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Patrícia Kelly Alves Cabral - CSTR/UFCG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE SAUDE E TECNOLOGIA RURAL<br />

CAMPUS DE PATOS - PB<br />

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA<br />

MONOGRAFIA<br />

Sistemas de Liberação Controlada de Drogas: Uma Revisão.<br />

Patricia <strong>Kelly</strong> <strong>Alves</strong> <strong>Cabral</strong><br />

2004<br />

10


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE SAUDE E TECNOLOGIA RURAL<br />

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PATOS - PB<br />

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA<br />

MONOGRAFIA<br />

Sistemas de Liberação Controlada de Drogas: Uma Revisão.<br />

Graduanda: <strong>Patrícia</strong> <strong>Kelly</strong> <strong>Alves</strong> <strong>Cabral</strong><br />

Orientador: Onaldo Guedes Rodrigues<br />

Patos-PB, 2004<br />

11


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE SAUDE E TECNOLOGIA RURAL<br />

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PATOS - PB<br />

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA<br />

PATRICIA KELLY ALVES CABRAL<br />

Monografia ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para obtenção do grau<br />

de Medico Veterinário.<br />

APROVADO EM .06 / 09 / 04<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

Orientador Prof. Dr. Onaldo Guedes Rodrigues<br />

Examinador Prof. Dr. Gilmar Trindade de Araújo<br />

Examinadora Profª. MsC Rosângela Maia Nunes da Silva<br />

12


FICHA CATALOGADA NA BIBLIOTEECA SETORIAL DO<br />

CAMPUS DE PATOS - <strong>UFCG</strong><br />

C117m <strong>Cabral</strong>, <strong>Patrícia</strong> <strong>Kelly</strong> <strong>Alves</strong><br />

2005<br />

Sistemas de liberação Controlada de drogas: uma revisão./ <strong>Patrícia</strong> <strong>Kelly</strong> <strong>Alves</strong><br />

<strong>Cabral</strong> – Patos-PB: <strong>CSTR</strong>, <strong>UFCG</strong>, 2005.<br />

46f.<br />

Inclui bibliografia<br />

Orientador: Onaldo Guedes Rodrigues<br />

Monografia ( Graduação em Medicina Veterinária) – Centro de Saúde e<br />

Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande..<br />

1 – Farmacologia - Revisão – Monografia. 2 .<br />

CDU: 616: 619<br />

13


DEDICO<br />

14<br />

Ao meu esposo pelo amor que me oferece<br />

todos os dias, através de pequenas demonstrações<br />

que se traduzem em compreensão, amizade e<br />

companheirismo. AMO VOCÊ, OBRIGADA.


AGRADECIMENTOS<br />

A DEUS: Por ter estado comigo todos esses anos me dando força e coragem para superar todas as<br />

dificuldades, até realizar o maior de todos os sonhos.<br />

AO MEU ESPOSO: Por todo amor, dedicação, compreensão e apoio que a mim foi dado em<br />

momentos muito difíceis de minha vida.<br />

AOS MEUS PAIS: Pela educação, ensinamentos e amor que a mim foram dados durante<br />

toda a vida.<br />

A MINHA IRMÃ: Pela cumplicidade e amor que nos une.<br />

AOS MEUS SOGROS: Pelo apoio e ajuda que recebi para que pudesse realizar o estágio.<br />

AOS MESTRES: Pelo aprendizado que hoje fazem de mim veterinária. Em especial<br />

agradecimento Onaldo G Rodrigues por acreditar em mim e a Rosângela pelo seu carinho<br />

todo especial.<br />

AOS AMIGOS: A todos aqueles que passaram por mim durante o curso, compartilhando<br />

momentos felizes e tristes. Em especial: Petrushka, Kassandra, Carol, Roseane.<br />

AOS ANIMAIS : Por serem o motivo maior de tanta dedicação. Em especial a Kojak meu<br />

cão irmão a quem compartilhei 12 anos de amor e cumplicidade.<br />

15


SUMÁRIO<br />

DEDICATÓRIA.........................................................................................<br />

AGRADECIMENTOS..............................................................................<br />

LISTA DE FIGURAS................................................................................ vi<br />

LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................. vii<br />

RESUMO.................................................................................................... viii<br />

ABSTRACT................................................................................................ ix<br />

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 10<br />

2 METODOLOGIA...................................................................................... 12<br />

2.1 .....Local de realização da pesquisa.............................................................. 12<br />

2.2 ......Período explorado.................................................................................. 12<br />

2.3 ......Meios utilizados..................................................................................... 12<br />

2.4 ......Análise do material consultado.............................................................. 12<br />

3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................. 13<br />

3.1 Nanotecnologia....................................................................................... 13<br />

3.2 Desenvolvimento de Sistemas de Liberação Controlada de Drogas...... 19<br />

3.3 Nanoencapsulamento de fármacos......................................................... 25<br />

3.3.1 Métodos mecânicos................................................................................ 26<br />

3.3.2 Métodos físico-químicos........................................................................ 27<br />

3.4 Microencapsulação de fármacos............................................................ 28<br />

3.5 Materiais utilizados como polímeros biodegradáveis............................ 32<br />

3.5.1 Polímeros naturais................................................................................ 32<br />

3.5.2 Polímeros naturais modificados........................................................... 32<br />

3.5.3 Polímeros sintéticos............................................................................. 33<br />

4 APLICAÇÕES DO SISTEMA DE LIBERAÇÃO CONTROLADA... 34<br />

4.1 Controle biológico de pragas................................................................ 34<br />

4.2 Minerais nutricionais e remédios.......................................................... 35<br />

5 CONCLUSÃO........................................................................................... 37<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 39<br />

7 ANEXOS.................................................................................................... 43<br />

16


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1- Asa da borboleta (Morfo) mostrando um sistema nanoestruturado<br />

complexo e auto-organizado. A figura mostra o fenômeno de<br />

iridescência (a luz branca é difratada nas camadas no material<br />

ordenado)<br />

Figura 2- Visualizando escalas de comprimento 15<br />

Figura 3- A física, biologia e química se encontram na Nanotecnologia 16<br />

Figura 4- Distribuição da rede nacional de nanotecnologia por região 17<br />

Figura 5- Exemplos das diferentes formas farmacêuticas: (A) esfera (sistema<br />

atricial) e (B) cápsula (sistema reservatório)<br />

Figura 6- Perfis de liberação de drogas em função do tempo: convencional x<br />

controlada<br />

Figuras 7 e 8 Forma moderna de administração de fármacos através de sistema<br />

Spray Drying.<br />

Figuras 9- (A) Representação esquemática da orientação de PVA ligadas a<br />

moléculas de PLGA, na superfície de nanoesferas de PLGA. (B)<br />

Imagem obtida por SEM (topografia) de nanoesferas de PLGA<br />

Figura 10- Nanoesfera sólida. (A) matriz contendo o fármaco e (B) cadeias de<br />

PEO<br />

Figura 11- Formas de liberação do ativo: nanoesferas e nanocápsulas. 29<br />

14<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

23<br />

17


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

APC Associação para o Progresso da Ciência<br />

Gpa giga<br />

Mpa mega<br />

MCT Ministério das Ciências e Tecnologias<br />

CNPq Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia<br />

SiO2 dióxido de silício<br />

PVA poli (álcool vinílico)<br />

PLGA poli(lactide-co-glicolide)<br />

SEM micrografia eletrônica de transmissão<br />

PEO poli(óxido de etileno)<br />

SNC Sistema Nervoso Central<br />

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas<br />

P&D Pesquisa e Desenvolvimento<br />

LDL liproproteína de baixa densidade<br />

18


RESUMO<br />

Como serão administrados os fármacos, vitaminas, suplementos minerais, anestésicos,<br />

vacinas, etc. no próximo milênio: Injeções sem agulha, absorção pulmonar, géis formados<br />

por nanopartículas, soluções poliméricas, drogas com endereço certo.Os novos métodos<br />

usados para isso se baseiam no encapsulamento ou formação de nanopartículas desses<br />

compostos em microesferas poliméricas ou protéicas. Estas microesferas liberam os<br />

compostos, já no interior do organismo, em pequenas e controláveis doses diárias, durante<br />

semanas ou meses. O composto poderá ser administrado oralmente (a microesfera pode ser<br />

resistente ao ambiente estomacal), por inalação, pela pele (tal como os adesivos de<br />

nicotina) ou, ainda, por injeções sem agulha, o PowderJet, que utiliza tecnologia<br />

semelhante às impressoras jato-de-tinta. Vários polímeros já foram testados em sistemas de<br />

liberação de drogas. Muitos, em função de suas propriedades físicas, tais como:<br />

Poli(uretanos) por sua elasticidade; Poli(siloxanos) ou silicones por ser um bom isolante;<br />

Poli(metil metacrilato) por sua força física; Poli(vinil álcool) por sua hidrofobicidade e<br />

força, Poli(etileno) por sua dureza e impermeabilidade. Estes materiais devem ser<br />

quimicamente inertes e livres de impurezas. Alguns dos materiais que estão sendo usados<br />

comercialmente em sistemas de liberação controlada são: Poli(2-hidroxi etil metacrilato),<br />

poli(N-vinil pirrolidona), poli(metil methacrilato), poliacrilamida, polilactídeos (PLA),<br />

poliglicosídeos (PGA), poli(lactato-co-glicolato) (PLGA), poli(anidridos), entre outros. O<br />

desenvolvimento de sistemas de liberação controlada tem sido alvo de pesquisas há pelo<br />

menos quatro décadas. Desde que foi sugerida sua aplicação na indústria farmacêutica,<br />

muitos resultados foram obtidos, especialmente na manipulação molecular de carreadores e<br />

no estudo de suas interações com as drogas encapsuladas. Esses novos carreadores têm a<br />

vantagem de contornar propriedades físico-químicas limitantes (como a solubilidade<br />

aquosa ou em membranas) das drogas encapsuladas, melhorando assim a farmacodinâmica<br />

(potencialização do efeito terapêutico), farmacocinética (controle da absorção e distribuição<br />

tecidual) e os efeitos toxicológicos (redução da toxicidade local e sistêmica) das mesmas. O<br />

levantamento bibliográfico aqui apresentado teve como objetivo investigar as origens da<br />

pesquisa com essa nova tecnologia, o seu desenvolvimento e suas aplicações nas diversas<br />

áreas das ciências biológicas.<br />

19


Palavras-chaves: Sistemas de liberação Controlada de Drogas, Sistemas poliméricos,<br />

Nanotecnologia.<br />

ABSTRACT<br />

As they will be administered the drugs; vitamins, minerals supplements, anesthetics,<br />

vaccines, etc. in the next millennium: Injections without needles, lung absorption, gels<br />

formed by nano- particles, solutions polymerics, drugs with address objective.The news<br />

methods used for that they base on the manufacturing or formation of nanoparticuls of<br />

those compositions in micro- sphere polymerics or proteins. These micro-e-spheres liberate<br />

the compositions, already inside the organism, in small and you controlled daily<br />

administrations, during weeks or months. The composition will vocally be able to be<br />

administered (the micro-sphere can be resistant to the stomach atmosphere), for inhalation,<br />

for the skin (just as the nicotine stickers) or, still, for injections without needle, powder-Jet,<br />

that uses technology similar to the printers jet-of-ink. Several polymeric they were already<br />

tested in systems of control delivery sistems of drugs. Many, in function of your physical<br />

properties, such as: Poli(uretans) for your elasticity; Poli(siloxanos) or silicons for being a<br />

good one insulating; Poli(metil metacrilato) for your physical force; Poli(vinil alcohol) for<br />

your hydrophobic properties and it forces, Poli(etileno) for your hardness and<br />

impermeability. These materials should be chemically inert and free from sludges. Some of<br />

the materials that are being used commercially in systems of controlled liberation are:<br />

Poli(2-hidroxi etil metacrilato), poli(N-vinyl pirrolidona), poli(metil methacrilato),<br />

poliacrilamida, polilactídeos (CHAT), poli-glucose (PGA), poli(lactato-co-glicolato)<br />

(PLGA), poli(anidridos), among others. The development of systems of controlled<br />

liberation has been objective of researches there is at least four decades. Since it was<br />

suggested your application in the pharmaceutical industry, many results were obtained,<br />

especially in the molecular manipulation of transporters and in the study of your<br />

interactions with the encapsulated drugs. Those new transporters have the advantage of<br />

outlining properties physical-chemistries limiting (as the aqueous solubility or in<br />

membranes) of the encapsulated drugs, improving like this the dinamic properties (potential<br />

of the therapeutic effect), kinetic properties (it controls of the absorption and distribution in<br />

20


the fabrics) and the toxicological effects (reduction of the sides effects) of the same ones.<br />

The bibliographical rising here presented had as objective investigates the origins of the<br />

research with that new technology, your development and your applications in the several<br />

areas of the biological sciences.<br />

Key-words: Controlled Delivery Systems of Drugs, Polymerics systems, nanotechnology<br />

21


1. INTRODUÇÃO<br />

O desenvolvimento de medicamentos evoluiu da fase botânica, no alvorecer das<br />

primeiras civilizações, para a era da química sintética na metade do século XX, alcançando<br />

o estágio atual da biotecnologia. Da mesma forma que a humanidade viu o surgimento de<br />

novas drogas com ações altamente específicas, capazes de controlar e prevenir as mais<br />

diversas doenças graças à elucidação dos mecanismos moleculares que as causam. Tem-se<br />

que a forma de ministrar essas drogas também mudou muito nestes últimos 100 anos, desde<br />

as convencionais, xaropes, garrafadas, pílulas, injetáveis até os sistemas de liberação<br />

controlada, sustentada com velocidades programáveis, ou seja, o poder de determinar<br />

precocemente a dose do composto farmacologicamente ativo e o tempo em que essa dose<br />

deve ser liberada para interagir com seus receptores biológicos (um minuto, uma hora, um<br />

dia, uma semana, um mês, e assim por diante).<br />

A tecnologia de liberação controlada de fármacos representa uma das fronteiras da<br />

ciência, a qual envolve diferentes aspectos multidisciplinares e pode contribuir muito para o<br />

avanço das ciências. O sistema de liberação controlado de drogas vem revolucionando a<br />

indústria farmacêutica (produção de medicamentos), como também a indústria química<br />

(derivados de petróleo, agroindústria, indústria civil na produção de tintas), principalmente.<br />

A terapêutica moderna está baseada em um “design” racional de liberação<br />

controlada e alta especificidade de compostos de drogas. Os novos métodos para a<br />

administração de drogas se baseiam no encapsulamento (forma de veículo) das drogas em<br />

várias formas (design) como nanocápsulas, microcápsulas, microesfera poliméricas ou<br />

protéicas. Estas, por sua vez, liberam a droga, já no interior do organismo, em pequenas e<br />

controláveis doses diárias, de acordo com a forma que foi projetada, durante dias, semanas<br />

ou meses, passando por vários fatores (eliminação de primeira passagem, ligações a<br />

proteínas, ligações a outros tecidos, etc.), os quais podem interferir com a<br />

biodisponibilidade e chegando a circulação sistêmica inalterada, pronta para interagir com<br />

seus sítios de ação.<br />

O princípio básico desse sistema é que estes compostos são biodegradáveis quando<br />

em contato com os sistemas biológicos e através da ação de fatores físico, químicos e<br />

como: pH, temperatura, ação enzimática, etc, vão sendo distribuídos (liberados) lentamente<br />

22


ao organismo, fazendo com que frações pré-determinadas do composto farmacológico ativo<br />

sejam liberadas lentamente.<br />

Esse sistema pode ser usado para administrar compostos oralmente (a microesfera<br />

pode ser resistente ao ambiente estomacal e a ação de enzimas), por inalação, pela pele (tal<br />

como os adesivos de nicotina ´´ paths``(caminhos, guias)) ou, ainda, por injeções sem<br />

agulha, o “PowderJet” (jato de pó) (Figura X) que utiliza tecnologia semelhante às<br />

impressoras jato-de-tinta.<br />

Em relação à indústria farmacêutica, o interesse crescente em sistemas de liberação<br />

controlada de drogas confirma-se pelo fato de que oferecem inúmeras vantagens quando<br />

comparados aos sistemas convencionais de administração de fármacos, tais como; a) Maior<br />

eficácia terapêutica, com liberação progressiva e controlada do fármaco, a partir da<br />

degradação da matriz; b) Diminuição significativa da toxicidade e maior tempo de<br />

permanência na circulação; c) Natureza e composição dos veículos variada e, ao contrário<br />

do que se poderia esperar, não há predomínio de mecanismos de instabilidade e<br />

decomposição do fármaco (bio-inativação prematura); d) Administração segura (sem<br />

reações inflamatórias locais) e conveniente (menor número de doses); e) Direcionamento a<br />

alvos específicos, sem imobilização significativa das espécies bioativas; f) Tanto<br />

substâncias hidrofílicas quanto lipofílicas podem ser incorporadas;<br />

Nas formas de administração convencionais (spray, injeção, pílulas) a concentração da<br />

droga na corrente sangüínea apresenta um aumento, atinge um pico máximo e então<br />

declina. Desde que cada droga possui uma faixa de ação terapêutica acima da qual ela é<br />

tóxica e abaixo da qual ela é ineficaz, os níveis plasmáticos são dependentes das dosagens<br />

administradas. Este fato é problemático se a dose efetiva estiver próxima à dose tóxica.<br />

Nessa pesquisa bibliográfica, buscamos realizar um levantamento na literatura a cerca<br />

do desenvolvimento, da evolução e aplicações práticas de sistemas de liberação controlada<br />

de drogas no mundo contemporânea e, assim, compreender a sua origem, necessidades,<br />

perspectivas de evolução, métodos de produção e aplicações nas diversas áreas no mundo<br />

moderno, especialmente na indústria de medicamentos.<br />

23


2. - METODOLOGIA<br />

2.1. Local de Realização da Pesquisa<br />

A pesquisa foi realizada nas instalações da Universidade Federal de Campina<br />

Grande no CAMPUS de Patos – PB tendo como ponto de apoio o acervo da Biblioteca<br />

Setorial e sistema de informatização disponível para pesquisa bibliográfica (computadores,<br />

internet).<br />

2.2- Período Explorado<br />

O levantamento bibliográfico foi realizando em um período compreendendo os anos<br />

de 1964 até os dias atuais.<br />

2.3- Meios Utilizados<br />

A pesquisa foi realizada através da investigação em livros textos, em monografias,<br />

em dissertações e teses sobre o assunto e temas relacionados, e na rede mundial de<br />

computadores (WWW), através de consultas a bancos de dados especializados como:<br />

CAPES, BIOMEDNET, BIRREME, MEDLINE, SCIENCEDIRET entre outros. Foi usado,<br />

também consultas diretas a especialistas na área para orientação sobre a seqüência de<br />

assuntos a serem abordados.<br />

2.4- Análise do Material Consultado<br />

O material consultado foi cuidadosamente selecionado e investigado, quanto a<br />

segurança de sua fonte de informação, métodos de desenvolvimento, sua periodicidade,<br />

aplicações e usos, importância médica, importância econômica, análise dos resultados já em<br />

curso e abordagem científica futura.<br />

24


3. REVISÃO DE LITERATURA<br />

3.1. Nanotecnologia<br />

Os termos nanociência e nanotecnologia reúnem muitas idéias e procedimentos<br />

conhecidos (que já eram uma preocupação de muitos cientistas, como pode ser verificado<br />

na área de colóides e superfícies) com uma proposta de inovação tecnológica que auxilie e<br />

acompanhe todos os avanços científicos importantes hoje, utilizando ferramentas novas,<br />

anteriormente não disponíveis, que nos permitem ver as estruturas nanométricas e até<br />

movimentar átomos, por exemplo, as microscopias de força atômica (mostra detalhes<br />

topográficos em superficies) e de tunelamento (que permite movimentar átomos e observar<br />

densidade eletrônica), com vários modos diferentes de obtenção de imagem (INOUE, 1989;<br />

GATTI, 2002; HARUYAMA, 2003).<br />

Esta inovação inclui as noções de fabricação molecular como por exemplo<br />

modificações moleculares em polímeros condutores, nanotubos de carbono (forma tubular<br />

de carbono com diâmetro tão pequeno quanto 1 nm, que possui extraordinárias<br />

propriedades mecânicas como tensão de ruptura 2000 GPa (Giga) contra MPa (Mega) em<br />

aços, complexidade em sistemas nanoestruturados (auto-organização, como as estruturas de<br />

uma asa de borboleta, quando ampliada como mostrada na Figura 1, auto-replicação<br />

(sistemas capazes de copiarem a si próprios e de, mais do que isso, construírem outros<br />

produtos), comportamento fractal, reconhecimento molecular (p. ex. receptores de<br />

importância na área biomédica), nanodispositivos eletrônicos e optoeletrônicos<br />

(KAZUHIRO, 1989; GOMES, 2002).<br />

Portanto, a nanotecnologia pode ser vista como a criação de materiais funcionais,<br />

dispositivos e sistemas através do controle da matéria na escala de nanômetros, implicando<br />

em sistemas que apresentem novos fenômenos e propriedades, que são dependentes do<br />

tamanho, como a superplasticidade devido à alta área superficial destas partículas. Para se<br />

entender idéias presentes em nanotecnologia é importante que se entenda o que significa<br />

"nano", além da compreensão de química e física aplicada a sistemas coloidais<br />

(LUNCINDA-SILVA, 2002).<br />

25


fonte: http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 1: Asa da borboleta (Morfo) mostrando um sistema nanoestruturado complexo<br />

e auto-organizado. A figura mostra o fenômeno de iridescência (a luz branca<br />

é difratada nas camadas no material ordenado).<br />

Nano é um prefixo grego que significa "anão". Um nanômetro é igual a 1<br />

milionésimo de milímetro ou 1 bilionésimo de metro. Para termos uma idéia de que escala<br />

de comprimento estamos falando, um fio de cabelo possui o diâmetro de 100.000 nm<br />

Átomos são cerca de 1/10.000 do tamanho de uma bactéria e bactérias são 1/10.000 do<br />

tamanho dos mosquitos (DURAN, 2002, 2003). Esta noção de escala pode ser melhor<br />

visualizada na Figura 2.<br />

Em virtude de todo este quadro, há um corrente interesse em materiais<br />

nanoestruturados devido ao seu potencial em várias áreas científicas e tecnológicas, como<br />

catálise, materiais optoeletrônicos, tribologia, liberação controlada de fármacos e<br />

bioencapsulação (SILVA, 1999). Hoje em dia, este interesse envolve novos métodos de<br />

preparação, como por exemplo a formação de nanopartículas sólidas a partir da liofilização<br />

(congelamento da dispersão e retirada do solvente com alto vácuo) como no caso de<br />

polifosfato de alumínio, em meio aquoso, utilizando componentes de sistemas estritamente<br />

inorgânicos.<br />

26


fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 2: Visualizando escalas de comprimento.<br />

De acordo aos documentos recentes da "American , European e o APEC Center for<br />

Technology Foresight", o impacto da nanociência e nanotecnologia beneficiou todas as<br />

áreas científicas e tecnológicas conhecidas hoje, incluindo materiais e fabricações na<br />

nanoeletrônica, dispositivos de informação tecnológica, saúde, biotecnologia e agricultura,<br />

segurança nacional, educação e a competitividade nacional. O gráfico na Figura 3, da APC<br />

ilustra como a ciência evoluiu ao longo de décadas para permitir neste milênio, o<br />

florescimento deste novo campo.<br />

27


fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 3: A física, biologia e química se encontram na Nanotecnologia.<br />

Particularmente no Brasil, que no passado sempre foi um espectador distante dos<br />

grandes avanços tecnológicos, a mudança de velhos paradigmas da ciência mundial e o<br />

total intercâmbio tecnológico possibilitado pela rede mundial de computadores, favoreceu o<br />

país, assim como outros países em desenvolvimento. Neste contexto, o Ministério das<br />

Ciências e Tecnologias/MCT e o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia/CNPq tomou<br />

a iniciativa, através de um comitê de articulação para um Programa Nacional de P&D em<br />

Nanociências e Nanotecnologias, de coordenar ações que levassem a um apoio nesta área.<br />

Estes esforços culminaram na existência de uma rede nacional de pesquisadores nesta área<br />

(Figura 4, Tabela 1).<br />

28


Figura 4. Distribuição da rede nacional de nanotecnologia por região.<br />

Tabela 1 - Coordenadores em nanociência e nanotecnologia em 2002.<br />

COORDENADORES INSTITUIÇÃO UF TÍTULO<br />

I. J. R. BAUMVOL Física/UFRS RS Materiais Nano-Estruturados<br />

O. M. L.MALTA Ciências/UFPE PE Nanotecnologia Molecular<br />

N. DURÁN IQ/UNICAMPNCA/UMC SP Nanobiotecnologia<br />

E.F. DA SILVA JR Física/UFPE PE Nanodispositivossemicondutores<br />

Verbas: R$ 3,2 milhões (para consolidação das redes) Centro Nacional em nanotecnologia<br />

são previstos entre USD 200 e USD 300 milhões/10 anos (dados: CNPq).<br />

Antes de considerarmos a evolução e a variedade destas estruturas, particularmente<br />

das nanopartículas poliméricas, é necessário avaliar a motivação que levou ao uso de<br />

sistemas de liberação controlada e sustentada de fármacos, freqüentemente descritos na<br />

29


literatura como sistemas de liberação controlada ("drug delivery systems"), os quais<br />

implicam em dispositivos dirigidos a alvos específicos em organismos, sendo estes os<br />

campos da nova área da nanotecnologia, denominada nanobiotecnologia.<br />

A nanobiotecnologia envolve aspectos da combinação de pesquisas nas áreas de<br />

"nanotecnologia" e "biomedicina" o que resultou na "nanobiotecnologia" que envolve áreas<br />

como a genômica, robótica, descoberta de novas drogas e processos químicos.<br />

O termo nanopartículas aplicado à liberação controlada de fármacos é amplo e<br />

refere-se a dois tipos de estruturas diferentes, nanoesferas e nanocápsulas, principalmente.<br />

Denominam-se esferas aqueles sistemas em que o fármaco encontra-se homogeneamente<br />

disperso ou solubilizado no interior da matriz polimérica ou cerosa (DE AZEVEDO, 2003.)<br />

Desta forma obtém-se um sistema monolítico, onde não é possível identificar um<br />

núcleo diferenciado.<br />

Nanocápsulas, ao contrário, constituem sistemas reservatórios, onde é possível<br />

identificar-se um núcleo diferenciado, que pode ser sólido ou líquido. Neste caso, a<br />

substância encontra-se envolvida por uma membrana, geralmente polimérica, isolando o<br />

núcleo do meio externo. Uma ilustração destes sistemas de liberação controlada está na<br />

Figura 6.<br />

Há alguns pontos nesta nova tecnologia que precisam ser amadurecidos e pensados<br />

com cuidado. Por exemplo, a dificuldade de interrupção da ação farmacológica de um<br />

medicamento administrado via nanoesferas e o alto custo dos polímeros biodegradáveis. Há<br />

também o risco de nanopatologia, designando a presença de nanopartículas de natureza<br />

inorgânica, em tecidos humanos que não são metabolizadas e tem excreção dificultada<br />

levando a sintomas como febre, hepatomegalia e acidose metabólica, o que nos obriga a<br />

rever os conceitos de biodisponibilidade nestes sistemas. Questões éticas em<br />

nanotecnologia e nanociência são importantes, p. ex. nanosistemas que poderiam fugir ao<br />

nosso controle, entre estas armas biológicas mais destrutivas que poderiam ser construídas<br />

sob esta metodologia (bioterrorismo) (BROOKING, 2001)<br />

30


fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 5- Exemplos das diferentes formas farmacêuticas: (A) esfera (sistema atricial) e<br />

(B) cápsula (sistema reservatório).<br />

3.2. Desenvolvimento de Sistemas de Liberação Controlada de Drogas<br />

O desenvolvimento de formulações que permitam a liberação controlada de<br />

fármacos em sítios específicos, visando a diminuição de efeitos tóxicos e/ou aumento do<br />

índice terapêutico, tem recebido grande atenção nos últimos anos. A finalidade última dos<br />

sistemas de liberação controlada de fármacos, como já analisado, do ponto de vista do<br />

tratamento clínico, o controle de concentração terapêutica é importante, e foi, ao lado do<br />

direcionamento do fármaco a alvos específicos, um dos principais objetivos de todas estas<br />

pesquisas (FARREL, 2003; KAWASHIMA, 2001).<br />

A diferença de concentração plasmática efetiva em função do tempo, entre sistemas<br />

convencionais e de liberação controlada, pode ser melhor visualizado na Figura 7, a seguir.<br />

Para termos uma idéia do grau fundamental que uma liberação sustentada possui,<br />

imaginemos uma situação bastante comum da administração de analgésicos em pacientes<br />

com câncer terminal: nos casos em que a concentração da droga estiver abaixo da<br />

31


concentração terapêutica, o que é inerente a sistemas convencionais, o paciente<br />

experimentará dor (SCHAFFAZICK, 2002; YANO, 2002). Por outro lado, os picos de<br />

concentração são prejudiciais em outro sentido: conferem uma dose que atinge níveis<br />

tóxicos no plasma.<br />

fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 6- Perfis de liberação de drogas em função do tempo: convencional x<br />

controlada.Exploremos este conceito de concentração terapêutica.<br />

Portanto, em primeira instância, sistemas nanoparticulados são muito úteis na<br />

manutenção da dose terapêutica em níveis seguros, da diminuição dos picos e valores<br />

plasmáticos, além de conferir proteção e economia de fármaco (LIMA, 1999; KREUTER,<br />

2001; LOCKMAN, 2002;). Neste contexto, como bem frisado na introdução, sistemas de<br />

liberação controlada representam um desenvolvimento relativamente novo e, quanto às suas<br />

necessidades, têm o objetivo de prolongar e melhorar o controle da administração de<br />

fármacos.<br />

A preparação de nanopartículas passa a ser crucial e se concentra em dois pontos:<br />

modificações (aprimoramentos) que criem novas rotas ou melhorem outros métodos e<br />

32


funcionalização química das partículas. No primeiro caso, um método de preparação<br />

interessante foi patenteado no Brasil. Trata-se da aplicação da técnica de “Spray Drying”<br />

(JAIN, 2002) (Figuras 7 e 8) envolvendo a adição de partículas de SiO2 antes da secagem,<br />

na preparação de nanocápsulas ou nanoesferas para encapsulação de diclofenaco,<br />

conhecido antiinflamatório. Com isto se consegue maior estabilidade da dispersão, melhor<br />

distribuição do tamanho das partículas, e uma viabilidade industrial para a produção das<br />

nanopartículas, evitando-se o processo de liofilização.<br />

fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figuras 7 e 8- Forma moderna de administração de fármacos através de sistema Spray<br />

Drying.<br />

Modernamente, têm sido obtidas nanoesferas a partir de micelas poliméricas utilizandose<br />

de hidrogéis de polivinilpirrolidona com isopropilacrilamida, pois foi verificado que seu<br />

tempo na circulação sangüínea era mais longo. Um hidrogel é uma rede de polímeros<br />

hidrofílicos que são reticulados e que tem a propriedade de intumescer em ambientes<br />

abundantes em água. (GAUR et al., 2000).<br />

A preparação destas nanoesferas é possível dentro de núcleos aquosos de gotas de<br />

micelas inversas e permite uma modulação precisa da distribuição de tamanho das<br />

partículas (preparadas com diâmetro menor que 100 nm). Desde que a reação de<br />

polimerização e subseqüente encapsulação ocorre em núcleos aquosos, é possível<br />

33


encapsular moléculas hidrofílicas. A superfície destas partículas já é hidrofóbica, como<br />

mostrado na (Figura 9), com maior tempo na circulação sangüínea.<br />

No segundo caso, as pesquisas em funcionalização químicas de superfície de<br />

nanopartículas muitas possibilidades estão sendo testadas. A adsorção de polímeros na<br />

superfície das nanopartículas é um fenômeno importante, pois pode alterar sua<br />

hidrofobicidade, facilitando sua redispersão em água, o que é importante para efeitos de<br />

utilização em injeções além de alterar o direcionamento a alvos específicos do organismo.<br />

Na Figura 9a há uma representação esquemática de grupos hidroxila de moléculas de PVA<br />

fixadas a grupos acetil do PLGA, via ligação de grupos hidrofóbicos.<br />

As nanoesferas produzidas pelo método de evaporação de solvente, visualizadas por<br />

SEM, estão ilustradas na Figura 7b.<br />

fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 9- (A) Representação esquemática da orientação de PVA ligadas a moléculas<br />

de PLGA, na superfície de nanoesferas de PLGA. (B) Imagem obtida por<br />

SEM (topografia) de nanoesferas de PLGA.<br />

34


Os novos sistemas carregadores coloidais para liberação controlada e dirigida de<br />

fármacos procuram mudar a distribuição da substância ativa, aumentando a permanência na<br />

circulação sistêmica para que se alcance maior eficácia terapêutica, com doses menores, e<br />

baixa toxicidade. Logo, o potencial terapêutico destes dispositivos biodegradáveis<br />

encapsulando o ingrediente ativo depende do tempo de circulação na corrente sangüínea e,<br />

principalmente, do destino in vivo do carregador, que deve ser direcionado a alvos<br />

específicos (freqüentemente designados por “drug targets”) (OKTAR, 2003; PARIS, 2003).<br />

Isto pode ser feito pela utilização de copolímeros-bloco (KWON, 2002) como, por<br />

exemplo, PEO e PLA, em que a porção hidrofóbica (PLA) forma a matriz polimérica<br />

(nanopartícula) enquanto que a porção hidrofílica forma a cobertura. A presença destes<br />

polímeros sobre a superfície da partícula decresce a adsorção de opsoninas e subseqüente<br />

fagocitose, ou seja, o carregador não é reconhecido pelo sistema de defesa do organismo.<br />

Uma aplicação destes sistemas é a utilização de nanopartículas sólidas que encapsulem<br />

drogas anticâncer para serem direcionadas mais facilmente ao alvo.<br />

Uma das mais promissoras entre as várias estratégias que foram tentadas é utilizar<br />

nanopartículas que tenham em sua superfície cadeias de polímeros anfifílicos como por<br />

exemplo, o poli(óxido de etileno), PEO, como representado na figura 10 (UCHEGBU,<br />

1999).<br />

fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 10- Nanoesfera sólida. (A) matriz contendo o fármaco e (B) cadeias de PEO.<br />

35


Trabalhos importantes têm sido realizados com nanoesferas na liberação de<br />

fármacos para o cérebro. A difusão passiva de substâncias através das células endoteliais do<br />

cérebro é dependente da massa molar e da lipofilicidade dos compostos. Entretanto, um<br />

grande número de espécies ativas que possuem lipofilicidade favorável e que normalmente<br />

deveriam ser capazes de transpor estas células, não o conseguem (GATTI, 2002). Isto<br />

ocorre devido à existência de uma eficiente “bomba de efluxo”, incluindo transportadores<br />

aniônicos orgânicos (como P-glicoproteínas, às vezes referidas como proteína de resistência<br />

multi-droga). Estes sistemas são conhecidos como barreira hematoencefálica (“blood-brain<br />

barrier”), os quais representam um grande obstáculo para várias drogas, incluindo<br />

antibióticos, antioncoplásicos, e uma variedade de drogas atuantes no SNC. Uma das<br />

possibilidades de vencer esta barreira é a utilização de nanoesferas para o transporte, por<br />

exemplo, de neuropeptídeos, para o tratamento de tumores cerebrais. Para isto, as<br />

nanopartículas devem ser injetadas por via intravenosa e devem ser cobertas por uma<br />

camada de polisorbato para que possam mimetizar lipoproteínas de baixa densidade e,<br />

podendo assim interagir com receptores de LDL e difundir pelas células endolteliais do<br />

cérebro. Logo, pode-se deduzir que as propriedades de superfície das partículas são fatores<br />

chave que determinam a permanência na circulação sistêmica e, aumentam a<br />

biodisponibilidade do ingrediente ativo (FILHO, 2003). Entretanto, com a metodologia de<br />

se modificar a superfície de nanopartículas, não se conseguiu ainda evitar totalmente a<br />

ação, ainda que menor, do sistema reticuloendotelial, uma importante barreira fisiológica<br />

(GAUR, 2002)<br />

Após administração intravenosa de nanoesferas, assim como de outros carregadores<br />

coloidais, as proteínas do plasma conhecidas como opsoninas (imunoglobulinas IGM e<br />

IGG , relacionadas à resposta imune inata do organismo), são rapidamente adsorvidas na<br />

superfície das partículas. Esta adsorção de opsoninas leva ao rápido reconhecimento pelas<br />

células do reticuloendotelial de macrófagos, principalmente no baço e células de Kuppfer,<br />

no fígado) e conseqüente fagocitose das partículas, especialmente no fígado (60-90%), baço<br />

(2-20%), medula óssea (0,1-1%) e quantidades variadas nos pulmões (SHERSTON et al.,<br />

1996). Em função da existência destas barreiras, as recentemente investigações, feitas no<br />

sentido de reduzir a captura das partículas coloidais pelo sistema reticuloendotelial,<br />

36


epresentam uma proposta futura de poder aumentar a concentração destes veículos no<br />

sangue e conseqüentemente no alvo desejado (KREUTER et al., 2002; DAVDA, 2002).<br />

3.3- Nanoencapsulamento de Fármacos<br />

Os primeiros registros de tentativas de aplicação de nanoencapsulamento datam dos<br />

anos 30, mas o primeiro produto com material encapsulado só surgiu em 1954. A empresa<br />

norte-americana Nacional Cash Register foi à pioneira ao comercializar um papel de cópia<br />

sem carbono (“no carbon required”). Este papel recebia uma fina camada de microcápsulas<br />

(menores que 20 µm) contendo uma tinta incolor. Tal camada era recoberta com um<br />

reagente também incolor. A pressão da ponta do lápis sobre a superfície do papel rompia as<br />

microcápsulas, liberando a tinta incolor que, ao entrar em contato com o reagente, tornavase<br />

colorida, produzindo uma outra folha com cópia idêntica ao que estava sendo escrito no<br />

primeiro papel. As pesquisas em torno da nanoencapsulamento (Figura 3 e Figura 4), foram<br />

embasadas pelo trabalho de Würster, por volta de 1950, com o processo patenteado de<br />

encapsulamento de finas partículas sólidas em leito fluidizado (WURSTER, 1964). Em<br />

seguida vieram os processos de coacervação (inicialmente para encapsulamento de líquidos<br />

e tempos mais tarde como técnica preparativa de nanopartículas), implantes (primeiramente<br />

introduzidos nos anos 70) e aplicações transdérmicas.<br />

É importante neste momento definirmos alguns termos relacionados a<br />

nanoencapsulamento. O termo nanopartículas é genérico, sendo usado de acordo com o<br />

tamanho da partícula a que se está referindo. Partículas com tamanho menor que 1 µm são<br />

consideradas nanopartículas, enquanto que as partículas maiores são denominadas<br />

micropartículas. Existe uma certa controvérsia com relação ao tamanho limite para as<br />

micropartículas, uma vez que erroneamente alguns autores consideram partículas maiores<br />

que 1 µm como nanopartículas.<br />

Na grande maioria dos trabalhos, os sistemas que se mostraram particularmente<br />

interessantes foram nanopartículas de polímeros biodegradáveis. Trata-se de um sistema em<br />

que o direcionamento do fármaco a sítios-alvo específicos do organismo é claramente<br />

identificável, sendo também bastante estável, não sendo reconhecido por macrófagos do<br />

sistema reticuloendotelial de defesa. Trata-se, portanto, do melhor sistema ora disponível<br />

37


para se investigar o comportamento de carregadores coloidais em organismos vivos,<br />

estritamente ligados à liberação controlada de fármacos (MIDDLETON, 2002).<br />

Várias patentes relativas ao uso destes sistemas foram relatadas nos últimos anos,<br />

incluindo, por exemplo, nanopartículas ocas de proteínas com capacidade para<br />

bioreconhecimento molecular, auxiliadas por um transportador na liberação a células<br />

específicas, corte transversal (interior) ativo distribuído uniformemente no interior ativo<br />

concentrado no núcleo modelo para preparação de nano e microesferas através de<br />

polimerização em micelas reversas (AKKARA et al., 2000) ou mesmo novas formulações<br />

de comprimidos com resistência gástrica, utilizando como componentes<br />

polivinilpirrolidona reticulado, alginato de sódio, goma xantana e bicarbonato de sódio,<br />

dirigindo-se a absorção ao trato gastrointestinal.<br />

Há vários métodos diferentes de preparação de sistemas nanoparticulados (FILHO,<br />

2003; SOPPIMATH, 2001). Os mais destacados e utilizados são:<br />

3.3.1- Métodos Mecânicos:<br />

Se pensarmos em produção em larga escala, estes métodos podem ser úteis<br />

comercialmente. Um exemplo é o revestimento em leito fluidizado, em que partículas são<br />

mantidas em suspensão através de um fluxo de ar contínuo e são revestidas por atomização<br />

do material revestidor no leito de partículas suspensas. Existe também a centrifugação<br />

multiorifício, que utiliza centrifugação para lançar os núcleos através de uma membrana do<br />

material revestidor e o revestimento em turbinas, o qual consiste em revestir núcleos<br />

sólidos através da pulverização do material de revestimento, com fácil remoção do solvente<br />

pela corrente de ar. Entretanto, o método mecânico mais utilizado é o “Spray Drying”<br />

(secagem em spray), em que o fármaco, em solução ou dispersão, é nebulizado, juntamente<br />

com o material revestidor solubilizado ou fundido. Isto é feito em uma câmara de<br />

evaporação, causando a rápida solidificação das gotículas originando as partículas<br />

(FARREL, 2003; FILHO, 2003).<br />

38


3.3.2- Métodos Físico-químicos:<br />

De um modo geral, estes métodos estão baseados na dissolução de um fármaco,<br />

juntamente com um polímero, em determinado solvente, seguida pela adição, sob agitação<br />

constante, de um não-solvente à mistura. O não solvente causa à precipitação do polímero<br />

ou pode ocorrer também a separação de fases (muitas vezes chamados de processos de<br />

coacervação). Estes processos de coacervação podem ser divididos em simples (por<br />

mudança no pH, força iônica, temperatura) ou complexos (complexação entre dois<br />

polieletrólitos de carga oposta). É bom lembrar que existem casos em que a noção de<br />

coacervação não explica a separação de fases líquido-líquido, como é o caso de sistemas<br />

inorgânicos recentemente descobertos com polifosfato de sódio/nitrato de crômio/água,<br />

onde se tem separação de fases devida a grandes desvios da idealidade termodinâmica(DE<br />

AZEVEDO et al., 2002).<br />

A copolimerização interfacial, pelo contato entre os monômeros na interface, forma<br />

nanocápsulas.<br />

Outro ponto importante a se tratar são os mecanismos pelos quais estas<br />

nanopartículas podem sofrer biodegradação no organismo humano. Se a matriz polimérica<br />

não degrada dentro do corpo ela deve ser cirurgicamente removida, implicando em um alto<br />

custo e risco para o paciente. Por exemplo, já havia registros no passado de sistemas<br />

alternativos para administração de vacinas em camundongos. Estes pesquisadores<br />

demonstraram que a produção de anticorpos em camundongos imunizados com uma única<br />

dose de um antígeno contido numa matriz polimérica não degradável mantinha-se por mais<br />

de seis meses em níveis comparados aos dos camundongos imunizados por duas vezes com<br />

o mesmo antígeno. Entretanto, a aplicação desta estratégia suscitou a preocupação sobre os<br />

possíveis efeitos adversos que a presença deste material no organismo poderia ocasionar<br />

criando-se, desta forma, a necessidade de remoção cirúrgica do implante, após a liberação<br />

do antígeno. Neste sentido, a síntese de polímeros biodegradáveis contribuiu para a<br />

melhoria destes sistemas, visto que eles não requerem remoção cirúrgica e apresentam<br />

poucos efeitos colaterais (DAYTON, 2002). Matrizes poliméricas biodegradáveis já são<br />

biocompatíveis e degradáveis, isto é degradam in vivo em fragmentos menores que podem<br />

ser excretados pelo corpo. Estes produtos de degradação não são tóxicos, e não devem criar<br />

39


nenhuma resposta inflamatória. Outra característica importante é a degradação ocorrer em<br />

um razoável período de tempo, requerido pela aplicação (PREIS; 1979).<br />

Os sistemas de liberação controlada do tipo polimérico são classificados de acordo<br />

com vários mecanismos, já conhecidos há algum tempo (PEPPES, 1987). Os sistemas<br />

controlados por difusão são os mais comuns e dois tipos são descritos. No primeiro, o<br />

agente bioativo (fármaco) forma uma partícula interna (caroço) envolvida por uma barreira<br />

de difusão inerte. Estes sistemas incluem membranas, cápsulas, nanocápsulas, lipossomas e<br />

fibras ocas. O segundo tipo é um sólido monolítico no qual o agente ativo é disperso ou<br />

dissolvido em um polímero inerte e a difusão do fármaco é a etapa limitante, sendo a taxa<br />

de liberação dependente da escolha do polímero.<br />

Os sistemas controlados quimicamente fazem uso da bioerosão (Figura 11) de<br />

polímeros, resultando na absorção dos resíduos pelo organismo. Bioerosão polimérica pode<br />

ser definida como a conversão do material insolúvel em água em um material solúvel. A<br />

droga também pode estar ligada covalentemente ao polímero e ser liberada por cisão da<br />

ligação por ação da água ou de enzimas. Nos sistemas controlados por solvente o agente<br />

ativo está dissolvido ou disperso na matriz polimérica e não se difunde através da matriz.<br />

Para que ocorra a difusão, o polímero deve se intumescer (por exemplo, com água),<br />

abaixando a temperatura de transição vítrea e tornado o material mais plástico. Deste modo,<br />

o fármaco contido na matriz pode se difundir para o meio externo. As diferentes formas de<br />

liberação controlada mencionados estão sumariadas na Figura 6.<br />

3.4 Microencapsulação de Fármacos<br />

O conceito de “microcápsula” surgiu da idealização do modelo celular. Neste, a<br />

membrana que envolve e protege o citoplasma e os demais componentes exerce ao mesmo<br />

tempo outras funções como controlar a entrada e saída de material na célula. De modo<br />

semelhante, a microcápsula consiste, em geral, em uma camada de polímero que atua como<br />

um filme protetor, isolando a substância ativa (gotículas líquidas ou partículas sólidas) e<br />

evitando os efeitos de sua exposição inadequada. Essa “membrana” desfaz-se sob estímulo<br />

específico, liberando a substância no local ou momento ideais. O material ativo também<br />

40


fonte http://lqes.iqm.unicamp.br<br />

Figura 11- Formas de liberação do ativo: nanoesferas e nanocápsulas.<br />

pode estar incluso em uma matriz sólida de polímero, formando nesse caso uma<br />

“microesfera” (SHAHIDI, 1993).<br />

As primeiras pesquisas na área farmacêutica, realizadas pela Universidade de<br />

Wisconsin (Estados Unidos), datam dos anos 50. As microcápsulas são usadas<br />

principalmente para aumentar a estabilidade de uma droga ou para modificar ou retardar<br />

sua liberação em locais específicos de ação. Substâncias antiinflamatórias, por exemplo,<br />

podem ter seu tempo de atuação no plasma sangüíneo aumentado pela microencapsulação,<br />

prolongando seu efeito no organismo.<br />

Na área de alimentos, os estudos foram iniciados nos anos 60 pelo Instituto de<br />

Pesquisas Southwest (Estados Unidos da América), com a microencapsulação de óleos<br />

essenciais para prevenir a oxidação e a perda de substâncias voláteis e controlar a liberação<br />

do aroma. Além dos aromas, a aplicação dessa tecnologia estendeu-se à incorporação de<br />

aditivos naturais e ingredientes (corantes, temperos, acidulantes, vitaminas e minerais) que<br />

alteram a textura, melhoram a qualidade nutricional, aumentam a vida de prateleira ou<br />

41


controlam as propriedades dos alimentos processados da microencapsulação protege esses<br />

ingredientes contra perdas nutricionais e preserva ou mascara cor e sabores (inibindo a<br />

reação com outros materiais), além de incorporar aos alimentos mecanismos de controle da<br />

liberação de certos componentes (RÉ, 2000).<br />

A microencapsulação tem inúmeras outras aplicações industriais, entre elas, no setor<br />

agropecuário, na produção de pesticidas (herbicidas, inseticidas e parasiticidas) sintetizados<br />

quimicamente ou de natureza biológica (microrganismos com atividade específica contra<br />

uma praga-alvo). A microencapsulação de pesticidas químicos torna a aplicação do produto<br />

mais eficaz, reduzindo riscos de toxidez para o homem durante seu manuseio e, ao<br />

controlar a velocidade de liberação para o meio ambiente, diminui o risco de concentrações<br />

elevadas na lavoura e contaminação ambiental. No caso de biopesticidas, a<br />

microencapsulação mantém o poder do microrganismo de infectar a praga-alvo,<br />

protegendo-o do meio ambiente e, principalmente, da inativação pela luz solar, antes que<br />

ele seja ingerido pela praga (lagartas, insetos adultos etc.). Inúmeros métodos permitem<br />

microencapsular um material ativo, dependendo do tipo do material, da aplicação e do<br />

mecanismo de liberação desejado para sua ação. A diferença básica entre esses métodos<br />

está no tipo de envolvimento ou aprisionamento do material ativo pelo agente encapsulante,<br />

sendo que a combinação entre o material e o agente pode ser de natureza física, química ou<br />

físico-química(AKKARA, 2000; GAUR, 2000).<br />

Entre os métodos físicos, alguns mais conhecidos são spray drying (secagem de<br />

gotículas), spray cooling (solidificação de gotículas por resfriamento) e extrusão<br />

(modelamento de microesferas por meios mecânicos). Entre os métodos químicos,<br />

destacam inclusão molecular (encapsulação de certas moléculas por outras) e polimerização<br />

interfacial (reação de polimerização no limite entre duas soluções, uma delas contendo o<br />

material ativo em suspensão). Já os métodos físico-químicos mais estudados são<br />

coacervação ou separação de fases (separação do polímero encapsulante de um meio<br />

líquido e sua precipitação na superfície do material ativo disperso no mesmo meio) e<br />

envolvimento lipossômico (encapsulação por membranas lipídicas) (PARK, 2002).<br />

A escolha do agente encapsulante depende do método utilizado para formar as<br />

microcápsulas, do tipo de aplicação do produto (aditivos para alimentos, fármacos,<br />

fragrâncias, pesticidas etc.) e da forma como ele agir·. A substância encapsulada pode ser<br />

42


liberada por estímulos mecânicos (rompimento das microcápsulas através de pressão) ou<br />

outros (variação da temperatura ou do pH no meio onde as microcápsulas ou microesferas<br />

estão). Em uma loção cosmética para o corpo, por exemplo, as microcápsulas que contêm a<br />

fragrância são rompidas, liberando-a, pela pressão dos dedos durante a aplicação na pele<br />

(ruptura mecânica). Já em um medicamento oral, para que a mucosa do estômago seja<br />

protegida do contato com o princípio ativo e este seja liberado apenas no local exato de sua<br />

absorção (no intestino), pode-se usar um agente encapsulante que só se dissolva em meio<br />

alcalino (como o intestinal) (PORTER, 1994).<br />

Os produtos microencapsulados hoje á venda no Brasil (drogas antiinflamatórias,<br />

vitaminas e suplementos minerais e cosméticos) são importados, pois poucas empresas de<br />

países desenvolvidos dominam essa tecnologia. Em todo o mundo, a falta de<br />

conhecimentos básicos sobre mecanismos de formação de partículas e sobre as<br />

possibilidades de aplicação dos vários processos de microencapsulação conhecidos ainda<br />

limita o uso destes, apesar do crescente interesse da indústria. No Brasil, uma das metas do<br />

Laboratório de Tecnologia de Partículas, da Divisão de Química do Instituto de Pesquisas<br />

Tecnológicas (IPT), é contribuir para o desenvolvimento de uma tecnologia nacional<br />

envolvendo preservação e liberação controlada de substâncias ativas, para fornecer, a<br />

diferentes setores da indústria nacional, o apoio necessário à elaboração de produtos<br />

microencapsulados (SHAHIDI, 1993).<br />

43


3.5 Materiais Utilizados Como Polímeros Biodegradáveis<br />

A aplicação de materiais poliméricos para propósitos médicos está crescendo muito<br />

rápido, e tem sido evidenciada em diversos campos como engenharia de tecidos, implante<br />

de dispositivos médicos e órgãos artificiais, próteses, oftalmologia, odontologia, reparo<br />

ósseo e outros<br />

Sistemas poliméricos de liberação de drogas são largamente utilizados e não só<br />

permitem uma liberação lenta e gradual do ingrediente ativo, como também podem<br />

possibilitar o direcionamento a alvos específicos do organismo, como sítios de inflamação<br />

ou tumor (SOMA, 2000). Polímeros biologicamente degradáveis incluem, portanto:<br />

3.5.1- Polímeros naturais:<br />

São sempre biodegradáveis como, por exemplo, o colágeno, a celulose e a quitosana<br />

e são muito utilizados como matrizes em liberação de fármacos. Um exemplo é a aplicação<br />

de quitosana enxertada com poli (ácido acrílico), formando um copolímero,na confecção de<br />

nanoesferas para se estudar a liberação controlada em função do tempo, utilizando-se de<br />

eosina, um corante solúvel em água, como marcador (NASCIMENTO et al., 2001;<br />

BRANNON-PEPPAS, 2002).<br />

3.5.2 Polímeros naturais modificados:<br />

Um problema encontrado em polímeros naturais é que eles freqüentemente levam<br />

muito tempo para degradar. Isto pode ser resolvido adicionando-se grupos polares às<br />

cadeias, que por serem mais lábeis podem diminuir o tempo de degradação.<br />

Exemplos destas modificações podem ser a reticulação de gelatina utilizando-se<br />

formaldeído, a reticulação de quitosana utilizando-se glutaraldeído, levar celulose a acetato<br />

de celulose.<br />

Modificações enzimáticas também são utilizadas, como a modificação de quitosana<br />

por tirosinase.<br />

44


3.5.3- Polímeros sintéticos:<br />

São também largamente utilizados, como, por exemplo, poli(etileno), poli(álcool<br />

vinílico), poli(ácido acrílico), poli(acrilamidas), poli(etilenoglicol), poliésteres. No caso dos<br />

poliésteres, estes são mais utilizados pelo químico e têm no poli(glicolide) o polímero<br />

alifático linear mais simples. O monômero glicolide é sintetizado a partir da dimerização do<br />

ácido glicólico e a polimerização por abertura de anel leva a materiais de alta massa molar,<br />

com aproximadamente 1-3% do monômero residual.<br />

Na prática, copolímeros de glicolide com l-lactide e dl-lactide são os mais utilizados<br />

em sistemas de liberação controlada, com vantagens. Uma delas é o menor tempo de<br />

degradação, este menor tempo de degradação se explica devido à amorfização provocada<br />

pela quebra da regularidade entre as cadeias na presença do monômero em copolímeros de<br />

l-lactide com 25—70% em glicolide. Uma estrutura típica de um polímero biodegradável é<br />

a do poli(ácido láctico). São também preparados copolímeros-bloco compostos de PEO-<br />

PPO-PEO (Pluronic, um copolímero-bloco relativamente hidrofílico) e poli(alfaaprolactona)<br />

(hidrofóbico) obtido a partir da abertura de anel de alfa-caprolactona na<br />

presença de PEO-PPO-PEO e catalisador octoato estanhoso (HA, J.C., 2000).<br />

4. Aplicações dos Sistemas de Liberação Controlada<br />

No atual contexto mundial, em que a competitividade industrial é crescente, o<br />

domínio da tecnologia, ou seja, a aplicação de princípios, métodos, instrumentos ou<br />

processos elaborados a partir da pesquisa científica para desenvolver e aperfeiçoar<br />

produtos, é essencial para qualquer país.<br />

Algumas tecnologias, que podem ser utilizadas em variados setores e permitem um<br />

controle mais sofisticado de certas propriedades de uso de diferentes produtos, alcançam<br />

hoje maior valor estratégico. Uma delas, que mostra enorme potencial, é a<br />

microencapsulação de materiais ativos. Ainda pouco conhecida no Brasil, essa tecnologia<br />

envolve processos complexos que permitem incorporar, a um material ativo, novas<br />

propriedades funcionais e ‚ inteligentes, como a liberação ou atuação controlada em um<br />

45


meio específico ou sob condições apropriadas, tornando mais eficaz o produto final do qual<br />

esse material fará parte. No Brasil temos alguns exemplos importantes a saber:<br />

4.1. Controle biológico de pragas<br />

A microencapsulação de bioinseticidas vem sendo obtida, pelo IPT, dentro de<br />

estudos que visam ao controle biológico de pragas que infestam culturas importantes para o<br />

país, como soja e milho. Um dos bioinseticidas microencapsulados pelo IPT é um<br />

complexo com esporos e uma toxina da bactéria Bacillus thuringiensis. O estudo,<br />

desenvolvido pelo Agrupamento de Biotecnologia (Divisão de Química) do IPT, em<br />

parceria com o Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), da<br />

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), visa controlar as populações da<br />

lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), que causa grandes perdas nessa<br />

lavoura. Os testes de desempenho do bioinseticida microencapsulado (figura 5) serão feitos<br />

em breve pelo Cenargen. Outro bioinseticida também objeto de pesquisas no IPT é o<br />

composto de poliedros de Baculovirus anticarsia, produzidos e purificados pelo Centro<br />

Nacional de Pesquisa e Monitoramento de Impacto Ambiental (CNPMA), também da<br />

Embrapa, em lagartas criadas e infectadas em laboratório. A microencapsulação desse<br />

bioinseticida, usado no combate à lagarta Anticarsia gemmatalis, que desfolha as<br />

plantações de soja e reduz as safras, pretende evitar que os baculovírus sejam inativados<br />

pela radiação ultravioleta durante a estocagem e a aplicação em campo. Microencapsulado,<br />

o vírus permanece ativo por mais tempo, aumentando as chances de que infecte a lagartaalvo<br />

ao ser liberado em seu trato gastrointestinal, depois que as microcápsulas são ingeridas<br />

por ela (RÉ, 1998).<br />

4.2. Minerais nutricionais e remédios<br />

Outro campo para o qual a microencapsulação vem trazendo grandes benefícios é o<br />

nutricional, em especial no caso do combate à deficiência mineral. Estudos com crianças,<br />

adolescentes, gestantes e idosos demonstram a carência de certos minerais na dieta da<br />

população brasileira. A deficiência torna-se mais grave no caso de ferro, iodo, cálcio e<br />

46


zinco, elementos de grande importância em processos orgânicos como crescimento,<br />

maturação sexual, atuação do sistema imunológico, produção hormonal, desenvolvimento<br />

da inteligência e outros. Instituições governamentais e particulares têm procurado prevenir<br />

tais carências através da ‚fortificação de certos alimentos ou da suplementação com<br />

medicamentos (aditivos nutricionais). No entanto, a incorporação de vários minerais a<br />

alimentos de uso comum (cereais, farinha, leite etc.) apresenta uma grande dificuldade: a<br />

reatividade elevada desses elementos com outros ingredientes e a facilidade com que se<br />

oxidam, alterando a cor e/ou o gosto do produto. Nesses casos, a microencapsulação pode<br />

mascarar o sabor dos minerais nos produtos enriquecidos, reduzir a reatividade com outros<br />

componentes e controlar sua liberação nas áreas do trato gastrointestinal que permitam<br />

melhor absorção. Nesse contexto, o IPT e o Departamento de Alimentos e Nutrição<br />

Experimental, ligado à Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo<br />

(USP), formaram uma parceria para avaliar se sais de cálcio e ferro microencapsulados e<br />

incorporados a alimentos não reagem com outros componentes, mantendo seu poder<br />

nutricional. A microencapsulação dos minerais é feita no IPT e a avaliação está sendo<br />

realizada em laboratório, em dietas com leite e farinha formuladas pelos pesquisadores da<br />

USP. meio emulsivo) e microencapsulado simultaneamente, resultando em um processo<br />

chamado de co-precipitação em sistema de quase-emulsão. Testes que simulam a passagem<br />

pelo trato gastrointestinal das microesferas produzidas por esse processo estão sendo<br />

realizados em laboratório, para avaliar se sua dissolução ocorre de acordo com o previsto.<br />

B O Instituto de Pesquisas Tecnológicas também estuda a microencapsulação na área<br />

de medicamentos, em cooperação (desde junho de 1996) com o Laboratório de Engenharia<br />

Química, do Instituto Nacional Politécnico de Toulouse (França). Juntos, pesquisadores<br />

brasileiros e franceses testaram um método de preparação de cristais esféricos criado há<br />

pouco no Japão. O formato esférico (figura 6) melhora a fluidez de cristais de drogas<br />

farmacêuticas e permite fabricar comprimidos diretamente por compressão. O método foi<br />

testado e modificado para que o material ativo (a droga) passe a ser cristalizado (em meio<br />

emulsivo) e microencapsulado simultaneamente, resultando em um processo chamado de<br />

co-precipitação em sistema de quase-emulsão. Testes que simulam a passagem pelo trato<br />

gastrointestinal das microesferas produzidas por esse processo estão sendo realizados em<br />

laboratório, para avaliar se sua dissolução ocorre de acordo com o previsto (RÉ, 1998).<br />

47


Outros exemplos na área médica poderão ser vistos em artigos de periódicos<br />

anexados a esta monografia (Anexos 1, 2 e 3.)<br />

48


5. CONCLUSÃO<br />

A nanotecnologia pode ser vista como a criação de materiais funcionais,<br />

dispositivos e sistemas através do controle da matéria na escala de nanômetros, implicando<br />

em sistemas que apresentem novos fenômenos e propriedades, que são dependentes do<br />

tamanho. Neste contexto a liberação controlada de fármacos “drug delivery systems” se<br />

enquadram perfeitamente e se valem destes novos fenômenos dependentes do tamanho<br />

(facilitando adsorção e difusão intermembranas, com alta adesão devido à superplasticidade<br />

destas partículas) e intrinsecamente também dependentes da funcionalização química, que<br />

envolve todos os métodos de preparação e suas modificações. A grande motivação que<br />

levou ao estudo destas estruturas nanômetricas aplicadas a sistemas biológicos foram as<br />

suas inúmeras vantagens como o direcionamento a alvos específicos, liberação progressiva<br />

do fármaco, menor toxicidade, menor número de doses (conveniência), diminuição dos<br />

picos plasmáticos, proteção e economia de fármaco.<br />

A aplicação de materiais poliméricos biodegradáveis para propósitos médicos tem<br />

sua importância para estes sistemas, como foi discutido. Dois tipos de materiais podem ser<br />

incluídos neste caso: os biodegradáveis e os bioabsorvíveis. Estritamente falando,<br />

polímeros biodegradáveis são aqueles que degradam em fragmentos menores devido à ação<br />

de enzimas no organismo, enquanto que o termo bioabsorvível refere-se a polímeros menos<br />

estáveis à presença de água.<br />

A preparação e funcionalização das nanopartículas utilizadas como carregadores são<br />

os pontos importantes da contribuição dos químicos. Vimos exemplos claros deste fato<br />

como a aplicação da técnica de “Spray Drying” envolvendo a adição de partículas de SiO2<br />

antes da secagem, obtenção de nanoesferas a partir de micelas poliméricas utilizando-se de<br />

hidrogéis de polivinilpirrolidona com isopropilacrilamida e a modificação química da<br />

superfície das partículas, utilizando-se da adsorção de polímeros, como grupos hidroxila de<br />

moléculas de PVA fixadas a grupos acetil do PLGA, via ligação de grupos hidrofóbicos.<br />

Análise crítica do passado recente e o que nós podemos esperar para o futuro. No texto<br />

apresentado foi exposta uma parte das inúmeras vantagens relacionadas a sistemas de<br />

liberação controlada de fármacos. De fato, ademais da eficácia terapêutica, ela é<br />

conveniente ao paciente, seja do ponto de vista de seu conforto e adesão ao tratamento, seja<br />

49


do menor custo em hospitais, com menor necessidade de internações, remoções cirúrgicas<br />

de implantes e complicações pós-cirúrgicas. Entretanto nada foi exposto a respeito de<br />

possíveis desvantagens associadas a estes tratamentos. Uma dificuldade seria interromper a<br />

ação farmacológica do medicamento, no caso de intoxicação ou alguma intolerância,<br />

inclusive com risco de acúmulo do fármaco se não for acompanhada a sua farmacocinética.<br />

Isto já não é problemático no caso das medicações transdérmicas, em que é possível retirálas.<br />

Outros importantes fatores são as diferenças individuais, fazendo com que sejam<br />

necessários vários estudos farmacocinéticos e farmacodinâmicos, pois não se pode ter<br />

certeza de reprodutibilidade (variações de idade, estado de saúde, metabolismo, como por<br />

exemplo, a variação de volume de esvaziamento gástrico ou uma velocidade de liberação<br />

mais lenta ou pouca absorção no intestino). Muito se comenta que o custo elevado dos<br />

polímeros biodegradáveis pode ser um empecilho, mas o Brasil está fazendo um grande<br />

esforço no desenvolvimento de novos polímeros biodegradáveis, como por exemplo o<br />

poli(hidroxibutirato co-valerato) de custos menores.<br />

A possibilidade de repatenteamento (rejuvenescimento) de fármacos mais antigos,<br />

pela reformulação em micro/nanoesferas é uma realidade. Mas, às vezes, nos deparamos<br />

com situações um tanto quanto estranhas: por exemplo, hoje há esforços para se encapsular<br />

diclofenaco, um antiinflamatório, (o que já se conseguiu, com sucesso).<br />

Aspectos éticos importantes estão envolvidos, como o risco do bioterrorismo utilizar<br />

nanopartículas como vetores. A nanociência mostra ferramentas novas em busca de<br />

aplicações, trazendo algo efetivamente novo e mudando velhos paradigmas de visão de<br />

mundo, trazendo impactos reais para a sociedade, como nanotubos de carbono fazendo<br />

conexão elétrica entre fios de platina, nanocircuitos, estruturas supramoleculares,<br />

automontagem. Os desenhos de engrenagens realizadas com átomos de carbono, de<br />

hidrogênio e nitrogênio (os “nanosystems”) beneficiando nanomáquinas estarão muito<br />

distantes.<br />

Esta revolução tecnológica é um desafio para o Brasil, pois os riscos são elevados<br />

em termos de volume de investimento, mas como podemos ser competitivos,<br />

principalmente na área de medicamentos com as nossas biodiversidade e na área de<br />

processos biotecnológicos com microrganismos, os ganhos podem ser enormes: o<br />

“nanomundo” é extremamente “espaçoso”... para todos.<br />

50


6- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA<br />

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