvxmk

figuras 34 e 35. Cobertura de manta TPO.

fonte: https://tinyurl.com/2p8hvxmk

detalhes

cobertura de manta TPO - perspectiva

cobertura de manta TPO - corte transversal



51

teóricas

referências

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Santa Bárbara d’Oeste, SP.

SANTA BÁRBARA D’OESTE (Município). Decreto

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C3%B3rica.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.



obrigada!

Thaís Soares Menegali | RA 226155

Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina

Universidade Estadual de Campinas | FECFAU

Arquitetura e Urbanismo | TFG 2021


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