Memória da 2ª Reunião - ICMBio
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COMITÊ TÉCNICO CONSULTIVO PARA ACOMPANHAR E AVALIAR A APLICAÇÃO<br />
DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2/2009/MMA<br />
DIA: 03/10/12 (TARDE)<br />
ABERTURA:<br />
JOCY BRANDÃO CRUZ<br />
(Portaria ICMBIO Nº 32, de 02 de março de 2012)<br />
MEMORIA DA <strong>2ª</strong> REUNIÃO ORDINÁRIA<br />
(03 e 04 de outubro de 2012)<br />
Coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV).<br />
A reunião teve início com o quorum necessário, ausente apenas a representação <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de de São Paulo – USP. Foi então apresenta<strong>da</strong> a pauta de reunião:<br />
Dia 03/10 (14:00h às 18:00h):<br />
� Abertura e informes<br />
� Leitura e aprovação <strong>da</strong> memória <strong>da</strong> 1ª reunião<br />
� Apresentações do IBAMA e ABEMA: diagnóstico <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA<br />
com base nas experiências de análise dos estudos espeleológicos em processos de<br />
licenciamento<br />
Dia 04/10 (08:00h às 18:00h):<br />
� Apresentações <strong>da</strong> ABIAPE e IBRAM: diagnóstico <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA<br />
com base nas experiências dos empreendedores<br />
� Apresentações <strong>da</strong> CPRM e Redespeleo: análise sobre as uni<strong>da</strong>des espaciais (local e<br />
regional) constantes na IN 2/2009/MMA;<br />
� Apresentações <strong>da</strong> SBPC e UFLA: diagnóstico sobre os princípios e conceitos<br />
balizadores <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA.<br />
� Definição <strong>da</strong> pauta <strong>da</strong> 3ª reunião do Comitê<br />
� Encerramento<br />
A representante <strong>da</strong> CPRM, Srª Mylène Berbert-Born, sugeriu que as reuniões fossem<br />
grava<strong>da</strong>s visando melhorar o registro dos assuntos abor<strong>da</strong>dos pelo Comitê, medi<strong>da</strong> acata<strong>da</strong><br />
por unanimi<strong>da</strong>de. O Coordenador do CECAV informou que providenciará a gravação a partir<br />
<strong>da</strong> próxima reunião.
Em segui<strong>da</strong> foram tratados os resultados dos encaminhamentos <strong>da</strong> 1ª reunião e demais<br />
informes, sendo inicialmente apresentados aos demais presentes os suplentes na representação<br />
do DNPM, MME, CPRM, ABEMA e SBE.<br />
ENCAMINHAMENTO: IBRAM e ABIAPE: enviar ao CECAV o detalhamento <strong>da</strong>s questões<br />
jurídicas comenta<strong>da</strong>s na proposta de pauta para o Comitê, visando instruir consulta à<br />
Procuradoria Federal Especializa<strong>da</strong> junto ao Instituto Chico Mendes;<br />
RESULTADO: os representantes do IBRAM e ABIAPE informaram que realizaram um<br />
workshop em conjunto para debater com os associados os temas discutidos na 1ª reunião do<br />
Comitê, inclusive jurídicos, restando apenas encaminhar oficialmente o relatório do evento.<br />
ENCAMINHAMENTO: Encaminhar memorando à Presidência do Instituto Chico Mendes<br />
consultando sobre a possibili<strong>da</strong>de de o Instituto custear as despesas associa<strong>da</strong>s à<br />
participação dos membros do Comitê que representam a Socie<strong>da</strong>de Brasileira de<br />
Espeleologia (SBE) e a RedeSpeleo Brasil, organizações não governamentais;<br />
RESULTADO: O Coordenador do CECAV informou que foi enviado memorando à Presidência<br />
do Instituto, a qual manifestou a possibili<strong>da</strong>de de custear as despesas menciona<strong>da</strong>s caso haja<br />
recursos disponíveis, mas salienta que as contingências financeiras percebi<strong>da</strong>s pelo órgão<br />
estão severas. A Procuradoria Federal Especializa<strong>da</strong> (PFE) também se manifestou acerca <strong>da</strong><br />
consulta ressaltando que a Portaria que instituiu o Comitê expressa que ca<strong>da</strong> instituição<br />
participante é responsável pelas despesas de seus representantes.<br />
ENCAMINHAMENTO: Esclarecer no âmbito do Instituto Chico Mendes a forma de <strong>da</strong>r<br />
publici<strong>da</strong>de ao regimento interno do Comitê aprovado na 1ª reunião ordinária;<br />
RESULTADO: Jocy Cruz salientou que a PFE sugeriu alterar a ordem de alguns artigos do<br />
regimento. O representante <strong>da</strong> DIBIO-<strong>ICMBio</strong>, Sr. Igor Matos Soares, salientou que o<br />
regimento havia sido publicado recentemente, mas com erro em razão do documento manter<br />
no texto a palavra “minuta”. O Coordenador do CECAV assumiu que irá comunicar o fato às<br />
instâncias responsáveis para que efetuem as devi<strong>da</strong>s correções.<br />
ENCAMINHAMENTO: Propor à Presidência do Instituto Chico Mendes ampliar a<br />
representação <strong>da</strong> academia no tocante à participação de especialistas em meio físico<br />
associado a sistemas espeleológicos, cuja vanguar<strong>da</strong> de pesquisas nessa área encontra-se no<br />
Instituto de Geociências <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo – IG/USP;<br />
RESULTADO: a Presidência do Instituto Chico Mendes e a PFE manifestaram-se positivamente<br />
à participação do IGC-USP, que indicou como representantes o Prof. Dr. Ivo Karmann e o<br />
Prof. Dr. Francisco William <strong>da</strong> Cruz Junior, titular e suplente, respectivamente. Foi<br />
esclarecido que a Portaria com as alterações foi encaminha<strong>da</strong> à Diretoria de Pesquisa,<br />
Avaliação e Monitoramento <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong>de (DIBIO) para posterior envio à Presidência do<br />
Instituto visando sua publicação.<br />
ENCAMINHAMENTO: ABEMA e IBAMA: Apresentar na 2º reunião ordinária um diagnóstico<br />
<strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA segundo as experiências nas análises de estudos<br />
espeleológicos em processos de licenciamento dos órgãos licenciadores, consultando<br />
minimamente os estados de São Paulo e Minas Gerais;
RESULTADO: Jocy Cruz informou que a ABEMA não encaminhou ao CECAV a apresentação<br />
com o diagnóstico <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA. Dessa forma, ocorrerá apenas a<br />
apresentação do IBAMA neste dia (03/10/2012).<br />
ENCAMINHAMENTO: ABIAPE e IBRAM: Apresentar na 2º reunião ordinária um diagnóstico<br />
<strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA segundo as experiências dos empreendedores;<br />
RESULTADO: Foi acor<strong>da</strong>do que as apresentações <strong>da</strong>s duas enti<strong>da</strong>des ocorrerão na manhã do<br />
dia 04/10/2012.<br />
ENCAMINHAMENTO: CPRM e RedeSpeleo: Apresentar na 2º reunião ordinária uma análise<br />
sobre uni<strong>da</strong>des espaciais de analise (local e regional);<br />
RESULTADO: Apresentação seleciona<strong>da</strong> para ocorrer na manhã do dia 04/10/2012.<br />
ENCAMINHAMENTO: SBPC e UFLA: Apresentar na 2º reunião ordinária um diagnóstico sobre<br />
os princípios e conceitos balizadores <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA;<br />
RESULTADO: Apresentação seleciona<strong>da</strong> para ocorrer na tarde do dia 04/10/2012.<br />
O representante <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Espeleologia (SBE), Sr. Marcelo Rasteiro propõe<br />
fazer uma apresentação com a percepção <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de sobre a aplicação <strong>da</strong> IN 2/2009/MMA.<br />
A proposta foi acata<strong>da</strong> por unanimi<strong>da</strong>de, sendo seleciona<strong>da</strong> para abrir a etapa de<br />
apresentações deste dia (03/10/2012).<br />
Em segui<strong>da</strong> o Coordenador do CECAV informa que recebeu solicitações para participação de<br />
ouvintes no Comitê, mas recusou e esclareceu que levaria o assunto ao conhecimento dos<br />
membros para manifestação.<br />
A representante <strong>da</strong> SBPC, Dr.ª Eleonora Trajano, manifestou-se contrária à participação em<br />
razão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de má interpretação do ouvinte em relação aos trabalhos desenvolvidos<br />
no âmbito do Comitê, visto que o mesmo poderia observar apenas partes do processo de<br />
aprimoramento <strong>da</strong> IN. O representante <strong>da</strong> Redespeleo acatou a mesma posição.<br />
André Ribeiro (CECAV) esclareceu que o Centro negou as solicitações porque eram de<br />
pessoas liga<strong>da</strong>s a setores já representados no Comitê.<br />
A Srª Mylène Berbert-Born (CPRM) sugeriu aceitar um número reduzido de ouvintes. Por sua<br />
vez o representante do Ministério de Minas e Energia, Sr. Edson Farias Mello também se<br />
manifestou contrário salientando a limitação de espaço físico.<br />
Já a representação do IBRAM ressaltou que a participação de especialistas já está prevista no<br />
regimento do Comitê.<br />
O Coordenador do CECAV sugeriu como alternativa pensar em mecanismos para aumentar a<br />
publici<strong>da</strong>de do processo. Nesse sentido a Srª Mylène Berbert-Born (CPRM) salientou que sua<br />
opinião era para um número reduzido de pessoas ain<strong>da</strong> não representa<strong>da</strong>s para permitir que<br />
visualizassem o processo. Jocy Cruz sugeriu que fossem disponibiliza<strong>da</strong>s as memórias e as<br />
apresentações <strong>da</strong>s reuniões na página do CECAV. Nesse sentido a Dr.ª Eleonora Trajano<br />
(SBPC) propôs que tal divulgação depen<strong>da</strong> de aprovação, mas sugere que seja de forma<br />
rápi<strong>da</strong>, por email.
Por fim, foi aprovado por unanimi<strong>da</strong>de que tais documentos fossem disponibilizados na<br />
página do CECAV e a não participação de ouvintes nas reuniões do Comitê.<br />
Em segui<strong>da</strong> iniciou-se a aprovação <strong>da</strong> memória <strong>da</strong> primeira reunião onde o Sr. Guilherme<br />
Vendramini (IBAMA) solicitou que antes <strong>da</strong> aprovação fosse feita a leitura do documento.<br />
Mylène Berbert-Born (CPRM) salienta no texto uma colocação do representante do DNPM<br />
sobre licenciamento ambiental, a saber: a representação do DNPM recomendou associar a IN<br />
com o rito do licenciamento, de modo a assegurar a aplicação do princípio <strong>da</strong> precaução.<br />
José Carlos (CECAV) esclareceu que a proposta parece sugerir que a revisão <strong>da</strong> IN contemple<br />
regras associa<strong>da</strong>s ao processo de licenciamento, inclusive no que diz respeito ao momento de<br />
análise e deferimento <strong>da</strong> solicitação de ca<strong>da</strong> licença ambiental. Entretanto, salientou que é<br />
temerário inserir qualquer regra nesse sentido tendo em vista a diversi<strong>da</strong>de de procedimentos<br />
adotados por ca<strong>da</strong> órgão ambiental para o licenciamento de empreendimentos e ativi<strong>da</strong>des<br />
potencialmente poluidores ou degra<strong>da</strong>dores de cavi<strong>da</strong>des naturais subterrâneas, fato percebido<br />
ao longo dos três cursos sobre licenciamento e espeleologia promovidos pelo CECAV<br />
recentemente. Salientou a diferença entre os estudos exigidos pelas OEMAs e IBAMA para<br />
ca<strong>da</strong> fase do processo e, portanto, não sendo recomendável ao Comitê propor uma<br />
padronização dessa magnitude. Não obstante foi sugerido pelos presentes consultar o<br />
representante do DNPM acerca <strong>da</strong> proposta apresenta<strong>da</strong> na 1ª reunião.<br />
A memória <strong>da</strong> 1ª reunião foi aprova<strong>da</strong> por todos os membros presentes.<br />
Em segui<strong>da</strong> foi discuti<strong>da</strong> a proposta de aprovação por email dos documentos a serem<br />
disponibilizados na página do CECAV, ficando definido que se <strong>da</strong>ria em até dez dias uteis<br />
após o envio dos mesmos para manifestação dos presentes na reunião correspondente e,<br />
encerrado esse prazo, sua aprovação seria tácita.<br />
APRESENTAÇÕES:<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESPELEOLOGIA (SBE)<br />
Fez um histórico do Decreto nº 6640 e sua percepção pela socie<strong>da</strong>de civil, principalmente em<br />
relação à destruição de cavernas. Informou que essa percepção está mu<strong>da</strong>ndo, considerando<br />
que, se para um bem-estar maior, é preciso haver per<strong>da</strong>s. Entretanto, salientou que é preciso<br />
saber o quanto irá se perder e para quê? Bem como o quanto de per<strong>da</strong> será aceito. Lembrou<br />
ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>s primeiras estimativas de vulnerabili<strong>da</strong>de do patrimônio espeleológico com a<br />
publicação do Decreto, as quais alertavam para o risco de impactos em até 70% de cavi<strong>da</strong>des<br />
localiza<strong>da</strong>s fora <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de conservação de proteção integral. Mas esclareceu que esta<br />
estimativa também está mu<strong>da</strong>ndo.<br />
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA<br />
Inicialmente esclareceu que a apresentação precisaria ser melhora<strong>da</strong> no tocante à formatação<br />
do texto, bem como acrescentar informações adicionais que não foram incorpora<strong>da</strong>s por<br />
fragili<strong>da</strong>des inerentes à dinâmica <strong>da</strong> instituição, pois seria necessário envolver outros analistas<br />
ambientais que também trabalham com a aplicação <strong>da</strong> IN, com treinamento e formação<br />
variados, mas cuja agen<strong>da</strong> institucional não permitiu essa integração.
Em segui<strong>da</strong> discorreu sobre um problema relacionado aos empreendedores e que se configura<br />
na forma como os consultores contratados abor<strong>da</strong>m a IN.<br />
Salientou a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s informações realtivas à IN serem incorpora<strong>da</strong>s aos processos de<br />
licenciamento ambiental no momento certo, ou seja, desde o seu início. Esta ausência de<br />
informações pode colocar tudo a perder. Explicou que caso haja falhas na apresentação dos<br />
estudos os analistas não podem fazer na<strong>da</strong> além do limite de informações disponíveis.<br />
Chamou a atenção ain<strong>da</strong> sobre a uni<strong>da</strong>de espacial de análise utiliza<strong>da</strong> nos estudos de impacto<br />
ambiental – EIA, ou seja, a Área de Estudo, e, por sua vez, a Área Diretamente Afeta<strong>da</strong> –<br />
ADA como uni<strong>da</strong>de local nos estudos espeleológicos. Portanto, ressaltou a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> IN<br />
fazer a ligação entre a uni<strong>da</strong>de espacial de análise comumente adota<strong>da</strong> no licenciamento<br />
ambiental e aquela atualmente estabeleci<strong>da</strong> na IN, de modo a associar o EIA e os estudos<br />
espeleológicos.<br />
COMENTÁRIOS:<br />
Rodrigo Dutra (IBRAM) perguntou ao palestrante sobre o número de cavi<strong>da</strong>des de baixo grau<br />
de relevância que constam nos exemplos <strong>da</strong>dos na apresentação. Salientou que na aplicação<br />
<strong>da</strong> IN é raro esse tipo de classificação, sendo que em um banco de <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de com<br />
mais de 2000 (dois mil) registros não há cavi<strong>da</strong>de com baixo grau de relevância. Lembrou<br />
ain<strong>da</strong> que alguns dos empreendimentos mencionados são anteriores à edição <strong>da</strong> IN e a análise<br />
de relevância surgiu no meio do processo de licenciamento dos mesmos. Por fim, concordou<br />
com a integração dos estudos espeleológicos ao EIA.<br />
O palestrante (IBAMA) esclareceu que a exigência de estudos de diagnóstico espeleológico já<br />
eram exigidos antes <strong>da</strong> publicação <strong>da</strong> IN e do Decreto nº 6.640, mas parece que os<br />
licenciadores não o exigiam.<br />
O representante do IBRAM destacou ain<strong>da</strong> que o enfoque local, que vem sendo adotado para<br />
empreendimentos maiores, corresponde a Área do Empreendimento, com detalhamento na<br />
ADA mais uma faixa de 250 metros. No caso do enfoque regional pode-se utilizar a uni<strong>da</strong>de<br />
espeleológica. No caso de empreendimentos lineares se utilizaria a Área de Influência Direta<br />
– AID.<br />
Guilherme esclareceu sobre os geossistemas utilizados na coordenação em que trabalha<br />
(COEND) para delimitar a área de estudo.<br />
Outro problema salientado pelo IBRAM refere-se aos trabalhos de taxonomia, alertando para<br />
a ausência de especialistas no mercado e a necessi<strong>da</strong>de de tempo para conseguir formar tais<br />
profissionais, fatores que levam os estudos a fazer o que é possível para não parar o<br />
licenciamento dos empreendimentos. Em relação à arqueologia ressaltou que a Portaria 230<br />
do IPHAN não se relaciona com a IN, pois permite a continui<strong>da</strong>de do licenciamento enquanto<br />
são desenvolvidos estudos e programas específicos.<br />
Mylène Berbert-Born (CPRM) esclareceu que para o licenciamento do corpo S11D (Vale –<br />
Ferro Carajás) foi feito um trabalho de definição dos enfoques, mas de fato foi utiliza<strong>da</strong> a<br />
ADA, o que pode não representar o esforço amostral. Nesse sentido faz-se necessário
flexibilizar a IN para se adequar as varie<strong>da</strong>des e especifici<strong>da</strong>des dos empreendimentos, visto<br />
que há uma imposição metodológica que não se adéqua caso a caso.<br />
Por sua vez o palestrante sugeriu definir critérios de amostragem em áreas realmente<br />
potenciais.<br />
Eleonora Trajano (SBPC) salientou o contrassenso de tratar generalizações quando se há<br />
especifici<strong>da</strong>des, não sendo possível estabelecer áreas de influência à priori. Sugere o<br />
investimento em estudos prévios que, apesar de não prioritários em determinado momento<br />
irão subsidiar os estudos seguintes, sem os quais as avaliações se dão por tentativa e erro.<br />
Alertou para o uso indiscriminado <strong>da</strong> terminologia Sp., visto que pode haver variação de<br />
espécies. Ressaltou ain<strong>da</strong> que não é tão difícil formar especialistas (taxonomia), mas o país<br />
precisa investir e estar disposto para isso. Perguntou ao representante do IBAMA como é<br />
conduzido um processo no qual é informa<strong>da</strong> a impossibili<strong>da</strong>de de aplicar a IN em relação a<br />
bioespeleologia e mesmo assim concluem uma classificação de relevância (relatório final).<br />
Guilherme informou que o empreendedor propõe uma classificação e o Instituto confere, mas<br />
quando não há essa classificação com base em todos os atributos <strong>da</strong> IN é exigi<strong>da</strong><br />
complementação.<br />
Allan Calux (Redespeleo) argumentou que quando se amplia a área de estudo é preciso fazer a<br />
amostragem racional, de modo a atender os dois lados, ambientais e empresariais.<br />
Guilherme salientou que há o entendimento que deve haver fun<strong>da</strong>mentação lógica para se<br />
fazer exigências em um processo de licenciamento, por isso a questão <strong>da</strong> amostragem deve ser<br />
trata<strong>da</strong> e defini<strong>da</strong> na IN.<br />
Marcelo Rasteiro (SBE) perguntou qual <strong>da</strong>s normas tem mais valor, o Decreto 99.556 ou a<br />
Portaria 230 do IPHAN que estabelece o resgate (salvamento) arqueológico.<br />
Guilherme esclareceu que uma vez encontrado vestígio arqueológico o IBAMA submete o<br />
licenciamento ao IPHAN e acata aquilo que o órgão definir.<br />
Dr. Rodrigo Lopes (UFLA) ressaltou que esses dois institutos deverão conversar melhor, pois<br />
as intervenções arqueológicas em cavernas geram impactos no meio biótico.<br />
Mylène Berbert-Born sugeriu ajustar o item <strong>da</strong> IN que trata <strong>da</strong> destaca<strong>da</strong> relevância históricocultural<br />
ou religiosa para “na hipótese de não ser possível o salvamento e não havendo os<br />
outros atributos”.<br />
Eleonora Trajano sugeriu avaliar o uso religioso.<br />
Marcelo Rasteiro perguntou sobre a <strong>da</strong>ta dos <strong>da</strong>dos apresentados para o empreendimento<br />
Tijuco Alto, pois as feições espeleológicas informa<strong>da</strong>s podem ser originárias de <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> SBE<br />
organizados em uma época que não havia a classificação de relevância.<br />
Tales Teixeira (ABIAPE) argumentou ver de forma temerária a sugestão de definir impactos<br />
negativos irreversíveis, pois a Resolução CONAMA 237 já fornece indicativos. Definir<br />
generalizações pode ser complicado. Sugeriu que ca<strong>da</strong> órgão licenciador analise caso a caso,<br />
pois seria complicado elaborar uma norma para definir genericamente o que é irreversível.
Guilherme esclareceu que o que se espera evitar é que a decisão sobre um impacto irreversível<br />
não seja técnica. Ressaltou ain<strong>da</strong> que é preciso algo em que os analistas possam se basear, por<br />
meio de ajuste do conceito e premissas para que a equipe de licenciamento possa fun<strong>da</strong>mentar<br />
o julgamento, pois nem sempre se sabe o que será reversível ou irreversível.<br />
Maria José Salum (IBRAM) salientou que ampliar a Área de Estudo como forma de <strong>da</strong>r mais<br />
segurança pode inclusive diluir a relevância <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des. No caso de Tijuco Alto, ao tratar<br />
do troglóbio identificado e aumentaram a área de estudo, questionou a autorização para entrar<br />
na área de terceiros visando realizar os estudos. Salientou a necessi<strong>da</strong>de de utilizar <strong>da</strong>dos do<br />
Estado, a exemplo do CANIE, CPRM, entre outros, frente à dificul<strong>da</strong>de de utilizar <strong>da</strong>dos de<br />
áreas com direitos de terceiros. Argumentou que a IN não precisa exigir o método dos<br />
estudos, mas a precisão e o erro máximo tolerado, de modo que o empreendedor tenha que<br />
atender a esses padrões estabelecidos pelo órgão licenciador. No caso <strong>da</strong> área de influência,<br />
ressaltou que não há modelos de comportamento desses sistemas para saber como funcionam<br />
e por isso a necessi<strong>da</strong>de de experimentos. Sugeriu aproveitar o avanço de lavra para obter<br />
<strong>da</strong>dos, a partir de monitoramentos sistemáticos, de modo a acumular conhecimento e definir<br />
modelos experimentais.<br />
Dr. Rodrigo Lopes esclareceu que para definição <strong>da</strong> área de influência uma abor<strong>da</strong>gem<br />
experimental é fun<strong>da</strong>mental. Salientou que há exemplos mostrando que interferências na<br />
microbacia geram mais impactos em cavi<strong>da</strong>des que no caso de lavras próximas a cavernas.<br />
Questionou o uso <strong>da</strong> ADA como uni<strong>da</strong>de espacial de análise, tendo em vista que nem todos os<br />
elementos necessários à devi<strong>da</strong> avaliação ambiental podem estar representados nesse recorte,<br />
inclusive porque ca<strong>da</strong> empreendimento teria uma abor<strong>da</strong>gem capaz de gerar inconsistências e<br />
assim podendo prejudicar a amostragem. Sobre a “janela de oportuni<strong>da</strong>de” ressalta<strong>da</strong> pelo<br />
setor empresarial, salientou que uma oportuni<strong>da</strong>de financeira pode voltar a ocorrer, mas a<br />
per<strong>da</strong> de uma caverna, por falta de estudos, não. Em relação à alternativa de pré triagem<br />
esclareceu que deve-se tomar cui<strong>da</strong>do quanto ao profissional que irá de fato fazer o filtro para<br />
fazê-lo de forma adequa<strong>da</strong>.<br />
Jocy esclareceu que depois do workshop de espeleometria realizado este ano o CECAV<br />
elaborou um documento que está em fase de análise e debate entre especialistas para tentar<br />
aprimorar os procedimentos de topografia em caverna para, em segui<strong>da</strong>, estar disponível a<br />
to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong>de para uma discussão mais ampla. Nesse modelo, o CECAV pretende realizar<br />
o debate sobre a área de influência de cavernas. Em relação à generalização salientou que já é<br />
um fato presente nas normas, visto que a abor<strong>da</strong>gem local e regional já geram inconsistências<br />
e problemas, sendo que o uso <strong>da</strong> ADA poderia problematizar ain<strong>da</strong> mais.<br />
Considerando os comentários <strong>da</strong> representante do IBRAM, Sr. ª Maria José Salum, André<br />
Ribeiro (CECAV) questionou ao IBAMA se é exigido um programa de monitoramento para<br />
as cavernas que serão suprimi<strong>da</strong>s, de modo a avaliar impactos, inclusive aqueles irreversíveis.<br />
Nesse sentido o IBRAM informou que há um programa de monitoramento robusto para o<br />
caso de S11D (Vale - Ferro Carajás). Por sua vez, o IBAMA esclareceu que tais programas<br />
têm que ser uma exigência e não uma forma de compensação.
A Drª. Eleonora Trajano alertou para a necessi<strong>da</strong>de de um estudo conclusivo antes de um<br />
programa de monitoramento.<br />
Mylène Berbert-Born salientou não entender por que há problemas com a área de influência<br />
uma vez que a Resolução CONAMA nº 347/2004 já exige os estudos correspondentes e<br />
bastaria uma quebra de paradigma dos licenciadores em exigirem esses estudos de avaliação.<br />
Não obstante, o representante do IBAMA salientou que percebe a ausência <strong>da</strong> avaliação de<br />
impacto ambiental na IN e, dessa forma, faria sentido utilizar a ADA para esse tipo de<br />
avaliação.<br />
Por sua vez, Dr. Rodrigo Lopes alertou para a desconexão dos estudos <strong>da</strong> caverna com os<br />
demais estudos, a exemplo de impactos sobre o principal recurso trófico dos organismos<br />
observados na caverna, como o desmatamento, desconsiderando o efeito sistêmico.<br />
Mylène Berbert-Born ressaltou a importância <strong>da</strong> análise de fluxo de energia e matéria.<br />
Perguntou ain<strong>da</strong> se algum membro do Comitê poderia trazer para o grupo algo sobre<br />
avaliação ambiental estratégica (AAE).<br />
DIA: 04/10/12 (MANHÃ)<br />
APRESENTAÇÕES:<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS INVESTIDORES EM AUTOPRODUÇÃO DE ENERGIA – ABIAPE<br />
*<br />
O palestrante iniciou a apresentação ressaltando a inadequação entre o tempo do<br />
licenciamento ambiental e o tempo do estudo (conhecimento) espeleológico, visto que o<br />
primeiro acompanha a janela de oportuni<strong>da</strong>de do empreendimento, enquanto o segundo não<br />
atende essa janela.<br />
Esclareceu que há exorbitância na IN ao estabelecer dispositivo proibitivo que caberia<br />
somente a uma lei fazê-lo, como verificado no art. 19 que em seu Parágrafo único dispõe:<br />
“são ve<strong>da</strong>dos impactos negativos irreversíveis em cavi<strong>da</strong>des que apresentem ocorrência de<br />
táxons novos até que seja realiza<strong>da</strong> a sua descrição científica formal”. Ressaltou que o<br />
dispositivo pode ter sentido do ponto de vista técnico científico, mas não jurídico.<br />
Obs.: detalhes <strong>da</strong> apresentação podem ser observados em documento anexo.<br />
COMENTÁRIOS:<br />
Dr. Rodrigo Lopes (UFLA) argumentou que não há como passar um aspecto jurídico sobre<br />
algo que é conceitual, citando como exemplo o caso do atributo abrigo essencial, o qual não é<br />
definido por ser excepcional, pois podem ser muitos os critérios para tanto considerando os<br />
aspectos dinâmicos de ca<strong>da</strong> população estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />
Jocy (CECAV) salientou que a minuta <strong>da</strong> IN foi revisa<strong>da</strong> ponto a ponto por sete procuradores<br />
de diversos órgãos como o MMA, <strong>ICMBio</strong> e Casa Civil. Entretanto, a respeito dos termos<br />
considerados na apresentação como desprovidos de significado jurídico (“raro”, “único” etc.)
não sabe afirmar se o uso deles no Decreto nº 6.642/2008 adotou exatamente o que conceitua<br />
o dicionário Aurélio.<br />
O palestrante ressaltou que mesmo revisa<strong>da</strong> não significa que haja uma harmonia no mundo<br />
jurídico, visto que há situações que não se sustentam juridicamente na IN, pelo aspecto formal<br />
e não o científico.<br />
Maria José Salum (IBRAM) esclareceu que a enti<strong>da</strong>de não está questionando a proprie<strong>da</strong>de<br />
científica do art. 19, mas os impedimentos aos empreendimentos, demonstrando preocupação<br />
com o que está sendo praticado e não o que está estabelecido na IN, inclusive a necessi<strong>da</strong>de<br />
de limites para esclarecer quem está aplicando a norma.<br />
Ronaldo Jorge Lima (ABEMA) comentou que as inseguranças levam à adoção do princípio<br />
<strong>da</strong> precaução e isso é cobrado dos que analisam os estudos. A questão dos estudos isolados<br />
não é só na espeleologia, mas também no caso de terras indígenas, por isso é preciso diminuir<br />
as inseguranças e a discricionarie<strong>da</strong>de, bem como as diferenças nas análises dos órgãos<br />
ambientais e, portanto, temos que tentar resolver isso na IN. A legislação é muito dura na<br />
punição de processos de meio ambiente e o servidor não tem defesa <strong>da</strong> procuradoria jurídica<br />
do órgão no qual trabalha.<br />
Grace Dalla Pria (ABIAPE) sugeriu que talvez o foco deva se <strong>da</strong>r no órgão ambiental<br />
licenciador, verificando como é a dinâmica em relação à interação dos estudos, de modo a<br />
traduzir os procedimentos para o empreendedor e apenas não impedi-los. Salientou que os<br />
critérios de admissibili<strong>da</strong>de do Conama não permitiriam aprovar uma regra proibitiva como o<br />
art. 19 <strong>da</strong> IN. A enti<strong>da</strong>de tem que contar com quem está implementando a norma, ou seja, o<br />
IBAMA e as OEMAS.<br />
Rodrigo Dutra (IBRAM) comentou sobre a temporali<strong>da</strong>de envolvi<strong>da</strong> nos estudos associados<br />
ao licenciamento ambiental, salientando que equipes diferentes realizam o EIA e a análise de<br />
relevância de cavi<strong>da</strong>des e por isso é preciso que haja uma tradução ao empreendedor para que<br />
os estudos possam interagir. Acredita que por esse motivo não há empresa de consultoria que<br />
realize os dois estudos.<br />
Marcelo Rasteiro (SBE) reafirmou a necessi<strong>da</strong>de de unir aspectos jurídicos com os<br />
científicos, salientando que a enti<strong>da</strong>de é consulta<strong>da</strong> por promotores para sanar dúvi<strong>da</strong>s<br />
advin<strong>da</strong>s de inseguranças frente às deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO – IBRAM<br />
Iniciou a apresentação <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de chamando a atenção para a dificul<strong>da</strong>de do empreendedor e<br />
a necessi<strong>da</strong>de de parceria no conhecimento. Informou que há uma preocupação e esforço <strong>da</strong>s<br />
empresas em integrar os diversos estudos ambientais, os quais envolvem um custo elevado e a<br />
necessi<strong>da</strong>de de infraestrutura como laboratórios. Salientou ain<strong>da</strong> a preocupação mundial com<br />
a segurança na mineração.<br />
Obs.: o conteúdo integral <strong>da</strong> apresentação está disponível em documento anexo.<br />
COMENTÁRIOS:
Mylène Berbert-Born comentou sobre o uso <strong>da</strong> estatística e a sugestão <strong>da</strong> IN estabelecer o<br />
erro admitido para as amostragens necessárias aos estudos. A base <strong>da</strong> estatística não está<br />
defini<strong>da</strong> na Instrução Normativa, ou seja, a área. Portanto, não adiantaria inserir<br />
especifici<strong>da</strong>des sobre a estatística na IN se não for resolvi<strong>da</strong> a sua base de aplicação.<br />
A palestrante reforçou que as principais estatísticas precisam ser incorpora<strong>da</strong>s à IN, mas que<br />
seria interessante estabelecer um padrão de quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s amostragens e <strong>da</strong> estatística a ser<br />
utiliza<strong>da</strong> nos estudos.<br />
A Dr.ª Eleonora Trajano informou crer que não há sobreposição de atributos, mas que a IN<br />
aparenta essa situação por focar nos troglóbios. Salientou que para os estudos em<br />
espeleobiologia é necessário um biólogo especializado nesses ambientes, não sendo o caso de<br />
profissionalização.<br />
Dr. Rodrigo Lopes esclareceu que a quali<strong>da</strong>de dos estudos interfere diretamente no processo,<br />
mas que em razão do mercado estar mais atraente em termos de remuneração do que a<br />
especialização, o processo acaba ficando prejudicado. O tempo nesse caso também é<br />
incoerente, o do mercado com o necessário à formação de especialistas.<br />
Sobre a formação de espeleólogos no Brasil Marcelo Rasteiro informou que há organizações<br />
internacionais, a exemplo de Portugal, que têm programas de formação voltados ao<br />
aprendizado de conceitos básicos, inclusive segurança, mas cuja especialização se <strong>da</strong>rá por<br />
meio <strong>da</strong> academia mesmo.<br />
Rodrigo Dutra ressaltou a grande preocupação do empreendedor com segurança.<br />
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM) e REDESPELEO BRASIL<br />
Obs.: o conteúdo integral <strong>da</strong> apresentação está disponível em documento anexo.<br />
COMENTÁRIOS:<br />
Mylène Berbert-Born & Allan Silas Calux<br />
Edson Farias Mello (SGM/MME) ao comentar que a apresentação chamou a atenção para a<br />
preservação do processo geológico, salientou que assim o tempo entraria na análise,<br />
aumentando a área necessária à preservação, pois o processo é contínuo.<br />
Mylène Berbert-Born esclareceu que deve ser preservado aquilo que é representativo ou que<br />
tenha essencial função ambiental.<br />
Entretanto, o representante <strong>da</strong> SGM comentou que, a exemplo de áreas de descarga que<br />
dependem <strong>da</strong>s áreas de recarga, podem representar áreas muito grandes e a complexi<strong>da</strong>de para<br />
preservá-las pode prejudicar o processo de licenciamento.<br />
A palestrante (CPRM) reafirmou que a ideia é preservar (conservar) elementos<br />
representativos, salientando que a própria IN estabelece a preservação <strong>da</strong> área de influência<br />
para as cavi<strong>da</strong>des de máxima relevância, tendo em vista que não faria sentido não preservar<br />
áreas que influenciam na função desse tipo de cavi<strong>da</strong>de.
Questiona<strong>da</strong> pela SGM sobre como li<strong>da</strong>r com o licenciamento diante de uma abor<strong>da</strong>gem<br />
complexa e ampla, a palestrante informou que a segun<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> apresentação (RedeSpeleo)<br />
irá mostrar uma forma prática de avaliar essas funções.<br />
Por sua vez, o Dr. Rodrigo Lopes informou que, mesmo que a abor<strong>da</strong>gem dos processos<br />
geológicos demande tempo, sua influência sobre o sistema biológico é mais imediata e por<br />
isso a importância de entender todo o contexto e a dinâmica de processos maiores e<br />
sistêmicos.<br />
Dr.ª Eleonora Trajano salientou que estudos genéticos podem ser otimizados e <strong>da</strong>r respostas<br />
sobre processos importantes (traçadores biológicos). Nesse sentido a palestrante informou que<br />
há métodos e técnicas que podem racionalizar esses estudos e aju<strong>da</strong>r a melhorar a legislação.<br />
Maria José Salum ressaltou que essas áreas considera<strong>da</strong>s importantes (recarga p.ex.) podem<br />
estar abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s no EIA. No tocante às escalas de comparação, local e regional, questionou se<br />
a sugestão <strong>da</strong><strong>da</strong>, embasa<strong>da</strong> na funcionali<strong>da</strong>de, mantêm essa abor<strong>da</strong>gem local e regional. A<br />
palestrante respondeu esclarecendo que precisamos sair <strong>da</strong> análise descritiva e partir para a<br />
compreensão dos processos, de forma que a abor<strong>da</strong>gem local e regional estaria vincula<strong>da</strong> a<br />
compreensão <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des funcionais (processos).<br />
Dr.ª Eleonora Trajano fez duas propostas para a próxima reunião: i) evoluir na definição <strong>da</strong><br />
uni<strong>da</strong>de espacial de análise considerando a abor<strong>da</strong>gem biológica; ii) discutir área de<br />
influência. Sugerindo ain<strong>da</strong> uma reflexão para o caso de cavi<strong>da</strong>des testemunho diante de uma<br />
análise sistêmica. O representante <strong>da</strong> SGM salientou a importância <strong>da</strong> proposta de debate<br />
sobre área de influência.<br />
Mylène Berbert-Born destacou a importância de uma norma menos rígi<strong>da</strong> em critérios e mais<br />
favorável à compreensão de sistemas (processos).<br />
Por fim, Marcelo Rasteiro comentou que a abor<strong>da</strong>gem apresenta<strong>da</strong> atende os anseios <strong>da</strong> SBE.<br />
DIA: 04/10/12 (TARDE)<br />
*<br />
Continuação <strong>da</strong> apresentação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e RedeSpeleo Brasil,<br />
por Mylène Berbert-Born e Allan Silas Calux, segui<strong>da</strong> de comentários.<br />
Dr.ª Eleonora Trajano sugeriu retirar do potencial de cavernas a ocorrência de cavi<strong>da</strong>des para<br />
se ter uma comparação adequa<strong>da</strong>. Propôs um teste comparativo entre áreas potenciais sem<br />
ocorrência de cavernas, locais onde firam identificados troglóbios e não são cavernas, mas<br />
ambientes subterrâneos, p.ex. aqueles acessados por poços e no delta do amazonas.<br />
Maria José Salum sugeriu avaliar os termos dos convênios entre a União e os Estados para a<br />
elaboração de mapas de geodiversi<strong>da</strong>de.<br />
Durante o debate os membros decidiram que para a publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s apresentações será<br />
disponibilizado o conteúdo a critério de ca<strong>da</strong> instituição e autor.
Guilherme Vendramini (IBAMA) comentou sobre a largura <strong>da</strong> área de influência (buffer) e<br />
acredita que os termos de referência utilizados pelo IBAMA e pelas OEMAs ain<strong>da</strong> sofrem<br />
influência dos termos antigos do CECAV. Mas informou que o IBAMA pede o mapa de<br />
potenciali<strong>da</strong>de na escala do empreendimento, inclusive com base em elementos <strong>da</strong> paisagem.<br />
Por fim, sugeriu a revisão e a elaboração de uma nova versão de termo de referência para<br />
estudos espeleológicos.<br />
André Ribeiro salientou que ain<strong>da</strong> não é possível tratar casos de forma específica, devendo a<br />
revisão <strong>da</strong> IN prever essa flexibili<strong>da</strong>de.<br />
A CPRM apresentou uma proposta de fluxo de processo como alternativa à dinâmica e<br />
padronização de procedimentos relacionados aos estudos espeleológicos no âmbito do<br />
licenciamento ambiental.<br />
*<br />
Considerando o horário em que terminou a apresentação <strong>da</strong> CPRM e RedeSpeleo, ain<strong>da</strong> restar<br />
a apresentação <strong>da</strong> UFLA e SBPC, além de alguns membros precisarem se deslocar ao<br />
aeroporto para retorno às sedes, o Coordenador do Comitê, Sr. Jocy Cruz dá início aos<br />
encaminhamentos para a 3ª reunião ordinária, para em segui<strong>da</strong> retomar a apresentação<br />
restante.<br />
ENCAMINHAMENTOS:<br />
A) Realizar ensaio com mapa de potenciali<strong>da</strong>de com critérios e parâmetros específicos a<br />
serem definidos pelo grupo;<br />
B) Elaborar fluxo de processo (modelagem) de ca<strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de;<br />
C) Grupos técnicos:<br />
1. SBPC, UFLA, CPRM, IBAMA, SBE, Redespeleo, IGc-USP: elaborar<br />
propostas para a definição <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des espaciais de análise, considerando<br />
aspectos físicos e bióticos. Prazo: até 10 dias antes <strong>da</strong> próxima reunião;<br />
2. IBRAM, ABIAPE, ABEMA, MME, <strong>ICMBio</strong> (DIBIO), DNPM: elaborar<br />
documento com a análise dos temas debatidos considerando sua aplicação<br />
pelas enti<strong>da</strong>des representa<strong>da</strong>s no grupo 2. Prazo: até 10 dias antes <strong>da</strong> próxima<br />
reunião;<br />
D) Data <strong>da</strong> próxima reunião ordinária: 5 e 6 de dezembro de 2012.<br />
Em segui<strong>da</strong> seguiu-se a última apresentação prevista para a <strong>2ª</strong> reunião do Comitê.<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA – SBPC e UNIVERSIDADE FEDERAL<br />
DE LAVRAS – UFLA<br />
Dr.ª Eleonora Trajano & Dr. Rodrigo Lopes Ferreira<br />
Obs.: o conteúdo integral <strong>da</strong> apresentação está disponível em documento anexo.
Guilherme Vendramini perguntou aos palestrantes se ao melhorar os conceitos <strong>da</strong> IN<br />
conforme sugerido a tendência seria aumentar ou diminuir a relevância de cavi<strong>da</strong>des.<br />
Rodrigo Lopes comentou que como atualmente há inconsistências conceituais e por isso se<br />
adota o princípio <strong>da</strong> precaução, o qual eleva as relevâncias, com esse aprimoramento crê que<br />
irão baixar os graus de relevância.<br />
Maria José Salum questionou a proposta de estudos de três anos, por meio de curva de<br />
atenuação, considerando exemplos nos quais mesmo com cinco anos as curvas não<br />
estabilizaram.<br />
A palestrante esclareceu que a proposta de três anos considera o mínimo previsto<br />
estatisticamente para avaliar o efeito <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong>de. Explicou ain<strong>da</strong> que há tendência de<br />
estabilizar em cavi<strong>da</strong>des maiores e em zonas mais distantes <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>, mas três anos é a base<br />
para a cronobiologia. Por sua vez, o Dr. Rodrigo Lopes esclareceu que três anos é o mínimo<br />
necessário para haver variância (estatisticamente).<br />
A Dr.ª Eleonora Trajano salientou ain<strong>da</strong> que é necessário ter o espaçamento entre as<br />
amostragens, sendo que uma amostra no final <strong>da</strong> seca e outra no começo <strong>da</strong> chuva, com um<br />
mês e meio de intervalo, não configura uma amostragem representativa.<br />
Mylène Berbert-Born comentou que acha que ain<strong>da</strong> irá persistir o contra argumento quanto a<br />
per<strong>da</strong> de determinado organismo frente ao empreendimento, sendo que o fechamento de tudo<br />
é esse balanço, entre per<strong>da</strong>s e benefícios.<br />
Considerando que na apresentação <strong>da</strong> CPRM foi informado que é possível fazer avaliação por<br />
amostragem com base em similari<strong>da</strong>de, Marcelo Rasteiro pergunta aos palestrantes como isso<br />
se aplica aos aspectos biológicos.<br />
Mylène Berbert-Born ressaltou que no caso <strong>da</strong> área diretamente afeta<strong>da</strong> (ADA) pelo<br />
empreendimento to<strong>da</strong>s as cavernas devem ser avalia<strong>da</strong>s.<br />
O Dr. Rodrigo Lopes comentou sobre sua experiência de pesquisa em de cavernas localiza<strong>da</strong>s<br />
uma ao lado <strong>da</strong> outra e que mesmo assim apresentavam fauna totalmente diferente.<br />
Encerra<strong>da</strong>s as apresentações e comentários o Coordenador do Comitê, Sr. Jocy Cruz, deu por<br />
encerra<strong>da</strong> a reunião.<br />
Eu, José Carlos Ribeiro Reino, lavrei a presente memória de reunião.<br />
Lista de Presença<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESPELEOLOGIA – SBE<br />
REDESPELEO BRASIL<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA – SBPC<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS INVESTIDORES EM AUTOPRODUÇÃO DE ENERGIA – ABIAPE<br />
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO – IBRAM<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS – UFLA
DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL – DILIC/IBAMA<br />
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM<br />
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL DO MINISTÉRIO DE<br />
MINAS E ENERGIA – SGM/MME<br />
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL – DNPM<br />
DIRETORIA DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE DO<br />
INSTITUTO CHICO MENDES – DIBIO/ICMBIO<br />
CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS – CECAV/ICMBIO