★ TFG centro de acolhimento para idosos | todos os cadernos
TFG centro de acolhimento para idosos | caderno 01 ★ 3º Lugar | Prêmio Joaquim Guedes | Unicamp
TFG centro de acolhimento para idosos | caderno 01
★ 3º Lugar | Prêmio Joaquim Guedes | Unicamp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
centro de acolhimento para idosos
01
sumário
introdução 4
agradecimentos
apresentação e motivações
proposta
conextualização 8
cidade neoliberal e o direito a ela
envelhecimento da população
o que é ser idoso
asilamento
legislações
humanização da arquitetura
referências projetuais 20
caderno 01 | o tema
Thaís Soares Menegali | RA 226155
Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina
Universidade Estadual de Campinas
Arquitetura e Urbanismo | TFG 2020
figura 01. Capa.
fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2
agradecimentos
introdução
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus. Minha
fé nEle me levou para os mais diversos lugares
e pessoas, pelos caminhos que eu tive que
seguir para estar aqui hoje. Sem minha fé nesse
amor todo que me preenche, eu nada seria.
Aos meus pais, Conceição e Gilberto, obrigada
por serem meus guias nessa vivência e por me
proporcionarem os privilégios de todas as experiências
e aprendizados que tivemos juntos. Gostaria
de agradecer (eternamente!) minha mãe por
nunca ter desistido de acreditar no meu potencial,
mesmo quando eu já tinha sentimentos dúbios e
conformistas. A ela, que sempre lutou nas salas
de aula em que trabalhou pela educação libertária
e enriquecedora, dedico, além do meu amor
e admiração, este meu Trabalho Final de Graduação
em Arquitetura e Urbanismo pela Unicamp,
fruto de muita fé dela também! Obrigada por
tudo, Mami! Te amo!!!
A minha avó, Dona Maria de Lourdes, por despertar
em mim uma sensibilidade que desconhecia
até antes do nosso (re)encontro. Obrigada por
ter também acreditado na educação como forma
de preparar suas filhas e filhos para o mundo.
Sou eternamente grata pelo amor e cuidado que
compartilhamos. Amo a senhora, Catitinha!
A Deise, Graciliano e Flávio por terem me acolhido
como família, por cuidarem de mim por todos
esses anos e por acreditarem no meu potencial.
Serei eternamente grata por tudo que aprendi - e
aprendo! - com vocês, por todo amor e cuidado
que sinto por e de vocês.
Aos meus amigos da graduação e da vida, que
me acompanharam de diferentes maneiras por
essa jornada, sempre oferecendo apoio e colo,
mas também companhia em muitos dos melhores
momentos que já vivi. Seria ainda mais difícil e
bem mais triste sem vocês!
A minha orientadora, Profª Drª Silvia Mikami, que
acreditou em mim e no sonho que realizo com
este trabalho desde o início, agradeço por todo
estímulo e ensinamentos, mas também sou muito
grata pelo acolhimento e compreensão nos
momentos em que precisei. Aprendi muito com
você, Silvia! Obrigada!
A Unicamp e seu brilhante corpo docente, com
quem tive oportunidades de aprender e crescer
muito como pessoa e profissional. Agradeço aos
funcionários que também fazem possível o curso
existir e ser cada vez melhor. Em especial, a Cássia,
que me recepcionou de braços abertos e me
guiou e cuidou ao longo desses anos, até a sua
merecida aposentadoria.
A vida, por ser boa demais de ser vivida!
Com muito amor e gratidão no peito, Thaís.
apresentação e motivações
6 7
proposta
Meu nome é Thaís Soares Menegali, tenho 25
anos e sou apaixonada pelo curso que escolhi e
que concluo com este trabalho, para me formar
como Arquiteta e Urbanista pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Nasci em Santa
Bárbara d’Oeste, no interior do estado de São
Paulo, mas minha família não é daqui: meu pai
nasceu em Piracicaba, uma cidade vizinha, e encontrou
com a minha mãe aqui, recém chegada
da Bahia.
A partir de 2008, as visitas da minha avó materna,
dona Maria de Lourdes, que residia na Bahia,
começaram a ficar cada vez mais frequentes, pois
ela começou a fazer um tratamento para cataratas
na Unicamp. Na época, eu cursava o nono
ano do ensino fundamental e, ao ver todo aquele
ambiente universitário e o cuidado de todos os
funcionários com ela, fiquei fascinada! Cheguei a
pensar em cursar Medicina com especialização
em Gerontologia, mas o sonho de menina falou
mais alto e prestei para Arquitetura e Urbanismo.
Em 2014, minha avó passou a residir definitivamente
conosco e, desde então, pude conviver
diariamente com ela e fortalecer nossa relação.
Ela é a minha paixão! Somos, além de avó e neta,
companheiras e vivemos brincando e compartilhando
vivências! Através desse convívio, também
foi possível perceber o quão complexo e exigente
é o ato de cuidar de uma pessoa mais vivida. É
preciso estar sempre alerta e paciente, ter disposição
física, mental e de tempo - coisas que não
são sempre viáveis com a nossa rotina moderna.
Assim, tentei elaborar como poderia trazer essa
reflexão para a arquitetura e unir estes dois interesses:
Arquitetura e Gerontologia. Cursei duas
disciplinas eletivas. A primeira foi a de Arquitetura
e Saúde, ministrada pela Profª Drª Silvia Mikami
Pina, minha orientadora, e pela Profª Drª Andrea
Leitner, que ampliou a minha visão e compreensão
do edifício de saúde e das contribuições
que a arquitetura pode fornecer para tal tipologia.
A outra disciplina muito importante para a minha
discussão foi a de Acessibilidade na Arquitetura,
ministrada pela Profª Drª Nubia Bernardi, que,
apesar de ter sido cursada durante o primeiro semestre
de pandemia, em 2020, e ter sido focada
em museus, foi muito interessante para compreender
o processo de concepção focado desde o
início em incorporar estratégias do desenho universal
- questão muito cara em um espaço voltado
para idosos.
Somando-se a isso, há o desejo de desenvolver
o meu projeto final de graduação (TFG) na cidade
onde nasci e cresci, que foi o local de encontro
e acolhimento da minha família e que conheço e
aprecio a história. A motivação surge também da
análise da condição do idoso em Santa Bárbara
d’Oeste: atualmente, existem quatro casas de repouso
e um asilo, mas todos são de uso exclusivos
dos idosos residentes e em edifícios adaptados.
A fim de conectar histórias e lugares, escolhi
implantar o projeto na antiga Usina Santa Bárbara,
um marco histórico fundamental para a consolidação
da história e da sociedade barbarense.
figura 02. Minha avó,
Dona Lurdes, e eu.
fonte: Acervo pessoal.
O memorial deste TFG será dividido em três cadernos,
seguindo a ordem lógica de desenvolvimento
do processo de projeto.
o tema O primeiro caderno tratará da compreensão
sensível do tema, atentando-se a questões que
consolidarão a fundamentação teórica para o projeto,
bem como conceitos e diretrizes norteadoras.
o lugar segundo caderno abordará a análise do
lugar, desde a escala estadual até do entorno próximo
ao terreno escolhido - a Usina Santa Bárbara
-, com o levantamento das legislações e decretos,
mapeamentos de uso, expansão e hierarquia viária,
entre outros.
o projeto caderno consiste no desenvolvimento
do projeto completo e detalhado da implantação
do centro de acolhimento para idosos na cidade de
Santa Bárbara d’Oeste.
A partir do cenário atual da cidade e do país,
com sua população cada vez mais envelhecida
- como será explanado a seguir -, proponho um
Centro de Acolhimento para Idosos com diferentes
habilidades, localizado na cidade de Santa
Bárbara d’Oeste, mas abrangendo também as cidades
vizinhas: Americana, Nova Odessa e Sumaré.
O objetivo é proporcionar um lugar de convívio
e conexão, tanto entre os idosos que residirão ali,
quanto com os idosos dessas cidades e demais
visitantes que virão a frequentar as áreas públicas.
Por isso, o espaço será ocupado seguindo um
gradiente de pertencimento, que desdobra-se
em três espaços adequados aos diferentes perfis
de usuários e suas necessidades, mas ainda permite
a socialização e a integração dos idosos na
comunidade local, questões caras ao envelhecer.
O primeiro, com maior grau de pertencimento,
consiste em uma modalidade de atendimento de
casa-lar: moradia de interesse social com foco no
habitar saudável e respeitando as necessidades
específicas de conforto. Será destinada a idosos
que nao possuem família e que sejam detentores
de renda insuficiente para sua manutenção e
qualidade de vida, conforme previsto no Decreto
9,921, de 18 de Julho de 2019.
O segundo compreende um centro de cuidados
diurno, que oferece assistência médica e
multiprofissional durante o dia aos idosos - tanto
aos residentes dali, quanto aos da comunidade
externa. Tem como objetivo oferecer um lugar especializado
e adequado para o atendimento des-
sa parcela significativa da população, respeitando
suas especificidades e necessidades de conforto.
Por fim, o terceiro espaço consiste em um centro
de convivência, que também será destinado
à permanência diurna dos idosos residentes e
da comunidade externa. A intenção é ter lugares
onde possam ser desenvolvidas atividades físicas,
recreativas, culturais e educativas, além de
contribuir para a socialização e sentimento de cidadania
e pertencimento no espaço público. Esses
espaços também articulam-se mais proximamente
a um parque proposto no terreno. Aberto à
toda a comunidade, consistirá em um local de lazer,
que a região carece, e promoverá um contato
e troca intergeracional, alinhando-se às propostas
e necessidades previstas no projeto.
Todos esses espaços e seus usos visam diminuir
o idadismo - preconceito para com a pessoa
idosa - e reinserir os idosos, que tanto já contribuíram,
na sociedade contemporânea de modo
digno. Analogamente, essa reinserção também
acontecerá com o lugar escolhido para o projeto:
a antiga Usina Santa Bárbara. Atualmente, está
desativada e inutilizada, mas a proposta é que ela
venha a acolher todo esse complexo e volte a ser
parte pulsante e pertencente à cidade. Para isso,
propõe-se a reabilitação e conservação integrada
dos edifícios já existentes no lugar - que foram
significativos para a consolidação da usina e da
economia da cidade -, e também a construção
de novas dependências para abrigar os usos mais
específicos propostos.
9
cidade neoliberal e o direito a ela
contextualização
Segundo o sociólogo Robert Park, conforme citado
por David Harvey (2012, p.73), indiretamente,
ao construir suas cidades conforme seus desejos
e ambições, o homem edifica a cidade em que
passará a viver e esta revida, reconstruindo-o
também. Por isso, não é possível desassociar a
ideia da cidade desejada do estilo de vida, valores
e experiências que se almeja. Assim, ao mudar a
cidade, muda-se o indivíduo - e o coletivo (HAR-
VEY, 2012).
Apesar da luta realizada por uma parcela da
população barbarense para que a Usina Santa
Bárbara fosse tombada e que suas memórias,
enquanto uma paisagem histórica, fossem mantidas,
há, atualmente, um abandono desta cidadela
constituída ao longo do século XX - assim como
outros complexos industriais voltados para manejo
da cana de açúcar, que cunharam o nome de
“Pérola Açucareira” para a cidade de Santa Bárbara
d’Oeste em seu apogeu.
A lógica capitalista neoliberal é a do imediatismo,
do descartável. Essa descartabilidade aplica-
-se furtivamente nas memórias de um povo, daquilo
que compartilham em formas de costume,
tradições e experiências. Recordar é olhar para
trás, é reconhecer a importância do que já se tem,
do que já existe e não precisa ser comprado. A
perversidade dessa lógica que idolatra o capital
vai de encontro com questões urgentes para a
sociedade em geral, como a sustentabilidade e
as condições de vida no planeta.
Como exposto por Tirello, Sfeir e Barros (2013),
“patrimônio arquitetônico tem que ser cidade viva,
objeto de apropriação e memória de todos”. Portanto,
faz-se necessário incorporar o patrimônio
no cotidiano da cidade, propondo novos usos e
ocupações, de modo que a comunidade reconheça
sua importância e defenda sua preservação
- como aconteceu com a luta dos ex moradores
e trabalhadores pelo tombamento da Usina
Santa Bárbara.
Ao observar a expressiva expansão da cidade
à leste, ao mesmo tempo englobando e ignorando
a Usina, nota-se que esse movimento de
reconhecimento e valorização de uma área tão
importante para a consolidação da cidade perde
espaço para novos loteamentos e edificações pré
fabricadas, sem investimento e qualidade arquitetônicas.
Ocupar uma área tão valorosa e rica em memórias
palpáveis como a Usina Santa Bárbara é ir
contra essa lógica capitalista neoliberal, que configura
a perda da cidade histórica para edifícios
efêmeros e a contínua produção de novos lugares,
experiências e, assim, lucros. Ocupá-la com
idosos, que também carregam suas memórias e
experiências de vida, faz-se como outro afronte,
uma vez que esta parcela da população é vista
como onerosa para o sistema que preza pela agilidade
e produtividade (GUERRA; CALDAS, 2010).
envelhecimento da população
10 11
A população mundial passa por um processo
de envelhecimento de sua estrutura etária desde
a segunda metade do século XVIII, Porém, de
acordo com o relatório An Aging World de 2015,
do Departamento de Censo dos Estados Unidos,
devido o aumento do número de nascimentos
em países europeus e norte americanos nos anos
que sucederam a Segunda Guerra Mundial (evento
que ficou conhecido como “baby boom”) e o
recente crescimento da população idosa em países
da asiáticos e latinos, de 2025 a 2050, a população
idosa mundial deve quase duplicar para 1,6
bilhões, enquanto a previsão para o crescimento
da população mundial total é de apenas 34% no
mesmo período.
Ademais, os dados levantados pelo relatório
em 2015 mostram que, neste ano, mais de um
terço da população com mais de 65 anos e mais
da metade com 85 anos ou mais vivia em países
desenvolvidos. Porém, a previsão é de que a população
idosa desses países continuará crescendo,
mas em um ritmo mais lento do que as de
países em desenvolvimento: estima-se que, em
2050, menos de um quinto da população mundial
mais velha viva em países desenvolvidos da Ásia
e América Latina (CENSUS BUREAU, 2016).
Especificamente no Brasil, o relatório estima que
a porcentagem de pessoas com 65 anos ou mais
passará de 3% em 1950 a 21,1% em 2050 e que,
neste mesmo intervalo de 100 anos, a população
com 85 anos ou mais saltará de 0,3% para 5,8%
- e este grupo chegará a quadruplicar de 2010 a
2050 (CENSUS BUREAU, 2016).
Essa transição populacional brasileira iniciou-se
nos anos 1940, quando houve queda nas taxas de
mortalidade infantil e de natalidade, avanços na
figura 03. Pirâmides etárias absolutas.
fonte: https://tinyurl.com/2p8fpurv
em 2020
SBO: 16,6%
em 2050
SBO: 35,5%
população com 60 anos ou mais (em %)
figura 04. fonte: Fundação SEADE
30,01 e mais
25,01 a 30,00
15,01 a 25,00
10,01 a 15,00
até 10,00
tecnologia para tratamentos médicos, difusão de
novas estratégias de saúde e melhoria do saneamento
básico, além da consolidação do Sistema
Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição
Federal de 1988. Em 1940, a mortalidade infantil
passou de 160 óbitos por mil nascidos vivos e a
expectativa de vida ao nascer era de 42,7 anos. Já
em 2016, aumentou para 75,7 anos e a mortalidade
infantil caiu para 13,3 óbitos (MYRRHA; TURRA;
WAJNMAN, 2017). Nas pirâmides etárias da página
anterior, percebe-se a transição que o país
passará até 2050, deixando de ser um país adulto
para um idoso, ou seja, quando há um aumento
da média de idade da sua população.
Segundo Guerra e Caldas (2010), a região Sudeste
do país, em particular, vive um processo
acelerado de envelhecimento populacional, com
aumento tanto no volume, quanto na proporção
de pessoas com 60 anos ou mais - definição de
idoso de acordo com a Política Nacional do Idoso.
De acordo com a projeção do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de
vida dos brasileiros será de 80,57 anos em 2050
e as pessoas acima de 65 anos corresponderão
a 21,87% da população total. Neste mesmo ano,
o Índice de Envelhecimento (IE) - relação entre o
número de pessoas acima de 60 anos ou mais por
100 residentes com menos de 15 anos - do estado
de São Paulo será de 158,39, enquanto que,
no Brasil, este valor será de 142,21. Nos mapas ao
lado, é possível observar o aumento
Entretanto, o envelhecimento da população traz
consigo novos desafios e questionamentos, como
pensar se a longevidade dar-se-á com boa saúde
e independência, quais doenças crônicas enfrentarão,
como poderão sustentar-se ou serem
sustentados financeiramente, como a sociedade
precisa adequar-se econômica e socialmente.
Assim, esse envelhecimento demográfico passou
a ser abordado nas áreas de políticas sociais
e de saúde e interpretado como um “problema
previdenciário e de saúde pública”, uma vez que
o número de pessoas fazendo uso desses serviços
cresce progressivamente (GUERRA; CALDAS,
2010). Além disso, promove uma série de mudanças
no comportamento da população, pois demandam
cuidados especiais para manterem sua
autonomia e bem estar. Uma população envelhecida
- na qual o grupo etário jovem (0 a 14 anos)
perde importância relativa -, as principais doenças
a acometer a população deixam de ser predominantemente
infecciosas e parasitárias, para
um cenário de doenças crônicas e degenerativas,
exigindo uma completa alteração na rede de assistência
à saúde (OLIVEIRA, 2019).
De acordo com Camarano (2004, p. 86), “no futuro,
os idosos terão melhores níveis de escolaridade
e participação ativa na vida social e
cultural. Tais características podem afetar positivamente
as condições de saúde e bem-estar
dos idosos, apontando para um cenário positivo,
que dependerá, no entanto, de políticas públicas
centradas na promoção da saúde desde
as primeiras idades“ (apud OLIVEIRA, 2019, p. 71).
o que é ser idoso
12 13
caracterização
Guerra e Caldas (2010) apontam que as questoes
envolvendo o envelhecimento da população
transpassam as preocupações previdenciárias e
de saúde pública, sendo retratadas de modo preocupante
na mídia - que acaba por influenciar o
dia a dia e o pensamento do brasileiro. Isso tende
a desencadear inseguranças nos idosos e a
fomentar o idadismo e o medo da incerteza do
próprio envelhecimento. É feita uma associação
da velhice com decadência, doença e dependência,
apresentando o idoso sob a perspectiva
do outro, que também o vê como um “problema”.
Porém, como o sujeito idoso também viu a velhice
sendo tratada dessa maneira ao longo de sua
vida, percebe, então, a sua velhice pelo olhar do
outro ou pela imagem que o outro faz dele; sendo
assim, “velho” será sempre o próximo (SILVA;
FINOCCHIO, 2011).
Essa “negação da velhice” parte, então, da não
identificação com o “estar velho” (associado à
ideia de “ser um problema”) ou pelo desejo de não
ficar velho. No entanto, segundo Silvia e Finocchio
(2011), existe na velhice não o medo da morte em
si, visto que o inconsciente a desconhece, mas o
amedrontamento da morte do desejo, ou seja, da
relação que este estabelece com os objetos.
Como discutido, o envelhecimento é um fenômeno
crescente na sociedade e é preciso modernizar
essa abordagem, a fim de evitar a fomentação
de preconceitos intergeracionais e posturas
inadequadas. Atualmente, o idoso que está fora
do mercado de trabalho e da rapidez que ele
exige tende a sentir a desvalorização de seus saberes,
o abandono e desamparo, além do apagamento
de seus traços individuais. Além disso,
os idosos incapacitados, inaptos para o trabalho e
impossibilitados de cumprir seus deveres básicos
encontram seu destino nas instituições asilares,
dado que cada vez mais integrantes da família
estão à procura de oportunidades de trabalho e
as casas ficam vazias durante o dia (SILVA; FINOC-
CHIO, 2011).
figura 05.
fonte: https://tinyurl.com/36247ma7
Essa perda da casa pode ser problemática porque
muitas vezes partem para um modo de vida
mais segregado da sociedade em geral. Entretanto,
de acordo com Feddersen e Lüdtke (2018),
ainda assim, há o desejo de manter a vitalidade
próxima no dia a dia, mesmo que o acesso e usufruto
dela seja cada vez menor. Como comentado,
a faixa etária de idosos com mais de 60 anos
está crescendo mais rápida que as demais e, atualmente,
a partir dos 50 anos, as pessoas experimentam
um período de transição, com mais momentos
de lazer. Os autores também explanam
sobre o conceito de “down ageing”, argumentando
que idosos estão sentindo-se de 10 a 15 anos
mais jovens do que sentiam-se 30 anos atrás. Com
isso, há a cada vez mais diferentes estilos de vida,
dado que nessa “ nova terceira fase da vida” há
ainda muitas pessoas trabalhando e produzindo.
Desse modo, as políticas de acolhimento e cuidado
para com esses idosos, especialmente para
essa terceira fase, precisará suprir a demanda de
diferentes necessidades da população, com qualidade
e conforto, que está cada vez mais heterogênea
(FEDDERSEN; LÜDTKE, 2018).
Ademais, a portaria nº2.528, de 19 de Outubro
de 2006, que institui a Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa (PNSPI) aponta que a transição
demográfica e a diversidade da população repercute
na área da saúde e há a necessidade de reorganizar
os modelos assistenciais, uma vez que
a saúde da pessoa idosa consiste na articulação
da saúde física, mental, independência financeira
e capacidade funcional. Esta última resulta do aumento
de doenças e condições que podem estar
presentes no processo de envelhecimento e consiste
na habilidade de realizar atividades cotidianas.
Ainda, apesar de aumentar com a idade, ela
sozinha não implica necessariamente a incapacidade
funcional, dado que o envelhecimento é um
procesos natural que acompanha cada pessoa ao
longo de sua vida. Por isso, a PNSPI (2006) propõe
um avaliação baseada no nível de funcionalidade,
dividindo a população idosa entre as seguintes
classificações, para além da idade:
independentes
consiste em idosos que realizam sem dificuldades
e sem ajuda atividades básicas da vida diária
(AVD), como banhar-se, usar o banheiro, transferir-se
sozinho da cama para a cadeira de rodas e
alimentar-se, por exemplo
com potencial para desenvolver fragilidades
mesmo sendo independentes, constitui em idosos
que possuem alguma dificuldade em desenvolver
as atividades instrumentais da vida diária
(AIVD), como preparar refeições, fazer compras,
controlar a automedicação e o próprio dinheiro,
por exemplo; por isso, precisam de acompanhamentos
mais frequentes e específicos de profissionais
da saúde
frágil ou em situação de fragilidade
são aqueles que encontram-se acamados ou
hospitalizados, apresentem doenças causadoras
de incapacidade funcional; a literatura também
classifica como frágil o idoso com mais de 75 anos
15
têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos
de cidadania, garantindo sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade, bem-
-estar e o direito à vida” e que “o processo de envelhecimento
diz respeito à sociedade em geral,
devendo ser objeto de conhecimento e informação
para todos”. Mas, para além disso, a casa - ou
o lar - tem significados muito profundos e singulares
para cada um.
Borba (2018) aponta que, com o envelhecimento,
as relações familiares passam por mudanças e
os idosos podem experimentar novos arranjos de
moradias, como passar a morar com outros familiares
ou morar sozinho, que podem comprometer
sua autonomia e independência, ou seja, o poder
de decisão que tem no espaço onde reside.
Além disso, o aumento da busca desses familiares
por vagas no mercado de trabalho - e, consequentemente,
do tempo que passam fora de casa
- provoca uma maior procura de espaços asilares
para os idosos, uma vez que diminui a quantidade
de possíveis cuidadores para eles em casa. Entretanto,
essa internação pode ocorrer por outros
motivos, como econômicos, questões de saúde
(com as quais a família não consegue lidar sozinha)
ou até mesmo por decisão do próprio idoso
(SILVA; FINOCCHIO, 2011).
Todavia, como observado por Silva e Finocchio
(2011), essas instituições asilares podem impor
uma uniformização ao idoso, uma vez que alguns
habitantes possuem diferentes desabilidades e
níveis de dependência. Assim, visando o bom funfigura
06.
fonte: https://tinyurl.com/y3xcnfbr
Segundo Borba (2018), a América Latina está
passando por um processo de “democratização
do envelhecimento”, ou seja, considerando que
há algum tempo as partes abastadas da população
já vivenciam o envelhecimento, agora as parcelas
menos favorecidas socioeconomicamente
também experienciam o envelhecer. A autora
também apresenta que, de acordo com os dados
de 2015 da SEADE (Fundação Sistema Estadual
de Análises de Dados), a transição demográfica
no Estado de São Paulo já é uma realidade e está
10 anos à frente do restante do país. Ademais, a
Região Metropolitana de Campinas (RMC) - local
onde está localizada a cidade de Santa Bárbara
d’Oeste e o terreno do projeto - é uma das regiões
que lidera essa transição, com 15,46% da população
composta por idosos e com previsões de
completar a inversão da pirâmide etária até 2030.
Por isso, essa parcela da população merece a devida
atenção, tanto em questões de políticas públicas,
quanto de diretrizes projetuais, que visam
melhorar o conforto e facilitar o dia a dia da pessoa
idosa.
De acordo com os Princípios das Nações Unidas
para o Idoso, essa parcela da população com
mais de sessenta anos deve usufruir de direitos
e liberdades fundamentais quando residentes
em instituições que lhe proporcionem cuidados
necessários, de modo respeitoso com suas dignidades,
crenças e intimidades. Ainda, a Política
Nacional do Idoso (PNI) (BRASIL, 1994) tem como
princípios que “a família, a sociedade e o estado
asilamento
modalidades de atendimento
16 17
cionamento prático e rotineiro, há um “apagamento
de traços particulares”, como servir as mesmas
comidas, nos mesmos horários, uniformização
dos quartos, além do excesso de medicação e
calmantes. Desse modo, acabam por segregar do
sujeito suas lembranças, gostos e hábitos.
E essa questão é delicada e necessita de atenção
desde a concepção dos espaços, pois acaba
por, ao invés de respeitar sua liberdade, restringir
a individualidade de cada pessoa, em nome do
coletivo de modo incisivo. Essa ação pode causar
respostas de resistência para manter o particular
(como pegar objetos e interpretá-los como transicionais
ou decoração de seu espaço “próprio”),
isolamento ou, opostamente, a revolta com palavras
ou ações de ódio (SILVA; FINOCCHIO, 2011).
O Decreto nº 9,921, de 18 de Julho de 2019, propõe
que a modalidade asilar de atendimento, em
regime de internato, deve ser destinado à “pessoa
idosa sem vínculo familiar ou sem condições de
prover a própria subsistência, de modo a satisfazer
as suas necessidades de moradia, de alimentação,
de saúde e de convivência social” e que
só se deve recorrer a esse atendimento asilar na
“inexistência de grupo familiar, de abandono, ou
de carência de recursos financeiros próprios ou
da própria família” (BRASIL, 2019). Por isso, propõe
modalidades não asilares de atendimento,
de modo a evitar essa “uniformização” dos idosos,
que serão explanadas a seguir.
centro de convivência
local destinado à permanência diurna da pessoa idosa, onde
são desenvolvidas atividades físicas. laborativas, recreativas,
culturais, associativas e educação para a cidadania
centro de cuidados diurno
local destinado à permanência diurna da pessoa idosa dependente
ou que possua deficiência temporária e necessite
de assistência médica ou de assistência multiprofissional
casa-lar
residência, em sistema participativo, cedida por órgãos ou
entidades da administração pública, ou entidades privadas,
destinada às pessoas idosas detentoras de renda insuficiente
para a sua manutenção e sem família
oficina abrigada de trabalho
local destinado ao desenvolvimento, pela pessoa idosa, de
atividades produtivas, que lhe proporcione a oportunidade
de elevar sua renda, regido por normas específicas
atendimento domiciliar
serviço prestado no lar da pessoa idosa dependente e que
vive sozinha, por profissionais da área da saúde ou pessoas
da própria comunidade, com a finalidade de suprir as suas
necessidades da vida diária
outras formas de atendimento
iniciativas desenvolvidas na própria comunidade, com vistas
à promoção e à integração da pessoa idosa na família e na
sociedade.
legislações
18 19
Internacionalmente, o processo de envelhecimento
da população entrou em foco na Assembleia
Mundial do Envelhecimento, que ocorreu
em Viena, Áustria, em 1982. Tinha como propósito
iniciar um programa de ação internacional para
assegurar a segurança econômica e social da
pessoa idosa, de modo que elas também pudessem
contribuir para o desenvolvimento do país,
além de fomentar a compreensão das consequências
econômicas, sociais e culturais que o envelhecimento
da população tem nesse processo
de desenvolvimento. Vinte anos depois, em 2002,
o envelhecimento da população já era visível
nos países em desenvolvimento e, então, foi realizada
a segunda assembleia, em Madri. O idoso
foi entendido como um agente social, capaz de
proporcionar grandes contribuições à sociedade
(BORBA, 2018). Ela foi pautada em três vertentes
(pessoas idosas e desenvolvimento, promoção
da saúde e bem estar na velhice e criação de um
ambiente de vida propício e favorável) e resultou
no Plano de Ação Internacional do Envelhecimento,
que o Brasil segue.
Como consequência desse plano e da citada
Política Nacional do Idoso (PNI), surgiram novas
políticas públicas em prol das pessoas idosas no
Brasil. No mesmo ano em que a PNI foi publicada,
em 1994, foi elaborada a NBR 9050 - “Acessibilidade
a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos” (revisada em 2015), que estabelece
critérios e parâmetros técnicos com o intuito
de oferecer condições adequadas e seguras em
termos de acessibilidade, considerando “diversas
condições de mobilidade e de percepção do ambiente,
com ou sem a ajuda de aparelhos específicos
[...] que venha a complementar necessidades
individuais”. Além disso, aponta que “as edificações
residenciais multifamiliares, condomínios e
conjuntos habitacionais necessitam ser acessíveis
em suas áreas de uso comum. As unidades autônomas
acessíveis são localizadas em rota acessível”
(ABNT, 2015).
Em 2003, foi elaborado o Estatuto do Idoso,
uma iniciativa inovadora destinada a regular os
direitos assegurados às pessoas com idade igual
ou superior a 60 anos - também prevê punições
para quem os violar -, garantindo direito à vida,
liberdade, dignidade, alimentação e saúde, além
da convivência familiar e comunitária. No artigo
2º, declara que o “idoso goza de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhe [...] todas as oportunidades e
facilidades, para preservação de sua saúde física
e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
espiritual e social, em condições de liberdade
e dignidade. Junto à PNI, foram importantes marcos
jurídicos na instauração e garantia de direitos
para a proteção do idoso (BORBA, 2018). Em 2013,
ao completar dez anos, foi revisitado de modo a
se adequar às modificações e avanços promovidos
pelo envelhecimento populacional. Em 30 de
setembro de 2013, a Presidente Dilma assinou o
Decreto Presidencial nº8.114, sobre o Compromis-
“Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso
de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros
casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias
fora de seu controle” (Assembleia Geral da ONU, 1948).
so Nacional para Envelhecimento Ativo, sob coordenação
da Secretaria dos Direitos Humanos.
Em 19 de outubro de 2006, como citado anteriormente,
foi instituída a Portaria nº2.528, que
aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa (PNSPI), que também reforça o compromisso
firmado pelo país na Assembleia Mundial para
o Envelhecimento de 2002, visando estimular a
participação ativa dos idosos na sociedade e garantir
um contexto físico, social, de saúde e bem
estar favoráveis ao envelhecimento. Assim, tem
como finalidade “recuperar, manter e promover a
autonomia e a independência dos indivíduos idosos,
direcionando medidas coletivas e individuais
de saúde para esse fim, em consonância com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde”
. Especificamente para a elaboração deste
projeto, as Resoluções da Diretoria Colegiada
(RDC/ANVISA) nº50, de 21 de fevereiro de 2002, e
nº283, de 26 de setembro de 2005, serão importantes
norteadoras.
A primeira dispõe “sobre o Regulamento Técnico
para planejamento, programação, elaboração
e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde”, sendo um “instrumento
norteador das novas construções, reformas e
ampliações, instalações e funcionamento de Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde que atenda
aos princípios de regionalização, hierarquização,
acessibilidade e qualidade da assistência
prestada à população” (BRASIL, 2002).
Já a RDC nº283 estabelece normas mínimas
de funcionamento para as Instituições de Longa
Permanência para Idosos (ILPI), com o objetivo
de garantir que esses espaços garantam aos residentes
condições de liberdade, dignidade e cidadania,
preservando sua identidade e privacidade
(BRASIL, 2005).
Conclui-se que o Brasil possui uma legislação
avançada em relação aos cuidados e amparo
para com a população idosa, mas que a prática
é insatisfatória e insuficiente. É preciso que haja
uma mudança na abordagem da velhice, desde
as práticas dessas políticas públicas, até a abordagem
que ela tem na mídia e pela sociedade.
Assim, este projeto mostra-se necessário para
afirmar a importância da prática de garantia de
acesso e inclusão da população idosa no contexto
urbano moderno, desde as esferas básicas
como habitação e saúde, até lazer e socialização.
humanização da arquitetura
20 21
implantação
edificação como complexo
95 - building complex
implantação respeitando o programa e suas
necessidades e densidades
- separar o programa em áreas menores, agregando
edificação os mais como relacionáveis complexo entre si e criando
“núcleos 95 - building de ocupação”, complex como a clínica, o refeitório,
implantação a fisioterapia, respeitando a moradia, o entre programa outros e suas
necessidades e densidades
orientação - separar o solar programa e ventos em áreas menores, agregando
parâmetro os mais identificado relacionáveis porentre si e criando
novo
implantação “núcleos de ocupação”, favorecendo como iluminação a clínica, e ventilação o refeitório,
a fisioterapia, a moradia, entre outros
natural
- atenção à orientação solar e direção dos ventos
ao orientação fazer a implantação solar e ventos tipo vila, para que todas as
unidades novo parâmetro sejam identificado confortáveis pore não necessitem
depender implantação exclusivamente favorecendo iluminação de ventilação e ventilação forçada
natural
- atenção à orientação solar e direção dos ventos
ao fazer a implantação tipo vila, para que todas as
unidades sejam confortáveis e não necessitem
depender exclusivamente de ventilação forçada
gradiente de privacidade no arranjo do conjunto
36 - degrees of publicness
compreender características de cada uso para
fazer uma implantação confortável para todos
- compreender quem e quando cada edifício
gradiente pode ser acessado, de privacidade de modo no a arranjo respeitar do os conjunto profissionais,
- degrees pacientes, of publicness moradores e visitantes
36
compreender características de cada uso para
fazer uma implantação confortável para todos
- UHs compreender agregadas com quem mais e de quando uma orientação cada edifício
pode novo parâmetro ser acessado, identificado modo por a respeitar os profissionais,
agregar pacientes, unidades moradores de modo e a visitantes ter harmonia de
ofertas entre elas
- além da atenção para favorecer as condições
climáticas UHs agregadas naturais, com projetar mais de as uma unidades orientação de modo
que novo todas parâmetro tenham identificado privacidade, por mesma forma de
agregar acesso e unidades possibilidade de modo de usosa ter harmonia de
ofertas entre elas
- além da atenção para favorecer as condições
climáticas naturais, projetar as unidades de modo
que todas tenham privacidade, mesma forma de
acesso e possibilidade de usos
espaço físico congruente ao espaço de convívio
205 - structure follows social spaces
a ocupação deve conformar o espaço, e não ser
definida por ele
- projetar os elementos estruturais de acordo com
o programa de necessidades
- no caso de ocupar o que já é existente, adequar
o programa do modo mais compatível e seguro
vistas
192 - windows overlooking life
posicionar janelas para valorizar as visuais
- conexão visual com o entorno, valorizando as
árvores e vida do local de implantação do projeto
- nas unidades de internação, essa ligação com o
externo promove uma sensação de acolhimento
e pertencimento, acompanhando os cenários
ocupação
flexibilidade de uso
novo parâmetro identificado por
estratégias para garantir adaptabilidade de usos
- uso de unidades modulares que podem assumir
diferentes tipologias e layouts, de modo a garantir
a longa vida do empreendimento
- consultórios e salas multiuso
- evitar soluções muito específicas para um uso
gradiente de intimidade
127 - intimacy gradient
layout que acompanhe os graus de intimidade
dos espaços
- moradia como mais íntimo, clínica e parque
como mais públicos
- criar um percurso que acompanhe o fluxo de
pertencimento e interações desejadas
orientação
demarcação de entrada coletiva
53 - main gateways
destacar acessos importantes na cidade
- criar um espaço de recepção para quem deseja
acessar a parte mais pública do projeto (tanto o
parque, demarcação quanto de à entrada clínica ou coletiva áreas de convivência)
- 53 diminuir - main gateways barreiras visuais existentes no acesso
- destacar acesso secundário acessos importantes que leve direto na cidade às moradias
- criar um espaço de recepção para quem deseja
acessar a parte mais pública do projeto (tanto o
caminhos e lugares
120 - paths & goals
criar caminhos conectando pontos de interesse
- determinar destinos no projeto e, a partir deles,
compreender fluxos e outros locais marcantes ou
de caminhos interesse; e lugares com isso, poder traçar caminhos que
respeitem 120 - paths o & goals interesse natural dos usuários em
explorar criar caminhos o espaço conectando (confortável pontos para de todos) interesse
- determinar destinos no projeto e, a partir deles,
compreender fluxos e outros locais marcantes ou
figura 07. Croquis baseado nos parâmetros de humanização de
Christopher Alexander, referente aos adotados no projeto.
fonte: (BARROS, 2008)
diversidade de usuários
35 - household mix
variedade de usuários enriquecendo o projeto
- apesar de ser um centro de acolhimento pensado
para idosos, é importante propor usos que
possam atrair outras gerações, como oficinas,
cursos e a própria área de lazer do parque
proposto, por exemplo
materiais apropriados
207 - good materials
uso de materiais ecologicamente corrretos
- associar materiais de baixa necessidade de
manutenção, como o concreto, com materiais
sustentáveis, como a madeira, para a estrutura, a
fim de garantir um equilíbrio na longevidade e
qualidade arquitetônica do edifício
referências projetuais
figura 08. Vista dos pátios externos do DeDrie Hoven, de Hermann
Hertzberg, em Amsterdam. fonte: https://tinyurl.com/4xdzpc9z
vila dos idosos
24 25
Localizada no Bairro Pari, a Vila dos Idosos integra
o programa Morar no Centro e é fruto da ação
conjunta da COHAB (Companhia Metropolitana
de Habitação de São Paulo) com a SEHAB (Secretaria
Municipal de Habitação da Prefeitura de São
Paulo) - também tem parceria com entidas públicas
e privadas. É uma resposta à demanda habitacional
e o plano foi de construir um conjunto
habitacional exclusivo para idosos, dentro do Programa
de Locação Social (10 a 15% da renda dos
moradores, que deve ser de, no máximo, três salários
mínimos). Organizado em terreno complexo
e em quatro pavimentos, o objetivo do projeto é
promover uma maior quantidade e variedade de
contatos da vizinhança com o conjunto e entre ele
e a cidade. Levou-se em consideração as condições
econômicas dos moradores e suas limitações
orçamentárias e, por isso, utilizou-se materiais
de alta durabilidade e pouca necessidade de
manutenção. Possui 25% das unidades acessíveis
e outras facilmente adaptáveis, e a venda das unidades
é proibida.
figuras 09, 10, 11 e 12. Fotos da Vila dos Idosos,
de Vigliecca&Associados, em São Paulo.
fonte: https://tinyurl.com/2p8pywuu
características aluguel social. diferentes tipolorelevantes
gias de apartamentos, implantapara
o projeto ção abraçando o existente, bancos
na entrada das unidades,
conformando espaços de convivência,
salas multiuso, apoio
médico e social aos moradores,
áreas de convívio espalhadas
pelos pavimentos
figuras 13 e 14. Plantas dos apartamentos-tipo
da Vila dos Idosos.
fonte: https://tinyurl.com/2p8pywuu
arquitetes
Vigliecca & Associados
local
São Paulo, SP
data 2003-2007
4 4 4 4 4
acesso
2 circulação
1 área salão verde
festas
2 circulação sala convivência vertical
acesso
circulação
acesso
2circulação
área
terreno 7.278 m²
construída 13.400 m²
7
convivência
multiuso
3 técnica administração
4 serviços sala multiuso
5 sala de TV
convivência
multiuso
área verde
convivência
multiuso
área verde
pavimentos térreo + 3
capacidade
programa
145 unidades, sendo
57 apartamentos 1 quarto de 42m²
88 monoambientes de 30m²
salas TV e jogos, salas multiuso,
salão comunitário (com cozinha),
quadra de boche, área verde,
horta comunitária, apartamentos
materialidade concreto, vidro, aço
1
6
2
2 3
6 espelho d’água
7 Biblioteca Pública
Adelpha Figueiredo
circulação vertical
técnica
serviços
monoambientes
de 30 m²
apartamentos
de 42 m²
2 5
técnica
serviços
2
figuras 15 e 16.
Plantas do térreo e
do pavimento-tipo,
respectivamente.
fonte: https://tinyurl.
com/2p8pywuu
0 5 30m
cidade madura
26 27
acesso
área verde
acesso
acesso
O Programa Habitacional Cidade Madura, desenvolvido
pela CEHAP (Companhia Estadual de
Habitação Popular) do Estado da Paraíba, é o primeiro
condomínio público exclusivo para idosos
e pensado, desde a etapa de projeto, para atender
suas necessidades e respeitar seus direitos,
de modo a favorecer sua dignidade e autonomia.
A sede de João Pessoa foi a primeira, inaugurada
em 2014, e serviu de modelo para outras espalhadas
pelo território paraibano e para outros modelos
pelo Brasil. Ela conta com 40 unidades residenciais
de 54 m² cada e pode acomodar um ou
dois idosos (casal) - a presença da família é liberada
apenas para visitas. No centro da implantação,
fica a área de convivência e de apoio à saúde,
onde tem apoio médico e social. O público alvo
é de idosos (60 anos ou mais), sem oportunidade
de qualidade de vida, com renda de até 5 salários
mínimos e com autonomia para realizar atividades
diárias. Quando o idoso a perde, é encaminhado
para uma ILPI (Instituição de Longa Permanência
para Idosos).
características implantação vencendo desnível,
relevantes layout dos ambientes internos,
para o projeto horta no chão e elevada (facilitando
a manutenção), academia,
centro de saúde para atendimento
dos residentes, terraço na
entrada das casas, redário
arquitetes
local
Júlio Gonçalves e Rafaela Guedes
João Pessoa, PB
data 2011-2014
figuras 17, 19 e 20.
Fotos da Cidade Madura,
projeto do Estado da Paraíba.
fonte: https://tinyurl.com/ymjjkz2c
circulação acesso figuras 18. Planta das unidades
da Cidade Madura.
convivência
circulação
fonte: https://tinyurl.com/2p9ajyky
multiuso convivência
multiuso
circulação área 1 verde guarita vertical
técnica circulação 2 praçavertical
serviços técnica 3 horta
serviços 4 academia
5 redário
6 núcleo saúde
7 convivência
8 salas multiuso
0 5 20m
0 5 20m
figuras 21.
Implantação da Cidade Madura,
projeto do Estado da Paraíba.
fonte: https://tinyurl.com/2rvcrtsb
circulação acesso
convivência
circulação casas
multiuso convivência academia
área multiuso convivência verde
circulação área área verde verde vertical
técnica circulação vertical
serviços técnica
serviços
circulação acesso
convivência
circulação
multiuso convivência
1
área multiuso verde
técnica área verde
serviços técnica
serviços
2
2
área
terreno 50.700 m²
construída 17.300 m² + 33.400 m² (expansão)
2 3
pavimentos
térreo
capacidade 40 casas de 54m²
programa
praça, horta comunitária (elevada),
equipamentos de ginástica,
redário, centro de convivência,
núcleo de saúde, guarita, pista
de caminhada, casas individuais
materialidade tijolo, telha cerâmica, concreto,
vidro
0 5 20m
4
6 7 8
5
5
hiléa center
28 29
Apesar de já ter encerrado suas atividades (por
questões administrativas) e de ser um projeto de
alto padrão e privado (que não será a proposta do
projeto), o Hiléa é um empreendimento referência
em sua qualidade arquitetônica e foi um dos
primeiros centros de vivência no Brasil. Era dirigido
a pessoas da terceira idade e especializado
em pessoas com mal de Alzheimer. Integrando
as funções de residencial com serviços, o edifício
era organizado em dois blocos: um horizontal,
com espaços de convivência e serviços, e um
vertical, sobreposto ao horizontal, destinado aos
quartos privados e, na cobertura, uma UTI, com
janelas voltadas para o jardim - permitindo que o
paciente tenha contato com o exterior. Os quartos
são privados e suítes, sem cozinha e estão organizados
em um corredor com posto de enfermagem
no centro, controlando também quem acessa
o pavimento. É interessante notar que, apesar
de ser de alto padrão, não permitia a personalização
do espaço e havia uma “uniformização” dos
pacientes, tirando suas singularidades.
características organização do espaço e fluxos,
relevantes amplo espaço de convivência,
para o projeto consultórios de especialistas no
espaço, sala de baile e eventos,
UTI atendendo diferentes desabilidades,
salão simulando um
centro antigo, cinema, academia
arquitetes
figuras 22, 23 e 24.
Fotos do Hiléa Center, projeto
de Aflalo&Gasparini Arquitetos.
fonte: https://tinyurl.com/335rd5be
Aflalo & Gasparini Arquitetos
acesso
circulação
convivência
multiuso
1 área recepção verde
2 circulação hall elevadores vertical
3 técnica salão de baile
4 serviços convivência
5 refeitório
6 manobra
7 cozinha
8 apoio
9 consultórios
10 simulação
11 varanda
acesso
circulação
convivência
multiuso
área área verde verde
circulação vertical vertical
técnica técnica
serviços serviços
a
c
c
m
á
t
s
local
São Paulo, SP
12 quartos individuais
data 2007-2008
área
terreno 2.600 m²
construída 13.400 m²
pavimentos
capacidade
térreo + 7 + 3 subsolos
119 quartos + 7 quartos UTI
7
8
2 3
1
11
7
4
8
2
1
9 9 9 9
9 9 9
8
12
8
1
2
8
programa
livraria, cinema, sala de costura
(simulação de centro antigo),
áreas de convivência, “clube”,
sala de baile, refeitório, cozinha,
bar, consultórios médicos,
suítes (sem cozinha), quartos UTI
materialidade concreto, vidro, aço, madeira
5
4
6
10
11
figuras 25, 26 e 27.
Plantas do térreo, primeiro pavimento
e pavimento-tipo do
Hiléa Center, respectivamente.
fonte: https://tinyurl.com/335rd5be
0 1 5m
0 1 5m 0 1 5m
0 1 5m
30 31
figura 28. fonte: https://tinyurl.com/yc8k8xtm figura 29. fonte: https://tinyurl.com/yc43secn figura 30. fonte: https://tinyurl.com/r7m3ka4d figura 31. fonte: https://tinyurl.com/98ryh8nh figura 32. fonte: https://tinyurl.com/4d3422yf figura 33. fonte: https://tinyurl.com/3sejcryb
nome
arquitetes
local
data 2017
Centro de Atenção aos Idosos
Skärvet
Kjellander Sjöberg
Växjö, Suécia
área 5.500 m²
tipologia
pavimentos térreo + 3
capacidade
programa
centro geriátrico, habitação coletiva
72 suítes
estufa, sala de estar e jantar
compartilhadas, sala de reunião,
conservatório, sala de fisioterapia,
praça central, suítes individuais
características parte de um novo distrito que
relevantes conectará novas partes da cidade,
para o projeto futura implantação tipo vila, áreas
de convivência com cozinha, sala
e varada, iluminação natural
materialidade azulejos, chapas de cobre, vidro
nome
arquitetes
local
data 2018
área 3.932 m²
tipologia
Moradia para Idosos Huningue
Dominique Coulon & Associés
Huningue, França
pavimentos térreo + 1
habitação coletiva
capacidade 25 apartamentos de 50 m²
programa
sala de informática, ateliê, oficinas,
restaurante, horta, quadra de
petanca, biblioteca, áreas de
convívio
características conexão visual com o exterior,
relevantes materiais locais, aconchegantes e
para o projeto com valor histórico, generosas
áreas de convivência, planta dos
apartamentos, possibilidade de
ocupá-los com objetos pessoais
materialidade concreto colorido, piso cerâmico,
madeira, vidro
nome
arquitetes
local
data
área
tipologia
Eyckstaete
SeARCH
Amsterdam, Holanda
concurso 2020 - fase de projeto
não informado
habitação coletiva
pavimentos térreo + 4
capacidade
programa
não informado
não informado
características estrutura de madeira, módulos pré
relevantes fabricados (layout e uso flexível)
para o projeto tratamento sensível (atendimento
domiciliar, acompanha o envelhecimento
e necessidades), parque
fazendo a conexão com o entorno
e com o resto da cidade, conexão
intergeracional, sustentável
materialidade madeira, vidro
nome
arquitetes
local
Centro-dia para Idosos
BCQ Arquitectes
Barcelona, Espanha
data 2005-2008
área 1.144 m²
tipologia
pavimentos
capacidade
programa
centro dia, centro geriátrico
térreo + 1 + 1 subsolo
não informado (apenas passar o dia)
salas de aula, auditório, salas de
convívio, área de exposiçao, salas
multiuso, salas de reunião
características implantação aproveitando vazios
relevantes do parque, fazendo a conexão com
para o projeto este, edifício como portal e térreo
permeável, mirante, uso de mate
riais existentes no local, brises
protegendo fachadas expostas
materialidade tijolo, madeira, vidro, concreto, aço
nome
arquitetes
local
data 2014
Centro de Atividades Senior Guangxi
Atelier Alter Architects
Nanning, China
área 17.576 m²
tipologia
pavimentos
capacidade
programa
centro dia, centro geriátrico
térreo + 6 + 1 subsolo
não informado (apenas passar o dia)
quadras, piscina, sala de aula de
culinária, cozinha, refeitório, salão de
festa, salas multiuso, salas de jogos
(tênis de mesa, ping pong, luta etc)
academia, karaokê, biblioteca
características acomodação nos desníveis do terrelevantes
reno, programa extenso de acolhipara
o projeto mento, estímulo à diversas atividades,
amplas áreas de convívio,
forma, brises protegendo a fachada,
coberturas e platôs orgânicos
materialidade madeira, vidro, concreto, aço
nome
arquitetes
local
data 2003
área -----
tipologia
pavimentos
capacidade
programa
Hospitais da Rede Sarah
Atelier Alter Architects
Brasília, DF - Asa Sul e Lago Norte
hospital
variado
180 leitos internação
ambulatório, laboratórios, ginásio
para fisioterapia e hidroterapia, internação,
leitos hospital-dia, instalação
para acompanhantes, centro de estudos,
biblioteca, residência professores
visitantes, auditório fechado e
ar livre, oficinas profissionalizantes
características implantação em terreno com declirelevantes
vidade acentuada (+20 m), programa
para o projeto espalhado em diferentes cotas, conexão
e caminhos entre edifícios,
visuais valorizadas, iluminação e
ventilação naturais, conforto térmico
33
teóricas
REFERÊNCIAS
referências
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SA-
NITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC
nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html.
Acesso em:
05 set. 2021.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SA-
NITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC nº
283, de 26 de setembro de 2005. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/
rdc-283-2005.pdf. Acesso em: 05 set. 2021.
ARAÚJO, Nelma Mirian Chagas de; SOARES, Inara
Beatriz Rodrigues. Programa Cidade Madura x NBR
9050: um estudo de caso na unidade de joão pessoa.
In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE ERGONO-
MIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E IX SEMINÁ-
RIO BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE INTEGRAL,
8., 2020, Natal. Blucher Design Proceedings. São
Paulo: Editora Blucher, 2020. p. 317-327. Disponível
em: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/designproceedings/eneac2020/32.
pdf. Acesso em: 03 jun. 2021.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI-
CAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos. 3 ed. Rio
de Janeiro: Abnt, 2015. 148 p.
ATELIER ALTER ARCHITECTS (China). Guangxi Senior
Activity Center. Disponível em: http://atelieraltercn.com/a_pub_senior_built.htm.
Acesso em:
17 maio 2021.
BCQ ARQUITECTES (Espanha). Day Center for the
Elderly. Disponível em: https://bcq.es/portfolio/
day-centre-for-the-elderly/. Acesso em: 18 maio
2021.
BEDOLINI, Alessandra Castelo Branco. A Vila dos
Idosos de Héctor Vigliecca: uma reflexão sobre o
“fazer arquitetura”. In: III ENCONTRO DA ASSOCIA-
ÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUA-
ÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 3., 2014,
São Paulo. Anais do III ENANPARQ. São Paulo:
Enanparq, 2014. p. 1-13. Disponível em: http://
anparq.org.br/dvd-enanparq-3/htm/Artigos/SC/
ORAL/SC-HDC-022_BEDOLINI.pdf. Acesso em: 07
jun. 2021.
BORBA, Yasmin Pinheiro. Habitação de Interesse
Social para o idoso ativo. 2018. 45 f. TCC (Graduação)
- Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2018.
BRASIL. Decreto nº 9.921, de 18 de julho de 2019. .
Brasília, DF, 18 jul. 2019. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/
Decreto/D9921.htm#art48. Acesso em: 13 abr. 2021.
BRASIL. Decreto nº 8.114, de 30 de setembro
de 2013. Brasília, DF, 30 set. 2013. Disponível
em: https://sbgg.org.br/wp-content/
34 35
uploads/2014/10/1436207288_Guia_de_poli_ticas_pu_blicas_2015.pdf.
Acesso em: 05 set. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994. Política
Nacional do Idoso. Brasília, Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.
htm. Acesso em: 15 abr. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro.
Portaria nº2.528, de 19 de outubro de 2006. Brasília,
2006.
CATTO, Juliana Ferreira. Terceira Idade: diretrizes
para o projeto arquitetônico. 2003. 132 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
HARVEY, David. O direito à cidade. Lutas Sociais,
São Paulo, v. 29, n. 29, p. 73-89, jul. 2012. Semestral.
DOMINIQUE COULON & ASSOCIÉS. Housing for
the elderly. Disponível em: http://coulon-architecte.fr/projet/716/huningue.
Acesso em: 26 abr. 2021.
FEDDERSEN, Eckhard; LÜDTKE, Insa. Living for the
Elderly: a design manual. 2. ed. Basiléia: Birkhäuser,
2018. 248 p. Disponível em: https://issuu.com/
birkhauser.ch/docs/livingfor_the_elderly__2nd_
edition. Acesso em: 19 ago. 2021.
GUERRA, Ana Carolina Lima Cavaletti; CALDAS,
Célia Pereira. Dificuldades e recompensas no processo
de envelhecimento: a percepção do sujeito
idoso. Ciência & Saúde Coletiva, [S.L.], v. 15, n. 6, p.
2931-2940, set. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://
dx.doi.org/10.1590/s1413-81232010000600031.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/
VwW7SNQhDvR3jGvTqfYWsgP/abstract/?lang=pt.
Acesso em: 13 abr. 2021.
KJELLANDER SJÖBERG. Elderly Care Skärvet.
Disponível em: https://kjellandersjoberg.se/en/
projects/project/elderly-care-skarvet/. Acesso
em: 17 maio 2021.
LIMA, Lara Carvalho Vilela de; BUENO, Cléria Maria
Lobo Bittar. Envelhecimento e Gênero: A Vulnerabilidade
de Idosas no Brasil. Saúde e Pesquisa,
Maringá, v. 2, n. 2, p. 273-280, ago. 2009. Disponível
em: https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.
php/saudpesq/article/view/1173. Acesso em: 02
maio 2021.
LIMA (LELÉ), João Filgueiras. Sarah Brasília Lago
Norte. Centro Internacional de Neurociências. Projetos,
São Paulo, ano 13, n. 153.01, Vitruvius, set.
2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.153/4865Arquitetura>.
MYRRHA, Luana Junqueira Dias; TURRA, Cassio M.;
WAJNMAN, Simone. A contribuição dos nascimentos
e óbitos para o envelhecimento populacional
no Brasil, 1950 a 2100. Revista Latinoamericana
de Población, Buenos Aires, v. 11, n. 20, p. 37-54,
jun. 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/
pdf/3238/323852456003.pdf. Acesso em: 02 maio
2021.
OLIVEIRA, Anderson Silva. Transição demográfica,
transição epidemiológica e envelhecimento populacional
no Brasil. Hygeia: Revista Brasileira de Geografia
Médica e da Saúde, [S.L.], v. 15, n. 32, p. 69-79,
1 nov. 2019. EDUFU - Editora da Universidade Federal
de Uberlandia. http://dx.doi.org/10.14393/hygeia153248614.
Disponível em: http://www.seer.ufu.
br/index.php/hygeia/article/view/48614/27320.
Acesso em: 03 maio 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. RESOLU-
ÇÃO 46/91: Princípios das Nações Unidas para o
Idoso. [S.L.]: Onu, 1991. Disponível em: https://idoso.
mppr.mp.br/arquivos/File/Direitos_dos_Idosos_-_
Principios_das_Nacoes_Unidas_para_o_Idoso.pdf.
Acesso em: 04 abr. 2021.
PARAÍBA. Governo da Paraíba. Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Humano. Cidade Madura.
Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/ApresentacoesIdoso/zipados/Mesa%202/Mesa%202/
Sess%C3%A3o%205%20-%20Mesa%202%20-%20
Cidade%20Madura%20-%20PB.pdf. Acesso em: 07
jun. 2021.
PINA, S.A.M.G.; BARROS, R.R.M.P. A Humanização e
a percepção de valor como estratégia de projeto
para Habitação. Simpósio Brasileiro de Qualidade
do Projeto no Ambiente Construído SBQP 2009.
Anais. São Carlos: EESC USP, novembro 2009.
P.101-113 doi: 10.4237/sbqp.09.193
SEARCH (Holanda). Winner Haveneiland, IJburg.
2020. Disponível em: https://www.search.nl/#!-
content/winner-haveneiland-ijburg. Acesso em: 18
maio 2021.
SILVA, Bruna Rodrigues da; FINOCCHIO, Ana Lúcia.
A velhice como marca da atualidade: uma visão
psicanalítica. Vínculo, São Paulo , v. 8, n. 2,
p. 23-30, dez. 2011 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902011000200004&lng=pt&nrm=iso>.
acessos em 24 abr. 2021.
TIRELLO, Regina A.; SFEIR, Maira; BARROS, Maira
C.. Projetos de reabilitação de conjuntos industriais
históricos em centros urbanos paulistas: usos possíveis
na contra corrente dos “centros culturais”. In: IV
ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE PRESERVA-
ÇÃO DO PATRIMÔNIO EDIFICADO, 4., 2013, Salvador.
Anais [...] . Salvador: Instituto dos Arquitetos do Brasil
e Universidade Federal da Bahia, 2013. p. 1-25. Disponível
em: https://www.academia.edu/4684812/
Projetos_de_reabilita%C3%A7%C3%A3o_de_conjuntos_industriais_hist%C3%B3ricos_em_centros_
urbanos_paulistas_usos_poss%C3%ADveis_na_
contra_corrente_dos_centros_culturais_. Acesso
em: 08 set. 2021.
36 37
U.S. Census Bureau. An Aging World: 2015. Washington:
U.s. Government Publishing Office, 2016.
175 p. Disponível em: https://www.census.gov/
content/dam/Census/library/publications/2016/
demo/p95-16-1.pdf. Acesso em: 04 set. 2021.
VIGLIECCA & ASSOCIADOS (Brasil). Vila dos Idosos.
Disponível em: http://www.vigliecca.com.
br/pt-BR/projects/elderly-housing#tech_chart.
Acesso em: 17 abr. 2021.
1° ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE REABILITA-
ÇÃO URBANA, 1., 1995, Lisboa. Carta de Lisboa
sobre a reabiltação urbana integrada. Lisboa: -,
1995. Disponível em: https://www.icomos.pt/images/pdfs/2021/37%20Carta%20de%20Lisboa%20
reabilita%C3%A7%C3%A3o%20urbana%201995.pdf.
Acesso em: 22 set. 2021.
centro de acolhimento para idosos
02
sumário
análise regional 4
localização
Santa Bárbara d’Oeste
análise do entorno 12
zoneamento
usos do solo urbano
residenciais para idosos
recepção regional
análise do lugar 22
Usina Santa Bárbara
tombamento
situação atual
caderno 02 | o lugar
Thaís Soares Menegali | RA 226155
Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina
Universidade Estadual de Campinas
Arquitetura e Urbanismo | TFG 2020
figura 01. Capa.
fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2
análise regional
figura 02. Por do sol em Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: https://tinyurl.com/2ctep8b4
localização
Segundo Pires (2007), a expansão urbana e, consequentemente,
a consolidação das metrópoles
acompanhou a industrialização. Nos países periféricos
do capitalismo, a concentração da produção
industrial era predominantemente nas áreas
metropolitanas - como é o caso da formação da
região metropolitana de São Paulo. Apenas nos
anos 1970, há uma desconcentração da indústria
e interiorização do desenvolvimento econômico
paulista, que privilegia a expansão metropolitana
de Campinas e atrai para esta região investimentos
e novos habitantes. Campinas, a cidade sede,
ultrapassa seus limites e influencia a formação de
um conglomerado de cidades, baseado na dinâmica
regional que a particularidade de cada uma
proporciona (SEPLURB, 2006).
Ainda no período de 1970 até 2000, enquanto
Campinas passa por um processo de concentração
de atividades de comércio e serviços, também
ocorre a desconcentração de sua população, e o
entorno metropolitano passa a registrar taxas de
crescimento mais elevadas do que a sede. Nesse
movimento, destaca-se o rápido desenvolvimento
e a expansão urbana de Americana e de seu
entorno imediato, Santa Bárbara d’Oeste e Nova
Odessa. Na década de 70, observa-se a conurbação
de Americana com estas duas cidades.
Em 2000, cria-se, então, a Região Metropolitana
de Campinas (RMC). Atualmente, é formada por
vinte municípios e é a segunda maior região metropolitana
do Estado de São Paulo em população,
com mais de 3,2 milhões de habitantes, de
acordo com a previsão para 2020 da Agemcamp
(Agência Metropolitana de Campinas). Consiste
em um pólo com diversificada produção industrial,
científica e tecnológica, além de significativas
atividades agrícolas, o que garante que sua
economia seja forte e diversificada, com Produto
Interno Bruto (PIB) correspondente a 8,3% do PIB
paulista e 2,7% do PIB nacional em 2013 (AGEM-
CAMP, 2021).
Com área aproximada de 3.790.000 km², a estimativa
populacional do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) para 2016 apontou
que 1,5% da população do país morava em uma
das vinte cidades da RMC. Esse desenvolvimento
da ocupação urbana e da consolidação da sua
economia foi possível graças ao amplo sistema
viário que corta a região. No passado, devido a
sua localização e aspectos físico-ambientais, foi
um local privilegiado para o cultivo de cana de
açúcar e, posteriormente, café - o que consolidou
a ligação da região com São Paulo, e daí com o
porto de Santos e o Vale do Paraíba, além de criar
condições necessárias para o desenvolvimento
industrial da região. Atualmente, ainda mantém
posição estratégica dentro da lógica de fluxos de
produção e escoamento e, de sua ampla malha
viária, destacam-se as Rodovias dos Bandeirantes
e Anhanguera, que conectam a capital com o
Estado de São Paulo
0 50 100km
RMC
6
SANTA
BÁRBARA
D’OESTE
AMERICANA
Rod. Luis de Queiroz
NOVA ODESSA
SUMARÉ
MONTE MOR
Região Metropolitana de Campinas
0 2 10km
0 50 100km
ENGENHEIRO
COELHO
HORTOLÂNDIA
INDAIATUBA
ARTHUR NOGUEIRA
COSMÓPOLIS
PAULÍNIA
HOLAMBRA
Rod. dos Bandeirantes
Rod. Dom Pedro I
JAGUARIÚNA
CAMPINAS
Rod. Anhanguera
SANTO
ANTÔNIO
DA POSSE
VALINHOS
VINHEDO
PEDREIRA
ITATIBA
MORUNGABA
interior do estado, e a Rodovia Dom Pedro I, que
liga a região com o Vale do Paraíba (AGEMCAMP,
2021).
As cidades escolhidas para serem contempladas
pelo projeto são Santa Bárbara d’Oeste,
Americana, Nova Odessa e Sumaré. O projeto do
centro de acolhimento será implantado na cidade
de Santa Bárbara d’Oeste e tem como intenção
atender estas cidades limítrofes e cujas malhas
urbanas encontram-se conurbadas atualmente.
De acordo com o relatório do IBGE de Regiões de
influência das cidades de 2018, o Arranjo Populacional
de Americana - Santa Bárbara d’Oeste/
SP é um exemplo de Capital Regional, pois possui
população elevada e produção industrial significativa,
mesmo sem ter nenhuma cidade subordinada.
figura 03. Mapa do Estado de São Paulo, em
destaque a Região Metropolitana de Campinas
.
figura 04. Mapa da Região Metropolitana de Campinas,
em destque a cidade de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: base Emplasa editada pela autora.
santa bárbara d’oeste
8
Usina Santa Bárbara
Limite Municipal
Santa Bárbara d’Oeste está localizada nas proximidades
da bacia do Rio Piracicaba, região que,
entre os séculos XVII e XVIII, formou importantes
estradas fluviais para o deslocamento de colonizadores
portugueses e, assim, diversas sesmarias
foram concedidas com o intuito de ocupar
esta região. Então, desde o século XVIII, a região
foi destaque na produção de cana de açúcar (e,
posteriormente, café), o que proporcionou um
desenvolvimento econômico e político dessa região
- conhecida como “quadrilátero do açúcar”,
formada por Piracicaba, Campinas, Itu e Mogi Mirim,
cidades que circundam Santa Bárbara d’Oeste
(FRÓES, 2018).
Em 1810, com o início da construção de uma
estrada ligando a Freguesia de Santo Antônio
de Piracicaba à Vila de São Carlos de Campinas,
descobriu-se uma região com terras férteis e com
água abundante, própria para o cultivo de cana
de açúcar e cereais. Assim, novas sesmarias foram
demarcadas a fim de serem agora comercializadas.
Do que se tem notícia, Dona Margarida da
Graça Martins foi a única mulher na história brasileira
a ter interesse em adquirir uma sesmaria.
Ela era filha única de Anna Maria Cardosa e do
sargento-mor Manuel José da Graça e, durante o
período em que seu pai esteve doente, geriu o
engenho da família em Santos. Este era o Engenho
São Jorge dos Erasmos, o primeiro engenho
brasileiro, construído por volta de 1534 na primeira
colonização portuguesa, na Capitania de São Vicente.
Essa experiência foi decisiva para seu futuro
e o da sesmaria que viria a ocupar (FUNDAÇÃO
ROMI, 2021).
Recém viúva e com quatro filhos pequenos,
mudou-se, em 1817, para a região e estabeleceu
uma fazenda com engenho de açúcar e fundou
um pequeno povoado. Em 1818, doou terras para
a Cúria Paulistana para a construção de uma capela
no local - na época, o primeiro passo para
transformar um povoado em freguesia e, posteriormente,
em vila e cidade -, dedicada à Santa
Bárbara, santa a qual era devota e que, em 1946,
nomearia a agora cidade de Santa Bárbara d’Oeste.
Entretanto, considera-se a data de 4 de dezembro
de 1818 (data de comemoração litúrgica
da padroeira), como a fundação da cidade, a primeira
e uma das únicas fundada por uma mulher
no Brasil (MARTINS; MARTINS, 2018).
Outro fator importante para a consolidação da
cidade foi o intenso movimento imigratório que a
cidade recebeu a partir de 1965, primeiro de norte
americanos fugindo da Guerra de Secessão,
e depois de imigrantes europeus. A vinda destes
se dá por meio de incentivos dos governos federal
e estadual, visando substituir a mão de obra
escrava. Esse movimento coincidiu com uma expansão
urbana da cidade, fruto da instalação de
ferrovias na região e da Estação de Santa Bárbara,
em 1875, no ramal que ligava Campinas à Rio
figura 05. Mapa da cidade de Santa Bárbara d’Oeste,
em destaque o Perímetro Urbano e suas UITs.
fonte: base Emplasa editada pela autora.
Perímetro Urbano
Santa Bárbara d’Oeste
0 1 5km
UIT 7 | Caiubi
UIT 2 | Norte
UIT 1 | Centro
UIT 5 | Sul
UIT 6 | Represa
UIT 3 | Leste
UIT 4 | Industrial
Santa Bárbara d’Oeste
Perímetro urbano
0 1 3km
10 2000
Estado de São Paulo
2010
Mais de 100 anos
1.933
0,0%
0,0%
2.524
917
0,0%
0,0%
2.317
95 a 99 anos
3.492
0,0%
0,0%
6.698
4.534
0,0%
0,0%
12.323
90 a 94 anos
11,784
0,0%
0,1%
23.628
20.758
0,1%
0,1%
45.806
Claro (essa estação daria origem, posteriormente,
ao município lindeiro de Americana). A malha
ferroviária também tinha a finalidade de escoar a
produção açucareira que crescia constantemente
devido à instauração de importantes engenhos na
cidade - entre eles, a Usina Santa Bárbara, local
de implantação do projeto. A cidade chegou a ficar
conhecida como “Pérola Açucareira” na época,
tamanha importância das usinas de açúcar
e álcool para a expansão da cidade. Na primeira
metade do século XX observou-se a implantação,
além das grandes usinas que formaram o alicerce
consolidação da cidade. Além disso, apresenta
um forte caráter industrial, continuando com perfil
diversificado, e é hoje uma das principais forças
econômicas da RMC (SANTA BÁRBARA D’OESTE,
2021).
A análise populacional de Santa Bárbara d’Oeste
revela que, comparando os dados do Censo de
2000 e 2010, a população está em processo de
envelhecimento. Isso é indicado pelo alargamento
da pirâmide etária nas faixas da fase adulta, isto
é, entre os 20 e 49 anos. Esse fenômeno é fruto
de diversos fatores combinados, como a redução
85 a 89 anos
80 a 84 anos
75 a 79 anos
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
55 a 59 anos
50 a 54 anos
45 a 49 anos
40 a 44 anos
35 a 39 anos
30 a 34 anos
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 19 anos
10 a 14 anos
5 a 9 anos
0 a 4 anos
39.003
85.479
167.939
281.136
374.521
488.217
597.226
818.855
1.029.684
1.241.184
1.400.360
1.492.773
1.586.803
1.757.537
1.817.616
1.710.336
1.609.522
1.623.963
0,1%
0,2%
0,5%
0,8%
1,0%
1,3%
1,6%
2,2%
2,8%
3,4%
3,8%
4,0%
4,3%
4,7%
4,9%
4,6%
4,3%
4,4%
0,2%
0,4%
0,6%
1,0%
1,2%
1,5%
1,8%
2,4%
3,0%
3,6%
4,0%
4,2%
4,4%
4,8%
4,9%
4,5%
4,2%
4,2%
71.303
137.037
235.480
365.634
456.341
564.808
662.467
882.144
1.101.778
1.325.648
1.491.377
1.546.059
1.619.743
1.777.856
1.822.555
1.673.654
1.558.105
1.568.201
63.558
150.452
246.532
371.655
499.180
705.940
930.303
1.149.501
1.308.852
1.444.231
1.549.270
1.741346
1.881.495
1.835.222
1.667.482
1.687.826
1.457.203
1.361.616
0,2%
0,4%
0,6%
0,9%
1,2%
1,7%
2,3%
2,8%
3,2%
3,5%
3,8%
4,2%
4,6%
4,4%
4,0%
4,1%
3,5%
3,3%
0,3%
121.030
0,6%
246.113
0,9%
354.796
1,2%
484.550
1,5%
609.906
2,0%
831.069
2,6%
1.057.688
2,1%
1.286.603
3,5% 1.444.270
3,7% 1.536.444
4,0% 1.634.852
4,4% 1.815.101
4,6% 1.908.293
4,4% 1.802.466
4,0% 1.636.426
4,0% 1.637.087
3,4%
1.403.430
3,2%
1.313.756
industrial, de uma indústria buscando a diversifi-
da taxa de fecundidade e de mortalidade infantil,
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
cação, como as de maquinário agrícola e têxtil -
entre essas, destaca-se as Indústrias Romi, ainda
devido aos avanços da ciência e
Além disso, esse processo de envelhecimento
Santa Bárbara d’Oeste
presente na cidade e responsável pela criação da
Romi-Isetta, primeiro veículo de fabricação nacio-
acompanha o do estado de São Paulo, apresentando
maior quantidade de adultos do que o es-
Mais de 100 anos
95 a 99 anos
90 a 94 anos
5
7
37
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
8
21
60
2
16
59
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,1%
11
34
129
nal (MARTINS; MARTINS, 2018).
Atualmente, a cidade possui aproximadamen-
tado. Isso indica a validade do projeto, uma vez
que ele se faz cada vez mais útil ao longo prazo,
85 a 89 anos
80 a 84 anos
75 a 79 anos
144
317
666
0,1%
0,2%
0,4%
0,1%
0,3%
0,5%
196
432
800
244
613
1.061
0,1%
0,3%
0,6%
0,2%
0,5%
0,8%
400
874
1.486
te, 271.500 km², dentre os quais apenas 82 km²
corresponde ao perímetro urbano e os demais
pertencem à UIT (Unidade de Informação Territorializada)
“Represa”, com atividades predominantemente
agrícolas. De acordo com a estimativa
do IBGE para 2020, a população da cidade é de
194.390 habitantes e o grau de urbanização registrado
em 2018 é de 99,21% - um dos mais alto
da RMC, do estado de São Paulo e do Brasil -,
ou seja, menos de 1% da população barbarense
reside no campo que foi tão significativo para a
com o aumento do número de pessoas idosas
na cidade e na região - que apresenta comportamento
semelhante em suas pirâmides etárias.
figura 06. Primeiro mapa de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: Centro de Cultura Martha Watts (FROÉS, 2018)
figura 07. Comparativo das pirâmides etárias do
Estado de São Paulo e de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: https://tinyurl.com/yckk4xar - editada pela autora
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
55 a 59 anos
50 a 54 anos
45 a 49 anos
40 a 44 anos
35 a 39 anos
30 a 34 anos
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 19 anos
10 a 14 anos
5 a 9 anos
0 a 4 anos
1.210
1.607
2.052
2.524
3.728
5.164
6.526
7.148
7.291
7.367
7.981
8.552
8.373
7.547
6.697
3,0%
3,8%
4,2%
4,3%
4,3%
4,7%
5,0%
4,9%
4,4%
3,9%
0,7%
0,9%
1,2%
1,5%
2,2%
Homens
0,8%
1,2%
1,4%
1,6%
2,1%
Mulheres
2,9%
3,9%
4,3%
4,4%
4,2%
4,6%
5,0%
4,8%
4,3%
3,8%
1.366
1.966
2.367
2.657
3.563
4.970
6.603
7.233
7.499
7.109
7.833
8.471
8.108
7.380
6.493
1.526
2.068
3.139
4.538
5.804
6.294
6.876
6.817
7.516
8.537
8.536
7.503
6.760
5.804
5.506
2,5%
3,2%
3,5%
3,8%
3,8%
4,2%
4,7%
4,7%
4,2%
3,8%
3,2%
3,1%
0,8%
1,1%
1,7%
Homens
1,1%
1,3%
1,9%
2,6%
3,5%
3,8%
3,9%
3,8%
4,1%
4,6%
4,6%
4,1%
3,6%
3,0%
2,8%
Mulheres
2.008
2.368
3.357
4.640
6.262
6.907
7.072
6.911
7.404
8.297
8.193
7.406
6.464
5.470
5.094
análise do entorno
figura 08. Praça Central Coronel Luiz Alves, em Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: https://tinyurl.com/5c2nz3ab
zoneamento
14
Ribeirão dos Toledos
Rod. Bandeirantes
A cidade de Santa Bárbara d’Oeste teve seu plano
diretor revisado em 2017 e dividiu o território
em três áreas: Área Rural (AR), Área de Proteção e
Recuperação de Mananciais (APRM) e Perímetro
Urbano (PU). O perímetro urbano foi dividido em
macrozonas, visando promover adequada ocupação
do espaço, identificar os vetores de crescimento
e estimular a ocupação de vazios de forma
equilibrada com a capacidade da infraestrutura
da cidade. O mapa ao lado marca as duas macrozonas
de expansão urbana (MEU-2 - Macrozona
de Expansão Urbana 2 e MEU-3 - Macrozona de
Expansão Urbana 3). As demais zonas demarcadas
de 1 a 7 pertencem à Macrozona de Urbanização
Consolidada (MUC), que compreende as
áreas urbanas ocupadas como consequência do
processo de parcelamento do solo, com infraestrutura
e equipamentos públicos.
Usina Santa
Bárbara
Residencial Dona
Margarida
Jardim
Firenze
O terreno escolhido - a Usina Santa Bárbara -
está localizado dentro do perímetro urbano e
dentro da UIT 1 - Centro. No passado, este lugar
era distante do centro da cidade e o acesso dava-se
por meio de transporte público, mas, com
o passar do tempo, a cidade foi se expandindo
e alcançando cada vez mais a usina. Em 2006, o
loteamento Residencial Dona Margarida foi aprovado
e, anos depois, o Jardim Firenze. Ambos vivem,
atualmente, um aumento de sua população
com a construção de novos edifícios nos terrenos
lindeiros à SP-306 - Rodovia Luís Ometo - que alteram
a paisagem do entorno da usina. Ademais,
o terreno está localizado na MEU-2, que compreende
as áreas de expansão contíguas às já consolidadas,
ainda internas ao perímetro urbano, e que
são destinadas a fins residenciais, comerciais, de
serviços e industriais.
AMERICANA
Rodoterminal
Metropolitano
figura 09. Vista aérea de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: https://tinyurl.com/25t26djs - editada pela autora
figura 10. Zoneamento de Santa Bárbara d’Oeste,
de acordo com o Plano Diretor de 2017.
fonte: desenvolvido pela autora a partir de base
municipal, imagens de satélite e Froés (2018).
SP-304 | Rodovia
Luis de Queiroz
Rod. Margarida da
Caminho dos Flamboyants
Graça Martins
Rod. Luis Ometo
Av. Tiradentes
R. Floriano Peixoto
Av. Monte Castelo
R. Duque de Caixias
R. 15 de Novembro
Av. Corifeu Marques
Ribeirão dos Toledos
MEU-2
MEU-3
MEU-3
Usina Santa Bárbara
Z1 | zona central
Z2 | zona estritamente residencial
0 150 500m
Z3 | zona mista - residencial e comercial
0 150 500
Z4 | zona mista comerial áreas verdes
Z5 | zona mista - comercial, seviços e indústrias não incômodas
Z6 | zona industrial
Z7 | zona especial
Rod. Comendador A. E. Romi
Rod. Luis de Queiroz
MEU2 | macrozona de expansão urbana 2
MEU3 | macrozona de expansão urbana 3
E
usos do solo urbano
No mapa ao lado, é possível observar que a usina,
antes afastada do núcleo urbano, hoje está ticularidades, como o Museu da Imigração, abri-
visam resguardar a história da cidade e suas par-
conectada a ele. Porém, nota-se que, além das gado na antiga Casa de Câmera e Cadeia, edifício
áreas destinadas ao cultivo de cana a oeste e norte
dela e a área verde do Residencial Dona Mar-
Victor Dubugras, o Museu da Água, que valoriza
de estilo eclético projetado pelo arquiteto francês
garida, que circunda o Caminho dos Flamboyants esse abundante e importante recurso para a cidade,
e a Estação Cultural, abrigado na antiga esta-
(antigo acesso à usina), não há significativas áreas
verdes públicas próximas ao terreno escolhido. ção ferroviária de Santa Bárbara d’Oeste (uma vez
Apenas próximo ao centro da cidade é que existem
dois grandes parques, que foram reabilitados na Santa Bárbara, em 1995) e que promove diver-
que esta foi desativada no mesmo ano que a Usi-
recentemente, o Parque dos Ipês e o Parque Araçariguamatruída
uma nova sede para a biblioteca da cidade
sas atividades culturais. Recentemente, foi cons-
Na área da saúde, a cidade possui uma estrutura e o antigo edifício desta abriga agora o Centro de
significativa: existem doze postos médicos espalhados
pela malha urbana, um centro médico de o Centro de Documentação da Fundação Romi.
Memória da cidade, que dialoga com o CEDOC,
especialidades e dois pronto socorros - no mapa, Além disso, a cidade possui o Teatro Municipal
está marcado o do Hospital Santa Bárbara, que Manoel Lyra, amplamente conhecido na região.
tem fácil acesso pela rodovia Margarida da Graça
Martins e avenida Monte Castelo até o sítio do SP-135 - Margarida da Graça Martins e SP-306 -
Ademais, no que tange o transporte, as rodovias
projeto, ponto importante para a implantação de Luís Ometo fazem uma separação marcante da
um centro de acolhimento para idosos (próximo usina com o centro da cidade, o que dificulta a
a ele também existe o hospital particular da Unimed).
O mapa também marca a posição de duas local do projeto - por isso, é preciso analisar solu-
travessia do pedestre e, assim, o acesso deste ao
das cinco casas de repouso existentes na cidade. ções e estratégias para promover esse novo eixo
A área de educação também merece destaque. de circulação. A rodovia Luís Ometo corresponde
A cidade conta com 43 unidades escolares de também a uma das entradas do Corredor Metropolitano
Vereador Biléo Soares, que conecta ci-
educação municipal, 35 escolas estaduais, uma
escola de ensino especial, três escolas técnicas e dades da RMC.
profissionalizantes e três faculdades particulares.
Em relação à cultura, a cidade possui museus que
16
figura 11. Uso do solo de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: desenvolvido pela autora a partir de base
municipal, imagens de satélite e Froés (2018).
1
2
A
B
C
E
F
M
P
R
T
Usina Santa Bárbara
Rod. Bandeirantes
Ribeirão dos Toledos
Asilo São Vicente de Paulo
Casa de Repouso Espaço & Vida
Hospital Santa Bárbara
Unidade Básica de Saúde | UBS
Centro Médico de Especialidades
Academia ao ar livre
Biblioteca Municipal
Clubes particulares
Escolas
Faculdade Unimep
Museus
Prefeitura
Rodoterminal Metropolitano
Terminal Municipal
Áreas verdes públicas
Ribeirão dos Toledos
Rodovias
Vias coletoras
Vias arteriais
Corredor Metropolitano
Torres de alta tensão
0 150 500m
0 150 500
Rod. Margarida da
Caminho dos Flamboyants
Graça Martins
A
R
2
Rod. Luis Ometo
F
Av. Tiradentes
P
E
E
C
E
R. Floriano Peixoto
A
A
E
M
C
E
A
Av. Monte Castelo
E
Rod. Comendador A. E. Romi
E
B
T
M
E
E
M
E
R. Duque de Caixias
CENTRO
1
E
R. 15 de Novembro
E
A
A
Av. Corifeu Marques
Rod. Luis de Queiroz
Ribeirão dos Toledos
residenciais para idosos
18
Atualmente, a cidade de Santa Bárbara d’Oeste
possui cinco instituições de longa permanência.
tos entre homens e mulheres, divididos em duas
casas (uma para cada sexo), porém com convívio
figura 12. Salão simulando um centro antigo,
no residencial para idosos Hiléa Center.
fonte: https://tinyurl.com/335rd5be
Quatro delas são particulares e apenas o Asilo
São Vicente de Paulo é uma instituição sem fins
lucrativos, funcionando em parceria com o município.
Porém, todas estão localizadas em residências
que não foram projetadas e construídas com
essa finalidade - são espaços adaptados para receber
tal uso.
As outras quatro instituições são denominadas
“casas de repouso” e com opções diferentes de
internação. A maior delas é a Casa de Repouso
Espaço e Vida, com capacidade para 36 moradores
(misto entre homens e mulheres) e recebe
idosos não residentes para passarem o dia no local.
Localizada no km 24 da Rodovia Luís Ometo,
conjunto. A residência existente foi adaptada seguindo
a RDC50 e conta com quartos de 2, 3 ou 4
camas e um banheiro para cada 4 quartos.
figura 13. Mapa das Casas de Repouso
e Asilo de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: desenvolvido pela autora a partir de base
municipal, imagens de satélite e Froés (2018).
Casa de Repouso Estrela Viva
localizado em um bairro de
chácaras, é uma casa de repouso
particular, com opção de internação
provisória ou definitiva
3
Casa de Repouso Espaço e Vida
jnfpnimfmfosf
inifnifnisnfs
oifj0fjoofmosmfs
invidnvivd
2
1
Asilo São Vicente de Paulo
instituição sem fins lucrativos e
em parceria com o governo
municipal, tem foco no atendimento
de longa permanência
4
5
a casa é particular, permite a internação provisória
ou definitiva, e conta com uma pequena área externa
pavimentada e área verde.
A Casa de Repouso Estrela Viva é a mais afasta-
Usina Santa Bárbara
da do centro da cidade e está localizada em um
bairro de chácaras, à oeste da cidade. Conta com
equipe multidisciplinar, quartos coletivos de 3 ou
5 camas e recebem moradores provisórios ou definitivos.
Também recebem idosos para passarem
o dia, no sistema chamado “escolinha”.
Depois, há a Casa de Repouso Minh’Alma, também
particular e com o regime de residentes
(apenas definitivos) ou “creche”, onde o idoso
pode passar o dia no local. São 17 residentes mis-
1
2
3
4
5
Asilo São Vicente de Paulo
Casa de Repouso Espaço & Vida
Casa de Repouso Estrela Viva
Casa de Repouso Rosa dos Ventos
Casa de Repouso Minh’Alma
Perímetro urbano
0 1 3km
Casa de Repouso Rosa dos Ventos
jnfpnimfmfosf
inifnifnisnfs
oifj0fjoofmosmfs
invidnvivd
Casa de Repouso Minh’Alma
particular, a casa comporta 17
pessoas, entre homens e mulheres,
e tem sistema de “creche” de
12h, além dos residentes
recepção regional
20
mapa RMC - metropolitano
Na extremidade sul da rodovia Luís Ometo está
localizado o Rodoterminal Metropolitano de Santa
Bárbara d’Oeste, que pertence ao Corredor
Metropolitano Vereador Biléo Soares. Em sua
fase final, este corredor conectará as cidades de
Campinas, Monte Mor, Hortolândia, Sumaré, Nova
Odessa, Americana e Santa Bárbara d’Oeste, prevendo
uma economia de tempo de viagem em
20% e atendendo 248 mil passageiros diariamente
(FRÓES, 2018).
Essa conexão mais veloz com outras cidades da
RMC, principalmente Americana, Nova Odessa e
Sumaré, permite fácil acesso dos moradores destes
lugares ao terreno do projeto proposto, além
dos próprios moradores de Santa Bárbara d’Oeste,
que residem em regiões mais distantes da
cidade. O Rodoterminal Metropolitano de Santa
Bárbara d’Oeste funcionará, então, como porta de
entrada do projeto para visitantes de outras cidades
e, para maior conforto destes, será proposto
um novo transporte que os leve até o centro de
acolhimento para idosos.
figura 14. Vista aérea de Santa Bárbara d’Oeste.
fonte: https://tinyurl.com/yckyp456
figura 15. Corredor Metropolitano Biléo Soares.
fonte: https://tinyurl.com/ye77zy4j
análise do lugar
figura 16. Caminho dos Flamboyants, antigo acesso à Usina Santa Bárbara.
fonte: https://tinyurl.com/y7r6cek7
usina santa bárbara
24 25
Desde a história de vida de sua fundadora, Santa
Bárbara d’Oeste tem sua história e economia diretamente
conectada à cana e às usinas de açúcar
e álcool. Após 60 anos da instauração do primeiro
engenho de cana de açúcar pela fundadora da
cidade, Dona Margarida da Graças Martins, o Major
João Frederico Redher, um imigrante alemão,
comprou do Barão de Tatuí, em 1877, terras a 2km
do centro da cidade, que viriam a ser denominadas
Fazenda São Pedro (MARTINS; MARTINS,
2018). De acordo com Quecini (1999), há relatos
de que, desde 1812, havia nestas terras um rústico
moedor de cana, movido por animais, que
produzia uma pequena quantidade de caldo de
cana para consumo próprio das famílias. Mas, em
1883, foi inaugurado neste lugar o primeiro grande
engenho do município e, em 1902, foi criada a
primeira destilaria de álcool.
O desenvolvimento da cultura canavieira e a
prosperidade dos negócios atraíram um grupo
francês interessado em investir em uma usina de
açúcar e em uma linha férrea. Em 1913, a família
Rehder associou-se ao grupo e instauraram a
Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola Santa
Bárbara, a fim de escoar a produção da Usina
(FRÓES, 2018). Por essa ferrovia, chegam os materiais,
equipamentos e maquinários importados
da França para a construção de novos edifícios
industriais, que substituiriam a destilaria e dariam
origem a uma usina de cerca de 2.630 m² - construída
em aproximadamente oito meses, tempo
recorde para construções desta tipologia na
América do Sul. Este novo empreendimento diferenciava-se
do anterior pelo forte caráter industrial,
grandes dimensões e maior escala de produção,
além da complexidade do sistema produtivo,
que passava a moer de 500 a 600 toneladas de
cana por dia e produzindo mais de 130 mil sacos
de açúcar anualmente (na época, estado de São
Paulo produzia aproximandamnte 400 mil sacos
por ano, o que evidencia o caráter ambicioso do
novo projeto da Usina Santa Bárbara) (CAMPAG-
NOL, 2008).
Os novos edifícios destinados à usina, a linha férrea
e a construção das casas dos colonos foram
alterações significativas na paisagem da Fazenda
São Pedro, que acompanharam as transformações
pelas quais também passava a cidade de
Santa Bárbara d’Oeste, com a chegada da energia
elétrica, telégrafo e trem. Esssas características e
futuras expansões e adequações viriam a garantir
que a Usina Santa Bárbara fosse a maior e mais
importante usina da cidade e uma das princpais
do estado de São Paulo (CAMPAGNOL, 2008).
Posteriormente, surgiram outras grandes usinas
na cidade, que contribuíram para cunhar o apelido
da cidade de “Pérola Açucareira”, como as usinas
Cillos, Galvão e Furlan - sendo esta última a
única em funcionamento atualmente.
“[...] algum tempo depois, em 1883, o sr. Rehder installou
naquelle local o primeiro engenho de assucar,
bastante rudimentar. O pequeno estabelecimento foi
aos poucos progredindo e com o desenvolvimento da
cultura attingido em 1899, teve ele um notável augmento,
com a installação de maiores mecanismos e a
inauguração de uma grande destilaria.
Em 1902 a Fazenda São Pedro foi escolhida para nella
ser feita a installação de uma grande usina assucareira,
cuja iniciativa coube ao sr.Antônio C. Melchert, [...] a
exploração de uma estrada de ferro que, partindo do
ponto mais conveniente da linha Paulista, venha até
Santa Bárbara e d’aqui se prolongue a outros pontos
que de futuro se julgue conveniente ligar, e a exploração
da industria agrícola e de quedas de água, compra
e venda de productos agrícolas, madeiras, terrenos,
etc., nos municípios de Santa Bárbara, Campinas e em
outros do Estado.” (PICARD, 1940 apud QUECINI, 2000).
figura 17. Casarão Amarelo, na Usina Santa Bárbara.
fonte: Acervo pessoal.
1930 - 1960
26
No ano de 1922, a fazenda e a usina foram ad-
novas dependências administrativas e de uma
quiridas pela família Alves de Almeida e o espaço
passou por novas modificações. O maquinário da
Usina foi modernizado e novas áreas para cultivo
de cana foram compradas, elevando a produção
anual de açúcar. Somado a isso, segundo Quecini
nova residência para a família Alves de Almeida
- conhecida como “Casa Grande” ou “Casarão”
-, e outras residências, além de áreas de apoio,
como cozinha e depósitos, novos espaços de lazer,
como jardins, piscina, quiosque e viveiro. e da
canavial
Ribeirão dos Toledos
canavial
(1999), o gestor, Coronel Luiz Alves de Almeida,
capela consagrada a São Luiz (QUECINI, 1999).
instaurou uma administração que configurou a
convivência como de uma cidadela, que construiu
uma imagem positiva junto à comunidade e
um senso identitário entre os trabalhadores.
Sob sua administração, também tiveram muitas
alterações que mudaram positivamente a paisa-
galpões
da usina
caminho dos flamboyants
gem e o modo de viver na usina, levando este
período a ser chamado pelos antigos moradores
como “Anos Dourados”. Foram construídas diversas
colônias para os empregados - não há registros
ou mapeamentos oficiais da posição dessas
colônias, apenas relatos e fotografias de que
eram cinco colônias que somavam mais de cem
residências, nas terras lindeiras à usina - além de
espaços de convivência, como a escola do Grupo
Escolar Coronel Luiz Alves, um armazém, campo
de futebol e um “clube”, com cinema e sala de bailes.
Também foram implantados diversos serviços
figura 18. Vista aérea da Usina
Santa Bárbara, em 1949.
fonte: https://tinyurl.com/z92jp7k6
escola
colônia
Cel. Luiz Alves
residência
diretor
técnico
casarão
amarelo
piscina
escritório
sede
residência
D. Carolina
capela
São Luiz
canavial
de saúde, como farmácia, dentista e médico. Essa
parte social da usina favorecia o espírito de família
entre os moradores (FRÓES, 1999).
figura 19. Implantação da Usina
Santa Bárbara, em 1936.
fonte: (COMPAGNOL, 2008) - editada
pela autora
Ainda na década de 1930, a área de sede também
passou por alterações. Houve a construção
0 50 200m
0 50 200m
1960 - 1995
28 29
Mas esse auge da vida social da usina é inter-
Por fim, nos anos 1990, os debates ambientais
rompido em 1968, segundo Quecini (1999). De-
ganham destaque e a usina recebe pesadas mul-
vido à crise causada pela super safra de 1964, a
tas da CETESB (Companhia Ambiental do Estado
comercialização é dificultada e os pequenos e
médios produtores são sugados pelos grandes
grupos que sobreviveram à crise. Assim ocorre a
incorporação da usina pelo Grupo Ometto (atual
de São Paulo), devido às reclamações sobre a
poluição produzida. Adicionando a obsolescência
do maquinário e a baixa produtividade do solo explorado
há muito, foram justificativas usadas para
canavial
Ribeirão dos Toledos
canavial
Grupo Cosan, que viria a ser o maior grupo usinei-
a desativação desta em 1995 (QUECINI, 1999).
ro do país). Donos de mais outras quatro grandes
usinas na época, a Usina Santa Bárbara passa a
ser vista como apenas mais uma unidade de produção
e perde sua singularidade. Os lugares que
antes eram destinados à convivência dos trabalhadores
e familiares passam a ter usos exclusivamente
institucionais: o cinema passa a ser um
laboratório entomológico, as locomotivas são
cinema
laboratório
oficina e
laboratório
galpões
da usina
caminho dos flamboyants
substituídas por caminhões e o campo de futebol
é transformado em uma oficina para atendê-los,
por exemplo.
Apesar de passar por uma expansão significa-
capela
colônia
Cel. Luiz Alves
residência
diretor
técnico
escritório
sede
canavial
tiva em 1980 com incentivos do Proálcool, com
o passar dos anos, as residências patronais também
passam a abrigar escritórios e as colônias
começam a desaparecer. Isso, somado ao rígido
controle de acesso, contribuiu para o isolamento
cada vez maior do complexo fabril em relação à
cidade (QUECINI, 1999). A Usina que doou terras
e fez significativas contribuições à cidade e sua
figura 20. Vista aérea da Usina
Santa Bárbara, em 1990.
fonte: https://tinyurl.com/z92jp7k6
figura 21. Implantação da Usina
Santa Bárbara, em 1995.
fonte: (COMPAGNOL, 2008) - editada
pela autora
escola
canavial
residência
casarão
amarelo
piscina
residência
D. Carolina
caseiro
capela
São Luiz
comunidade estava agora restrita e sem seu caráter
agregador e comunitário,
0 50 200m
0 50 200m
Santa Bárbara d’Oeste - SP 2021
1995 - 2021
30 31
Segundo Quecini (1999), a perspectiva de pro-
degradação dos edifícios, uma vez que estes não
longamento da Rodovia dos Bandeirantes, pas-
possuíam uma destinação clara. Eram constantes
sando próximo à usina, e a possibilidade de con-
os roubos de lustres, mobiliários e até de tijolos e
versão das terras rurais em urbanas também
outros elementos construtivos (QUECINI, 2000).
pode ter influenciado nessa decisão do fechamaento
da Usina.
Todas essas variantes previam uma valorização
das terras da Usina e das próximas a ela, até então
destinadas apenas á plantação massiva da cana
Essa luta acabou por unir os ex-moradores em
um movimento para celebrar os “Anos Dourados”
da usina, num evento anual chamado de “Festa
da Negadinha da Usina”, que não foi capaz de
impedir a degradação de sua estrutura, mas que
Ribeirão dos Toledos
de açúcar. Por isso, segundo Quecini (1999), no
consegue reviver sua história e vida social nos en-
ano seguinte ao fechamento da Usina (que ainda
contros comemorativos (QUECINI, 1999).
lidava com a demissão e ordens de despejo de
trabalhadores e suas famílias das casas das colô-
caminho dos flamboyants
nias restantes), surgem rumores de um novo loteamento
nas terras citadas, agora sob posse da
Bertol Participações Ltda.
Apesar das incessantes lutas e protestos de ex
moradores e trabalhadores da usina pelo tombamento
e preservação dos imóveis de todo o complexo,
do caminho de acesso ao lugar (conheci-
cinema
laboratório
oficina e
laboratório
capela
colônia
Cel. Luiz Alves
galpões
da usina
residência
diretor
técnico
escritório
sede
residencial
Dona Margarida
do como Caminho dos Flamboyants) e da antiga
locomotiva que realizava o transporte da cana,
ocorreu um sistemático desmonte da Usina nos
anos que se seguiram.
Visando, então, impedir um possível tombamento,
a estratégia dos proprietários para evitá-lo
foi a rápida demolição das colônias restantes e o
desmonte de peças e equipamentos dos galpões
figura 22. Vista aérea da Usina
Santa Bárbara, em 2017.
fonte: https://tinyurl.com/2p8fv6sf
figura 23. Implantação da Usina
Santa Bárbara, em 2021.
fonte: (COMPAGNOL, 2008) e imagens
de satélite - editada pela autora
escola
residência
casarão
amarelo
piscina
residência
D. Carolina
caseiro
capela
São Luiz
industriais para abastecer outras unidades do grupo.
Além disso, houve um processo acelerado de
0 50 200m
0 50 200m
condomínio
Jardim Firenze
0 100 200
1812 1902
rústico moedor de cana
na Fazenda São Pedro,
apenas para uso das
famílias com o caldo
1877
Fig xx: Primeiras colônias, 1913.
família Rehder constrói
uma fábrica de álcool
na Fazenda São Pedro
1883
inauguração do
engenho de açúcar
da família Rehder
é construída uma fábrica de
álcool na Fazenda São Pedro
_diferenciação entre produção
agrícola e industrial
_maior complexidade do
sistema produtivo
Fig xx: Construção dos galpões. 1914
1913
constituição da Companhia de Estrada
de Ferro e Agrícola santa Bárbara
1922
Fig xx: Colônia, 1962.
família Alves compra a fazenda e a usina
_“paternalista” cidadela - construção de uma imagem
positiva junto à comunidade
_melhorias na estrutura física da usina e
investimento na melhoria dos equipamentos
_ampliação da área de plantação, com a
compra de novas terras
_construção de novo conjunto de edifícios
tanto para o setor administrativo, quando
para moradias
1930-60
“anos dourados”
_auge do desenvolvimento
_ampliação das colônias e
surgimento de novas
_novos espaços de convivência
- escola, armazém,
mercearia, açougue e o
“clube”
_construção de uma
quadra, arquibancada e
vestiários para o time da
usina - CAUSB e CALA
_reformulação da “sede” da
família Alves, com a construção
do “solar” e do
“palacete”, de uma área de
apoio (depósito, cozinha e
lavanderia), novas áreas de
lazer com jardins bem
cuidados e capela consagrada
à São Luiz
Fig xx: Casarão Amarelo, 1940.
1960 anos 1990
incorporação da usina pelo Grupo Ometto
(atual Grupo Cosan)
_perda da visão “paternalista”, a usina passa
a ser mais uma unidade de produção
_espaços de lazer dos trabalhadores são
transformados em locais de trabalho
_colônias operárias desaparecem aos poucos
_locomotivas são substituídas por caminhões
e os “trilhos perderam-se em meio aos
canaviais”
_as áreas sociais deixam de ser na usina
_a usina financia novos loteamentos em SBO
(Jardim Dulce, Jardim Panambi, Primavera e
Recanto Beira Rio)
isolamento da usina com relação à cidade
_área sede também passa a ser ocupada
pelo adminstrativo
_redução do convívio social e enrijecimento
do controle de acesso
usina recebe pesadas multas da CETESB por poluição
_questão ambiental ganha importância no cenário mundial
_soma-se a obsolescência do maquinário e baixa produtividade
do solo da região > principais motivos para fechá-la
_perspectiva de mudança do traçado de prolongamento
da Rodovia dos Bandeirantes para próximo à área da usina
_interesse imobiliário na região, para novos loteamentos
(conversão das terras rurais em urbanas e mais valorizadas)
1995
fechamento da usina
1997
luta dos ex-moradorespelo tombamento
_criação da Festa da Negadinha
_dilapidação dos edifícios e espaços da
fazenda para evitar o tombamento
_desmonte final dos galpões industriais
2006
loteamento aprovado
1810
1818
fundação do distrito
de Santa Bárbara
descoberta de terras fertéis
e com água abundante
1875 1906
inauguração da Estação
Férrea de Santa Bárbara
Santa Bárbara
recebe foros
de cidade
1920
1867 1917
início do movimento imigratório
norte-americano
surgimento de indústrias de
implementos agrícolas e têxteis
inauguração de nova estação
férrea próxima ao centro
“Pérola
Açucareira”
1975
1944 1960-70
criação do Programa
cidade passa a ser denominada
Santa Bárbara d’Oeste
com Americana
conurbação à leste Nacional do Álcool -
Proálcool
1941
instalação dos serviços
de água e esgoto
1960
inauguração do
Hospital Santa Bárbara
1973
1º Choque do Petróleo
figura 24. Linha do tempo desenvolvida
pela autora, com base em Froés (2018),
Campagnol (2008) e Quecini (1999).
tombamento
34 35
525
Graças à luta de ex-moradores e trabalhadores,
a Usina Santa Bárbara foi tombada em 2008, junto
a suas memórias e seu conjunto de cidadela. Pelo
Decreto Municipal nº3.028, os “bens de interesse
cultural, histórico, arquitetônico, ambiental e afetivo”
dentro da área da Usina estão tombadas, contando
com uma faixa de proteção de 25m por em
todo seu perímetro - conforme o mapa ao lado.
Internamente à área protegida, é permitida a
construção de novas edificações de até 18 metros
de altura, desde que não compitam em escala
com as já existentes no local e não coloquem
os patrimônios tombados em risco. Porém, em
respeito à história do sítio tombado e sua imponência,
optou-se por propor novas edificações
apenas fora da área tombada e de sua faixa de
proteção, isentas de restrições, devendo respeitar
as legislações pertinentes do Plano Diretor.
Para além disso, também está previsto no Decreto
de tombamento citado que os pisos externos
de paralelepípedos sejam mantidos e recuperados,
se necessário, com materiais permeáveis
- uma vez que é proibido o uso de asfalto ou materiais
semelhantes dentro da área tombada.
Em relação à faixa de proteção, o Decreto prevê
que a área não pode receber interferências arquitetônicas
que ultrapassem 2,50 metros de altura
e que há preferência para instalações paisagísticas
e de recreção infantil e esportiva. A intenção
do projeto é usar essas áreas de proteção apenas
propondo caminhos para pedestres que interliguem
os novos usos do projeto com os caminhos
e edifícios já existentes na antiga área de lazer da
usina.
Para isso, estas construções também serão reabilitadas
e receberão novos usos de acordo com
o programa do projeto de propor um espaço de
cuidado completo para a qualidade de vida e
bem estar dos idosos residentes e frequentadores,
abrangendo as áreas de lazer, moradia e saúde.
De acordo com a Carta de Lisboa sobre a Reabilitação
Urbana Integrada, documento fruto do 1º
Encontro Luso-Brasileiro de Reabilitação Urbana,
que ocorreu em Lisboa em 1995, a reabilitação de
um edifício consiste em um princípio norteador
de intervenções, com objetivo tanto na recuperação
quanto na beneficiação de uma construção,
propondo uma modernização que resolva “anomalias
construtivas, funcionais, higiênicas e de
segurança” até próximo aos atuais níveis de exigência.
Ainda, a Carta defende que é importante
abandonar a “atitude consumista” que prevê uma
vida útil curta às edificações e que a reabilitação
exige uma maior concentração de mão de obra
em relação a uma nova construção, impactando
na empregabilidade e na economia do lugar.
Também proporciona que as cidades mantenham
sua “identidade cultural” e que haja melhoria nas
condições de vida também com o reforço de atividades
culturais e sociais, como propostas aqui.
figura 25. Tombamento da Usina Santa Bárbara.
fonte: desenvolvido pela autora a partir de base
municipal, imagens de satélite e Froés (2018).
18 19
17
16
15
14
0 20 100m
26
12
13
1
530
535
540
545
25
550
24 23
23
24
24
25 24
24
11
20
24
10
1
24
24
9
8
7
23
22
23
2
5
21
6
4
3
565
560
555
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Residência sede | “Casarão Amarelo”
Residência | Dona Carolina M. de Almeida
Capela | São Luiz
Casa do caseiro
Depósito do caseiro
Garagem do caseiro
Piscina
Casa de banho
Churrasqueira
Farmácia
Residência | Diretor Técnico
Colônia | Coronel Luiz Alves
Campo de futebol | CAUSBO
Residência
Escola | Coronel Luiz Alves
Capela | Nossa Senhora de Fátima
Cinema
Oficina e Laboratório
Tanque
Colunatas
Escritório sede
Guarita
Ruínas
Barracões da Usina
Bases dos Tonéis
Estação de Tratamento de Água
Caminho dos Flamboyants
Faixa de proteção da Área de Tombamento
Ribeirão dos Toledos
Área de intervenção do projeto
identificação das edificações
36 37
1 RESIDÊNCIA SEDE | “CASARAO AMARELO”
Com data estimada de construção entre 1927 e 1936,
foi encomendada pelo Coronel Luiz Alves uma residência
de estadia para quando viesse tratar assuntos
da Usina e para passar as férias com a família. Após a
compra da Usina pelo Grupo Ometto em 1968, o casarão
passou a ser usado como escritório até encerrarem
as atividades em 1995. O palacete de estilo eclético,
fachada simétrica e cor marcante difere arquitetônicamente
do restante do conjunto da Usina.
estado de conservação (FROÉS, 2018): conservada
Apelidada de “chalé” pelos moradores da usina,
foi uma das primeiras residências a serem construídas
no local e era destinada ao “diretor técnico”
da indústria até o fechamento em 1995- por isso,
está localizada logo à frente desta. Sofreu diversas
alterações ao longo dos anos, como a adição
da varanda de arcos e de um novo bloco com telhado
de duas águas.
estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada
11 RESIDÊNCIA | DIRETOR TÉCNICO
2 RESIDÊNCIA | DONA CAROLINA 12 COLÔNIA | CORONEL LUIZ ALVES
Foi a primeira colônia da Usina e sua construção se
Conhecida como “sobrado” pelos moradores do local,
estima-se que foi construída em 1936 e faz parte do
processo de ampliação das áreas de moradia e lazer
pelo qual a Usina passou durante seus “Anos Dourados”
(1930 - 1960), sob o comando do Coronel Luiz Alves.
Possui uma varanda de arcos - que aparece em
outros edifícios do complexo - e possui áreas de apoio
em pequenos edifícios externos (depósito, cozinha, lavanderia,
piscina e quiosque).
estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada
dá próxima à inauguração desta, em 1914. Porém,
durante os “Anos Dourados”, foi totalmente reformada
e passou a abrigar as melhores casas da
Usina. Privilegiadas pela localização, eram destinadas
aos funcionários do escritório. Atualmente,
são ocupadas por conhecidos da atual empresa
dona da Usina (Bertol Participações LTDA).
estado de conservação (FROÉS, 2018): conservada
3 CAPELA | SÃO LUIZ
Com data de construção estimada em 1940, a capela
São Luiz compõe o complexo de lazer encomendado
pelo Coronel Luiz Alves para sua família passar as férias
com mais conforto. Consagrada a São Luiz, foi erigida
em homenagem ao Coronel Luiz Alves, que administrava
a Usina com moldes “paternalistas”, criando
e fortalecendo os laços de uma comunidade ali.
estado de conservação (FROÉS, 2018): parcialmente
idijd
conservada
figura 26. Casarão Amarelo.
fonte: acervo pessoal
figura 27. Residência Dona Carolina.
fonte: (FROÉS, 2018)
figura 28. Capela São Luiz.
fonte: (FROÉS, 2018)
figura 29. Fachada da residência do diretor técnico.
fonte: acervo pessoal
figura 30. Fachadas das casas da Colônia Coronel Luiz Alves.
fonte: acervo pessoal
figura 31. Capela Nossa Senhora de Fátima.
fonte: acervo pessoal
Por volta de 1936, as famílias que habitavama as
diveresas colônias da Usina uniram-se para comprar
os materiais e efetivamente construir uma
igreja que comportasse toda a comunidade. Até
os dias atuais, não está finalizada: faltam os revestimentos
internos e instalações elétricas. Porém
isso não impediu de que abrigasse inúmeras festas
religiosas ao longo dos anos.
estado de conservação (FROÉS, 2018): parcialmente
idijd
conservada
16 CAPELA | NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
38 39
15 GRUPO ESCOLAR | CORONEL LUIZ ALVES
18 OFICINA E LABORATÓRIO
21 ESCRITÓRIO SEDE
Construída em 1932, oferecia educação básica até a
quarta série - a partir desta idade, os alunos passavam
a ajudar a família trabalhando nas lavouras de cana de
açúcar. Consiste em um edifício principal com quatro
salas de aula, biblioteca e diretoria, e um anexo com
mais duas salas e uma cantina. Após o encerramento
das atividades da Usina em 1995, o edifício ainda chegou
a ser usado como escritório para administrar as
terras que ainda cultivavam cana.
estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservada
Construído provavelmente em 1927 (com a varanda de
arcos que aparece em outros edifícios do lugar), seu
uso original era de compor a parte de convívio e socialização
da usina: era conhecido como “venda” e abrigava
o armazém, mercearia e açougue. Após o Grupo
Cosan adquirir a Usina, o lugar (assim como outros edifícios
do complexo) deixou de ter esse caráter social
e passou a abrigar uma oficina, laboratórios e, por fim,
mais próximo ao fechamento da Usina, escritório.
estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservad0
Este também teve seu uso modificado após a compra
do Grupo Cosan: passou a ser escritório, mas, originalmente,
abrigava um centro médico voltado para os moradores
da Usina e para a comunidade próxima. Este é
um dos usos que pretende-se resgatar com o projeto
proposto neste trabalho, admitindo a saúde como um
componente essencial do dia a dia dos novos moradores
do lugar. Possui características marcantes, como a
parede curva e o muro de arrimo de pedras.
estado de conservação (FROÉS, 2018): mal conservado
figura 32. Fachada da antiga escola Coronel Luiz Alves.
fonte: acervo pessoal
figura 33. Antigo edifício de oficina e laboratórios
fonte: acervo pessoal
figura 34. Antigo escritório sede.
fonte: acervo pessoal
figura 35. Fachada do Casarão Amarelo.
fonte: acervo pessoal
figura 36. Antigos galpões industriais.
fonte: acervo pessoal
figura 37. Antigo campo de futebol, usado como local
para dar manutenções nos caminhoes posteriormente.
fonte: acervo pessoal
figura 38. Panorama exibindo a implantação do Casarão
Amarelo em nível superior aos galpões industriais.
fonte: acervo pessoal
situação atual
40
zona de proteção
Desde 1995, a Usina Santa Bárbara encontra-se
fechada e, desde então, sofreu diversos desmontes
de seu equipamento e deterioração de seus
edifícios. A má conservação, como observado
anteriormente, foi uma estratégia para desvalorização
do sítio, de modo a facilitar a transformação
de terra rural em urbana para lotear o tereno
- numa posição de desrespeito ao lugar que foi
palco de tantas histórias e momentos importantes
para a cidade e para seus funcionários (QUECINI,
1999).
Atualmente, além da Festa da Negadinha, os
galpões fabris da Usina recebem pequenos eventos
realizados pela Prefeitura da cidade, como a
Festa das Nações, que celebra as nacionalidades
que imigraram para a cidade. Por isso, a Usina,
apesar de desativada e abandonada, continua
sendo um marco referencial na cidade. Ela existe
ali, mas não é vista e valorizada diariamente.
O entorno encontra-se em constante crescimento,
com novos empreendimentos surgindo
na MEU2 e MEU3, o que acaba por alterar significativamente
as visuais do lugar. O bairro Residencial
Dona Margarida, apesar de inaugurado
em 2006, ainda apresenta bastante lotes vazios
e poucas casas de alto padrão. Do outro lado da
Rodovia Margarida da Graça Martins, há o Jardim
Firenze, o terceiro condomínio fechado e horizontal
da cidade, que também apresenta bastante
lotes vazios.
figura 39. Antigo edifício da Escola Coronel Luiz Alves.
fonte: Acervo pessoal.
figura 40. Mapa de cheios e vazios no
entorno da Usina Santa Bárbara.
fonte: desenvolvido pela autora a partir
de base municipal e imagens de satélite
0 20 100m
Cheio | Usina Cheio | entorno Vazio Vegetação existente
Diretriz viária
Implantação de vias marginais nas estradas e
rodoviasdentro do Perímetro Urbano
Obra de interesse viário
Duplicação e alargamento de pista e construção
de canteiro central na Rodovia Santa
Bárbara - Piracicaba (SP-135), incluindo-se a
previsão de rotatórias de acesso a eventuais
futuros loteamentos
Macrozona
MEU2 | Macrozona de Expansão Urbana 2
AIA - Área de Interesse Ambiental
Caminho dos Flamboyants
figura 41. Mapa de uso do solo no
entorno da Usina Santa Bárbara.
fonte: desenvolvido pela autora a partir
de base municipal e imagens de satélite
0 20 100m
Residencial Uso misto Área verde Vegetação existente Caminho dos Flamboyants
figura 42. Mapa de diretrizes viárias
para o entorno da Usina Santa Bárbara.
fonte: desenvolvido pela autora a partir
de base municipal e imagens de satélite
0 20 100m
percepção do lugar
Durante a visita à Usina, realizada em Agosto/2021,
foi possível notar que ela está realmen-
tombada, este platô é muito interessante para a
ginal: um antigo campo de futebol. Fora da área
te abandonada. Logo na entrada, pelo acesso da implantação do programa de necessidades do
Rodovia Margarida da Graça Martins, o visitante já centro de acolhimento proposto, mesmo sendo
depara-se com a triste cena dos antigos edifícios ao fundo das casas da colônia.
de cinema e bailes em ruínas. Porém, um deles, A antiga Escola apresenta maior grau de conservação
em relação aos outros edifícios sociais,
apesar de seu mal estado de conservação, parece
estar ocupado, mas com finalidade desconhecida.
como escritório. Mas, também por isso, sofreu
pois foi utilizado após o fechamento da Usina
Na entrada, percebe-se também que o conjunto
industrial de estrutura metálica e fechamento aberturas de vãos para novas janelas e ares con-
diversas alterações e descaracterizações, como
com tijolinhos aparentes está cercado por grades, dicionados. Além disso, os lustres não estão mais
impedindo o acesso. Recentemente, o piso externo
desses galpões foi trocado pela Prefeitura da Seguindo pela via central, ao lado das residên-
presente.
cidade por blocos intertravados coloridos.
cias antiga colônia, há a casa do diretor técnico,
com arquitetura que evidencia maior poder
As casas da antiga colônia Coronel Luiz Alves
estão ocupadas por conhecidos dos novos proprietários
das terras da antiga Usina Santa Bárbateressante
notar que todos os edifícios citados
aquisitivo e a importância de seu morador. É inra,
a Bertol Participações LTDA. Ainda assim, apresentam
um bom estado de conservação, uma vez quenas “loggias”, um “corredor” de entrada que
possuem arcos em suas fachadas, formando pe-
que não há nenhuma descaracterizada ou com recebe os que chegam, protegendo-os do sol ou
elementos faltando. Estão pintadas de branco, chuva. Além disso, todos os edifícios são brancos,
com detalhes e esquadrias azuis, como eram originalmente.
No recuo frontal destas residências, também o uso do acabamento em pedra rústica.
alguns detalhes e esquadrias azuis repetem-se e
há um extenso jardim que garante a privacidade Por fim, o Casarão Amarelo, outrora palco de
aos moradores dentro de suas casas.
grandes eventos sociais, teve como seu último
Subindo a rua que conectava os demais usos à uso um escritório para gerir a Usina até seu fechamento.
O grande recuo em relação à rua e a op-
antiga Escola Coronel Luiz Alves, pela lateral da
Capela Nossa Senhora de Fátima, há um grande ção pelo estilo eclético garantem destaque a ele.
platô que ainda possui as traves de seu uso ori-
A seguir, o registro fotográfico desta visita.
44
canavial
remanesccente
ponte
ruína
fachada
com arcos
Alambrado
Percurso visita
Ribeirão dos Toledos
Visuais interessantes
0 20 100m
uso
desconhecido
ruínas da
antiga
portaria
ruína
fachada
com arcos
pedreira
pilha de
tijolos
ponte
escola com
acesso restrito
fachada
com arcos
acesso
portão restringindo
acesso aos galpões
industriais
muro de
pedra e
tijolos
acesso
corrente colocada
pela moradora
moradia
unifamiliar
figura 43, 44 e 45. Fotos da Usina Santa
Bárbara, tiradas em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
figura 46. Mapa de percepção do lugar,
após visita à Usina em Agosto de 2021.
fonte: desenvolvido pela autora a partir
de base municipal e imagens de satélite
fundo das casas
grande platô
novo piso intertravado
intervenção recente
feita pela prefeitura
via central de terra
jardim frontal
descuidado
há apenas mato
e grama alta
portão restringindo
acesso aos galpões
industriais
ruína
mas plástica
interessante
portão para
controle
de acesso
maciço verde (bambu)
fazendo uma barreira visual
e física, que isola a usina da
cidade e da rodovia
distância entre
a saída da Usina
e o Caminho dos
Flamboyants
fundo das casas
muros altos, sem
contato com a rua
fundo das casas
corrente impedindo
acesso de carros
ao Caminho dos
Flamboyants
cul-de-sac impede
comunicação do
bairro com a usina
cul-de-sac impede
comunicação do
bairro com a usina
novo piso intertravado
no Caminho dos
Flamboyants
visual interessante
a ser valorizada
capela
casas da
antiga colônia
Coronel Luiz Alves
entrada pelo Rod. Margarida da Graça Martins
capela Nossa Senhora de Fátima
fechamento com
tijolo vazado
via que conecta a escola aos demais usos residência unifamiliar
escola
capela
platô de
implantação
da moradia
caminho de acesso | antigo cinema ao fundo
interior do antigo cinema
figura 47-53. Fotos tiradas durante visita à
Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
arcos na
fachada
beirais
generosos
uso de
pedra
natural
antiga escola Coronel Luiz Alves; posteriormente, utilizado como escritório
varanda lateral
arcos na
fachada
amplo
pé direito
corredores com arcos na lateral da escola são marcantes, bem como a simetria da fachada
sala 1
acesso à cantina pátio de circulação sala 02
figura 54-64. Fotos tiradas durante visita à
Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
arco na
fachada
recuo garantindo
privacidade
via central
casa da colônia Cel. Luiz Alves via central e casas da colônia Cel. Luiz Alves
arcos na
fachada
galpões industriais de estrutura metálica e tijolinhos residência do diretor técnico
residência do diretor técnico
figura 65-71. Fotos tiradas durante visita à
Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
portão bloqueando acesso Casarão Amarelo visto pela esquerda monumento ao Coronel Luiz Alves
fachada do Casarão Amarelo, voltado para os galpões industriais
panorama mostrando a conexão visual do casarão amarelo com os galpões industriais
figura 72-77. Fotos tiradas durante visita à
Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
acesso à via central pela outra entrada, pelo Residencial Dona Margarida maciço verde que será incorporado como parque no projeto
panorama mostrando a segunda entrada da Usina, a guarita dos galpões industriais e o maciço verde
Caminho dos Flamboyants, antigo acesso oficial à
Usina Santa Bárbara; também é tombado pela Prefeitura
figura 78-81. Fotos tiradas durante visita à
Usina Santa Bárbara, em Agosto de 2021.
fonte: acervo pessoal
57
teóricas
referências
AGEMCAMP. Conheça a RMC. Disponível em:
http://www.agemcamp.sp.gov.br/observatorio/
index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=5.
Acesso em: 09 jun. 2021.
CAMPAGNOL, Gabriela. Usinas de açúcar: habitação
e patrimônio industrial. 2008. 531 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo,
Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2008.
FRÓES, Bruno Henrique Francisco. A economia
criativa como estratégia contemporânea na recuperação
do patrimônio histórico: usina santa
bárbara. 2018. 101 f. TCC (Graduação) - Curso de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista
de Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, 2018.
FUNDAÇÃO ROMI (Santa Bárbara D’Oeste). Acontecimentos
importantes para Santa Bárbara
d’Oeste. Disponível em: http://www.fundacaoromi.org.br/images/downloads/cronologia_santa_
barbara_doeste.pdf. Acesso em: 07 jun. 2021.
MARTINS, José Pedro Soares; MARTINS, Ricardo.
Santa Bárbara d’Oeste: 200 anos. Santa
Bárbara D’Oeste: Editora Kongo, 2018. 130 p.
Disponível em: https://fundacaoromi.org.br/
fundacao/galeria_publicacao/ebook_SBO200anos_14012019080852.pdf.
Acesso em: 07 jun. 2021.
PIRES, Maria Conceição Silverio. Morar na
metropole: expansao urbana e mercado
imobiliario na Região Metropolitana de
Campinas. 2007. 178p. Tese (doutorado) - Universidade
Estadual de Campinas, Instituto de
Geociencias, Campinas, SP. Disponível em:
http://www.repositorio.unicamp.br/handle/
REPOSIP/287295. Acesso em: 09 jun. 2021.
QUECINI, Vanda Maria. Fazenda São Pedro: a história
de um lugar de memória. 1999. 13 f. Relatório
de Iniciação Científica - Curso de Arquitetura e
Urbanismo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. Disponível
em: https://www.iau.usp.br/sspa/arquivos/pdfs/papers/01535.pdf.
Acesso em: 23 abr.
2021.
QUECINI, Vanda Maria. Usina Santa Bárbara: um
espaço para a história, uma história para a memória,
uma memória para um espaço. SP: Fapesp,
2000. Relatório de iniciação científica.
SANTA BÁRBARA D’OESTE. CÂMARA MUNICIPAL.
(ed.). HISTÓRICO. Disponível em: http://www.camarasantabarbara.sp.gov.br/Pagina/Listar/358.
Acesso em: 07 jun. 2021.
58 59
SEPLURB. REGIÃO METROPOLITANA. Disponível
em: https://www.campinas.sp.gov.br/
governo/seplurb/plano-diretor-2006/doc/
tr_rmc.pdf. Acesso em: 09 jun. 2021.
TAVEIRA, Eduardo Salmar Nogueira e; FA-
RACO, André Frota Contreras; LIMA, Matheus
Petian. Casarão Amarelo da Usina
Santa Bárbara: apresentação histórica do
edifício. Santa Bárbara D’Oeste: Unimep,
2020. 14 slides, color. Disponível em: https://
storage.googleapis.com/production-hostgator-brasil-v1-0-1/441/428441/irHo5pnc/9da1c193533a42e38b14da977e773946?-
fileName=Caderno%201.%20
Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Hist%-
C3%B3rica.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.
centro de acolhimento para idosos
03
sumário
programa 4
diretrizes
processo de projeto
programa proposto
projeto 18
bloco do cuidado
bloco da saúde
bloco da moradia
detalhes construtivos 42
caderno 03 | o projeto
Thaís Soares Menegali | RA 226155
Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina
Universidade Estadual de Campinas
Arquitetura e Urbanismo | TFG 2021
figura 01. Capa.
fonte: https://tinyurl.com/48c9p8e2
5
diretrizes
programa
figura 02. Vista aérea da Usina Santa Bárbara, em 1950.
fonte: https://tinyurl.com/2p8fv6sf
Segundo Guerra e Caldas (2010), a velhice é retratada
relacionada à decadência e ao desgaste,
tanto pelos meios de comunicação, quanto nas
discussões políticas - que acabam por moldar o
país e, com isso, espalhar a visão de que o envelhecimento
é uma questão problemática ao
sistema previdenciário e de saúde pública. Esse
discurso desconsidera a importante contribuição
que os idosos fizeram para a sociedade e a sua
opinião em relação ao seu processo de envelhecer.
Suas vivências e evidências são esquecidas
na ágil movimentação da realidade capitalista,
que associa o trabalho à qualidade da pessoa. E,
quando esta a perde sua capacidade de produzir
e contribuir, a ela resta o desgaste, as limitações e
perdas físicas, o esquecimento.
Essa reflexão também recai sobre o edifício e
à Usina Santa Bárbara. Lugar que outrora fora de
grande importância para o desenvolvimento e
expansão da cidade de Santa Bárbara d’Oeste e
palco de uma grande comunidade em seus “Anos
Dourados”, hoje também encontra-se obsoleta,
aposentada. A valorização do novo, traz cada vez
mais empreendimentos para o entorno da usina,
mas ela mesma resta esquecida e escondida da
cidade.
A proposta de reabilitar este espaço parte do
desejo sustentável de ocupar o que já existe, mas
também de valorizar as peculiaridades de um sítio
cuja história reflete o cenário municipal e regional
no século XX. O resgate aos usos que antes aconteciam
no local, como cinema, clube, tratamentos
médicos e, principalmente, de moradia das colônias,
é uma forma de reconectar o histórico com
novas formas de fazer arquitetura (principalmente,
durante uma pandemia).
processo de projeto
6 7
O processo de projeto iniciou-se com a compreensão
do lugar e de suas potencialidades condicionantes.
A importância da Usina Santa Bárbara
para a história, economia e desenvolvimento do
Estado de São Paulo, da cidade de Santa Bárbara
d’Oeste e de seus habitantes é marcante e precisava
ser respeitada. Porém, devido ao abrupto encerramento
de suas atividades em 1995, encontrava-se
esquecida, mesmo que inserida dentro
de um dos pólos de expansão urbana da cidade.
Uma visita realizada nas áreas públicas da Usina
em Agosto/2021 permitiu diagnosticar potencialidades
e fragilidades do lugar, além de características
únicas que seriam marcantes e determinantes
para o projeto.
Apesar de permitido pelo Decreto nº3.828, de
11 de abril de 2008, que regula o tombamento da
Usina, optou-se por não propor novos edifícios na
área tombada e em sua faixa de proteção, apenas
externamente a elas, a fim de respeitar o lugar e
suas memórias.
Propõe-se. então, que as edifícações históricas
presentes ali sejam reabilitadas, de modo a resgatar
parte de seus usos originais, como dito anteriormente,
e dos costumes de uma época, uma
vez que consiste em um projeto destinado a pessoas
que também carregam consigo suas memórias
- inclusive associadas ao lugar escolhido.
Porém, quando foi construído, o conjunto da
Usina Santa Bárbara estava fora do contexto urbano
da cidade. Com a expansão da mesma e
com a execução do bairro Residencial Dona Margarida,
o antigo acesso oficial à Usina, que ocorria
pelo Caminho dos Flamboyants (tombado pelo
Decreto nº3.641, de 11 de abril de 2006), ficou descontextualizados
e de difícil localização. Por isso,
um novo acesso é proposto na Rodovia Margarida
da Graça Martins, de modo que o lugar “abra-se”
para a cidade e convide seus habitantes a explorá-lo.
Este novo acesso conecta-se com uma via já
existente, garantindo acesso mais facilitado e direto
aos edifícios e usos propostos. Além disso,
configura também um acesso de serviços e de
emergência mais ágil e seguro.
Ademais, na visita, notou-se o maciço verde que
foi crescendo e hoje é marcante nas visuais do lugar.
De modo a também respeitar esta característica
da Usina, foram considerados os vazios entre
as árvores, que configuram três grandes clareiras
na área externa à tombada e protegida. A maior
delas, onde será implantado o edifício da moradia,
que abriga um programa de necessidades
mais extenso, é plana e era, originalmente, um
campo de futebol, que atendia tanto os moradores,
quanto o Clube Atlético Usina Santa Bárbara
(CAUSB), time de futebol oficial da Usina. Posteriormente,
após o apogeu dos “Anos Dourados”,
o campo foi transformado em uma oficina de caminhões.
figura 03. Mapa de potencialidades e fragilidades
do lugar, após visita à Usina em Agosto de 2021.
fonte: desenvolvido pela autora a partir
de base municipal e imagens de satélite
resgatar uso ecumênico
da capela como
fonte de renda para o
centro de acolhimento
através do aluguel
resgatar uso educacional
da antiga
escola Cel. Luiz Alves
saída facilitada
para ônibus
Novos acessos e conexões
às clareiras
Conexão dos usos propostos nas clareiras
com os edifícios existentes com novos usos
Resgate dos antigos caminhos da Usina,
interligando edifícios novos e existentes
Expansão da via existente e conexão com
o novo acesso proposto na Rodovia
Visuais interessantes
0 20 100m
fundo das casas
área mais restrita
clareira mais plana,
ideal para moradia
muro de arrimo para
expandir o platô
maciço verde
conformando um
bosque e dando
privacidade à
moradia
ponto de
ônibus
clareira
intermediária
ruído oriundo da rodovia
galpões industriais utilizados
para eventos organizados
pela Prefeitura trazem
público intergeracional para
conviver no espaço
clareira de
acesso ao
conjunto
ponto de
ônibus
casarão amarelo
ainda em destaque,
abrigando novos
novos usos sociais
reabilitação dos
edifícios existentes,
abrigando
novos usos
reabilitar área verde
como um parque
voltado para toda
a comunidade
*
proposta de novo
acesso, convidativo
voltado para a cidade
reabilitar antigos
caminhos da
usina no parque
manter antigo
*
acesso da Usina
convidando a
comunidade
capela São Luiz
como espaço
ecumênico e ponto
de referência
do parque
ventos
predominantes
LE
SUL
SE
8 9
Para conectar essa grande clareira com as ou-
Após analisar o lugar e suas particularidades
Seguindo pelo pergolado de arcos, chega-se no
Esse diálogo também é feito através dos gene-
tras duas, que receberão edifícios voltados ao
condicionantes, foi preciso estudar o programa
segundo bloco: o Bloco da Saúde. Central nesta
rosos beirais que avançam para além dos limites
cuidado e manutenção da saúde, propõe-se
desejado. Como dito anteriormente, os edifícios
proposta de ocupação, nele, estão localizados os
dos edifícios, remontando às loggias e cobertu-
pergolados que percorrem esses caminhos sob
históricos que compõe a Usina Santa Bárbara se-
refeitórios - tanto dos pacientes e acompanhan-
ras de telha cerâmica existentes nos edifícios da
as árvores e trazem um elemento marcante nos
rão reabilitados e receberão usos mais focados
tes, quanto dos funcionários -, a cozinha e apoios
Usina. Entretanto, os edifícios propostos são co-
edifícios da Usina, notados na visita: o uso do arco
no lazer e apreciação de sua memória, como um
necessários, além dos consultórios de fisioterapia
bertos com placas de OSB impermeabilizadas
nas fachadas da antiga Escola Coronel Luiz Alves,
Centro de Memórias e uma área para exposições
e da sala de fisioterapia coletiva, todos voltados
com uma manta termoplástica específica e com
das residências da colônia homônima, da casa do
no Casarão Amarelo, por exemplo. Já os três edifí-
para a abundância das árvores e do entorno exis-
isolamento termoacústico. Essa cobertura leve
Diretor Técnico e da Capela Nossa Senhora de Fá-
cios propostos neste trabalho abrigarão usos com
tentes.
com inclinação mínima de 1% permite que a es-
tima.
finalidade de moradia e manutenção da saúde e
Por fim, continuando o percurso pelo segundo
trutura seja mais esbelta e vença vãos maiores
A imponência do Casarão Amarelo, de esti-
qualidade de vida.
pergolado de arcos, chega-se ao terceiro edifício
(REWOOD, 2020).
lo eclético, destoa do entorno industrial. Central
Assim, fez-se necessário estudar as legislações
proposto: o Bloco da Moradia. Destinado a idosos
Tendo a humanização como conceito condutor
na área. garante visuais de destaque, tanto dele,
pertinentes (explanadas no caderno 01 - o tema).
que não possuem fonte de renda suficiente para
do projeto, a escolha da materialidade do projeto
quanto a partir dele, uma vez que, elevado do
Dentre elas, destaca-se a RDC 50, de 21 de Feve-
garantir sua saúde e qualidade de vida, sem famí-
garante uma sensação de novidade, ao mesmo
solo, garante uma visão única do complexo de
reiro de 2002, que regula a elaboração de proje-
lia próxima ou cuja família também não consiga
tempo que remonta às memórias da Usina e de
galpões que compunham a Usina. Assim, surge a
tos de estabelecimentos assistenciais de sáude.
sustentá-lo, a intenção é que a ocupação ocorra
cada pessoa. Além do aconchego da madeira,
intenção de garantir que os novos edifícios este-
Fez-se importante, então, por balizar o progra-
por meio do aluguel social. Possui 88 apartamen-
a permeabilidade visual e a consequente cone-
jam voltados para ele e permitam apreciar o con-
ma de necessidades e suas áreas, dimensões e
tos e capacidade para até 128 pessoas, com quar-
xão interior e exterior foi possível graças ao uso
junto como um todo.
quantificações - expostos na planilha a seguir.
tos individuais ou de casal, adequados a diferen-
de vidros, garantindo o contato biofílico indireto
De modo a garantir uma convivência intergera-
Para facilitar o acesso tanto dos pacientes e
tes níves de funcionalidade - conforme exposto
mesmo quando dentro dos espaços reservados.
cional no projeto e oferecer uma área de lazer e
acompanhantes, quanto dos veículos de emer-
na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
As paredes em alvenaria remontam ao visual do
encontro para a população local, propõs-se um
gência, o primeiro edifício a ser acessado pela
(PNSPI), de 2006.
complexo industrial existente, assim como as ba-
parque nesse maciço verde, reabilitando os anti-
nova via é o Bloco de Cuidado. Este primeiro edi-
A estrutura dos blocos é toda de Madeira Lami-
ses revestidas em pedra.
gos caminhos da Usina, que conectam-se com os
fício abriga o atendimento multiprofissional ofere-
nada Colada (MLC), um material natural e susten-
caminhos propostos e interligam todo o conjunto:
cido tanto para os moradores do centro de aco-
tável, que traz o aconchego e beleza da madeira
tanto os edifícios novos, quanto os históricos rea-
lhimento, quanto para os idosos das cidades de
para diferentes espaços do projeto. Essa estrutu-
bilitados. O acesso a este parque poderia ser fei-
Santa Bárbara d’Oeste, Americana, Nova Odessa
ra, organizada em módulos de 6m por 6m, per-
to, assim, tanto pelo Residencial Dona Margarida,
e Sumaré. A intenção é que eles passem o dia no
mite reproduzir o ritmo de algumas das fachadas
quanto pelo novo acesso proposto, na Rodovia
centro, realizando desde consultas, até atividades
da Usina, além dos arcos já citados, criando um
Margarida da Graça Martins.
recreativas e de lazer.
diálogo com o entorno.
programa | blocos cuidado e saúde
AMBIENTE
ATIVIDADES
PROGRAMA
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
CLÍNICA
ÁREA POR
AMBIENTE m²
NÚMERO
TOTAL DE
AMBIENTES
RECEPÇÃO
hall entrada e passagem da clínica 4 0 0
triagem
posto de informações
recepção
espera
primeiro atendimento para fazer ou atualizar
cadastro, e orientar o paciente e/ou seu
acompanhante
logo na entrada, dar informações e orientações
a quem chega na clínica
pós consultas; organizar datas, horários e
eventuais necessidades da clínica
local de espera dos atendimentos (também
intervalo entre consultas); confortável, com
vista e integrado com o exterior
sanitários para uso dos pacientes; sanitários acessíveis 4
preparo do paciente
farmácia popular
atendimento inicial com um enfermeiro, para
aferir pressão, temperatura etc e compreender
o caso
pequena farmácia com remédios da Farmácia
Popular (SUS)
6
3
6
12
3
2 cadeiras recepcionistas, 1
bancada, 1 bancada de apoio,
2 computadores, 2
impressoras
1 cadeira funcionárie, 1
bancada, 1 computador
2 cadeiras recepcionistas, 1
bancada, 1 bancada de apoio,
2 computadores, 2
impressoras
12 cadeiras, 1 bebedouro, 1
máquina de café, TV, 1 mesa
de centro
4 vasos sanitários, 1 bancada
com 4 cubas, espelho
1 mesa, 1 cadeira profissional,
2 cadeiras pacientes e/ou
acompanhantes, 1 pia, 1
balança, fichários,
equipamentos necessários
1 cadeira enfermeire, 1
bancada, 1 computador, 1
impressora, prateleiras para
remédios
ÁREA
TOTAL M²
4 3 12 1 12 -
2 2 4 1 4 -
4 3 12 1 12 -
1,5 12 18 1 18 HF
5 5 25 2 50 HF
2 2,5 5 2 10 HF
6 5 30 1 30 HF
NECESSIDADES
10 11
PROGRAMA
PROGRAMA
NÚMERO
LOTA
AMBIENTE
ATIVIDADES
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
TOTAL DE
NECESSIDADES
AMBIENTE m AMBIENTE m² NÚMERO TOTAL M²
LOTA
AMBIENTE
ATIVIDADES
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR AMBIENTES ÁREA
TOTAL DE
NECESSIDADES
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
CLÍNICA
AMBIENTES
ATENDIMENTO
RECEPÇÃO
hall 1 mesa, 1 cadeira profissional,
realizar
entrada
consulta
e passagem
com
da
médico
clínica
especializado em
4 0 0
cadeiras paciente e/ou
consultório:
geriatria; análise dos tratamentos feitos durante 2 cadeiras recepcionistas, 1
primeiro atendimento para fazer ou atualizar 3 acompanhante, 1 maca, 1 3 4 12 2 24 HF
gerontologia
o dia no Ciclo 01; acompanhamento demais
bancada, 1 bancada de apoio,
triagem
cadastro, e orientar o paciente e/ou seu
6 escada, 1 bancada de apoio, 1 4 3 12 1 12 -
pacientes)
2 computadores, 2
acompanhante
impressoras
escada, 1 balança
mesa, 1 cadeira profissional,
consultório: assistência logo na entrada, dar informações e orientações 1 cadeira funcionárie, 1
posto de informações acompanhamento da situação social do idoso 3 2 cadeiras paciente e/ou 2,5 2 42 10 4 1 10 4 HF -
social
a quem chega na clínica
bancada, 1 computador
acompanhante, 1 balança
2 cadeiras recepcionistas, 1
terapia individual e orientação educacional;
pós consultas; organizar datas, horários e
bancada, 1 bancada de apoio,
recepção
acompanhar desenvolvimento, acolhimento, 6
4 3 12 1 12 -
consultório:
eventuais necessidades da clínica
12 mesa, computadores, 1 cadeira 2 profissional,
adaptação e integração do idoso à sua família, 3
2,5 4 10 1 10 HF
psicologia/pedagogia
1 impressoras poltrona paciente
convívio com a sociedade, costumes,
limitações local de espera dos atendimentos (também
12 cadeiras, 1 bebedouro, 1
espera
intervalo entre consultas); confortável, com 12 máquina de café, TV, 1 mesa 1,5 12 18 1 18 HF
acompanhar a alimentação e saúde dos idosos, 1 mesa, 1 cadeira profissional,
vista e integrado com o exterior
de centro
consultório:
analisando a adaptação e integração destes
2 cadeiras paciente e/ou
3
2,5 4 10 1 10 HF
nutricionista
com suas famílias, redes de convívio, costumes 4 acompanhante, vasos sanitários, 1 balança, 1 bancada
sanitários para uso dos pacientes; sanitários acessíveis 4
1 5 5 25 2 50 HF
e necessidades
com bancada 4 cubas, de apoio, espelho 1 lavatório
1 mesa, 1 cadeira profissional,
atendimento inicial com um enfermeiro, para
2 cadeiras pacientes e/ou e/ou
preparo realização de consultas de rotina; tratamentos
consultório: do paciente aferir pressão, temperatura etc e compreender 3 acompanhantes, acompanhante, 11 cadeira pia, 1
2 2,5 5 2 10 HF
como limpeza, aplicação de flúor, restauração e
4 4 16 1 16 HF; FA M ; F V C
odontologista
o caso
balança, odontológica, fichários, 1 bancada de
que mais for necessário; cirurgias
equipamentos PROGRAMA
apoio e armários, necessários 1 lavatório;
1 equipamentos cadeira enfermeire, específicos 1
pequena farmácia com remédios da Farmácia bancada, barras paralelas, 1 computador, 1
farmácia popular terapias; mecanoterapia, cinesioterapia; terapia
NÚMERO
LOTA
consultório: AMBIENTE fisioterapia
3 equipamentos de pilates, 3 5 15 2 30 HF
ocupacional;
ATIVIDADES
consultas individuais
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS 6 DO 5 ÁREA 30POR
1 ÁREA 30 HF
Popular (SUS)
impressora, prateleiras para
TOTAL DE
NECESSIDADES
remédios
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
prateleira de bolas, 1 balança
AMBIENTES
sala fisioterapia
coletiva
depósito de
equipamentos de
fisioterapia
local para aulas de fisioterapia, mecanoterapia,
pilates, ioga e outros; coletiva
armazenamento de equipamentos específicos
e não fixos de fisioterapia e outras terapias
sala de imunização aplicação de vacinas e injeções 3
sala de aplicação de
medicamentos
aplicação de medicamentos 3
sala de inalação sala de inalação 3
9
barras paralelas,
equipamentos de pilates,
prateleira de bolas, 1 balança
4 6 24 2 48
- prateleiras 3 3 9 1 9 -
1 cadeira, 1 maca, 1 bancada
de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1
lavatório
1 cadeira, 1 maca, 1 bancada
de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1
lavatório
2 cadeiras; equipamentos
necessários
2 2,5 5 1 5 HF
2 2,5 5 1 5 HF
2 2,5 5 2 10
HF ; FA M ; F O ;
E
AMBIENTE
sala fisioterapia
coletiva
depósito de
equipamentos de
fisioterapia
ATIVIDADES
local para aulas de fisioterapia, mecanoterapia,
pilates, ioga e outros; coletiva
armazenamento de equipamentos específicos
e não fixos de fisioterapia e outras terapias
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
9
barras paralelas,
equipamentos de pilates,
prateleira de bolas, 1 balança
ÁREA POR
AMBIENTE m²
TOTAL DE
AMBIENTES
ÁREA
TOTAL M²
4 6 24 2 48
- prateleiras 3 3 9 1 9 -
NECESSIDADES
sala AMBIENTE de imunização aplicação ATIVIDADES de vacinas e injeções
1 cadeira, 1 maca, 1 bancada
NÚMERO
LOTA 3 de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1 2 2,5 5 1 5
ÇÃO lavatório
MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
TOTAL DE
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
AMBIENTES
HF NECESSIDADES
1 cadeira, 1 maca, 1 bancada
sala APOIO de AO aplicação de
aplicação de medicamentos 3 de apoio, 1 carrinho auxiliar, 1 2 2,5 5 1 5 HF
medicamentos
DIAGNÓSTICO
lavatório
antecâmara à sala de esterilização; controle de
vestiário de barreira à
2 cadeiras; equipamentos
HF ; FA M ; F O ;
sala de inalação sala circulação; de inalação local para depositar itens a serem 31 1 bancada 21 2,5 2 52 21 10 2 -
esterilização
esterelizados
necessários
E
4 cadeiras, 1 macas,
sala esterilização de reidratação sala de reidratação lavagem e descontaminação (oral e intravenosa) 41 equipamento necessário 42 2,5 3 12 5 1 12 5 HF;EE HF;HQ
equipamentos necessários
ambiente para guardar os materiais e roupas já
sala expurgo de observação sala espera para observação do paciente 41 41 cadeira; cadeiras1 mesa; prateleiras 2,5 1,5 2,5 4 3,75 10 1 3,75 10 HF;EE E
desinfectados
APOIO
8 cadeiras; 1 mesa de
sala de administração dos atendimentos; com trabalho; 1 mesa de reunião; 1
sala ADMINISTRATIVO
administrativa
5
3 5 15 1 15 -
local para pequenas reuniões
arquivo pequeno; 1
computador; 3 cadeiras; 1 mesa 1 impressora de
sala de direção sala para diretor da clínica 3
3 3 9 1 9 ADE
trabalho; 1 arquivo pequeno
área para guardar
armazenamento de itens pessoais dos
cadeira; 1 mesa; PROGRAMA
armários
pertences
sanitário direção
dos
sanitário para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 32 63 1 63
pacientes durante atendimentos
necessários
pacientes
8 cadeiras; 1 mesa de reunião,
sala de reunião sala de reuniões entre profissionais 8
4 6 24 1 24 ADE
área para guardar
1 aparador
NÚMERO
armazenamento de macas extras e cadeiras de LOTA
macas AMBIENTE e cadeiras de ATIVIDADES
- - 3 4 12 12 -
rodas que não estejam sendo utilizadas
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
sanitário reunião sanitário para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba TOTAL DE
NECESSIDADES
AMBIENTE
1,5 2
m AMBIENTE
3
m²
1
TOTAL
3
M²
rodas
AMBIENTES
sala de espera reunião sala de espera para início da reunião 8 8 poltronas; 1 mesa de centro 4 3 12 1 12
APOIO TÉCNICO
arquivo administrativo armazenamento de arquivos administrativos - prateleiras 3 3 9 1 9
cozinha
arquivo médico
atende os pacientes, visitantes e moradores
HQ, HF, EE, ADE,
armazenamento de arquivos médicos - ativo e 5 60 0,5 30 30
que desejarem comer ali
- prateleiras 3 3 9 1 9 E. CD
passivo
refeitório 60 60 1,5 90 1 90 HF
sanitários refeitório 5 PROGRAMA 4 5 20 2 40
refeitório profissionais 10 10 3 30 1 30 HF
sanitários refeitório
2 3 3 9 NÚMERO 2 18
AMBIENTE
profissionais
LOTA
ATIVIDADES
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
TOTAL DE
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
café 0 AMBIENTES 0
NECESSIDADES
APOIO AO
DIAGNÓSTICO
vestiário de barreira à
esterilização
antecâmara à sala de esterilização; controle de
circulação; local para depositar itens a serem
esterelizados
PROGRAMA
1 1 bancada 1 2 2 1 2 -
esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 equipamento necessário 2 2,5 5 1 5 HF;HQ
expurgo
ambiente para guardar os materiais e roupas já
desinfectados
1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E
APOIO
ADMINISTRATIVO
sala de direção sala para diretor da clínica 3
3 cadeiras; 1 mesa de
trabalho; 1 arquivo pequeno
3 3 9 1 9 ADE
AMBIENTE
12 13 APOIO AO
DIAGNÓSTICO
vestiário de barreira à
esterilização
ATIVIDADES
antecâmara à sala de esterilização; controle de
circulação; local para depositar itens a serem
esterelizados
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
ÁREA POR
AMBIENTE m²
NÚMERO
TOTAL DE
AMBIENTES
ÁREA
TOTAL M²
1 1 bancada 1 2 2 1 2 -
NECESSIDADES
esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 equipamento necessário 2 2,5 5 1 5 HF;HQ
NÚMERO
ambiente para guardar os materiais e roupas já
LOTA
expurgo AMBIENTE
ATIVIDADES
1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E
desinfectados
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
TOTAL DE
NECESSIDADES
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
AMBIENTES
APOIO AO
ADMINISTRATIVO
DIAGNÓSTICO
3 cadeiras; 1 mesa de
sala de direção sala antecâmara para diretor à sala da de clínica esterilização; controle de
vestiário de barreira à
3
3 3 9 9 ADE
circulação; local para depositar itens a serem 1 trabalho; 1 bancada1 arquivo pequeno 1 2 2 1 2 -
esterilização
sanitário direção sanitário esterelizados para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3
esterilização sala de lavagem e descontaminação 1 8 equipamento cadeiras; 1 mesa necessário de reunião, 2 2,5 5 1 5 HF;HQ
sala de reunião sala de reuniões entre profissionais 8
4 6 24 1 24 ADE
ambiente para guardar os materiais e roupas já
aparador
expurgo
1 1 cadeira; 1 mesa; prateleiras 1,5 2,5 3,75 1 3,75 E
sanitário reunião sanitário desinfectados para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba
PROGRAMA
1,5 2 3 1 3
sala APOIO de espera reunião sala de espera para início da reunião 8 8 poltronas; 1 mesa de centro 4 3 12 1 12
ADMINISTRATIVO
arquivo administrativo armazenamento de arquivos administrativos - prateleiras 3 3 9 1 9
NÚMERO
armazenamento de arquivos médicos - ativo e
LOTA
arquivo AMBIENTE médico ATIVIDADES
- prateleiras passivo
ÇÃO MÓVEIS 3 cadeiras; E EQUIPAMENTOS 1 mesa de
sala de direção sala para diretor da clínica 3
MEDIDAS 3 DO 3 ÁREA 9POR
ÁREA
TOTAL
1
DE
9
NECESSIDADES
ADE
trabalho; 1 arquivo pequeno AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
AMBIENTES
sanitário direção sanitário para diretor da clínica 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3
LIMPEZA
8 cadeiras; 1 mesa de reunião,
sala
sala
de
para
reunião
lavagem de
sala
local
de
para
reuniões
receber
entre
e lavar
profissionais
roupas específicas
8
4 6 24 1 24 ADE
2 1 equipamento aparador necessário 3 5 15 1 15
roupas
dos funcionários
sanitário reunião sanitário para os participantes da reunião 1 1 bacia, 1 cuba 1,5 2 3 1 3
sala de armazenagem armazenazenamento de roupas sujas dos
espaço para dois carros
sala de espera reunião sala de espera para início da reunião 8-
8 poltronas; 1 mesa de centro 42 32 12 4 1 12 4
de roupa suja
funcionários
roupeiros de roupa suja
arquivo
sala de armazenagem
administrativo armazenamento
armazenamento
de
de
arquivos
roupas limpas
administrativos
para uso dos
- prateleiras
espaço para dois carros
3 3 9 1 9
-
2 2 4 1 4
de roupa limpa armazenamento funcionários de arquivos médicos - ativo e
arquivo médico
- prateleiras
roupeiros de roupa limpa
3 3 9 1 9
passivo
1 bancada com tanque;
DML depósito de material de limpeza com tanque -
2 1,5 3 1 3
prateleiras
APOIO LOGÍSTICO 0 0
sala de estar para
funcionários
sanitários dos
funcionários
vestiário para
funcionários
área de guarda de
pertences dos
funcionários
local para descanso e convívio entre
profissionais; possível integração com o
refeitório dos funcionários
banheiro para os profissionais da clínica; 1 para
cada sexo
8 8 2,5 20 1 20 -
2 3 bacias; 3 lavatórios 3 3 9 2 18 HF
1 para cada sexo 8 3 4 12 2 24 HF;HQ
armazenamento de itens pessoais dos
funcionários
8
armários fechados com
cadeado
PROGRAMA
3 3 9 2 18 -
TOTAL 761,75
programa | bloco da moradia
AMBIENTE
TÉRREO
recepção
core de circulação
vertical - central
core de circulação
vertical - apoio
escada de acesso
enfermaria
mini farmácia/depósito
núcleos de convivência
varanda de convivência
ATIVIDADES
cada prédio tem seu balcão de recepção
próximo às entradas, controlando quem entra,
sai e frequenta os edifícios, além do
monitoramento de funcionamento destes
acesso aos demais pavimentos dos edifícios;
core de concreto amarrando a estrutura de
MLC; 1 por edifício
acesso aos demais pavimentos dos edifícios;
core de concreto amarrando a estrutura de
MLC; 1 por edifício; circulação em caso de
emergência ou morte
acesso aos demais pavimentos dos edifícios
por meio da escada central; 1 por edifício
enfermeiros ficam observando os residentes do
térreo e suas necessidades; 1 por edifício
armazenar remédios e itens necessários para
atender os pacientes; 1 por edifício
encontro e convivência mais reservada entre os
moradores de cada bloco formado por 5
apartamentos; podem se encontrar, ver TV e
comer juntos
profissionais e moradores podem sair e pegar
ar fresco, ter contato com a natureza e mudar
os ares
residência individual dos moradores com
necessidade de acompanhamento mais
próximo, cada um reservado na sua habitação,
mas ATIVIDADES podendo conviver nos núcleos e com
contato externo nas varandas
PROGRAMA
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
2
-
-
-
2
1 balcão, 2 cadeiras, 2
computadores, 1 telefone
1 elevador tamanho maca, 1
escada de emergência
1 elevador tamanho maca, 1
escada de emergência
1 elevador tamanho maca, 1
escada de emergência
1 balcão, 2 cadeiras, 2
computadores, arquivo
MORADIA
ÁREA POR
AMBIENTE m²
NÚMERO
TOTAL DE
AMBIENTES
BLOCO
A
BLOCO
B
ÁREA
TOTAL M²
2 6 12 1 1 24
3 9 27 1 1 54
3 9 27 1 1 54
3 6 18 1 1 36
3 3,5 10,5 1 1 21
- prateleiras 2 3 6 1 1 12
6
2 sofás, 2 poltronas, 1 mesa
de centro, 1 mesa de apoio, 1
mesa de refeições, 6
cadeiras, 1 aparador, 1 TV
PROGRAMA
6 12 72 2 2 288
6 2 mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144
1 cama tipo hospitalar, 1 mesa
NÚMERO
de apoio, 1 armário fechado, 1
quartos de 36m²
1
6 6 36 10 TOTAL DE 10 720
LOTA bancada de apoio, 1 cadeira, 1
AMBIENTE
ÇÃO poltrona, MÓVEIS E 1 EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
AMBIENTES
ÁREA
banheiro acessível AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
BLOCO BLOCO
depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 A1 B1 18
áreas de convívio
sala de espera
visitantes
sala da
família/visitantes
permite convívio e troca entre os moradores e
visitantes, passar o dia com lazer e companhia
visitantes esperam a chegada do morador que
vieram visitar e/ou vagar uma das salas
encontro de moradores com familiares e
visitantes, onde podem descansar, conviver e
comer com privacidade
8
8
6
2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa
de centro, 2 mesas de apoio
2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa
de centro, 2 mesas de apoio
2 sofás, 1 poltrona, 1 mesa de
refeições, 6 cadeiras, 1
aparador
6 6 36 2 2 144
6 6 36 1 1 72
6 6 36 0 1 36
NECESSIDADES
NECESSIDADES
14 15
AMBIENTE
ATIVIDADES
PROGRAMA
PROGRAMA
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
ÁREA POR
AMBIENTE m²
NÚMERO
TOTAL DE
AMBIENTES
BLOCO BLOCO
A B
NÚMERO
TOTAL DE
AMBIENTES
BLOCO BLOCO
A B
ÁREA
TOTAL M²
NECESSIDADES
permite convívio e troca entre os moradores e 2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa
áreas de convívio
8
visitantes, passar o dia com lazer e companhia LOTA
6 6 36 2 2 144
AMBIENTE
ATIVIDADES
de centro, 2 mesas de apoio
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
ÁREA
NECESSIDADES
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
sala de espera
visitantes esperam a chegada do morador que 2 sofás, 4 poltronas, 1 mesa
8
6 6 36 1 1 72
visitantes
vieram visitar e/ou vagar uma das salas
de centro, 2 mesas de apoio
encontro de moradores com familiares e
2 sofás, 1 poltrona, 1 mesa de
sala da
MORADIA
visitantes, onde podem descansar, conviver e 6 refeições, 6 cadeiras, 1
6
família/visitantes
TÉRREO
comer com privacidade
aparador
6 36 0 1 36
cada prédio tem seu balcão de recepção
sala multiuso lugar que pode sediar diferentes atividades 24 mobiliário livre 6 12 72 0 1 72
próximo às entradas, controlando quem entra, 1 balcão, 2 cadeiras, 2
recepção
2 balcões, cafeteiras,
2 6 12 1 1 24
refeições sai e frequenta rápidas os para edifícios, atender além as do demandas ao computadores, 1 telefone
equipamentos culinários,
café
longo monitoramento do dia, fora de do funcionamento horário das refeições destes 6
4 6 24 0 1 24
balcão de refeições, 4
diárias acesso necessárias
aos demais pavimentos dos edifícios;
core de circulação
cadeiras 1 elevador tamanho maca, 1
core de concreto amarrando a estrutura de -
3 9 27 1 1 54
varanda vertical - interna centralcafé mesas para os consumidores comerem 20 5 escada mesas, de 20 emergência
MLC; 1 por edifício
cadeiras 6 6 36 0 1 36
HF;HQ
balcão e mesas para consumidores
varanda externa café acesso aos demais pavimentos dos edifícios; 28 1 balcão, 4 mesas, 28 cadeiras 6 6 36 0 1 36
core de circulação comerem core de concreto amarrando a estrutura de
1 elevador tamanho maca, 1
-
3 9 27 1 1 54
vertical - apoio MLC; 1 por edifício; circulação em caso de
1 escada vasos sanitários, de emergência 1 bancada
camâra fria café armazenamento emergência ou morte refrigerado de alimentos -
2 4 8 0 1 8 HF
com 4 cubas, espelho
despensa escada de café acesso armazenamento acesso aos demais em pavimentos temperatura dos ambiente edifícios de 21 elevador vasos sanitários, tamanho 1 bancada maca, 1
-
alimentos por meio da escada central; 1 por edifício
com escada 4 cubas, de emergência espelho
23 62 18 4 01 1 36 4
academia enfermaria
equipamentos enfermeiros ficam de exercício observando que os atende residentes os do equipamentos 1 balcão, 2 cadeiras, academia, 2
15 2
moradores
térreo e suas necessidades; 1 por edifício
bebedouro, computadores, espelho arquivo
93 3,5 12 10,5 108 01 1 108 21
HF
atende armazenar todos remédios que estão e itens no térreo; necessários sanitário para
sanitários mini farmácia/depósito
6- 6 prateleiras cabines de vasos sanitários 32 93 27 6 01 21 54 12
HF
acessivel atender os pacientes; 1 por edifício
lavatório lavar encontro e higienizar e convivência as mãos mais reservada entre os 8 82 sofás, cubas2 poltronas, PROGRAMA
1 mesa 3 6 18 0 1 18 HF
moradores de cada bloco formado por 5
de centro, 1 mesa de apoio, 1
núcleos DML de convivência armazenar produtos e equipamento de limpeza 61 prateleiras 63 12 3 72 9 20 21 288
apartamentos; podem se encontrar, ver TV e
mesa de refeições, 6
9 HF
comer armazenar juntos equipamentos de apresentação do cadeiras, 1 aparador, 1 TV
NÚMERO
depósito
- prateleiras 3 3 9 0 1 9
profissionais
palco
e moradores podem sair e pegar
TOTAL DE
LOTA
varanda AMBIENTE de convivência ar ATIVIDADES fresco, ter contato com a natureza e mudar ÇÃO 6 2 piso mesas, elevado, 8 MEDIDAS DO ÁREA POR
cadeiras equipamentos 6 6 36
AMBIENTES
ÁREA
2 2 144 NECESSIDADES
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
palco os apresentação ares de shows e demais eventos 4 musicais, sistema de som e 3 6 18 BLOCO 0 BLOCO 1 18
residência individual dos moradores com
iluminação
A B
1 cama tipo hospitalar, 1 mesa
necessidade de acompanhamento mais
mesas de 6 lugares com
salão de
de apoio, 1 armário fechado, 1
quartos de 36m² próximo, alimentação cada noturna um reservado de deslocamento na sua habitação, menor 1121
pontas livres, cadeiras,
15 6 18 6 270 36 10 0 10 1
bailes/refeitório
bancada de apoio, 1 cadeira, 1
mas podendo conviver nos núcleos e com
aparador para servir
poltrona, 1 banheiro acessível
contato externo nas varandas
geladeira, freezer, fogão 6
720 270 HF
depósito cozinha de distribuição armazenar preparo de equipamentos refeições noturnas e mobiliário e de apoio - prateleiras bocas, bancada de apoio, 63 12 3 72 9 1 01 18 72 HF;HQ
armário despensa
controle da chegada de
insumos
controle, seleção e distribuição de insumos que
chegam para serem distribuídos para os
moradores
câmara fria armazenamento refrigerado de alimentos -
despensa
armazenamento em temperatura ambiente de
2
1 escrivaninha, 1 cadeira, 1
computador, 1 arquivo
prateleiras e sistema de
refrigeração
3 6 18 1 0 18
4,5 6 27 1 0 27 HF
- prateleiras 6 6 36 1 0 36
AMBIENTE
ATIVIDADES
LOTA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO
AMBIENTE m
ÁREA POR
AMBIENTE m²
TOTAL DE
AMBIENTES
BLOCO
A
BLOCO
B
ÁREA
TOTAL M²
NECESSIDADES
mesas de 6 lugares com
salão de
alimentação noturna de deslocamento menor 112 pontas livres, cadeiras,
15
bailes/refeitório
PROGRAMA
aparador para servir
18 270 0 1 270 HF
geladeira, freezer, fogão 6
cozinha de distribuição preparo de refeições noturnas e de apoio
bocas, bancada de apoio, 6 12 72 NÚMERO 1 0 72 HF;HQ
armário despensa
TOTAL DE
LOTA
AMBIENTE
controle, ATIVIDADES seleção e distribuição de insumos que
controle da chegada de
ÇÃO 1 escrivaninha, MEDIDAS DO ÁREA POR
AMBIENTES
ÁREA
NECESSIDADES
1 cadeira, 1 AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
chegam para serem distribuídos para os
2
3 6 18 BLOCO 1 BLOCO 0 18
insumos
computador, 1 arquivo
moradores
A B
prateleiras e sistema de
câmara fria armazenamento refrigerado de alimentos -
MORADIA4,5 refrigeração
TÉRREO
6 27 1 0 27 HF
armazenamento em temperatura ambiente de
despensa
cada prédio tem seu balcão de recepção - prateleiras 6 6 36 1 0 36
alimentos
próximo às entradas, controlando quem entra, 1 balcão, 2 cadeiras, 2
recepção
equipe lava as roupas de cama e dos
2
máquinas lava e seca, tábua
2 6 12 1 1 24
lavanderia
sai e frequenta os edifícios, além 3 computadores, 1 telefone 6 12 72 1 0 72
monitoramento moradores de funcionamento destes
de passar, ferro de passar
sala de armazenagem acesso deixar as aos roupas demais sujas pavimentos dos edifícios;
core - prateleiras 3 5 15 1 0 15
de roupa
de circulação
suja
1 elevador tamanho maca, 1
core de concreto amarrando a estrutura de -
3 9 27 1 1 54
vertical - central
escada de emergência
sala de armazenagem MLC; 1 por edifício
armazenar as roupas já higienizadas - prateleiras 3 2,5 7,5 1 0 7,5
de roupa limpa acesso aos demais pavimentos dos edifícios;
core de circulação core armazenar de concreto produtos amarrando e equipamentos a estrutura de de
1 elevador tamanho maca, 1
almoxarifado
-
prateleiras 3 8,5 9 25,5 27 1 01 25,5 54
vertical - apoio MLC; HF
limpeza 1 por edifício; circulação em caso de
escada de emergência
emergência ou morte
para armazenar mobiliário, equipamentos e
depósito
acesso - prateleiras 6 6 36 1 0 36
materiais aos demais pavimentos dos edifícios
1 elevador tamanho maca, 1
escada de acesso
-
3 6 18 1 1 36
por meio da escada central; 1 por edifício
escada de emergência
2 vasos sanitário, 2 chuveiros,
atende todos os funcionários e profissionais;
PROGRAMA
vestiários
enfermeiros ficam observando os residentes do
1 balcão, bancada 2 com cadeiras, 2 cubas, 2
enfermaria
1 6 3 18 2 0 36 HF
vestiário acessível
2
3 3,5 10,5 1 1 21
térreo e suas necessidades; 1 por edifício
computadores, cuba, espelho arquivo
sala descanso armazenar funcionários remédios e profissionais e itens podem necessários descansar para
mini farmácia/depósito
e 2 sofás, 1 mesa de apoio , 1
NÚMERO
6- prateleiras 62 3 18 6 1 01 18 12
funcionários
atender repousar os reservadamente
pacientes; 1 por edifício
aparador
TOTAL DE
LOTA
AMBIENTE
encontro ATIVIDADES
funcionários e convivência e profissionais mais podem reservada descansar entre os e 2
varanda de descanso
ÇÃO MÓVEIS sofás, 2 E poltronas, EQUIPAMENTOS 1 mesa
MEDIDAS DO ÁREA POR
AMBIENTES
ÁREA
NECESSIDADES
moradores
AMBIENTE m AMBIENTE m²
TOTAL M²
repousar reservadamente de cada bloco formado em contato por com 5
de 1 sofá, centro, 1 mesa 1 mesa de refeições de apoio, 1
núcleos 3 18 BLOCO 1 BLOCO 0 18
funcionários de convivência
6
6 12 72 2 2 288
apartamentos; exterior podem se encontrar, ver TV e
mesa de refeições, 6
A B
comer juntos
cadeiras, 1 aparador, 1 TV
1 mesa de trabalho, 1 mesa de
administração das moradias, trato com
administração
profissionais e moradores podem sair e pegar 4 reunião, 7 cadeiras, 1
6 6 36 1 0 36
varanda de convivência ar familiares fresco, ter e cuidadores, contato com cuida a natureza da locação e mudar social 6 2 computador mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144
os ares
sofás e poltronas de área
área externa
residência contemplação individual e socialização dos moradores com
0 0
1 externa cama tipo hospitalar, 1 mesa
necessidade de acompanhamento mais
horta - chão e alta de uso e cuidado dos residentes de apoio, 1 armário fechado, 1
quartos de 36m² próximo, cada um reservado na sua habitação, 1
6 6 36
0
10 10 720
0
bancada de apoio, 1 cadeira, 1
mas aparelhos podendo e equipamentos conviver nos que núcleos estimulam e com
espaço funcional
- poltrona, equipamentos 1 banheiro de exercício acessível 5 7 35 1 35
contato exercícios externo ao ar livre nas varandas
depósito pomar armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 90 1 1 18 0
0 0
16 17
PROGRAMA
AMBIENTE
AMBIENTE
ATIVIDADES
ATIVIDADES
NÚMERO
NÚMERO
TOTAL
TOTAL
DE
LOTA
LOTA
DE
ÇÃO MÓVEIS EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
AMBIENTES
ÁREA
ÇÃO MÓVEIS E EQUIPAMENTOS MEDIDAS DO ÁREA POR
AMBIENTES
ÁREA
AMBIENTE
AMBIENTE m
AMBIENTE
AMBIENTE
m²
m²
TOTAL
TOTAL
M²
BLOCO
M²
BLOCO
BLOCO
BLOCO
A
B
NECESSIDADES
NECESSIDADES
PAVIMENTO TIPO MORADIA
0
TÉRREO
enfermeiros ficam observando os residentes do 1 balcão, 2 cadeiras, 2
enfermaria
2
térreo cada prédio e suas tem necessidades; seu balcão 1 de por recepção edifício
computadores, arquivo
3 3,5 10,5 1 1 21
encontro próximo às e convivência entradas, controlando mais reservada quem entre entra, os 21 balcão, sofás, 22 poltronas, cadeiras, 12
recepção
2
mesa 2 6 12 1 1 24
moradores sai e frequenta de cada os edifícios, bloco formado além do por 5
de computadores, centro, 1 mesa 1 telefone de apoio, 1
núcleos de convivência
6
6 12 72 4 4 576
apartamentos; monitoramento podem funcionamento se encontrar, destes ver TV e
mesa de refeições, 6
comer acesso juntos aos demais pavimentos dos edifícios;
cadeiras, 1 aparador, 1 TV
core de circulação
1 elevador tamanho maca, 1
varandas core de concreto de encontro amarrando e convivência a estrutura mais de -
3 9 27 1 1 54
vertical - central
sofás escada e poltronas; de emergência mesas e
varandas externas reservada MLC; 1 por entre edifício os moradores de cada bloco, 6
6 6 36 5 5 360
cadeiras
permitem acesso aos contato demais com pavimentos o exterior dos edifícios;
core de circulação residência core de concreto dos moradores amarrando mais a estrutura independentes,
1 cama elevador tipo tamanho hospitalar, maca, 1 mesa 1
-
3 9 27 1 1 54
vertical - apoio cada MLC; um 1 por reservado edifício; circulação na sua habitação, em caso mas de
de escada apoio, de 1 emergência
armário fechado, 1
apartamentos de 36m²
1
6 6 36 7 7 504 HQ, HF
podendo emergência conviver ou morte nos núcleos e com contato
bancada de apoio, 1 cadeira, 1
escada de acesso
externo acesso aos nas demais varandas pavimentos dos edifícios
poltrona, 1 elevador 1 tamanho banheiro maca, acessível 1
-
por meio da escada central; 1 por edifício
1 escada cama, de 1 sofá, emergência 1 estante, 1
3 6 18 1 1 36
enfermeiros ficam observando os residentes do escrivaninha, 1 balcão, 2 cadeiras, 1 mesa 2 de
apartamentos
enfermaria
de 54m² moradia de um ou dois idosos (casal) 2 jantar, 2 cadeiras,
6
3 3,5
9
10,5
54 10
1
10
1
1080
21
térreo e suas necessidades; 1 por edifício
computadores, arquivo
HQ, HF
equipamentos de cozinha,
armazenar remédios e itens necessários para
mini farmácia/depósito
- prateleiras equipamentos de banheiro 2 3 6 1 1 12
atender os pacientes; 1 por edifício
depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 1 1 18
encontro e convivência mais reservada entre os 2 sofás, 2 poltronas, 1 mesa
moradores conexão entre de cada os blocos, sobre formado o salão por 5 de
de
núcleos mobiliário centro, externo, 1 mesa de bancos apoio, e 1
solário
de convivência
apartamentos; baile/refeitório, podem que permite se encontrar, apreciar ver a vista TV e da
6
-
15
6
18
12
270
72 2
0
2
mesa 1
288
270
jardimde refeições, 6
comer Usina juntos
cadeiras, 1 aparador, 1 TV
profissionais e moradores podem sair e pegar
varanda de convivência ar fresco, ter contato com a natureza e mudar 6 2 mesas, 8 cadeiras 6 6 36 2 2 144
os ares
quartos de 36m²
residência individual dos moradores com
necessidade de acompanhamento mais
próximo, cada um reservado na sua habitação,
mas podendo conviver nos núcleos e com
contato externo nas varandas
1
1 cama tipo hospitalar, 1 mesa
de apoio, 1 armário fechado, 1
bancada de apoio, 1 cadeira, 1
poltrona, 1 banheiro acessível
6 6 36 10 10 720
depósito armazenar equipamentos e mobiliário - prateleiras 3 3 9 1 1 18
para conferir os desenhos técnicos do projeto,
favor consultar o arquivo das pranchas
“Anteprojeto_ThaísMenegali.226155”
projeto
figura 04. Vista do pátio central do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
bloco do cuidado
20
Como citado anteriormente, este bloco é o
primeiro a ser acessado no conjunto, de modo
a facilitar o acesso tanto dos pacientes e acompanhantes,
quanto dos veículos de emergência,
o primeiro edifício a ser acessado pela nova via
proposta. Ele abriga os atendimentos multiprofissionais,
como consultórios de geriatras, odontologista,
nutricionista, psicólogo, assistente social e
fisioterapeutas, áreas de atendimento e observação,
além dos apoios necessários e da diretoria.
O acesso dos pacientes e seus acompanhantes
ao Bloco de Cuidado ocorre por uma via que permite
o embarque e desembarque seguro e ainda
dá acesso a um bolsão de estacionamento para
aqueles que chegam de carro de outras cidades.
Já os profissionais acessam pela face oposta do
edifício, garantindo sua privacidade e autonomia,
onde também há um espaço reservado para estacionamento.
Nessa face também ocorre o acesso
de emergência, preservado do alcance visual e
físico dos pacientes.
Apesar da cobertura ortogonal conformando
quase um quadrado, a estrutura deste bloco possui
um formato peculiar, determinado pela clareira
que surgiu entre as árvores. As esperas dos
pacientes estão voltadas para o centro, onde há
um amplo jardim que abraça as duas árvores já
existentes no lugar. Essa abertura na cobertura
garante também a entrada de iluminação e ventilação
natural.
Ao adentrar o edifício, o paciente e seu acompanhante
deparam-se com a recepção e, a partir
dali, são direcionados para a triagem. Como a
ideia é que recebam tratamento multiprofissional,
faz-se a triagem de quais especialidades serão
necessárias e, assim, o paciente é direcionado
para a espera determinada, sem que precise
aguardar em grandes esperas aglomeradas. Ao
serem atendidos pelos profissionais necessários,
podem ser encaminhados para algum outro tratamento
necessário ou, então, estão liberados para
explorar o centro, até o retorno.
figura 05. Vista do Bloco do Cuidado e pergolado arqueado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 06. Vista da entrada do Bloco do Cuidado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 07. Vista da entrada do Bloco do Cuidado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 08. Vista da recepção do Bloco do Cuidado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 09. Vista da espera interna do Bloco do Cuidado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 10. Vista do pátio interno privado do Bloco do Cuidado.
fonte: imagem renderizada pela autora
bloco da saúde
26
O Bloco da Saúde está centralizado na nova
proposta de ocupação, uma vez que abriga um
uso que tem essa característica: um lugar para
refeições, tanto dos pacientes e acompanhantes,
quanto dos profissionais. A intenção é que tenha
uma cozinha de distribuição - e não de preparo,
que exige mais área e especificidades -, de modo
que esse espaço possa atender diariamente todos
que o frequentam, com preços acessíveis e
alimentação digna, vegetariana e saudável.
O refeitório dos pacientes e acompanhantes (o
dos moradores está contido no Bloco da Moradia,
uma vez que facilita o acesso diário, mas o fluxo
é livre pelo centro, então também poderão usufruir)
ocupa uma das pontas do edifício do bloco
de saúde e abre-se para o conjunto da Usina, permitindo
conexões visuais com o existente e sua
memória. Por isso, além da área reservada para
o refeitório dentro do edifício, propõe-se, ainda,
uma grande varanda que, além de proteger do
sol direto, faz as vezes de um belvedere. Por isso,
os arcos que acompanham a fachada norte do
projeto abrigam bancos intercalados, que conformam
estes espaços de apreciação e socialização.
Já o refeitório dos profissionais está posicionado
na ponta oposta do edifício, garantindo mais privacidade
e descanso para eles. Semelhantemente,
a janela de canto permite que, do interior do
refeitório, os profissionais também tenham contato
com o exterior e o maciço verde que circunda
este bloco. Ali também há um vestiário, onde podem
se trocar e registrar o ponto.
Por fim, este bloco abriga também os consultórios
de fisioterapia. A opção de deixá-lo separado
dos demais consultórios ocorre para que convide
o paciente a percorrer o projeto e explorá-lo, além
de ser um uso que permite maior contato visual e
físico com a natureza do entorno. O espaço possui
dois consultórios de fisioterapia individuais e uma
sala de fisioterapia coletiva.
figura 11. Vista do Bloco da Saúde e pergolado arqueado.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 12. Vista da entrada do refeitório no Bloco da Saúde.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 13. Vista do refeitório no Bloco da Saúde..
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 14. Vista do refeitório no Bloco da Saúde.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 15. Vista da sala de Fisioterapia coletiva no Bloco da Saúde..
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 16. Bancos entre os arcos, conformando espaços de convívio e encontro.
fonte: imagem renderizada pela autora
bloco da moradia
O Bloco da Moradia está localizado no grande
platô de um antigo campo de futebol e abriga,
assim, grande parte do programa proposto. Com
a criação de uma nova via, marginal à Rodovia
Margarida da Graça Martins, este bloco pode
ser acessado tanto por essa nova via, quanto por
quem chega dos demais blocos, percorrendo o
caminho dos pergolados de arcos. Desse modo, é
possível criar também um percurso para veículos
de serviços e de emergência mais rápido e seguro
para estas moradias.
No térreo, o acesso se dá através do percurso
pelo pergolado de arcos que continua pelo projeto,
até o Bloco do Cuidado. Ao adentrar o edifício
pelo hall, há uma pequena recepção e, em
seguida, o percurso continua, cruzando as duas
torres que compõem o Bloco da Moradia. Há bastante
áreas de encontro e convivência, de modo a
estimular que os moradores e seus visitantes não
fiquem isolados em seus quartos e frequentem o
centro como um todo.
O percurso pelo pergolado de arcos conecta as
duas torres, assim como o salão de bailes e de
refeições, centralizado no projeto e voltado para
o pátio interno. O espaço tem capacidade para receber
simultaneamente todos os moradores e até
alguns convidados, pois a intenção é que ele seja
utilizado também como espaço de recreação e
celebração - por isso, possui um palco, onde uma
pequena banda pode se apresentar. Tudo isso
ocorre em contato direto com a natureza, uma
vez que o vidro foi utilizado para manter esse sentimento
biofílico de conexão com a natureza tão
rica do entorno.
Neste pavimento há também uma academia
voltada para os moradores, uma sala multiuso
ampla e três salas da família, onde os moradores
e seus visitantes podem se encontrar com maior
privacidade. Ademais, propõe-se um café próximo
a esses usos que faz uma transição entre público
e privado, pois está em contato direto com
o caminho que conecta o Bloco da Moradia com
os edifícios históricos existentes. Quem chega por
ali, é recepcionado no café e convidado a permanecer.
Do outro lado do bloco está o setor de serviços,
próximo ao acesso de carros pela nova via
proposta. O Bloco da Moradia possui lavanderia,
cozinha de distribuição e todos os apoios necessários
para limpeza e manutenção do edifício.
No térreo, está a maior diversidade de usos, dividido
entre as duas torres que compõe o Bloco
da Moradia. Por isso, optou-se por colocar os pacientes
com menores níveis de independência
neste pavimento, de modo que tenham contato
direto com o exterior, mesmo que apenas visual
na maior parte do tempo. Por isso, no térreo, cada
torre possui 10 quartos individuais de 36m², que
são monitorados por uma enfermaria específica.
figura 17. Vista do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 18. Vista do pátio interno do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 19. Vista do pátio interno do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 20. Vista do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 21. Vista dos bancos e do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 22. Vista das áreas de convívio no térreo do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 23. Vista dos bancos e do pergolado entre edifícios do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 24. Vista do palco do salão de bailes do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
figura 25. Vista do café do Bloco da Moradia.
fonte: imagem renderizada pela autora
acesso a
outros núcleos
de convivência
De modo a evitar o isolamento dos idosos moradores
em seus quartos e estimular o convívio e a
troca entre moradores e até visitantes, a proposta
foi de criar núcleos de convivência. Isto é, agrupar
4 ou 5 quartos - misturando entre individuais e duplos
- entorno de um lugar comum, onde podem
fazer suas refeições rápidas em conjunto, assistir
televisão, conversar e, assim, socializar.
A referência para a criação desses “clusters” foi o
Kaze No Machi, um residencial para idosos localizado
na cidade de Shobara, no Japão. O escritório
Susumu Uno / CAn projetou o complexo em
2014, também levando em consideração a necessidade
de criar um ambiente acolhedor e seguro
para os idosos que passariam a viver ali, ainda podendo
receber visitas casuais.
A fim de adaptar o conceito para uma arquitetura
feita no Brasil, foi importante analisar as fachadas
críticas e a direção predominante dos ventos,
de modo a garantir que todos os quartos recebessem
iluminação e ventilação natural. Além
disso, diferentemente do projeto japonês, que
conta apenas com banheiros coletivos, e levando
em consideração a cultura local, o projeto propõe
quartos com banheiros individuais, de modo a
garantir maior conforto e privacidade. Os quartos
contam também com varandas, que permitem
contato visual com a memória do lugar onde está
inserido o projeto. Todos os ambientes e quartos
são acessíveis e amplos.
figura 26. Planta setorial dos
“clusters” do Kaze No Machi.
fonte: https://tinyurl.com/2p98yf63
figura 27. Diagrama sobre
planta do funcionamento
dos “clusters” no projeto.
fonte: desenvolvido pela autora
*
banheiro
dormitório
expansão
(sala do casal)
varanda
saída de
emergência
visuais
fluxos
moradores
fluxos
profissionais
mesa para
refeições
em grupo
sala de
estar
compartilhada
varanda
externa
coberta
estante
área de
espera e
leitura
depósito
escada de
acesso central
escada de
emergência
* *
área de
espera
elevador
para
maca
posto de
enfermaria
mini
farmácia
acesso a
outro núcleo de
convivência
varanda
externa
coberta
44 45
2.85
2.85
.15
2.85
.15
1.05
.85
.95 .15
.95 .85 1.05
.15 2.78 .15 2.92 .15
6.00
3.64 .15 2.16 .05
2.85
.55 .80 .80
.15
.83
1.01
1.01
2.08 1.57 .15 .75 1.02 .29.15
3.64 2.06
figura 30. Planta do quarto
duplo, de 54m².
fonte: desenvolvida pela autora
figura 31. Isométrica do
quarto duplo, de 54m².
fonte: imagem renderizada pela autora
1.82 1.82 .15 .75 1.02 .29.15
.55 .80 .80
1.00 1.01 .84 .15 2.78 .15 2.93
5.85
.15
.15
4.03 1.10 .73
5.85
.15
.15
figura 28. Planta do quarto
individual, de 36m².
fonte: desenvolvida pela autora
.15
.73 1.10 7.03 .15
8.85
quarto individual (36m²)
sem escala
figura 29. Isométrica do
quarto individual, de 36m².
fonte: imagem renderizada pela autora
quarto duplo (54m²)
sem escala
figura 32. Vista aérea dos edifícios propostos.
fonte: imagem renderizada pela autora
49
A estrutura dos três novos blocos propostos
serão executadas em Madeira Laminada Colada
(MLC), que consiste em peças de madeira engenheirada.
São formadas pela colagem de lamelas
de madeira, mantendo as fibras paralelas entre si.
Além da rapidez que garante à obra, esse sistema
construtivo também garante um canteiro de
obras mais limpo e um edifício sustentável, uma
vez que a madeira a ser utilizada será o pinus de
reflorestamento (REWOOD, 2020).
Apesar de ser possível vencer grandes vãos
com o uso da estrutura em MLC, visando o melhor
aproveitamento de material e balanceando
custos e eficácia deste, propõe-se módulos de
6m por 6m, tanto no edifício de moradia, com 3
pavimentos, quanto nos demais, térreos.
figura 33. Fixação do pilar na fundação e alvenaria.
fonte: https://tinyurl.com/2p8hvxmk
figuras 34 e 35. Cobertura de manta TPO.
fonte: https://tinyurl.com/2p8hvxmk
detalhes
cobertura de manta TPO - perspectiva
cobertura de manta TPO - corte transversal
51
teóricas
referências
AGEMCAMP. Conheça a RMC. Disponível em:
http://www.agemcamp.sp.gov.br/observatorio/
index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=5.
Acesso em: 09 jun. 2021.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada -
RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.
html. Acesso em: 05 set. 2021.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada -
RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005. Disponível
em: https://sbgg.org.br/wp-content/
uploads/2014/10/rdc-283-2005.pdf. Acesso
em: 05 set. 2021.
ARAÚJO, Nelma Mirian Chagas de; SOARES,
Inara Beatriz Rodrigues. Programa Cidade
Madura x NBR 9050: um estudo de caso na
unidade de joão pessoa. In: VIII ENCONTRO
NACIONAL DE ERGONOMIA DO AMBIENTE
CONSTRUÍDO E IX SEMINÁRIO BRASILEIRO
DE ACESSIBILIDADE INTEGRAL, 8., 2020, Natal.
Blucher Design Proceedings. São Paulo:
Editora Blucher, 2020. p. 317-327. Disponível
em: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.
amazonaws.com/designproceedings/eneac2020/32.pdf.
Acesso em: 03 jun. 2021.
ARCHDAILY. Clínica no Bosque / Takashige
Yamashita Office. Disponível em: https://www.
archdaily.com.br/br/962031/clinica-no-bosque-
-takashige-yamashita-office?ad_medium=gallery.
Acesso em: 03 set. 2021.
ARCHDAILY. Kaze No Machi Miyabira / Susumu
Uno/CAn + Met Architects. Disponível em: ht-
tps://www.archdaily.com.br/br/779186/kaze-no-
-machi-miyabira-susumu-uno-can-plus-met-architects?ad_medium=gallery.
Acesso em: 30 ago.
2021.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-
NICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 148 p.
BORBA, Yasmin Pinheiro. Habitação de Interesse
Social para o idoso ativo. 2018. 45 f.
TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2018.
BRASIL. Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994.
Política Nacional do Idoso. Brasília, Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l8842.htm. Acesso em: 15 abr. 2021.
52 53
QUECINI, Vanda Maria. Fazenda São Pedro: a his-
tombamento do Caminho dos Flamboyants e dá
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro.
Portaria nº2.528, de 19 de outubro de
2006. Brasília, 2006.
FUNDAÇÃO ROMI (Santa Bárbara D’Oeste). Acontecimentos
importantes para Santa Bárbara
d’Oeste. Disponível em: http://www.fundacaoro-
tória de um lugar de memória. 1999. 13 f. Relatório
de Iniciação Científica - Curso de Arquitetura e
Urbanismo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo,
outras providências. Santa Bárbara d’Oeste, SP.
SANTA BÁRBARA D’OESTE. CÂMARA MUNICIPAL.
mi.org.br/images/downloads/cronologia_santa_
Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. Dis-
(ed.). HISTÓRICO. Disponível em: http://www.ca-
CATTO, Juliana Ferreira. Terceira Idade: diretrizes
para o projeto arquitetônico. 2003. 132 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia
Civil, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2003.
CAMPAGNOL, Gabriela. Usinas de açúcar: habi-
barbara_doeste.pdf. Acesso em: 07 jun. 2021.
MARTINS, José Pedro Soares; MARTINS, Ricardo.
Santa Bárbara d’Oeste: 200 anos. Santa
Bárbara D’Oeste: Editora Kongo, 2018. 130 p.
Disponível em: https://fundacaoromi.org.br/
fundacao/galeria_publicacao/ebook_SBO200a-
ponível em: https://www.iau.usp.br/sspa/arquivos/pdfs/papers/01535.pdf.
Acesso em: 23 abr.
2021.
QUECINI, Vanda Maria. Usina Santa Bárbara: um
espaço para a história, uma história para a memória,
uma memória para um espaço. SP: Fapesp,
marasantabarbara.sp.gov.br/Pagina/Listar/358.
Acesso em: 07 jun. 2021.
SEPLURB. REGIÃO METROPOLITANA. Disponível
em: https://www.campinas.sp.gov.br/
governo/seplurb/plano-diretor-2006/doc/
tr_rmc.pdf. Acesso em: 09 jun. 2021.
tação e patrimônio industrial. 2008. 531 f. Tese
nos_14012019080852.pdf. Acesso em: 07 jun. 2021.
2000. Relatório de iniciação científica.
(Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo,
Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2008.
FEDDERSEN, Eckhard; LÜDTKE, Insa. Living
for the Elderly: a design manual. 2. ed. Basiléia:
Birkhäuser, 2018. 248 p. Disponível em: https://
issuu.com/birkhauser.ch/docs/livingfor_the_
elderly__2nd_edition. Acesso em: 19 ago. 2021.
FRÓES, Bruno Henrique Francisco. A economia
criativa como estratégia contemporânea na recuperação
do patrimônio histórico: usina santa
bárbara. 2018. 101 f. TCC (Graduação) - Curso de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista
de Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, 2018.
PINA, S.A.M.G.; BARROS, R.R.M.P. A Humanização
e a percepção de valor como estratégia
de projeto para Habitação. Simpósio Brasileiro
de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído
SBQP 2009. Anais. São Carlos: EESC
USP, novembro 2009. P.101-113 doi: 10.4237/
sbqp.09.193
PIRES, Maria Conceição Silverio. Morar na
metropole: expansao urbana e mercado
imobiliario na Região Metropolitana de
Campinas. 2007. 178p. Tese (doutorado) - Universidade
Estadual de Campinas, Instituto de
Geociencias, Campinas, SP. Disponível em:
http://www.repositorio.unicamp.br/handle/
REPOSIP/287295. Acesso em: 09 jun. 2021.
REWOOD (Brasil). Caderno de Detalhes Construtivos.
São Paulo: Rewood, 2020. Color. Disponível
em: https://mailchi.mp/b870e0c54b51/caderno-
-de-detalhes-construtivos. Acesso em: 23 ago.
2021.
SANTA BÁRBARA D’OESTE (Município). Decreto nº
3.828, de 11 de abril de 2008. Dispõe sobre o tombamento
de bens de interesse cultural, histórico,
arquitetônico, ambiental e afetivo desse Município
objeto das matrículas nº5.134, 52.182, 53.278 e
58.066, integrantes da “Antiga Usina Santa Bárbara”
conforme descrição e dá outras providências.
Santa Bárbara d’Oeste, SP.
SANTA BÁRBARA D’OESTE (Município). Decreto
nº 3.641, de 11 de abril de 2006. Dispõe sobre o
TAVEIRA, Eduardo Salmar Nogueira e; FA-
RACO, André Frota Contreras; LIMA, Matheus
Petian. Casarão Amarelo da Usina
Santa Bárbara: apresentação histórica do
edifício. Santa Bárbara D’Oeste: Unimep,
2020. 14 slides, color. Disponível em: https://
storage.googleapis.com/production-hostgator-brasil-v1-0-1/441/428441/irHo5pnc/9da1c193533a42e38b14da977e773946?-
fileName=Caderno%201.%20
Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Hist%-
C3%B3rica.pdf. Acesso em: 30 mar. 2021.
obrigada!
Thaís Soares Menegali | RA 226155
Orientadora Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina
Universidade Estadual de Campinas | FECFAU
Arquitetura e Urbanismo | TFG 2021